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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA
3ª DIRED – NOVA CRUZ/RN
ESCOLA ESTADUAL DOUTOR PEDRO VELHO
TEATRO NA ESCOLA
PEÇA:A CARTA QUE NENHUM PAI QUER RECEBER
Escrito por: Professor Jonas Floripe Ginani Filho
ELENCO:
Alunos da 2ª e 3ª do Ensino Médio do turno vespertino
E 3ª série do Ensino Médio noturno.
Ruth – personagem Clara
Mayane – personagem Mãe de Clara
Patrick – personagem Pai de Clara
Lara – personagem Clara que escreve a carta
Silvana – personagem Dóris
Fernando – personagem Pedro
Andressa Francisco – personagem Paula
Vinicius – Apresentador
Jefferson – A Morte
Pedro Velho/RN/BR
Maio de 2015
APRESENTAÇÃO:
Esta peça foi escrita pelo professor Jonas, baseada em fatos reais que acontecem no dia a dia e
registrados em vídeos na internet, fazendo parte do projeto Teatro na Escola e projeto Alerta
Contra Drogas 2015. Esta peça também tem a finalidade de deixar registrado o Dia Nacional de
Combate às Drogas – 26 de junho.
Participam da peça os alunos da 2ª série do Ensino Médio do turno vespertino: Lara como a
personagem principal – Clara, que escreve a carta e a lê; Patrick como o pai; Mayane como a
Mãe; Andressa como a amiga de Clara e Vinicius – este que vos fala, como apresentador. Da 3ª
série do Ensino Médio do turno noturno temos: Ruth, como Clara nas cenas secundárias, e
Fernando e Silvana, como o casal de influenciadores. Completando o elenco, o aluno Jefferson,
da 3ª série do Ensino Médio do turno vespertino, personificando a Morte. A tragédia que será
apresentada contém cenas pesadas e comoventes necessitando de muita concentração dos
atores,por issopedimosaospresentesaatençãoe silênciodurante aapresentação.
Com vocês...
A CARTA QUE NENHUM PAI QUER RECEBER
Cena principal um:
Filha drogada, aspecto bem derrubado e assustador, sentada sobre tijolos e escrevendo com
um toco de lápis numa banca improvisada e sob uma cobertura de papelão. Na banca um
cachimbo, pedras de crack e garrafa de álcool comercial que ela bebe. Um refletor vermelho
com dimmer ilumina este espaço. Ela lê o que escreve em voz alta com a música de fundo
“Hello”da bandaEvanescence,que permanece tocandodurante todaapeça.
>>>ACENDE REFLETOR VERMELHO
Clara:
- Pai,mãe...
- Esperei tanto por uma conversa amiga com vocês, mas entendo, o trabalho não lhes deu
tempopara mime,quandoencontraram...foi tarde demais...
>>> REDUZ REFLETOR VERMELHO/ACENDE LUZ DO PALCO/ ABRE CORTINA
Cena secundária um:
Em cena um casal e sua filha.
O casal se observa corrigindo a arrumação da roupa e se olhando num espelho. A filha,
abraçada a umbichode pelúcia, olhaparaeles tentandochamara atenção e diz:
- Mãe ...Mãe ...
Elesnão dãoatenção e saemrapidamente dizendo nasaída:
Mãe:
- Filha escolha alguma coisa na geladeira e esquente no micro-ondas para seu café antes de ir
para a escolaviu?
- Amovocê filha(mandaumbeijonadireçãodela).Tchau!
- Vamosamorzinho,estamosatrasados! (falandoparaopai)
Pai:
- Filha não se esqueça dos meus avisos sobre falar com estranhos na rua viu? Vá direto para a
escola.Qualquercoisaligue parasuamãe ou para mim.
Apóssaírem de cenaa garota abraça um bichode pelúciae diz:
- De que adianta ligarse elesnãotêmtempopara me escutar?
>>> FECHA CORTINA/APAGALUZDE PALCO/AUMENTAREFLETOR VERMELHO.
Fim da cena secundáriaum.
Cena principal dois:
A carta continua:
Clara:
- Pai,Mãe ...
- Apesar de tentar esperar pelo tempo necessário, outros me viram esperando e se chegaram
com mensagenstãoamigasque lhesabri o coração.
- Pai...Mãe...
- Sei que sempre ao sair de casa para me levar à escola me avisavam para não falar com
estranhos, mas a minha solidão era tanta e as palavras que me disseram eram tão doces que
não resisti e termineiembriagada.
