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Cinco Sacrifícios
do Antigo
Testamento
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"Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro" (Mt 25.6).
A "Obra Missionária Chamada da Meia-Noite" é uma missão sem fins
lucrativos, que crê em toda a Bíblia como infalível e eterna Palavra de
Deus (2 Pé 1.21). Sua tarefa é alcançar todo o mundo com a mensagem
de salvação em Jesus Cristo e aprofundar os cristãos no conhecimento
da Palavra de Deus, preparando-os para a volta do Senhor.
2
índice Página
O holocausto .........................................................03
A oferta de manjares ............................................08
A oferta pacífica.............................................13
A oferta pelo pecado e a oferta pela culpa ..........18
3
Jesus Nos Cinco
Sacrifícios do Antigo
Testamento
"Chamou o Senhor a Moisés e, da tenda da congregação, lhe disse:
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós trouxer oferta ao Senhor, trareis
a vossa oferta de gado, de rebanho ou de gado miúdo. Se a sua oferta for (holocausto)de
gado, trará macho sem defeito: à porta da tenda da congregação o trará, para que o
homem seja aceito perante o Senhor" (Lv 1.1-3).
"Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos;
holocaustos e ofertas pelo pecado, não os requeres" (SI 40.7).
O sentido mais profundo da palavra, "sacrifício"! é dádiva, ou seja, um
presente oferecido por amor a Deus. O holocausto era um sacrifício voluntário. Lemos: "Se a
sua oferta for holocausto..." Ó Senhor não quer nada forçado de nós. Ele quer que Lhe
ofereçamos nossos sacrifícios livremente. Na Antiga Aliança havia diferentes sacrifício, mas
básico era o holocausto. A oferta era de um macho sem defeito, o que significa que, ao Senhor,
podia-se trazer somente o melhor. O holocausto - em contraste com as outras ofertas – tinha que
ser dedicado inteiro ao Senhor. Levítico 1.9 diz: "...e queimará tudo isso sobre o altar: é
holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor." Na entrega voluntária está
incluída, portanto, a entrega completa. Quando a entrega ao Senhor não é mais completa, ela já é
forçada, não sendo mais voluntária. Essa espontaneidade é a característica básica do principal
sacrifício que Deus quer de nós.
O holocausto
4
Maquete do tabernáculo, da tenda da congregação, cujas partes e
utensílios têm profundos significados simbólicos.
Chama a atenção, que o holocausto não se refere em primeiro lugar à
questão do pecado e da expiação. Pelo contra-rio, ele responde à pergunta maior e definitiva de
Deus atra-vês do Senhor Jesus a nós: (Tu me amas?"]Quando Deus ordenou a Abraão que
sacrificasse seu filho Isaque, a questão não era o perdão dos seus pecados, mas tratava-se de
uma pergunta do coração de Deus a ele: "Amas-me acimâ de tudo?" Por isso o Senhor lhe
disse: "...oferece-o ali em holocausto..." (Gn 22.2).
Em hebraico, holocausto significa: ("subir ao alto"). Ele representa a
união com o Deus vivo através do sacrifício ex piatório do Senhor Jesus. O "sim" inteiro do
homem a Deus torna operante para nós o "sim" de Deus, que já existia há muito tempo. Deus
é sempre quem opera, quem abençoa, quem transforma, fazendo tudo de forma completa e
perfeita. Ele espera somente pela nossa entrega total. É o que quer dizer Tiago, quando
escreve: "Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros..." (Tg 4.8a). O pedido "Mais perto
quero estar, meu Deus, de Ti", somente se cumpre e se torna efetivo através do holocausto, da
entrega total.
Outra característica básica do holocausto era: aquele que oferecia o
sacrifício tinha que se unir com o animal sacrificado a Deus. Isso acontecia quando ele
colocava sua mão sobre a cabeça do holocausto: "E porá a mão sobre a cabeça do holocausto,
para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação" (Lv 1.4). Portanto, o holocausto
5
somente tinha efeito, quando aquele que o oferecia declarava-se solidário com o sacrifício
completo. Justamente aí começam os problemas com muitos que querem entregar-se ao
Senhor. Se bem que as pessoas aceitem que se fale com elas sobre a entrega total a Deus, elas
não querem desistir de si mesmas; elas excluem a si mesmas. Deus nos fez saber muito
claramente, que assim não é possível. Por exemplo, Ele não diz: "Quando se trouxer oferta ao
Senhor...", mas: "Quando algum de vós trouxer oferta ao Senhor..." (Lv 1.2). O Senhor
dirige-se primeiro à pessoa, ao homem. Ele não quer em primeiro lugar teus atos, teus
sacrifícios ou teus esforços, mas a ti mesmo.
Na preparação do holocausto, mostra-se claramente o que Deus quer:
"Então ele esfolará o holocausto, e o cortará em seus pedaços" (v. 6). Isso significa em
primeiro lugar: o Senhor não quer o exterior, Ele não quer a pele, o visível, mas o oculto, o
interior. Ele quer nosso coração. No holocausto chama a atenção mais uma característica
básica: o Senhor olhava não somente o sacrifício, mas principalmente aquele que o trazia.
Caim e Abel são um exemplo claro: "Agradou-lhe o Senhor de Abel e de sua oferta; ao
passo que de Caim e de sua oferta não se agradou" (Gn 4.4b-5a). O Senhor quer nós mesmos.
Ele não se agradou de Caim e de sua oferta, porque no sacrifício Caim não havia cabeça em
que pudesse colocar sua mão. Não havia coração, não havia sangue expiatório derramado.
No seu caso, o sacrifício e a entrega do coração eram coisas separadas. O Senhor se agradou de
Abel e de sua oferta, porque Abel confessou: Senhor, esse sacrifício, essa ovelha que matei, sou
eu; o juízo atinge a mim; aqui me tens por inteiro! O problema é, pois, que o Senhor não
pode se agradar do sacrifício de muitos, porque a pessoa que o oferece está distante. Se es-
tás interiormente afastado do Deus vivo por desobediência, em última análise, apesar do teu
sacrifício, és ímpio. A Escritura diz: "O sacrifício dos perversos é abominável ao Senhor"
(Pv 15.8a). Nossos cultos, nossas obras, são uma abominação para o Senhor, se não forem
feitos de todo o coração, pois assim são sacrifícios em pecado. Também o sacrifício do
Gólgota não tem efeito em tua vida, se trazes ofertas em pecado, isto é, se não estás disposto
a deixar os pecados. Não tentes impressionar o Senhor com tuas muitas atividades! Ele diz a
cada um de nós: "De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios?... Estou farto de
holocaustos de carneiros..." (Is 1.11). "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos
atos de diante dos meus olhos: cessai de fazer o mal" (v. 16).
De Davi aprendemos o que é um sacrifício agradável a Deus. Ele diz
no Salmo 40.6a, depois de ter sido tirado de um poço de perdição: "Sacrifícios e ofertas não
6
quiseste;abristes os meus ouvidos”. Ele reconheceu que, por mais que sacrificasse ao
Senhor, isso de nada adianta quando se é surdo para o que Ele fala, quando não se aceita aquilo
que Ele nos mostra. Portanto, é possível oferecer ao Senhor o sacrifício da sua vida, do seu
tempo, das suas forças e do seu dinheiro, continuando surdo para a voz do Senhor no
coração. Samuel disse a Saul: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e
sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros" (l Sm 15.22). Tu crês em Jesus
Cristo, frequentas fielmente os cultos, talvez sejas ativo no reino de Deus - mas Ele já pôde abrir
teus ouvidos? O Gólgota perde o sentido para ti, se não fores obediente. De que, pois, o Senhor
se agrada? Oséias 6.6 nos dá a resposta: "Pois misericórdia quero, e não sacrifício; e o co-
nhecimento de Deus, mais do que holocaustos." Seu coração anseia por nós. Ele quer que
subamos ao alto” Ele quer unir-se conosco através do sacrifício. Mas se ficamos distante, o
sacrifício perde o efeito e o sentido. Podemos ter um ministério sacerdotal, isto é, podemos
sacrificar ao Senhor, sem aceitar Sua Palavra em nosso coração. No caso do rei Saul, isso fica
bem evidente. Saul queria unir o povo através do sacrifício, porque viu que se dispersava; mas
ele mesmo falhou. Lemos dele: "Esperou Saul sete dias, segundo o prazo determinado por
Samuel; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali. Então disse Saul:
Trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu holocausto. Mal acabara ele de
oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar.
Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo seja se ia espalhando
daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em
Micmás, eu disse comigo: Agora descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive
a benevolência do Senhor; e, forçado pelas circunstâncias ofereci holocaustos" (l Sm
13.8-12) ousou oferecer holocaustos com o coração desobedienle. Ele queria a vitória
sobre os ameaçadores filisteus e o controle sobre o povo que se espalhava, mas ele mesmo
não aceitou a Palavra do Senhor. Ele não esperou pelo profetá. Por isso, Samuel teve que lhe
responder: "Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o Senhor teu Deus te
ordenou; pois teria agora o Senhor confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já
agora não subsistirá o teu reino" (v. 13-14a). O sacrifício de Saul foi um holocausto, um
sacrifício completo sem azeite, mas por causa da sua desobediência, ele não teve efeito.
Atualmente, muitos crentes não sacrificam da mesma maneira como Saul? Por isso o poder
de Deus não tem efeito em suas vidas. Apesar da entrega e do zelo, não há vitória sobre os
"filisteus" porque, no fundo do coração, eles não querem ser obedientes. Essa era a imperfeição
do holocausto na Antiga Aliança, porque aquele que apresentava o sacrifício, apesar de colocar
7
sua mão sobre a cabeça do animal, podia deixar, em última análise, de entregar a si mesmo.
Quem morre com seu sacrifício, tem poder. O sacrifício de Abel teve poder, pois ele mesmo
morreu como prova de que seu sacrifício era genuíno. Hebreus 11.4 diz dele: "Pela fé Abel
ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser
justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo
depois de morto, ainda fala."
Em Hebreus 10 encontramos expressões de negação com relação aos
sacrifícios no Antigo Testamento: "...é impossível que sangue de touros e de bodes remova
pecados" (v. 4). "Sacrifício e oferta não quiseste..." (v. 5). "Sacrifícios e ofertas não
quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste..." (v. 8).
"...que nunca jamais podem remover pecados" (v. 11) - até que Jesus viesse. Nele está tudo
cumprido, pois Ele é Rei, Sacerdote, Profeta e ao mesmo tempo o Cordeiro para o sacrifício.
Lemos no mesmo capítulo: "Então eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a
meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade" (v. 7). Ou no versículo 9a: "Eis aqui
estou para fazer, ó Deus, a tua vontade." Qual era e é ainda hoje o efeito desse sacrifício
completo? Encontramos a resposta no versículo 10: "Nessa vontade é que temos sido
santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas." Em que
vontade? Na vontade do Senhor Jesus, que disse": "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua
vontade." Tornamo-nos holocausto, quando aceitamos essa vontade; quando a obediência
do Senhor Jesus torna-se nossa obediência. "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência
pelas cousas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna
para todos os que lhe obedecem" (Hb 5.8-9). A falta de entendimento em relação ao sacrifício
é atualmente muito maior e mais grave do que na Antiga Aliança, pois não podemos seguir
a Jesus, se deixamos de fora/nossa própria pessoa) Romanos 6.5 diz de forma clara:
"rorquesejomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos
também na semelhança da sua ressurreição." E em 2 Coríntios 5.15 lemos: "E ele morreu
por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por
eles morreu e ressuscitou." Não podes ao mesmo tempo estar separado de Jesus e crer nEle.
"Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados, do próprio templo se alimentam; e
quem serve ao altar, do altar tira o seu sustento?" (l Co 9.13). E Jesus diz: "Em verdade,
em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu
sangue, não tendes vida em vós mesmos." Essas palavras nos dizem que não devemos
somente receber o sustento, mas tornar-nos um com o Senhor Jesus.
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Oferta de manjares
"Quando alguma pessoas fizer oferta de manjares ao Senhor, a sua
oferta será de flor de farinha; nela deitará azeite, e sobre ela porá incesno" (Lv'2.í).
"Se a tua oferta for de manjares de frigideira, far-se-á de flor de
farinha com azeite " (Lv 2.7).
"Quando trouxeres oferta de manjares, cozida no forno, será de bolos
asmos flor de farinha, amassados, com azeite, e obreias asmas untadas com azeite" (Lv 2.4).
