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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MICHELY BRANCO
ECONOMIA CRIATIVA
Balneário Camboriú
2015
MICHELY BRANCO
ECONOMIA CRIATIVA
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado como requisito para
aprovação no curso de MBA em
Marketing, Comunicação e Eventos, da
Estácio de Sá sob orientação da Profa.
Ms. Leliane Aparecida Castro Rocha
Balneário Camboriú
2015
MBA EM MARKETING, COMUNICAÇÃO E EVENTOS
Michely Branco
Economia Criativa
Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como
requisito para a obtenção do grau em MBA em Marketing, Comunicação e Eventos.
Aprovado em, 4 de outubro de 2015.
Examinadores
_____________________________________________________
Profa. Ms. Leliane Aparecida Castro Rocha
_____________________________________________________
Prof. Ms. Raul Fonseca Silva
NOTA FINAL ____________
Agradeço a Deus por todas as inspirações e
bênçãos. Agradeço também a todos aqueles que
contribuíram para que o trabalho se efetivasse,
agradeço os ensinamentos da minha professora
orientadora, que não só me ajudou como foi de
profunda relevância para o resultado. Aos meus
familiares que tiveram compreensão em minhas
ausências para que eu me dedicasse à pesquisa, e
principalmente a minha grande amiga e inspiradora
Georgia Cagneti por todo o tempo e paciência
durante a execução deste.
RESUMO
Esta pesquisa ilustra o crescimento da economia criativa como gerador do
crescimento econômico e requer um novo entendimento de inovação, risco, trabalho
criativo e empreendimentos culturais para ajudar e melhorar a expectativa de um
publico especifico. A globalização e as tendências mundiais têm transformado
pequenos negócios locais e trazendo inovação à um nível diferente usando a
criatividade como primeiro passo da matéria-prima. Pesquisas recentes sobre a
evolução social e econômica do problema/solução encontraram uma abordagem
moderna de mostrar ao mundo uma vantagem competitiva através de novos
conceitos aprimorando a visão de mercado e transformando o meio em atividades
multidisciplinares. Essa pesquisa enfatiza o caso do Cucina D’Império e como a
mudança de paradigmas ajudou não apenas na crise financeira, mas também
criando novas parcerias no mercado industrial.
Palavras-chave: Economia Criativa. Vantagem Competitiva. Multidisciplinaridade.
ABSTRACT
This paper illustrates the increase of creative economy as generator of economic
growth and it requires a new understanding of innovation, risk, creative work and
cultural entrepreneurship to assist and improve the expectation of a specific public or
audience. Globalization and world trends have been changing small local business
and bringing to it the innovation of a different style using creativity as basic step to
feedstock. Recent researches about social and economic evolution of
problem/solution found a modern approach of showing the world a competitive
advantage through new concepts increasing the market view and changing the
environment into multidisciplinary activities. This paper highlights the case of Cucina
D’Imperio and how a change of paradigm helped them not only to go through
financial crises but also creating new partnership in the industries market.
Keywords: Competitive Advantage. Creative Economy. Multidisciplinary Approach.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................8
1 AS INOVAÇÕES DO SETOR TERCIÁRIO .........................................................9
2 EVENTOS CULTURAIS ....................................................................................13
3 CASE CUCINA D’IMPÉRIO...............................................................................16
3.1 Definições de metas .......................................................................................................................... 17
3.2 Cuidado com os detalhes ................................................................................................................ 17
3.3 Equipe capacitada.............................................................................................................................. 18
3.4 Organização e planejamento........................................................................................................... 19
3.5 Divulgação apropriada e comunicação eficiente....................................................................... 19
3.6 Patrocínio ............................................................................................................................................. 20
3.7 Viabilidade financeira........................................................................................................................ 20
3.8 Contratação de profissionais terceirizados ................................................................................ 20
3.9 Pesquisa ampla a respeito do tema do evento cultural ........................................................... 21
3.10 Supervisão em todas as fases da produção............................................................................... 21
METODOLOGIA .......................................................................................................23
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................25
7
“Pessoas prejudicadas são perigosas. Eles sabem que podem sobreviver”
(Josephine Hart)
8
Introdução
A idéia para o presente trabalho é falar sobre a capacidade que a temática da
economia criativa tem de transformar o meio, pela forma em que ocupa o espaço
junto à economia tradicional.
O estudo inicia com uma contextualização histórica e as explicações das
razões do surgimento de interesse apontando a importância de novas estratégias
num mundo que começa a se preocupar com a questão da sustentabilidade, da
globalização e das transformações radicais pelas quais vem passando a economia
mundial desde o inicio dos anos 80.
A aceleração do tempo e a integração do espaço revolucionam as atividades
produtivas passando a depender cada vez mais não apenas da capacidade de
produzir bens e serviços, mas em condições de competir na criatividade e na
inovação como ferramentas de obtenção de vantagem competitiva.
Agregação de valores passou a ser caracterizada pela capacidade que o ser
humano tem de olhar a mesma coisa que todos, mas ver algo diferente, que é de
valor fundamental não apenas da maneira de enxergar o mundo, mas principalmente
da autotransformação, fator sine qua non do processo.
Quando trabalhamos com criatividade e cultura, atuamos simultaneamente
em quatro dimensões: econômica, social, simbólica e ambiental promovendo
desenvolvimento sustentável e humano dentro de seu caráter multidisciplinar
considerada como a galinha dos ovos de ouro com o poder de mudar, dividir, repartir
e incluir, trazendo benefícios para todos e de uma forma igualitária. Sendo assim, o
desafio não é somente encorajar as indústrias criativas, mas encorajá-las a se
tornarem criativas.
9
1 AS INOVAÇÕES do setor terciário
A economia de um país pode ser dividida em setores: primário, secundário e
terciário, sendo, segundo Neumann (2013):
Primário: relacionado à produção através da exploração de recursos da
natureza fornecendo a matéria-prima para a indústria de transformação e como
exemplos de atividades temos: agricultura, mineração, pesca pecuária, extrativismo
vegetal e caça.
Secundário: É o setor da economia que transforma as matérias-primas
(produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas,
automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc.) e com os
conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos gera lucro na comercialização.
Terciário: está relacionado aos serviços em que pessoas ou empresas
prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades
econômicas deste setor, podemos citar: comércio, saúde, telecomunicações,
serviços de, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação,
turismo, serviços bancários e administrativos, transportes, etc. NEUMANN, 2013,
Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o setor
da economia que mais se desenvolveu no mundo mostrando o grau de
desenvolvimento econômico de um país ou região, voltado para a criatividade,
inovação, levando em conta sua contribuição como ferramenta e possibilidades para
o desenvolvimento de várias áreas da dinâmica cultural, social, econômica. A cultura
é dinâmica e se recicla constantemente adaptando-se a novos elementos sendo
assim, reconhecer as potencialidades culturais do local favorece o processo de
mudança, reforça a identidade local e consequentemente reflete na vida das
pessoas, pois cultura é sinônimo de significado, onde um grupo social vivencia
experiências, tornando-a mais possível e contribuindo com a existência e
desenvolvimento da humanidade.
Segundo Darcy Ribeiro (2009), cultura não pode ser entendido apenas pela
produção de bens de consumo, mas também pela produção própria do homem,
como necessidade existencial.
10
A economia criativa, baseada no conhecimento com vínculos a nível micro e
macro de uma realidade, permite a identificação de problemas e necessidades do
qual se deseja atuar, cabe então o planejamento das etapas que permitirão que a
intervenção seja eficaz, no sentido de modificar o quadro atual com atualizações
permanentes e não de pressão incorporando conteúdo criativo, valor econômico,
cultura, fatos ou ações isoladas.
Em 1964 ocorre um momento de agitação cultural: cinema, teatro, literatura,
música popular brasileira, período marcado pela repressão, e pela criatividade
manifestada pela classe artística. Em 1966 e 1967 é criado o Instituto Nacional do
Cinema e surge a Escola Superior de Guerra, daí a Doutrina de Segurança Nacional,
servindo-se da cultura para difundir suas ideias entre os setores da elite e da classe
média urbana.
Em 1970 o Brasil ganha impulso e é influenciado pela industria cultural e
ocorre uma intervenção e um planejamento do estado referindo-se como uma
"segunda revolução industrial", com novas práticas de consumo, novos
equipamentos, revolução tecnológica e cultural no setor de entretenimento.
A década de 80 foi um marco para a política cultual do país. Foi criada em
1986 a Lei Sarney (Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986), a primeira Lei brasileira de
incentivos fiscais para financiar a cultura. Também a inauguração do Ministério e
órgãos de apoio à Produção Cultural. Fundação Nacional de Artes e Ciências; a
Fundação do Cinema Brasileiro; Fundação Nacional Pró-Leitura juntando a
Biblioteca Nacional e o Instituto Nacional do Livro.
Em 1991, a criação da Lei Rouanet (Lei no 7.505, de 2 de julho de 1986 e
ratificado pela Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991), recriada depois de duas
reformas e apresentada pelo Ministério da Cultura em material informativo sobre o
Projeto Lei que cria o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura com
fundo de recursos próprios com critérios e objetivos legais e novos mecanismos de
apoio a projetos culturais e desde então não tem parado de crescer.
Na última década houve o reconhecimento do terceiro setor como
fundamental para o desenvolvimento. Visto desta forma surgem políticas públicas
com projetos e experiências que auxiliam na inclusão social e econômica. No Brasil,
é pouco praticado o debate e participação comunitária em âmbito de tomada de
decisões locais. Processo lento, pois o Estado ainda mantém ações paternalistas
muito claras, com objetivo de controle das organizações.