>>> REDUZ REFLETOR VERMELHO/LIGALUZ DE PALCO/ABRE CORTINA
Fim da cena principal dois.
Cena secundária dois:
Clara está sentada num banco com seu bicho de pelúcia quando chega um casal de jovens.
Primeiroagarota depoisojovem.
Dóris:
- Oi!Possosentar?
Clara concordabalançandoa cabeça:
A garota ligao celulare mostra o vídeocom a bandaEvanescence.
- Você gostadessabanda?É minhafavorita.
Clara:
- Adoro.Gostomuitodas músicasda banda,mas a que maisgosto é “Hello”.
- Esta músicatemmuitoa ver comigo.
Dóris:
- Tambémcomigo.Nãosei com você,masnão consigoconversarcom meuspaise minha
salvaçãoé a vocalistadabanda e suas letras.
Clara:
- Tenhoo mesmoproblemacomosmeus.
Dóris:
- Desculpe,nãosei teunome ainda?
Clara:
- Clara.
Dóris:
- Clara me chamo Dóris e além de curtir muito o Evanescence, participo de um grupo que se
reúne de vez em quando para conversar e curtir vídeos da banda. Você vai gostar muito do
grupo.Estou indoencontrarcom elesagora.Querir comigoe participardo grupo?
Clara:
- Eu gostariamuito,masnão falei nadacom meuspais...
Dóris:
- Mas elesnemsabemque você existe,tambémnãoirãosaber para onde foi nemo que vai
fazerné?
Chegao amigode Dóris– Pedro.
Pedro:
- Oi Dóris!
Dóris:
- Oi Pedro!(se beijamnorosto)
- Esta é Clara,que estáinteressadaemconhecerogrupoque curte a bandaEvanescence.
Apertamas mãose se beijamnorosto.
Pedro:
- Claraestamosindoagora nosreunirpara curtir um vídeonovoda banda,vemcom a gente?
Clara:
- Nãosei não ...
Pedro:
- Se você curte mesmoa bandanão pode perdera oportunidade. Ovídeoseráincrível,massó
poderáserhoje,poisteremosque devolvê-loapósoencontro.
Dóris:
- Clarateuspais nãoestãonem aí para você,aproveite achance de conhecero que temde
bomno mundogarota!
Pedro:
- Dóris tem razão Clara, vamos aproveitar nossa idade com coisas fantásticas como música,
amor e amizade. Nesses encontros a gente conversa muito sobre relacionamentos entre pais e
filhos e a dificuldade deles nos entenderem. A gente não curte violência, apenas paz e
camaradagem, para isso usamos nossos gostos musicais e algumas coisas que tornam nossa
vidamaisalegre e divertida, comoessescomprimidinhoscoloridos.(Mostraoscomprimidos)
- Vemcoma gente?
Clara:
- Está bem,voucom vocês.
>>> FECHA CORTINA/APAGALUZDO PALCO/AUMENTAREFLETOR VERMELHO
Fim da cena secundária dois.
Cena principal três:
Voltaà carta.
- Hoje, sei que não tive a sorte de ser encontrada por um anjo da guarda, mas sim pelo anjo do
inferno,que me espreitavasabendoexatamenteoque fazere dizerpara me ter.
- E ele conseguiu.Agorasouescravode seuveneno...amaldita droga!
Pega um cachimbo preparado e fuma (cachimbo equipado com um laser para aparentar a
brasa).
>>>ACENDE O REFLETOR VERDE DE PALCO/PRODUZ UMPOUCODE FUMAÇA/ABRECORTINA
Entra a Morte, sob efeito de fumaça e luz, se levantando do chão e seguindo até onde se
encontra a personagem que escreve a carta, acompanhando o ritmo da música tema, e se
coloca sobas costas dela.Apósumacoreografiaconjunta, se retirae voltapara as cortinas.
>>> FECHA A CORTINA/DESLIGAREFLETOR VERDE
Voltaà carta.
- Pai... Mãe... Perdoem-me. Não fui forte o bastante para encarar o desafio de enfrentar a vida
sem vocês por perto. Cai na cilada de que encontraria força e resposta para tudo pelo caminho
embriagadordasdrogas.
- Faltou-me você Pai,Mãe...Faltou-me você amiga...
- Não!!Que digo!?
>>> REDUZ REFLETOR VERMELHO/LIGALUZ DE PALCO/ABRE CORTINA
Fim da cena principal três.
