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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
      DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
    CAMPUS XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ




          RAFAEL CARNEIRO ALVES




SPEAKING ABILITIES: FATORES MOTIVACIONAIS
PARA A EXPRESSÃO ORAL DE LI NO 6° ANO DE
        UMA ESCOLA PARTICULAR




              CONCEIÇÃO DO COITÉ
                     2012
RAFAEL CARNEIRO ALVES




SPEAKING ABILITIES: FATORES MOTIVACIONAIS
PARA A EXPRESSÃO ORAL DE LI NO 6° ANO DE
        UMA ESCOLA PARTICULAR




               Monografia apresentada à Universidade do Estado
               da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV,
               como requisito final à conclusão do Curso de
               Licenciatura em Língua Inglesa e Literaturas.

               Orientador: Prof. Raulino Batista Figueiredo Neto




              CONCEIÇÃO DO COITÉ
                     2012
RAFAEL CARNEIRO ALVES




 SPEAKING ABILITIES: FATORES MOTIVACIONAIS
 PARA A EXPRESSÃO ORAL DE LI NO 6° ANO DE
         UMA ESCOLA PARTICULAR

                        Monografia apresentada à Universidade do Estado da
                        Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como
                        requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em
                        Língua Inglesa e Literaturas.



Aprovado em: ___/___/___


                           Banca examinadora

_______________________________
Raulino Batista Figueiredo Neto – Orientador
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV


_________________________________________
Neila Maria Oliveira Santana – Professora do TCC
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV


_________________________________________
Fernando Sodré – Professor da banca
Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV




                            CONCEIÇÃO DO COITÉ
                                   2012
.



       Dedico este trabalho à minha mãe Amália,
ao meu pai Aroldo e ao meu tio Israel em memória
 de sua vida cheia de conquistas e ensinamentos.
AGRADECIMENTOS



A Deus, em primeiro lugar, pela saúde, pela coragem de enfrentar os percalços da
vida e por mais uma conquista alcançada.


Aos nossos familiares que sempre nos apoiaram, com palavras de perseverança e
engrandecimento.


Ao Prof. Raulino Neto que orientou de forma excepcional todo o processo de
construção da monografia, apoiando e sempre sugerindo melhoras significativas ao
trabalho.


Aos nossos professores, que foram importantíssimos para o nosso crescimento
pessoal e intelectual.


Aos funcionários do Campus XIV pela disposição em nos ajudar em todos os
momentos.


Aos amigos, pela amizade, e por nos apoiar em todos os momentos difíceis e felizes
que enfrentamos.


Aos colegas, pelos momentos de alegria e diversão que passamos nesses oito
semestres.
I have crossed an ocean1
                                                                                            I have lost my tongue
                                                                                  from the root of the old one
                                                                                           a new one has sprung.

                                                                                                  Grace Nichols




1
    Atravessei o mar, e perdi o meu falar, da raiz da língua antiga, novo broto se cria.
FIGUEIREDO NETO, R. B.
RESUMO



Este trabalho se propôs a analisar quais os fatores que podem levar à desmotivação
na aprendizagem do speaking em uma turma do 6° Ano do ensino Fundamental, em
uma instituição particular no município de Serrinha, no estado da Bahia. O referido
trabalho apresenta como objetivo geral: discutir as possíveis soluções para os
elementos desmotivantes; e como objetivos específicos: indicar esses elementos,
bem como a sua causa e consequência; propor atividades ao aluno voltadas à
prática da oralidade e trazer uma maior reflexão acerca do trabalho docente de
ensino fundamental sobre a importância do speaking nas aulas de LI. O trabalho tem
como pressuposto teórico as teorias da Linguística Aplicada e da Aquisição da
Segunda Língua, e como procedimento metodológico a observação do ambiente
estudado, junto com questionários destinados aos alunos e à professora. Na análise,
os dados foram discutidos em tópicos, onde se procurou analisar fatores como: o
interesse dos alunos pela língua inglesa, de que forma há a oralidade em sala, se os
alunos se sentem motivados a falar em inglês nas aulas, se gostam das atividades
orais que a professora propõe, se o ambiente é propício para a realização oral, e
quais os fatores em sala de aula que podem levar à desmotivação na aprendizagem
do speaking. Os resultados mostram que a maioria dos alunos tem motivação para
utilizar a oralidade, e que os poucos que não se sentem a vontade para expressar-
se oralmente, assim procedem devido, principalmente, aos fatores afetivos da
língua. O trabalho evidenciou que, apesar das dificuldades existentes, é possível
utilizar a oralidade em sala de aula, de forma motivadora e significativa junto ao
aluno, sempre em conjunto com as outras habilidades, em meio as quais destaca-
se, sobremaneira, a do speaking.


Palavras-Chave: Speaking. Motivação. Aquisição/aprendizagem de segunda língua.
ABSTRACT


This paper aimed to analyze which factors may induce to the speaking learning
demotivation in a 6th Grade classroom from Middle School, in a private Institution in
the town of Serrinha, located in the state of Bahia. Its general goal is: debating the
possible solutions for the demotivating factors; and its specific goals are: indicating
those factors, as well as its causes and consequences, proposing to the students
activities focused on the oral practical and bring a better reflection to the Middle
School teaching work about the importance of speaking in the English classes. The
paper has theoretical approaches related to Applied Linguistics and Second
language acquisition theories, and its methodological procedure was the observation
of the studied environment, with the questionnaires being addressed to both students
and the teacher. On the analyses, the data were debated in topics, where we sought
to analyze the following factors: the students interest about English, how the
speaking is worked in the classroom, whether the students feel motivated to speak
English in the classes, whether they like the oral activities that the teacher proposes,
whether the environment is appropriate to the oral performance, and which
classroom factors are at stake and that may induce to the speaking learning
demotivation. The results show that the majority of the analyzed students hold the
motivation to use the speaking and that the few ones, who do not feel comfortable to
use the language, thus behave, mainly, owing to the language affective factors. The
paper showed that despite any existing difficulty, it is possible to use the speaking in
classroom, in a meaningful and motivated way to the student, articulating it with the
other language abilities, among which the speaking skill exerts its paramount
relevance.


Keywords: Speaking. Motivation. Second language learning/acquisition.
SUMÁRIO




1 INTODUÇÃO ...............................................................................................................       9


2 SPEAKING: COMO OS FATORES MOTIVACIONAIS CONTRIBUEM NA
APRENDIZAGEM .........................................................................................................            11
2.1 Speaking, o seu ensino/aprendizado ............................................................... 11
2.2 Fatores motivacionais .......................................................................................... 18


3 METODOLOGIA: OS PASSOS QUE CONDUZIRAM À PESQUISA................                                                                25
3.1 A pesquisa e o seu processo ............................................................................. 25
3.2 A coleta de dados .................................................................................................. 26


4 A ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS DADOS DA PESQUISA ........................ 27
4.1 Como o aluno se relaciona com a língua inglesa dentro e fora da sala
de aula ................................................................................................................          27
4.2 A motivação no processo de ensino/aprendizagem de speaking............                                                        29
4.3 O profissional e a análise de seu trabalho ..................................................... 33


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36


REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 38
APÊNDICE ......................................................................................................................   40
9



1 INTRODUÇÃO


        É de amplo conhecimento dos professores de Língua Inglesa, que aplicar as
quatro habilidades linguísticas na sala de aula é de suma importância para a
aquisição/aprendizagem de seus alunos e que o speaking, uma dessas habilidades,
torna-se fundamental para o sucesso pessoal, acadêmico e profissional. A oralidade
desempenha, desse modo, um papel fundamental no que diz respeito à aquisição
linguística, sendo esta uma habilidade vital para a comunicação. Além disso, ela “é
também uma ferramenta indispensável para o raciocínio e para o aprendizado
acadêmico (...)” (GOH, 2008).
        Admitindo a pouca utilização da oralidade em Língua Inglesa nas escolas
regulares brasileiras, (públicas e particulares), não podemos nos furtar em observar
que essa lacuna se dá em razão de alguns fatores contributivos, entre os quais
podemos destacar a urgência de aprendizagem das outras habilidades, a falta de
tempo para tal atividade, entre outros. Porém é interessante destacar a importância
que o speaking desempenhará no aluno, pois se trata de uma habilidade que denota
a função primordial de uma língua, que é comunicar-se. Com isso o trabalho tem
como     objetivo   geral:   discutir   as   possíveis   soluções   para   os   elementos
desmotivantes; e como objetivos específicos: indicar esses elementos, bem como as
causas e consequências dessa desmotivação. Nesse sentido, buscamos ainda,
propor atividades ao aluno voltadas à prática da oralidade e trazer uma maior
reflexão acerca do trabalho docente de ensino fundamental. Assim, desejamos
despertar no docente de Língua Inglesa a percepção para a importância do speaking
nas aulas de LI. Além disso, o trabalho se propôs a buscar um esclarecimento a
cerca de questões relevantes à oralidade e à motivação, auxiliando-os na
instauração de um trabalho que os auxilie na resolução do seguinte questionamento:
Como eliminar os elementos desmotivantes do speaking no contexto de sala de
aula?
        Dessa forma este trabalho se justifica por apresentar elementos que
viabilizam uma prática mais reflexiva para o efetivo ensino-aprendizagem de Língua
Estrangeira (LE) no contexto da sala de aula, cenário em que está situada a maior
parte dos recursos para o uso e o estabelecimento da Língua Alvo (LA).
Contemplando a práxis pedagógica, a partir das teorias da Lingüística Aplicada e da
10



