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PROVA: 06 Págs.

COLÉGIO MANUEL BERNARDES
10º. Ano de Escolaridade
Curso de Línguas e Humanidades
Duração da prova: 90 minutos (+10 minutos de tolerância)
2010 / 2011

29 de Outubro 2010

PROVA ESCRITA DE HISTÓRIA A

A prova inclui dois grupos de itens:
•

O primeiro Grupo tem por suporte três documentos escritos, relacionando diferentes rubricas de
um ou mais módulos.

•

O segundo Grupo tem por suporte documentos de natureza diversa (textos, imagens, dados
quantitativos organizados em gráficos ou em quadro, ou outros), podendo apresentar perspectivas
diferentes e possibilitando o estabelecimento de inter-relações, em ordem ao esclarecimento de
uma problemática decorrente de um ou mais módulos do Programa.

•

Em qualquer dos grupos deve ser respeitada a instrução relativa ao número e tipo de itens a
responder.

V.S.F.F.
1

Grupo I

•

Este Grupo é composto por quatro itens de resposta aberta de composição curta,
exigindo a análise de três documentos escritos apresentados, podendo envolver a
mobilização de aprendizagens relativas a mais do que um dos temas do Programa.

•

Considere nas suas respostas os dados apresentados na fonte documental.

V.S.F.F.
2
Fonte 1
«A propriedade essencial de uma cidade é a suficiência dos seus meios. Se uma cidade
tem poucos habitantes, pecará por penúria; se tem demasiados habitantes, poderá muito bem, se
estiver provida das coisas necessárias, subsistir como nação, mas nunca será uma cidade. Não se
poderá, na realidade, estabelecer nela uma boa administração. Que general de exército saberia
comandar uma multidão excessiva? […] A primeira condição para uma cidade é, portanto, ter uma
massa de habitantes tal que possa bastar para todas as suas funções e procurar-se todas as
comodidades da vida civil. […]
Ora, para ter bons juízes e para distribuir as tarefas segundo o mérito, é preciso que os
cidadãos se conheçam entre si e saibam o que cada um vale […]. Numa palavra, a grandeza de
um Estado deve limitar-se à multidão de habitantes que se pode alimentar facilmente e cujo
conjunto pode conhecer-se num olhar.
Deve dizer-se quase a mesma coisa da extensão do seu território. A medida mais
conveniente é, sem dúvida, a que responde mais que suficientemente às suas necessidades,
consistindo isto em ter em si tudo o que é necessário e nada faltando. […] o território deve poder
ser facilmente abarcado com um olhar, para se dar conta imediatamente onde é preciso levar
auxílio e poder realmente levá-lo.»
Aristóteles (séc. IV a.C.), Tratado da Política, II, cap. VII
Fonte 2
«A nossa constituição não tem nada a invejar às leis que regem os nossos vizinhos. Nós
não imitamos os outros, damos o exemplo a seguir. Porque o nosso Estado é administrado no
interesse da maioria […], o nosso regime tomou o nome de democracia. No que respeita às
questões entre particulares, a igualdade é assegurada a todos pelas leis. No que diz respeito à
participação na vida pública, todos são considerados em razão dos seus méritos e a classe a que
se pertence importa menos do que o valor pessoal de cada um. Ninguém é prejudicado pela
nobreza e pela obscuridade da sua condição social se pode prestar serviço à cidade.
Sendo livre no que respeita à vida pública, somo-lo igualmente nas relações quotidianas.
Cada qual pode dedicar-se aos seus prazeres, sem se expor à censura ou a olhares injuriosos
[…]. A força não intervém nas relações privadas. […] Obedecemos sempre aos magistrados e às
leis, e, destas, principalmente às que garantem a defesa dos oprimidos e que, apesar de estarem
codificadas, acarretam para os que as violam um desprezo universal. […]»
Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, II
Fonte 3
«A educação das crianças nas suas diversas fases apresenta-se como um dos primeiros
cuidados do legislador. […] Por toda a parte a educação se deve regular pela forma do governo.
Cada Estado tem os seus costumes, que lhe são próprios e de que dependem a sua conservação
e, mesmo, o seu regime. São os costumes democráticos que fazem a democracia e os costumes
oligárquicos que fazem a oligarquia. Quanto melhores são os costumes melhor é também o
governo. […] Como não há mais do que um mesmo fim comum a qualquer Estado, não haver mais
do que uma mesma educação para todos os súbditos; e deve fazer-se, não em particular como se
pratica actualmente, em que cada um toma conta dos seus filhos educando à sua maneira e na
profissão que lhe agrada; deve fazer-se em público. Tudo o que é comum deve ter exercícios
comuns. É preciso, aliás, que todos se persuadam de que ninguém pertence a si próprio, mas que
todos pertencem ao Estado, de que cada um é uma parte; que deste modo o governo de cada
parte deve naturalmente modelar-se de acordo com o governo do todo.»
Aristóteles (séc. IV a.C.), Tratado da Política, II, cap. VI