A oferta de manjare é o segundo sacrifício e representa uma vida
santificada a Deus. A entrega total leva à santificação total. Dela não faz parte o sangue da
expiação e ela é composta principalmente de azeite. Esse sacrifício não se refere, portanto, à
reconciliação, mas à santificação através do Espírito Santo. Em Levítico 2, o azeite é
citado várias vezes e usado de diversas formas: "...nela deitará azeite..." (v. 1);
"...amassados, com azeite... untadas com azeite" (v. 4b); "Deitarás azeite sobre ela..." (v.
15). Na Bíblia, o te é sempre uma representação do Espírito Santo. Perguntamos
frequentemente: Por que tão poucos crentes são cheios do Espírito Santo? Procura-se
desesperadamente por uma compensação, busca-se o batismo do Espírito Santo e nada se
recebe. A razão porque há tão pouco azeite, tão pouco do Espirito Santo, é a falta de
entendimento do holocausto de Jesus Cristõ. O poder purificador do sangue de Jesus ainda
não fez efeito na vida de muitos filhos de Deus. Pois onde o rio do sangue de Jesus Cristo fez
efeito, há plenitude do Espírito santo. Encontramos freqüentemente crentes que vivemumavida
de"fe cheia de dificuldades, têm um testemunho complicado, vivem caindo e estão sujeitos a
caprichos. Tudo isso é fruto de uma entrega parcial. Não há holocausto e, portanto, também não
oferta de manjares. Pois, onde o sangue de Jesus não fez efeito, também falta o Espírito Santo.
Efésios 5.18 nos diz: "...enchei-vos do Espírito"! Pelas diversas aplicações do azeite na
oferta de manjares, vemos diversos níveis de santificação. (Primeiro lemos: "...nela deitará
azeite..." Em Levítico 2.1 lemos onde deve ser derramado o azeite - sobre flor deTarinha:
"Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao Senhor, a sua oferta será de flor de
farinha..." O que é flor de farinha? Trata-se do fruto do morrer e ser moído. A farinha é feita
de duros grãos de trigo. Sim, até mesmo não é possível fazer farinha, sem mais nem menos, de
um único grão de trigo. Ele tem que ser primeiro semeado. Trata-se de uma lei espiritual, que o
próprio Senhor Jesus citou em João 12.24-25: "Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de
trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto. Quem
9
ama a sua vida, perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo, preservá-la-á para a
vida eterna." Muitos filhos de Deus são solitários por que não se submetem a esse processo. Eles
se isolam a si mesmos, defendendo sua vida ao invés de entregá-la. Em uma pirâmide egípcia,
em um túmulo faraonico achou-se grãos de trigo, que ainda se encontravam nas mesmas con-
dições em que tinham sido colocados ali. Durante milénios eles ficaram isolados na pirâmide.
Somente quando foram tirados e semeados, para que pudesse começar o processo da morte,
houve frutos. Nós não chegamos aos mil anos, mas percebe-se frequentemente entre filhos
de Deus mais idosos, que eles se isolam. Sua vida gira cada vez mais em torno do seu “eu”,
porque resistem ao processo da morte. Se bem que têm o desejo de estarem logo com o Senhor,
eles não querem morrer no homem interior.
Como é, entretanto, esse processo de morte?
Primeiro passo: desaparecimento
Quando o Senhor Jesus começa com "Em verdade, em verdade vos
digo:...", Ele pretende acentuar uma verdade da salvação. É o que acontece em João 12.24:
"...Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer...", ou seja, quando ele desaparece, quando
é coberto de terra, quando não é mais visto - então dá muito fruto. Somente poucas pessoas
entregam seu próprio ser à morte. Quem não o faz, fica isolado, porque não quer desaparecer.
Segundo passo: transformação
Verificou-se que, tão logo um grão de trigo cai na terra e é coberto,
começa uma transformação química. E isso é maravilhoso: quando aceitamos a morte de Jesus
somos transformados. O ser antigo e duro morre, tornamo-nos agradáveis para os que nos
cercarn.
Terceiro passo: ampliação
Sabe-se que os grãos de trigo incham muito dentro da terra. Da mesma
maneira, a visãode um fílho de Deus é ampliada quando realmente aceita e segue o caminho da
morte. A Escritura diz: "...transbordarás para a direita e para a esquerda..." (Is 54.3).
Olhamos para além de nós, quando perdemos a nós mesmos.
Quarto passo: rompimento
O grão de trigo, que morreu e continua debaixo da terra, começa a
romper. Filhos de Deus que falam muito das suas maravilhosas experiências que fizeram com o
10
Senhortambém parecem romper,mas para o alto.Com o grão detrigo édiferente.
Quinto passo: enraizamento
O grão de trigo lança raízes para baixo. Em Colossenses 2.6-7 somos
exortados a lançar raízes: "Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele
radicados e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de
graça." E em Efésios 3.17 lemos: "e assim habite Cristo nos vossos corações, pela fé, estando
vós arraigados e alicerçados em amor." Quando estamos arraigados em Jesus pelo amor,
experimentamostambém o seguinte.
Sexto passo: ressurreição
Na primavera, vemos que tudo renasce. Um caule cresce, e então vêm os
grãos, os frutos. Os grãos detrigo já são flordefarinhaquando sãocolhidos? Não!Somentedepois
começa o processodemoagem.Já se pode ter experimentadomuitas coisas com oSenhoreterdado
muito fruto, mas a santificação, o processo em que se é moído, começa somente no sexto passo.
Esse processo de moagem e santificação continua até que as últimas partes duras do fruto sejam
eliminadas. Comparemos a farinha em sua maciez e os grãos em sua dureza! Entretanto, ambos são
do mesmo material. Do mesmo modo, existem dois tipos diferentes de crentes. Aqueles que ainda
não foram além do Gólgota, que ainda não foram transformados em flor de farinha, e aqueles
que já se deixaram moer.
Somente depois de sermos sido moídos, recebemos a plenitude do
Espírito Santo. Onde há flor de farinha, o azeite pode ser derramado, em meio à seca e à fome.
Um acontecimento na vida de Elias nos dá claras ilustrações a respeito. Ele disse à viúva
gentia com quem estava hospedado: "Traze-me também um bocado de pão na tua mão" (l Rs
17.11). A isso ela lhe respondeu: "Tão certo como vive o Senhor teu Deus nada tenho cozido;
há somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco deazeitenumabotija" (v. 12a).
Mas Elias retrucou: "Não temas; vai, e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim
um bolo pequeno, e traze-mo aqui fora; depois farás para ti mesma e para teu filho. Porque
assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua
botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fará chover sobre a terra" (vv.13-14). Então, a
viúva deu o punhado de farinha e o pouco de azeite ao_Senhor, e Ele os multiplicou: "Da
panela a farinha não se acabou, e da o botija o azeite não faltou; segundo a palavra do
11
Senhor, por intermédio de Elias" (v. 16). Justamente esse punhado de farinha, isto é, em sentido
figurado, o sentimento de Jesus, é o que o Senhor quer. A Ele não importa a quantidade, mas a
maciez, o estar moído. O velho homem em nós tenta continuamente escapar astuciosamente
desse processo de moagem. Mas o Senhor foi previdente, pois lemos em Levítico 2.14: "Se
trouxeres ao Senhor oferta de manjares das primícias, farás a oferta de manjares das tuas
primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, o grão esmagado de espigas verdes."
Portanto, não podemos escapar desse esmagamento e dessa moagem. Trata-se de uma lei
espiritual. Anseias pela, plenitude do Espírito Santo, então deixa transformar-te em farinha; então
aceita as pedras domoínhoqueDeus colocou em teucaminho.
Quais ofertas de manjares não levavam azeite derramado sobre elas,
mas eram feitas com ele? Conforme o versículo 7, as de frigideira: "Se a tua oferta for de
manjares de frigideira, far-se-á de flor de farinha com azeite." As de frigideira parecem-me
uma representação das provações. Defendemo-nos e resistimos à moagem. Essa Oferta de
manjares era somente feita com azeite, mas não amassada. A oferta de manjares amassada
representa de modo profundo os sofrimentos do Senhpr Jesus: "Quando trouxeres oferta de
manjares cozida no forno, será de bolos asmos de flor de farinha, amassados, com azeite, e
obreias asmas untadas com azeite. Se a tua oferta for de manjares cozida na assadeira, será
de flor de farinha sem fermento, amassada com azeite" (vv. 4-5). Esse é o processo final da
santificação.AflordefarinhaéumarepresentaçãodoserdoSenhorJesus. Se bem que não havia
dureza nEle. Ele foi levado à fornalha acesa dos sofrimentos. E dessa fornalha acesa dos
sofrimentos, sai o bom aroma do céu: desse modo, milhões e milhões de pessoas foram
salvas. Quando o Senhor te conduz à comunhão dos Seus sofrimentos e tu os aceitas, és um
com Ele; Então não somente é derramado sobre ti o azeite do Espírito, mas ficas cheio
dele. Tornaste-te um com o Senhor.
O último componente da oferta de manjares era incenso. Está dito
repetidamente: "...e sobre ela porá incenso." Esse, incenso estava inseparavelmente ligado à
oferta de manjares, o que significa que a santificação e o diálogo com o Senhor, o Santo, estão
inseparavelmente ligados. Flor de farinha, azeite e incenso eram queimadosjuntos:"...tomará dela
um punhado da flor de farinha, e do seu azeite com todo o seu incenso, e os queimará como
porção memorial sobre o altar: é oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor" (v. 2b). A
vida moída, que ficou cheia do Espírito Santo, e o incenso, o espírito da oração, transformam-se
então em uma chama, a chama_da oração. Encontramos em Apocalipse 5:8-9 a descrição dos
resultados impressionantes de uma vida queimada de tal maneira pelo Senhor: "e, quando
12
tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do
Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro..." Um dos
primeiros resultados, é que Senhor é louvado e glorificado. Mas tal vida também têm
poderosos efeitos sobre a terra: "e da mão do anjo subiu à presença de Deus o fumo do incenso,
com as orações dos santos. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à
terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto" (Ap 8.4-5). Por causa de tal oferta
de manjares, que é queimada e vivida como aroma agradável ao Senhor, a voz do
testemunho é ouvida poderosamente e as pessoas são tomadas pelo temor deDeus.
13
Oferta pacífica
“Se a oferta de alguém for sacrifício pacífico; se afizer de gado, seja
macho ou fêmea, oferecê-la-á sem defeito diante do Senhor" (Lv 3.1).
"Mas a carne do sacrifício de ações de graça da sua oferta pacífica se
comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã" (Lv 7.15).
Em comparação com os outros sacrifícios do Antigo Testamento, a oferta
pacífica, o sacrifício de ações de graça tem uma característica especial. Ela é o sacrifício do
meio, o sacrifício central, e é citado entre o holocausto e a oferta de manjares por um lado, e a
oferta pelo pecado e pela culpa de outro lado. Tudo procede do meio. A mensagem central da
Bíblia é Jesus Cristo, Crucificado. No meio da Tora, da Lei do Antigo Testamento, está escrito:
"Depois lhe colocou o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim (Luzes e Perfeições)" (Lv
8.8). Esse é Jesus Cristo, a Luz do mundo e a Perfeição, a Justiça, de Deus.
Jesus Cristo é também nossa oferta pacífica, nossa oferta de gratidão:
"Graças a Deus pelo seu dom inefável" (2 Co 9.15). O grande engano religioso em nossos
dias, é que se quer tudo de Deus, mas se contorna o centro, a cruz. Falar de uma vida santa, sem
aceitar a cruz, não tem sentido. Mima pergunta é: Jesus_Cristo éo centro da tua vida?
A oferta pacífica em Levítico 3 é também o sacrifício do encontro. O
homem culpado encontra a Deus na oferta pacífica. Entre Deus e o homem existe um abismo
intransponível. Por mais que_o homem se esforce para agradar a Deus, ele não consegue
alcançar o nível dEle. Todos carecem da glória _de_Deus (Rm 3.23). A palavra hebraica para
"oferta pacífica" significa: “completar" ou "suprir a insuficiência". No Antigo Testamento,
portanto, o homem dava a Deus o que lhe faltava. E o que lhe faltava? Faltava-lhe, como também
a ti, o encontro decisivo com o Deus vivo. Todas as trevas e derrotas em tua vida acontecem
porque não O vês e reconheces como tua oferta pacífica e, por isso, também não tens um
encontro com Jesus Cristo. Não podes trazer nada a Deus, pois do teu lado há sempre uma
insuficiência. Mas, o que devemos dar a Deus? Ele nos deu Jesus, e nós voltamos a dar-lhe
Jesus. Isso soa estranho, mas não existe outra possibilidade. Isso nos é mostrado na oferta
pacífica: “"E porá a mão sobre a cabeça da sua oferta, e a imolará diante da porta da
tend da congregação: e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o
14
altar redor” (Lv 3:2). Em outras palavras: quando a pessoa trazia sua oferta pacífica a
Deus, ela se identificava com o animal, e identificando-se com ele em seu lugar, trazia a
Deus o que lhe faltava.