Cena secundária três:
Entram os pais,jábemtristese sofridos,comafilhana cadeira.
Mãe:
- Filha sei que não fomos muito presentes com você, mas te amamos muito e não queremos te
perder para as drogas. Nós queremos te ajudar a sair desse inferno, mas você precisa querer
sair.
Pai:
- Filha não se deixe destruir por essas porcarias. Escute a gente. Queremos muito te ajudar,
porque te amamosmuito.Nosescute peloamorde Deus.
Clara:
- Estou muito bem e não estou precisando de ajuda, portanto deixem eu viver a minha vida do
jeitoque euquiser.
Os paissaemde cena cabisbaixos e tristes,chorando.Entraumaamigade infância.
Paula:
- Clara olhe para você. Em que se transformou aquela doce menina que adorava estudar, ler,
rir e cantar. O caminho que você segue está te destruindo e deixando a todos que se
preocupamrealmente comvocê muito tristes.Deixeagente te ajudar.
Clara:
- Mas que droga Paula!Deixe de se incomodarcomminhavida.Que droga!!
Paulasai de cenacabisbaixadeixandoClaraemcena.
>>> FECHA CORTINA/APAGALUZDE PALCO/AUMENTAREFLETOR VERMELHO
Fim da cena secundária três:
Cena principal quatro:
Voltaà carta.
- Pai ... Mãe ...
- Neste desespero me é fácil culpar os outros, mas sei que faltou-me paciência, ouvidos e
atençãopara escutar vocês,tãoembriagadafiquei pelocaminhoerrado.
- Hoje vivo meus últimos momentos como zumbi e, no meio de zumbis, o corpo apodrece e o
espíritopadece seusofrimento,quandoocorre rasgosde razão.
>>>REDUZ REFLETOR VERMELHO/LIGALUZ DE PALCO/ABRECORTINA
Fim da cena principal quatro.
Cena secundária quatro:
Clara está no chão, junto a Dóris e Pedro, fumando crack (cachimbo equipado com um laser
para aparentar a brasa). Ela vomita em cima dos outros dois e é empurrado de leve sem eles
se incomodaremcomo vômito.
>>> FECHA CORTINA/APAGALUZDE PALCO /AUMENTAREFLETOR VERMELHO
Fim da cena secundária quatro.
Cena principal cinco:
Voltaà carta.
- Pai,Mãe...
- Este infernojánão aguentomais,poisestoumorrendo.Haveráumoutropiordepois?
- Se sim espero que suas orações amenizem meu tormento, se não, espero que tudo acabe
aqui e me perdoemporter lhesfeitosofrer.
- Adeus!
Bebe álcool e fuma mais uma pedra de crack (cachimbo equipado com um laser para aparentar
a brasa),quandodeixacaira garrafa de álcool e desfalece namesa.
>>> ACENDE REFLETOR VERDE/PRODUZ UM POUCO DE FUMAÇA/AUMENTA SOM/ABRE
CORTINA
Entra a Morte, sob efeito de fumaça e luz, se levantando do chão e seguindo até onde se
encontra a personagem que escreve a carta, acompanhando o ritmo da música tema, e se
coloca sob as costas dela. Após uma coreografia conjunta, finaliza se apoiando sobre as costas,
finalizando acena.
>>> FECHA A CORTINA/APAGAREFLETOR VERDE/ACENDE LUZ DE PALCO
Final da cenaprincipal.
Entra o apresentador:
- Esta peça não pretende condenar os pais como culpados pelo ingresso dos filhos no mundo
das drogas. Ela apenas mostra uma variante deste ingresso nesse mundo cruel e triste. A Clara
foi uma vítima fácil pelo descuido dos pais e o resultado foi desastroso para ela e sua família,
mas existe outros casos em que, apesar do enorme cuidado e atenção dos pais, os filhos
terminamtragadospor esse mundosofrido.
(Entramos atorese se dão as mãos tambémcomo apresentador.)
- Assim, eu que apresento a peça e os que a interpretam e apoiam, desejamos que a
mensagem transmitida seja bem incorporada na memória dos presentes e que nunca deixem
de ser bem claros quando a droga vier com o canto doce e inocente aos seus ouvidos, dizendo
sempre ...
“Sou vivo! Não uso drogas!”
