1. Ano XIII | 217 | Julho 2013
ISSN2178-5781
Produção sustentável
Goiás é pioneiro na votação do Código Florestal
brasileiro e produtores comemoram
Disenteria suína
Doença atinge granja no sul do
país e alerta produtores
Banco do Brasil
Superintendente estadual fala
sobre limites de crédito
2.
3. PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
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com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
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José Mário Schreiner
Presidente do Sistema
FAEG/SENAR
A sensibilidade das lideranças do setor produtivo, em
buscar na ciência e na sociedade os caminhos para o desen-
volvimento, norteou as discussões acerca do novo Código
Florestal do Estado de Goiás.
Mais uma vez, Goiás se coloca na vanguarda do desen-
volvimento de nosso país e demonstra que a abertura ao
diálogo conduz ao sucesso nas negociações e, consequente-
mente, leva à construção de um futuro onde a produção e a
sustentabilidade andam de mãos dadas.
O projeto do Código Florestal estadual foi amplamente
discutido e estudado pelo Grupo de Trabalho, criado pelo
Governo em 2009, e que contou com a participação de mais
de 21 entidades. O resultado do foi a consolidação de uma
proposta inovadora, mas ao mesmo tempo, sintonizada
com as necessidades e anseios das partes envolvidas.
De forma pioneira no país, Goiás apresenta um Código
Florestal estadual que prima pelo equilíbrio entre a preser-
vação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do
Estado. Trata-se de um marco regulatório para a produção
sustentável. E isso é fundamental, haja visto que a maior
parcela das áreas que devem ser preservadas são privadas,
ou seja, a mão que planta é a mesma que preserva.
Parabéns a todos os entes públicos e privados que par-
ticiparam deste debate e que demonstraram grande ama-
durecimento político. Com convicção podemos afirmar que
Goiás caminha a passos largos para a construção de um
futuro brilhante para nossa geração, bem como, aos nossos
descendentes.
A mão que planta é a mesma
que preserva
AlexandreCerqueira
4. PAINEL CENTRAL
Feiras de sucesso
Congresso
Internacional da Carne
Eventos tentam unir negócios, entretenimento e capacitação no interior do Estado
Evento realizado em Goiânia discute
futuro do mercado mundial
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 31
Campo Aberto 38
Treinamentos e
cursos do Senar
36
Cuidados com
disenteria suína
Sintomas incluem perda de peso e crescimento
retardado. Casos ainda não foram registrados
em Goiás, mas produtores devem ficar atentos
18
28
32
TheFrame
MarcusVinícius
MendelCortizo
4 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
5. Cerca de 700 produtores
rurais acompanharam
as votações na
Assembleia Legislativa,
o presidente do Sindicato
Rural de Corumbá de
Goiás, José Carlos de
Oliveira manifestou.
Foto: Larissa Melo
Goiás é pioneiro na adequação do Código Florestal brasileiro
Pioneira na solda elétrica em
Vicentinópolis
Rosimeire se especializou por meio de curso
do Senar e serve como exemplo para demais
mulheres do município
24
LarissaMelo
Cama de frango na agricultura
Pesquisa realizada pela Universidade
Estadual de Goiás (UEG) prevê o uso do adubo
organomineral para aumento de produtividade
34
Produção e compromisso com Meio Ambiente 12
MendelCortizo
Julho / 2013 CAMPO | 5www.senargo.org.br
6. LarissaMelo
AGENDA RURAL
01/07 03/07
Encontro Técnico Proarte
Programa Gestão da Produção Artesanal
Horário: 9h
Local: Mini auditório do Senar, Goiânia
Informações: (62) 3545-2600
Abertura da 30ª Expoagro de Uruaçu
Horário: 21h
Local: Parque de exposições, Uruaçu
Informações: (62) 3357-1987
04/07 16-19/07
Abertura oficial da Exposição Agropecuária de Mineiros
Horário: 20h30
Local: Parque de exposições, Mineiros
Informações: (64) 3661-1298
Treinamento do Cadastro Ambiental
Horário: 8h
Local: Mini auditório do Senar, Goiânia
Informações: (62) 3096-2115
19 e 20 de Julho
Campo Saúde Duplo
Horário: 8h
Locais: (Minaçu) / (Porangatu)
Informações: Minaçu - Comunidade do Filó
Porangatu - Parque Agropecuário
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7. FIQUE SABENDO
Armazém
A editora Saraiva lançou, no úl-
timo mês, a nova edição do livro
Estatuto da Terra. Composto pela
lei nº. 4.504, de 30 de novembro
de 1964 assim como os regula-
mentos, o livro tem como princi-
pais temas: aquisição de imóvel
rural; desapropriação; Imposto so-
bre a Propriedade Territorial Rural
(ITR); loteamento e parcelamento
do solo; política agrícola e reforma
agrária. Os destaques da edição se
resumem à Política Nacional de Ir-
rigação, Política Nacional para os
Trabalhadores Rurais Empregados,
Política Nacional de Integração La-
voura-Pecuária-Floresta, além de
novas notas remissivas e índices.
editorasaraiva
CNA inaugura Espaço Agro na UE
Estatuto da Terra
REGISTRO
O Presidente do Sistema Faeg
Senar, José Mário Schreiner partici-
pou, no último dia 19 de junho, da
inauguração do Espaço Agro Brasil
na União Europeia. O evento foi re-
alizado em Bruxelas e contou com a
presença da senadora e presidente da
CNA, Kátia Abreu. De acordo com a
Confederação, o objetivo é reforçar a
política de defesa dos interesses co-
merciais do setor agropecuário brasi-
leiro em mercados estratégicos.
Com as barreiras impostas pela
União Europeia, que dificultam as ex-
portações brasileiras, um dos objetivos
é participar mais ativamente do debate
sobre os entraves ao comércio bilateral,
desenvolvendo ações conjuntas e para-
lelas às realizadas pelo governo bra-
sileiro. Tudo isto poderá ser feito com
vistas à construção de um possível
acordo de livre comércio com o bloco,
que já é um dos principais parceiros do
comércio exterior agrícola brasileiro.
pesquisa
A macaúba (Acrocomia aculeata)
encontrada por grande parte do ter-
ritório brasileiro pode se transformar
em matéria-prima na produção de bio-
diesel, biocombustíveis de aviação,
cosméticos e alimentos para consu-
mo humano e animal. Isso depende,
entretanto, de desenvolvimento tec-
nológico e inserção nas cadeias pro-
dutivas. Foi por esse motivo que a Em-
brapa iniciou em 2013 um novo projeto
de pesquisa que busca soluções para
problemas relacionados, principal-
mente, à colheita e à extração do óleo
da polpa de macaúba.
De acordo com a Embrapa Agro-
energia, os frutos da macaúba são
colhidos principalmente, princi-
palmente, do chão, depois de
se desprenderem dos cachos.
É por isso que grande parte
da colheita já chega às indús-
trias em deterioração. Assim,
a equipe da Embrapa testa
duas estratégias de colheita.
A primeira é cortar o cacho in-
teiro, como se faz com o den-
dê; a segunda, instalar um cole-
tor junto às palmeiras para captar
os frutos que caem dos cachos.
Macaúba e Biodiesel CNA
Julho / 2013 CAMPO | 7www.senargo.org.br
8. PROSA RURAL
Conscientização sobre
linhas de crédito
Francila Calica | francila@faeg.com.br
LarissaMelo
N
o mês em que os agentes financeiros começam a operacionalizar os
recursos de um Plano Agrícola e Pecuário com volumes históricos,
produtores temem esbarrar na burocracia e não conseguir acessar os
benefícios amplamente divulgados pelo Governo Federal. À frente da regional
goiana do Banco do Brasil - agente financeiro que operacionaliza a maior parcela do
crédito agrícola e pecuário - Edson Bündchen se posiciona a respeito das principais
queixas dos produtores e entraves enfrentados por eles.
Edson
Bündchen,
é superintendente
estadual do Banco
do Brasil
LarissaMelo
8 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
9. produtores. Quais os entraves ainda
existentes? O que o Banco pode fazer
para retirá-los?
Edson Bündchen : O Programa ABC
é uma linha de crédito para incen-
tivar atividades que gerem redução
de emissão de gases efeito estufa na
agricultura. Por isso, seus recursos
são disponibilizados para atividades
que promovam a recuperação de áreas
degradadas, reflorestamento comer-
cial, sistemas orgânicos de produção,
integração lavoura-pecuária-floresta,
etc. Alguns problemas ocorrem por
erros nos projetos e falta de docu-
mentação. Na Safra 2012/2013, o
Banco realizou cerca de 70 palestras e
treinamentos com aproximadamente
300 Assistentes Técnicos e produtores
rurais com objetivo de capacitá-los
quanto ao correto enquadramento no
Programa ABC. Para a Safra 2013/2014,
está programada a aplicação de outros
cursos, com o intuito de qualificar os
assistentes e produtores rurais para a
correta elaboração de projeto técni-
co de crédito rural de Agricultura de
Baixo Carbono. A conscientização dos
Agropecuaristas quanto aos benefícios
trazidos pela linha crédito é de grande
importância. Para tanto, o Banco do
Brasil está trabalhando para que nesse
novo ano safra a linha de crédito seja
ainda amplamente divulgada.
Revista Campo: Linhas de crédito
para investimento com juros baixos,
como MCR e PSI, são sempre limita-
das e as primeiras a acabar. Quanto
de recurso está disponível para essas
modalidades? Há possibilidade de
suplementação?
Edson Bündchen : 250 milhões de
reais para tais linhas, utilizados total-
mente pelos produtores. Na maioria dos
casos, a necessidade do produtor rural
pode ser atendida em diversas linhas
de crédito. Quando o cliente precisa
financiar máquinas/equipamentos, por
exemplo, ele poderá utilizar tanto o In-
vestimento MCR 6.4 Controlado quanto
o FCO ou Finame Rural PSI. Portanto,
caso acabem os recursos de uma linha
orientamos as agências e o próprio pro-
dutor a realizar a alteração da linha de
crédito para readequação e liberação.
