2. As drogas que atuam sobre o sistema nervoso central são as chamadas
"psicotrópicas". Este termo é composto de duas partes: psico - que significa o
nosso psiquismo (o que sentimos, pensamos e fazemos) e trópico - que
relaciona-se ao termo tropismo, ou seja, "ter atração por".
Drogas psicotrópicas são, portanto, aquelas que atuam sobre o nosso
cérebro, alterando nossa maneira de pensar, sentir ou agir.
As alterações provocadas pelas drogas no nosso psiquismo não são sempre
no mesmo sentido e direção, mas dependem do tipo de substância
consumida.
Dependendo da ação no cérebro, as drogas psicotrópicas podem ser
divididas em três grandes grupos: as depressoras, as estimulantes e as
perturbadoras.
As depressoras diminuem a atividade cerebral, ou seja, deprimem seu
funcionamento e, por essa razão, são chamadas de "depressoras da
atividade do sistema nervoso central" (SNC). A pessoa que faz uso desse tipo
de droga fica "desligada", "devagar", "flutuando". São exemplos delas o
álcool, os soníferos ou hipnóticos, os ansiolíticos, os opiáceos ou narcóticos e
os inalantes ou solventes.
3. A drogas estimulantes aumentam a atividade do cérebro e recebem o nome técnico
de "estimulantes da atividade do SNC". O usuário fica "ligado", "elétrico". Entre as drogas
deste tipo encontram-se a cocaína, o crack, a nicotina (presente no cigarro), a cafeína e
as anfetaminas.
As drogas perturbadoras não produzem mudanças do tipo quantitativo, como
aumentar ou diminuir a atividade do cérebro. Elas fazem com que esse órgão passe a
funcionar fora de seu normal, ou seja, a pessoa fica com a mente perturbada. São
também chamadas de alucinógenas. Por essa razão, esse terceiro grupo de drogas
recebe o nome técnico de "perturbadoras da atividade do SNC". Algumas drogas deste
tipo são de origem vegetal como o THC (contido na maconha), a mescalina, certos tipos
de cogumelos, lírio, trombeteira, e outras são de origem sintética como o LSD-25, o
Êxtase (ecstasy) e os anticolinérgicos.
4. O cérebro possui bilhões de células (neurônios) se interligando das mais
variadas formas, promovendo a passagem de "informação" entre as diferentes regiões
do sistema. Quem possibilita que esses sinais sejam enviados de um neurônio para
outro são moléculas químicas, chamadas neurotransmissores.
As drogas psicotrópicas, por serem também moléculas químicas, chegando ao
cérebro, atuam interferindo na engrenagem da química cerebral, aumentando,
diminuindo ou alterando a forma de atuação dos neurotransmissores.
5. Segundo Jandira Masur*: "Euforia, sentir-se "apagado", mudança do humor,
intensificação dos sentidos, percepção de sons e visões são a tradução
comportamental da desorganização da química cerebral."
Mas, acrescenta esta autora, "essas sensações são consideradas
boas por alguns, desagradáveis ou indiferentes por outros. O que dita esta
diferença? Forma de ser, fatores culturais, características de personalidade,
circunstâncias específicas? A magia química não responde a estas questões.
Estão fora do seu limite. Entra-se aí no universo não menos mágico da
diversidade humana
6. Saiba quais são os sintomas nos usuários das
principais drogas
Saiba quais são os principais sintomas que as principais drogas provocam nos
usuários, segundo o Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos):
•Heroína - estupor, analgesia, lacrimejamento, coriza, “pupila em cabeça de alfinete”,
sonolência.
•Maconha e haxixe - tagarelice, excitabilidade, risadas ou depressão e sonolência.
Aumento do apetite (doces), olhos vermelhos, alucinações, distúrbios na percepção
do tempo e do espaço.
•Cocaína - excitação, aumento da atividade, agressividade, idéias delirantes com
suspeita de tudo e de todos, palidez acentuada e dilatação da pupila.