FIM
Linkpara fotosda apresentaçãoem03/06/2015:
https://picasaweb.google.com/114675170384542727499/TEATROACARTA?authuser=0&feat=
directlink
Linkpara o vídeo da apresentaçãoem03/06/2015:
https://youtu.be/nlKuTSg8Xqc

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A CARTA QUE NENHUM PAI QUER RECEBER

  • 1. GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA 3ª DIRED – NOVA CRUZ/RN ESCOLA ESTADUAL DOUTOR PEDRO VELHO TEATRO NA ESCOLA PEÇA:A CARTA QUE NENHUM PAI QUER RECEBER Escrito por: Professor Jonas Floripe Ginani Filho ELENCO: Alunos da 2ª e 3ª do Ensino Médio do turno vespertino E 3ª série do Ensino Médio noturno. Ruth – personagem Clara Mayane – personagem Mãe de Clara Patrick – personagem Pai de Clara Lara – personagem Clara que escreve a carta Silvana – personagem Dóris Fernando – personagem Pedro Andressa Francisco – personagem Paula Vinicius – Apresentador Jefferson – A Morte Pedro Velho/RN/BR Maio de 2015
  • 2. APRESENTAÇÃO: Esta peça foi escrita pelo professor Jonas, baseada em fatos reais que acontecem no dia a dia e registrados em vídeos na internet, fazendo parte do projeto Teatro na Escola e projeto Alerta Contra Drogas 2015. Esta peça também tem a finalidade de deixar registrado o Dia Nacional de Combate às Drogas – 26 de junho. Participam da peça os alunos da 2ª série do Ensino Médio do turno vespertino: Lara como a personagem principal – Clara, que escreve a carta e a lê; Patrick como o pai; Mayane como a Mãe; Andressa como a amiga de Clara e Vinicius – este que vos fala, como apresentador. Da 3ª série do Ensino Médio do turno noturno temos: Ruth, como Clara nas cenas secundárias, e Fernando e Silvana, como o casal de influenciadores. Completando o elenco, o aluno Jefferson, da 3ª série do Ensino Médio do turno vespertino, personificando a Morte. A tragédia que será apresentada contém cenas pesadas e comoventes necessitando de muita concentração dos atores,por issopedimosaospresentesaatençãoe silênciodurante aapresentação. Com vocês... A CARTA QUE NENHUM PAI QUER RECEBER Cena principal um: Filha drogada, aspecto bem derrubado e assustador, sentada sobre tijolos e escrevendo com um toco de lápis numa banca improvisada e sob uma cobertura de papelão. Na banca um cachimbo, pedras de crack e garrafa de álcool comercial que ela bebe. Um refletor vermelho com dimmer ilumina este espaço. Ela lê o que escreve em voz alta com a música de fundo “Hello”da bandaEvanescence,que permanece tocandodurante todaapeça. >>>ACENDE REFLETOR VERMELHO Clara: - Pai,mãe... - Esperei tanto por uma conversa amiga com vocês, mas entendo, o trabalho não lhes deu tempopara mime,quandoencontraram...foi tarde demais... >>> REDUZ REFLETOR VERMELHO/ACENDE LUZ DO PALCO/ ABRE CORTINA Cena secundária um: Em cena um casal e sua filha. O casal se observa corrigindo a arrumação da roupa e se olhando num espelho. A filha, abraçada a umbichode pelúcia, olhaparaeles tentandochamara atenção e diz: - Mãe ...Mãe ...