11
Em agosto de 2000, o editor-chefe da conceituada revista Business Week,
Stephen B. Shepard, escreveu:
Assim como a moeda de troca das empresas do Século XX eram os
seus produtos físicos, a moeda das corporações do Século XXI serão
as ideias. A Economia Industrial está rapidamente dando lugar à
Economia da Criatividade. Vantagens competitivas desfrutadas por
grandes empresas no passado são agora totalmente Planejamento e
Organização de Eventos Turísticos e Culturais disponíveis para
novas empresas em formação, graças à enorme disponibilidade de
capital e ao poder da Internet. Com a globalização ainda num estágio
recente, a Internet promete afetar as corporações muito mais nos
próximos 20 anos do que foi possível fazê-lo nos últimos 5 anos. Nós
não esperamos nada menos do que uma transformação radical
dessas organizações num cenário em que a economia global
privilegiará a criatividade, a inovação e a velocidade. (SHEPARD,
2000, fonte http://www.economiacriativa.com/ec/pt/ec/index.asp)
Atualmente, passamos por mais uma crise financeira, reflexo da economia
global e, como qualquer crise, acaba por atingir aspectos políticos, social, cultural e
também outros setores com maior ou menor proporção, gerando expectativas e
insegurança. Procurando superar crises e avançar, desafios constantes requerem
cuidados, mas que também podem gerar oportunidades. Como diz a escritora
irlandesa, Josephine Hart (1 Março de 1942 – 2 Junho de 2011): “Pessoas
prejudicadas são perigosas. Eles sabem que podem sobreviver”.
De acordo com José Matias Pereira,
As transformações em curso no mundo contemporâneo, que
provocam incertezas no ambiente, também estão gerando novas
oportunidades e impulsionando avanços tanto no setor privado como
no público. Podemos argumentar, frente a essa tendência, que os
esforços para viabilizar a inclusão, redução da desigualdade,
manutenção do crescimento econômico sustentável e a melhoria das
condições socioambientais são os principais desafios com que
grande parte dos governantes, especialmente na América Latina, se
defronta nesta segunda década do século XXI. (PEREIRA, 2010, p.
27).
O mundo, juntamente com setor cultural, vem passando por várias crises e
para vencê-las devemos ficar atentos transformando-as em oportunidades, criando
parceria, superando desafios, buscando alternativas e soluções inovadoras, mas
infelizmente ainda há resistência por parte de alguns profissionais a respeito da
economia criativa e alguns fatores que contribuem para que isso ocorra são novos
12
conceitos, a falta de visão e de informação por parte dos profissionais de ambas as
áreas.
O mercado atual visa um marketing criativo, despojado e sedento por uma
inovação que requer novos pensamentos e ideias, novas ideologias e um mix de
serviços para a sobrevivência no mundo atual. A ideia de uma economia apoiando
as pequenas empresas, o incentivo de comprar em mercadinhos e produtores locais,
lojinhas de bairro evitando as grandes cadeias e marcas; as roupas e consertos em
costureiras e sapateiros, a reparação de móveis antigos, os produtos caseiros e
artesanais aos produtos industrializados, a cultura local e regional e principalmente o
“Fabricado no Brasil”.
Através da globalização e da internet a facilidade de integração com outras
culturas gera um incentivo criativo, porém é necessário que paradigmas sejam
quebrados para que essa “moda” seja desenvolvida. Digo “moda”, pois infelizmente
o povo brasileiro é muito mais preocupado em “estar na moda” do que qualquer
outra nacionalidade. Um país que preza mais pelo “ter” do que pelo “ser”, diferente
de outras culturas, principalmente europeia.
Diante desse estudo, a seguir apresenta-se uma novidade no Sul do Brasil,
recriado de ideias internacionais o conceito da economia criativa para uma classe de
alto poder aquisitivo que é interessado por arte, gastronomia, fotografia, moda e
novidades culturais.
13
2 EVENTOS CULTURAIS
O avanço das informações facilitou a comunicação e o comércio por completo
no mundo todo, fazendo com que as sociedades participem de fenômenos globais e
com isso a unificação da globalização e suas novas formas de expansão dos meios
de comunicação diminuindo as distâncias entre as pessoas e assim aumentando
conhecimento e cultura.
Com o desenvolvimento das estruturas de comunicação, juntamente a
evolução da sociedade global contemporânea, foram atribuídas ao sistema,
características comerciais que transformaram os fins informativos em fins lucrativos,
fruto de uma ideologia capitalista.
Os eventos são tão variados tanto quanto à criatividade de quem os provoca
quanto à dinâmica da própria sociedade e surgem através da proposta de realizar
investimentos ajustados às suas finalidades, refletindo valores e necessidades de
uma determinada época ou situação.
De fato, o evento é uma reunião de pessoas que apresentam algum ideal
relacionado à temática que ele cogita. Classificando os eventos, temos as reuniões
dialogais, que consistem em busca de informação e aplicação do conhecimento
(palestras, seminários, congressos...) e as reuniões coloquiais, que buscam a
dimensão do entretenimento e do lazer (MEIRELLES, 1999).
Segundo Ansarah (2004), todo evento é o resultado de um ato criativo. Essa
criatividade, esse ato, deve espelhar a vontade de fazer, como fazer e por que fazer,
isto é, criar. Por isso, estão na criatividade e na ação criadora das pessoas o início e
o fim dos eventos. Essa criatividade não pode ser um limitador da ação, mas sim um
facilitador da geração e concretização do evento.
Sendo o evento a soma de ações previamente planejadas com objetivos de
alcançar resultados definidos junto ao público-alvo, sua realização proporcionará
resultantes de ordens social e cultural difundindo manifestações, estimulando a
criatividade e expressões populares artísticas e culturais às quais se dimensionarão
de acordo com a própria dinâmica do evento.
Para podermos fazer tal definição antes é necessário definir o que é evento e
o que é cultura. Os eventos podem ser classificados como naturais, ou seja, aqueles
14
provenientes da natureza (maremoto, enxurrada, terremoto etc.) ou culturais, ou
seja, produzidos pelo homem.
Uma das definições de eventos é: Acontecimentos programados visando a
divulgação, a comercialização e o desenvolvimento de atividades científicas,
culturais, desportivas, assistências, etc. Servem como instrumento de incentivo ao
turismo (BENI, 1998).
Para que os eventos ocorram da maneira programada, os organizadores
devem ter em mente um determinado objetivo para que ocorra o planejamento, a
organização e a reunião do maior grupo de pessoas para que o acontecimento
(dentro de um espaço físico e temporal) seja um sucesso.
Já a definição de cultura é relacionada a um conhecimento intelectual, a uma
informação dentro de um espaço cultural com atividades de práticas sociais
hedônicas onde a arte é posta como cultura erudita (elite escolarizada) e cultura
tradicional (costumes do povo). O prazer e o conhecimento é o fim último da
existência humana e os serem humanos têm por natureza a sua obtenção, pois é um
elemento natural a todo individuo e obtido através de diversas práticas sociais seja
eventos culturais ou mercadológicos; sendo assim, a produção cultural existe para
reparar o abismo criado na sociedade pela indústria cultural.
Assim, temos que toda atividade cultural produz discursos que o homem cria
para satisfazer as suas necessidades naturais (alimentar-se, dormir, cuidar da
higiene, obter lazer e conhecimento etc.), ou seja, os meios do qual o homem se
utilizará para atingir tais necessidades e o seu papel é se destinar ao coletivo.
As famílias contemporâneas, que são caracterizadas pela inversão dos
papéis do homem e da mulher na estrutura familiar passando a ser a mulher a chefe
de família ou ate mesmo a família monoparental, constituída por mãe solteira ou
divorciada são parte desde publico, onde são pessoas que gostam de viajar, vestir-
se bem, ter uma alimentação mais saudável e participar de eventos, porém, eventos
tais que não exija esperar em fila ou com muita disparidade de valores e economia,
sem contar com o conforto da “não espera”.
Segundo o relatório da UNCTAD1:
1
UNCTAD = sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento.
A UNCTAD é o órgão do sistema das Nações Unidas que busca discutir e promover o
desenvolvimento econômico por meio do incremento ao comércio mundial. Trata-se de um foro
intergovernamental estabelecido em 1964 com o objetivo de dar auxílio técnico aos países em
desenvolvimento para integrarem-se ao sistema de comércio internacional.
15
Para Howkins, existem dois tipos de criatividade: aquela que se
relaciona a pessoas como indivíduos e a que gera um produto. O
primeiro tipo é uma característica universal da humanidade e é
encontrado em todas as sociedades e culturas. O segundo é mais
forte nas sociedades industriais, o que colocou um valor mais alto na
inovação, na ciência, na tecnologia, e sobre os direitos de
propriedade intelectual. (UNCTAD, 2010, p. 9)
Ao contrário dessa versão onde o tal dito popular diz, nada se cria, tudo se
copia, serve como exemplo, os Food Trucks, através de uma repaginada em cima
dos carrinhos de lanche já existentes há muito tempo, são, porém, um outro nicho de
mercado com grandes espera nas filas do pedido, pagando entrada, sem conforto,
banheiro químico e com crianças sem entenderem que existem certas coisas que
não se pode fazer ou então têm que esperar.
O consumo é uma tentativa de aliviar a tensão causada pelo reconhecimento
de que algo indispensável está em falta. Essa teoria parece definir o consumidor
como um ser racional, consciente da utilidade de produtos e serviços, que avalia e
reúne informações durante os momentos de compra e deixa uma lacuna na
capacidade explicatória dos modelos de comportamento do consumidor
(VENKATRAMAN, MACINNIS, 1985).
A satisfação obtida pelo preenchimento das necessidades não parece ser o
objetivo único do consumo, devendo-se adicionar a tais objetivos a procura pelo
prazer, o consumo hedônico (CAMPBELL, 2005).