Revista Campo: Recursos na ordem
de R$ 25 bilhões para novos arma-
zéns foram anunciados. Eles estarão
disponíveis para os produtores pessoa
física ou somente para pessoa jurídi-
ca? Com qual carência? E qual o nível
de burocracia?
Edson Bündchen : Os recursos
estarão disponíveis tanto para pessoa
física quanto para pessoa jurídica, com
carência de até três anos. O tempo
para análise e liberação da operação
dependerá da disponibilidade de limite
de crédito suficiente para amparar a
operação e da qualidade do projeto
apresentado, incluindo orçamento dos
itens a financiar e documentação da
garantia a ser vinculada.
Revista Campo: A pecuária será
contemplado com os recursos do Plano
Agrícola e Pecuária 2013/2014? Em
quais condições?
Edson Bündchen : Os benefícios
são para atividade pecuária também.
O limite para liberação de recurso
controlado com taxas menores passou
de 800 mil para 1 milhão, podendo
ser elevado de acordo com a atividade
desenvolvida.
Revista Campo: Quais os principais
fatores que, normalmente, comprome-
tem o acesso do produtor ao crédito?
Edson Bündchen : Restrições de
ordem legal e registro em sistema de
proteção ao crédito, tais como SPC e
SERASA. Contribui, também, o fato de
termos cadastros e limites de créditos
com dados insuficientes para amparar a
real necessidade do produtor rural.
Revista Campo: Os recursos divul-
gados no Plano Agrícola e Pecuário
2013/2014 começam a ser operacio-
nalizados pelo Banco do Brasil. Qual
será o prazo para que cheguem às
mãos dos produtores que pleiteiam os
recursos?
Edson Bündchen : O Banco do Brasil
desembolsará 6,5 bilhões em recursos
aos produtores para safra 2013/2014. O
valor orçado já se encontra a disposição
dos agropecuaristas desde 01/07/13 em
diversas linhas de crédito.
Revista Campo: Qual solução o
Banco do Brasil dará para agilizar os
limites de crédito, queixa frequente
entre os produtores?
Edson Bündchen : O Banco realizou
uma reestruturação no setor de análise
de limite de crédito para, em conjunto
com as agências, agilizar as demandas.
Na maioria dos casos os limites são cal-
culados dentro do novo fluxo, garantin-
do agilidade no atendimento às propos-
tas de crédito em andamento. Em maio
e junho, o Banco prorrogou automatica-
mente vários limites, a fim de conseguir
tempo para a renovação dos cadastros e
novo cálculo de limite de crédito.
Revista Campo: Há alguma possibili-
dade de essas análises passarem a ser
feitas regionalmente ou nas próprias
agências para dar celeridade ao pro-
cesso?
Edson Bündchen : Os limites de
crédito até 800 mil já são analisados
pelas agências. Somente os limites
acima desse valor e clientes com RBA
– Receita Bruta Agropecuária Anual
Prevista - superior a R$ 1 milhão serão
analisados por outra alçada.
Revista Campo: O Governo Federal
divulgou a liberação de R$ 4,5 bilhões
para o Programa ABC. Entretanto,
na safra passada, houve dificuldades
de acesso aos recursos por parte dos
Julho / 2013 CAMPO | 9www.senargo.org.br
10. AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
Goiatuba
Rubiataba
Caiapônia
Fazenda Nova
Corumbá de goiás
O Centro de Equoterapia Renascer de Goiatuba
comemora um ano de trabalho com resultados
positivos. Atualmente, seis portadores de necessidades
especiais são atendidos no local e o objetivo é dobrar
a quantidade de atendimentos para o mês de agosto.
A equipe (foto), conta com o coordenador do centro,
Antonialy Ferreira; equitador Gelson Fernandes;
educadora física Fabrícia Divina; psicóloga Lidiane
Oliveira e o auxiliar de coordenação Luciano Salgado.
O Sindicato Rural de Rubiataba promoveu, no
último dia 4 de junho, Treinamento em Rédeas para
vaqueiros do município. O evento contou com a
parceria do Senar Goiás e foi realizado no Tatersal de
Leilões de Rubiataba.
No último mês de junho, o Sindicato Rural de Caiapônia
promoveu aos produtores e famílias rurais a 5ª Ação
Itinerante da cidade. O evento, realizado na Fazenda Varão
contou com palestras técnicas, ações do Sistema FAEG/
SENAR, além da apresentação de prestação de serviços do
Sindicato. No total, 247 pessoas participaram do evento
que foi considerado de sucesso.
O Sindicato Rural de Fazenda Nova realizou, no
último dia 17 de junho, a cerimônia de posse da
nova diretoria. Dionísio Gomes Dias foi reeleito
presidente e Thiago de Oliveira Hilário ficou com
o cargo de vice-presidente. O gerente sindical
da Faeg, Antelmo Teixeira Alves representou
o Sistema Faeg/Senar no evento e fez uma
apresentação sobre a organização sindical e as
ações que podem ser realizadas em benefício
do produtor e toda sociedade. O evento foi
também marcado pela entrega de Certificados
de participação em Treinamentos realizados na
parceria com o Senar Goiás.
Faleceu, no último dia 16 de junho, o conselheiro fiscal do Sindicato Rural de Corumbá de Goiás, José Marcilio. Ele foi
assassinado em sua propriedade rural, localizada no mesmo município. O corpo foi velado no Cemitério Memorial, em
Goiânia. Com grande pesar, a diretoria do Sistema Faeg/Senar ofereceu solidariedade à família deste produtor rural que
muito contribuiu ao setor rural.
SindicatoRuraldeGoiatuba
SindicatoRuraldeRubiataba
SindicatoRuraldeCaiapônia
Centro de Equoterapia
completa um ano
Vaqueiros participam de
Treinamento de Rédeas
Palestras técnicas
compõem Ação Itinerante
Nova diretoria
toma posse
Morre conselheiro de sindicato
10 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
11. Cristalina
Cabeceiras
Doverlândia
Anápolis
O Sindicato Rural de Cristalina promoveu, de 11 a 14
de junho, a 3ª edição do Treinamento Produção Caseira
de Doces. Com 12 participantes, o evento foi realizado
na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais
(Apae) de Cristalina e contou com a presença de
beneficiários e produtores. O curso foi ministrado pela
instrutora Consuelo Marcarine e contou com apoio da
mobilizadora Cláudia Campos.
O Sindicato Rural de Cabeceiras, presidido por
Bruno Weis, aderiu à fachada padrão do Sistema
Faeg/Senar.
O Sindicato Rural de Doverlândia realizou, nos dias 7,
8 e 9 de junho, a 1ª Feira do Leite com leilão de gados
leiteiros. Com aproximadamente 1.500 pessoas, o
evento reuniu produtores da região e contou ainda com
um torneio leiteiro realizado paralelamente. Presidido
por Bruno Heuser da Costa, o sindicato avaliou a feira
como um sucesso. No total, 37 animais foram vendidos.
O Sindicato Rural de Anápolis realizou, no último dia 28 de junho, o primeiro Arraiá Beneficente da Equoterapia
Renascer. O evento contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas e tinha como objetivo arrecadar
fundos para o programa. O lançamento da Equoterapia ocorreu em 23 de maio e ainda está em fase de montaria. A
previsão é dar início às atividades na segunda quinzena de agosto e, inicialmente, pelo menos 15 pessoas devem ser
beneficiadas. Para dar andamento ao trabalho, o Sindicato está aceitando doações de cavalos para serem usados na
equoterapia ou vendidos para arrecadar renda.
SindicatoRuraldeCristalina
ArnoWeis
SindicatoRuraldeDoverlândia
Município promove
curso de doces caseiros
Sede ganha
nova fachada
Leilão de gado
de leite
Arenópolis
João Delfino da Silva, associado e Diretor Fundador do
Sindicato Rural de Arenópolis, morreu no último dia 16
de junho. João era produtor rural e empresário do ramo
de laticínios. O corpo foi sepultado no dia 17, às 10
horas, no cemitério local de Arenópolis.
SindicatoRuraldeArenópolis
Morre fundador de
Sindicato Rural
Festa junina arrecada verba para programa
Julho / 2013 CAMPO | 11www.senargo.org.br
12. Goiás é o primeiro estado a adequar sua legislação
ambiental ao Código Florestal brasileiro
Cleiber Di Ribeiro | cleiber@faeg.com.br
Francila Calica | francila@faeg.com.br
Lei ambiental é
atualizada
Produção sustentável
A
Assembleia Legislativa do Es-
tado de Goiás aprovou o Pro-
jeto de Lei que prevê a ade-
quação da legislação ambiental goiana
ao Código florestal brasileiro. O Pro-
jeto passou, no último dia 3 de julho,
pela segunda e última votação. Dos 38
parlamentares presentes houve ape-
nas um voto desfavorável ao projeto.
Com a aprovação, Goiás se torna o pri-
meiro estado brasileiro a ajustar sua
legislação ambiental ao Código Flores-
tal nacional, aprovado ano passado.
O texto original recebeu emendas
que serão avaliadas pelo Executivo na
Casa Civil, para onde segue o projeto.
Entre os destaques, está a criação de
um Fórum Permanente para discutir
propostas de adequação da legislação
ambiental estadual (ver composição
do Fórum no quadro).
O Fórum será coordenado pela Se-
cretária Estadual de Meio Ambiente
e Recursos Hídricos (Semarh), tendo
como membros as Secretarias de Cida-
des e da Agricultura, Pecuária e Irriga-
ção, além da participação de membros
das universidades goianas e outras en-
tidades governamentais e civis.
Regras claras
Para o presidente da Federação
da Agricultura e Pecuária de Goiás
(Faeg), José Mário Schreiner, a apro-
vação foi uma vitória, pois era preciso
alinhar o Código Florestal estadual,
datado de 1996 e defasado, à lei bra-
sileira aprovada pelo Congresso Na-
cional no ano passado.