  • 3. Elesnão dãoatenção e saemrapidamente dizendo nasaída: Mãe: - Filha escolha alguma coisa na geladeira e esquente no micro-ondas para seu café antes de ir para a escolaviu? - Amovocê filha(mandaumbeijonadireçãodela).Tchau! - Vamosamorzinho,estamosatrasados! (falandoparaopai) Pai: - Filha não se esqueça dos meus avisos sobre falar com estranhos na rua viu? Vá direto para a escola.Qualquercoisaligue parasuamãe ou para mim. Apóssaírem de cenaa garota abraça um bichode pelúciae diz: - De que adianta ligarse elesnãotêmtempopara me escutar? >>> FECHA CORTINA/APAGALUZDE PALCO/AUMENTAREFLETOR VERMELHO. Fim da cena secundáriaum. Cena principal dois: A carta continua: Clara: - Pai,Mãe ... - Apesar de tentar esperar pelo tempo necessário, outros me viram esperando e se chegaram com mensagenstãoamigasque lhesabri o coração. - Pai...Mãe... - Sei que sempre ao sair de casa para me levar à escola me avisavam para não falar com estranhos, mas a minha solidão era tanta e as palavras que me disseram eram tão doces que não resisti e termineiembriagada. >>> REDUZ REFLETOR VERMELHO/LIGALUZ DE PALCO/ABRE CORTINA Fim da cena principal dois. Cena secundária dois: Clara está sentada num banco com seu bicho de pelúcia quando chega um casal de jovens. Primeiroagarota depoisojovem. Dóris:
  • 4. - Oi!Possosentar? Clara concordabalançandoa cabeça: A garota ligao celulare mostra o vídeocom a bandaEvanescence. - Você gostadessabanda?É minhafavorita. Clara: - Adoro.Gostomuitodas músicasda banda,mas a que maisgosto é “Hello”. - Esta músicatemmuitoa ver comigo. Dóris: - Tambémcomigo.Nãosei com você,masnão consigoconversarcom meuspaise minha salvaçãoé a vocalistadabanda e suas letras. Clara: - Tenhoo mesmoproblemacomosmeus. Dóris: - Desculpe,nãosei teunome ainda? Clara: - Clara. Dóris: - Clara me chamo Dóris e além de curtir muito o Evanescence, participo de um grupo que se reúne de vez em quando para conversar e curtir vídeos da banda. Você vai gostar muito do grupo.Estou indoencontrarcom elesagora.Querir comigoe participardo grupo? Clara: - Eu gostariamuito,masnão falei nadacom meuspais... Dóris: - Mas elesnemsabemque você existe,tambémnãoirãosaber para onde foi nemo que vai fazerné? Chegao amigode Dóris– Pedro. Pedro: - Oi Dóris! Dóris:
  • 5. - Oi Pedro!(se beijamnorosto) - Esta é Clara,que estáinteressadaemconhecerogrupoque curte a bandaEvanescence. Apertamas mãose se beijamnorosto. Pedro: - Claraestamosindoagora nosreunirpara curtir um vídeonovoda banda,vemcom a gente? Clara: - Nãosei não ... Pedro: - Se você curte mesmoa bandanão pode perdera oportunidade. Ovídeoseráincrível,massó poderáserhoje,poisteremosque devolvê-loapósoencontro. Dóris: - Clarateuspais nãoestãonem aí para você,aproveite achance de conhecero que temde bomno mundogarota! Pedro: - Dóris tem razão Clara, vamos aproveitar nossa idade com coisas fantásticas como música, amor e amizade. Nesses encontros a gente conversa muito sobre relacionamentos entre pais e filhos e a dificuldade deles nos entenderem. A gente não curte violência, apenas paz e camaradagem, para isso usamos nossos gostos musicais e algumas coisas que tornam nossa vidamaisalegre e divertida, comoessescomprimidinhoscoloridos.(Mostraoscomprimidos) - Vemcoma gente? Clara: - Está bem,voucom vocês. >>> FECHA CORTINA/APAGALUZDO PALCO/AUMENTAREFLETOR VERMELHO Fim da cena secundária dois. Cena principal três: Voltaà carta. - Hoje, sei que não tive a sorte de ser encontrada por um anjo da guarda, mas sim pelo anjo do inferno,que me espreitavasabendoexatamenteoque fazere dizerpara me ter. - E ele conseguiu.Agorasouescravode seuveneno...amaldita droga!