E assim, todo indivíduo obtém o prazer e o conhecimento através de
atividades e diversas práticas sociais, pragmáticas ou hedônicas, que são atividades
culturais em busca de um fim natural no ser humano,
16
3 CASE CUCINA D’IMPÉRIO
O Cucina d’Império, restaurante italiano, na região de Balneário Camboriú e
Itajaí localizado na charmosa e badalada Praia Brava inaugurou no final de 2012, e
vem fazendo um trabalho muito criativo e especial. Num espaço privilegiado, com
ambientes externos, cobertos e um grande lounge ao ar livre em um ambiente único
de frente para o mar.
Esse espaço de cultura da gastronomia acomoda cerca de 90 pessoas em
dias de atividade normal, porém o local em si comporta até 350 pessoas sentadas.
Ocupando uma área de mais de 300 metros quadrados de jardim não cobertos, a
casa possui espaço para ser explorado por outras atividades culturais. Eventos que
com a criatividade dão liberdade para que o alto valor do aluguel seja compensado
por essas.
Comandado pelo Chef italiano Domenico d'Império, o cardápio da Casa é
inspirado no que a terra tem de melhor, usando alimentos frescos, sempre
respeitando o seu preparo, aromas, cores e sabores. O menu de sucesso têm como
ponto forte a culinária mediterrânea, com carnes e frutos do mar.
A administradora do Cucina D’Império, Georgia Cagneti, esposa do Chef
Patron Domenico D’Império, após a vivência de 12 anos fora do Brasil e viagens por
17 países, teve a inspiração de agregar a “sobrevivência” do inverno, com a
gastronomia do seu empreendimento e a revolução da economia criativa junto aos
princípios das feiras de rua na Europa.
Passada a primeira temporada de verão e comentários desanimadores dos
empresários locais, Georgia resolveu que não poderia passar o inverno assistindo à
crise e resolveu dar pernas à suas ideias, e assim, o restaurante Cucina d'Império
instalou ainda no verão, tendas e sofás no gramado e programou momentos de
contação de história entre outras atrações para as crianças. Na Páscoa, recebeu os
clientes com pinturas, "caça aos ovos", e outras atividades lúdicas com brincadeiras
infantis no tema do feriado.
Em agosto, também deu inicio ao chamado Agosto Cultural na Brava,
evento produzido e realizado para tirar as pessoas de casa num mês frio e chuvoso,
quando acontece uma drástica queda no faturamento nas atividades comerciais da
região litorânea.
17
O evento consiste em 10 dias de festival, onde o restaurante se torna uma
galeria de arte e atrações culturais que têm o intuito de promover artistas locais
através de exposições e apresentações de livre acesso como fotografia, escultura,
pinturas e outras formas de expressão artística envolvendo teatro, dança, música
cinema, literatura, cultura do vinho e gastronomia.
Como já dito, todas as atrações são gratuitas, porém é possível reservar
mesa e participar de degustações guiadas e jantares harmonizados durante os
espetáculos; outra opção oferecida também são as oficinas para adultos e crianças.
Contudo, ainda não satisfeita com essas realizações de 2 anos de casa
inaugurada, a idealizadora, no sábado dia 28 de março de 2015, trouxe a
globalizada ideia intercultural à tona e realizou no próprio local o primeiro encontro
Mercato Mix.
Georgia foi a responsável pelo gerenciamento dos serviços necessários para
que o evento acontecesse, desde a fase de pré-produção até a finalização de cada
evento, e até hoje já foram quatro edições que vêm crescendo cada vez mais, a
cada mês e meio, com o público e os expositores agora mais confiantes e animados
esperando para desfrutar de boa gastronomia, moda, arte e música da região.
Todo o planejamento e execução estão aqui descritos:
3.1 Definições de metas
O primeiro evento foi planejado com base no espaço físico disponível durante
o inverno com o objetivo de movimentar o restaurante no período de baixa
temporada. O público-alvo estabelecido são famílias contemporâneas com crianças
e clientela frequentadora do restaurante com alto poder aquisitivo. Com base nessas
características de público foram escolhidos os expositores.
A organização esperava uma fluência de 300 pessoas. Fato está que mesmo
com a interferência do mau tempo, esta expectativa não só foi alcançada, bem como
superada em mais de 100%.
3.2 Cuidado com os detalhes
Na primeira edição do evento, certos detalhes não foram muito bem
calculados, mas a disposição e vontade dos idealizadores era muito maior que os
obstáculos.
18
Detalhe muito importante é a dificuldade de mão de obra especializada. Os
“peixeiros” como são chamados, não querem trabalhar e preferem levar a vida numa
boa fazendo bicos para sobreviverem.
No primeiro evento toda a divulgação foi feita através de mídias sociais,
nenhum material impresso foi produzido além de não ter conseguido espaço nos
jornais, TV e rádios locais. Todo o dinheiro arrecadado dos expositores foi para
pagamento das atrações e a participação de Chefs convidados.
3.3 Equipe capacitada
Com a intenção de levantar a economia do local, os idealizadores não
contaram com funcionários especializados terceirizados. Cada espaço locado foi
montado e desenvolvido por seu próprio expositor, obviamente supervisionados para
que tudo acontecesse dentro do mesmo padrão, motivo pelo qual esses expositores
foram escolhidos “à dedo” devido ao público alvo.
A primeira edição do evento foi simples e contou com a ajuda de uma amiga
que faz eventos com moda participando de feiras para dar ideias e dicas. A atração
do Mercato Mix foi o Mercadinho do Desapego como ponto chave. As peças de
marca foram selecionadas e o lucro foi em parte devolvido às donas das peças e em
parte o lucro foi doado a instituições de caridade.
A participação colaborativa financeira de cada expositor foi de cento e vinte
reais. Infelizmente houve uma mudança não prevista do tempo, porém graças à
comunicação com os bares vizinhos, tendas e lonas foram emprestadas para serem
criadas as estruturas e duas cervejarias forneceram as bebidas.
A partir do segundo evento, com mais experiência, o valor foi diferenciado, e
incluso era cedido o espaço, uma tenda pequena, fornecida, estruturada e montada
pela Secretaria de Turismo de Itajaí, pois era inviável ficar a dependendo da
previsão do tempo, afinal quando se trata de praia e vento, tudo pode mudar em
questão de minutos, também devido a este motivo, foi decidido que todo o local seria
coberto com tendas maiores, aumentou a participação financeira dos expositores
para R$ 200,00 e de R$400,00 para os expositores de comida por causa do espaço
e ligação da energia; e toda a parte publicitária, panfletos e divulgação, desenvolvido
todo um layout gráfico em forma de flyer.
19
3.4 Organização e planejamento
A ideia inicial foi fazer uma feirinha gourmet, porém conversando com os
expositores notou-se a necessidade de ampliar a ideia para moda, barbearia,
tatuagem, fotografia, artistas plásticos e também empresas que não vão para
vender, mas sim para apresentar seu produto, como por exemplo, o Método Supera
de Educação e Ginástica para o cérebro, para mostrar ao mundo novas ideias e
interações aliando o aprendizado ao prazer, anteriormente citados no capítulo
Eventos Culturais.
Mesmo indo contra a visão e contrariando a ideia do marido em fazer esse
tipo de evento, pelo fato de ter muito dispêndio de energia e retorno, Georgia insistiu
no Agosto Cultural por duas edições e a partir da segunda edição veio a ideia do
Mercato Mix sendo aprovado pelo Chef Domenico e gerando assim a abertura de
ideias favoráveis através da mídia espontânea, novos clientes e propaganda em
blogs na internet.
3.5 Divulgação apropriada e comunicação eficiente
O fato de o restaurante ser um sucesso, e muito bem recomendado ajudou na
comunicação e comprometimento com os expositores convidados. A própria
idealizadora foi atrás de todos os detalhes, fez a arte gráfica, impressão e colocação
de flyers nos locais que sua clientela também participa, como academias,
confeitarias, restaurantes e bares, pois sua capacidade de comunicação e simpatia é
essencial para o desenvolvimento do evento. Além disso, ainda presta assessoria na
parte comercial da feirinha Multimarcas, pois almeja que a proposta do seu negócio
atinja sua clientela.
Com público fidelizado, os frequentadores chegam ao restaurante
perguntando o que o Chef preparou para o dia, além do seu cardápio especializado.
Sobre o fornecedor de bebidas, o consumo foi redobrado e o faturamento
aumentado. Interessantemente, devido ao bairrismo, os moradores de Itajaí são
consumidores em potencial da região de Balneário Camboriú, porém o contrário não
ocorre por acharem que os “peixeiros” não tem estrutura o suficiente. Assim, o
público de Balneário Camboriú é frequentador ativo da Praia Brava, por estar
crescendo como um ponto badalado da música eletrônica com visitantes de todo o
20
país e achando que faz parte da exuberante Miami brasileira, e, por fim, os
moradores de Itajaí que sabem que a Brava pertence ao seu município.
Assim, tanto a divulgação como o público do local são atingidos pelos
frequentadores, principalmente, da região Norte e Vale do Itajaí.
3.6 Patrocínio
Segundo pesquisas do IBGE, os dados levantados em 2012, revelam que o
Produto Interno Bruto (PIB) fazem de Itajai a cidade econômica mais forte do estado
de Santa Catarina, e a 29º no país.
Uma cidade limpa e arrumada com revitalização e investimento no turismo
náutico e na construção da maior marina do Brasil com padrão internacional e por
isso a viabilidade e disponibilidade de apoio da secretaria do turismo, ajudando na
divulgação ou mesmo da Fundação Cultural na parte de shows.
O patrocinio é usado para o pagamento das contas do aluguel e
aprimoramento externo do local, pois com o valor pago dos expositores não é o
suficiente para o custo de toda a estrutura e investimento em toda produção e
divulgação do evento, pagamento dos músicos, limpeza e atração para as crianças.
O Cucina d’Império obtem seus lucros nas bebidas vendidas e ainda no carro-chefe
que é o restaurante e seu movimento interno.