•Estimulantes e anfetaminas: inquietação, excitabilidade, tagarelice constante,
confusão mental, falta de apetite com emagrecimento, insônia, conduta agressiva,
boca seca com irritação das narinas (secas), alucinações e dilatação da pupila.
•Solvente, cola de sapateiro, lança-perfume, éter - aparência de ébrio, excitação,
hilariedade, linguagem enrolada, perda de equilíbrio, olhos vermelhos, nariz
escorrendo, sonolência, inconsciência.
•LSD, “chá de cogumelo” - alucinações, delírios, confusão mental e dificuldade de
raciocinio. Risos e choros, atitudes impulsivas e irracionais. Calafrios, tremores,
sudorese, pupilas dilatadas, reações de pânico com sensação de deformação no
corpo e objetos.
7. Muitos podem ser os motivos que levam um jovem para o mundo das
drogas. Entre eles, a procura de um prazer que para o jovem representa o êxtase, a
euforia. Muitas vezes é a fuga de uma realidade difícil de lidar à nível consciente.
Como consciências psicológicas, há todo um transtorno comportamental e um
prejuízo das atividades como: estudo, trabalho, convivência com as pessoas devido a
mudanças de humor. Além do fato que o uso de drogas acarreta, com o tempo, danos
às estruturas cerebrais.
8. A família fica desesperada. Muitas vezes não sabem como lidar com o
jovem e há atritos graves entre membros da família. Há uma forte
perturbação emocional, o que necessitaria de um trabalho orientado
de um profissional.
A família teria que fazer um trabalho no sentido de se fortalecer do
ponto de vista emocional para com isso poder ajudar a pessoa
envolvida com drogas, e este precisaria de um acompanhamento
psicológico com o objetivo de fortalecer a auto-estima e
conseqüentemente se livras das drogas.
Fica difícil dizer o que é certo e o que não é, quem é bandido e
quem é mocinho, onde está o bem e o mal. Mas não dá para fugir da
realidade. DROGA é uma coisa perigosa e muita gente se arrasa por
causa dela. O assunto está ai: na TV, nos jornais, na rua, na escola, na
casa do lado e, talvez, na sua. Finge que não é com você é um
péssimo jeito de se prevenir.
9. Considerando o tráfico, o número de crimes, problemas de saúde e todas
as vidas que são arruinadas pela droga, dá uma imensa vontade de ser
radicalmente contra elas. Mas nesses campo é muito difícil ser radical.
A distância entre beber um copo de cerveja gelada num dia de calor e
morrer de cirrose hepática é enorme.
Tão grande quanto a que existe entre fumar maconha uma vez na vida e
morrer de overdose.
Seria inútil exterminar todas as substâncias que podem ser usadas como
droga porque são muitas. E não esqueça que droga é sinônimo de remédio e a
mesma coisa que mantém a vida de monte de pessoas pode deixar outras
viciadas. Proibir não é a solução.
10. Fingir que o problema não existe ou acontece apenas com os outros
resolve muito menos. Diante desse impasse, não vá saindo como
quem não tem nada com isso. Viciado não é só gente doida, barra
pesada, marginal ou pavorosa Muita gente bonita, elegante e sincera
como você acaba se viciando às vezes por brincadeira. As fronteiras
entre o certo e o errado são invisíveis e, assim, ninguém sabe mostrar
o comportamento ideal a ser adotado. O que se sabe é que as drogas
são um risco enorme.
73,9% dos estudantes de escolas públicas de 10 capitais
brasileiras já exprementaram algum tipo de drogas.
76% dos portadores do vírus da AIDS entre 11 e 19 anos
contraíram a doença por meio das drogas intravenosas.
Já te ofereceram alguma droga? 33% dos entrevistados de 10 a
12 anos, 49% dos de 13 a 15 anos e 67% entre 16 e 18 anos
responderam sim.