Somente dessa maneira Deus nos aceita. Apesar de sabermos disso e de
confessarmos com o poeta: "O sangue e a justiça de Cristo, são meus adornos e vestes de
honra, com os quais subsistirei diante de Deus, quando no céu entrar", na prática, porém, a coisa
é muitas vezes bem diferente. Entretanto, somente podes ver a Deus se te tornaste um com o
Senhor Jesus. Quem reconhece isso, exclama: "Tenho nEle, tudo que me falta." A Bíblia
inteira está cheia dessa mensagem do encontro entre Deus e o homem na oferta pacífica.
O rei Davi foi profeta. Seus salmos e seu procedimento com os
inimigos são proféticos. Saul perseguiu-o até ao sangue. Depois que o rei Saul e também
Jônatas, o príncipe herdeiro, tinham morrido, Davi assumiu o poder. Mas Jônatas ainda tinha
um filho, aleijado de ambos os pés: Mefibosete. Notavelmente, esse nome significa: "o que
espalha vergonha”. Esse homem aleijado, que não tinha mais nada de real em si, foi chamado
por Davi. O rei Davi, que é uma figura do Rei celestial, não o chamou, entretanto, para
julgá-lo, mas sim para_salvá-lo: "Disse Davi: Resta ainda, porventura, alguém da casa de
Saul, para que use eu de bondade para com ele, por amor de Jônatas?" (2 Sm 9.1). Jônatas
era o elo de ligação entre a casa de Saul e a casa de Davi. Seu nome significa: "dom de Deus".
Ele é um tipo do Senhor Jesus. Nele vemos, como a Oferta pacífica é aplicada: o jovem_culpado
é aceito por Deus e passa a ter comunhão com o Deus_vivo. O ponto alto desse sacrifício é a
refeição. No Antigo Testamento, tratava-se de uma alegre festa de reconciliação. O próprio
Deus era o anfitrião. Ele recebia o melhor. Lemos em Levítico 3.3-4: "Do sacrifício pacífico
fará oferta queimada ao Senhor: a gordura que cobre as entranhas, e toda gordura que está
sobre as entranhas; como também os dois rins, a gordura que está sobre eles..."Aquele que
oferecia o sacrifício, podia participar da refeição. Levítico 7.15 o diz muito claramente: "Mas a
carne do sacrifício de ações desgraça da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu
oferecimento; nada se deixará dela até à manhã." Tratava-se da aceitação completa da
comunhão com Deus vivo. Pessoas amendrontadas ficavam felizes e contentes. Entendemos
agora o que Davi quer dizer no Salmo 23.5, quando afirma: "Preparas-me uma mesa na S
presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda."
Nossos mais profundos anseios são satisfeitos, pois temos comunhão com o Pai e o Filho. Em
espírito vejo esse aleijado Mefibosete sentado à mesa do rei. O nível dos dois completamente
15
diferente. Davi teria o direito de castigá-lo e matá-lo, pois ele era o culpado, o miserável. Mas
eles têm comunhão um com o outro. Por quê? "...por amor de Jônatas...", lemos repetidamente
em 2 Samuel 9.
Essa comunhão na oferta pacífica não elimina nossa miséria. O Salmo
22.26 diz: "Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o buscam.
Viva para sempre o vosso coração." Quando Mefibosete estava sentado à mesa de Davi, seu
sofrimento não foi removido, mas coberto pela mesa da comunhão: "Morava Mefibosete em
Jerusalém, porquanto comia sempre à mesa do rei. Ele era coxo de ambos os pés" (2 Sm 9.13).
Ele morava na Cidade Santa, no palácio, sim, ele se assentava à mesa do rei, e mesmoassim
era coxo de ambos os pés. Ele continuava fraco e miserável, mas podia exclamar: "Quando
sou fraco, então é que sou forte. Estou em comunhão com meu rei, por amor de Jônatas."
Apesar de sermos miseráveis, gloriamo-nos no poder do nosso Deus e agradecemos ao Senhor,
por força do fato de Jesus Cristo ter-se tornado nossa oferta pacífica.
A oferta pacífica é também um sacrifício de louvor. Esse sacrifício é o
objetivo mais elevado que Deus tem conosco, isto é, que Ele seja louvado e exaltado. Seu santo
Nome deve ser glorificado. Em toda a história mundial, no final das contas, a única coisa que
importado louvor a Deus. Para isso também foram criados os céus_e_a terra. O salmista o
compreendeu e exclama: "Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre
nos meus lábios" (SI 34.1). Somos tão_egocêntricos, tão dominados por uma vaidade doentia,
que facilmente perdemos de vista esse elevado_alvo do louvor a Deus e por isso perdemos as
forças. Esquecemos que Deus_criou o mundo visível e invisível somente para esse fim. Paulo
diz: "pois nele foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi
criado por meio dele e para ele" (Cl 1.16). Também a criação exalta a glória de Deus: "Os
céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um
dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite" (SI19.2-3).
Não podemfos ver o Senhor, mas percebemos como Ele é louvado..
Isaías viu e ouviu como os serafins louvavam o Senhor e exclamavam: "Santo, santo, santo é o
Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória" (Is 6.3). O mais glorioso louvor em
honra a Deus, porém, aconteceu, acontece e acontecërlTém nossa pequena Terra. Comparada
com o Universo, nossa Terra é como uma partícula de pó. Poderíamos fazer uma comparação
com um pátio em que há muitos tonéis cheios de areia. Quantos milhões de grãos de areia
16
cabem em cada tonel! Um desses grãos é nossa Terra. Aqui Deus fez a coisa mais gloriosa,
aquilo que mais engrandeceu o Seu louvor. Todo o Universo ficou admirado e milhões de anjos
assistiram. Deus entregou a oferta pacífica, o sacrifício de ações de graças, Jesus Cristo, o
Cordeiro de Deus, que foi morto pelos pecados de todo o mundo. Esse ato de Deus faz jubilar
os anjos, a Igreja de Jesus e os quatro seres viventes em Apocalipse 5.8-10: "e, quando tomou o
livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante doCordeiro,tendo
cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e
entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque
foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a
terra."
Em Génesis 11temos o"não"dohomem aDeus,seuesforço de baixo para
cima: a construção da torre de Babel. E em Génesis 12 encpntramo o "sim", de Deus ao
homem: a vocação de Abraão - a vocação de Israel. Hoje em dia torna-se cada vez mais alto o
"não" homem, mas também o "sim" de Deus se torna cada vez mais alto. Esses dois capítulos
(Génesis 11 e 12) correm paralelamente também em nossos dias. Israel e Jerusalém são
novamente construídos, mas paralelamente fica cada vez mais arrogante a Babel mundial, o
"não" do homem, que se expressa na teologia moderna, em uma igreja mundana e na
rejeição de Israel. Deus, porém, prossegue com perseverança. O Oriente Médio está na boca de
todos, Israel chama a atenção e Jerusalém é o centro das discussões. Ouve-se cada vez mais
sobre a construção do templo em Israel. Aproximamo-nos da oferta pacífica, pois Jesus
voltará e Grande Ceia está muito próxima.
De Salomão está escrito: "Oferecia Salomão três vezes por ano
holocaustos, e sacrifício pacíficos sobre o altar que edificara ao Senhor, e queimava incenso
sobre o altar perante o Senhor" (1Rs 9.25a). Vemos o louvor de Deus resplandecer por três
vezes no Plano de Salvação. Primeiro: na Criação, segundo entre os anjos, e terceiro: em Israel.
Todos os acontecimentos entre os povos têm relação com Israel. Isso é claramente mostrado no
Salmo 68.33-36: "Reinos da terra, cantai Deus, salmodiai ao Senhor, àquele que em cima os
céus, os céus da antiguidade; eis que ele faz ouvir a sua voz, voz poderosa. Tributai glória a
Deus; a sua majestade está sobre Israel, e a sua fortaleza nos espaços siderais. Ó Deus, tu és
tremendo nos teus santuários; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao povo. Bendito seja
Deus!"Israel aproxima-se do Santuário, do holocausto e da oferta pacífica. Esse sacrifício de
ações de graça habita pela fé em nossos corações: "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl
17
1.27). Sabemos que Jesus será manifestado diante de todo o mundo para glória de Deus. Já o
percebemos na Antiga Aliança. É esclarecedor que o segundo Livro de Samuel termina com um
ato de fé: "Edificou ali Davi ao Senhor um altar, e arjre sentou holocaustos e ofertas pacíficas.
Assim o Senhor se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel" (2
Sm 24.25). Através dos holocaustoslfdas ofertas pacíficas, Davi apropriou-se na fé da vitória
sobre todo o povo, e a consequência foi a cessação do juízo. Também nós apropriamo-nos na
fé da oferta pacífica, Jesus Cristo, e assim ficamos a salvo do juízo. Mas o juízo vai afastar-se
também do atual Israel, quando reconhecer seu Messias.
O grande perigo para nós filhos de Deus consiste em Jesus, oferta
pacífica de Deus, não poder tomar todo o lugar em nós. Quando é assim, trata-se de uma
abominação para Deus. Levítico 7.18 diz: "Se da carne do seu sacrifício pacífico se comer
ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será atribuído o
sacrifício: cousa abominável será, e a pessoa que dela comer levará a sua iniquidade." E
o versículo 15 ordena: "...a carne do sacrifício de ações de graça da sua oferta pacífica se
comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã."
O Senhor convida paraacomunhão junto ao sacrifício. Ele reúne Seus
santos. Se, porém, alguém transforma em abominação o sacrifício de ações de graça, que tem
efeitos tão maravilhosos junto a Deus, não o aceitando inteiramente, não o comendo
inteiramente, deixando a carne até ao terceiro dia, ele deixa passar o prazo da ressurreição para
si mesmo. Jesus morreu e ressuscitou ao terceiro dia. Quem, entretanto, não morrer com Ele,
também não viverá com Ele (comp. 2Tm2.11)!
18
A oferta pelo pecado e a oferta pela culpa
"Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo:
Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do Senhor, por
fazer contra algum deles o que não se deve fazer; se o sacerdote ungido pecar para
escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado um novilho sem defeito ao Senhor, como
oferta pelo pecado" (Lv 4.1-3).
"Disse mais o Senhor a Moisés: Quando alguém cometer ofensa, e
pecar por ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por oferta um
carneiro sem defeito do rebanho, conforme a tua avaliação em sidos de prata, segundo o
sido do santuário, como oferta pela culpa. Assim restituirá o que ele tirou das cousas
sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto e o dará ao sacerdote: assim o sacerdote, com
o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele; e lhe será perdoado”.(Lv 5.14-16).
Temos que analisar juntas a oferta pelopecado e a oferta pela culpa,
porque esses dois Sacrifícios têm relação com nossa aflição mais profunda, eu quase diria,
dupla: a oferta pelo pecado, com nosso pecado e a oferta pela culpa, com nossos pecados, Jesus
Cristo, o Cordeiro de Deus, tomou Si nossa duplamente desesperadora aflição. Ele torno-se
nossa oferta pela culpa, tomando sobre Si toda culpa, todos os atos culpáveis,detodos os homens
de todos os tempos. Isso é dito com uma impressionante frase na Bíblia: "Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pejcado do mundo!" (Jo 1.29). Mas Jesus Cristo é ainda mais. Ele tornou-se
também a oferta pelo pecado, e esse é o segredo do Gólgota: "Àquele que não conheceu
pecado, ele o fez pecado por nós..." (2 Co 5.21). À oferta pelo pecado trata do caráter do
homem e a oferta pela culpa dos seus atos pecaminosos. Jesus realizou tudo por todos, trilhando
o caminho do sacrifício, passo a passo.
Como já dissemos, Holocausto é o primeiro sacrifício citado em
Levítico. Jesus Cristo veio como o Holocausto perfeito: "Eis aqui estou (no rolo do livro está
escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade" (Hb 10.7). Então Ele representou, na
terra, através da Sua vida santa a oferta de manjares, e nas ofertas pelo pecado e pela culpa Ele
resplandece como o Cordeiro, pois nos reunificou com Deus. Como oferta pelo pecado, Ele
mesmo foi feito pecado na cruz, e finalmente Ele também tornou-se a oferta pela culpa, quando
19
tornou sobre Si todos os pecados. Desse modo, Ele realizou uma redenção cornpleta até às
profundezas da nossa completa corrupção.