1. Segundo Aristóteles (Fonte 1), identifique os elementos definidores da polis
ideal.
2. Partindo do testemunho de Tucídides (Fonte 2), caracterize a democracia
ateniense, evidenciando o seu carácter directo.
3. Evidencie as principais limitações ou contradições da democracia ateniense.
4. Justifique importância dada pelo Estado ateniense à educação (Fonte 3).
V.S.F.F.
3

Grupo II

•

Este Grupo é composto por um item de resposta aberta de composição extensa
orientada, que exige uma resposta desenvolvida, estando integrada no grupo que tem
por suporte documentos de natureza diversa.

•

Solicita-se a síntese dos aspectos relacionados com aprendizagens estruturantes
relativas a mais do que um dos temas do Programa, em articulação com as fontes
apresentadas.

V.S.F.F.
4
Fonte 4

Fonte 5

Imagem do teatro do Peloponeso
Fonte 6
«A beleza ideal está, não na proporção dos
elementos, mas sim na das partes, isto é, do dedo
para o dedo, e de todos os dedos para a palma da
mão, e destes em relação ao antebraço, e do
antebraço em relação ao braço, e de todas as partes
em relação a cada uma delas.»
Policleto, O Cânone

Fonte 8

Estátua de Páris ou Perseu, original
em bronze do período clássico.
Fonte 7
«No Parténon, tudo está
minuciosamente
inteligentemente
calculado para dar ao espectador a
imagem de maravilhosa perfeição.
Todas as rectas horizontais se
encurvam ligeiramente para corrigir
os desvios de perspectiva.
Em 1847, o arquitecto inglês
Penrose tornou-se célebre ao
descobrir a leve curvatura das linhas
horizontais no traçado do Parténon.
O edifício ficou construído
em doze anos, de 448 a 437 a.C.».
J. Pijoan, História da Arte, vol. II

Cálice ateniense

1.

Mostre que “a arte ateniense é uma arte à medida do Homem”.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender e integrando as Fontes
4 a 8, os seguintes tópicos de desenvolvimento:
- a organização dos espaços cívico e religioso;
- a importância do teatro para a formação do indivíduo;
- as características principais da arquitectura e escultura atenienses;
- a relação entre a arte, a religião e o poder político em Atenas.

V.S.F.F.
5
FIM
Cotação das Questões

Grupo I
1. ………………………………………………………………………………………………… 25 PONTOS
2. ………………………………………………………………………………………………… 35 PONTOS
3. ………………………………………………………………………………………………… 30 PONTOS
4. ………………………………………………………………………………………………… 40 PONTOS
____________________
130 PONTOS

Grupo II
1. ……………………………………………………………………………………………….. 70 PONTOS
____________________
70 PONTOS
____________________
TOTAL

200 PONTOS

Prova elaborada pela Docente:

Patrícia Almeida Alves
FIM
Cotação das Questões

Grupo I
1. ………………………………………………………………………………………………… 25 PONTOS
2. ………………………………………………………………………………………………… 35 PONTOS
3. ………………………………………………………………………………………………… 30 PONTOS
4. ………………………………………………………………………………………………… 40 PONTOS
____________________
130 PONTOS

Grupo II
1. ……………………………………………………………………………………………….. 70 PONTOS
____________________
70 PONTOS
____________________
TOTAL

200 PONTOS

Prova elaborada pela Docente:

Patrícia Almeida Alves

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Teste 1º. 10ºe. 29 outubro 2010

  • 1. PROVA: 06 Págs. COLÉGIO MANUEL BERNARDES 10º. Ano de Escolaridade Curso de Línguas e Humanidades Duração da prova: 90 minutos (+10 minutos de tolerância) 2010 / 2011 29 de Outubro 2010 PROVA ESCRITA DE HISTÓRIA A A prova inclui dois grupos de itens: • O primeiro Grupo tem por suporte três documentos escritos, relacionando diferentes rubricas de um ou mais módulos. • O segundo Grupo tem por suporte documentos de natureza diversa (textos, imagens, dados quantitativos organizados em gráficos ou em quadro, ou outros), podendo apresentar perspectivas diferentes e possibilitando o estabelecimento de inter-relações, em ordem ao esclarecimento de uma problemática decorrente de um ou mais módulos do Programa. • Em qualquer dos grupos deve ser respeitada a instrução relativa ao número e tipo de itens a responder. V.S.F.F.
  • 2. 1 Grupo I • Este Grupo é composto por quatro itens de resposta aberta de composição curta, exigindo a análise de três documentos escritos apresentados, podendo envolver a mobilização de aprendizagens relativas a mais do que um dos temas do Programa. • Considere nas suas respostas os dados apresentados na fonte documental. V.S.F.F.
  • 3. 2 Fonte 1 «A propriedade essencial de uma cidade é a suficiência dos seus meios. Se uma cidade tem poucos habitantes, pecará por penúria; se tem demasiados habitantes, poderá muito bem, se estiver provida das coisas necessárias, subsistir como nação, mas nunca será uma cidade. Não se poderá, na realidade, estabelecer nela uma boa administração. Que general de exército saberia comandar uma multidão excessiva? […] A primeira condição para uma cidade é, portanto, ter uma massa de habitantes tal que possa bastar para todas as suas funções e procurar-se todas as comodidades da vida civil. […] Ora, para ter bons juízes e para distribuir as tarefas segundo o mérito, é preciso que os cidadãos se conheçam entre si e saibam o que cada um vale […]. Numa palavra, a grandeza de um Estado deve limitar-se à multidão de habitantes que se pode alimentar facilmente e cujo conjunto pode conhecer-se num olhar. Deve dizer-se quase a mesma coisa da extensão do seu território. A medida mais conveniente é, sem dúvida, a que responde mais que suficientemente às suas necessidades, consistindo isto em ter em si tudo o que é necessário e nada faltando. […] o território deve poder ser facilmente abarcado com um olhar, para se dar conta imediatamente onde é preciso levar auxílio e poder realmente levá-lo.» Aristóteles (séc. IV a.C.), Tratado da Política, II, cap. VII Fonte 2 «A nossa constituição não tem nada a invejar às leis que regem os nossos vizinhos. Nós não imitamos os outros, damos o exemplo a seguir. Porque o nosso Estado é administrado no interesse da maioria […], o nosso regime tomou o nome de democracia. No que respeita às questões entre particulares, a igualdade é assegurada a todos pelas leis. No que diz respeito à participação na vida pública, todos são considerados em razão dos seus méritos e a classe a que se pertence importa menos do que o valor pessoal de cada um. Ninguém é prejudicado pela nobreza e pela obscuridade da sua condição social se pode prestar serviço à cidade. Sendo livre no que respeita à vida pública, somo-lo igualmente nas relações quotidianas. Cada qual pode dedicar-se aos seus prazeres, sem se expor à censura ou a olhares injuriosos […]. A força não intervém nas relações privadas. […] Obedecemos sempre aos magistrados e às leis, e, destas, principalmente às que garantem a defesa dos oprimidos e que, apesar de estarem codificadas, acarretam para os que as violam um desprezo universal. […]» Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, II Fonte 3 «A educação das crianças nas suas diversas fases apresenta-se como um dos primeiros cuidados do legislador. […] Por toda a parte a educação se deve regular pela forma do governo. Cada Estado