3.7 Viabilidade financeira
Levantamento dos gastos e um cálculo aproximado do espaço (o qual fora
disponibilizado) dividido pelo número de expositores para que a própria inscrição
cobrisse os custos da estrutura e divulgação.
Além disso, também teve a ajuda de alguns patrocínios que cobriram o custo
de produção. Para o pagamento do aluguel foi utilizado o retorno financeiro das
bebidas vendidas durante o evento. A limpeza do local foi feita pelos próprios
funcionários do restaurante.
3.8 Contratação de profissionais terceirizados
Foi utilizada tanto a estrutura do local como os fornecedores habituais e
alvarás controlados bem como a falta de contratação extraordinária pela facilidade
de remanejamento de funcionários durante a baixa temporada. Na parte de aluguel
21
das estruturas metálicas e tendas a própria empresa contratada fez a instalação de
montagem e desmontagem. O serviço de segurança do restaurante foi mantido
normalmente pelo sistema de câmeras, alarmes e vigia atuando principalmente na
parte do estacionamento, evitando qualquer tipo de dano material e eventualmente
fazendo uma ronda durante o evento.
3.9 Pesquisa ampla a respeito do tema do evento cultural
A idealizadora do evento, Georgia, concentrou varios papéis, desde a
realização, administração, busca dos expositores, produção, e assim conseguiu
desenvolver tudo à sua própria maneira. O Chef foi o grande sucesso e atração
juntamente com o espaço cedido. Mais uma vez, menciona-se que o público-alvo é a
familia contemporânea, com crianças e animais dentro do universo do “Aqui Pode”.
Um público que não se agrada apenas do “estar na moda” mas que, além
disso, dá privilégio ao conforto juntamente com a idéia do fomento do pequeno
negócio e da economia criativa, onde tanto o expositor quanto o público têm lucro,
independentemente de ser financeiro ou emocional (sensação do prazer)
relacionado à economia que, não apenas é financeira mas também como em
questão de tempo e comodidade movimentando a economia local e saindo da crise.
Muitos querem o exclusivo, o diferencial, porém não podem pagar pelas
marcas e por isso caem no consumo popular das grandes indústrias, contudo, com a
idéia do “compre do pequeno” essas novas marcas fabricadas pelo artesão atingem
o mercado desejado, enfim, o diferente. O que o patrocinador almeja é o público
selecionado num ambiente de imagem estabelecida e reconhecida no mercado
tendo assim a facilidade de aceitação de investimento desse grupo investidor.
3.10 Supervisão em todas as fases da produção
A utilização de ferramentas tecnológicas, como por exemplo as planilhas de
Excel, são essenciais na montagem da produção e organização. Cada aba de
planilha recebe uma classificação, desde expositores, custos, observações e
necessidades especiais além de emails contendo várias fases de realização como o
ideias do pré-evento, um email de instruções de funcionamento durante e um pós
email de feedback para saber do retorno esperado e do desenvolvimento de toda
obra, incluindo sugestões, pontos fortes e pontos fracos, pois mesmo sendo um
22
evento pequeno os expositores agem como se o investimento fosse de milhões de
reais e esperam que a supervisão seja feita da melhor forma possível, até porque a
falta de iniciativa é uma grande debilidade em qualquer ramo de trabalho.
Quem paga age como se precisasse de uma babá, com uma mentalidade de
que se foi contratado para retirar o lixo esse não lembrará que deve recolher ou
varrer o local. Lembrar os expositores de preparar o troco, um caixa, a questão
higiênica, sobre a porcentagem descontada no cartão de crédito por uma questão
fiscal, organização de um espaço pequeno que seja bonito e chame a atenção
juntamente com o “bate-caixa” que é um chamariz de vendas (uma caixa com peças
de promoção com valores mais baixos, porém um atrativo para que os clientes se
interessem em buscar outras peças da loja).
Peças em ótimos estados, um espaço de cartonagem, venda de essências e
sabonetes perfumados, designer e costureiro, sushy, chopp, doces, uma
importadora de bicicletas elétricas (por ser ecologicamente correto), artesãos,
queijos coloniais, cosméticos, roupas de ioga são exemplos da diversidade do
Mercato Mix.
Uma grande dificuldade durante a realização é que cada expositor trabalha
com meios de comunicação diferentes (Facebook, Whatsapp, email, Instagram,
telefone, mensagens) e por esse motivo a organização é essencial.
O grande objetivo e a parte mais difícil de ser alcançada em todo novo
negócio é a possibilidade de criação e aumento do networking, uma ampliação da
rede social. Sendo assim, o Mercato Mix não é apenas a exposição no “grande dia”
mas sim a movimentação da economia e a divulgação dos produtores locais, afinal o
baixo valor investido é um atrativo para os expositores da região ao final fazendo
novos contatos e parcerias com terceiros, como por exemplo, uma fabricante de
acessórios masculinos que se uniu ao estúdio de tatuagem para exposição de seus
produtos;
Assim é feito um país de forte economia. A preservação do pequeno para que
haja giro financeiro dentro do próprio país, a geração de novos empregos,
criatividade, da indústria cultural e o objeto do prazer de unir a cultura, a arte, a
gastronomia, a moda, a música no mesmo dia e em um só lugar.
23
METODOLOGIA
Este estudo descritivo com uma pesquisa aplicada explicativa foi dirigida à
solução de problemas e interesses locais de um caso de sucesso que buscou o
apoio básico em pesquisas na Internet e livros na área de Eventos, além de um
estágio de 20 horas, de observação, questionário e entrevista com a organizadora e
idealizadora dos eventos, Georgia Cagneti obtendo exemplos práticos quanto a
situações vivenciadas na empresa e novos pensamentos para o desenvolvimento na
condução do trabalho.
Através da ação, os participantes da situação ou do problema estão
envolvidos de modo cooperativo e participativo em função de um resultado
esperado, gerando a Pesquisa-Ação, e de certa forma a Pesquisa Exploratória com
as experiências práticas do problema em questão.
Fato relevante deste tema é entender e descobrir o que levou a indústria a
uma nova era de pensamentos e de onde surgiu o conceito para a
multidisciplinaridade.
24
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como proposta fazer uma aproximação entre a
economia e a criatividade; entre a necessidade e a oportunidade em meio a uma
crise onde o desenvolvimento de novos negócios é essencial para a sobrevivência
do mercado.
A economia criativa trata de algo novo e em evolução onde cada região
adapta seu conceito fazendo escolhas e traçando estratégias de acordo com sua
realidade se beneficiando da criatividade que é sinônimo de dinheiro através da
fusão de informações, inovações e novas tecnologias capazes de transformar o meio
para atender suas necessidades.
Nos últimos anos, o tema economia criativa surge no campo cultura, porém
muitos se beneficiam deste setor que avança rapidamente, conquistando espaço e
instigando as pesquisas, a concepção de desenvolvimento, sustentabilidade e a
reflexão do seu papel na contemporaneidade.
Portanto, a conclusão deste trabalho é a de que a união de setores ajuda a
gerar trabalhos e desenvolvimento de pequenas e micro empresas e é através dessa
fusão que surge o giro de capital, de novas ideias que nascem dos problemas e de
pessoas prejudicadas, que nascem do instinto de sobrevivência e lutam com toda
sua força e suor para que a comercialização de seus produtos seja um sucesso,
vivenciando experiências, enfrentando desafios e buscando alternativas.
Como já descrito anteriormente, para ter bons resultados é preciso agregar
essa nova visão junto a outros setores, sem que a mesma não perca seu foco, sua
essência, tornando-a eficaz como agente de transformação para que essas ideias
possam desencadear ações futuras em busca de alternativas transformadoras de
problemas em oportunidades, e os desafios em soluções.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis: org__. Turismo: como aprender, como
ensinar. 3. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004.
BRITTO, Janaína; FONTES, Nena. Estratégias para Eventos: Uma Ótica do
Marketing e do Turismo. São Paulo, SP: Aleph, 2002.
CAMPBELL, Colin. A Ética Romântica e o Espírito do Consumismo Moderno.
Rio de Janeiro: Rocco, 2005. 400p.
MACINNIS, Debbie. Finding Legs: Generativy and the Everyday Language of the
Consumer. Advances in Consumer Research – ACR Presidential Address. Vol
32, p.1-5, 2005.
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de gestão pública contemporânea. São Paulo,
Atlas, 2010.
MEIRELLES, Gilda Fleury. Tudo sobre Eventos. São Paulo: STS, 1999. Disponível
em HTTP://cidadecultura.blogspot.com.br/2013/03/praia-brava.html. Acesso em
10/08/2015.
http://ricmais.com.br/sc/economia/videos/tres-mil-empregos-esperam-por-mao-de-
obra-qualificada-em-brusque/. Acesso em 10/08/2015.
http://wp.clicrbs.com.br/guarda-sol/2014/12/11/itajai-ultrapassa-joinville-e-e-a-maior-
economia-de-santa-catarina/?topo=98,2,18,,,15. Acesso em 10/08/2015.
http://www2.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/01/pl-nova-rouanet.pdf.
Acesso em 10/08/2015.
http://www.bemparana.com.br/noticia/132130/camboriu-a-miami-brasileira. Acesso
em 10/08/2015.
26
http://www.produzindoeventos.com.br/dicas/producao-e-gestao-de-eventos-
culturais/. Acesso em 20/08/2015.
http://www.webartigos.com/artigos/o-evento-artistico-cultural-e-sua-contribuicao-
para-a-comunidade/65730/#ixzz3kgYoZfer. Acesso em 20/08/2015.
http://botecodovalente.blogspot.com.br/2011/08/o-que-sao-eventos-culturais.html.
Acesso em 20/08/2015.
http://www.chefsclub.com.br/restaurantes/balneario-camboriu-e-regiao/cucina-d-
imperio-654. Acesso em 20/08/2015.
http://brasil.indymedia.org/pt/red/2004/05/281518.shtml. Acesso em 04/09/2015.
