O documento resume a obra "Noite na Taverna" de Álvares de Azevedo, contando a história de um grupo de amigos que se reúnem em uma taverna e cada um conta uma experiência marcante do passado. As histórias contadas são trágicas e envolvem crimes, relações pervertidas e temas como obsessão amorosa e morte.
2. Quer saber mais?
"Certa noite, um grupo de jovens se reúne
em uma taverna. Durante a conversa,
enquanto se embriagam de vinho,
decidem revelar uns aos outros
experiências marcantes e inusitadas que
viveram no passado, cujas
consequências ainda lhes perseguem...“
(Noite na Taverna; Macário, 3 ed. Editora Martin Claret,
2011)
3. Um pouco sobre Álvares de
Azevedo
“Foi poeta – sonhou– e amou na vida.”
Nasceu em 12 de setembro de 1831, em
São Paulo, e faleceu em 1852 (pouco
antes de completar 21 anos) de
tuberculose e de complicações de uma
queda de cavalo;
Dizem que nasceu na biblioteca da casa
de seu avô;
Estudou no Rio de Janeiro desde
pequeno e retornou para estudar Direito
em São Paulo, em 1848;
4. De 1848 a 1851, período que passou em
São Paulo, escreveu toda sua obra;
Foi poeta, dramaturgo, contista e
ensaísta, mas não desfrutou do prestígio
de ser o mais importante poeta da
geração ultrarromântica;
Ao perder uma amigo, em uma ocasião,
disse: "Cada ano uma vítima se perde nas
ondas, e a sorte escolhe sorrindo os
melhores dentre nós“;
Dirigiu a seu pai, as suas últimas palavras.
Beijando sua mão, exclamou: "Que
fatalidade, meu pai!"
5. Joaquim Manuel de Macedo discursou
em seu funeral;
Todos o reconheceram como gênio;
É patrono da cadeira número 2 da
Academia Brasileira de Letras (Para cada
uma das quarenta cadeiras, os
fundadores escolheram os respectivos
patronos, homenageando
personalidades, antes da fundação da
Academia);
Era estudioso e introvertido, mas sabia ser
sarcástico e erótico;
Recebeu influência de importantes
filósofos.
6. O estilo de Álvares de
Azevedo
Não apresenta preocupações nacionalistas
evidentes;
Obra de cunho pessoal e abrangente;
Tom de espontaneidade;
Não visava a perfeição formal;
Só escreveu uma obra com intenção de
publicar: Lira dos vinte anos;
Imagético: predomínio da imaginação e do
visual com a descrição detalhada de cenas e
ambientes;
7. Antítese: jogo de extremos (luz X escuridão;
o amor casto e irrealizável X desejo carnal,
o sublime X grotesco e vulgar; sonho X
realidade)
A literatura é libertação: constrói, na
imaginação, a vida que não pode ter;
Influência do poeta Lord Byron: um gênio
poético e um dos principais representantes
do romantismo inglês. Seus poemas
apresentam fantasias extravagantes, crítica
social e violenta, tristeza e melancolia.
8. Noite na Taverna – a Obra
7 capítulos;
Capítulo 1: apresenta os personagens e o
contexto em que estão inseridos;
Capítulo 2 a 6: cada um dos personagens
assume o papel de narrador e conta sua
história aos demais;
Capítulo 7: final – chega uma misteriosa
personagem feminina que participou de
uma das narrações anteriores, interligando
o presente com o passado.
9. Características da obra:
Temática byroniana (mal-do-século);
Juventude sem futuro e sem esperança,
entregue ao ócio e aos vícios;
Fuga da realidade na bebida e na fantasia;
Sexualidade pervertida (necrofilia, incesto,
abuso sexual);
Morte, crime;
Tom grotesco e macabro, humor negro;
Atmosfera de sonho e estranheza;
Supervalorização do amor;
Idealização da mulher;
10. Intertextualidade na obra
Há muitas referências a filósofos e obras de
outros escritores;
Cada capítulo é iniciado por um pensamento
de um poeta/escritor e se relaciona com a
história a ser contada;
Don Juan (Bertram): referência ao personagem
lendário que é sempre retratado como libertino
e sedutor de mulheres de todas as idades;
Édipo Rei (Johann): Édipo mata o próprio pai
sem saber e se casa com sua própria mãe.