A diferença entre a oferta pelo pejçadíxe a oferta pela culpa aparece
claramente em Levítico 4 e 5. Quanto ao pecado, somos todos iguais. Romanos 3.23 diz:
"...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus". No que se refere, entretanto, aos pecados
somos diferentes. Deus julgará a cada um, "segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio
do corpo" (2 Co 5.10b).
O que uma pessoa precisa fazer, para se perder eternamente? Basta que
ela permaneça como nasceu, pois o pecado já está nela. Por natureza eternamente perdidos,
motivo porque temos que nascer de novo (Jo 3.3).
A oferta pelo pecado alcança todas as categorias de pessoas. O Senhor
não esquece ninguém. Pequenos e grandes são confrontados com a oferta pelo pecado.
Em primeiro lugar são citados os anónimos, que não querem revelar seus nomes. Eles
permanecem ocultos: "Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo:
Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do Senhor, por fazer
contra algum deles o que não se deve fazer..." (Lv 4.1-2). As palavras: "Quando alguém
pecar...", mantêm o anonimato. Mas temos que chegar à luz com nossa corrupta natureza
pecaminosa, para sermos confrontados com a oferta pelo pecado, Jesus Cristo. O Salmo 139.7
diz: "Para onde me ausentarei do teu Espírito? para onde fugirei da tua face?" Não podemos
fugir dEle, o Senhor nos vê em qualquer lugar. Ele até conhece nossos pensamentos de longe (v.
2). Quem são esses anónimos? Levítico 4.3 nos dá a resposta: "...se o sacerdote ungido pecar
para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado um novilho sem defeito ao Senhor, como
oferta pelo pecado." Também em nossos dias, os anônimos não são os que se prostituem, os
ladrões e os assassinos. Esses não podem esconder nada, pois seus pecados são visívejs. Mas
o grave e a causa da morte dentro da igreja de Jesus são os "reis e sacerdotes", que pecam
anonimamente. Eles precisam vir à luz! Um avivamento não começa no mundo. Ele também
não é iniciado por muitas atividades exteriores. Um despertamento começa primeiro entre os
crentes. Mas queres ficar anónimo, porque és piedoso só exteriormente.
Depois do "sacerdote", toda a igreja é atingida? "Mas se toda a
congregação de Israel pecar por ignorância, e isso for oculto aos olhos da coletividade, e se
fizerem, contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e forem
20
culpados, e o pecado que cometeram for notório, então a coletividade trará um novilho
como oferta pelo pecado, e o apresentará diante da tenda da congregacão" (Lv 4.13-14).
A "coletividade" dos crentes, a igreja, somente chega à salvadora e redentora oferta pelo
pecado, se primeiro o indivíduo, o sacerdote, que é ungido com o Espírito Santor chegar-se à
luz. Somente então Deus pode dar um despertamento que se espalhe, de modo que nos tor-
nemos dignos de credito para as pessoas que ainda vivem no nundo. Como outra categoria,
ainda são citados os "príncipes": "Quando um príncipe pecar, e por ignorância fizer alguma
de todas as cousas que o seu Deus ordenou não fizessem, e se tornar culpado; ou se o
pecado, em que ele caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta um bode sem defeito" (Lv
4.22-2). Notavelmente, um príncipe deve oferecer um bode. Um bode tem chifres, que são
um sinal de poder. Podemos ser fortes e poderosos, mas quando pecamos, também nós
precisamos vir à oferta pelo pecado, Jesus Cristo, para sermos unidos a Ele.
Além disso, também as pessoas simples, comuns, têm que vir à luz:
"Se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, por fazer alguma das cousas
que o Senhor ordenou se não fizessem, e se tornar culpado; ou se o pecado, em que ela
caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta uma cabra sem defeito, pelo pecado que
cometeu" (vv. 27-28). Todos nós temos que prestar contas diante do Deus vivo. Existem
tantos que falam mal de outros crentes; mas quando estiverem um dia diante do trono de
Deus, Ele não lhes perguntará que os outros fizeram, e sim: O que tu fizeste com a oferta
pelo pecado, Jesus Cristo? Ele somente vai querer saber se tu vieste à luz e te deixaste
convencer do pecado.
Em Levitico 5.7 temos mais uma categoria de pessoas que tem que ser
confrontada com a oferta pelo pecado, com Jesus Cristo: "Se as suas posses não lhe
permitirem trazer uma cordeira, trará ao Senhor como oferta, pela culpa que cometeu,
duas rolas, ou dois pombinhos; um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto."
Isso se refere ao homem materialmente pobre. Quão bom e fiel é o Senhor, que lembra de
todos! Ele não esquece de ninguém. Esses seis tipos de jiessoas mostram, que todos
pecaram. Mas o Espírito Santo oferece a todos Sua oferta jjelo pecado, Jesus Cristo que foi
feito pecado por nós.
Como já dissemos, no que se refere ao c ar ater do homem, todos
somos iguais. Quanto à medida da culpa, entretanto, somos diferentes. Isso fica claro na
21
oferta pela culpa. Ela não é para todos os homens, pois somente está dito: "...Quando
alguém cometer ofensa", isto é, quando alguém inesperadamente der lugar ao pecado que
nele habita, tornando-se culpado: "Quando alguém cometer ofensa, e pecar por
ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor... como oferta pela
culpa" (Lv 5.14). Em contraste com a oferta pelo pecado, na oferta pela culpa o Senhor
chama o pecado pelo nome: a ofensa nas coisas consagradas a Deus, a avareza, a
cobiça, a ganância. Essa é uma terrível culpa, que muitos têm. O que fazes com teu tempo,
que pertence ao Senhor? Hoje em dia, temos grandiosas oportunidades para trabalhar pelo
Senhor e sabemos que temos pouco tempo. A Palavra de Deus nos adverte: "vede
prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo,
porque os dias são maus" (Ef 5.15-16)^0 que fazes com teu corpo? Ele não pertence
ajijnesmo: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está
em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (l Co 6.19).
Como usas teu dinheiro? Ele não te pertence! Das coisas consagradas ao Senhor, o que foi
que tomaste para ti? "Quem ama a sua vida, perde-a”(Jo 12.25a). Se bem que aceitas
Jesus como tua oferta pela culpa, não vais adiante. Nada muda em tua vida. Admites que
pecaste e te apropriaste do que pertence a Deus, mas isso não é suficiente. Por força da
oferta pela culpa realizada por Jesus Cristo, o Senhor exige de cada um de nós obediência
prática na fé. Isso nos é dito claramente na oferta pela culpa. Aquele que havia cometido
ofensa nas coisas sagradas do Senhor, não somente tinha que trazer uma oferta pela culpa,
mas tinha que provar com atos que estava levando o assunto a sério: "Quando alguém cometer
ofensa, e pecar por ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por
oferta um carneiro sem defeito do rebanho, conforme a tua avaliação em sidos de prata,
segundo o sido do santuário como oferta pela culpa. Assim restituirá o que ele tirou das
cousas sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto e o dará ao sacerdote: assim o
sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele; e lhe será
perdoado" (Lv 5.15-16). O que adianta admitir a culpa, se não fizermos a restituigão, isto
é, se não a elirninarmos. Muitos estão dispostos a concordar que erraram, mas não
querem deixar o pecado de que se arrependem. João Batista, por exemplo, percebeu isso
muito claramente. Lemos em Mateus 3.5-6: "Então saíam a ter com ele Jerusalém, toda a
Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele balizados no rio Jordão,
confessando os seus pecados." As pessoas admitiam que tinham pecado. Mas então
22
continuamos lendo: “Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao
batismo, disse-lhes: Raça de vivíboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi,
pois, fruto digno_do_arrependimento" (vv. 7-8). A Bíblia Viva diz: "provem que
vocês_abandonaram o pecado, praticando obras dignas". Podemos dizê-lo também assim:
Quando vocês se arrependeram, cuidem para deixar os pecados de que se arrependeram, ou
vocês serão raça de víboras. Esse é o problema atual e por isso falta a transformação em
muitos. Todo o Novo Testamento ensina, que devemos deixar os pecados. Lemos, por
exemplo, em Romanos 13.12: "Vai alta a noite e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as
obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz." Essas palavras são proféticas e nos
dizem que o dia em que Jesus vai voltar está próximo. Agora chegou o momento em que
devemos nos tornar obedientes. Paulo diz em Efésios 4.22-25: "no sentido de que, quanto
ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as
concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos
revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da
verdade. Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque
somos membros uns dos outros." Notavelmente, Paulo retorna sempre a esse ponto. Já
naquela época, ele percebeu quão grande é o perigo dos crentes contornarem a cruz para si
mesmos.
Do que devemos nos despojar? Paulo não nos deixa em dúvida:
"Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade,
maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que
vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos revestistes do novo homem que se
refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (Cl 3:8-10). E
então ele mostra o maravilhoso guada-roupa do céu: "Revesti-vos, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim
perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a
paz de Cristo o árbitro em vossos corações, à qual, também, fostes chamados em um só
corpo: e sede agradecidos" (vv. 12-15). Esse é o caminho do pecador ao sacrifício. No
fundo, os cinco sacrifícios do Antigo Testamento são uma maravilhosa unidade.
23
Pedro e Paulo tinham personalidades completamente diferentes, mas
Pedro seguia exatamente a mesma linha de Paulo, apesar de não o ter combinado com ele. Ele
disse: "Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas, e de
toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o
genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento..." (l Pé 2.1-2). O
apóstolo Tiago também tinha outra personalidade. Ele era ainda mais marcado pela lei do
Antigo Testamento. Também ele escreveu: "cada um é tentado pela sua própria cobiça"
(Tg 1.14) e "Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto" (v. 17). Ele diz: "Não vos
enganeis, meus amados irmãos" (v. 16). Em outras palavras: Não aceitem um falso
cristianismo! - Em quase toda reunião de oração, ouço algo como: "Oh! Senhor, faz com
que eu seja obediente!.” Como se diz, na verdade: "Caso eu não seja obediente, a cuhpa
é de Deus." Foi o que já fez Adão, quando Deus lhe perguntou: "Comeste da árvore de que
te ordenei que não comesses?" (Gn 3.11b), e ele respondeu: "A mulher que me deste por
esposa, ela me deu da árvore, e eu comi" (v. 12). - Tiago prossegue: "Toda boa dádiva e
todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação, ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da
verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. Sabeis estas cousas,
meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio
para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. Portanto,
despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra
em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas. Tornai-vos, pois,
praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (Tg
1.17-22). O engano que acontecia frequentemente no Antigo Testamento, era alguérn vir
com uma oferta pela culpa ao sacerdote, confessando seus pecados, mas não devolvendo o que
tinha roubado. Tu fazes o mesmo. Apesar de confessares teus pecados, não o deixas com base
na obra realizada por Jesus Cristo. Dessa maneira, continuamos hipócritas até a velhice.
Muitos me perguntam, por que ficaram tão mornos e indolentes em
sua vida de oração e não têm mais o anseio de ganhar almas para o Senhor. De quem é a
culpa? Certamente ela não é do sacrifício de Jesus Cristo! A razão, é que eles não querem
deixar os pecados de que se arrependeram. Hebreus 12.1 diz: "Portanto, também nós, visto
que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo
peso, e do pecado que tenazmente nos assedia..."
24
Quais são as condições para experimentar pessoalmente o poder
reconciliador e redentor da oferta pelo pecado e da oferta pela culpa? Podemos fazer
somente uma coisa: reconhecer e confessar; do resto o Senhor cuida. Em Levítico 4 isso
nos é dito claramente: "...e o pecado que cometeram for notório..." (v. 14); "...se o
pecado, em que ele caiu, lhe for notificado..." (v. 23); "...se o pecado, em que ela caiu,
lhe for notificado, trará por sua oferta uma cabra..." (v. 28). Somente podemos nos
deixar convencer. O problema, entretanto, é que muitos evitam esse estágio. Eles não
permitem que o Espírito de Deus os convença dos seus pecados. Todo o nosso
cristianismo não adianta para nada, se não permitirmos que o Espírito de Deus nos mostre
os pecados que ainda não deixamos e se não admitirmos as terríveis conseqüências delas
para toda a Igreja de Jesus.
Quando se fala de um príncipe, de toda a coletividade, de uma
pessoa do povo ou de uma pessoa pobre, está escrito: "Quando alguém pecar por
ignorância..." Mas do sacerdote está escrito: "...se o sacerdote ungido pecar para es-
cândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado..." (Lv 4.3). A Bíblia Viva diz: "Se um
sacerdote em pleno exercício das funções sacerdotais pecar sem querer, tornando com isso
culpado o povo..." Quando o sacerdote peca, portanto, há consequências para todo povo.
