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Atividades Empreendedoras Desenvolvidas No Centro Comercial Da Cidade De São
Bento – PB, Sobretudo O Impacto Da Atividade Têxtil Na Economia Desse Município
Jonh Eudo dos Santos Ferreira1
Elis Regina Lira Silva2
Mabel Soares de Almeida3
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Resumo – O presente trabalho apresenta uma abordagem acerca das atividades
empreendedoras desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB, com
destaque para os impactos que a atividade âncora do município (atividade têxtil) causa na
economia da cidade. O mesmo tem como objetivo demonstrar as atividades empreendedoras
concentradas no centro comercial da cidade, bem como evidenciar quais são os impactos que
estas atividades trazem para a economia do município, em especial os impactos da atividade
têxtil. Para melhor compreensão foi necessária uma revisão da literatura sobre o tema
empreendedorismo, características dos empreendedores e mesmo sobre a história da cidade
em questão. Foi realizada uma visita ao centro comercial no intuito de quantificar os
empreendimentos existentes, chegando à conclusão que a base econômica de São Bento-PB é
a indústria, mais especificamente a têxtil, o que lhe rende um índice zero de desemprego.
Porém, outros empreendimentos como do setor estético e alimentício representam uma
parcela bastante considerável nas finanças deste município.
Palavras-chave: Atividade têxtil, empreendimentos, economia.
1 INTRODUÇÃO
O mercado atual vivencia uma das fases mais consumistas de todos os tempos. Tal fato
se deve as necessidades impostas pela classe mais almejada e importante das empresas, os
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consumidores. Estas buscam cada vez mais estar em sintonia com as novidades e tendências
surgidas a cada instante, no intuito de se posicionarem nos degraus mais elevados da corrida
pela conquista da preferência entre seus concorrentes (VECILOSKI, 2005).
Diante de um cenário cada dia mais competitivo, caracterizado pela emergência de
mercados inovadores e por tecnológicas mais rápidas, diversificadas e transformadoras, os
consumidores, cada vez mais exigentes e sofisticados, despertam, nas organizações,
constantes pressões em relação à melhoria da qualidade dos seus produtos e serviços, uma vez
que, os melhores serão os mais comercializados no mercado (TOLEDO, 1994).
Atualmente percebem-se as constantes transformações que ocorrem em diversos
setores, onde costumes e tradições perderam seus espaços, os valores éticos adquiriram outros
sentidos, as organizações ganharam novas formas de gerenciamento, ou seja, os
empreendimentos já não são mais os mesmos. Estes são modificados à medida que as
necessidades dos clientes se renovam (CRUZ, 2006).
O presente trabalho tem como objetivo evidenciar as atividades empreendedoras
concentradas no centro comercial da cidade de São Bento-PB, e quais são os impactos que
estas atividades trazem para a economia deste município, em especial a atividade têxtil. O
mesmo tem como proposta identificar quais são essas atividades e sua importância para o
desenvolvimento econômico da cidade.
Para melhor compreensão será realizada uma revisão da literatura, bem como uma
pesquisa de campo no centro comercial da cidade em questão, onde serão levantados dados
como a quantidade de empreendimentos alocados naquele bairro, bem como sua
representatividade no desenvolvimento econômico da cidade, a fim de que seja possível
identificar possíveis relações na comprovação do tema proposto.
2 ABORDAGEM ACERCA DO EMPREENDEDORISMO
No início do século XX, a palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista
Joseph Schumpeter, em 1950, como sendo, de forma resumida, uma pessoa com criatividade e
capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967 com K. Knight e em 1970 com
Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar
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em algum negócio. E em 1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de intra-empreendedor,
uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma organização (CASTOR e ZUGMAN, 2009).
Buscando ainda as raízes do empreendedorismo, Dornelas (2001), faz um resgate
histórico e identifica que a primeira definição de empreendedorismo é creditada a Marco
Polo, sendo o empreendedor aquele que assume os riscos de forma ativa, físicos e emocionais,
e o capitalista assume os riscos de forma passiva. Na Idade Média, o empreendedor deixa de
assumir riscos e passa a gerenciar grandes projetos de produção principalmente com
financiamento governamental.
No século XVII, surge a relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Bem
como a criação do próprio termo empreendedorismo que diferencia o fornecedor do capital,
capitalista, daquele que assume riscos, empreendedor. Mas somente no século XVIII, que
capitalista e empreendedor foram complemente diferenciados, certamente em função do início
da industrialização (DORNELAS 2001).
No século XX, tem-se a definição do economista moderno, de Joseph Schumpeter, já
citada acima sucintamente, “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica
existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de três novas formas de
organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”, ou ainda é aquele que
“transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de
produtividade mais elevada e de maior rendimento” (DORNELAS, 2001).
Contudo, parece que uma definição de empreendedor que atende na atualidade é de
Dornelas (2001), que está baseada nas diversas definições vistas até então, “o empreendedor é
aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo
riscos calculados”. Caracteriza a ação empreendedora em todas as suas etapas, ou seja, criar
algo novo mediante a identificação de uma oportunidade, dedicação e persistência na
atividade que se propõe a fazer para alcançar os objetivos pretendidos e ousadia para assumir
os riscos que deverão ser calculados.
2.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
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Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo ganhou força no Brasil somente a
partir da década 1990, com a abertura da economia que propiciou a criação de entidades como
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX
(Sociedade Brasileira para Exportação de Software). Antes desse momento o termo
empreendedor era praticamente desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada,
em função do ambiente político e econômico, nada propício, do país.