“Isso gerava insegurança jurídica
aos produtores rurais, principalmen-
te, aos pequenos proprietários. Eles
estavam sujeitos a serem autuados e
multados e, por isso, precisávamos
da lei para restabelecer a segurança
jurídica a esses produtores rurais do
nosso Estado”, explica.
Falando das duas modificações do
texto, José Mário disse que a questão
ambiental é dinâmica e que a criação
do Fórum Permanente é adequada,
legítima e atende todas as partes.
“Estamos aqui dando clareza e mos-
trando a sensibilidade de um setor
produtivo que está na eminência de
plantar uma nova safra e que precisa
de segurança jurídica. O setor rural
já discutiu oito anos de Código Flo-
restal brasileiro, passou quatro anos
discutindo o Código Florestal de Goi-
ás. Estamos dispostos, vamos sentar
com todos e queremos muito uma
contribuição com a preservação e
também com a produção”, ressaltou.
Ele reforçou que Goiás é o Estado
que possui o maior alicerce econômico
e social baseado no setor rural e, por
isso, a preocupação com uma legisla-
ção coerente com a importância da ati-
vidade. “Não podemos esquecer que o
setor rural é o único da economia que
vem dando certo no País e que gera ri-
queza à Balança Comercial do Brasil.
E estaria em risco com a falta de uma
legislação mais clara”, esclarece.
12 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
13. O Projeto de Lei (PL
2013002205) recebeu 37 votos fa-
voráveis entre os 38 parlamenta-
res presentes na última sessão de
votação da matéria. Um consenso
costurado durante as negociações
entre oposicionistas e defensores
do Código permitiu que a matéria
tivesse apreciação uníssona.
Apesar de ser oposição ao
governo e contrário ao tema, o
deputado estadual Mauro Ru-
ben (PT) votou a favor do proje-
to, após a inserção das Emendas
que preveem a criação do Fórum
Permanente de Meio Ambiente,
estabelece as entidades que o
compõe e a inclusão do dispositi-
vo que determina que a compen-
sação de Reserva Legal deverá
ser feita no mesmo bioma, mas
dentro do território goiano.
O líder do Governo na Assem-
bleia Legislativa, deputado Fábio
Souza (PSDB), explicou que os
deputados da Casa Legislativa
se esforçaram para chegar a um
consenso daquilo que foi possí-
vel ser feito na lei. “Estamos dan-
do um passo ao desenvolvimento
sustentável no Estado. Teremos a
agropecuária funcionando bem,
com o Meio Ambiente preserva-
do. Isso é o mais importante”,
disse.
O deputado José Vitti (DEM),
que também votou favorável ao
Código, defendeu que o texto de-
veria ter sido aprovado da forma
com que chegou à Assembleia,
mas que seguiria o entendimento
da maioria com a modificação.
Deputados da situação e oposição
votam pela aprovação
Representantes do setor
agropecuário ocupam
plenário em defesa da
aprovação do código
LarissaMelo
Julho / 2013 CAMPO | 13www.senargo.org.br
14. Para ele, 80% dos produtores estariam irre-
gulares caso a nova lei não fosse aprovada.
Para o presidente da Comissão de Agri-
cultura e Cooperativismo da Assembleia
Legislativa, deputado Francisco Jr. (PSD) a
aprovação da matéria foi positiva uma vez
que sem regras claras e sem saber qual le-
gislação seguir (a estadual ou a nacional) o
produtor rural goiano estava inviabilizado
de dar continuidade à sua atividade com
segurança jurídica. Ele parabenizou os co-
legas deputados pelo bom senso na condu-
ção e votação da matéria.
Valcenôr Braz (PTB), líder da Frente Par-
lamentar do Agronegócio da Casa, reforçou
que os produtores são conscientes da neces-
sidade de preservação ambiental. “São os
maiores interessados na preservação do Meio
Ambiente, pois dele depende a continuida-
de da produção de alimentos”, enfatizou. O
único a votar contra o projeto, deputado Ma-
jor Araújo (PRB) se defendeu explicando que
não acredita na eficácia de Grupos de Traba-
lho ou Fóruns de Discussão.
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh);
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro);
Secretaria de Estado das Cidades;
Universidade Federal de Goiás (UFG);
Universidade Estadual de Goiás (UEG);
Instituições privadas de ensino;
Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa;
Ministério Público Estadual;
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO);
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg);
Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg);
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-GO);
Emater;
Fórum Goiano de Reforma Agrária e Agricultura Familiar.
Entidades integrantes do recém-criado Fórum
Permanente de Meio Ambiente
Valcenôr Braz, líder da Frente Parlamentar do
Agronegócio da Casa, afirmou que produtores
são conscientes sobre preservação
LarissaMelo
14 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
15. Durante os dois primeiros dias
de votação do Projeto de Lei na As-
sembleia Legislativa cerca de 700
produtores rurais acompanharam os
trabalhos parlamentares na sessão
Plenária. Segundo o produtor de grãos
do município de Goiatuba, Paulo Hen-
rique Garcia, os maiores interessados
na preservação do meio ambiente são
os próprios produtores. “Nós depen-
demos da terra para produzir. Se a
conservamos, temos condições de
produzir mais alimentos sem derru-
bar nenhuma árvore”, disse.
Vindo de Bela Vista de Goiás com
um grupo de 35 produtores da re-
gião, o presidente do Sindicato Rural
do município, Wanderley de Siquei-
ra, se dizia feliz por estar presente
com outros amigos de profissão no
primeiro dia de votação. “É uma lei
que vai beneficiar a todos, não só os
produtores”, disse.
Ailton Vilela, presidente do Sin-
dicato Rural de Caiapônia, era outro
produtor que estava ciente da impor-
tância do momento de votação. “Es-
tamos aqui para sensibilizar nossos
políticos para assunto tão importan-
te que é a aprovação do Código. Nin-
guém é mais interessado em prote-
ger o meio ambiente que o produtor
rural que vive do campo”, explica o
produtor que levou a esposa e filha
para acompanharem a votação.
Produtores
defendem
desmatamento
zero
Rogério de Oliveira, de Itumbiara: O Código Florestal
de Goiás vai regularizar a atividade da produção de
alimentos e tirar os produtores da ilegalidade
LarissaMelo
16. Garantias à produção
O presidente do Sindicato Rural
de Indiara, Henrique Marques, che-
gou à mobilização acompanhado de
mais de 15 produtores do município.
Ele acredita que a movimentação
do setor rural é válida. “Essa mo-
vimentação precisava acontecer de
alguma forma. É o grito do Brasil.
Queremos a lei aprovada para con-
tinuar produzindo. Nós produtores
temos consciência da preservação
ambiental. O Brasil precisa continu-
ar produzindo, comercializando sua
safra no mercado interno e externo
para que a sociedade continue com-
prando alimentos baratos e o País
gerando riquezas“, ressalta.
Outro presidente de Sindicato
Rural presente à Assembleia Legis-
lativa era Rogério de Oliveira, de
Itumbiara. Acompanhado de outros
25 produtores comentava da impor-
tância da nova lei estadual para a
regularização da atividade, tão im-
portante ao Estado e ao País.
“A importância de estarmos aqui
é dar notoriedade aos assuntos do ho-
mem do campo. O Código Florestal
de Goiás vai regularizar a atividade da
produção de alimentos e tirar os pro-
dutores da ilegalidade provocada por
uma legislação defasada”, disse.
Prevê e regulamenta a compensação das Reservas
Legais consolidadas (desmatadas em data ante-
rior a 22 de julho de 2008), desde que o produtor
entre no Programa de Regularização Ambiental
(PRA), criado pelo Governo Federal. Esse produ-
tor poderá optar em regularizar a Reserva Legal
de três formas:
• Regenerar
• Recompor: O produtor terá prazo de 20
anos. Deve recompor 10% da área a cada dois
anos. Pode usar espécies de plantas exóticas
em até 50% da área recomposta.
• Compensar: O produtor poderá usar uma
outra área que será preservada como Reserva
Legal dentro da propriedade ou fora dela. Se
for fora da propriedade, é preciso que seja no
mesmo bioma e dentro dos limites das fron-
teiras do Estado de Goiás.
A possibilidade de Compensar área de Reserva
Legal, regulamenta, em nível estadual, o Artigo
129 da Constituição Estadual. Possibilita a realo-
cação da Reserva Legal averbada em reserva ex-
trapropriedade.
A recuperação das áreas de Preservação Permanente consoli-
dadas (desmatadas em data anterior a 22 de julho de 2008) serão
medidas de acordo com a Calha do Leito Regular do rio. Sendo a
recomposição mínima de:
• 5 metros de APP para propriedades com 1 Módulo Fiscal;
• 8 metros de APP para propriedades com 2 a 3 Módulos Fiscais;
• 15 metros de APP para propriedades com 3 a 4 Módulos Fiscais;
• 20 metros para os demais casos acima de 4 Módulos Fiscais.
Obs: Para as Áreas de Preservação Permanente não consolidadas
(áreas que foram desmatadas em data posterior a 22 de julho de
2008) fica estabelecido como regra:
• 30 metros de APP para curso d’água com menos de 10 metros
de largura;
• 50 metros de APP para o curso d’água de 10 a 50 metros de
largura;
• 100 metros para cursos d’água de 50 a 200 metros de largura;
• 200 metros para cursos d’água de 200 a 600 metros de largura;
• 500 metros para cursos d’água com largura superior a 600 me-
tros de largura.
Objetivos Principais da Proposta
• Recepcionar o Código Florestal Brasileiro;
• Regulamentar os dispositivos criados pelo Código Florestal Brasileiro como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa
de Regularização Ambiental (PRA);
• Regulamentar o Artigo 129 da Constituição Estadual;
• Atender as particularidades locais;
• Trazer segurança jurídica. A Lei Estadual atual é de 1995. A Lei Federal atual é de 2012. Assim, o estado de Goiás vive um
choque jurídico de Legislações que tratam do mesmo assunto, mas de forma diferente;
• Regulamentar as atividades consolidadas em Goiás;
• Não prever novos desmatamentos.
Reserva Legal (RL) Área de Preservação
Permanente (APP)
Mudanças previstas no Código Florestal de Goiás.