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=531.
Acesso em 01/09/2015.
http://www.josesarney.org/o-politico/presidente/politicas-do-governo/lei-sarney-de-
incentivo-a-cultura/. Acesso em 01/09/2015.
http://www.set.org.br/artigos/ed130/ed130_transmidia3.asp. Acesso em 10/09/2015.
https://www.goodreads.com/user/new. Acesso em 10/09/2015.
http://www.portaleducacao.com.br/Artigo/Imprimir/45061. Acesso em 10/09/2015.

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  • 1. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MICHELY BRANCO ECONOMIA CRIATIVA Balneário Camboriú 2015
  • 2. MICHELY BRANCO ECONOMIA CRIATIVA Trabalho de Conclusão de curso apresentado como requisito para aprovação no curso de MBA em Marketing, Comunicação e Eventos, da Estácio de Sá sob orientação da Profa. Ms. Leliane Aparecida Castro Rocha Balneário Camboriú 2015
  • 3. MBA EM MARKETING, COMUNICAÇÃO E EVENTOS Michely Branco Economia Criativa Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como requisito para a obtenção do grau em MBA em Marketing, Comunicação e Eventos. Aprovado em, 4 de outubro de 2015. Examinadores _____________________________________________________ Profa. Ms. Leliane Aparecida Castro Rocha _____________________________________________________ Prof. Ms. Raul Fonseca Silva NOTA FINAL ____________
  • 4. Agradeço a Deus por todas as inspirações e bênçãos. Agradeço também a todos aqueles que contribuíram para que o trabalho se efetivasse, agradeço os ensinamentos da minha professora orientadora, que não só me ajudou como foi de profunda relevância para o resultado. Aos meus familiares que tiveram compreensão em minhas ausências para que eu me dedicasse à pesquisa, e principalmente a minha grande amiga e inspiradora Georgia Cagneti por todo o tempo e paciência durante a execução deste.
  • 5. RESUMO Esta pesquisa ilustra o crescimento da economia criativa como gerador do crescimento econômico e requer um novo entendimento de inovação, risco, trabalho criativo e empreendimentos culturais para ajudar e melhorar a expectativa de um publico especifico. A globalização e as tendências mundiais têm transformado pequenos negócios locais e trazendo inovação à um nível diferente usando a criatividade como primeiro passo da matéria-prima. Pesquisas recentes sobre a evolução social e econômica do problema/solução encontraram uma abordagem moderna de mostrar ao mundo uma vantagem competitiva através de novos conceitos aprimorando a visão de mercado e transformando o meio em atividades multidisciplinares. Essa pesquisa enfatiza o caso do Cucina D’Império e como a mudança de paradigmas ajudou não apenas na crise financeira, mas também criando novas parcerias no mercado industrial. Palavras-chave: Economia Criativa. Vantagem Competitiva. Multidisciplinaridade.
  • 6. ABSTRACT This paper illustrates the increase of creative economy as generator of economic growth and it requires a new understanding of innovation, risk, creative work and cultural entrepreneurship to assist and improve the expectation of a specific public or audience. Globalization and world trends have been changing small local business and bringing to it the innovation of a different style using creativity as basic step to feedstock. Recent researches about social and economic evolution of problem/solution found a modern approach of showing the world a competitive advantage through new concepts increasing the market view and changing the environment into multidisciplinary activities. This paper highlights the case of Cucina D’Imperio and how a change of paradigm helped them not only to go through financial crises but also creating new partnership in the industries market. Keywords: Competitive Advantage. Creative Economy. Multidisciplinary Approach.
  • 7. SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................8 1 AS INOVAÇÕES DO SETOR TERCIÁRIO .........................................................9 2 EVENTOS CULTURAIS ....................................................................................13 3 CASE CUCINA D’IMPÉRIO...............................................................................16 3.1 Definições de metas .......................................................................................................................... 17 3.2 Cuidado com os detalhes ................................................................................................................ 17 3.3 Equipe capacitada.............................................................................................................................. 18 3.4 Organização e planejamento........................................................................................................... 19 3.5 Divulgação apropriada e comunicação eficiente....................................................................... 19 3.6 Patrocínio ............................................................................................................................................. 20 3.7 Viabilidade financeira........................................................................................................................ 20 3.8 Contratação de profissionais terceirizados ................................................................................ 20 3.9 Pesquisa ampla a respeito do tema do evento cultural ........................................................... 21 3.10 Supervisão em todas as fases da produção............................................................................... 21 METODOLOGIA .......................................................................................................23 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................25
  • 8. 7 “Pessoas prejudicadas são perigosas. Eles sabem que podem sobreviver” (Josephine Hart)
  • 9. 8 Introdução A idéia para o presente trabalho é falar sobre a capacidade que a temática da economia criativa tem de transformar o meio, pela forma em que ocupa o espaço junto à economia tradicional. O estudo inicia com uma contextualização histórica e as explicações das razões do surgimento de interesse apontando a importância de novas estratégias num mundo que começa a se preocupar com a questão da sustentabilidade, da globalização e das transformações radicais pelas quais vem passando a economia mundial desde o inicio dos anos 80. A aceleração do tempo e a integração do espaço revolucionam as atividades produtivas passando a depender cada vez mais não apenas da capacidade de produzir bens e serviços, mas em condições de competir na criatividade e na inovação como ferramentas de obtenção de vantagem competitiva. Agregação de valores passou a ser caracterizada pela capacidade que o ser humano tem de olhar a mesma coisa que todos, mas ver algo diferente, que é de valor fundamental não apenas da maneira de enxergar o mundo, mas principalmente da autotransformação, fator sine qua non do processo. Quando trabalhamos com criatividade e cultura, atuamos simultaneamente em quatro dimensões: econômica, social, simbólica e ambiental promovendo desenvolvimento sustentável e humano dentro de seu caráter multidisciplinar considerada como a galinha dos ovos de ouro com o poder de mudar, dividir, repartir e incluir, trazendo benefícios para todos e de uma forma igualitária. Sendo assim, o desafio não é somente encorajar as indústrias criativas, mas encorajá-las a se tornarem criativas.
  • 10. 9 1 AS INOVAÇÕES do setor terciário A economia de um país pode ser dividida em setores: primário, secundário e terciário, sendo, segundo Neumann (2013): Primário: relacionado à produção através da exploração de recursos da natureza fornecendo a matéria-prima para a indústria de transformação e como exemplos de atividades temos: agricultura, mineração, pesca pecuária, extrativismo vegetal e caça. Secundário: É o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc.) e com os conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos gera lucro na comercialização. Terciário: está relacionado aos serviços em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econômicas deste setor, podemos citar: comércio, saúde, telecomunicações, serviços de, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários e administrativos, transportes, etc. NEUMANN, 2013, Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo mostrando o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região, voltado para a criatividade, inovação, levando em conta sua contribuição como ferramenta e possibilidades para o desenvolvimento de várias áreas da dinâmica cultural, social, econômica. A cultura é dinâmica e se recicla constantemente adaptando-se a novos elementos sendo assim, reconhecer as potencialidades culturais do local favorece o processo de mudança, reforça a identidade local e consequentemente reflete na vida das pessoas, pois cultura é sinônimo de significado, onde um grupo social vivencia experiências, tornando-a mais possível e contribuindo com a existência e desenvolvimento da humanidade. Segundo Darcy Ribeiro (2009), cultura não pode ser entendido apenas pela produção de bens de consumo, mas também pela produção própria do homem, como necessidade existencial.
  • 11. 10 A economia criativa, baseada no conhecimento com vínculos a nível micro e macro de uma realidade, permite a identificação de problemas e necessidades do qual se deseja atuar, cabe então o planejamento das etapas que permitirão que a intervenção seja eficaz, no sentido de modificar o quadro atual com atualizações permanentes e não de pressão incorporando conteúdo criativo, valor econômico, cultura, fatos ou ações isoladas. Em 1964 ocorre um momento de agitação cultural: cinema, teatro, literatura, música popular brasileira, período marcado pela repressão, e pela criatividade manifestada pela classe artística. Em 1966 e 1967 é criado o Instituto Nacional do Cinema e surge a Escola Superior de Guerra, daí a Doutrina de Segurança Nacional, servindo-se da cultura para difundir suas ideias entre os setores da elite e da classe média urbana. Em 1970 o Brasil ganha impulso e é influenciado pela industria cultural e ocorre uma intervenção e um planejamento do estado referindo-se como uma "segunda revolução industrial", com novas práticas de consumo, novos equipamentos, revolução tecnológica e cultural no setor de entretenimento. A década de 80 foi um marco para a política cultual do país. Foi criada em 1986 a Lei Sarney (Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986), a primeira Lei brasileira de incentivos fiscais para financiar a cultura. Também a inauguração do Ministério e órgãos de apoio à Produção Cultural. Fundação Nacional de Artes e Ciências; a Fundação do Cinema Brasileiro; Fundação Nacional Pró-Leitura juntando a Biblioteca Nacional e o Instituto Nacional do Livro. Em 1991, a criação da Lei Rouanet (Lei no 7.505, de 2 de julho de 1986 e ratificado pela Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991), recriada depois de duas reformas e apresentada pelo Ministério da Cultura em material informativo sobre o Projeto Lei que cria o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura com fundo de recursos próprios com critérios e objetivos legais e novos mecanismos de apoio a projetos culturais e desde então não tem parado de crescer. Na última década houve o reconhecimento do terceiro setor como fundamental para o desenvolvimento. Visto desta forma surgem políticas públicas com projetos e experiências que auxiliam na inclusão social e econômica. No Brasil, é pouco praticado o debate e participação comunitária em âmbito de tomada de decisões locais. Processo lento, pois o Estado ainda mantém ações paternalistas muito claras, com objetivo de controle das organizações.