Ainda conforme Dornelas (2001), o fato de não haver um conhecimento significativo
acerca do empreendedor, não significava que não existia empreendedores. Deve-se salientar
que muitos visionários atuaram em um cenário obscuro, deram tudo de si, mesmo sem
conhecerem formalmente finanças, marketing, organização e outros conteúdos da área
empresarial, a exemplo, o célebre industrial Francisco Matarazzo, e tantos outros que
contribuíram para o desenvolvimento da economia do país.
O SEBRAE é amplamente difundido entre os pequenos empresários brasileiros, com
finalidade de informar e dar suporte necessário para a abertura de uma empresa, bem como
acompanhar através de consultorias seu andamento, solucionando pequenos problemas do
negócio. Outro órgão é A SOFTEX que foi criada para ampliar o mercado das empresas de
software através da exportação e incentivar a produção nacional, para isso foram
desenvolvidos projetos para a capacitação em gestão e tecnologia dos empresários de
informática.
Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos
maiores programas de ensino de empreendedorismo e potencializa o país perante o mundo
nesse milênio. Dornelas (2001), cita alguns exemplos:
1. Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software,
Informação e Serviço), que apoiam atividades de empreendedorismo em software,
estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de
software (start-ups).
2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e
Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo
Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e
destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito
bilhões de reais.
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3. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o
ensino do empreendedorismo. Programas como: Engenheiro Empreendedor e REUNE.
4. A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no país,
motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-cobra, de apoio aos empreendedores
das ponto.com (empresas baseadas em Internet).
5. Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movimento de
incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de
Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em
2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as incubadoras de
empresas de Internet, totalizando mais de 1.100 empresas incubadoras, que geram mais de
5.200 empregos diretos.
Essas iniciativas são de suma importância para os empreendedores brasileiros que
apesar dos percalços são fundamentais para a economia do país. No entanto, é necessário que
ações governamentais resgatem o avanço proveniente da iniciativa privada e de entidades não
governamentais, valorizem a capacidade empreendedora dos brasileiros e solucionem
problemas.
2.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
O empreendedor é aquele que percebe oportunidades de crescimento e de negócio nas
circunstâncias mais comuns. O empreendedor é uma pessoa que não se abate ao encontrar
problemas. Ele fica entusiasmado, pois sabe que se há algum problema, há solução. Ou seja,
ele consegue se entusiasmar mesmo em momentos de dificuldade (RAY, 1993).
O empreendedor possui características que o torna diferente de todos os profissionais
atuantes. Este age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; Aproveita
oportunidades fora do comum; Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; Exige
qualidade e eficiência; Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido, ou mais
barato; Age de modo a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência (RAY,
1993; GIBSON, et al. 1981).
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O empreendedor ainda: é persistente; Age diante de um obstáculo significativo; Age
repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo;
Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes;
Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta
especialistas para obter assessoria (HASHIMOTO, 2005; LEITE, 2000).
O dom de empreender contempla ainda: ser capaz de estabelecer metas, claras e
específicas; Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões; Utiliza estratégias
deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; Age para desenvolver e manter relações
comerciais. É Independente e autoconfiante: Busca autonomia em relação a normas e
controles de terceiros; Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados
inicialmente desanimadores; Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma
tarefa difícil ou de enfrentar um desafio (GERBER, 2004; GERBER, 1996).
Em suma, o empreendedor é capaz de “enxergar o invisível”. É dotado de: Cidadania e
Ética, Coragem, Comprometimento, Criatividade, Decisão, Habilidade, Inovação, Liderança,
Organização, Otimismo, Paciência, Persistência, Pesquisa, Talento, entre tantas outras
qualidades que o faz se sobressair em qualquer situação proposta.
3 BREVE HISTÓRICO SOBRE O MUNICÍPIO DE SÃO BENTO-PB
A cidade sertaneja São Bento é conhecida como a “Capital Mundial das Redes”.
Segundo o IBGE (2010), a atual população conta com 30.879 habitantes, distribuídos em uma
área territorial de 248, 199 km2
. A mesma dispõe de uma economia crescente no Estado,
baseada em maior quantidade na indústria têxtil, e possui índice zero de desemprego, segundo
o instituto.
O destaque na produção de redes de dormir fez com que a cidade se tornasse
referência nacional. Segundo Sá (2005), a rede adentrou nas atividades econômicas deste
município devido à difusão da informação e das técnicas já praticadas em outras cidades
nordestinas, esta era utilizada como sobrevivência dos povos que habitavam essa região.
Nesse contexto, pode-se dizer que esta prática, aliada a existência do Rio Piranhas, foi
de grande importância para a emancipação do município, que só veio a ocorrer em 29 de Abril
de 1949. Tal rio contribuiu fornecendo a água, recurso natural, essencial na produção das
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redes. As outras matérias-prima como algodão e máquinas foram sendo importadas de outros
municípios.
Segundo os moradores mais antigos da cidade a comercialização dos produtos era feita
a céu aberto, em meio às ruas centrais, como forma de atrair os viajantes que por lá passavam
a compravam tais produtos. Tal prática é realizada até os dias atuais e no mesmo lugar e
recebe o nome de “Feira da Pedra”. Esta é constituída da união das diversas bancas, com os
produtos expostos a céu aberto. Segundo os moradores o nome foi assim escolhido devido às
conduções físicas onde os produtos eram e são ofertados, ou seja, em cima das pedras de
paralelepípedo das ruas.
O fato é que a “Feira da Pedra” possui uma importância econômica bastante
significativa. Sua relevância advém, principalmente, do fato de que os produtores dos artigos
têxteis das demais cidades da região costumam vender seus produtos na mesma feira,
disputando o mercado local e, em alguns casos, concorrendo com vantagem. Isso se explica
pelo fato desses produtos serem geralmente baratos, pois boa parte deles são produzidos de
modo informal, sem arcar, por tanto, com nenhum tipo de ônus, barateando assim o produto.