16 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
17. MERCADO E PRODUTO
Mais uma vez o mercado fi-
nanceiro mundial demonstra sua
grande sensibilidade às notícias
que ainda nem se concretiza-
ram. Bastou que o Presidente
do Banco Central dos Estados
Unidos (Federal Reserve - FED),
Ben Bernanke admitisse em
depoimento, no Congresso
Americano, a possibilidade de
apertar a oferta do dólar com
a redução de suas compras de
títulos, para que mudassem os
fluxos do capital. Os recursos
passaram dos mercados emer-
gentes para voltarem aos países
desenvolvidos, em função de
uma expectativa de melhoria
dos juros nestes países.
Os volumes de aplicação de
dólares, pelo FED, vinham sen-
do da ordem de US$ 85 bilhões
por mês, o que levou àquela
instituição a acumular em sua
carteira um valor, destes títulos,
da ordem de US$ 3,3 trilhões.
Dinheiro que o setor privado
vem apropriado e direcionando,
não só para a economia interna
dos EUA, mas, principalmente,
para os mercados emergen-
tes que apresentam melhores
remunerações.
O anúncio de Bernanke
caiu no mercado financeiro
como um tsunami. Mesmo sem
ter dado detalhes de como e
quando teria início a operação
de “enxugamento” do merca-
do, os efeitos foram imediatos
e assustadores. Isso ocorreu
mesmo depois de ter informa-
do que a medida seria lenta e
gradual, provocando a valoriza-
ção do dólar, da taxa de juros e
invertendo o fluxo internacional
do capital, que inicia uma forte
corrente de retorno, principal-
mente, para os EUA.
Caso a medida já estivesse
sendo praticada, estes reflexos
no mercado seriam normais,
pois a redução da oferta do
dólar, claramente, provoca sua
valorização e alta nos juros. O
que está assustando o mundo
financeiro é como o mercado
reagiu com tamanha velocidade
diante de um fato ainda não
consumado e sem uma data
para acontecer.
Entre 30 de abril e 14 de
junho, com a valorização do
dólar, a moeda brasileira (Real)
desvalorizou 7% em 45 dias -
de R$ 2 por dólar, para R$ 2,14
-, situação que se agravou ainda
mais nos últimos dez dias, com
a percepção do mercado em
relação à mobilização política-
-popular que se alastras por
todo o país. A desvalorização
chegou a mais 3,7% e o real
atingiu a cotação de R$ 2,22 por
dólar. O Brasil dispõe de uma
reserva externa da ordem de
US$ 370 bilhões, o que dá uma
grande confiança ao mercado
na sustentação de pressões
externas do câmbio.
Também foram adotadas
outras medida como a isenção
do IOF sobre operações futuras
do câmbio, medida considera-
da pelo mercado sem grande
efeito, dadas as atuais condi-
ções da economia brasileira que
apresenta baixa capacidade de
atração de capital externo.
Este vendaval cambial chega
ao Brasil em um momento não
muito confortável para a eco-
nomia do país, pois a taxa de
crescimento está muito baixa, a
balança comercial fragilizada,
tendendo para um saldo nega-
tivo e com grandes perdas de
capital externo, já antes deste
tsunami cambial.
Para o agronegócio, a atual
mudança do câmbio apresenta
dois efeitos diferentes: impacto
no custo de produção e nos
preços dos produtos agrícolas.
Em decorrência das importa-
ções de insumos, o custo de
produção se eleva. Principal-
mente, no caso do potássio em
que a dependência externa está
em cerca de 90% do volume
consumido no país.
Já no que se refere aos pre-
ços agrícolas, que beneficiam
o produtor, o impacto é bem
mais direto do que no custo,
dado que, com a globalização
dos mercados, a maioria destes
preços tem formação externa
cotados em dólar e são repas-
sados para o mercado interno
através da conversão cambial.
O somatório dos fatores
que estão valorizando o dólar,
indica que o país não apresenta
pré-condições para sustentar
um câmbio abaixo de R$ 2 por
dólar, mesmo com as isenções
de IOF, consideradas insufi-
cientes para inverter o fluxo de
capital externo. O cenário mais
provável é de um novo patamar
cambial, com uma ligeira aco-
modação em relação às cota-
ções destes últimos dias, pouco
acima de R$ 2 por dólar.
Um novo patamar
do câmbio
Pedro Arantes | pedro@faeg.com.br
Pedro Arantes é
economista e analista
de mercado da Faeg
ItamarSandoval
Julho / 2013 CAMPO | 17www.senargo.org.br
18. Doença foi registrada em
granja no Sul do País e
alerta produtores para
precauções
Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
Cuidados
podem prevenir
Disenteria
Suinocultura
P
orcos com dificuldade de ga-
nho de peso, desidratados, com
crescimento retardado além de
disenteria com muco e sangramento.
Estes sintomas podem indicar que o
rebanho foi contaminado com Disen-
teria Suína, doença registrada no Brasil
pela primeira vez em 1978. Até o ano
passado, não havia, entretanto, casos
de relevância clínica até que uma gran-
ja do Sul do País foi afetada e causou
alerta aos produtores do Brasil. Goiás
ainda não possui registros, mas com
cuidados especiais, é possível prevenir.
A doença é provocada pela bacté-
ria Brachyspira hyodysenteriae e não
apresenta riscos à saúde humana. Os
suínos, entretanto, apresentam diar-
reia com presença de muco e sangra-
mento; grande desidratação e ema-
Bebedouros não
podem favorecer a
contaminação fecal
18 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
19. grecimento. Os rebanhos afetados
sofrem queda no desempenho nas
fases de creche, recria e terminação,
com piora na conversão alimentar e
aumento da mortalidade. Os animais
que se recuperam apresentam cresci-
mento retardado.
Presidente da Comissão de Sui-
nocultura da Faeg, Iuri Pinheiro Ma-
chado explica que ainda não há rela-
tos em Goiás mas, devido ao grande
trânsito de caminhões e entrada de
animais (leitões e reprodutores) de
fora do Estado, há sim o risco de as
granjas goianas serem afetadas. Daí a
atenção que os produtores devem dar
às medidas de biossegurança. “No
mundo esta doença está presente em
praticamente todos os países produ-
tores de suínos que incluem Europa e
América do Norte”, completa.
Quando a doença entra na gran-
ja, até mesmo as matrizes mais
velhas apresentam os sintomas.
Apesar disso, os mais afetados são
os suínos nas fases de crescimen-
to, desde a creche até a terminação.
Além da presença do agente infeccio-
so, uma série de fatores pode con-
tribuir para a gravidade das
manifestações clínicas e o prejuízo
decorrente. Os principais problemas
são instalações inadequadas que cau-
sam desconforto aos animais: excesso
de umidade, frio e superlotação.
“Lâmina d’água e cochos tipo ca-
lha aumentam a disseminação da do-
enças entre os animais assim como
falha na limpeza diária e entre lotes
(manejo all in - all out e vazio sani-
tário); rações de baixa qualidade; co-
chos e bebedouros que favoreçam a
contaminação fecal; mistura de ani-
mais de diferentes idades com lotes
diferentes e programas inadequados
de medicação preventiva, podem ser
agravantes”, afirma o presidente.
Diagnóstico
Para receber o diagnóstico é pre-
ciso consultar um médico veterinário,
para a realização do exame clínico e,
se necessário, encaminhar material
para diagnóstico laboratorial. “É pre-
ciso diferenciar os sintomas de ou-
tras enfermidades gastrointestinais
como: úlceras gástricas, salmonelo-
se, enteropatia proliferativa e coliba-
cilose, por exemplo. O diagnóstico
definitivo e diferencial é feito em la-
boratório, a partir da coleta de fezes e
de fragmentos de intestino grosso de
animais necropsiados. No labo-
ratório é preciso diferenciar de outras
bactérias espiroquetais, como a Bra-
chyspira pilosicoli”, acrescenta Iuri.
Cuidados necessários
Ainda não existe vacina para pre-
venção e, quando os animais são afe-
tados, a única forma de tratamento é
o uso de antimicrobianos nas rações.
O tratamento muitas vezes é caro
e, devido à resistência bacteriana, é
pouco eficaz. Em alguns sistemas de
produção a solução tem sido a despo-
pulação parcial ou total da granja, o
que gera um grande prejuízo e inter-
rupção temporária da atividade.
De acordo com o presidente da
Comissão de Suinocultura, a melhor
forma de se ver livre da Disenteria Su-
ína é adotando medidas de biossegu-
rança como exigir que os caminhões
que transportam suínos acessem a
granja somente depois de serem lava-
dos e desinfectados em local fora da
fazenda. Preferentemente, este veícu-
lo deve ficar vazio (depois de lavado
e desinfectado), por no mínimo, 24
horas. Entre os cuidados básicos a se-
rem tomados preventivamente estão
ainda: manter controle de roedores e
evitar a entrada de cães e outros ani-
mais domésticos na granja.
Além disso, os produtores nunca
MendelCortizo
MendelCortizo
Bebedouros não
podem favorecer a
contaminação fecal
Julho / 2013 CAMPO | 19www.senargo.org.br
20. ATACADO E VAREJOATACADO E VAREJO
PEÇAS PARA MOTOS
MÁQUINAS E
FERRAMENTAS
ARTIGOS PARA
BORRACHARIA
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Excesso de umidade, frio
e superlotação podem
favorecer contágio
devem permitir a entrada de funcio-
nários da granja na carroceria dos
caminhões. Para completar, todo
animal que entrar no caminhão não
poderá, em hipótese alguma, retor-
nar à granja. Deve-se também usar
o livro de visitas com registro de
nome, empresa, data de último con-
tato com suínos e assinatura. “Vi-
sitantes que tiveram contato com
outros suínos (granjas e abatedou-
ros) no mesmo dia ou no dia ante-
rior devem ser impedidos de entrar.
Qualquer material ou equipamento
que entre na granja deverá ser de-
sinfetado ou passar pelo fumigador
e os funcionários devem ser orien-
tados e cobrados sobre as medidas
de biossegurança, não podendo, em
hipótese alguma, possuir suínos em
sua casa”, completa.