  • 12. 11 Em agosto de 2000, o editor-chefe da conceituada revista Business Week, Stephen B. Shepard, escreveu: Assim como a moeda de troca das empresas do Século XX eram os seus produtos físicos, a moeda das corporações do Século XXI serão as ideias. A Economia Industrial está rapidamente dando lugar à Economia da Criatividade. Vantagens competitivas desfrutadas por grandes empresas no passado são agora totalmente Planejamento e Organização de Eventos Turísticos e Culturais disponíveis para novas empresas em formação, graças à enorme disponibilidade de capital e ao poder da Internet. Com a globalização ainda num estágio recente, a Internet promete afetar as corporações muito mais nos próximos 20 anos do que foi possível fazê-lo nos últimos 5 anos. Nós não esperamos nada menos do que uma transformação radical dessas organizações num cenário em que a economia global privilegiará a criatividade, a inovação e a velocidade. (SHEPARD, 2000, fonte http://www.economiacriativa.com/ec/pt/ec/index.asp) Atualmente, passamos por mais uma crise financeira, reflexo da economia global e, como qualquer crise, acaba por atingir aspectos políticos, social, cultural e também outros setores com maior ou menor proporção, gerando expectativas e insegurança. Procurando superar crises e avançar, desafios constantes requerem cuidados, mas que também podem gerar oportunidades. Como diz a escritora irlandesa, Josephine Hart (1 Março de 1942 – 2 Junho de 2011): “Pessoas prejudicadas são perigosas. Eles sabem que podem sobreviver”. De acordo com José Matias Pereira, As transformações em curso no mundo contemporâneo, que provocam incertezas no ambiente, também estão gerando novas oportunidades e impulsionando avanços tanto no setor privado como no público. Podemos argumentar, frente a essa tendência, que os esforços para viabilizar a inclusão, redução da desigualdade, manutenção do crescimento econômico sustentável e a melhoria das condições socioambientais são os principais desafios com que grande parte dos governantes, especialmente na América Latina, se defronta nesta segunda década do século XXI. (PEREIRA, 2010, p. 27). O mundo, juntamente com setor cultural, vem passando por várias crises e para vencê-las devemos ficar atentos transformando-as em oportunidades, criando parceria, superando desafios, buscando alternativas e soluções inovadoras, mas infelizmente ainda há resistência por parte de alguns profissionais a respeito da economia criativa e alguns fatores que contribuem para que isso ocorra são novos
  • 13. 12 conceitos, a falta de visão e de informação por parte dos profissionais de ambas as áreas. O mercado atual visa um marketing criativo, despojado e sedento por uma inovação que requer novos pensamentos e ideias, novas ideologias e um mix de serviços para a sobrevivência no mundo atual. A ideia de uma economia apoiando as pequenas empresas, o incentivo de comprar em mercadinhos e produtores locais, lojinhas de bairro evitando as grandes cadeias e marcas; as roupas e consertos em costureiras e sapateiros, a reparação de móveis antigos, os produtos caseiros e artesanais aos produtos industrializados, a cultura local e regional e principalmente o “Fabricado no Brasil”. Através da globalização e da internet a facilidade de integração com outras culturas gera um incentivo criativo, porém é necessário que paradigmas sejam quebrados para que essa “moda” seja desenvolvida. Digo “moda”, pois infelizmente o povo brasileiro é muito mais preocupado em “estar na moda” do que qualquer outra nacionalidade. Um país que preza mais pelo “ter” do que pelo “ser”, diferente de outras culturas, principalmente europeia. Diante desse estudo, a seguir apresenta-se uma novidade no Sul do Brasil, recriado de ideias internacionais o conceito da economia criativa para uma classe de alto poder aquisitivo que é interessado por arte, gastronomia, fotografia, moda e novidades culturais.
  • 14. 13 2 EVENTOS CULTURAIS O avanço das informações facilitou a comunicação e o comércio por completo no mundo todo, fazendo com que as sociedades participem de fenômenos globais e com isso a unificação da globalização e suas novas formas de expansão dos meios de comunicação diminuindo as distâncias entre as pessoas e assim aumentando conhecimento e cultura. Com o desenvolvimento das estruturas de comunicação, juntamente a evolução da sociedade global contemporânea, foram atribuídas ao sistema, características comerciais que transformaram os fins informativos em fins lucrativos, fruto de uma ideologia capitalista. Os eventos são tão variados tanto quanto à criatividade de quem os provoca quanto à dinâmica da própria sociedade e surgem através da proposta de realizar investimentos ajustados às suas finalidades, refletindo valores e necessidades de uma determinada época ou situação. De fato, o evento é uma reunião de pessoas que apresentam algum ideal relacionado à temática que ele cogita. Classificando os eventos, temos as reuniões dialogais, que consistem em busca de informação e aplicação do conhecimento (palestras, seminários, congressos...) e as reuniões coloquiais, que buscam a dimensão do entretenimento e do lazer (MEIRELLES, 1999). Segundo Ansarah (2004), todo evento é o resultado de um ato criativo. Essa criatividade, esse ato, deve espelhar a vontade de fazer, como fazer e por que fazer, isto é, criar. Por isso, estão na criatividade e na ação criadora das pessoas o início e o fim dos eventos. Essa criatividade não pode ser um limitador da ação, mas sim um facilitador da geração e concretização do evento. Sendo o evento a soma de ações previamente planejadas com objetivos de alcançar resultados definidos junto ao público-alvo, sua realização proporcionará resultantes de ordens social e cultural difundindo manifestações, estimulando a criatividade e expressões populares artísticas e culturais às quais se dimensionarão de acordo com a própria dinâmica do evento. Para podermos fazer tal definição antes é necessário definir o que é evento e o que é cultura. Os eventos podem ser classificados como naturais, ou seja, aqueles
  • 15. 14 provenientes da natureza (maremoto, enxurrada, terremoto etc.) ou culturais, ou seja, produzidos pelo homem. Uma das definições de eventos é: Acontecimentos programados visando a divulgação, a comercialização e o desenvolvimento de atividades científicas, culturais, desportivas, assistências, etc. Servem como instrumento de incentivo ao turismo (BENI, 1998). Para que os eventos ocorram da maneira programada, os organizadores devem ter em mente um determinado objetivo para que ocorra o planejamento, a organização e a reunião do maior grupo de pessoas para que o acontecimento (dentro de um espaço físico e temporal) seja um sucesso. Já a definição de cultura é relacionada a um conhecimento intelectual, a uma informação dentro de um espaço cultural com atividades de práticas sociais hedônicas onde a arte é posta como cultura erudita (elite escolarizada) e cultura tradicional (costumes do povo). O prazer e o conhecimento é o fim último da existência humana e os serem humanos têm por natureza a sua obtenção, pois é um elemento natural a todo individuo e obtido através de diversas práticas sociais seja eventos culturais ou mercadológicos; sendo assim, a produção cultural existe para reparar o abismo criado na sociedade pela indústria cultural. Assim, temos que toda atividade cultural produz discursos que o homem cria para satisfazer as suas necessidades naturais (alimentar-se, dormir, cuidar da higiene, obter lazer e conhecimento etc.), ou seja, os meios do qual o homem se utilizará para atingir tais necessidades e o seu papel é se destinar ao coletivo. As famílias contemporâneas, que são caracterizadas pela inversão dos papéis do homem e da mulher na estrutura familiar passando a ser a mulher a chefe de família ou ate mesmo a família monoparental, constituída por mãe solteira ou divorciada são parte desde publico, onde são pessoas que gostam de viajar, vestir- se bem, ter uma alimentação mais saudável e participar de eventos, porém, eventos tais que não exija esperar em fila ou com muita disparidade de valores e economia, sem contar com o conforto da “não espera”. Segundo o relatório da UNCTAD1: 1 UNCTAD = sigla em inglês para Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. A UNCTAD é o órgão do sistema das Nações Unidas que busca discutir e promover o desenvolvimento econômico por meio do incremento ao comércio mundial. Trata-se de um foro intergovernamental estabelecido em 1964 com o objetivo de dar auxílio técnico aos países em desenvolvimento para integrarem-se ao sistema de comércio internacional.