Aquisição da Segunda Língua, esse trabalho tem como objetivo beneficiar o
aprendiz de LE quanto ao seu desempenho em sala de aula, uma vez que parte
considerável do comportamento do aluno em relação à LA, sobretudo no que diz
respeito ao speaking, está intrinsecamente associada ao modo como o docente
trabalha e/ou gera a motivação para a aprendizagem. O que observamos, no
entanto, é que na maioria dos casos os alunos se sentem inibidos por algum fator no
ambiente de sala de aula que se não os impede, ao menos dificulta na realização de
tarefas ligadas à expressão oral da Língua Inglesa.
       A primeira parte do trabalho apresenta o arcabouço teórico sobre a oralidade
e a motivação; autores como Harmer, Schmidt, Watanabe, Celce-Murcia e Oshtain;
foram determinantes para a construção do trabalho. Logo em seguida são relatados
os procedimentos metodológicos da pesquisa, trata-se de uma pesquisa de campo
descritiva com uma abordagem qualitativa, em que foram utilizados a observação do
ambiente pesquisado e questionários sobre o tema para a coleta de dados. Na parte
seguinte é abordada a análise desses dados, onde, em tópicos, analisamos o
contexto estudado, observando uma turma do 6° Ano do ensino fundamental, onde a
análise consistia em observar se existia a prática da oralidade em LI, como ela se
realizava e quais fatores que desencadeavam ou não a motivação para a sua
realização. Ao final concluímos o trabalho, afirmando que foi uma pesquisa muito
satisfatória quanto à execução da oralidade em sala de aula, pois constatamos sua
presença em vários momentos das aulas, e não foram muitos os aspectos
desmotivantes encontrados no contexto devido, em grande parte, à maneira como a
professora utiliza tal habilidade.
       Assim, entendemos que este trabalho, será de grande valia para o ensino/
aprendizagem de Língua Inglesa, beneficiando a um só tempo todos os atores do
processo formativo e contribuindo para uma maior reflexão acerca dos processos
envolvidos no desenvolvimento da oralidade na língua alvo (LA).
11



2 SPEAKING: COMO OS FATORES MOTIVACIONAIS CONTRIBUEM NA
APRENDIZAGEM
      Neste capítulo busca-se abordar primeiramente os principais aspectos que
envolvem o speaking e seu ensino/aprendizado; analisando a sua importância como
habilidade linguística e principalmente comunicativa, suas vantagens para o aluno, e
as razões de trabalhá-la em sala de aula segundo os autores estudados. Em
seguida, analisaremos os fatores motivacionais da oralidade, que são sem sombra
de dúvidas, aspectos importantíssimos para o sucesso do trabalho com a oralidade
em sala de aula.


2.1 Speaking, o seu ensino/aprendizado
      Aprender uma segunda língua é um processo constante de aperfeiçoamento
e dedicação, que acompanha o indivíduo por toda a vida. Assim, ao pensarmos em
aprendizagem de segunda língua, percebemos que há vários aspectos em que o
aprendiz se baseia para aprender de maneira eficaz uma língua estrangeira, tais
como vocabulário, tradução, gramática e interpretação textual. No entanto, um
aspecto que merece destaque, e que é ferramenta indispensável para uma efetiva
aprendizagem de língua inglesa, é aquela que se dá a partir das quatro habilidades:
Reading, writing, speaking e listening; elas dão ao aluno/aprendiz uma maior
possibilidade de aprender uma segunda língua em toda a sua amplitude. É pois, a
integração dessas habilidades em sala de aula que contribuirá para a instauração
dessa aprendizagem. No entanto, como sabemos que as habilidades de writing e
principalmente reading já são trabalhadas nas aulas de LI, nos propomos a abordar
o speaking, que para muitos profissionais da área docente de ensino fundamental,
trata-se de uma habilidade pouco trabalhada, chegando na maioria das vezes a ser
negligenciada no contexto da aula de LI.
      Tal descaso sinaliza para algumas razões que podem justificar esse ensino
deficitário em relação à língua inglesa, entre os quais podemos mencionar o fato de
muitos desses profissionais não terem um domínio considerável da língua; algo que
pode ser explicado pela constatação de que muitos estudantes de Letras com
habilitação em Língua Inglesa não se aprimoram em seus estudos orais da língua, o
que acarreta numa dificuldade de esse profissional empreender atividades orais na
própria prática docente; “Um exemplo clássico de Estudo Formal, segundo Krashen,
12



são os inúmeros graduados em Letras com Inglês que têm dificuldade de se
comunicar em uma língua que sabem teoricamente” (SOUZA, s/d, p.5); pois apesar
de não termos um contexto que propicie a prática oral nos moldes do que existe em
países que têm a LI como L2, existem várias possibilidades de aprimorar a
oralidade, como por exemplo a Internet; tais estudantes acabam lidando apenas
com o espaço teórico e funcional da língua que lhes é aplicado em sala de aula.
Desse modo entendemos que essa falta de domínio da língua, começa na
graduação desse profissional, sendo mais tarde reproduzido num contexto de práxis
docente no qual passa a se inserir esse professor.         A língua, na condição de
instrumento de comunicação, deve ser trabalhada de modo que nossos alunos
sejam capazes de interagir comunicativamente, exercendo-a em sua dimensão
maior: a comunicação, e é justamente a comunicação que deve ser levada em conta
no trabalho com os nossos alunos em sala de aula, pois é diante desse aspecto que
o aluno torna-se capaz de interagir na língua, exercendo-a de modo significativo.
Como nos indica Krashen em sua teoria da Assimilação natural, que é segundo
Souza (s/d, p. 3) “o desenvolvimento da habilidade funcional de interagir com a
língua”. Essa forma de aprendizagem é intuitiva, “fruto de interação em situações
reais de convívio humano”, e Krashen a caracteriza como um processo similar ao da
assimilação da língua materna por crianças, nesse tipo de assimilação o
aluno/aprendiz torna-se um sujeito ativo de tal maneira, que é capaz de desenvolver
a habilidade prático-funcional e não só o conhecimento teórico:
                     Em um ambiente de assimilação natural, o processo de ensino-
                     aprendizagem é desenvolvido num plano pessoal – psicológico onde
                     há valorização da oralidade, dos valores culturais e da comunicação
                     criativa. Acima de tudo busca a valorização do ato comunicativo e
                     desenvolve a autoconfiança do aprendiz. (SOUZA, s/d, p. 4).



       É nesse ambiente e é nessa perspectiva que o ensino/aprendizagem de
speaking deve estar pautado, e não exclusivamente no acúmulo de regras, pois
apesar da aprendizagem formal sobre a estrutura da língua ser muito importante, ela
deve vir acompanhada de um ensino interativo e contextual.
      É possível notar que o ensino/aprendizagem de língua inglesa, costuma dar
maior ênfase em outros aspectos da língua, principalmente o estudo voltado a
gramática, e a abordagem das outras habilidades linguísticas, não atribuindo o valor
merecido à oralidade em sala de aula; esta por sua vez mostra-se como ferramenta
13