Inicialmente os únicos produtos comercializados nesta feira eram os testeis, porém,
com o passar do tempo outros artigos foram sendo incorporados. Atualmente além das redes
são comercializados diversos outros produtos, tanto artesanais, quanto artigos de vestuários e
importados.
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Neste ponto foi descrito como se pretende desenvolver a pesquisa, onde contempla os
procedimentos metodológicos e a caracterização do objeto do estudo. Estes aspectos foram
devidamente analisados, buscando estabelecer relações entre teoria e prática (MONTEIRO,
2006). Dessa forma, o objeto de estudo trabalhado será as atividades empreendedoras
desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB.
A pesquisa segundo Donaire (1999), pode ser considerada como um procedimento
formal com método de pensamento reflexivo constituindo caminhos para se conhecer a
realidade ou para descobrir verdades parciais sendo bem mais que apenas procurar a verdade,
atrelados a eles descobertas de dados importantes para o conhecimento da sociedade sobre
fatos relativos a diversas ciências. Assim como conceituar o termo pesquisa, é importante
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também entender o que é a metodologia. Esta é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e
exata de toda ação desenvolvida no método do trabalho de pesquisa. (BELLO, 2005).
A coleta de dados foi realizada através de visitas ao centro comercial, observando os
empreendimentos existentes. Roesch (1999), afirma que “a coleta de dados significa quantificar
opiniões, dados através de questionários, nas formas de coletas de informações”. A presente
pesquisa é caracterizada como quantitativa. Esta que segundo Lakatos et al., (2003) é
especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise
estatística.
Para suprir todas as questões propostas foram realizados alguns estudos bibliográficos
em revistas científicas, livros, dissertações, artigos e bancos de dados on-line no intuito de
possibilitar a aquisição de informações pertinentes no conteúdo e assim, chegar a conclusões
coerentes ao tema proposto.
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A cidade de São Bento está localizada no interior da Paraíba, mais precisamente a 400
km da cidade de João Pessoa, fazendo divisa com o Estado do Rio Grande do Norte. Sua
principal atividade comercial é a produção e comercialização de redes de dormir, sendo
conhecida como a capital mundial das redes. Esta atividade é responsável pela absorção da
maior parte da população economicamente ativa local.
Segundo dados obtidos na Prefeitura Municipal e na Coletoria Estadual da cidade, há
cerca de 500 empresas em funcionamento que possuem o Registro de Funcionamento de
Empresa (ALVARÁ), sendo que destas, 476 também possuem Inscrição Estadual e seu
respectivo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentre as empresas pesquisadas se
destacam fabricantes de redes, supermercados, lanchonetes, vendedores de móveis e utensílios
domésticos, lojas de confecções calçadistas e panificadoras.
O estudo em questão se deu no centro comercial da cidade de São Bento, local onde se
concentra a maior quantidade de empresas do ramo têxtil, além de ser também o local da
realização da “Feira da Pedra”, espaço onde diversos empreendedores vendem seus produtos
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ao ar livre em meio às ruas do centro da cidade. O gráfico a seguir demonstra, em termos
percentuais, a distribuição das empresas existentes em São Bento de acordo com os bairros.
Gráfico 1. Empresas concentradas nos bairros da cidade
Fonte: Autoria própria.
Pode-se observar, através do gráfico, que 80% das empresas estão localizadas no
centro da cidade correspondendo a cerca de 400 estabelecimentos, enquanto que, as demais,
cerca de 100 empresas, representando 20%, estão distribuídas nos demais bairros que
somados chegam a 14.
A questão das empresas se situarem, a maior parte, no centro da cidade se deve tanto
ao fato de ser o local de maior movimentação de veículos, pessoas, viajantes, turistas, entre
outros, como por ser o maior bairro da cidade. É importante ressaltar a existência de alguns
empreendimentos nos demais bairros. Essa descentralização facilita a omissão de qualquer
registro junto a órgãos públicos e se torna uma alternativa de dificultar a fiscalização dos
mesmos. Esses estabelecimentos, em sua maioria, se dedicam a comercialização de produtos
advindos principalmente da atividade têxtil. O centro comercial apresenta variados
estabelecimentos, com destaque para os empreendimentos no ramo têxtil, como mostra o
gráfico a seguir.
80%
20%
Empreendimentos em São Bento-PB
Centro
Outros bairros
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Gráfico 2. Empresas de vários ramos no centro da cidade
Fonte: Autoria própria.
O gráfico acima demonstra, em termos percentuais, o número de estabelecimentos
comerciais existentes no centro da cidade divididos em ramos de atividades. Pode-se observar
o ramo têxtil como sendo o de maior número, correspondendo a 30% do total, equivalendo,
portanto, a 120 empreendimentos. O gráfico ainda evidencia que o ramo estético é bastante
valorizado, com aproximadamente 80 estabelecimentos (20%) concentrados neste setor.
Ainda se percebe que o ramo alimentício possui uma fatia bem considerável, com cerca de
100 empreendimentos, equivalendo a 25%. O ramo de menor índice é o lazer, representando
10% dos empreendimentos e, ainda há a parcela de 15% destinada a outros tipos de
estabelecimentos.
A realidade é que a atividade têxtil se disseminou numa infinidade de pequenas e
médias empresas responsáveis por um dos maiores ICMS do Estado e em um índice muito
significante de desemprego, ou seja, 0%. Além disso, a geração de emprego desse setor tem
fortalecido o comércio local, resultando sempre na criação de novos estabelecimentos
comerciais.