  • 16. 15 Para Howkins, existem dois tipos de criatividade: aquela que se relaciona a pessoas como indivíduos e a que gera um produto. O primeiro tipo é uma característica universal da humanidade e é encontrado em todas as sociedades e culturas. O segundo é mais forte nas sociedades industriais, o que colocou um valor mais alto na inovação, na ciência, na tecnologia, e sobre os direitos de propriedade intelectual. (UNCTAD, 2010, p. 9) Ao contrário dessa versão onde o tal dito popular diz, nada se cria, tudo se copia, serve como exemplo, os Food Trucks, através de uma repaginada em cima dos carrinhos de lanche já existentes há muito tempo, são, porém, um outro nicho de mercado com grandes espera nas filas do pedido, pagando entrada, sem conforto, banheiro químico e com crianças sem entenderem que existem certas coisas que não se pode fazer ou então têm que esperar. O consumo é uma tentativa de aliviar a tensão causada pelo reconhecimento de que algo indispensável está em falta. Essa teoria parece definir o consumidor como um ser racional, consciente da utilidade de produtos e serviços, que avalia e reúne informações durante os momentos de compra e deixa uma lacuna na capacidade explicatória dos modelos de comportamento do consumidor (VENKATRAMAN, MACINNIS, 1985). A satisfação obtida pelo preenchimento das necessidades não parece ser o objetivo único do consumo, devendo-se adicionar a tais objetivos a procura pelo prazer, o consumo hedônico (CAMPBELL, 2005). E assim, todo indivíduo obtém o prazer e o conhecimento através de atividades e diversas práticas sociais, pragmáticas ou hedônicas, que são atividades culturais em busca de um fim natural no ser humano,
  • 17. 16 3 CASE CUCINA D’IMPÉRIO O Cucina d’Império, restaurante italiano, na região de Balneário Camboriú e Itajaí localizado na charmosa e badalada Praia Brava inaugurou no final de 2012, e vem fazendo um trabalho muito criativo e especial. Num espaço privilegiado, com ambientes externos, cobertos e um grande lounge ao ar livre em um ambiente único de frente para o mar. Esse espaço de cultura da gastronomia acomoda cerca de 90 pessoas em dias de atividade normal, porém o local em si comporta até 350 pessoas sentadas. Ocupando uma área de mais de 300 metros quadrados de jardim não cobertos, a casa possui espaço para ser explorado por outras atividades culturais. Eventos que com a criatividade dão liberdade para que o alto valor do aluguel seja compensado por essas. Comandado pelo Chef italiano Domenico d'Império, o cardápio da Casa é inspirado no que a terra tem de melhor, usando alimentos frescos, sempre respeitando o seu preparo, aromas, cores e sabores. O menu de sucesso têm como ponto forte a culinária mediterrânea, com carnes e frutos do mar. A administradora do Cucina D’Império, Georgia Cagneti, esposa do Chef Patron Domenico D’Império, após a vivência de 12 anos fora do Brasil e viagens por 17 países, teve a inspiração de agregar a “sobrevivência” do inverno, com a gastronomia do seu empreendimento e a revolução da economia criativa junto aos princípios das feiras de rua na Europa. Passada a primeira temporada de verão e comentários desanimadores dos empresários locais, Georgia resolveu que não poderia passar o inverno assistindo à crise e resolveu dar pernas à suas ideias, e assim, o restaurante Cucina d'Império instalou ainda no verão, tendas e sofás no gramado e programou momentos de contação de história entre outras atrações para as crianças. Na Páscoa, recebeu os clientes com pinturas, "caça aos ovos", e outras atividades lúdicas com brincadeiras infantis no tema do feriado. Em agosto, também deu inicio ao chamado Agosto Cultural na Brava, evento produzido e realizado para tirar as pessoas de casa num mês frio e chuvoso, quando acontece uma drástica queda no faturamento nas atividades comerciais da região litorânea.
  • 18. 17 O evento consiste em 10 dias de festival, onde o restaurante se torna uma galeria de arte e atrações culturais que têm o intuito de promover artistas locais através de exposições e apresentações de livre acesso como fotografia, escultura, pinturas e outras formas de expressão artística envolvendo teatro, dança, música cinema, literatura, cultura do vinho e gastronomia. Como já dito, todas as atrações são gratuitas, porém é possível reservar mesa e participar de degustações guiadas e jantares harmonizados durante os espetáculos; outra opção oferecida também são as oficinas para adultos e crianças. Contudo, ainda não satisfeita com essas realizações de 2 anos de casa inaugurada, a idealizadora, no sábado dia 28 de março de 2015, trouxe a globalizada ideia intercultural à tona e realizou no próprio local o primeiro encontro Mercato Mix. Georgia foi a responsável pelo gerenciamento dos serviços necessários para que o evento acontecesse, desde a fase de pré-produção até a finalização de cada evento, e até hoje já foram quatro edições que vêm crescendo cada vez mais, a cada mês e meio, com o público e os expositores agora mais confiantes e animados esperando para desfrutar de boa gastronomia, moda, arte e música da região. Todo o planejamento e execução estão aqui descritos: 3.1 Definições de metas O primeiro evento foi planejado com base no espaço físico disponível durante o inverno com o objetivo de movimentar o restaurante no período de baixa temporada. O público-alvo estabelecido são famílias contemporâneas com crianças e clientela frequentadora do restaurante com alto poder aquisitivo. Com base nessas características de público foram escolhidos os expositores. A organização esperava uma fluência de 300 pessoas. Fato está que mesmo com a interferência do mau tempo, esta expectativa não só foi alcançada, bem como superada em mais de 100%. 3.2 Cuidado com os detalhes Na primeira edição do evento, certos detalhes não foram muito bem calculados, mas a disposição e vontade dos idealizadores era muito maior que os obstáculos.
  • 19. 18 Detalhe muito importante é a dificuldade de mão de obra especializada. Os “peixeiros” como são chamados, não querem trabalhar e preferem levar a vida numa boa fazendo bicos para sobreviverem. No primeiro evento toda a divulgação foi feita através de mídias sociais, nenhum material impresso foi produzido além de não ter conseguido espaço nos jornais, TV e rádios locais. Todo o dinheiro arrecadado dos expositores foi para pagamento das atrações e a participação de Chefs convidados. 3.3 Equipe capacitada Com a intenção de levantar a economia do local, os idealizadores não contaram com funcionários especializados terceirizados. Cada espaço locado foi montado e desenvolvido por seu próprio expositor, obviamente supervisionados para que tudo acontecesse dentro do mesmo padrão, motivo pelo qual esses expositores foram escolhidos “à dedo” devido ao público alvo. A primeira edição do evento foi simples e contou com a ajuda de uma amiga que faz eventos com moda participando de feiras para dar ideias e dicas. A atração do Mercato Mix foi o Mercadinho do Desapego como ponto chave. As peças de marca foram selecionadas e o lucro foi em parte devolvido às donas das peças e em parte o lucro foi doado a instituições de caridade. A participação colaborativa financeira de cada expositor foi de cento e vinte reais. Infelizmente houve uma mudança não prevista do tempo, porém graças à comunicação com os bares vizinhos, tendas e lonas foram emprestadas para serem criadas as estruturas e duas cervejarias forneceram as bebidas. A partir do segundo evento, com mais experiência, o valor foi diferenciado, e incluso era cedido o espaço, uma tenda pequena, fornecida, estruturada e montada pela Secretaria de Turismo de Itajaí, pois era inviável ficar a dependendo da previsão do tempo, afinal quando se trata de praia e vento, tudo pode mudar em questão de minutos, também devido a este motivo, foi decidido que todo o local seria coberto com tendas maiores, aumentou a participação financeira dos expositores para R$ 200,00 e de R$400,00 para os expositores de comida por causa do espaço e ligação da energia; e toda a parte publicitária, panfletos e divulgação, desenvolvido todo um layout gráfico em forma de flyer.
  • 20. 19 3.4 Organização e planejamento A ideia inicial foi fazer uma feirinha gourmet, porém conversando com os expositores notou-se a necessidade de ampliar a ideia para moda, barbearia, tatuagem, fotografia, artistas plásticos e também empresas que não vão para vender, mas sim para apresentar seu produto, como por exemplo, o Método Supera de Educação e Ginástica para o cérebro, para mostrar ao mundo novas ideias e interações aliando o aprendizado ao prazer, anteriormente citados no capítulo Eventos Culturais. Mesmo indo contra a visão e contrariando a ideia do marido em fazer esse tipo de evento, pelo fato de ter muito dispêndio de energia e retorno, Georgia insistiu no Agosto Cultural por duas edições e a partir da segunda edição veio a ideia do Mercato Mix sendo aprovado pelo Chef Domenico e gerando assim a abertura de ideias favoráveis através da mídia espontânea, novos clientes e propaganda em blogs na internet. 3.5 Divulgação apropriada e comunicação eficiente O fato de o restaurante ser um sucesso, e muito bem recomendado ajudou na comunicação e comprometimento com os expositores convidados. A própria idealizadora foi atrás de todos os detalhes, fez a arte gráfica, impressão e colocação de flyers nos locais que sua clientela também participa, como academias, confeitarias, restaurantes e bares, pois sua capacidade de comunicação e simpatia é essencial para o desenvolvimento do evento. Além disso, ainda presta assessoria na parte comercial da feirinha Multimarcas, pois almeja que a proposta do seu negócio atinja sua clientela. Com público fidelizado, os frequentadores chegam ao restaurante perguntando o que o Chef preparou para o dia, além do seu cardápio especializado. Sobre o fornecedor de bebidas, o consumo foi redobrado e o faturamento aumentado. Interessantemente, devido ao bairrismo, os moradores de Itajaí são consumidores em potencial da região de Balneário Camboriú, porém o contrário não ocorre por acharem que os “peixeiros” não tem estrutura o suficiente. Assim, o público de Balneário Camboriú é frequentador ativo da Praia Brava, por estar crescendo como um ponto badalado da música eletrônica com visitantes de todo o