linguística interativa e motivadora, em que o aluno/aprendiz finalmente expõe o que
foi aprendido, é nela que o aluno vai se sentir produtor do conhecimento adquirido
formalmente, e não um mero receptor, “(...) só aprendemos através da ação, o que
no ensino de línguas implica a necessidade de provisão de oportunidades ao
aprendiz de uso efetivo da língua enquanto instrumento de comunicação.” (COSTA,
1987, p.32). Assim, fica claro que devemos ter uma atenção maior quanto à
produção linguística do nosso aluno no sentido de não centrarmos nossos objetivos
apenas em atividades que focalizem a gramática o tempo inteiro, sem dar aos
elementos de comunicação um tratamento que esteja além de regras gramaticais, e,
além disso, prover um ensino em que a oralidade e a produção autônoma do aluno
sejam levadas em conta.
      Entretanto, não podemos perder de vista que o conhecimento do uso formal
da língua é de suma importância ao longo do processo, e como aponta Krashen
apud Schütz o conhecimento que é obtido através do estudo formal da língua pode,
e deve servir para monitorar a fala; é evidente que em um ambiente de sala de aula,
a exclusão do estudo das regras da língua alvo é inviável, pois essas estruturas
gramaticais são um dos elementos a partir dos quais podemos verificar a acurácia
de um bom aprendiz e são inegavelmente uma base necessária para um bom
ensino. É nesse sentido que o estudo formal de regras gramaticais deve se
estabelecer, como aponta Krashen, com um monitoramento da produção oral,
deixando claro que os erros fazem parte do processo e podem ser reparados, por
isso podemos afirmar que esse estudo das regras notabiliza-se por servir como uma
espécie de “source” da língua meta, pois apesar de elas não serem o foco do ensino
oral, o professor deve ensinar o que é padrão na língua alvo.
      Outra questão que observamos sobre a relevância do speaking no
ensino/aprendizagem em sala de aula é o que apontam os Parâmetros Curriculares
Nacionais de língua estrangeira (terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental), que
têm uma política de apontar como mais relevante para o ensino/aprendizagem de
língua estrangeira a utilização predominante da leitura em sala de aula. O que
podemos notar é que nem mesmo os PCN, uma ferramenta tão importante para o
trabalho do professor, posiciona-se de modo a comtemplar a oralidade em sala de
aula, pois segundo os PCN, desenvolver em sala de aula as habilidades orais como
centrais no ensino de língua estrangeira no Brasil não é relevante para a
14



aprendizagem do aluno levando em consideração a “realidade” ou contexto
linguístico-comunicativo desse aluno, elementos associados à questão da relevância
social da Língua Inglesa como habilidade oral. A esse respeito assim se posicionam
os PCN:
                      Deste modo, considerar o desenvolvimento de habilidades orais
                     como central no ensino de Língua Estrangeira no Brasil não leva em
                     conta o critério de relevância social para a sua aprendizagem. (PCN,
                     1998, p. 20).


      No ensino/aprendizagem, o que propomos destacar é a importância que essa
habilidade também tem para a aprendizagem. Como foi abordado anteriormente, o
uso das habilidades orais é algo de extrema relevância para a aprendizagem do
aluno; dessa forma, é precipitado justificar, como fazem os PCN, que por causa do
pouco domínio da oralidade de um número expressivo de professores torna-se
inviável aplicá-la na sala de aula; pois nada impede um professor que tem um bom
domínio da língua, promover tal habilidade.
      Manter um pensamento como este, de que só a leitura deve figurar como a
habilidade a ser majoritariamente trabalhada, ainda que “possibilite” inserções
menores e ocasionais de outras habilidades, nos faz questionar a proposição
limitadora e parcial dos PCN, a qual deixa de lado importantes aspectos
comunicativos da aprendizagem, como por exemplo, a expressão oral e a
competência pragmática, ou seja, um aprendizado que cerca esses aspectos não é
capaz de dar conta de aspectos fundamentais da linguagem. Assim, numa
aprendizagem de língua propositada e socialmente relevante os alunos aprendem
como pedir informações, como dar informações, como fazer convites, como
expressar interesse (SOUZA, s/d). Ainda para reforçar a visão que defende a leitura
como prática majoritária em sala de aula, os PCN postulam ainda que os exames
formais de Língua Inglesa utilizam como processo de admissão a leitura, porém é
importante ressaltar que muitos empregos qualificados buscam a habilidade oral
desse candidato e uma “desenvoltura” na língua inglesa, fato que comprova que só
o foco na leitura não irá proporcionar tal desempenho, é por isso que subestimar as
outras habilidades, principalmente o speaking, e afirmar que não terão relevância
para o aprendiz torna-se algo ilógico, pois trabalhar em sala de aula com habilidades
em que o aluno produza na língua alvo, como é o caso da oralidade e da escrita,
proporciona a esse aprendiz uma maior autonomia de seus conhecimentos, e acima
15



de tudo, o torna usuário de fato da língua que está estudando. Dessa forma,
segundo Krashen, a produção do aluno seja oral ou escrita ajuda o aprendizado,
pois fornece uma espécie de “domínio da correção do erro” (KRASHEN, 1982, p.61);
quando um aluno produz seu conhecimento, erros poderão ocorrer, e esses erros ao
serem corrigidos, ajudarão o aluno a refazer a primeira impressão da regra que ele
tem na mente. Tais razões evidenciam a importância de incluir também em sala de
aula a oralidade, haja vista que a leitura propiciará ao aluno apenas parte do
conhecimento linguístico, é, portanto, a integração dessa habilidade com as demais
que o levará a um melhor aprendizado. Ao final das argumentações dos Pcn,
destaca-se que com o barateamento das tecnologias e com a sua consequente
inclusão nas escolas, os professores poderão cada vez mais incluir a oralidade nas
aulas:
                     Pode-se antever que, com o barateamento dos meios eletrônicos de
                     comunicação, mais escolas venham ter acesso a novas tecnologias,
                     possibilitando   o   desenvolvimento  de    outras   habilidades
                     comunicativas. (PCN, 1998, p.21).


         Como relatado anteriormente, a oralidade não é tratada com a devida
importância pela maioria dos docentes de ensino fundamental, pois ela aparece no
contexto de sala de aula de maneira esporádica ou quase nula, pelo fato de quase
sempre ser uma das quatro habilidades que é deixada para ser trabalhada por último
no processo de aprendizagem. Por outro lado, mesmo dando relevo ao descaso no
tocante à oralidade em sala de aula de LI, faz-se mister levar em consideração
alguns aspectos infelizmente presentes no dia-a-dia do professor de língua inglesa
tais como classes lotadas e o binômio carga horária insuficiente versus escassez de
material didático. Tal situação enfrentada por muitos professores dificulta
consideravelmente a aplicação da habilidade de speaking em sala de aula; sendo
um dos pontos ressaltados pelos PCN que apontamos anteriormente no trabalho,
sobre a dificuldade de se trabalhar/empreender o speaking nas aulas; entretanto um
bom professor não deve se abater por qualquer adversidade que surja ao longo do
processo, pois uma seleção inadequada que ele faça em relação ao conhecimento
que irá propor aos seus alunos, poderá culminar com um desinteresse por parte dos
alunos pela língua, pois o speaking, como viemos salientando, tem seu lugar de
destaque no processo de ensino/aprendizagem, por muitas razões, dentre as quais,
destacamos três básicas para se trabalhar com os alunos em sala de aula
16



(HARMER, 2007, p.123): “A primeira é que atividades de speaking dão aos alunos a
oportunidade de ensaio”.
       Os alunos têm a chance de produzir em sala de aula situações da vida real e
a partir do uso de atividades que tragam em seu escopo a oralidade, o aluno estará
exposto   também aos        elementos     sintático-estruturais   da   língua,   os   quais
normalmente só lhe são oferecidos de um modo eminentemente gramatical e pouco
significativo para a sua aprendizagem.
                      A segunda razão para o trabalho com oralidade na sala de aula é
                      que em tarefas de speaking os alunos usam tudo o que eles sabem
                      da língua, para assim receber o feedback do professor e demais
                      alunos. (HARMER, 2007, p.123).


