O documento resume as propriedades e os efeitos do LSD, incluindo sua descoberta por Albert Hofmann na década de 1930, sua popularização nos Estados Unidos nos anos 1960 e sua proibição. Detalha como o LSD afeta o sistema nervoso central, causando alucinações, e discute seus riscos e falta de dependência.
2. O que é o LSD?
O LSD é uma droga sintética e
uma das substâncias mais
alucinógenas que se conhece.
O LSD pode ser apresentado em
quatro formas: papel (blotters),
gota (líquido), comprimidos
(micro pontos) ou tabletes de
gelatina.
LSD é a sigla em alemão de dietilamina de
ácido lisérgico. Também é conhecido como:
ácido, doce, selo, ponto, quadrado, bike,
micro ponto, passaporte, iluminador, lentes
de contato.
3. Criação do LSD
Albert Hofmann, um químico que trabalhava
para a Farmacêutica Sandoz, foi quem
sintetizou a dietilamina de ácido lisérgico pela
primeira vez em 1938, na Basileia, Suíça.
O LSD-25 foi sintetizado
primeiramente com o objetivo de
estimular a respiração e a
circulação sanguínea. Seus
efeitos alucinógenos eram
desconhecidos até 1943, quando,
sem querer, Hofmann entrou em
contato (através da pele) com a
substância e sentiu sensações
estranhas, caracterizadas pelo
próprio como “estados de sonho”
e “imagens fantásticas”.
Após a experiência de Hofmann, o
LSD ficou conhecido como uma
substância psicoativa muito
poderosa para sua dose tão
reduzida.
4. As leis e o uso do LSD nos EUA
Em 1961, um psicólogo de Harvard,
Timothy Leary, experimentou LSD pela
primeira vez. Abraçou a causa de abrir a
mente das pessoas e logo a droga se
espalhou por grande parte da classe
artística americana da época. Leary criou
comunidades alternativas que defendiam
o uso de alucinógenos como uma forma
de expandir sua visão de mundo.
Em 1963, Leary deixou Harvard,
a patente da Sandoz expirou e a
agência de controle de remédio
dos EUA proibiu o uso de
qualquer droga experimental
sem autorização (o que deu fim
às pesquisas psicotrapêuticas
com o ácido lisérgico). Em 1965,
a Sandoz interrompeu sua
produção de LSD e foi proibida
por lei a venda e a fabricação de
drogas psicodélicas nos EUA.
5. Cultura, entretenimento e LSD
Nos anos 60, a cultura do LSD e da
psicodelia ganhou fama entre os
jovens. Milhões de doses eram
produzidas clandestinamente e o
movimento hippie tomou o uso de
drogas alucinógenas como protesto.
O LSD e seus efeitos foram retratados
em muitos elementos da cultura
ocidental.
Alguns dos mais famosos artistas e
bandas que faziam uso ou referência
ao LSD foram: The Beatles, Jimi
Hendrix, Os Mutantes, Ave Sangria,
Terço, Júpiter Maçã e Pink Floyd.
Filmes, discos e referências à LSD
6. Produção do LSD
Uma dose ativa de LSD é muito pequena
(cerca de 20 microgramas), o que torna
possível a produção de um alto número de
doses a partir de pouca matéria-prima. Isso
torna o tráfico e a produção clandestina de
LSD muito mais fácil e eficiente.
A produção de LSD requer
equipamentos de laboratório e
experiência em Química Orgânica. É
possível que a produção de 30 a 100g
de LSD leve de dois a três dias. Tem-
se o costume de produzir o LSD em
pequenos lotes, o que evita a perda
de precursores químicos caso um dos
processos não funcionem como
esperado.
8. LSD no sistema nervoso central
Os efeitos do LSD ocorrem em três fases.
Primeiramente, predominam os efeitos
“fora” do sistema nervoso central, ou seja,
dilatação de pupilas, aumento de
temperatura corporal e aceleração
cardíaca. Na segunda fase, ocorrem os
efeitos sensoriais, como distorções,
pseudo-alucinações e sinestesias. A última
fase é a psíquica, na qual o raciocínio
pode ser interrompido e podem aparecer
verdadeiras alucinações, episódios
psicóticos e perda de identidade.
O LSD tem o poder de limitar os efeitos do neurotransmissor serotonina, o que acaba
aumentando a quantidade de dopamina no circuito de recompensa cerebral,
causando uma sensação de euforia.
Regiões envolvidas no circuito de
recompensa cerebral.
9. Consumo do LSD no mundo
Um estudo feito em 2008 nos EUA
mostrou que cerca de 3,1 milhões de
pessoas de 12 a 25 anos relataram ter
consumido LSD.
Desde 1975, os pesquisadores
financiados pelo National Institute
on Drug Abuse dos EUA têm
inquirido anualmente cerca de
17.000 finalistas de escolas
secundárias a nível nacional para
determinar as tendências e
estatísticas no consumo e para medir
as atitudes dos estudantes em
relação à toxicodependência. Entre
1975 e 1997, a menor taxa de uso do
LSD foi relatada pela classe de 1986,
quando 7,2% dos alunos da escola
secundária disseram ter usado LSD
pelo menos uma vez na vida.
10. Dependência e riscos do uso do LSD
O LSD não causa dependência, portanto, seu uso
contínuo não é comum e suas consequências são
desconhecidas. Mas complicações podem ocorrer desde
o primeiro uso. Elas são:
FlashbacksPânico e suicídio
Em casos extremos,
“bad trips” podem
levar a surtos
psicóticos, reações de
pânico ou tentativas
de suicídio.
É possível voltar a
sentir os efeitos de LSD
dias ou anos após
experimentá-la. Essa
situação é chamada de
desordem perceptiva
persistente induzida
por alucinógenos.
Não existem
muitos dados
sobre o risco do
uso do LSD
durante
períodos de
gravidez ou
amamentação,
mas ele é
contraindicado,
pois os efeitos
da droga se são
a partir de uma
dose muito
pequena.
11. Cogumelos mágicos
A psilocibina é uma substância
alucinógena quimicamente
semelhante ao LSD encontrada em
cogumelos chamados psilocibinos.
Os famosos cogumelos mágicos
são normalmente ingeridos crus,
secos, cozinhados ou como chás.
O cogumelo
psilocibino mais
consumido é o
Liberty Cap
Mushroom
(Psilocybe
semilanceata), um
dos mais potentes e
comuns na
natureza.
Fórmula
estrutural da
psilocibina.
C12H17N2O4P
12. Fontes
ARAUJO, Tarso. Almanaque das Drogas. São Paulo: Editora LeYA, 2014.
L. LONGENECKER, Gesina. Como agem as drogas. São Paulo: Editora Quark, 1998.
https://13moleculasapular.wordpress.com/2013/03/16/lsd/
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-105/anais-da-medicina/doce-remedio
http://br.drugfreeworld.org/drugfacts/lsd/a-short-history.html
http://www.psicologia.pt/instrumentos/drogas/ver_ficha.php?cod=cogumelos
http://www.denarc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=38
http://www.manualmerck.net/?id=118&cn=1001