  • 21. 20 país e achando que faz parte da exuberante Miami brasileira, e, por fim, os moradores de Itajaí que sabem que a Brava pertence ao seu município. Assim, tanto a divulgação como o público do local são atingidos pelos frequentadores, principalmente, da região Norte e Vale do Itajaí. 3.6 Patrocínio Segundo pesquisas do IBGE, os dados levantados em 2012, revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) fazem de Itajai a cidade econômica mais forte do estado de Santa Catarina, e a 29º no país. Uma cidade limpa e arrumada com revitalização e investimento no turismo náutico e na construção da maior marina do Brasil com padrão internacional e por isso a viabilidade e disponibilidade de apoio da secretaria do turismo, ajudando na divulgação ou mesmo da Fundação Cultural na parte de shows. O patrocinio é usado para o pagamento das contas do aluguel e aprimoramento externo do local, pois com o valor pago dos expositores não é o suficiente para o custo de toda a estrutura e investimento em toda produção e divulgação do evento, pagamento dos músicos, limpeza e atração para as crianças. O Cucina d’Império obtem seus lucros nas bebidas vendidas e ainda no carro-chefe que é o restaurante e seu movimento interno. 3.7 Viabilidade financeira Levantamento dos gastos e um cálculo aproximado do espaço (o qual fora disponibilizado) dividido pelo número de expositores para que a própria inscrição cobrisse os custos da estrutura e divulgação. Além disso, também teve a ajuda de alguns patrocínios que cobriram o custo de produção. Para o pagamento do aluguel foi utilizado o retorno financeiro das bebidas vendidas durante o evento. A limpeza do local foi feita pelos próprios funcionários do restaurante. 3.8 Contratação de profissionais terceirizados Foi utilizada tanto a estrutura do local como os fornecedores habituais e alvarás controlados bem como a falta de contratação extraordinária pela facilidade de remanejamento de funcionários durante a baixa temporada. Na parte de aluguel
  • 22. 21 das estruturas metálicas e tendas a própria empresa contratada fez a instalação de montagem e desmontagem. O serviço de segurança do restaurante foi mantido normalmente pelo sistema de câmeras, alarmes e vigia atuando principalmente na parte do estacionamento, evitando qualquer tipo de dano material e eventualmente fazendo uma ronda durante o evento. 3.9 Pesquisa ampla a respeito do tema do evento cultural A idealizadora do evento, Georgia, concentrou varios papéis, desde a realização, administração, busca dos expositores, produção, e assim conseguiu desenvolver tudo à sua própria maneira. O Chef foi o grande sucesso e atração juntamente com o espaço cedido. Mais uma vez, menciona-se que o público-alvo é a familia contemporânea, com crianças e animais dentro do universo do “Aqui Pode”. Um público que não se agrada apenas do “estar na moda” mas que, além disso, dá privilégio ao conforto juntamente com a idéia do fomento do pequeno negócio e da economia criativa, onde tanto o expositor quanto o público têm lucro, independentemente de ser financeiro ou emocional (sensação do prazer) relacionado à economia que, não apenas é financeira mas também como em questão de tempo e comodidade movimentando a economia local e saindo da crise. Muitos querem o exclusivo, o diferencial, porém não podem pagar pelas marcas e por isso caem no consumo popular das grandes indústrias, contudo, com a idéia do “compre do pequeno” essas novas marcas fabricadas pelo artesão atingem o mercado desejado, enfim, o diferente. O que o patrocinador almeja é o público selecionado num ambiente de imagem estabelecida e reconhecida no mercado tendo assim a facilidade de aceitação de investimento desse grupo investidor. 3.10 Supervisão em todas as fases da produção A utilização de ferramentas tecnológicas, como por exemplo as planilhas de Excel, são essenciais na montagem da produção e organização. Cada aba de planilha recebe uma classificação, desde expositores, custos, observações e necessidades especiais além de emails contendo várias fases de realização como o ideias do pré-evento, um email de instruções de funcionamento durante e um pós email de feedback para saber do retorno esperado e do desenvolvimento de toda obra, incluindo sugestões, pontos fortes e pontos fracos, pois mesmo sendo um
  • 23. 22 evento pequeno os expositores agem como se o investimento fosse de milhões de reais e esperam que a supervisão seja feita da melhor forma possível, até porque a falta de iniciativa é uma grande debilidade em qualquer ramo de trabalho. Quem paga age como se precisasse de uma babá, com uma mentalidade de que se foi contratado para retirar o lixo esse não lembrará que deve recolher ou varrer o local. Lembrar os expositores de preparar o troco, um caixa, a questão higiênica, sobre a porcentagem descontada no cartão de crédito por uma questão fiscal, organização de um espaço pequeno que seja bonito e chame a atenção juntamente com o “bate-caixa” que é um chamariz de vendas (uma caixa com peças de promoção com valores mais baixos, porém um atrativo para que os clientes se interessem em buscar outras peças da loja). Peças em ótimos estados, um espaço de cartonagem, venda de essências e sabonetes perfumados, designer e costureiro, sushy, chopp, doces, uma importadora de bicicletas elétricas (por ser ecologicamente correto), artesãos, queijos coloniais, cosméticos, roupas de ioga são exemplos da diversidade do Mercato Mix. Uma grande dificuldade durante a realização é que cada expositor trabalha com meios de comunicação diferentes (Facebook, Whatsapp, email, Instagram, telefone, mensagens) e por esse motivo a organização é essencial. O grande objetivo e a parte mais difícil de ser alcançada em todo novo negócio é a possibilidade de criação e aumento do networking, uma ampliação da rede social. Sendo assim, o Mercato Mix não é apenas a exposição no “grande dia” mas sim a movimentação da economia e a divulgação dos produtores locais, afinal o baixo valor investido é um atrativo para os expositores da região ao final fazendo novos contatos e parcerias com terceiros, como por exemplo, uma fabricante de acessórios masculinos que se uniu ao estúdio de tatuagem para exposição de seus produtos; Assim é feito um país de forte economia. A preservação do pequeno para que haja giro financeiro dentro do próprio país, a geração de novos empregos, criatividade, da indústria cultural e o objeto do prazer de unir a cultura, a arte, a gastronomia, a moda, a música no mesmo dia e em um só lugar.
  • 24. 23 METODOLOGIA Este estudo descritivo com uma pesquisa aplicada explicativa foi dirigida à solução de problemas e interesses locais de um caso de sucesso que buscou o apoio básico em pesquisas na Internet e livros na área de Eventos, além de um estágio de 20 horas, de observação, questionário e entrevista com a organizadora e idealizadora dos eventos, Georgia Cagneti obtendo exemplos práticos quanto a situações vivenciadas na empresa e novos pensamentos para o desenvolvimento na condução do trabalho. Através da ação, os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e participativo em função de um resultado esperado, gerando a Pesquisa-Ação, e de certa forma a Pesquisa Exploratória com as experiências práticas do problema em questão. Fato relevante deste tema é entender e descobrir o que levou a indústria a uma nova era de pensamentos e de onde surgiu o conceito para a multidisciplinaridade.
  • 25. 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como proposta fazer uma aproximação entre a economia e a criatividade; entre a necessidade e a oportunidade em meio a uma crise onde o desenvolvimento de novos negócios é essencial para a sobrevivência do mercado. A economia criativa trata de algo novo e em evolução onde cada região adapta seu conceito fazendo escolhas e traçando estratégias de acordo com sua realidade se beneficiando da criatividade que é sinônimo de dinheiro através da fusão de informações, inovações e novas tecnologias capazes de transformar o meio para atender suas necessidades. Nos últimos anos, o tema economia criativa surge no campo cultura, porém muitos se beneficiam deste setor que avança rapidamente, conquistando espaço e instigando as pesquisas, a concepção de desenvolvimento, sustentabilidade e a reflexão do seu papel na contemporaneidade. Portanto, a conclusão deste trabalho é a de que a união de setores ajuda a gerar trabalhos e desenvolvimento de pequenas e micro empresas e é através dessa fusão que surge o giro de capital, de novas ideias que nascem dos problemas e de pessoas prejudicadas, que nascem do instinto de sobrevivência e lutam com toda sua força e suor para que a comercialização de seus produtos seja um sucesso, vivenciando experiências, enfrentando desafios e buscando alternativas. Como já descrito anteriormente, para ter bons resultados é preciso agregar essa nova visão junto a outros setores, sem que a mesma não perca seu foco, sua essência, tornando-a eficaz como agente de transformação para que essas ideias possam desencadear ações futuras em busca de alternativas transformadoras de problemas em oportunidades, e os desafios em soluções.
  • 26. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANSARAH, Marília Gomes dos Reis: org__. Turismo: como aprender, como ensinar. 3. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004. BRITTO, Janaína; FONTES, Nena. Estratégias para Eventos: Uma Ótica do Marketing e do Turismo. São Paulo, SP: Aleph, 2002. CAMPBELL, Colin. A Ética Romântica e o Espírito do Consumismo Moderno. Rio de Janeiro: Rocco, 2005. 400p. MACINNIS, Debbie. Finding Legs: Generativy and the Everyday Language of the Consumer. Advances in Consumer Research – ACR Presidential Address. Vol 32, p.1-5, 2005. MATIAS-PEREIRA, José. Manual de gestão pública contemporânea. São Paulo, Atlas, 2010. MEIRELLES, Gilda Fleury. Tudo sobre Eventos. São Paulo: STS, 1999. Disponível em HTTP://cidadecultura.blogspot.com.br/2013/03/praia-brava.html. Acesso em 10/08/2015. http://ricmais.com.br/sc/economia/videos/tres-mil-empregos-esperam-por-mao-de- obra-qualificada-em-brusque/. Acesso em 10/08/2015. http://wp.clicrbs.com.br/guarda-sol/2014/12/11/itajai-ultrapassa-joinville-e-e-a-maior- economia-de-santa-catarina/?topo=98,2,18,,,15. Acesso em 10/08/2015. http://www2.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/01/pl-nova-rouanet.pdf. Acesso em 10/08/2015. http://www.bemparana.com.br/noticia/132130/camboriu-a-miami-brasileira. Acesso em 10/08/2015.
  • 27. 26 http://www.produzindoeventos.com.br/dicas/producao-e-gestao-de-eventos- culturais/. Acesso em 20/08/2015. http://www.webartigos.com/artigos/o-evento-artistico-cultural-e-sua-contribuicao- para-a-comunidade/65730/#ixzz3kgYoZfer. Acesso em 20/08/2015. http://botecodovalente.blogspot.com.br/2011/08/o-que-sao-eventos-culturais.html. Acesso em 20/08/2015. http://www.chefsclub.com.br/restaurantes/balneario-camboriu-e-regiao/cucina-d- imperio-654. Acesso em 20/08/2015. http://brasil.indymedia.org/pt/red/2004/05/281518.shtml. Acesso em 04/09/2015. http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=531. Acesso em 01/09/2015. http://www.josesarney.org/o-politico/presidente/politicas-do-governo/lei-sarney-de- incentivo-a-cultura/. Acesso em 01/09/2015. http://www.set.org.br/artigos/ed130/ed130_transmidia3.asp. Acesso em 10/09/2015. https://www.goodreads.com/user/new. Acesso em 10/09/2015. http://www.portaleducacao.com.br/Artigo/Imprimir/45061. Acesso em 10/09/2015.