A segunda-feira é o dia de maior movimento comercial da cidade. É o dia em que se
realiza a “Feira da Pedra”, feira livre e a céu aberto localizada no centro da cidade. Nesta feira
são comercializados produtos artesanais, confecções variadas, alimentos, brinquedos, mídias,
etc. A prefeitura da cidade coleta, entre esses empreendedores que comercializam seus
produtos naquele local, um imposto proporcional ao tipo e quantidade de mercadoria
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Alimentício Estético Lazer Têxtil Outros
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comercializada, sendo isentas as referentes a produtos têxteis. Esta isenção de taxa ou
impostos é uma forma de incentivo a tal atividade, assim os bancos da feira que não
comercializam redes são instigados a realizar a venda de tais produtos.
São Bento é um município de bastante movimentação financeira. A cidade recebe
compradores da maioria das cidades circunvizinhas, de Estados vizinhos (CE, RN, PE, SE,
AL, PI, MA, BA) e até de outros países (Portugal, Espanha, França, Noruega, Suíça, África
do Sul, Nova Zelândia, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Chile, Holanda, etc.). Cidades
como Catolé do Rocha, Brejo do Cruz, Belém, Patos, Paulista, Pombal, Caicó, Jardim de
Piranhas, Natal, Patú, Picos, Condado, Caruarú, Coremas e tantas outras viajam até São Bento
para fazer compras e comercializar os produtos em seus estabelecimentos.
Diversas famílias, que vivem nesse município, têm sua renda adquirida pela venda de
redes de dormir comercializadas na feira. Esses produtos são advindos de uma produção,
muitas vezes informal, em suas próprias casas ou através de trocas feitas com fábricas
maiores. Essa troca consiste em: a fábrica oferta os tecidos das redes para serem
personalizados por essas famílias e estas ofertam as redes prontas para a comercialização.
A cidade aloca grande parte de seus habitantes em atividades de produção, distribuição
e venda de artigos de cunho têxtil, sendo estes atrelados diretamente ao desenvolvimento local
que desde a sua emancipação tem como fator econômico principal o desenvolvimento de tais
atividades. Dentre as atividades consolidadas pelo setor industrial do município de São Bento,
deve-se destacar o crescimento da construção civil. O cenário da cidade vem ganhando um
panorama urbano atraente por causa do surgimento de pequenos edifícios. Através da
produção das redes São Bento tem uma participação bastante significativa na coleta dos
impostos totais do Estado da Paraíba.
6 CONCLUSÃO
O dinâmico cenário competitivo, atrelado às exigências dos consumidores, impõe às
empresas constantes melhorias na qualidade dos seus produtos. Dessa forma, a competência
para conseguir manter os produtos atualizados, inovados e qualificados frente às crescentes e
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rotineiras exigências do ambiente econômico e tecnológico, tem se tornado uma importante
fonte de vantagem competitiva.
A base econômica de São Bento-PB é a indústria, mais especificamente a têxtil. As
tecelagens de redes de dormir marcam intensamente a paisagem do município. É nesse
cenário que a cidade vem se desenvolvendo cada vez mais, sendo considerada referência
nacional.
Através desse estudo pôde-se perceber que os municípios através de seus gestores
devem estar atentos para o potencial empreendedor presente em seu território, estimulando o
desenvolvimento de atividades que assegurem o desempenho dos mesmos.
No município em discussão, incentivos como isenção de cobrança de impostos diretos
por parte de pequenos empreendedores, no ramo têxtil, e desenvolvimento de projetos junto a
outros órgãos públicos, tem sido aplicados de forma a fomentar as práticas dessa atividade,
sabendo da grande contribuição que a mesma oferece no desenvolvimento local.
Desenvolvimento este assegurado por uma taxa de desemprego inexistente e renda
assegurada, em sua maioria, nas atividades de produção, distribuição e venda de artigos
têxteis, sendo a atividade em maior número dentre os empreendimentos da cidade.
REFERÊNCIAS
BELLO, J. L. P. Metodologia Científica: Manual para Elaboração de Textos Acadêmicos,
Monografias, Dissertações e Teses. Universidade Veiga de Almeida – UVA. Rio de Janeiro
– 2005. Disponível em:
<http://www.batlab.ufms.br/~wagner/apostilas/metodologia/metcomp.pdf>. Acesso em: 27
Set. 2012.
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Atlas, p. 89-91, 2009.
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GERBER, M. O mito do empreendedor: como fazer de seu empreendimento um negócio
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GERBER, M. Empreender fazendo a diferença. São Paulo: Fundamento Educacional,
2004.
GIBSON, J. L. et al. Organizações: comportamento, estrutura, processos. São Paulo:
Atlas, 1981.
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LAKATOS, E. MARIA; MARCONI, ANDRADE, M. Fundamentos de Metodologia
Científica. 5º ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2003.
LEITE, E. O fenômeno do empreendedorismo: criando riquezas. Recife: Bagaço, 2000.
MONTEIRO, A.; TEREZA, G. Manual de trabalho de curso-TC. Versão Atualizada-
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ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisas em administração: Guia para
estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2° ed. São Paulo: Atlas,
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SILVEIRA, A. C. GONÇALVES, G. BONELI, J. J. CASTRO, N. E. BARBOSA, P. A.
JANNOTTI, S. D. Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender.
Disponível em: http://www.novomilenio.br/foco/2/artigo/artigo_daniele.pdf. Acesso em: 08
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TOLEDO, J. C. Gestão da mudança da qualidade de produto. Gestão & Produção, v. 1, n.
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VECILOSKI, A. Avaliação da qualidade dos produtos do estaleiro Fibrafort. Itajaí, SC,
2005.

