Este documento relata um caso de visão de espíritos ocorrido em 1879 na propriedade de campo de uma senhora chamada B em Twer, Rússia. A vizita da senhora T estava conversando com o senhor e a senhora B sobre um suicídio na família de T quando de repente viu a aparição do parente que se suicidou na porta do quarto. O cão da senhora B começou a latir furiosamente na direção da porta, sugerindo que ele também viu a aparição. Mais tarde, a senhora
2. Quarta categoria
Visões de Espíritos ocorridas sem
coincidência telepática e percebidas
por homens e por animais
Relativamente frequentes, os fatos pertencentes a esta categoria têm uma
importância teórica, uma vez que apresentam o valor de casos de
identificação espiritual.
3. Caso 03 (Visual)
O caso seguinte foi comunicado à Society for Psychical Researchpor
Alexandre Aksakof; eu o extraio dos Proceedings of the S. P. R., vol. X,
pág. 328.
(Nota tomada do relato da senhora T..., outubro de 1891.)
“Em 187..., a senhora T... encontrava-se certo dia na casa de seus vizinhos
de campo, o senhor e a senhora B..., em P..., propriedade deles (condado
de Twer). A conversa girava em torno de um estranho acontecimento
trágico que se
passou na família dos T..., e que culminou no suicídio de um dos parentes
da senhora T...; num piscar de olhos, ela o viu aparecer no quarto ao lado
do salão onde estavam e cuja porta estava aberta. No mesmo momento, o
cão da anfitriã, que estava deitado aos seus pés, se levantou e começou a
latir furiosamente na direção da porta. O senhor e a senhora B... nada
viram, pois estavam de costas para a porta, e a senhora T... não lhes disse
nada sobre o que tinha visto.”
4. (Confirmação do relato em uma carta da testemunha, senhora B..., 15 de
outubro de 1891.)
“Era o ano de 1879, em nossa propriedade, condado de Twer. Éramos
três; a senhora T..., nossa vizinha, que tinha vindo nos visitar, meu marido
e eu; estávamos na salinha de nossa casa de campo, não muito longe de
uma porta que dava para o meu quarto de dormir, iluminado por uma
grande janela. A senhora T... estava sentada em um sofá, diante da porta;
eu estava sentada junto dela em um banquinho, também de frente para a
porta, mas meu marido estava num canto, de modo que ele não via
aquela porta. Aos meus pés estava deitado meu cão Beppo, com a
cabeça virada para a saída.
Falávamos do acontecimento que tinha acabado de ocorrer com a família
dos T..., em que a mulher, levada pela paixão, abandonou seus filhos e
seu marido, e que este, desesperado, estourou os miolos. Meu marido
acusava a mulher, a senhora T... acusava o marido, de quem ela sempre
gostou bastante; no entanto, neste caso, ela não o isentava da culpa.
5. De repente, ela se calou e o cão, levantando a cabeça novamente, pôs-se
a ganir e quis se precipitar até a porta do quarto; estava com o pelo todo
eriçado. O animal escapou de minhas mãos como que para atacar
alguém. Tinha bastante dificuldade em segurá-lo; meu marido quis bater
nele e eu o defendi. Ele e eu nada vimos, exceto a cólera do meu cão. A
senhora T... calou-se e quando o animal se acalmou ela nos pediu para
irmos à sala, onde estava seu marido. Logo após o senhor e a senhora
T... irem embora, e só mais tarde, quando fui visitar a propriedade deles, a
senhora T... Disse que tinha visto, na frente da porta do meu quarto, o
fantasma daquele que ela acusava – vestido de branco e com uma
expressão de desespero em seus movimentos, como que revoltado
porque ela o tinha acusado. “Seu cachorro Beppo viu a mesma coisa”, ela
me disse; “estava furioso e queria se jogar em cima daquela aparição”. Eu
bem que tinha visto a ira de Beppo, mas não vi a aparição.”
N. B.
6. Neste episódio, mais uma vez, a reação agressiva do cão, latindo
furiosamente e desejando se jogar em cima de alguém na direção da
porta, onde a senhora T... percebe, ao mesmo tempo, a aparição do
defunto que ela tinha acusado, leva a admitir que o animal pôde ver a
aparição; de fato, os cães agem assim unicamente contra intrusos que
eles desconhecem.
E, neste caso, não menos que em outros, a visão, por ter sido simultânea,
permitir-nos-ia oferecer a possível hipótese de uma forma alucinatória que
teria surgido no cérebro da senhora T... E que teria sido transmitida
simultaneamente ao cão; mas me parece que as explicações fornecidas
anteriormente por mim são suficientes para excluir essa hipótese gratuita;
o que equivale a reconhecer o aspecto verídico do caso da aparição de
um morto criticado pela senhora T....