  • 6. Pega um cachimbo preparado e fuma (cachimbo equipado com um laser para aparentar a brasa). >>>ACENDE O REFLETOR VERDE DE PALCO/PRODUZ UMPOUCODE FUMAÇA/ABRECORTINA Entra a Morte, sob efeito de fumaça e luz, se levantando do chão e seguindo até onde se encontra a personagem que escreve a carta, acompanhando o ritmo da música tema, e se coloca sobas costas dela.Apósumacoreografiaconjunta, se retirae voltapara as cortinas. >>> FECHA A CORTINA/DESLIGAREFLETOR VERDE Voltaà carta. - Pai... Mãe... Perdoem-me. Não fui forte o bastante para encarar o desafio de enfrentar a vida sem vocês por perto. Cai na cilada de que encontraria força e resposta para tudo pelo caminho embriagadordasdrogas. - Faltou-me você Pai,Mãe...Faltou-me você amiga... - Não!!Que digo!? >>> REDUZ REFLETOR VERMELHO/LIGALUZ DE PALCO/ABRE CORTINA Fim da cena principal três. Cena secundária três: Entram os pais,jábemtristese sofridos,comafilhana cadeira. Mãe: - Filha sei que não fomos muito presentes com você, mas te amamos muito e não queremos te perder para as drogas. Nós queremos te ajudar a sair desse inferno, mas você precisa querer sair. Pai: - Filha não se deixe destruir por essas porcarias. Escute a gente. Queremos muito te ajudar, porque te amamosmuito.Nosescute peloamorde Deus. Clara: - Estou muito bem e não estou precisando de ajuda, portanto deixem eu viver a minha vida do jeitoque euquiser. Os paissaemde cena cabisbaixos e tristes,chorando.Entraumaamigade infância. Paula:
  • 7. - Clara olhe para você. Em que se transformou aquela doce menina que adorava estudar, ler, rir e cantar. O caminho que você segue está te destruindo e deixando a todos que se preocupamrealmente comvocê muito tristes.Deixeagente te ajudar. Clara: - Mas que droga Paula!Deixe de se incomodarcomminhavida.Que droga!! Paulasai de cenacabisbaixadeixandoClaraemcena. >>> FECHA CORTINA/APAGALUZDE PALCO/AUMENTAREFLETOR VERMELHO Fim da cena secundária três: Cena principal quatro: Voltaà carta. - Pai ... Mãe ... - Neste desespero me é fácil culpar os outros, mas sei que faltou-me paciência, ouvidos e atençãopara escutar vocês,tãoembriagadafiquei pelocaminhoerrado. - Hoje vivo meus últimos momentos como zumbi e, no meio de zumbis, o corpo apodrece e o espíritopadece seusofrimento,quandoocorre rasgosde razão. >>>REDUZ REFLETOR VERMELHO/LIGALUZ DE PALCO/ABRECORTINA Fim da cena principal quatro. Cena secundária quatro: Clara está no chão, junto a Dóris e Pedro, fumando crack (cachimbo equipado com um laser para aparentar a brasa). Ela vomita em cima dos outros dois e é empurrado de leve sem eles se incomodaremcomo vômito. >>> FECHA CORTINA/APAGALUZDE PALCO /AUMENTAREFLETOR VERMELHO Fim da cena secundária quatro. Cena principal cinco: Voltaà carta. - Pai,Mãe... - Este infernojánão aguentomais,poisestoumorrendo.Haveráumoutropiordepois? - Se sim espero que suas orações amenizem meu tormento, se não, espero que tudo acabe aqui e me perdoemporter lhesfeitosofrer.
  • 8. - Adeus! Bebe álcool e fuma mais uma pedra de crack (cachimbo equipado com um laser para aparentar a brasa),quandodeixacaira garrafa de álcool e desfalece namesa. >>> ACENDE REFLETOR VERDE/PRODUZ UM POUCO DE FUMAÇA/AUMENTA SOM/ABRE CORTINA Entra a Morte, sob efeito de fumaça e luz, se levantando do chão e seguindo até onde se encontra a personagem que escreve a carta, acompanhando o ritmo da música tema, e se coloca sob as costas dela. Após uma coreografia conjunta, finaliza se apoiando sobre as costas, finalizando acena. >>> FECHA A CORTINA/APAGAREFLETOR VERDE/ACENDE LUZ DE PALCO Final da cenaprincipal. Entra o apresentador: - Esta peça não pretende condenar os pais como culpados pelo ingresso dos filhos no mundo das drogas. Ela apenas mostra uma variante deste ingresso nesse mundo cruel e triste. A Clara foi uma vítima fácil pelo descuido dos pais e o resultado foi desastroso para ela e sua família, mas existe outros casos em que, apesar do enorme cuidado e atenção dos pais, os filhos terminamtragadospor esse mundosofrido. (Entramos atorese se dão as mãos tambémcomo apresentador.) - Assim, eu que apresento a peça e os que a interpretam e apoiam, desejamos que a mensagem transmitida seja bem incorporada na memória dos presentes e que nunca deixem de ser bem claros quando a droga vier com o canto doce e inocente aos seus ouvidos, dizendo sempre ... “Sou vivo! Não uso drogas!” FIM Linkpara fotosda apresentaçãoem03/06/2015: https://picasaweb.google.com/114675170384542727499/TEATROACARTA?authuser=0&feat= directlink Linkpara o vídeo da apresentaçãoem03/06/2015: https://youtu.be/nlKuTSg8Xqc