Os produtores devem tomar
cuidados com todas as pessoas que
adentrarem à granja, fazendo-os
passar pelos vestiários da barreira
sanitária, tomando banho e tro-
cando de roupa cada vez que pas-
sam da área suja para a área limpa.
Atenção especial deve ser dada aos
calçados. Os calçados usados fora
da granja em hipótese alguma po-
dem passar para a área limpa. Por
fim, quando eles retornarem para a
área suja, devem deixar as roupas
usadas dentro da granja na área
limpa, antes do chuveiro.
Shutter
Excesso de umidade, frio
e superlotação podem
favorecer contágio
21. As grandes questões do
agronegócio acontecem
primeiro aqui
Dias 8 e 9 de agosto
em Cuiabá-MT
Cenarium Rural
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MT-MS-DF-GO
ESTADOS PARTICIPANTES 2
0
1
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22. Projeto integra municípios que fazem parte de
polo de excelência em produção rural
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
Planejar para
crescer
Desenvolvimento municipalLarissaMelo
C
om o objetivo de identificar e
promover o atendimento das
necessidades dos produtores
rurais, foram entregues os primei-
ros Planejamentos Estratégicos para
o Desenvolvimento da Agricultura e
Pecuária a municípios goianos. Essa é
a quarta etapa do programa Prefeito
Aliado do Progresso (PAPP), desen-
volvido pela Federação da Agricultura
e Pecuária de Goiás (Faeg), em parce-
ria com os Sindicatos Rurais e prefei-
turas goianas. O primeiro município
a receber o documento foi Goianésia.
A entrega oficial foi realizada no mês
de maio, no auditório da prefeitura.
Desde que o programa foi lançado,
em janeiro de 2013, 26 municípios já
solicitaram a participação no projeto.
Para Jalles Fontoura, prefeito de
Goianésia, o programa é de extrema
importância para um governante que
está em começo de mandato. Isto por-
que, por meio dos dados levantados
pela Faeg, eles podem observar quais
eram as questões que necessitavam
ser melhorada.“Observamos que as
necessidades coincidem com o pla-
no estratégico criado pela prefeitura,
onde o Programa Prefeito Aliado do
Progresso contribui de forma inten-
sa”, completa.
O prefeito lembra que o PAPP abre
Presidente da Faeg,
José Mário, entrega ao
Prefeito de Goianésia,
Jalles Fontoura, a placa de
participação do PAPP
22 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
23. a oportunidade de melhorar o muni-
cípio de forma econômica e social. “O
Programa nos mostrou que 69% dos
nossos produtores rurais vivem na
classe D/E. E queremos mudar essa
realidade. Nosso objetivo é que esse
número passe para as classes A/B e
C. E, dessa forma, aumentar a renda
da população e, consequentemente,
do município”, avalia.
Segundo o superintendente da
Faeg e coordenador do Programa,
Claudinei Rigonatto, o objetivo é
dotar as Secretarias Municipais de
Agricultura de condições para funcio-
namento eficiente, auxiliando na es-
truturação do planejamento de ações,
de formulação de políticas agrícolas
do município, de estrutura técnica,
econômica e orçamentária. “Tudo
isso para promover o fortalecimento
do setor agropecuário no município,
criar formas de estimular o consumo
da produção local, melhoria na capa-
cidade de renda e na vida da socieda-
de local”, explica.
O Secretário de Desenvolvimento
Econômico e Social de Goianésia, João
Pedro Braollos, destaca que o Progra-
ma deu ao município um norte a ser
seguido. “Com o planejamento estraté-
gico elaborado e o nosso plano de ação
traçado, tivemos como alinhar nossas
ações e direcionar o nosso foco princi-
pal, que é o produtor de baixa renda.”
Ele acredita que a ação é muito impor-
tante para Goianésia. “Dessa forma
acabamos aplicando os nossos recur-
sos, que não são muitos, para quem re-
almente necessita e o município acaba
tendo retorno com isso”, diz.
Braollos conta que o planejamento
já começou a ser colocado em prática,
por meio da identificação das neces-
sidades dos produtores, como trei-
namento, capacitação e a elaboração
dos projetos já direcionados à classe.
“Nosso projeto de piscicultura é um
grande exemplo. A partir da segunda
quinzena de julho já começamos a es-
cavar os tanques”, lembra.
A proposta do programa é iden-
tificar e qualificar oportunidades de
melhoria no ambiente de negócios
dos produtores rurais. Desta forma, o
programa visa capacitar as prefeituras
para uma melhor gestão da Secreta-
ria Municipal de Agricultura e auxiliar
na formulação de políticas públicas,
estruturação técnica, econômica e
o planejamento de ações visando o
progresso do município e melhoria na
vida dos produtores e moradores.
Todos os 30 programas desen-
volvidos pelo Sistema Faeg/Senar
para melhorar a produção agropecu-
ária, melhorar a renda e a qualidade
de vida do produtor e trabalhador
rural poderão ser realizados nos
municípios parceiros do Programa
Prefeito Aliado do Progresso.
O Programa é desenvolvido em
cinco fases: Visita ao município,
Diagnóstico, Planejamento Estra-
tégico da Secretaria Municipal de
Agricultura, Elaboração do Plano
Estratégico Municipal do setor rural
e Implantação e Acompanhamento
das Ações (Consolidação dos Traba-
lhos e Avaliação dos Resultados).
Além do município de Goianésia,
Alexânia, Jussara e Minaçu partici-
param da quarta etapa e receberam
seus Planejamentos Estratégicos.
Articulação política
O Programa Prefeito Aliado do
Progresso é a terceira etapa do pro-
jeto que reafirma a maior participa-
ção do setor produtivo rural no pro-
cesso político. Ele visa acompanhar,
monitorar e avaliar a aplicação das
expectativas e dos compromissos
assumidos pelos prefeitos com a
população local de cada município
participante do projeto O Que Es-
peramos do Próximo Prefeito, com
base na Agenda de Desenvolvimen-
to Municipal.
Na segunda etapa do projeto, fo-
ram realizados debates com os can-
didatos que concorreram ao cargo
de prefeitos nos eventos realizados
pela Faeg e os Sindicatos Rurais em
130 municípios goianos, nos meses
de agosto e setembro de 2012.
As Agendas de Desenvolvimen-
to Municipal foram elaboradas na
primeira etapa do projeto realizado
antes das eleições municipais, nos
meses de abril e maio de 2012, em
123 municípios goianos. Foram elabo-
radas contendo todas as expectativas
levantadas por produtores e membros
da comunidade que participaram nos
seminários locais e que contribuíram
com consultas e tabulações de relatos
em cada um dos municípios.
Impulso ao desenvolvimento municipal
Julho / 2013 CAMPO | 23www.senargo.org.br
24. Pesquisa desenvolvida em parceria com a
UEG aponta para possível redução de custos e
satisfação na produtividade
Cama de frango na
agricultura
Adubo orgânicoMendelCortizo
D
iminuir custos de produção
e aumentar a produtividade.
Essa equação é considerada
a menina dos olhos de todo produ-
tor rural, que está prestes a ganhar
mais um aliado – o fertilizante orga-
nomineral farelado à base de cama
de frango. Desenvolvido pela Uni-
versidade Estadual de Goiás (UEG),
o avicultor José Renner e a empresa
Krion Agroscience, o novo produto
ainda está em fase de teste mas vem
destacando por essas, entre outras
vantagens.
Substrato utilizado para cobrir o
piso de viveiros e galpões avícolas, a
cama de frango é, geralmente, com-
posta por fezes de animais, restos de
ração como soja, milho e micronu-
trientes, entre outros elementos que
podem variar de região para região.
Dessa forma, a cama de frango já é
aproveitada como adubo orgânico
para beneficiar o solo em diferentes
culturas e pastagens.
Segundo a professora da UEG
e pós-doutora em Ciência do Solo,
Adriana Ribon, essa combinação é
rica em fósforo, nitrogênio, potássio
e enxofre. Entretanto, pode conter
quantidade elevada de sódio (que é
prejudicial às plantas) e, ainda assim,
a quantidade de fósforo presente na
composição não costuma ser sufi-
ciente para suprir as necessidades
da planta. É com o intuito de corrigir
esses fatores que entra a importância
do estudo. “Por isso, é importante
trabalhar com o equilíbrio, para dimi-
nuir o custo de produção e aumentar
a produtividade”, afirma.
No produto, existe a presença de
rocha fosfatada e a fabricação é feita
na forma farelada. Em fase de teste
e desenvolvimento há um ano com a
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
24 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
25. MendelCortizo
Usada para cobrir piso de
galpões avícolas, a cama de
frango poderá ser aproveitada
como adubo orgânico
cultura da soja, a pesquisa avaliou di-
ferentes doses do organomineral em
destaque, comparadas a três doses
do fertilizante químico comum, so-
bre os parâmetros de produtividade
da soja: altura da planta, altura de
inserção da primeira vagem, núme-
ro de vagens por planta, número de
grãos por vagem, peso de mil grãos
e produtividade, além da análise de
custo-benefício. “Vamos testar com
a cultura do milho e pastagem, por
exemplo. Mas é uma pesquisa que
tem de continuar, tentando agregar
fatores como custo de produção e
produtividade”, ressalta.
Esse projeto é parte de um traba-
lho de conclusão de curso e pesquisa
científica dos universitários Wendell
Douglas Machado e Milca Rodrigues,
orientados pela professora Adriana
Ribon. Os testes são realizados em
diferentes propriedades rurais, cujos
talhões foram subdivididos para que
sejam feitas análises comportamen-
tais da cultura. Vale lembrar que, para
que seja feito todo o procedimento, é
preciso, primordialmente, uma análi-
se de solo do talhão.
“Conseguimos fazer o aprovei-
tamento da cama de frango de for-
ma racional, utilizando exatamente
a quantidade necessária para o solo
daquela região”, diz Adriana. A mi-
neralização beneficia o solo de forma
mais rápida, com menor impacto. Ou-
tro fator benéfico apontado é a dimi-
nuição do volume do composto.