       Dessa maneira todos os participantes do processo de ensino/aprendizagem
verão como está se saindo o aluno nessas tarefas. Essa justificativa é ressaltada por
Swain e Lapkin (apud CELCE-MURCIA; OLSHTAIN, 2000) quando asseveram que a
aplicação da oralidade em sala de aula fornece a oportunidade para os aprendizes
estabelecerem uma espécie de “co-construção colaborativa do discurso”, ou seja, é
justamente    essa    participação   de    todos   os   envolvidos     no   processo    de
ensino/aprendizagem, que faz com que o aluno interaja categoricamente com seus
colegas na língua alvo, e troque informação e conhecimento com eles de maneira
colaborativa (SWAIN; LAPKIN apud CELCE-MURCIA; OLSHTAIN, 2000, p.168). “E
finalmente quanto mais oportunidades os alunos têm de ativar os elementos da
língua que têm guardados em seus cérebros, mais automático o uso desses
elementos se tornam.” (HARMER, 2007, p.123).
       Dessa forma os alunos se tornarão usuários autônomos da língua, podendo
fazer uso de palavras e frases fluentemente sem um esforço muito laborioso quando
comparado ao aluno que é exposto apenas à noções de gramaticalidade. Além
disso, para que as atividades de oralidade sejam realizadas é fundamental que elas
estabeleçam um objetivo, que a exemplo do ensino de gramática, em que
observamos que cada conteúdo atende a um propósito linguístico específico, as
atividades de comunicação oral também devem adotar esse viés, no qual a fala da
língua estrangeira transponha os mecanicismos e o sentido de obrigatoriedade do
“falar”. Fazer uso da língua meta deve estar essencialmente associado à prática
natural e motivadora que deve ser a base sobre a qual se sustenta o ensino
significativo de línguas.
17



      Outra razão que podemos destacar quanto a importância de fornecer
speaking em sala de aula, e que de fato torna-se importante para o sucesso da
aprendizagem dessa habilidade, é a possibilidade de o professor utilizar as
habilidades verbais com os alunos, ou seja, além de um domínio razoável de
gramática básica da língua inglesa e um bom vocabulário, o professor deve
desenvolver em seus aprendizes habilidades verbais nas áreas de competência da
linguagem falada (GOH, 2008). A esse respeito, podemos destacar, as habilidades
fonológicas que vão ajudar o aluno a produzir sons precisos na língua alvo;
habilidades de função da fala (pragmáticas) onde são utilizadas palavras faladas
para realizar funções comunicativas como solicitar, exigir, explicar, reclamar; que
acentuarão o nível oral do aluno; e habilidades de gerenciamento de interações,
uma vez que o aluno é capaz de gerenciar as interações face a face, de iniciar,
manter e encerrar a conversação, mudar de assunto, dessa forma, ele terá mais
eficiência na fala e motivação para continuar aprimorando seus estudos orais.
       Além disso, um outro fator preponderante para a existência do speaking em
sala de aula baseia-se naquilo que sugere Thornbury: “o ensino de oralidade
depende, da existência da cultura de speaking nas aulas” (THORNBURY apud
HARMER, 2007, p.123), ou seja, uma “talking classroom” é o vetor a partir do qual a
“ativação do speaking” e a utilização constante desta habilidade, a partir de seu uso
regular, proporcionará ao aprendiz uma ampliação de sua autoconfiança e da
consequente produção oral na língua-meta.
      Outrossim , uma questão relevante para o uso da oralidade em sala, é o fato
de que o speaking tem uma forte ligação com o listening, com isso podemos afirmar
que, para que haja uma produção oral eficiente é necessário um listening de
qualidade, e que dê suporte às manifestações orais que os alunos produzem em
sala: “speaking feeds on listening” (SHUMIN, 2002, p.205); o aluno só vai se
expressar bem na língua alvo se for capaz de compreender bem nela; por isso a
importância de se fornecer também um bom listening a esse aluno, o sucesso na
sua produção oral vai depender de um domínio que ele tenha do listening.
18



2.2 Fatores motivacionais


         Em qualquer segmento da vida, e em qualquer atividade que uma pessoa
exerça, ela precisa estar motivada. A motivação é algo essencial para o ser humano
manter-se instigado; é uma “força” que propulsiona o interesse e a manutenção de
um esforço, seja no trabalho, no estudo ou nas tarefas diárias, é desse modo,
portanto, que compreendemos o aprendizado de línguas. A motivação é um fator
que deve estar presente no processo de ensino/aprendizagem de uma língua, e ao
remetermos esse pensamento ao aprendizado de língua inglesa, isso se torna ainda
mais perceptível, pois é uma realidade conhecida essa de que a maioria dos alunos
não vê “motivo” para aprender inglês, e acabam não valorizando a língua, pois a
motivação está direta e psicologicamente ligada às ações do homem:
                       Todas as ações do homem estão ligadas a um „motivo‟, ou a
                       algumas forças que são denominadas de impulso ou instinto. Tais
                       forças são ligadas a ações psicológicas ou emotivas do ser humano
                       (BESSA, 2011).


         Por isso é papel do professor ser esse responsável por instigar seus alunos,
motivá-los em qualquer circunstância, em qualquer que seja o ambiente de sua
turma.
         É comum encontrarmos alunos que se desagradam dos momentos em que
transcorrem as aulas de Inglês; e assim se posicionam ao longo de todo o período
letivo sustentando na maioria das vezes que aprender inglês é enfadonho e
desnecessário, ou que a disciplina nada lhes trará de útil em termos práticos. Assim
a razão que podemos encontrar para essa incômoda realidade é que a maioria dos
professores não está motivada, por razões que envolvem esferas que vão além da
pedagógica; e que acabam se impondo na própria práxis docente culminando com a
ausência de motivação nas atividades direcionadas a esses alunos. Esse
posicionamento é crucial para o comportamento da maioria desses estudantes, pois
quanto mais desmotivado o professor esteja para preparar suas aulas de língua
inglesa, sobretudo no que diz respeito à preparação de aulas voltadas para a
oralidade, mais alunos se posicionarão de modo a rejeitar a aprendizagem da
língua-alvo. O professor que não motiva a turma acaba por prejudicar o aprendizado
da mesma, pois quando ele se utiliza das estratégias cognitivas (SCHIMIDT;
WATANABE, 2002), ele deve fazer uso da motivação, pois o aluno ao se deparar
19



com qualquer que seja o conteúdo ou conhecimento que esteja aprendendo,
necessita sentir-se motivado a assimilar tal conhecimento; o uso das estratégias
cognitivas é intrínseca e fortemente ligado à motivação.
      Além    disso,    um    professor   que    também     instiga   práticas   como    a
competitividade, o cooperativismo e acima de tudo tem uma “simpatia por desafios”
(SCHIMIDT; WATANABE, 2002) em suas atividades, cativa cada vez mais aquele
aluno, deixa-o altamente motivado no seu processo de aprendizado, ou seja, tende a
transformar a sua aula em algo interessante e significativo para aquele aluno que a
encara como algo desinteressante; dito isso, torna-se indispensável a utilização de
uma atitude motivadora do professor para com os seus alunos dentro de uma
perspectiva de desenvolvimento da oralidade.
      Quando pensamos em ensino/aprendizado de speaking ou atividades que
buscam a competência comunicativa, o fator motivação se acentua ainda mais. A
motivação está para o speaking, assim como a atenção e a concentração estão para
o listening, processo que atua como um fator indissociável da oralidade, pois um
aluno que vai ser exposto à comunicação em língua inglesa, necessita de elementos
tais como vontade, desejo e motivação. Assim, quanto mais interessado ou motivado
ele esteja, mais fácil será sua assimilação e desenvolvimento nesta habilidade. É
com esse pensamento que o professor deve sempre adotar formas de motivar seu
aprendiz, e é por esse meio que o aprendizado de língua inglesa deve se colocar,
pois o sucesso desse aluno no que tange ao speaking depende dessa motivação; tal
afirmação remete à necessidade de entender a motivação como algo inalienável de
uma práxis significativa e instauradora de eficiência quanto ao desenvolvimento
comunicativo do aprendiz. A esse respeito assim se posicionam Gass e Selinker
(2008, p. 426):
                       Indivíduos que são motivados aprenderão outra língua mais rápido e
                       em um grau maior. E, claramente, algum grau de motivação está
                       envolvido nas decisões iniciais de se aprender outra língua e também
                       de manter o aprendizado da mesma.

      Entendemos, portanto que é a motivação que manterá viva a vontade e o
desejo de aprender, especialmente na oralidade, além disso, a maneira como a
motivação se realiza, sendo mais apropriada a realização intrínseca dessa
motivação, será fator preponderante para uma eficaz aprendizagem, pois existem,
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de acordo com os linguistas, dois tipos de motivação: a intrínseca e a motivação
extrínseca (HAUSMANN; MARTINELLI, 2008, p. 4):
                     A motivação intrínseca parte do aluno, de seu desejo, de sua
                     vontade de aprender. A extrínseca, por outro lado, vem da
                     necessidade externa de aprender, como por exemplo, passar em
                     exames, conseguir um bom emprego, ter oportunidade de viajar para
                     um país onde se fala a língua-alvo.