Aqui temos a necessidade de definição em nossa vida como crentes, como “reis e
sacerdotes” do Novo Testamento. Ou tornamos culpada toda a igreja, ou levamos
pessoas à reconciliação. Pois, do sacerdote lemos: "Assim restituirá o que ele tirou das
cousas sagradas, e ainda acrescentará o seu quintos e o dará ao sacerdote: assim o
sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele; e lhe será
perdoado” (Lev 5.16). Somos sempre uma maldição ou uma bênção para os que estão
à nossa volta; ou atraímos pessoas a Jesus ou afastamos dEle.
Talvez continuas ainda procurando a culpa em teu próximo e não sabes
que ela é tua. Inicialmente, Acã nem percebeu que ele era a verdadeira razão da derrota de Ai.
Masquando Josué orou, o Senho lhe disse: “Levanta-te por que estás prostrado assim sobre o
teu rosto? Israel pecou e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara, pois
tomaram das cousas condenadas, e furtaram, e dissimularam, e até debaixo da sua
bagagem o puseram" (J s 7.10-11). Somente quando Acã reconheceu seu pecado e a mal-
dição foi eliminada, Israel voltou a vencer.
25
Se não há vitória, transformação e poder para orar onde te
encontras, isso é assirn porque o Senhor espera que sucumbas, pois tornaste culpada tua
família e os que estão à tua volta. Pára agora de somente aceitar o sacrifício de Jesus,
excluíndo a ti mesmo! Pelo contrário, eu te exorto: "Vem agora à luz com teu pecado,
confcssa-o e deixa-o!" Então o sacrifício do Senhor Jesus terá maravilhosos efeitos
também através de ti.

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  • 1. 1 WimMalgo Jesus Nos Cinco Sacrifícios do Antigo Testamento CHAMADA da Meia-Noite Caixa Postal 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 • Fax: (51) 3249-7385 www.chamada.com.br "Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro" (Mt 25.6). A "Obra Missionária Chamada da Meia-Noite" é uma missão sem fins lucrativos, que crê em toda a Bíblia como infalível e eterna Palavra de Deus (2 Pé 1.21). Sua tarefa é alcançar todo o mundo com a mensagem de salvação em Jesus Cristo e aprofundar os cristãos no conhecimento da Palavra de Deus, preparando-os para a volta do Senhor.
  • 2. 2 índice Página O holocausto .........................................................03 A oferta de manjares ............................................08 A oferta pacífica.............................................13 A oferta pelo pecado e a oferta pela culpa ..........18
  • 3. 3 Jesus Nos Cinco Sacrifícios do Antigo Testamento "Chamou o Senhor a Moisés e, da tenda da congregação, lhe disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós trouxer oferta ao Senhor, trareis a vossa oferta de gado, de rebanho ou de gado miúdo. Se a sua oferta for (holocausto)de gado, trará macho sem defeito: à porta da tenda da congregação o trará, para que o homem seja aceito perante o Senhor" (Lv 1.1-3). "Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado, não os requeres" (SI 40.7). O sentido mais profundo da palavra, "sacrifício"! é dádiva, ou seja, um presente oferecido por amor a Deus. O holocausto era um sacrifício voluntário. Lemos: "Se a sua oferta for holocausto..." Ó Senhor não quer nada forçado de nós. Ele quer que Lhe ofereçamos nossos sacrifícios livremente. Na Antiga Aliança havia diferentes sacrifício, mas básico era o holocausto. A oferta era de um macho sem defeito, o que significa que, ao Senhor, podia-se trazer somente o melhor. O holocausto - em contraste com as outras ofertas – tinha que ser dedicado inteiro ao Senhor. Levítico 1.9 diz: "...e queimará tudo isso sobre o altar: é holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor." Na entrega voluntária está incluída, portanto, a entrega completa. Quando a entrega ao Senhor não é mais completa, ela já é forçada, não sendo mais voluntária. Essa espontaneidade é a característica básica do principal sacrifício que Deus quer de nós. O holocausto
  • 4. 4 Maquete do tabernáculo, da tenda da congregação, cujas partes e utensílios têm profundos significados simbólicos. Chama a atenção, que o holocausto não se refere em primeiro lugar à questão do pecado e da expiação. Pelo contra-rio, ele responde à pergunta maior e definitiva de Deus atra-vês do Senhor Jesus a nós: (Tu me amas?"]Quando Deus ordenou a Abraão que sacrificasse seu filho Isaque, a questão não era o perdão dos seus pecados, mas tratava-se de uma pergunta do coração de Deus a ele: "Amas-me acimâ de tudo?" Por isso o Senhor lhe disse: "...oferece-o ali em holocausto..." (Gn 22.2). Em hebraico, holocausto significa: ("subir ao alto"). Ele representa a união com o Deus vivo através do sacrifício ex piatório do Senhor Jesus. O "sim" inteiro do homem a Deus torna operante para nós o "sim" de Deus, que já existia há muito tempo. Deus é sempre quem opera, quem abençoa, quem transforma, fazendo tudo de forma completa e perfeita. Ele espera somente pela nossa entrega total. É o que quer dizer Tiago, quando escreve: "Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros..." (Tg 4.8a). O pedido "Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti", somente se cumpre e se torna efetivo através do holocausto, da entrega total. Outra característica básica do holocausto era: aquele que oferecia o sacrifício tinha que se unir com o animal sacrificado a Deus. Isso acontecia quando ele colocava sua mão sobre a cabeça do holocausto: "E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação" (Lv 1.4). Portanto, o holocausto
  • 5. 5 somente tinha efeito, quando aquele que o oferecia declarava-se solidário com o sacrifício completo. Justamente aí começam os problemas com muitos que querem entregar-se ao Senhor. Se bem que as pessoas aceitem que se fale com elas sobre a entrega total a Deus, elas não querem desistir de si mesmas; elas excluem a si mesmas. Deus nos fez saber muito claramente, que assim não é possível. Por exemplo, Ele não diz: "Quando se trouxer oferta ao Senhor...", mas: "Quando algum de vós trouxer oferta ao Senhor..." (Lv 1.2). O Senhor dirige-se primeiro à pessoa, ao homem. Ele não quer em primeiro lugar teus atos, teus sacrifícios ou teus esforços, mas a ti mesmo. Na preparação do holocausto, mostra-se claramente o que Deus quer: "Então ele esfolará o holocausto, e o cortará em seus pedaços" (v. 6). Isso significa em primeiro lugar: o Senhor não quer o exterior, Ele não quer a pele, o visível, mas o oculto, o interior. Ele quer nosso coração. No holocausto chama a atenção mais uma característica básica: o Senhor olhava não somente o sacrifício, mas principalmente aquele que o trazia. Caim e Abel são um exemplo claro: "Agradou-lhe o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou" (Gn 4.4b-5a). O Senhor quer nós mesmos. Ele não se agradou de Caim e de sua oferta, porque no sacrifício Caim não havia cabeça em que pudesse colocar sua mão. Não havia coração, não havia sangue expiatório derramado. No seu caso, o sacrifício e a entrega do coração eram coisas separadas. O Senhor se agradou de Abel e de sua oferta, porque Abel confessou: Senhor, esse sacrifício, essa ovelha que matei, sou eu; o juízo atinge a mim; aqui me tens por inteiro! O problema é, pois, que o Senhor não pode se agradar do sacrifício de muitos, porque a pessoa que o oferece está distante. Se es- tás interiormente afastado do Deus vivo por desobediência, em última análise, apesar do teu sacrifício, és ímpio. A Escritura diz: "O sacrifício dos perversos é abominável ao Senhor" (Pv 15.8a). Nossos cultos, nossas obras, são uma abominação para o Senhor, se não forem feitos de todo o coração, pois assim são sacrifícios em pecado. Também o sacrifício do Gólgota não tem efeito em tua vida, se trazes ofertas em pecado, isto é, se não estás disposto a deixar os pecados. Não tentes impressionar o Senhor com tuas muitas atividades! Ele diz a cada um de nós: "De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios?... Estou farto de holocaustos de carneiros..." (Is 1.11). "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos: cessai de fazer o mal" (v. 16). De Davi aprendemos o que é um sacrifício agradável a Deus. Ele diz no Salmo 40.6a, depois de ter sido tirado de um poço de perdição: "Sacrifícios e ofertas não
  • 6. 6 quiseste;abristes os meus ouvidos”. Ele reconheceu que, por mais que sacrificasse ao Senhor, isso de nada adianta quando se é surdo para o que Ele fala, quando não se aceita aquilo que Ele nos mostra. Portanto, é possível oferecer ao Senhor o sacrifício da sua vida, do seu tempo, das suas forças e do seu dinheiro, continuando surdo para a voz do Senhor no coração. Samuel disse a Saul: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros" (l Sm 15.22). Tu crês em Jesus Cristo, frequentas fielmente os cultos, talvez sejas ativo no reino de Deus - mas Ele já pôde abrir teus ouvidos? O Gólgota perde o sentido para ti, se não fores obediente. De que, pois, o Senhor se agrada? Oséias 6.6 nos dá a resposta: "Pois misericórdia quero, e não sacrifício; e o co- nhecimento de Deus, mais do que holocaustos." Seu coração anseia por nós. Ele quer que subamos ao alto” Ele quer unir-se conosco através do sacrifício. Mas se ficamos distante, o sacrifício perde o efeito e o sentido. Podemos ter um ministério sacerdotal, isto é, podemos sacrificar ao Senhor, sem aceitar Sua Palavra em nosso coração. No caso do rei Saul, isso fica bem evidente. Saul queria unir o povo através do sacrifício, porque viu que se dispersava; mas ele mesmo falhou. Lemos dele: "Esperou Saul sete dias, segundo o prazo determinado por Samuel; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se foi espalhando dali. Então disse Saul: Trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu holocausto. Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo seja se ia espalhando daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, eu disse comigo: Agora descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do Senhor; e, forçado pelas circunstâncias ofereci holocaustos" (l Sm 13.8-12) ousou oferecer holocaustos com o coração desobedienle. Ele queria a vitória sobre os ameaçadores filisteus e o controle sobre o povo que se espalhava, mas ele mesmo não aceitou a Palavra do Senhor. Ele não esperou pelo profetá. Por isso, Samuel teve que lhe responder: "Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; pois teria agora o Senhor confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já agora não subsistirá o teu reino" (v. 13-14a). O sacrifício de Saul foi um holocausto, um sacrifício completo sem azeite, mas por causa da sua desobediência, ele não teve efeito. Atualmente, muitos crentes não sacrificam da mesma maneira como Saul? Por isso o poder de Deus não tem efeito em suas vidas. Apesar da entrega e do zelo, não há vitória sobre os "filisteus" porque, no fundo do coração, eles não querem ser obedientes. Essa era a imperfeição do holocausto na Antiga Aliança, porque aquele que apresentava o sacrifício, apesar de colocar
  • 7. 7 sua mão sobre a cabeça do animal, podia deixar, em última análise, de entregar a si mesmo. Quem morre com seu sacrifício, tem poder. O sacrifício de Abel teve poder, pois ele mesmo morreu como prova de que seu sacrifício era genuíno. Hebreus 11.4 diz dele: "Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala." Em Hebreus 10 encontramos expressões de negação com relação aos sacrifícios no Antigo Testamento: "...é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados" (v. 4). "Sacrifício e oferta não quiseste..." (v. 5). "Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste..." (v. 8). "...que nunca jamais podem remover pecados" (v. 11) - até que Jesus viesse. Nele está tudo cumprido, pois Ele é Rei, Sacerdote, Profeta e ao mesmo tempo o Cordeiro para o sacrifício. Lemos no mesmo capítulo: "Então eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade" (v. 7). Ou no versículo 9a: "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade." Qual era e é ainda hoje o efeito desse sacrifício completo? Encontramos a resposta no versículo 10: "Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas." Em que vontade? Na vontade do Senhor Jesus, que disse": "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade." Tornamo-nos holocausto, quando aceitamos essa vontade; quando a obediência do Senhor Jesus torna-se nossa obediência. "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem" (Hb 5.8-9). A falta de entendimento em relação ao sacrifício é atualmente muito maior e mais grave do que na Antiga Aliança, pois não podemos seguir a Jesus, se deixamos de fora/nossa própria pessoa) Romanos 6.5 diz de forma clara: "rorquesejomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição." E em 2 Coríntios 5.15 lemos: "E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." Não podes ao mesmo tempo estar separado de Jesus e crer nEle. "Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados, do próprio templo se alimentam; e quem serve ao altar, do altar tira o seu sustento?" (l Co 9.13). E Jesus diz: "Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos." Essas palavras nos dizem que não devemos somente receber o sustento, mas tornar-nos um com o Senhor Jesus.