Adubação
O aumento na eficiência no plantio
é um dos grandes ganhos do expe-
rimento. Segundo o produtor e avi-
cultor José Renner de Souza Rates,
tradicionalmente, o potássio é apli-
cado antes do plantio. No entanto,
essa metodologia modifica ao ser
utilizado o composto organomineral.
Ele afirma que, o resultado mais in-
Avicultor José Renner afirma
que, com uso de adubo, teve
redução de custos
Julho / 2013 CAMPO | 25www.senargo.org.br
26. teressante, foi observado ao utilizar
o adubo químico na base e, depois,
feito o lançamento do produto orga-
nomineral em composição de 50%
para cada produto.
“Dessa forma percebemos um
arranque na cultura com o desenvol-
vimento radicular da planta e o com-
posto ajuda a desenvolver o sistema
produtivo”, afirma. Utilizando desse
procedimento, são computados nas
análises do trabalho de conclusão
de curso, a diminuição dos custos
de produção com o menor emprego
de maquinário, óleo diesel e mão de
obra. Além disso, o custo do adubo
organomineral é mais barato que o
químico comercial.
José Renner conta que foi obser-
vado também que, com o emprego
do novo produto, o desenvolvimento
vegetativo é melhor em situações cli-
máticas mais estressantes. “A planta
teve maior resistência em períodos
mais prolongados de seca. Além dis-
so, aplicando um produto vivo, o
produtor potencializa toda a micro-
biologia do solo”, afirma.
História
O produtor e avicultor José Ren-
ner é considerado o incentivador do
projeto. Com o intuito de diminuir os
custos de produção de dentro da por-
teira, pesquisou, buscou informações
em empresa de consultoria até ser
orientado a procurar a universidade e
uma empresa para desenvolver a pes-
quisa. “Na realidade, esse conceito
de compostagem já existe, mas pro-
curei uma empresa e a universidade.
O produtor hoje, precisa trabalhar
com o menor custo de produção de
dentro da porteira, porque fora dela,
há muitos gargalos”, ressalta.
Além de diminuir os custos de
produção no ciclo das culturas, ain-
da consegue ter rentabilidade com a
cama de frango. Ele calcula que um
galpão com 30 mil aves, anualmente,
produza cerca de 180 toneladas de
cama de frango. O substrato pode ser
comercializado em torno de R$ 60 a
R$ 80 a tonelada, dependendo da épo-
ca do ano. “Como é um material que
tem de ser vendido em um curto es-
paço de tempo, dependendo da época
vendemos a um preço barato, aquele
de mercado”, avalia. Porém, após o
processamento do substrato, o pro-
dutor ganha elasticidade no prazo de
venda. “Com o processo de composta-
gem vou ter tempo de processar, agre-
gar valor e depois revender”, ensina.
Análise
José Renner destaca que o compos-
to pode ser feito sob medida para a cul-
tura de milho, soja ou mesmo pasta-
gem, desde que previamente, seja feita
uma análise de solo. Esse procedimen-
to aponta as condições físico-química
do solo e expõe a fonte de matéria-pri-
ma necessária para a adubação.
MendelCortizo
Victor Talles, Milca de Souza, Wendell
Machado, professora Adriana e
Kathleen Lourenço são responsáveis
por pesquisa
26 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
27. NÃO BASTA A CARNE TER CARA BOA, PERGUNTE SE É FRIBOI. PEÇA A CARNE
FEITA EM AMBIENTE CLIMATIZADO E MANTIDA NA TEMPERATURA IDEAL.
SABE POR QUE A FRIBOI É A MELHOR PEDIDA?
Porque a Friboi segue um rigoroso controle de qualidade para
oferecer a melhor carne que vai a sua mesa. Na fábrica, todo
o processo é fiscalizado de perto, com muita responsabilidade,
para que a carne receba o Selo de Inspeção Federal.
Quando você pede Friboi, leva procedência e garantia de origem.
Leva o cuidado, a seriedade e o mais alto padrão de higiene.
Por isso, não tenha vergonha de perguntar se é Friboi.
Leve a marca em que você e sua família podem confiar.
FRIBOI. CARNE CONFIÁVEL TEM NOME.
friboi.com.br
28. União de negócios, entretenimento e informação
pode garantir um evento bem sucedido
Karina Ribeiro | revistacampo@faeg.com.br
Especial para a Revista Campo
Feiras agropecuárias
de sucesso
EmpreendimentoIwataJr
A
s palavras de ordem são: pla-
nejamento, organização e
diversificação. Para que uma
feira agropecuária que engloba, ne-
gócio, entretenimento e capacitação
profissional seja bem sucedida, o
trabalho nos bastidores começa com
meses de antecedência. A contrata-
ção de mão de obra especializada é
fundamental para o empreendimen-
to, e a diversificação fica a cargo de
tentar atrair, contemplar e agradar o
maior número de participantes.
Há três anos como presidente do
Sindicato Rural de Jataí e há 12 anos
como integrante da entidade, Ricar-
do Assis Perez, tem propriedade para
dizer que desenvolver uma feira agro-
pecuária não é uma tarefa fácil. Ele
conta que o trabalho de captação de
parceiros e apoio financeiro começa
com cerca de cinco meses de antece-
dência. “Eles são fundamentais para
o sucesso da feira. Tem muito gasto e
também tem de saber pisar no freio
para não extrapolar o orçamento”, diz.
Nesse período também já são feitas as
contratações de shows e rodeio.
Já os primeiros detalhes de prepa-
ração da Exposição Agropecuária de
Rio Verde, a Expo Rio Verde, começa
logo após a finalização de uma edi-
ção. O presidente do Sindicato Rural
de Rio Verde, Walter Baylão Júnior,
explica que alguns contratos já são fe-
chados no fim do mês de agosto. “Es-
pecialmente aqueles de valores mais
elevados”, diz. Essa é uma fórmula
que garante mais segurança para os
organizadores do evento. Contratos
de shows, rodeios e estruturas metá-
licas ocorrem também já no mês de
agosto. A festa está marcada entre os
dias 12 e 22 de julho.
Ele afirma que os custos dessas
28 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
29. TheFrame
tos, são feitas cotações com empresas
em busca de melhores preços.
Parceria
Para que tudo dê certo, uma pre-
missa é mobilizar a participação de
empresas públicas e privadas, além
dos poderes públicos municipal e es-
tadual. Ricardo acredita que para a fei-
ra ficar mais atraente para o público e
produtores, não se pode abrir mão da
diversificação. “Temos estandes que
vende imóveis, implementos agrícolas,
maquinário, piscicultura e também es-
tandes da Saneago, por exemplo”, diz.
A ideia é apresentar novidades
para o produtor rural que está enga-
jado em alguma atividade ou mesmo
apontar alternativas de diversifica-
ção para outros. O local abre espaço
para leilões de ovinos, gado de leite,
gado de corte, ranqueamentos, agri-
cultura familiar, piscicultura, entre
outras atividades.
Na 41º edição da Expaja foram
instalados, no Parque de Exposição
Agropecuário, 70 estandes voltados
para negócios e outros 25 estandes de
alimentação. Tudo isso em uma área
de 14,5 hectares. O Sindicato de Ja-
taí criou uma espécie de concorrência
saudável para fomentar os negócios.
Segundo Ricardo, os três estandes
mais bonitos e estruturados da festa,
ganham desconto no aluguel do espa-
ço para a próxima edição. “Eles inves-
tem em contratação de arquiteto e um
estande desses pode custar até R$ 90
mil na instalação. Fica bonito, atrai o
público e todo mundo ganha”, diz.
Ele explica também que, de olho
no grande fluxo de pessoas, algumas
empresas apresentam novos produ-
tos durante a feira, geralmente, com
linhas de crédito com juros redu-
zidos. Estimativa revela que, nesta
última edição, que ocorreu entre os
dias 10 e 16 de junho, 70 mil pessoas
circularam pelo local.
O mesmo ocorre em Rio Verde. Os
estandes buscam inovar, expor lan-
çamentos de produtos com alto valor
tecnológico e ainda, como chamariz,
apostam em melhores formas de pa-
gamento. Baylão Júnior calcula que,
nos 10 dias de festas, cerca de 100
mil pessoas circulem pelo Parque de
Exposição de Rio Verde.
festas são, geralmente, proporcio-
nais à estrutura da cidade, evento ou
sindicato rural. Por isso, aconselha
seguir à risca todo o planejamento
financeiro para que não haja descon-
trole e as contas fiquem no vermelho.
O quadro de funcionários do setor
financeiro deve ficar atento e nortear
os organizadores do evento apontan-
do os recursos disponíveis para cada
setor. “Uma dica é não exagerar. Cum-
pra aquilo que prometeu, mas resguar-
de o sindicato. Essa é uma festa para
a população e não temos fins lucrati-
vos”, ensina. Antes de fechar contra-
Feiras agropecuárias buscam se
especializar para conciliar diversão
e empreendimento. Na foto, última
edição da Expo Rio Verde
Na Expaja 2013 a
diversificação foi a chave do
sucesso da feira
Julho / 2013 CAMPO | 29www.senargo.org.br
30. grafica talento
Segmentação
Ricardo lembra que uma fórmula
consolidada e de sucesso é a de dife-
renciar as datas das palestras com os
shows. Os primeiros dias são destina-
dos às palestras gratuitas – um total
de 11 na última edição. Já os últimos
dias são focados para os shows musi-
cais. “Como no interior todo mundo
conhece todo mundo, tem de tomar
cuidado com o número de credenciais.
Os shows tem custo e as pessoas pre-
cisam entender que existe a necessi-
dade de cobrar a entrada”, ensina.
Contratação
Walter Baylão Júnior afirma que
15 pessoas trabalham nos bastido-
res da organização da Expo Rio Ver-
de. Ele calcula que cerca de 1,5 mil
pessoas vão trabalhar durante os 10
dias de festa. Foram contratados 30%
a mais na mão de obra voltada para
segurança.