      Tanto uma forma, quanto a outra, viabilizam a aprendizagem para o aluno, e
sem   sombra    de   dúvidas   tornam-se    imprescindíveis   para   a   inserção   e
desenvolvimento da oralidade em língua inglesa, pois como sabemos, o speaking é
uma habilidade que requer esforço, vontade e não é tão simples de se realizar, por
isso a presença da motivação permitirá ao aluno alcançar níveis de aprendizado da
língua muito mais proficientes (GARDNER apud SCHIMIDT; WATANABE, 1985,
1988, p. 315): “Aprendizes motivados alcançam níveis mais altos de proficiência,
pois eles põem mais de si próprios no aprendizado.”. Além disso, podemos salientar
que as próprias atividades ou tarefas que envolvam a oralidade são fatores
preponderantes para a motivação, pois atividades que tem como princípio a
interação comunicativa, ou o ato de falar na língua alvo, fazem com que os alunos
se sintam mais interessados nas aulas, tais atividades trazem uma diversidade maior
para o aprendizado, contribuindo decisivamente para a instituição do speaking como
algo fundamental para o ensino da Língua Inglesa.
      É importante também refletir sobre as várias questões que envolvem os
fatores motivacionais, que darão o suporte ao aprendizado do speaking, bem como
o que pode desencadear a ausência desses fatores. Uma das primeiras questões é
o input, que é algo importantíssimo no ensino/aprendizado de língua inglesa, sendo
ele aplicado em sua forma ideal, a partir da representação i +1 (KRASHEN, 1985).
Essa proposta de Krashen será uma ferramenta decisiva para o aprendizado do
aluno. Quando se refere à oralidade, no entanto, esse input deve ser voltado para a
mensagem que se quer passar, e não na estrutura, pois o possível sucesso dessa
abordagem oral que se quer tratar na sala de aula irá surtir dessa aplicação
comunicativa que foca a mensagem, pois segundo Krashen apud Bohn e Vandresen
(1988, p. 54): “o indivíduo que está adquirindo uma língua, não está preocupado ou
atento à forma ou estrutura da língua”; dessa forma, não será totalmente viável
trabalhar a oralidade na sala de aula aplicando única e exclusivamente as formas e
estruturas gramaticais da língua; assim podemos entender que esse input recebido
21



pelo aprendiz é um input “ideal”, ou seja, a mensagem é o que importa nesse
estágio no qual o aprendiz recebe fórmulas situacionais, as quais não estão
centradas na aprendizagem da estrutura, mas no seu uso.
      Outro fator preponderante a respeito dessa motivação no speaking, que é
categórico para a realização dessa habilidade, e que também é abordado por
Krashen, é o filtro afetivo alto, o qual trata-se de um fator que prejudicará na
aquisição/aprendizagem do aprendiz; e de acordo com Krashen apud Bohn e
Vandresen (1988, p. 56-57):
                     A sua hipótese está relacionada com o papel que fatores tais como
                     motivação intrínseca, ansiedade e autoconfiança desempenham no
                     processo de aquisição de uma língua. (...) sua hipótese se baseia na
                     observação de que indivíduos com atitudes positivas em relação à
                     língua estrangeira aprenderão com mais facilidade – pois tendem a
                     buscar mais input.


      No que concerne ao speaking na sala de aula, devemos levar em
consideração aspectos cruciais que podem comprometer a aprendizagem do aluno,
aí destacando-se a ansiedade e a autoconfiança. O aluno precisa estar encorajado
para aprender, ele precisa enxergar “atitudes positivas” em relação à língua que está
aprendendo, como aponta Krashen; e em situações em que ele estará exposto à
expressão oral, o contexto é mais delicado ainda, pois a turma pode não receber
bem o que ele disse e acabar deixando-o inibido. Desse modo, torna-se necessário
por parte do professor um cuidado extra com as atividades orais e como essas
atividades serão trabalhadas. O filtro afetivo tem um papel decisivo na formação
dessa motivação intrínseca do aluno, uma vez que quanto mais baixo for o nível do
filtro afetivo, melhor será a apreensão e consequente utilização dos recursos
linguísticos direcionados a esse aprendiz. A esse respeito assim se posicionam
Bohn; Vandresen (1988, p.57). “o melhor professor de língua é aquele que pode
fornecer input correto, que pode tornar esse input o mais compreensível possível,
em condições de mais baixa ansiedade”.
      Um fator igualmente decisivo para que haja motivação no speaking, na sala
de aula, é o material didático; o seu conteúdo deve ser de qualidade e contextual, ou
seja, os diálogos presentes nos livros devem trazer situações naturais do cotidiano
dos alunos, o que ocorre, no entanto, é que às vezes tais materiais não trazem um
uso natural da língua transformando os aprendizes em meros copiadores/
22



reprodutores daquelas sentenças, ocorrendo desse modo, pouco avanço na
proficiência da língua.
       Diante disso, podemos afirmar que se faz necessária a utilização de tarefas
que “propõem” o exercício da comunicação, atividades que naturalizam o uso e a
função comunicativa da língua inglesa, pois é a partir de atividades desse tipo, que o
andamento da aula pode seguir com exercícios de escrita, leituras de texto, listening,
estando todos esses recursos/habilidades em sintonia com a atividade oral anterior
(HARMER, 2007, p.124); tornando-se a aplicabilidade do speaking na sala de aula
cada vez mais eficaz.
       Desse modo torna-se fundamental a escolha de um material didático
adequado, material este que seja motivador, que estimule o aprendiz e auxilie o
speaking em sala de aula, nesse material pode estar uma das chaves para o
sucesso do aprendizado, pois é através dos livros que os alunos começam a
produzir seus primeiros diálogos, exigindo assim uma produção adequada e
contextual com lições que motivem e tragam o input necessário para os futuros
falantes do inglês.
       Contudo existem alguns fatores que podem de fato desencadear uma
desmotivação na aprendizagem e na realização da oralidade na sala de aula, tais
fatores trazem em si uma carga afetiva muito grande, pois como já foi dito
anteriormente, quando se trata de produzir oralmente em língua inglesa na sala de
aula, as questões que envolvem o “filtro afetivo” devem ser consideradas. É nessa
perspectiva então, que podemos refletir sobre a desmotivação em si, que de acordo
com Dörnyei apud Gass e Selinker (2008, p.431) é “uma força externa específica
que reduz a base motivacional de uma intenção comportamental ou de uma ação
que está em andamento”.
       Em outras palavras, essa diminuição se dá quando a motivação alcançada
em um dado momento, para realizar determinada tarefa, foi afetada por algum fator
negativo, que normalmente acontece devido a alguma experiência na sala de aula
ou gerada pelo professor. Isso nos leva a crer, que qualquer experiência negativa ou
uma atitude equivocada do professor, pode ser responsável pela desmotivação no
aluno em relação ao speaking, por isso ao tratar com oralidade na sala de aula o
professor deve ser muito cauteloso com suas atitudes e com as atividades
propostas.
23



      Outro aspecto que é conveniente mencionar a respeito da desmotivação é o
da extroversão e da introversão; pois apesar de ser correto afirmar que no
ensino/aprendizagem de língua estrangeira a extroversão é mais benéfica para
certas atividades e para certos métodos de ensino e que a introversão é benéfica
para outros (GASS; SELINKER, 2008, p. 433), no que tange a oralidade é mais
adequado que as atividades e métodos gerem a extroversão; ou seja, o professor
deve estabelecer um ambiente agradável e extrovertido para a realização oral, para
que o aluno desenvolva a extroversão nas atividades de speaking, ele tem que se
sentir confortável para se expressar na língua alvo. Além disso, na aprendizagem da
oralidade o “assumir riscos” ou risk taking é muito importante, pois exige que o
professor conscientize seu aluno para que ele tenha uma atitude pró-ativa ao “se
lançar” literalmente na produção oral, deixando sempre claro que os erros são
comuns e muito importantes para a aprendizagem, ao se arriscar o aluno sai da
“zona de conforto”, expondo-se na língua alvo; por isso é fundamental que o
professor lance mão de uma abordagem que contemple a extroversão, estimulando
a turma para a exposição oral, e encorajando seus alunos a se arriscarem ao longo
desse processo, dessa forma a aprendizagem obterá um maior sucesso.
      Ao mencionar os erros que os alunos possam cometer, é indispensável falar
da correção desses erros orais. Na produção oral, a interação, a participação e
principalmente a motivação, são fatores essenciais para o aluno. Para além dessa
questão podemos incluir também o erro como um aspecto relevante nesse estágio.
Nesse sentido o aluno deve estar conscientizado de que a sala de aula converte-se
como o ambiente em que ele pode se sentir confortável para errar oralmente na
língua alvo, pois no processo de aprendizado o erro é parte integrante e natural,
quanto menos o aluno se sentir pressionado a acertar literalmente tudo na sua
produção oral, mais prazerosa e eficaz será essa produção.
      Para muitos professores de LI, apesar dos inúmeros trabalhos e pesquisas
existentes na literatura da área, o erro possui apenas um significado negativo que
lhe é normalmente atribuído, porém ele deve ser entendido como parte importante
no processo no qual se situa o aprendiz, podendo funcionar como a prova de que o
aprendizado está acontecendo no aluno. Assim entendemos que é de fundamental
importância o cuidado do professor em relação à correção, e buscar corrigir seu
aluno de forma menos traumatizante possível, pois a partir de uma correção positiva
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do erro que aquele aluno cometer, ele terá maiores chances de ter instaurada uma
aprendizagem mais significativa.
      O aspecto idade na questão da oralidade, também pode ser um fator que
desmotiva o aluno, pois é mais comum que os alunos mais novos tenham mais
eficiência no aprendizado da oralidade, sobretudo no que diz respeito à pronúncia, e
que alunos em idade adulta, ou que dela se aproximem, tenham mais dificuldade.
No entanto tudo dependerá de como será aplicado o ensino de speaking pelo
professor, pois a probabilidade de que o aluno adulto tenha um excelente
desempenho oral é enorme se o ensino que ele receber tiver um treinamento
especializado, tarefas congruentes com as necessidades de aprendizagem do aluno
e que possam proporcionar a esse aprendiz exemplos de situações reais, sempre
com um viés motivador.
      Outra questão que é chave para manter a motivação presente no aluno é o
nível das atividades orais propostas, pois se o aluno sempre obtém sucesso nessas
atividades, e acabar achando-as muito simples, isto pode se converter como algo
nocivo para sua motivação, sobretudo, em razão de que tarefas que não instigam a
vontade e o desejo de se aprimorar na língua, resultarão na diminuição da
intensidade motivacional. Nessa instancia é desejável um trabalho voltado para
aquilo que Piaget classifica como “desequilibração”, elemento que propõe uma
prática problematizadora e fonte de interesse constante para o aprendiz, o qual
vislumbrará no processo de aprendizagem da língua-alvo a possibilidade de
mobilização pela descoberta do novo.       Por isso é fundamental sempre dosar a
dificuldade das atividades orais, para que o alcance ao sucesso linguístico seja
significativo para o aprendiz. Assim, de posse desse manancial teórico-metodológico
que se volte para o desenvolvimento da LI em sala de aula, aí incluindo-se        a
questão da oralidade e do seu uso significativo, é que teremos garantido um ensino
de LI verdadeiramente significativo e socialmente inclusivo.
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3 METODOLOGIA: OS PASSOS QUE CONDUZIRAM À PESQUISA