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  • 1. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ Atividades Empreendedoras Desenvolvidas No Centro Comercial Da Cidade De São Bento – PB, Sobretudo O Impacto Da Atividade Têxtil Na Economia Desse Município Jonh Eudo dos Santos Ferreira1 Elis Regina Lira Silva2 Mabel Soares de Almeida3 EMPREENDEDORISMO SOCIAL Resumo – O presente trabalho apresenta uma abordagem acerca das atividades empreendedoras desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB, com destaque para os impactos que a atividade âncora do município (atividade têxtil) causa na economia da cidade. O mesmo tem como objetivo demonstrar as atividades empreendedoras concentradas no centro comercial da cidade, bem como evidenciar quais são os impactos que estas atividades trazem para a economia do município, em especial os impactos da atividade têxtil. Para melhor compreensão foi necessária uma revisão da literatura sobre o tema empreendedorismo, características dos empreendedores e mesmo sobre a história da cidade em questão. Foi realizada uma visita ao centro comercial no intuito de quantificar os empreendimentos existentes, chegando à conclusão que a base econômica de São Bento-PB é a indústria, mais especificamente a têxtil, o que lhe rende um índice zero de desemprego. Porém, outros empreendimentos como do setor estético e alimentício representam uma parcela bastante considerável nas finanças deste município. Palavras-chave: Atividade têxtil, empreendimentos, economia. 1 INTRODUÇÃO O mercado atual vivencia uma das fases mais consumistas de todos os tempos. Tal fato se deve as necessidades impostas pela classe mais almejada e importante das empresas, os 1 Bacharelando em administração pela uepb 2 Bacharelanda em administração pela uepb 3 Bacharelanda em administração pela uepb
  • 2. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ consumidores. Estas buscam cada vez mais estar em sintonia com as novidades e tendências surgidas a cada instante, no intuito de se posicionarem nos degraus mais elevados da corrida pela conquista da preferência entre seus concorrentes (VECILOSKI, 2005). Diante de um cenário cada dia mais competitivo, caracterizado pela emergência de mercados inovadores e por tecnológicas mais rápidas, diversificadas e transformadoras, os consumidores, cada vez mais exigentes e sofisticados, despertam, nas organizações, constantes pressões em relação à melhoria da qualidade dos seus produtos e serviços, uma vez que, os melhores serão os mais comercializados no mercado (TOLEDO, 1994). Atualmente percebem-se as constantes transformações que ocorrem em diversos setores, onde costumes e tradições perderam seus espaços, os valores éticos adquiriram outros sentidos, as organizações ganharam novas formas de gerenciamento, ou seja, os empreendimentos já não são mais os mesmos. Estes são modificados à medida que as necessidades dos clientes se renovam (CRUZ, 2006). O presente trabalho tem como objetivo evidenciar as atividades empreendedoras concentradas no centro comercial da cidade de São Bento-PB, e quais são os impactos que estas atividades trazem para a economia deste município, em especial a atividade têxtil. O mesmo tem como proposta identificar quais são essas atividades e sua importância para o desenvolvimento econômico da cidade. Para melhor compreensão será realizada uma revisão da literatura, bem como uma pesquisa de campo no centro comercial da cidade em questão, onde serão levantados dados como a quantidade de empreendimentos alocados naquele bairro, bem como sua representatividade no desenvolvimento econômico da cidade, a fim de que seja possível identificar possíveis relações na comprovação do tema proposto. 2 ABORDAGEM ACERCA DO EMPREENDEDORISMO No início do século XX, a palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter, em 1950, como sendo, de forma resumida, uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967 com K. Knight e em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar
  • 3. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ em algum negócio. E em 1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma organização (CASTOR e ZUGMAN, 2009). Buscando ainda as raízes do empreendedorismo, Dornelas (2001), faz um resgate histórico e identifica que a primeira definição de empreendedorismo é creditada a Marco Polo, sendo o empreendedor aquele que assume os riscos de forma ativa, físicos e emocionais, e o capitalista assume os riscos de forma passiva. Na Idade Média, o empreendedor deixa de assumir riscos e passa a gerenciar grandes projetos de produção principalmente com financiamento governamental. No século XVII, surge a relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Bem como a criação do próprio termo empreendedorismo que diferencia o fornecedor do capital, capitalista, daquele que assume riscos, empreendedor. Mas somente no século XVIII, que capitalista e empreendedor foram complemente diferenciados, certamente em função do início da industrialização (DORNELAS 2001). No século XX, tem-se a definição do economista moderno, de Joseph Schumpeter, já citada acima sucintamente, “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de três novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”, ou ainda é aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento” (DORNELAS, 2001). Contudo, parece que uma definição de empreendedor que atende na atualidade é de Dornelas (2001), que está baseada nas diversas definições vistas até então, “o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”. Caracteriza a ação empreendedora em todas as suas etapas, ou seja, criar algo novo mediante a identificação de uma oportunidade, dedicação e persistência na atividade que se propõe a fazer para alcançar os objetivos pretendidos e ousadia para assumir os riscos que deverão ser calculados. 2.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
  • 4. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo ganhou força no Brasil somente a partir da década 1990, com a abertura da economia que propiciou a criação de entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software). Antes desse momento o termo empreendedor era praticamente desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada, em função do ambiente político e econômico, nada propício, do país. Ainda conforme Dornelas (2001), o fato de não haver um conhecimento significativo acerca do empreendedor, não significava que não existia empreendedores. Deve-se salientar que muitos visionários atuaram em um cenário obscuro, deram tudo de si, mesmo sem conhecerem formalmente finanças, marketing, organização e outros conteúdos da área empresarial, a exemplo, o célebre industrial Francisco Matarazzo, e tantos outros que contribuíram para o desenvolvimento da economia do país. O SEBRAE é amplamente difundido entre os pequenos empresários brasileiros, com finalidade de informar e dar suporte necessário para a abertura de uma empresa, bem como acompanhar através de consultorias seu andamento, solucionando pequenos problemas do negócio. Outro órgão é A SOFTEX que foi criada para ampliar o mercado das empresas de software através da exportação e incentivar a produção nacional, para isso foram desenvolvidos projetos para a capacitação em gestão e tecnologia dos empresários de informática. Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo e potencializa o país perante o mundo nesse milênio. Dornelas (2001), cita alguns exemplos: 1. Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviço), que apoiam atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de software (start-ups). 2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito bilhões de reais.