Já Ricardo calcula que são contra-
tadas cerca de 800 pessoas de todas
as áreas. A importância de mão de
obra especializada é fundamental. O
setor de segurança, por exemplo, é
um dos mais visados.
Além do apoio da segurança públi-
ca, são contratados profissionais tercei-
rizados. Neste setor, qualquer deslize
pode trincar a imagem da festa. “É uma
festa feita para a família e é preciso que
todos se sintam seguros”, destaca.
Avaliação
Semanas após a finalização de
uma edição da festa, com as imagens
ainda frescas na memória, Ricardo
afirma que são realizadas reuniões
com os integrantes da organização
para que sejam levantados os pontos
assertivos e os erros cometidos du-
rante o evento. “Dessa forma procu-
ramos alternativas para não repetir os
erros nas próximas festas”, afirma.
Walter Baylão Júnior afirma que
os organizadores do evento de Rio
Verde compartilham do mesmo pro-
cedimento. Entretanto, explica que
muitas falhas podem ser corrigi-
das ao longo do próprio evento. Ele
aconselha dividir as tarefas de for-
ma mais igualitária, para não sobre-
carregar nenhum membro da equipe
organizadora. Essa medida diminui
as chances de erros. “As pessoas
precisam apoiar umas as outras. Se
um companheiro está mais sobre-
carregado, o outro deve dar uma
mão”, explica.
Jornalista Heraldo
Pereira participou
da última edição da
Expaja
RevistaAgro&Negócios
31. DELÍCIAS DO CAMPO
INGREDIENTES
1 kg de filé de tilápia
2 pacotes de creme de cebola
200 g de mussarela ou queijo parmesão ralado
2 caixas de creme de leite
MODO DE PREPARO:
1º passo: Empane os filés de tilápia descongelados no creme de cebola e coloque em uma
forma de vidro untada com azeite de oliva
2º passo: Acrescente o creme de leite
3º passo: Leve ao forno alto por 25 a 30 minutos
4º passo: Logo após, acrescente a mussarela ou parmesão e deixe gratinar
Receita elaborada por instrutores de
piscicultura do Senar Goiás, Fernando
Malamud e Fabrício Galdino.
TILÁPIA
GRATINADA
Envie sua sugestão de receita para
revistacampo@faeg.com.br ou
ligue (62) 3096-2200.
BrunaVasconcelos
Julho / 2013 CAMPO | 31www.senargo.org.br
32. Evento reúne, em Goiânia, representantes
de 10 nacionalidades
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
Mercado mundial
em debate
congresso internacional da carne
“O
Brasil é o País que deve-
rá atender á grande de-
manda mundial de ali-
mentos e principalmente de carne.” A
frase do presidente do Sistema Faeg/
Senar, José Mário Schreiner, abriu a
cerimônia oficial do Congresso In-
ternacional da Carne 2013, realizado
no Teatro Rio Vermelho do Centro de
Convenções de Goiânia entre os dias
25 e 27 de junho. O evento é uma re-
alização da Federação da Agricultura
e Pecuária de Goiás (Faeg), do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (SE-
NAR Goiás) e do International Meat
Secretariat (IMS-OPIC). Durante os
três dias de trabalho, o público acom-
panhou 19 palestras, dividas em seis
painéis.
José Mário falou do orgulho em re-
ceber pecuaristas vindos de 10 países
diferentes para o congresso e agrade-
ceu o IMS, os parceiros institucionais
e os patrocinadores por acreditarem
no Estado de Goiás e na Federação
como realizadora do evento interna-
cional. “Da mesma forma com que
cresce nossa importância como Es-
tado produtor e como representante
dos produtores rurais goianos, cresce
nossa responsabilidade por fornecer
uma maior quantidade de alimento e
de qualidade”, disse.
O primeiro painel a ser discutido
foi a produção de carne: as visões dos
setores. Para a senadora, Kátia Abreu,
presidente da Confederação da Agri-
cultura e Pecuária do Brasil (CNA),
que apresentou a visão do setor pro-
MendelCortizo
32 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
33. dutivo, o Brasil tem barreiras inter-
nacionais que priva os produtores
40% de exportação no mundo, isso
porque o selo de gado livre de Aftosa
com vacinação não tem validade cien-
tífica. “Esse status nos priva de Ja-
pão e Estados Unidos, por exemplo.
Queremos buscar mercado, mas tam-
bém não queremos destruir produção
local de nenhum país”, completou a
presidente da CNA.
O presidente da Associação Brasi-
leira das Indústrias Exportadoras de
Carne (Abiec), Antônio Jorge Camar-
delli fez uma exposição histórica so-
bre o gado no Brasil e sobre os princi-
pais frigoríficos. Ele discorreu ainda
sobre a importância da Europa para a
exportação brasileira, principalmente
no quesito carne de primeira linha.
Adriano Santos, diretor responsá-
vel pelo Comitê de Sustentabiliuda-
de ABRAS inicou a terceira palestra
do primeiro painel, com enfoque no
setor varejista. Segundo ele, diaria-
mente, 25 milhões de consumidores
compram em 84 mil lojas do Brasil.
Completando a apresentação, Giam-
paolo Buso, diretor comercial da Pari-
Passu afirmou que do ponto de vista
do supermercado, o principal proble-
ma é a perda de alimentos, incluindo
a carne.
Sanidade e qualidade da carne
foram os temas debatidos no terceiro
painel do Congresso Internacional da
Carne 2013. Hsin Chung Huang, se-
cretario geral do International Meat
Secretariast (IMS), faliu sobre Sus-
tentabilidade, o que significa para o
setor da pecuária?
O palestrante explicou a missão
da entidade formada por 90 mem-
bros e representada por mais de 30
países. Comentou da oportunidade
que o IMS oferece para a troca de
experiências entre os países produ-
tores. Falou da sustentabilidade e
como esse conceito deve ser aplica-
do de forma diferente em cada país.
Luis Alfredo Fratti Silveira do
Instituto Nacional de Carnes do
Uruguai (INAC) foi o segundo pa-
lestrante do painel. Falou da quali-
dade da carne uruguaia e de todo o
processo desta conquista por meio
do esforço, longo prazo, sujeitos
políticos e da história com mais de
400 anos passada de geração em
geração nas famílias que produzem
gado de corte. Hoje o país é o séti-
mo exportador mundial.
O diretor do Conselho Nacio-
nal de Pecuária de Corte (CNPC),
Sebastião Guedes, apresentou de
forma didática uma leitura da ca-
deia da carne brasileira. O mercado
movimenta o equivalente a 8% do
Produto Interno Bruto (PIB) com
valor de R$ 330 bilhões. A produ-
ção de 10,6 milhões toneladas é di-
vidida em 78% para o Brasil e 21%
para exportação.
Saiba mais sobre todos os pai-
néis e acesse as palestras do Con-
gresso Internacional da Carne por
meio do site do Sistema Faeg/Se-
nar: www.sistemafaeg.com.br.
O tema central do segundo pai-
nel foi Gestão e organização da ca-
deia produtiva, que levou aos parti-
cipantes três palestras. Boi a pasto,
um bom negócio para a Austrália,
foi a primeira a ser discutida.
Peter Barnard, gerente geral de
comércio e serviços de economia da
MLA, da Austrália, destacou que,
apesar das dificuldades enfrenta-
das na produção, a Austrália tem
sido bem sucedida em seu mercado
nacional. “As vendas nos mercados
externos se tornaram mais valiosas
nos últimos 150 anos”, avalia. Ele
destaca que, para os próximos 10
anos, o país espera que a produção
a pasto seja melhor. “Os produtores
estão otimistas em relação à visão
geral da produção a pasto.” Ele des-
tacou as tendências do mercado nos
países desenvolvidos.
O consultor internacional,
Francisco Vila, debateu sobre O
caminho do boi: A revolução na
pecuária. Para ele, a produção da
pecuária está inserida na realida-
de e terá que mudar conforme as
mega-tendências. Richard Brown,
diretor da empresa de consultoria
Gira, da Inglaterra, levantou ques-
tões de Como o homem está na
produção de carne bovina? Para
ele, a visão de análise de mercado
do Reino Unido está otimista. “A
cadeia produtiva e analistas tem
boas perspectivas para o mercado
da carne.”
Sanidade e qualidade da carne em discussão
Consumidores mais exigentes norteiam
padrões de qualidade
Julho / 2013 CAMPO | 33www.senargo.org.br
34. Pioneira no curso de solda elétrica, em Vicentinópolis,
funcionária de usina consegue promoção em emprego
Catherine Moraes | catherine.moraes@faeg.com.br
Determinação
feminina
Caso de SucessoMendelCortizo
Rosimeire Pereira foi a primeira
soldadora da região
D
uas horas diárias de sono
durante uma semana e um
desejo firme no peito: espe-
cializar-se em solda elétrica, subir de
cargo na empresa em que trabalhava
e garantir maior salário. Foi com essa
determinação que Rosimeire Pereira
da Silva, de 32 anos, se tornou a pri-
meira mulher moradora do município
de Vicentinópolis a exercer a função.
Egressa do treinamento de Solda Elé-
trica promovido pelo Serviço Nacio-
nal de Aprendizagem Rural (Senar
Goiás) em parceria com o sindicato
rural do município, ela afirma que
agradece a Deus pela oportunidade
e se orgulha de ser tomada como
exemplo para os demais colegas de
trabalho.
Rosimeire é natural de Santa Hele-
na de Goiás, mas foi registrada como
baiana. Isso porque todos os irmãos
nasceram na Bahia e o pai aproveitou
para registrá-los de uma vez só. Mãe
de três filhos: Stefane (4), Augusto (7)
e Michele (19), ela se mudou para Vi-
centinópolis há quatro anos em busca
34 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br
35. MendelCortizo
de emprego na Usina Caçu, local onde
já trabalhava um irmão. Na época, ela
atuava como auxiliar de eletricista na
prefeitura de Tuverlândia. Inicialmen-
te, Meire, como é chamada, foi empre-
gada na moenda de cana e também
realizava serviços mecânicos. Isso, até
que um amigo lhe falou sobre a vaga
no curso de solda.