       Para entender todo o processo metodológico da pesquisa em questão, torna-
se importante destacar os objetivos que nortearam nossa investigação; como
objetivo geral tivemos: discutir as possíveis soluções para os elementos
desmotivantes; os objetivos específicos: indicar esse elementos, bem como a sua
causa e consequência, propor atividades ao aluno voltadas à prática da oralidade e
trazer uma maior reflexão acerca do trabalho docente de ensino fundamental sobre
a importância do speaking nas aulas de LI.


3.1 A pesquisa e o seu processo


       Ao tratarmos do estudo em si, adotamos, ao largo do processo, uma Pesquisa
de Campo com uma abordagem Qualitativa que visou coletar os dados necessários
para uma análise detalhada sobre os fatores potencialmente desmotivantes na
aprendizagem da oralidade em língua Inglesa, levando em consideração como
esses fatores podem ser solucionados. Para coletar os dados utilizamos dois
procedimentos distintos: Observação e questionário; optamos por essa forma de
coleta, por ser esta uma forma simples e eficaz, e que traria uma abordagem
completa da pesquisa. Resolvemos lançar mão desse procedimento, o qual serviu,
sobretudo, para melhor compreender tudo o que foi visto em relação à motivação
para   o    speaking   em    sala   de       aula.   De   posse   desses   registros
(observação/questionários) foi possível mensurar a motivação dos aprendizes a
partir das opiniões advindas dos questionários e do próprio posicionamento desses
alunos frente à oralidade em LI. Além disso, esse procedimento permitiu, em igual
medida, registrar o posicionamento e a atuação do professor em relação à
motivação do aluno e ao consequente desenvolvimento da oralidade.
       A instituição escolhida foi a Cooperativa de Educação Integral Serrinhense
(Coopeise); uma tradicional escola particular situada na cidade de Serrinha, que
atua há muitos anos no referido município. A decisão de ter escolhido uma escola
particular, se deu pelo fato de julgarmos que a instituição de ensino em questão
apresenta os requisitos necessários para a execução de nossa pesquisa,
oferecendo aulas de língua inglesa conduzidas, em muitos momentos, na língua-
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alvo. Este dado nos permitiu, portanto, uma maior compreensão acerca dos
elementos motivadores e/ou desmotivadores presentes no desenvolvimento da
oralidade de aprendizes de LI. Outra razão igualmente importante diz respeito à
professora da turma pesquisada, a qual possui grande experiência e proficiência na
língua, fato que contribuiu enormemente para a nossa investigação acerca de como
a prática de oralidade é trabalhada em sala de aula de Língua Inglesa. Quanto aos
alunos pesquisados, lançamos mão de um total de 22 alunos do 6° Ano (antiga 5ª
série) do Ensino Fundamental, e quanto à pesquisa de campo, foi realizada entre 15
de Abril e 03 de Junho de 2011.


3.2 A coleta de dados


      Os dados foram coletados da seguinte forma: primeiramente foi feita a
observação das aulas, onde tudo o que era relacionado com o speaking foi
registrado, ou seja, todas as questões sobre a oralidade (aspectos afetivos e
motivação), e sua realização, seja nas atividades ou exercida pelos alunos, e como
a professora lidava com essa habilidade. Em seguida foram aplicados os
questionários com total participação dos alunos, onde os mesmos puderam
responder em sala de aula os aspectos mais relevantes sobre a motivação e a
oralidade.
      A análise dos dados ocorrerá com base nos questionários e nas observações
registradas durante o período de pesquisa, e agrupadas em categorias com relação
ao questionário para analisá-las em tópicos, onde possamos também relacioná-los
com a teoria. Dessa forma teremos uma descrição detalhada dos dados, uma
análise coerente da pesquisa e sempre que necessário ou identificado, a
interpretação dos dados com a teoria estudada.
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4 A ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS DADOS DA PESQUISA


       Nesta etapa serão apresentados e discutidos os dados da pesquisa de
campo. Analisaremos os aspectos desmotivantes, bem como os motivadores que
observamos e identificamos durante o processo de pesquisa; tentaremos discutir as
possíveis soluções para esses aspectos que desmotivam o aluno na aprendizagem
de speaking, além de analisar o trabalho do professor pesquisado, quanto a sua
atuação no que diz respeito à oralidade em sala de aula.