  • 8. 8 Oferta de manjares "Quando alguma pessoas fizer oferta de manjares ao Senhor, a sua oferta será de flor de farinha; nela deitará azeite, e sobre ela porá incesno" (Lv'2.í). "Se a tua oferta for de manjares de frigideira, far-se-á de flor de farinha com azeite " (Lv 2.7). "Quando trouxeres oferta de manjares, cozida no forno, será de bolos asmos flor de farinha, amassados, com azeite, e obreias asmas untadas com azeite" (Lv 2.4). A oferta de manjare é o segundo sacrifício e representa uma vida santificada a Deus. A entrega total leva à santificação total. Dela não faz parte o sangue da expiação e ela é composta principalmente de azeite. Esse sacrifício não se refere, portanto, à reconciliação, mas à santificação através do Espírito Santo. Em Levítico 2, o azeite é citado várias vezes e usado de diversas formas: "...nela deitará azeite..." (v. 1); "...amassados, com azeite... untadas com azeite" (v. 4b); "Deitarás azeite sobre ela..." (v. 15). Na Bíblia, o te é sempre uma representação do Espírito Santo. Perguntamos frequentemente: Por que tão poucos crentes são cheios do Espírito Santo? Procura-se desesperadamente por uma compensação, busca-se o batismo do Espírito Santo e nada se recebe. A razão porque há tão pouco azeite, tão pouco do Espirito Santo, é a falta de entendimento do holocausto de Jesus Cristõ. O poder purificador do sangue de Jesus ainda não fez efeito na vida de muitos filhos de Deus. Pois onde o rio do sangue de Jesus Cristo fez efeito, há plenitude do Espírito santo. Encontramos freqüentemente crentes que vivemumavida de"fe cheia de dificuldades, têm um testemunho complicado, vivem caindo e estão sujeitos a caprichos. Tudo isso é fruto de uma entrega parcial. Não há holocausto e, portanto, também não oferta de manjares. Pois, onde o sangue de Jesus não fez efeito, também falta o Espírito Santo. Efésios 5.18 nos diz: "...enchei-vos do Espírito"! Pelas diversas aplicações do azeite na oferta de manjares, vemos diversos níveis de santificação. (Primeiro lemos: "...nela deitará azeite..." Em Levítico 2.1 lemos onde deve ser derramado o azeite - sobre flor deTarinha: "Quando alguma pessoa fizer oferta de manjares ao Senhor, a sua oferta será de flor de farinha..." O que é flor de farinha? Trata-se do fruto do morrer e ser moído. A farinha é feita de duros grãos de trigo. Sim, até mesmo não é possível fazer farinha, sem mais nem menos, de um único grão de trigo. Ele tem que ser primeiro semeado. Trata-se de uma lei espiritual, que o próprio Senhor Jesus citou em João 12.24-25: "Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto. Quem
  • 9. 9 ama a sua vida, perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo, preservá-la-á para a vida eterna." Muitos filhos de Deus são solitários por que não se submetem a esse processo. Eles se isolam a si mesmos, defendendo sua vida ao invés de entregá-la. Em uma pirâmide egípcia, em um túmulo faraonico achou-se grãos de trigo, que ainda se encontravam nas mesmas con- dições em que tinham sido colocados ali. Durante milénios eles ficaram isolados na pirâmide. Somente quando foram tirados e semeados, para que pudesse começar o processo da morte, houve frutos. Nós não chegamos aos mil anos, mas percebe-se frequentemente entre filhos de Deus mais idosos, que eles se isolam. Sua vida gira cada vez mais em torno do seu “eu”, porque resistem ao processo da morte. Se bem que têm o desejo de estarem logo com o Senhor, eles não querem morrer no homem interior. Como é, entretanto, esse processo de morte? Primeiro passo: desaparecimento Quando o Senhor Jesus começa com "Em verdade, em verdade vos digo:...", Ele pretende acentuar uma verdade da salvação. É o que acontece em João 12.24: "...Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer...", ou seja, quando ele desaparece, quando é coberto de terra, quando não é mais visto - então dá muito fruto. Somente poucas pessoas entregam seu próprio ser à morte. Quem não o faz, fica isolado, porque não quer desaparecer. Segundo passo: transformação Verificou-se que, tão logo um grão de trigo cai na terra e é coberto, começa uma transformação química. E isso é maravilhoso: quando aceitamos a morte de Jesus somos transformados. O ser antigo e duro morre, tornamo-nos agradáveis para os que nos cercarn. Terceiro passo: ampliação Sabe-se que os grãos de trigo incham muito dentro da terra. Da mesma maneira, a visãode um fílho de Deus é ampliada quando realmente aceita e segue o caminho da morte. A Escritura diz: "...transbordarás para a direita e para a esquerda..." (Is 54.3). Olhamos para além de nós, quando perdemos a nós mesmos. Quarto passo: rompimento O grão de trigo, que morreu e continua debaixo da terra, começa a romper. Filhos de Deus que falam muito das suas maravilhosas experiências que fizeram com o
  • 10. 10 Senhortambém parecem romper,mas para o alto.Com o grão detrigo édiferente. Quinto passo: enraizamento O grão de trigo lança raízes para baixo. Em Colossenses 2.6-7 somos exortados a lançar raízes: "Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça." E em Efésios 3.17 lemos: "e assim habite Cristo nos vossos corações, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor." Quando estamos arraigados em Jesus pelo amor, experimentamostambém o seguinte. Sexto passo: ressurreição Na primavera, vemos que tudo renasce. Um caule cresce, e então vêm os grãos, os frutos. Os grãos detrigo já são flordefarinhaquando sãocolhidos? Não!Somentedepois começa o processodemoagem.Já se pode ter experimentadomuitas coisas com oSenhoreterdado muito fruto, mas a santificação, o processo em que se é moído, começa somente no sexto passo. Esse processo de moagem e santificação continua até que as últimas partes duras do fruto sejam eliminadas. Comparemos a farinha em sua maciez e os grãos em sua dureza! Entretanto, ambos são do mesmo material. Do mesmo modo, existem dois tipos diferentes de crentes. Aqueles que ainda não foram além do Gólgota, que ainda não foram transformados em flor de farinha, e aqueles que já se deixaram moer. Somente depois de sermos sido moídos, recebemos a plenitude do Espírito Santo. Onde há flor de farinha, o azeite pode ser derramado, em meio à seca e à fome. Um acontecimento na vida de Elias nos dá claras ilustrações a respeito. Ele disse à viúva gentia com quem estava hospedado: "Traze-me também um bocado de pão na tua mão" (l Rs 17.11). A isso ela lhe respondeu: "Tão certo como vive o Senhor teu Deus nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco deazeitenumabotija" (v. 12a). Mas Elias retrucou: "Não temas; vai, e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui fora; depois farás para ti mesma e para teu filho. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fará chover sobre a terra" (vv.13-14). Então, a viúva deu o punhado de farinha e o pouco de azeite ao_Senhor, e Ele os multiplicou: "Da panela a farinha não se acabou, e da o botija o azeite não faltou; segundo a palavra do
  • 11. 11 Senhor, por intermédio de Elias" (v. 16). Justamente esse punhado de farinha, isto é, em sentido figurado, o sentimento de Jesus, é o que o Senhor quer. A Ele não importa a quantidade, mas a maciez, o estar moído. O velho homem em nós tenta continuamente escapar astuciosamente desse processo de moagem. Mas o Senhor foi previdente, pois lemos em Levítico 2.14: "Se trouxeres ao Senhor oferta de manjares das primícias, farás a oferta de manjares das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo, isto é, o grão esmagado de espigas verdes." Portanto, não podemos escapar desse esmagamento e dessa moagem. Trata-se de uma lei espiritual. Anseias pela, plenitude do Espírito Santo, então deixa transformar-te em farinha; então aceita as pedras domoínhoqueDeus colocou em teucaminho. Quais ofertas de manjares não levavam azeite derramado sobre elas, mas eram feitas com ele? Conforme o versículo 7, as de frigideira: "Se a tua oferta for de manjares de frigideira, far-se-á de flor de farinha com azeite." As de frigideira parecem-me uma representação das provações. Defendemo-nos e resistimos à moagem. Essa Oferta de manjares era somente feita com azeite, mas não amassada. A oferta de manjares amassada representa de modo profundo os sofrimentos do Senhpr Jesus: "Quando trouxeres oferta de manjares cozida no forno, será de bolos asmos de flor de farinha, amassados, com azeite, e obreias asmas untadas com azeite. Se a tua oferta for de manjares cozida na assadeira, será de flor de farinha sem fermento, amassada com azeite" (vv. 4-5). Esse é o processo final da santificação.AflordefarinhaéumarepresentaçãodoserdoSenhorJesus. Se bem que não havia dureza nEle. Ele foi levado à fornalha acesa dos sofrimentos. E dessa fornalha acesa dos sofrimentos, sai o bom aroma do céu: desse modo, milhões e milhões de pessoas foram salvas. Quando o Senhor te conduz à comunhão dos Seus sofrimentos e tu os aceitas, és um com Ele; Então não somente é derramado sobre ti o azeite do Espírito, mas ficas cheio dele. Tornaste-te um com o Senhor. O último componente da oferta de manjares era incenso. Está dito repetidamente: "...e sobre ela porá incenso." Esse, incenso estava inseparavelmente ligado à oferta de manjares, o que significa que a santificação e o diálogo com o Senhor, o Santo, estão inseparavelmente ligados. Flor de farinha, azeite e incenso eram queimadosjuntos:"...tomará dela um punhado da flor de farinha, e do seu azeite com todo o seu incenso, e os queimará como porção memorial sobre o altar: é oferta queimada, de aroma agradável ao Senhor" (v. 2b). A vida moída, que ficou cheia do Espírito Santo, e o incenso, o espírito da oração, transformam-se então em uma chama, a chama_da oração. Encontramos em Apocalipse 5:8-9 a descrição dos resultados impressionantes de uma vida queimada de tal maneira pelo Senhor: "e, quando
  • 12. 12 tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro..." Um dos primeiros resultados, é que Senhor é louvado e glorificado. Mas tal vida também têm poderosos efeitos sobre a terra: "e da mão do anjo subiu à presença de Deus o fumo do incenso, com as orações dos santos. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto" (Ap 8.4-5). Por causa de tal oferta de manjares, que é queimada e vivida como aroma agradável ao Senhor, a voz do testemunho é ouvida poderosamente e as pessoas são tomadas pelo temor deDeus.