tem os seus costumes, que lhe são próprios e de que dependem a sua conservação e, mesmo, o seu regime. São os costumes democráticos que fazem a democracia e os costumes oligárquicos que fazem a oligarquia. Quanto melhores são os costumes melhor é também o governo. […] Como não há mais do que um mesmo fim comum a qualquer Estado, não haver mais do que uma mesma educação para todos os súbditos; e deve fazer-se, não em particular como se pratica actualmente, em que cada um toma conta dos seus filhos educando à sua maneira e na profissão que lhe agrada; deve fazer-se em público. Tudo o que é comum deve ter exercícios comuns. É preciso, aliás, que todos se persuadam de que ninguém pertence a si próprio, mas que todos pertencem ao Estado, de que cada um é uma parte; que deste modo o governo de cada parte deve naturalmente modelar-se de acordo com o governo do todo.» Aristóteles (séc. IV a.C.), Tratado da Política, II, cap. VI 1. Segundo Aristóteles (Fonte 1), identifique os elementos definidores da polis ideal. 2. Partindo do testemunho de Tucídides (Fonte 2), caracterize a democracia ateniense, evidenciando o seu carácter directo. 3. Evidencie as principais limitações ou contradições da democracia ateniense. 4. Justifique importância dada pelo Estado ateniense à educação (Fonte 3). V.S.F.F.
  • 4. 3 Grupo II • Este Grupo é composto por um item de resposta aberta de composição extensa orientada, que exige uma resposta desenvolvida, estando integrada no grupo que tem por suporte documentos de natureza diversa. • Solicita-se a síntese dos aspectos relacionados com aprendizagens estruturantes relativas a mais do que um dos temas do Programa, em articulação com as fontes apresentadas. V.S.F.F. 4
  • 5. Fonte 4 Fonte 5 Imagem do teatro do Peloponeso Fonte 6 «A beleza ideal está, não na proporção dos elementos, mas sim na das partes, isto é, do dedo para o dedo, e de todos os dedos para a palma da mão, e destes em relação ao antebraço, e do antebraço em relação ao braço, e de todas as partes em relação a cada uma delas.» Policleto, O Cânone Fonte 8 Estátua de Páris ou Perseu, original em bronze do período clássico. Fonte 7 «No Parténon, tudo está minuciosamente inteligentemente calculado para dar ao espectador a imagem de maravilhosa perfeição. Todas as rectas horizontais se encurvam ligeiramente para corrigir os desvios de perspectiva. Em 1847, o arquitecto inglês Penrose tornou-se célebre ao descobrir a leve curvatura das linhas horizontais no traçado do Parténon. O edifício ficou construído em doze anos, de 448 a 437 a.C.». J. Pijoan, História da Arte, vol. II Cálice ateniense 1. Mostre que “a arte ateniense é uma arte à medida do Homem”. A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender e integrando as Fontes 4 a 8, os seguintes tópicos de desenvolvimento: - a organização dos espaços cívico e religioso; - a importância do teatro para a formação do indivíduo; - as características principais da arquitectura e escultura atenienses; - a relação entre a arte, a religião e o poder político em Atenas. V.S.F.F. 5
  • 6. FIM Cotação das Questões Grupo I 1. ………………………………………………………………………………………………… 25 PONTOS 2. ………………………………………………………………………………………………… 35 PONTOS 3. ………………………………………………………………………………………………… 30 PONTOS 4. ………………………………………………………………………………………………… 40 PONTOS ____________________ 130 PONTOS Grupo II 1. ……………………………………………………………………………………………….. 70 PONTOS ____________________ 70 PONTOS ____________________ TOTAL 200 PONTOS Prova elaborada pela Docente: Patrícia Almeida Alves
  • 7. FIM Cotação das Questões Grupo I 1. ………………………………………………………………………………………………… 25 PONTOS 2. ………………………………………………………………………………………………… 35 PONTOS 3. ………………………………………………………………………………………………… 30 PONTOS 4. ………………………………………………………………………………………………… 40 PONTOS ____________________ 130 PONTOS Grupo II 1. ……………………………………………………………………………………………….. 70 PONTOS ____________________ 70 PONTOS ____________________ TOTAL 200 PONTOS Prova elaborada pela Docente: Patrícia Almeida Alves