4.1 Como o aluno se relaciona com a língua inglesa dentro e fora da sala de
aula
       Ao observarmos a sala de aula em questão, pudemos notar uma
característica   muito   importante   e básica   para   que   haja   uma    verdadeira
aprendizagem de speaking em sala de aula: o interesse pela língua inglesa. No
decorrer da pesquisa, foi notório por parte da maioria dos alunos, um interesse
intrínseco, um gosto pela língua, que sem sombra de dúvidas é aspecto crucial para
a oralidade em sala. Além disso, ao mesmo tempo em que há o interesse por parte
da maioria dos alunos pelo Inglês, a própria presença da oralidade em vários
momentos das aulas, direta e indiretamente, contribui para o interesse dos alunos
pela língua e em falar em inglês, ou seja, um aspecto se inter-relaciona com o outro
de forma positiva, pois a motivação e o interesse, que partem dos alunos, e que são
proporcionados pela professora; e o fato de haver a oralidade propriamente dita no
corpo das aulas, são fatores importantes para o interesse dos aprendizes.
       Dessa forma, podemos apresentar os dados contidos no questionário sobre
esse aspecto: de um total de 22 alunos pesquisados, 20 responderam que sim a
respeito de, se gostam de estudar inglês, porém com vários tipos de respostas. A
maioria justificou pelo fato de ser o inglês algo importante nos dias atuais, por
poderem viajar para outro país, ou simplesmente porque gostam de se comunicar. 5
justificaram de forma mais evasiva: “porque a aula é interessante”, “porque me
interesso por inglês”, “porque é bom”; e o restante teve respostas mais curtas, sem
ter muito a ver com a pesquisa. Por outro lado, 1 aluno respondeu que não gosta de
estudar inglês, e dentre as respostas do referido aluno destacamos a seguinte:
“porque acho difícil aprender inglês”. Um outro aluno respondeu de modo menos
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assertivo, dizendo que gosta eventualmente, pois tem dias que ele não está disposto
segundo ele a     “fazer nada”. Assim podemos perceber que, mesmo a maioria
respondendo positivamente quanto ao seu interesse pela língua, uma minoria
apresentou resposta diferente, mostrando a heterogeneidade de uma sala de aula.
      Dentro da sala de aula foi possível identificar muitas atividades de língua
inglesa, a exemplo dos trabalhos de leitura, de escrita, de compreensão, de
repetição, e de oralidade. Tais atividades que continham leitura e escrita, por
exemplo, englobavam de forma indireta a oralidade em seu escopo, com isso
analisamos que dentro dessa sala de aula, a oralidade tem presença efetiva e é
aspecto que auxilia nas outras atividades, sem necessariamente fugir do conteúdo
ou ser o foco principal das aulas.
       Ao analisar os questionários, as respostas dos alunos comprovaram o que foi
discutido; 18 alunos responderam que há atividades orais na sala de aula, seja de
forma direta ou indireta sendo observados os seguintes procedimentos: praticam a
oralidade durante a correção de atividades, junto com a escrita, ou no próprio livro,
pois apesar da professora ter que seguir um plano de acordo com o livro didático, foi
notória a presença do speaking indiretamente, sempre que possível. Do restante, 2
alunos responderam que praticam a oralidade em sala ocasionalmente           e mais
outros 2 alunos responderam que não fazem uso dessa prática, ou seja, a
aprendizagem de speaking existe nessa sala de aula, mais eficaz em uns e menos
em outros, pois nem todos conseguem identificar a oralidade nas atividades
propostas, ou a oralidade não seja o aspecto preferido desses alunos e dessa forma
optaram por dizer que não praticam.
      E ao serem indagados se têm contato com a língua inglesa fora da sala de
aula, tivemos uma margem muito próxima dentre os que responderam que sim e os
que responderam não: 10 responderam positivamente ao questionamento e 8
disseram que não têm contato com a língua fora da sala de aula, assim percebemos
que muitos têm interesses que ultrapassam os limites da sala de aula, entretanto
muitos também, não buscam um conhecimento extra de língua inglesa. Dos que
responderam que sim, a maioria afirmou que busca, na maioria das vezes, um
desenvolvimento comunicativo através da internet, o que é muito favorável a
aprendizagem desses alunos, pois a internet apresenta meios muito eficientes para
o aprimoramento na língua. 3 alunos disseram que buscam “de vez em quando”,
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evidenciando um interesse parcial, porém mostrando que mesmo que não seja algo
tão apreciado, o modo como eles aprendem a língua nas aulas da professora, faz
com que esporadicamente eles tenham um interesse, ou a curiosidade de aprender
mais em inglês, no seu cotidiano. 1 aluno não respondeu a essa questão.


4.2 A motivação no processo de ensino/aprendizagem de speaking
      No que tange a motivação voltada à oralidade em sala de aula, os resultados
da pesquisa foram bem satisfatórios, pois de fato as respostas dos alunos à questão
motivacional e principalmente à postura da professora trouxeram um perfil muito
positivo para essa sala de aula. Quando os alunos foram questionados se eles se
sentem motivados a aprender a falar em inglês nas aulas e por que, 20 alunos
responderam que sim, porém, o argumento usado por eles foi diferente, desses 20
alunos, 10 responderam que sim com a resposta voltada à motivação intrínseca:
porque acham interessante aprender coisas novas, porque gostam do inglês,
gostam de falar em inglês; já os outros 10 alunos responderam com justificativas
ligadas à motivação extrínseca, entre as quais destacamos as seguintes: porque
querem viajar, porque quando conseguirem uma bolsa de estudos o inglês será
importante ou porque é indispensável hoje em dia; por outro lado, dois alunos
responderam que não se sentem motivados, o primeiro deles respondeu “porque é
difícil”, e o outro disse: “porque às vezes a aula é muito chata”.
      Isso mostra que a turma é bastante aplicada, e consideravelmente consciente
quanto ao seu aprendizado, seja intrínseca ou extrinsecamente, os alunos gostam
da língua, sentem a necessidade de aprender e de usar a língua inicialmente na sala
de aula, para posteriormente, terem condições de usá-la em outros contextos. Muito
disso, vem do fato das atividades que a professora propõe serem motivadoras,
dinâmicas, e pouco enfadonhas, ou seja, ela não centra as suas aulas na gramática
para ensinar a língua, pelo contrário, a gramática é o suporte para que os alunos
entendam a língua de forma natural, praticando a atividade.
      Em outro dado da pesquisa, os alunos foram quase unânimes em dizer que
gostam das atividades de conversação que o professor propõe: Em relação a esse
quesito 21 alunos responderam que sim, que gostam das atividades voltadas para a
oralidade, em sua maioria elogiando a professora. Destes, muitos disseram que as
atividades são divertidas, em suma, foram bem positivos com relação à postura da
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mesma e a suas atividades orais; somente um aluno respondeu que gosta apenas
das atividades de conversação que entende com maior facilidade. Para
“reconquistar” o interesse daqueles que no dia estavam mais inibidos, ela os
instigava ao máximo, ia e voltava com as perguntar aos outros alunos, para que
depois eles pudessem responder e participar da atividade, mas a respeito dos que
não queriam participar de forma alguma, uma aluna apenas que por motivos
particulares, não queria participar da atividade em questão, dessa forma fazendo
com que a professora a instigasse o quanto podia, o que não surtiu muito efeito,
então a professora deu seguimento à aula naturalmente.
      Este resultado se dá em razão principalmente, pelo modo como a professora
age em sala de aula, sua postura de utilizar a língua para explicar a língua, sua
dinamicidade, sua facilidade em proporcionar o conteúdo nas atividades e sua
metodologia, facilita o aprendizado oral desses alunos, por exemplo: em um dado
momento de uma aula, em que o assunto tratava das cores preferidas, a professora
ia perguntando em inglês, primeiro, aos que tinham mais facilidade, e em seguida
perguntava aos que tinham menos facilidade, para que estes pudessem
acompanhar o raciocínio e entender como se responde em inglês. Outro exemplo diz
respeito à motivação, pois uma atividade oral proposta pela professora trazia
consigo a motivação, dessa forma, na atividade mencionada os alunos tinham que
falar frases com adjetivos para as imagens de artistas da atualidade, e, portanto eles
acabaram se entusiasmando de forma positiva para com a atividade.
      Não foi difícil notar no decorrer da pesquisa uma característica muito comum
na sala de aula observada, que foi a cultura de speaking nas aulas (THORNBURY
apud HARMER, 2007). A professora utilizava a língua alvo em vários momentos da
aula, seja nas atividades que propunham oralidade, seja em momentos em que se
aplicava a leitura, ou a escrita, ou seja, existe a cultura do speaking em suas aulas,
a língua é sempre exercida em sua forma falada, além de podermos comprovar que
o contato com o inglês falado na maioria do tempo nas aulas, proporcionava um
interesse, uma motivação e um conhecimento eficaz na língua por parte dos alunos,
comprovando mais uma vez que a própria presença da oralidade é motivadora para
os alunos.
      As atividades são bem diversificadas, a professora utiliza a conversação
predominantemente em forma de diálogos presentes no próprio livro didático;
31



perguntas e respostas com fórmulas situacionais prontas utilizando o conteúdo do
dia sejam adjetivos, cores, ou Wh-questions, sempre de uma forma eficaz e
contextualizada. Além disso, utiliza personalidades atuais, frases que os alunos
conhecem, perguntas e respostas de assuntos já trabalhados para que os alunos
falem em inglês e lembrem-se do conteúdo sem parecer forçado, por exemplo, em
atividades de soletração como a conhecida How do you spell it, e Singular and
Plural. Dessa forma, por a professora apresentar um bom repertório de atividades
orais, proporcionadas de forma natural e satisfatórias, torna-se desnecessário
colocar em questão possíveis exemplos de atividades de speaking para suas aulas.
      Com relação à maneira como os alunos se sentem em sala de aula para falar
em inglês, ou seja, se eles se sentem a vontade ou não no ambiente da sala;
tivemos alguns dados negativos. Porém, a maioria respondeu que se sente a
vontade nas aulas, muitos até elogiando a professora quanto a sua postura em
relação à liberdade de poder se expressar a despeito de quaisquer erros presentes
em sua enunciação. Além disso, foi possível observar no período de pesquisa o
quão agradável era o ambiente para que o speaking pudesse acontecer
naturalmente, pois a turma já tem a cultura da oralidade em seu cotidiano, em vários
momentos, isso facilita o estabelecimento desse ambiente. Outro fator destacado
nos questionários pelos alunos foi a correção dos erros, a professora costuma
corrigi-los de forma tranquila, sem traumatizá-los linguisticamente, pois o próprio
ambiente agradável propicia uma relação sadia e amistosa, que acaba gerando um
clima tranquilo para a correção oral; e um outro aspecto que foi possível analisar nos
questionários foi a consciência do “arriscar-se na língua” ou o risk taking (GASS;
SELINKER,2008), dispositivo fundamental para a instauração dessa habilidade
linguística, o que comprova o importante papel desempenhado pela professora em
proporcionar tal aprendizado.
      Por outro lado houve uma quantidade razoável de alunos que responderam
que não se sentem a vontade para falar em inglês nas aulas, a maioria pelo fato de
se sentir inseguro na língua e não querer se arriscar, para não acabar sendo
hostilizado pelos colegas, o que, aliás, é uma justificativa que não encontra
ressonância nas aulas de LI, já que aí existe, como expresso anteriormente, uma
cultura de oralidade. Esse comportamento, claramente, nos remete à ideia do filtro
afetivo e seus aspectos de ansiedade e autoconfiança, pois no contexto pesquisado,
32