  • 13. 13 Oferta pacífica “Se a oferta de alguém for sacrifício pacífico; se afizer de gado, seja macho ou fêmea, oferecê-la-á sem defeito diante do Senhor" (Lv 3.1). "Mas a carne do sacrifício de ações de graça da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã" (Lv 7.15). Em comparação com os outros sacrifícios do Antigo Testamento, a oferta pacífica, o sacrifício de ações de graça tem uma característica especial. Ela é o sacrifício do meio, o sacrifício central, e é citado entre o holocausto e a oferta de manjares por um lado, e a oferta pelo pecado e pela culpa de outro lado. Tudo procede do meio. A mensagem central da Bíblia é Jesus Cristo, Crucificado. No meio da Tora, da Lei do Antigo Testamento, está escrito: "Depois lhe colocou o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim (Luzes e Perfeições)" (Lv 8.8). Esse é Jesus Cristo, a Luz do mundo e a Perfeição, a Justiça, de Deus. Jesus Cristo é também nossa oferta pacífica, nossa oferta de gratidão: "Graças a Deus pelo seu dom inefável" (2 Co 9.15). O grande engano religioso em nossos dias, é que se quer tudo de Deus, mas se contorna o centro, a cruz. Falar de uma vida santa, sem aceitar a cruz, não tem sentido. Mima pergunta é: Jesus_Cristo éo centro da tua vida? A oferta pacífica em Levítico 3 é também o sacrifício do encontro. O homem culpado encontra a Deus na oferta pacífica. Entre Deus e o homem existe um abismo intransponível. Por mais que_o homem se esforce para agradar a Deus, ele não consegue alcançar o nível dEle. Todos carecem da glória _de_Deus (Rm 3.23). A palavra hebraica para "oferta pacífica" significa: “completar" ou "suprir a insuficiência". No Antigo Testamento, portanto, o homem dava a Deus o que lhe faltava. E o que lhe faltava? Faltava-lhe, como também a ti, o encontro decisivo com o Deus vivo. Todas as trevas e derrotas em tua vida acontecem porque não O vês e reconheces como tua oferta pacífica e, por isso, também não tens um encontro com Jesus Cristo. Não podes trazer nada a Deus, pois do teu lado há sempre uma insuficiência. Mas, o que devemos dar a Deus? Ele nos deu Jesus, e nós voltamos a dar-lhe Jesus. Isso soa estranho, mas não existe outra possibilidade. Isso nos é mostrado na oferta pacífica: “"E porá a mão sobre a cabeça da sua oferta, e a imolará diante da porta da tend da congregação: e os filhos de Arão, os sacerdotes, espargirão o sangue sobre o
  • 14. 14 altar redor” (Lv 3:2). Em outras palavras: quando a pessoa trazia sua oferta pacífica a Deus, ela se identificava com o animal, e identificando-se com ele em seu lugar, trazia a Deus o que lhe faltava. Somente dessa maneira Deus nos aceita. Apesar de sabermos disso e de confessarmos com o poeta: "O sangue e a justiça de Cristo, são meus adornos e vestes de honra, com os quais subsistirei diante de Deus, quando no céu entrar", na prática, porém, a coisa é muitas vezes bem diferente. Entretanto, somente podes ver a Deus se te tornaste um com o Senhor Jesus. Quem reconhece isso, exclama: "Tenho nEle, tudo que me falta." A Bíblia inteira está cheia dessa mensagem do encontro entre Deus e o homem na oferta pacífica. O rei Davi foi profeta. Seus salmos e seu procedimento com os inimigos são proféticos. Saul perseguiu-o até ao sangue. Depois que o rei Saul e também Jônatas, o príncipe herdeiro, tinham morrido, Davi assumiu o poder. Mas Jônatas ainda tinha um filho, aleijado de ambos os pés: Mefibosete. Notavelmente, esse nome significa: "o que espalha vergonha”. Esse homem aleijado, que não tinha mais nada de real em si, foi chamado por Davi. O rei Davi, que é uma figura do Rei celestial, não o chamou, entretanto, para julgá-lo, mas sim para_salvá-lo: "Disse Davi: Resta ainda, porventura, alguém da casa de Saul, para que use eu de bondade para com ele, por amor de Jônatas?" (2 Sm 9.1). Jônatas era o elo de ligação entre a casa de Saul e a casa de Davi. Seu nome significa: "dom de Deus". Ele é um tipo do Senhor Jesus. Nele vemos, como a Oferta pacífica é aplicada: o jovem_culpado é aceito por Deus e passa a ter comunhão com o Deus_vivo. O ponto alto desse sacrifício é a refeição. No Antigo Testamento, tratava-se de uma alegre festa de reconciliação. O próprio Deus era o anfitrião. Ele recebia o melhor. Lemos em Levítico 3.3-4: "Do sacrifício pacífico fará oferta queimada ao Senhor: a gordura que cobre as entranhas, e toda gordura que está sobre as entranhas; como também os dois rins, a gordura que está sobre eles..."Aquele que oferecia o sacrifício, podia participar da refeição. Levítico 7.15 o diz muito claramente: "Mas a carne do sacrifício de ações desgraça da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã." Tratava-se da aceitação completa da comunhão com Deus vivo. Pessoas amendrontadas ficavam felizes e contentes. Entendemos agora o que Davi quer dizer no Salmo 23.5, quando afirma: "Preparas-me uma mesa na S presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda." Nossos mais profundos anseios são satisfeitos, pois temos comunhão com o Pai e o Filho. Em espírito vejo esse aleijado Mefibosete sentado à mesa do rei. O nível dos dois completamente
  • 15. 15 diferente. Davi teria o direito de castigá-lo e matá-lo, pois ele era o culpado, o miserável. Mas eles têm comunhão um com o outro. Por quê? "...por amor de Jônatas...", lemos repetidamente em 2 Samuel 9. Essa comunhão na oferta pacífica não elimina nossa miséria. O Salmo 22.26 diz: "Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração." Quando Mefibosete estava sentado à mesa de Davi, seu sofrimento não foi removido, mas coberto pela mesa da comunhão: "Morava Mefibosete em Jerusalém, porquanto comia sempre à mesa do rei. Ele era coxo de ambos os pés" (2 Sm 9.13). Ele morava na Cidade Santa, no palácio, sim, ele se assentava à mesa do rei, e mesmoassim era coxo de ambos os pés. Ele continuava fraco e miserável, mas podia exclamar: "Quando sou fraco, então é que sou forte. Estou em comunhão com meu rei, por amor de Jônatas." Apesar de sermos miseráveis, gloriamo-nos no poder do nosso Deus e agradecemos ao Senhor, por força do fato de Jesus Cristo ter-se tornado nossa oferta pacífica. A oferta pacífica é também um sacrifício de louvor. Esse sacrifício é o objetivo mais elevado que Deus tem conosco, isto é, que Ele seja louvado e exaltado. Seu santo Nome deve ser glorificado. Em toda a história mundial, no final das contas, a única coisa que importado louvor a Deus. Para isso também foram criados os céus_e_a terra. O salmista o compreendeu e exclama: "Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios" (SI 34.1). Somos tão_egocêntricos, tão dominados por uma vaidade doentia, que facilmente perdemos de vista esse elevado_alvo do louvor a Deus e por isso perdemos as forças. Esquecemos que Deus_criou o mundo visível e invisível somente para esse fim. Paulo diz: "pois nele foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Cl 1.16). Também a criação exalta a glória de Deus: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite" (SI19.2-3). Não podemfos ver o Senhor, mas percebemos como Ele é louvado.. Isaías viu e ouviu como os serafins louvavam o Senhor e exclamavam: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória" (Is 6.3). O mais glorioso louvor em honra a Deus, porém, aconteceu, acontece e acontecërlTém nossa pequena Terra. Comparada com o Universo, nossa Terra é como uma partícula de pó. Poderíamos fazer uma comparação com um pátio em que há muitos tonéis cheios de areia. Quantos milhões de grãos de areia
  • 16. 16 cabem em cada tonel! Um desses grãos é nossa Terra. Aqui Deus fez a coisa mais gloriosa, aquilo que mais engrandeceu o Seu louvor. Todo o Universo ficou admirado e milhões de anjos assistiram. Deus entregou a oferta pacífica, o sacrifício de ações de graças, Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, que foi morto pelos pecados de todo o mundo. Esse ato de Deus faz jubilar os anjos, a Igreja de Jesus e os quatro seres viventes em Apocalipse 5.8-10: "e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante doCordeiro,tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra." Em Génesis 11temos o"não"dohomem aDeus,seuesforço de baixo para cima: a construção da torre de Babel. E em Génesis 12 encpntramo o "sim", de Deus ao homem: a vocação de Abraão - a vocação de Israel. Hoje em dia torna-se cada vez mais alto o "não" homem, mas também o "sim" de Deus se torna cada vez mais alto. Esses dois capítulos (Génesis 11 e 12) correm paralelamente também em nossos dias. Israel e Jerusalém são novamente construídos, mas paralelamente fica cada vez mais arrogante a Babel mundial, o "não" do homem, que se expressa na teologia moderna, em uma igreja mundana e na rejeição de Israel. Deus, porém, prossegue com perseverança. O Oriente Médio está na boca de todos, Israel chama a atenção e Jerusalém é o centro das discussões. Ouve-se cada vez mais sobre a construção do templo em Israel. Aproximamo-nos da oferta pacífica, pois Jesus voltará e Grande Ceia está muito próxima. De Salomão está escrito: "Oferecia Salomão três vezes por ano holocaustos, e sacrifício pacíficos sobre o altar que edificara ao Senhor, e queimava incenso sobre o altar perante o Senhor" (1Rs 9.25a). Vemos o louvor de Deus resplandecer por três vezes no Plano de Salvação. Primeiro: na Criação, segundo entre os anjos, e terceiro: em Israel. Todos os acontecimentos entre os povos têm relação com Israel. Isso é claramente mostrado no Salmo 68.33-36: "Reinos da terra, cantai Deus, salmodiai ao Senhor, àquele que em cima os céus, os céus da antiguidade; eis que ele faz ouvir a sua voz, voz poderosa. Tributai glória a Deus; a sua majestade está sobre Israel, e a sua fortaleza nos espaços siderais. Ó Deus, tu és tremendo nos teus santuários; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao povo. Bendito seja Deus!"Israel aproxima-se do Santuário, do holocausto e da oferta pacífica. Esse sacrifício de ações de graça habita pela fé em nossos corações: "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl
  • 17. 17 1.27). Sabemos que Jesus será manifestado diante de todo o mundo para glória de Deus. Já o percebemos na Antiga Aliança. É esclarecedor que o segundo Livro de Samuel termina com um ato de fé: "Edificou ali Davi ao Senhor um altar, e arjre sentou holocaustos e ofertas pacíficas. Assim o Senhor se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel" (2 Sm 24.25). Através dos holocaustoslfdas ofertas pacíficas, Davi apropriou-se na fé da vitória sobre todo o povo, e a consequência foi a cessação do juízo. Também nós apropriamo-nos na fé da oferta pacífica, Jesus Cristo, e assim ficamos a salvo do juízo. Mas o juízo vai afastar-se também do atual Israel, quando reconhecer seu Messias. O grande perigo para nós filhos de Deus consiste em Jesus, oferta pacífica de Deus, não poder tomar todo o lugar em nós. Quando é assim, trata-se de uma abominação para Deus. Levítico 7.18 diz: "Se da carne do seu sacrifício pacífico se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será atribuído o sacrifício: cousa abominável será, e a pessoa que dela comer levará a sua iniquidade." E o versículo 15 ordena: "...a carne do sacrifício de ações de graça da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã." O Senhor convida paraacomunhão junto ao sacrifício. Ele reúne Seus santos. Se, porém, alguém transforma em abominação o sacrifício de ações de graça, que tem efeitos tão maravilhosos junto a Deus, não o aceitando inteiramente, não o comendo inteiramente, deixando a carne até ao terceiro dia, ele deixa passar o prazo da ressurreição para si mesmo. Jesus morreu e ressuscitou ao terceiro dia. Quem, entretanto, não morrer com Ele, também não viverá com Ele (comp. 2Tm2.11)!