  • 5. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ 3. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o ensino do empreendedorismo. Programas como: Engenheiro Empreendedor e REUNE. 4. A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no país, motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-cobra, de apoio aos empreendedores das ponto.com (empresas baseadas em Internet). 5. Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em 2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as incubadoras de empresas de Internet, totalizando mais de 1.100 empresas incubadoras, que geram mais de 5.200 empregos diretos. Essas iniciativas são de suma importância para os empreendedores brasileiros que apesar dos percalços são fundamentais para a economia do país. No entanto, é necessário que ações governamentais resgatem o avanço proveniente da iniciativa privada e de entidades não governamentais, valorizem a capacidade empreendedora dos brasileiros e solucionem problemas. 2.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR O empreendedor é aquele que percebe oportunidades de crescimento e de negócio nas circunstâncias mais comuns. O empreendedor é uma pessoa que não se abate ao encontrar problemas. Ele fica entusiasmado, pois sabe que se há algum problema, há solução. Ou seja, ele consegue se entusiasmar mesmo em momentos de dificuldade (RAY, 1993). O empreendedor possui características que o torna diferente de todos os profissionais atuantes. Este age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; Aproveita oportunidades fora do comum; Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; Exige qualidade e eficiência; Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido, ou mais barato; Age de modo a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência (RAY, 1993; GIBSON, et al. 1981).
  • 6. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ O empreendedor ainda: é persistente; Age diante de um obstáculo significativo; Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes; Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta especialistas para obter assessoria (HASHIMOTO, 2005; LEITE, 2000). O dom de empreender contempla ainda: ser capaz de estabelecer metas, claras e específicas; Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões; Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; Age para desenvolver e manter relações comerciais. É Independente e autoconfiante: Busca autonomia em relação a normas e controles de terceiros; Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores; Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio (GERBER, 2004; GERBER, 1996). Em suma, o empreendedor é capaz de “enxergar o invisível”. É dotado de: Cidadania e Ética, Coragem, Comprometimento, Criatividade, Decisão, Habilidade, Inovação, Liderança, Organização, Otimismo, Paciência, Persistência, Pesquisa, Talento, entre tantas outras qualidades que o faz se sobressair em qualquer situação proposta. 3 BREVE HISTÓRICO SOBRE O MUNICÍPIO DE SÃO BENTO-PB A cidade sertaneja São Bento é conhecida como a “Capital Mundial das Redes”. Segundo o IBGE (2010), a atual população conta com 30.879 habitantes, distribuídos em uma área territorial de 248, 199 km2 . A mesma dispõe de uma economia crescente no Estado, baseada em maior quantidade na indústria têxtil, e possui índice zero de desemprego, segundo o instituto. O destaque na produção de redes de dormir fez com que a cidade se tornasse referência nacional. Segundo Sá (2005), a rede adentrou nas atividades econômicas deste município devido à difusão da informação e das técnicas já praticadas em outras cidades nordestinas, esta era utilizada como sobrevivência dos povos que habitavam essa região. Nesse contexto, pode-se dizer que esta prática, aliada a existência do Rio Piranhas, foi de grande importância para a emancipação do município, que só veio a ocorrer em 29 de Abril de 1949. Tal rio contribuiu fornecendo a água, recurso natural, essencial na produção das
  • 7. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ redes. As outras matérias-prima como algodão e máquinas foram sendo importadas de outros municípios. Segundo os moradores mais antigos da cidade a comercialização dos produtos era feita a céu aberto, em meio às ruas centrais, como forma de atrair os viajantes que por lá passavam a compravam tais produtos. Tal prática é realizada até os dias atuais e no mesmo lugar e recebe o nome de “Feira da Pedra”. Esta é constituída da união das diversas bancas, com os produtos expostos a céu aberto. Segundo os moradores o nome foi assim escolhido devido às conduções físicas onde os produtos eram e são ofertados, ou seja, em cima das pedras de paralelepípedo das ruas. O fato é que a “Feira da Pedra” possui uma importância econômica bastante significativa. Sua relevância advém, principalmente, do fato de que os produtores dos artigos têxteis das demais cidades da região costumam vender seus produtos na mesma feira, disputando o mercado local e, em alguns casos, concorrendo com vantagem. Isso se explica pelo fato desses produtos serem geralmente baratos, pois boa parte deles são produzidos de modo informal, sem arcar, por tanto, com nenhum tipo de ônus, barateando assim o produto. Inicialmente os únicos produtos comercializados nesta feira eram os testeis, porém, com o passar do tempo outros artigos foram sendo incorporados. Atualmente além das redes são comercializados diversos outros produtos, tanto artesanais, quanto artigos de vestuários e importados. 4 ASPECTOS METODOLÓGICOS Neste ponto foi descrito como se pretende desenvolver a pesquisa, onde contempla os procedimentos metodológicos e a caracterização do objeto do estudo. Estes aspectos foram devidamente analisados, buscando estabelecer relações entre teoria e prática (MONTEIRO, 2006). Dessa forma, o objeto de estudo trabalhado será as atividades empreendedoras desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB. A pesquisa segundo Donaire (1999), pode ser considerada como um procedimento formal com método de pensamento reflexivo constituindo caminhos para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais sendo bem mais que apenas procurar a verdade, atrelados a eles descobertas de dados importantes para o conhecimento da sociedade sobre fatos relativos a diversas ciências. Assim como conceituar o termo pesquisa, é importante