“Eu cheguei a pedir para ser dis-
pensada no trabalho por uma sema-
na para poder fazer o curso durante o
dia. Na época meu chefe não permi-
tiu e disse que eu poderia trabalhar à
noite, entre 21 horas e 5 horas da ma-
nhã para poder cumprir minha carga
de trabalho. Eu aceitei, trabalhava à
noite toda e depois pegava uma caro-
na até o trevo. De lá, caminhava até
chegar à minha casa, tomava banho
e seguia para a fazenda onde era re-
alizado o curso. No nosso horário de
almoço, eu aproveitava para dormir
um pouco. Durante esta semana, se
eu dormi 2 horas por dia, foi muito,
mas não me arrependo e faria tudo de
novo. O que vem fácil, vai fácil e eu
agradeço a Deus por essa oportuni-
dade”, se emociona.
Depois do curso, a então soldado-
ra conta que conseguiu um teste na
usina para atuar na nova área para a
qual havia sido capacitada. Foi assim
que o salário deixou de ser um sa-
lário mínimo e subiu para R$ 1.600
ganhando gratificação de soldador
júnior. A expectativa agora é que com
a experiência, suba ainda mais ultra-
passando R$ 2 mil. “Antes eu traba-
lhava na moenda de cana, com servi-
ço mais pesado, mecânico até. Hoje
minha vida mudou muito”, garante.
Mobilizador do Senar no Sindi-
cato Rural de Vicentinópolis, Edson
Jorge da Silva conta que Rosimeire
foi inspiração para outras mulheres e
afirma que, depois dela, outras várias
procuraram o curso. “Eu fiquei mui-
to surpreso com Rosimeire, chegava
para levar a alimentação dos bene-
ficiários e ela estava dormindo em
um colchonete. No início, achei que
Egressa do treinamento do
Senar, ela soma vitórias
após capacitação
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no
município de Vicentinópolis devem entrar em contato com o Sindicato
Rural pelo telefone (64) 3691-1593.
ela estava doente, ou algo assim, até
que me contaram que ela trabalhava à
noite toda para poder realizar o curso
durante o dia”, recorda.
Edson Jorge afirma que, em Vi-
centinópolis, os cursos são oferecidos
em parecia com uma fazenda e com o
sindicato rural. “É necessário cautela
para não queimar os olhos, mas no
geral é um trabalho tranquilo. A mu-
lher é mais caprichosa em trabalhos
como este”, finaliza.
Como participar?
João Bosco de Souza, instrutor
do Senar na área de Solda Elétrica
informa que, para participar dos cur-
sos é necessário requerer pelo site
www.senargo.org.br. “O curso é re-
alizado de acordo com a demanda
e pode ser feito em qualquer cidade
do Estado, desde que a prefeitura ou
o sindicato rural do município sejam
parceiros do Senar”, explica. Entre
os pré-requisitos previstos no site
estão: ter acima de 18 anos e ser al-
fabetizado.
Ele acrescenta que o mercado em
todo o Estado está muito aberto a
profissionais. “Desde que o Minis-
tério do Trabalho passou a exigir
certificados para tal atividade, mui-
tos profissionais que já trabalhavam
na área se especializaram. O Senar
criou este curso há quase 10 anos e a
demanda é crescente”, finaliza.
Julho / 2013 CAMPO | 35www.senargo.org.br
36. CURSOS E TREINAMENTOS
Lucro
garantido
Leydiane Alves | leydiane@faeg.com.br
JanaTomazelli
EM JUNHO, O SENAR PROMOVEU
343 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL
43 149 2 5 11 100 28
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área de
pecuária
Em atividades
relativas à
prestação de
serviços
37. O produtor Getúlio Fernandes, de
Uruaçu, está na atividade há cinco
anos. Ele produz mensalmente 12
toneladas de tilápias
O
Brasil detém a maior reserva de água
doce do mundo (cerca de 13,5% do
total), além da extensa faixa costei-
ra de 8 mil quilômetros que o coloca como
um dos maiores potenciais produtores de
pescados. A produção nacional de peixes,
no entanto, é ainda muito tímida. Em 2010,
dado mais recente, foi de cerca de 479,3 mil
toneladas, representando uma alta de 15,3%
sobre 2009. Goiás ocupa a sétima posição
nacional, com uma produção de 18,7 mil to-
neladas de pescados, sendo a tilápia a espé-
cie mais cultivada.
Porém, a atividade se mostra uma ótima
opção de lucro, para aqueles produtores que
se especializam na área. De acordo com da-
dos do Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (Senar Goiás), o peixe tem a capacida-
de de conversão alimentar acima de todas as
espécies exploradas comercialmente.
O Treinamento em processamento de
peixes e Treinamento em piscicultura são al-
gumas das opções que o Senar Goiás oferece
gratuitamente. Os cursos têm a carga horá-
ria de 24h. Alunos do ensino médio também
têm a chance de se aperfeiçoar na área por
meio do Pronatec do Senar Goiás que ofere-
ce o curso de piscicultor, com a duração de
160 horas.
Para mais informações sobre os treinamentos
e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o
contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo
site: www.senargo.org.br. Procure também o
Sindicato Rural de seu município
71 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
5.009
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
23 5 3 10 27 3
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação
para
consumo
38. CAMPO ABERTO
N
os últimos anos, os pro-
dutores brasileiros têm
convivido com o apa-
recimento de pragas e doenças
com alto potencial de danos eco-
nômicos. Isso se deve principal-
mente ao fato da intensificação
dos cultivos e o aumento da área
plantada no país, com períodos
cada vez menores de ausência
de lavouras nas propriedades,
principalmente nas regiões com
o uso de irrigação. Frente a este
problema são utilizados diferen-
tes métodos visando mitigar os
danos causados por estas molés-
tias e facilitar seu controle, tendo
destaque entre eles o emprego do
vazio sanitário, já instaurado para
alguns cultivos.
Por vazio sanitário entende-
-se a ausência total de plantas
cultivadas ou voluntárias no
campo. Durante o período de
vazio sanitário, todas as plantas
voluntárias ou “guaxas”, hos-
pedeiras da praga alvo, devem
ser destruídas, mediante ao uso
produtos químicos ou métodos
físicos, como o uso de grade,
sendo delimitados prazos para
esta destruição. Entre os bene-
fícios do uso do vazio sanitário,
destaca-se a diminuição de ocor-
rência da doença ou praga alvo,
levando a um menor uso de de-
fensivos químicos e redução nos
custos de produção.
Dentre os períodos de vazios
sanitários já vigentes no país, te-
mos destaque para o da soja, que
ocorre entre os meses de junho
a setembro, variando de acordo
com a legislação de cada estado.
Este período sem o cultivo de
soja ocorre para evitar os pro-
blemas relacionados ao fungo da
Ferrugem Asiática (Phakopsora
pachyrhizi). Este fungo é biotró-
fico, ou seja, necessita de plantas
vivas de soja, ou outro hospe-
deiro, para sobreviver. Por este
fato, o período de vazio sanitário
diminui a ocorrência de inóculos
da doença, por reduzir a quan-
tidade de tecido vivo disponível
para o fungo, minimizando ou
retardando sua ocorrência.
No estado de Goiás, o perí-
odo de vazio sanitário da soja é
regulamentado pela Instrução
Normativa Nº003 de 2010, da
Agência Goiana de Defesa Agro-
pecuária, AGRODEFESA. Nesta
normativa fica proibida a presen-
ça de plantas de soja durante o
período de 01 de julho a 30 de
setembro de cada ano, ficando
autorizada a semeadura a partir
de 01 de outubro. Em casos de
cultivos para produção de semen-
tes genéticas ou para a pesquisa
científica, ficam autorizados os
cultivos mediante a autorização
prévia da AGRODEFESA.
Apesar do vazio sanitário
da soja ter como grande objeti-
vo o controle da ferrugem asiá-
tica, este período de ausência
de plantas hospedeiras pode
ajudar na diminuição popula-
cional de outras pragas, como a
Mosca Branca (Bemisia tabaci)
e a lagarta Helicoverpa armige-
ra, mesmo apresentando outros
hospedeiros principais.
Em Goiás, além do vazio sani-
tário para a cultura da soja, temos
também um período de vazio
para as culturas do tomate e do
algodão. No caso do tomate, o
vazio foi implementado mediante
a Instrução Normativa Nº006 da
AGRODEFESA, tendo iniciado em
2011. Nesta instrução ficam defi-
nidos os períodos para plantio do
tomate, seja ele rasteiro ou tutora-
do, visando diminuir os impactos
negativos da Mosca Branca (Be-
misia tabaci) para a cultura, sendo
este período variável dependendo
da região do estado. Já no caso
do algodão, a Instrução Normati-
va vigente é a Nº005, de 2010, e
nela também fica definido o pe-
ríodo de plantio para cada região
do estado, visando o controle do
Bicudo do Algodoeiro (Anthono-
mus grandis). Outro importante
parâmetro definido nestas nor-
mativas é o tempo máximo para
destruição dos restos culturais e
eliminação de plantas voluntárias.
Frente à necessidade de ali-
mentar uma população mundial
cada vez maior, é necessário
o aumento das produtividades
atuais e a intensificação dos cul-
tivos. Por este fator, estamos
diante a uma realidade de cons-
tantes mudanças no ambiente
rural, com o aparecimento de
novas pragas e doenças, as quais
nos forçam ao uso de diferentes
práticas de manejo visando seu
controle. Por este motivo, o res-
peito às práticas estabelecidas
nos vazios sanitários é de suma
importância para garantirmos
uma produção cada vez maior,
sem elevados custos e com me-
nor impacto ambiental.
A importância do Vazio
Sanitário
Cristiano Palavro
é engenheiro agrô-
nomo e consultor
técnico do Sistema
Faeg/Senar para
a área de cereais,
fibras e oleaginosas
MendelCortizo
Cristiano Palavro | cristiano.palavro@faeg.com.br
38 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br