  • 18. 18 A oferta pelo pecado e a oferta pela culpa "Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do Senhor, por fazer contra algum deles o que não se deve fazer; se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado um novilho sem defeito ao Senhor, como oferta pelo pecado" (Lv 4.1-3). "Disse mais o Senhor a Moisés: Quando alguém cometer ofensa, e pecar por ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por oferta um carneiro sem defeito do rebanho, conforme a tua avaliação em sidos de prata, segundo o sido do santuário, como oferta pela culpa. Assim restituirá o que ele tirou das cousas sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto e o dará ao sacerdote: assim o sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele; e lhe será perdoado”.(Lv 5.14-16). Temos que analisar juntas a oferta pelopecado e a oferta pela culpa, porque esses dois Sacrifícios têm relação com nossa aflição mais profunda, eu quase diria, dupla: a oferta pelo pecado, com nosso pecado e a oferta pela culpa, com nossos pecados, Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, tomou Si nossa duplamente desesperadora aflição. Ele torno-se nossa oferta pela culpa, tomando sobre Si toda culpa, todos os atos culpáveis,detodos os homens de todos os tempos. Isso é dito com uma impressionante frase na Bíblia: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pejcado do mundo!" (Jo 1.29). Mas Jesus Cristo é ainda mais. Ele tornou-se também a oferta pelo pecado, e esse é o segredo do Gólgota: "Àquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós..." (2 Co 5.21). À oferta pelo pecado trata do caráter do homem e a oferta pela culpa dos seus atos pecaminosos. Jesus realizou tudo por todos, trilhando o caminho do sacrifício, passo a passo. Como já dissemos, Holocausto é o primeiro sacrifício citado em Levítico. Jesus Cristo veio como o Holocausto perfeito: "Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade" (Hb 10.7). Então Ele representou, na terra, através da Sua vida santa a oferta de manjares, e nas ofertas pelo pecado e pela culpa Ele resplandece como o Cordeiro, pois nos reunificou com Deus. Como oferta pelo pecado, Ele mesmo foi feito pecado na cruz, e finalmente Ele também tornou-se a oferta pela culpa, quando
  • 19. 19 tornou sobre Si todos os pecados. Desse modo, Ele realizou uma redenção cornpleta até às profundezas da nossa completa corrupção. A diferença entre a oferta pelo pejçadíxe a oferta pela culpa aparece claramente em Levítico 4 e 5. Quanto ao pecado, somos todos iguais. Romanos 3.23 diz: "...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus". No que se refere, entretanto, aos pecados somos diferentes. Deus julgará a cada um, "segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (2 Co 5.10b). O que uma pessoa precisa fazer, para se perder eternamente? Basta que ela permaneça como nasceu, pois o pecado já está nela. Por natureza eternamente perdidos, motivo porque temos que nascer de novo (Jo 3.3). A oferta pelo pecado alcança todas as categorias de pessoas. O Senhor não esquece ninguém. Pequenos e grandes são confrontados com a oferta pelo pecado. Em primeiro lugar são citados os anónimos, que não querem revelar seus nomes. Eles permanecem ocultos: "Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do Senhor, por fazer contra algum deles o que não se deve fazer..." (Lv 4.1-2). As palavras: "Quando alguém pecar...", mantêm o anonimato. Mas temos que chegar à luz com nossa corrupta natureza pecaminosa, para sermos confrontados com a oferta pelo pecado, Jesus Cristo. O Salmo 139.7 diz: "Para onde me ausentarei do teu Espírito? para onde fugirei da tua face?" Não podemos fugir dEle, o Senhor nos vê em qualquer lugar. Ele até conhece nossos pensamentos de longe (v. 2). Quem são esses anónimos? Levítico 4.3 nos dá a resposta: "...se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado um novilho sem defeito ao Senhor, como oferta pelo pecado." Também em nossos dias, os anônimos não são os que se prostituem, os ladrões e os assassinos. Esses não podem esconder nada, pois seus pecados são visívejs. Mas o grave e a causa da morte dentro da igreja de Jesus são os "reis e sacerdotes", que pecam anonimamente. Eles precisam vir à luz! Um avivamento não começa no mundo. Ele também não é iniciado por muitas atividades exteriores. Um despertamento começa primeiro entre os crentes. Mas queres ficar anónimo, porque és piedoso só exteriormente. Depois do "sacerdote", toda a igreja é atingida? "Mas se toda a congregação de Israel pecar por ignorância, e isso for oculto aos olhos da coletividade, e se fizerem, contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e forem
  • 20. 20 culpados, e o pecado que cometeram for notório, então a coletividade trará um novilho como oferta pelo pecado, e o apresentará diante da tenda da congregacão" (Lv 4.13-14). A "coletividade" dos crentes, a igreja, somente chega à salvadora e redentora oferta pelo pecado, se primeiro o indivíduo, o sacerdote, que é ungido com o Espírito Santor chegar-se à luz. Somente então Deus pode dar um despertamento que se espalhe, de modo que nos tor- nemos dignos de credito para as pessoas que ainda vivem no nundo. Como outra categoria, ainda são citados os "príncipes": "Quando um príncipe pecar, e por ignorância fizer alguma de todas as cousas que o seu Deus ordenou não fizessem, e se tornar culpado; ou se o pecado, em que ele caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta um bode sem defeito" (Lv 4.22-2). Notavelmente, um príncipe deve oferecer um bode. Um bode tem chifres, que são um sinal de poder. Podemos ser fortes e poderosos, mas quando pecamos, também nós precisamos vir à oferta pelo pecado, Jesus Cristo, para sermos unidos a Ele. Além disso, também as pessoas simples, comuns, têm que vir à luz: "Se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, por fazer alguma das cousas que o Senhor ordenou se não fizessem, e se tornar culpado; ou se o pecado, em que ela caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta uma cabra sem defeito, pelo pecado que cometeu" (vv. 27-28). Todos nós temos que prestar contas diante do Deus vivo. Existem tantos que falam mal de outros crentes; mas quando estiverem um dia diante do trono de Deus, Ele não lhes perguntará que os outros fizeram, e sim: O que tu fizeste com a oferta pelo pecado, Jesus Cristo? Ele somente vai querer saber se tu vieste à luz e te deixaste convencer do pecado. Em Levitico 5.7 temos mais uma categoria de pessoas que tem que ser confrontada com a oferta pelo pecado, com Jesus Cristo: "Se as suas posses não lhe permitirem trazer uma cordeira, trará ao Senhor como oferta, pela culpa que cometeu, duas rolas, ou dois pombinhos; um como oferta pelo pecado, e o outro como holocausto." Isso se refere ao homem materialmente pobre. Quão bom e fiel é o Senhor, que lembra de todos! Ele não esquece de ninguém. Esses seis tipos de jiessoas mostram, que todos pecaram. Mas o Espírito Santo oferece a todos Sua oferta jjelo pecado, Jesus Cristo que foi feito pecado por nós. Como já dissemos, no que se refere ao c ar ater do homem, todos somos iguais. Quanto à medida da culpa, entretanto, somos diferentes. Isso fica claro na
  • 21. 21 oferta pela culpa. Ela não é para todos os homens, pois somente está dito: "...Quando alguém cometer ofensa", isto é, quando alguém inesperadamente der lugar ao pecado que nele habita, tornando-se culpado: "Quando alguém cometer ofensa, e pecar por ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor... como oferta pela culpa" (Lv 5.14). Em contraste com a oferta pelo pecado, na oferta pela culpa o Senhor chama o pecado pelo nome: a ofensa nas coisas consagradas a Deus, a avareza, a cobiça, a ganância. Essa é uma terrível culpa, que muitos têm. O que fazes com teu tempo, que pertence ao Senhor? Hoje em dia, temos grandiosas oportunidades para trabalhar pelo Senhor e sabemos que temos pouco tempo. A Palavra de Deus nos adverte: "vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5.15-16)^0 que fazes com teu corpo? Ele não pertence ajijnesmo: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (l Co 6.19). Como usas teu dinheiro? Ele não te pertence! Das coisas consagradas ao Senhor, o que foi que tomaste para ti? "Quem ama a sua vida, perde-a”(Jo 12.25a). Se bem que aceitas Jesus como tua oferta pela culpa, não vais adiante. Nada muda em tua vida. Admites que pecaste e te apropriaste do que pertence a Deus, mas isso não é suficiente. Por força da oferta pela culpa realizada por Jesus Cristo, o Senhor exige de cada um de nós obediência prática na fé. Isso nos é dito claramente na oferta pela culpa. Aquele que havia cometido ofensa nas coisas sagradas do Senhor, não somente tinha que trazer uma oferta pela culpa, mas tinha que provar com atos que estava levando o assunto a sério: "Quando alguém cometer ofensa, e pecar por ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por oferta um carneiro sem defeito do rebanho, conforme a tua avaliação em sidos de prata, segundo o sido do santuário como oferta pela culpa. Assim restituirá o que ele tirou das cousas sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto e o dará ao sacerdote: assim o sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele; e lhe será perdoado" (Lv 5.15-16). O que adianta admitir a culpa, se não fizermos a restituigão, isto é, se não a elirninarmos. Muitos estão dispostos a concordar que erraram, mas não querem deixar o pecado de que se arrependem. João Batista, por exemplo, percebeu isso muito claramente. Lemos em Mateus 3.5-6: "Então saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele balizados no rio Jordão, confessando os seus pecados." As pessoas admitiam que tinham pecado. Mas então
  • 22. 22 continuamos lendo: “Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de vivíboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, fruto digno_do_arrependimento" (vv. 7-8). A Bíblia Viva diz: "provem que vocês_abandonaram o pecado, praticando obras dignas". Podemos dizê-lo também assim: Quando vocês se arrependeram, cuidem para deixar os pecados de que se arrependeram, ou vocês serão raça de víboras. Esse é o problema atual e por isso falta a transformação em muitos. Todo o Novo Testamento ensina, que devemos deixar os pecados. Lemos, por exemplo, em Romanos 13.12: "Vai alta a noite e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz." Essas palavras são proféticas e nos dizem que o dia em que Jesus vai voltar está próximo. Agora chegou o momento em que devemos nos tornar obedientes. Paulo diz em Efésios 4.22-25: "no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros." Notavelmente, Paulo retorna sempre a esse ponto. Já naquela época, ele percebeu quão grande é o perigo dos crentes contornarem a cruz para si mesmos. Do que devemos nos despojar? Paulo não nos deixa em dúvida: "Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (Cl 3:8-10). E então ele mostra o maravilhoso guada-roupa do céu: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vossos corações, à qual, também, fostes chamados em um só corpo: e sede agradecidos" (vv. 12-15). Esse é o caminho do pecador ao sacrifício. No fundo, os cinco sacrifícios do Antigo Testamento são uma maravilhosa unidade.
  • 23. 23 Pedro e Paulo tinham personalidades completamente diferentes, mas Pedro seguia exatamente a mesma linha de Paulo, apesar de não o ter combinado com ele. Ele disse: "Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas, e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento..." (l Pé 2.1-2). O apóstolo Tiago também tinha outra personalidade. Ele era ainda mais marcado pela lei do Antigo Testamento. Também ele escreveu: "cada um é tentado pela sua própria cobiça" (Tg 1.14) e "Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto" (v. 17). Ele diz: "Não vos enganeis, meus amados irmãos" (v. 16). Em outras palavras: Não aceitem um falso cristianismo! - Em quase toda reunião de oração, ouço algo como: "Oh! Senhor, faz com que eu seja obediente!.” Como se diz, na verdade: "Caso eu não seja obediente, a cuhpa é de Deus." Foi o que já fez Adão, quando Deus lhe perguntou: "Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?" (Gn 3.11b), e ele respondeu: "A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi" (v. 12). - Tiago prossegue: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. Sabeis estas cousas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos" (Tg 1.17-22). O engano que acontecia frequentemente no Antigo Testamento, era alguérn vir com uma oferta pela culpa ao sacerdote, confessando seus pecados, mas não devolvendo o que tinha roubado. Tu fazes o mesmo. Apesar de confessares teus pecados, não o deixas com base na obra realizada por Jesus Cristo. Dessa maneira, continuamos hipócritas até a velhice. Muitos me perguntam, por que ficaram tão mornos e indolentes em sua vida de oração e não têm mais o anseio de ganhar almas para o Senhor. De quem é a culpa? Certamente ela não é do sacrifício de Jesus Cristo! A razão, é que eles não querem deixar os pecados de que se arrependeram. Hebreus 12.1 diz: "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos assedia..."
  • 24. 24 Quais são as condições para experimentar pessoalmente o poder reconciliador e redentor da oferta pelo pecado e da oferta pela culpa? Podemos fazer somente uma coisa: reconhecer e confessar; do resto o Senhor cuida. Em Levítico 4 isso nos é dito claramente: "...e o pecado que cometeram for notório..." (v. 14); "...se o pecado, em que ele caiu, lhe for notificado..." (v. 23); "...se o pecado, em que ela caiu, lhe for notificado, trará por sua oferta uma cabra..." (v. 28). Somente podemos nos deixar convencer. O problema, entretanto, é que muitos evitam esse estágio. Eles não permitem que o Espírito de Deus os convença dos seus pecados. Todo o nosso cristianismo não adianta para nada, se não permitirmos que o Espírito de Deus nos mostre os pecados que ainda não deixamos e se não admitirmos as terríveis conseqüências delas para toda a Igreja de Jesus. Quando se fala de um príncipe, de toda a coletividade, de uma pessoa do povo ou de uma pessoa pobre, está escrito: "Quando alguém pecar por ignorância..." Mas do sacerdote está escrito: "...se o sacerdote ungido pecar para es- cândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado..." (Lv 4.3). A Bíblia Viva diz: "Se um sacerdote em pleno exercício das funções sacerdotais pecar sem querer, tornando com isso culpado o povo..." Quando o sacerdote peca, portanto, há consequências para todo povo. Aqui temos a necessidade de definição em nossa vida como crentes, como “reis e sacerdotes” do Novo Testamento. Ou tornamos culpada toda a igreja, ou levamos pessoas à reconciliação. Pois, do sacerdote lemos: "Assim restituirá o que ele tirou das cousas sagradas, e ainda acrescentará o seu quintos e o dará ao sacerdote: assim o sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele; e lhe será perdoado” (Lev 5.16). Somos sempre uma maldição ou uma bênção para os que estão à nossa volta; ou atraímos pessoas a Jesus ou afastamos dEle. Talvez continuas ainda procurando a culpa em teu próximo e não sabes que ela é tua. Inicialmente, Acã nem percebeu que ele era a verdadeira razão da derrota de Ai. Masquando Josué orou, o Senho lhe disse: “Levanta-te por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara, pois tomaram das cousas condenadas, e furtaram, e dissimularam, e até debaixo da sua bagagem o puseram" (J s 7.10-11). Somente quando Acã reconheceu seu pecado e a mal- dição foi eliminada, Israel voltou a vencer.
  • 25. 25 Se não há vitória, transformação e poder para orar onde te encontras, isso é assirn porque o Senhor espera que sucumbas, pois tornaste culpada tua família e os que estão à tua volta. Pára agora de somente aceitar o sacrifício de Jesus, excluíndo a ti mesmo! Pelo contrário, eu te exorto: "Vem agora à luz com teu pecado, confcssa-o e deixa-o!" Então o sacrifício do Senhor Jesus terá maravilhosos efeitos também através de ti.