  • 8. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ também entender o que é a metodologia. Esta é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método do trabalho de pesquisa. (BELLO, 2005). A coleta de dados foi realizada através de visitas ao centro comercial, observando os empreendimentos existentes. Roesch (1999), afirma que “a coleta de dados significa quantificar opiniões, dados através de questionários, nas formas de coletas de informações”. A presente pesquisa é caracterizada como quantitativa. Esta que segundo Lakatos et al., (2003) é especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística. Para suprir todas as questões propostas foram realizados alguns estudos bibliográficos em revistas científicas, livros, dissertações, artigos e bancos de dados on-line no intuito de possibilitar a aquisição de informações pertinentes no conteúdo e assim, chegar a conclusões coerentes ao tema proposto. 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS A cidade de São Bento está localizada no interior da Paraíba, mais precisamente a 400 km da cidade de João Pessoa, fazendo divisa com o Estado do Rio Grande do Norte. Sua principal atividade comercial é a produção e comercialização de redes de dormir, sendo conhecida como a capital mundial das redes. Esta atividade é responsável pela absorção da maior parte da população economicamente ativa local. Segundo dados obtidos na Prefeitura Municipal e na Coletoria Estadual da cidade, há cerca de 500 empresas em funcionamento que possuem o Registro de Funcionamento de Empresa (ALVARÁ), sendo que destas, 476 também possuem Inscrição Estadual e seu respectivo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentre as empresas pesquisadas se destacam fabricantes de redes, supermercados, lanchonetes, vendedores de móveis e utensílios domésticos, lojas de confecções calçadistas e panificadoras. O estudo em questão se deu no centro comercial da cidade de São Bento, local onde se concentra a maior quantidade de empresas do ramo têxtil, além de ser também o local da realização da “Feira da Pedra”, espaço onde diversos empreendedores vendem seus produtos
  • 9. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ ao ar livre em meio às ruas do centro da cidade. O gráfico a seguir demonstra, em termos percentuais, a distribuição das empresas existentes em São Bento de acordo com os bairros. Gráfico 1. Empresas concentradas nos bairros da cidade Fonte: Autoria própria. Pode-se observar, através do gráfico, que 80% das empresas estão localizadas no centro da cidade correspondendo a cerca de 400 estabelecimentos, enquanto que, as demais, cerca de 100 empresas, representando 20%, estão distribuídas nos demais bairros que somados chegam a 14. A questão das empresas se situarem, a maior parte, no centro da cidade se deve tanto ao fato de ser o local de maior movimentação de veículos, pessoas, viajantes, turistas, entre outros, como por ser o maior bairro da cidade. É importante ressaltar a existência de alguns empreendimentos nos demais bairros. Essa descentralização facilita a omissão de qualquer registro junto a órgãos públicos e se torna uma alternativa de dificultar a fiscalização dos mesmos. Esses estabelecimentos, em sua maioria, se dedicam a comercialização de produtos advindos principalmente da atividade têxtil. O centro comercial apresenta variados estabelecimentos, com destaque para os empreendimentos no ramo têxtil, como mostra o gráfico a seguir. 80% 20% Empreendimentos em São Bento-PB Centro Outros bairros
  • 10. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ Gráfico 2. Empresas de vários ramos no centro da cidade Fonte: Autoria própria. O gráfico acima demonstra, em termos percentuais, o número de estabelecimentos comerciais existentes no centro da cidade divididos em ramos de atividades. Pode-se observar o ramo têxtil como sendo o de maior número, correspondendo a 30% do total, equivalendo, portanto, a 120 empreendimentos. O gráfico ainda evidencia que o ramo estético é bastante valorizado, com aproximadamente 80 estabelecimentos (20%) concentrados neste setor. Ainda se percebe que o ramo alimentício possui uma fatia bem considerável, com cerca de 100 empreendimentos, equivalendo a 25%. O ramo de menor índice é o lazer, representando 10% dos empreendimentos e, ainda há a parcela de 15% destinada a outros tipos de estabelecimentos. A realidade é que a atividade têxtil se disseminou numa infinidade de pequenas e médias empresas responsáveis por um dos maiores ICMS do Estado e em um índice muito significante de desemprego, ou seja, 0%. Além disso, a geração de emprego desse setor tem fortalecido o comércio local, resultando sempre na criação de novos estabelecimentos comerciais. A segunda-feira é o dia de maior movimento comercial da cidade. É o dia em que se realiza a “Feira da Pedra”, feira livre e a céu aberto localizada no centro da cidade. Nesta feira são comercializados produtos artesanais, confecções variadas, alimentos, brinquedos, mídias, etc. A prefeitura da cidade coleta, entre esses empreendedores que comercializam seus produtos naquele local, um imposto proporcional ao tipo e quantidade de mercadoria 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Alimentício Estético Lazer Têxtil Outros