Quando a mãe descobre que Édipo é seu filho,
suicida-se e Édipo fura os olhos.
11. Noite na Taverna - Resumo
A cena inicial da obra traz uma cena
corriqueira: amigos reunidos em um bar,
conversando em voz alta, com risos e discussões.
Com muita bebida, cada personagem,
sonolento ou semiconsciente, conta sua história
de assuntos diversos.
As histórias são trágicas, impregnadas de vícios,
de crimes hediondos (desde assassinatos a
incesto).
Relações pervertidas, delirantes, absurdas e
pouco reais.
12. Vamos rever cada uma das
histórias?
Quero saber a sua opinião:
Os fatos narrados realmente
aconteceram?
Os fatos são frutos da embriaguez?
Ou são frutos da imaginação?
13. Os personagens
Solfieri
Bertram
Gennaro
Claudius Hermann
Johann
Vamos escrever as
características de cada
personagem e dos outros que
aparecem em cada história.
14. Temática por capítulos:
1. imortalidade X mortalidade; a existência de Deus
X a inexistência de Deus (muitas citações filosóficas);
2. necrofilia, morte, catalepsia e amor obsessivo;
3. amor obsessivo, adultério, ciúme, assassinato do
marido, miséria de uma vida desregrada, o amor
carnal;
4. desencontro, ingratidão, aborto, adultério,
sonambulismo, amor obsessivo, suicídio e o
arrependimento;
5. amor obsessivo e perversão e abuso sexual;
6. incesto e fratricídio;
7. vingança do destino, fatalidade da ignorância,
suicídio.
15. O tempo
Não há indicação de tempo como datas
e duração de cada história.
Tempo cronológico (aquele que ocorre
dentro da taverna) e psicológico (flash
back - lembranças do passado ao
contarem as histórias)
A obra é marcada pela alternância entre
os dois tipos de tempo.
16. O espaço
o ambiente inicial: uma taverna;
através da histórias, o leitor é
transportado a um ambiente muito
diferente do que está acostumado.
17. Narrador
A narração se inicia em terceira pessoa:
narrador observador;
As histórias são narradas em primeira
pessoa (cada personagem conta sua
história).
18. Último beijo de amor:
a surpresa final
O retorno de uma das personagens para o
ambiente da taverna: a única mulher que não
morreu ainda. Essa volta pode ser uma mostra
da veracidade dos contos que antes pareciam
não passar de ilusões criadas pelos “bêbados”;
A "volta" de Artur, supostamente morto no
duelo com Johann. Ele se salvou do tiro e, com
o nome de Arnold, se encontra na taverna
com Johann, que por estar embriagado não o
reconhece.
19. Considerações finais
O mundo retratado na obra é totalmente
diferente à vida levada pelo autor;
O texto não tem a intenção de incutir susto ou
medo no leitor (como na literatura de horror), e,
sim, provocar o estranhamento e a repulsa;
Uma das suas qualidades é que prende a
atenção, página a página, através do
emaranhado das situações descritas;
As noites de vícios e devassidão narradas
chamaram a atenção e chocaram o público
leitor da década de 1850;
Há, contudo, belas declarações em meio a
tanto “horror”...
20. “Não sei que palavras se vaporavam
daqueles lábios. Eram perfumes,
porque as rosas do céu só têm
perfumes; eram harmonias, porque as
harpas do céu só têm harmonias; e o
lábio da mulher bela é uma rosa
divina, e seu coração é uma harpa
do céu”
(Álvares de Azevedo, Noite na Taverna, p. 54)
21. Referências bibliográficas:
AZEVEDO, A. de Noite na taverna;
Macário. 3 ed., São Paulo: Martin Claret,
2011.
https://www.algosobre.com.br/resumos-
literarios/noite-na-taverna.html
http://pt.slideshare.net/Kauan_ts/noite-
na-taverna-13272431
http://www.coladaweb.com/literatura/n
oite-na-taverna-analise