  • 11. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ comercializada, sendo isentas as referentes a produtos têxteis. Esta isenção de taxa ou impostos é uma forma de incentivo a tal atividade, assim os bancos da feira que não comercializam redes são instigados a realizar a venda de tais produtos. São Bento é um município de bastante movimentação financeira. A cidade recebe compradores da maioria das cidades circunvizinhas, de Estados vizinhos (CE, RN, PE, SE, AL, PI, MA, BA) e até de outros países (Portugal, Espanha, França, Noruega, Suíça, África do Sul, Nova Zelândia, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Chile, Holanda, etc.). Cidades como Catolé do Rocha, Brejo do Cruz, Belém, Patos, Paulista, Pombal, Caicó, Jardim de Piranhas, Natal, Patú, Picos, Condado, Caruarú, Coremas e tantas outras viajam até São Bento para fazer compras e comercializar os produtos em seus estabelecimentos. Diversas famílias, que vivem nesse município, têm sua renda adquirida pela venda de redes de dormir comercializadas na feira. Esses produtos são advindos de uma produção, muitas vezes informal, em suas próprias casas ou através de trocas feitas com fábricas maiores. Essa troca consiste em: a fábrica oferta os tecidos das redes para serem personalizados por essas famílias e estas ofertam as redes prontas para a comercialização. A cidade aloca grande parte de seus habitantes em atividades de produção, distribuição e venda de artigos de cunho têxtil, sendo estes atrelados diretamente ao desenvolvimento local que desde a sua emancipação tem como fator econômico principal o desenvolvimento de tais atividades. Dentre as atividades consolidadas pelo setor industrial do município de São Bento, deve-se destacar o crescimento da construção civil. O cenário da cidade vem ganhando um panorama urbano atraente por causa do surgimento de pequenos edifícios. Através da produção das redes São Bento tem uma participação bastante significativa na coleta dos impostos totais do Estado da Paraíba. 6 CONCLUSÃO O dinâmico cenário competitivo, atrelado às exigências dos consumidores, impõe às empresas constantes melhorias na qualidade dos seus produtos. Dessa forma, a competência para conseguir manter os produtos atualizados, inovados e qualificados frente às crescentes e
  • 12. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ rotineiras exigências do ambiente econômico e tecnológico, tem se tornado uma importante fonte de vantagem competitiva. A base econômica de São Bento-PB é a indústria, mais especificamente a têxtil. As tecelagens de redes de dormir marcam intensamente a paisagem do município. É nesse cenário que a cidade vem se desenvolvendo cada vez mais, sendo considerada referência nacional. Através desse estudo pôde-se perceber que os municípios através de seus gestores devem estar atentos para o potencial empreendedor presente em seu território, estimulando o desenvolvimento de atividades que assegurem o desempenho dos mesmos. No município em discussão, incentivos como isenção de cobrança de impostos diretos por parte de pequenos empreendedores, no ramo têxtil, e desenvolvimento de projetos junto a outros órgãos públicos, tem sido aplicados de forma a fomentar as práticas dessa atividade, sabendo da grande contribuição que a mesma oferece no desenvolvimento local. Desenvolvimento este assegurado por uma taxa de desemprego inexistente e renda assegurada, em sua maioria, nas atividades de produção, distribuição e venda de artigos têxteis, sendo a atividade em maior número dentre os empreendimentos da cidade. REFERÊNCIAS BELLO, J. L. P. Metodologia Científica: Manual para Elaboração de Textos Acadêmicos, Monografias, Dissertações e Teses. Universidade Veiga de Almeida – UVA. Rio de Janeiro – 2005. Disponível em: <http://www.batlab.ufms.br/~wagner/apostilas/metodologia/metcomp.pdf>. Acesso em: 27 Set. 2012. BRITTO, F.; WEVER, L. Empreendedores brasileiros: vivendo e aprendendo com grandes nomes. Rio de Janeiro: Campus, 2003. CASTOR, B. V. J. ZUGMAN, F. Dicionário de termos de Estratégia Empresarial, Editora Atlas, p. 89-91, 2009. CRUZ, L. M. M. S. Responsabilidade social: Visão e intermediação da mídia na redefinição do público e do privado. Rio de Janeiro, 2006. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.
  • 13. ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. GERBER, M. O mito do empreendedor: como fazer de seu empreendimento um negócio bem sucedido. São Paulo: Saraiva, 1996. GERBER, M. Empreender fazendo a diferença. São Paulo: Fundamento Educacional, 2004. GIBSON, J. L. et al. Organizações: comportamento, estrutura, processos. São Paulo: Atlas, 1981. HASHIMOTO, M. Espírito empreendedor nas organizações. Saraiva, 2005. LAKATOS, E. MARIA; MARCONI, ANDRADE, M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5º ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2003. LEITE, E. O fenômeno do empreendedorismo: criando riquezas. Recife: Bagaço, 2000. MONTEIRO, A.; TEREZA, G. Manual de trabalho de curso-TC. Versão Atualizada- agosto/2006. Curso de Administração, Manaus. RAY, D. M. Understanding the entrepreneur: entrepreneurial attributes, experience and skills. Entrepreneurship & Regional development. n. 5, v. 4, p. 345-357, 1993. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisas em administração: Guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2° ed. São Paulo: Atlas, 1999. SÁ, A. J. A produção do espaço e os circuitos de fluxos da indústria têxtil de São Bento- PB. Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA. v. 22, n. 2, 2005. SILVEIRA, A. C. GONÇALVES, G. BONELI, J. J. CASTRO, N. E. BARBOSA, P. A. JANNOTTI, S. D. Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender. Disponível em: http://www.novomilenio.br/foco/2/artigo/artigo_daniele.pdf. Acesso em: 08 Maio 2012. TOLEDO, J. C. Gestão da mudança da qualidade de produto. Gestão & Produção, v. 1, n. 2, p. 104-124, ago. 1994. VECILOSKI, A. Avaliação da qualidade dos produtos do estaleiro Fibrafort. Itajaí, SC, 2005.