onde a oralidade é o foco, isso se torna crucial no aprendizado da língua-alvo, vindo
a se revelar, sobretudo, nos comportamentos que culminam com o silêncio/inibição
de alguns dos aprendizes. A fim de amenizar o problema do filtro afetivo alto nessa
sala de aula, uma alternativa possível à professora para um mais baixo nível do filtro
afetivo é a utilização de atividades relaxantes, mais descontraídas, antes das que
visam à oralidade para que esses alunos que têm muita ansiedade ou timidez,
possam se sentir mais relaxados e confiantes no cumprimento da atividade oral.
        A questão do barulho foi algo também destacável nas observações, pois a
turma em geral é bastante agitada, e inúmeras vezes é preciso chamar a atenção
deles e retomar o foco da aula. Fato esse que podemos considerar delicado, no que
diz respeito à oralidade, pois em determinadas atividades, a agitação dos alunos se
fazia mais presente, dessa forma entendemos que é preciso perceber se tal
atividade será bem desenvolvida, sem interrupções e principalmente se o total dos
alunos é adequado à atividade em questão. E no contexto pesquisado isso, na
realidade, acabava por desanimar em certo ponto alguns alunos que eram mais
quietos, pois na maioria das vezes a atividade tinha que ser interrompida e os alunos
eram chamados à atenção; então de fato o barulho excessivo feito pela maioria
desencadeava um certo incômodo nos mais quietos em relação à atividade oral
exercida. Porém nada que seja incomum a crianças dessa faixa etária, e por isso o
barulho atrapalhava dependendo da atividade, se era mais dinâmica, mais
conversacional, em círculos, e não na aula como um todo, pois de certa forma eles
têm consciência de seu comportamento.
        A seguir analisaremos o quadro que mostra a habilidade linguística que os
alunos pesquisados demonstraram ter maior afinidade:


                    Quadro 1: Habilidades linguísticas de língua Inglesa2

READING                  WRITING                  SPEAKING                  LISTENING


2 ALUNOS                 7 ALUNOS                 12 ALUNOS                 6 ALUNOS




2
 Obs.: foram 22 alunos pesquisados, porém muitos alunos marcaram mais de uma opção, e por isso o resultado
passa dos 22.
33



      A partir desses dados apurados, podemos analisar as escolhas dos alunos
pesquisados, nos baseando tanto nos questionários quanto nas observações. A
turma de forma geral é bastante inteligente, interessada, participativa e tem um bom
relacionamento com a professora, são alunos que em sua maioria gostam da língua
inglesa, e pelo que foi observado, gostam do aspecto oral da língua, as atividades
orais são vistas com bons olhos por eles, o que comprova a tabela acima,
mostrando que são alunos motivados a aprender inglês e principalmente a aprender
o speaking, e que de fato gostam das atividades, da metodologia e do modo como a
professora age nos momentos de oralidade. O writing e o listening tiveram
resultados equilibrados, mostrando que muitos gostam dessas habilidades, já o
reading mostrou que muitos alunos não estão tão pré-dispostos, talvez por terem
dificuldades em ler, ou timidez em ler na sala de aula, que foi o que também
observamos em um dado momento da pesquisa. Com isso, podemos dizer que
nessa turma do 6 ° Ano do ensino fundamental há a prática do speaking nos
diversos momentos em que transcorre a aula, sendo sempre associada a uma das
habilidades linguísticas. Reforçando o que já foi dito anteriormente as observações
em torno das aulas nos permitiu inferir que a presença de uma cultura de speaking
está, de fato, enraizada nessa sala de aula em questão.


4.3 O profissional e a análise de seu trabalho
      Nesta parte da pesquisa analisaremos o trabalho da professora em questão a
partir do questionário respondido pela mesma, bem como do que foi observado. Seu
nível de conhecimento na língua, segundo ela, é bom; porém com as observações
podemos dizer que a profissional em questão é proficiente, pois já morou na
Inglaterra, e tem uma grande experiência tanto de ensino, quanto de língua,
experiência que pode ser vista ao longo de seu trabalho em sala de aula. Assim,
avaliamos o conhecimento linguístico da profissional pesquisada como alto.
      Assim como foi observado, muitos alunos se interessam pela língua,
entretanto, outros não demonstram tanto interesse, o que de acordo com a
professora dá-se em virtude da ausência de conhecimentos básicos na língua-alvo,
algo que ,segundo ela, acaba dificultando a aprendizagem e a instauração da
motivação. De fato pudemos perceber isso nas observações, nas quais foi possível
verificar que nem todos os alunos são eficazes na comunicação da língua-alvo, fato
34



comum, pois todas as turmas são heterogêneas, e por isso esses alunos têm uma
certa resistência, não dando a devida importância à atividade em determinados
momentos. Seu grande número de atividades orais, como já foi discutido, é bastante
diversificado, e, além disso, muito contextual, pois a professora sempre usa a
realidade de seus alunos para promover tais atividades, por exemplo, com perguntas
e respostas em que ela pergunta e os alunos respondem ou vice versa; seu ensino é
de fato bastante contextualizado quando se trata de oralidade.
      A professora enxerga positivamente, o papel da oralidade em sua turma, ela
fez questão de salientar no questionário que o speaking, além de proporcionar um
grau de amadurecimento na aprendizagem, seus alunos se sentem também mais
motivados e confiantes na língua. Isso reforça mais ainda o que foi pontuado
anteriormente, que a própria presença de oralidade, traz a motivação, o interesse e
até a confiança para o aprendiz, pois ele acaba enxergando a aula como algo mais
proveitoso, mais significativo quando há atividades orais. Ao ser indagada sobre
como a turma recebe as atividades de speaking, ela é enfática em dizer que “a
maioria dos alunos têm resistência para falar ou ler. Mas há, felizmente, aqueles que
participam”. De acordo com o que foi visto nos questionários e nas observações,
muitos dos alunos gostam das atividades, sendo estes os que mais participam, por
outro lado existem, é claro, os que não participam tanto, pois como a professora
afirmou em outro questionamento, nem sempre a turma está com o “humor”
adequado para atividades orais e, portanto estabelecem uma resistência.
      De forma geral a turma tem motivação para aprender o speaking, porém a
professora salienta que depende do “humor” da sala, ou do dia em questão, pois nos
últimos horários fica mais complicado motivá-los para tais atividades. Visto que
muitos alunos tem a motivação intrínseca, outros por fatores externos, e outros que
não as têm. A turma, durante as observações, pareceu bastante interessada, de
forma geral, nas atividades orais e sempre animada, porém, é importante mencionar
que foram observadas apenas 10 aulas e, portanto muito do comportamento dos
alunos pode ser diferente no decorrer de todo um período letivo. A partir disso,
podemos dizer que essa turma gosta do inglês e das atividades orais, dadas as
devidas exceções; alguns apresentam a motivação intrínseca, já outros dependem
de mobilizações exteriores. Em suma, ao longo dessa análise foi possível perceber
35



que a professora proporciona um speaking de qualidade aos seus alunos, sempre
de forma contextualizada e significativa.
36



5 CONSIDERAÇÔES FINAIS

      Trabalhar com a oralidade em sala de aula é, sem dúvida, um desafio para o
professor, tornando-se algo decisivo para o processo de aprendizagem efetivo da
língua Inglesa pelo aluno, pois não há nada mais coerente do que a utilização
significativa da língua-alvo que se está aprendendo em sala de aula, instância
primeira para a prática comunicativa em LI. Assim, por entender que sua presença
representa um momento delicado no processo de ensinar e aprender línguas
estrangeiras, torna-se necessário, ao longo desse trabalho, o reconhecimento dos
muitos fatores afetivos que estão em jogo, entre os quais se destacam: a
motivação/desmotivação,    os quais convertem-se        como      algo   decisivo   na
aprendizagem desse aluno. Diante dessa constatação faz-se necessário destacar
os ganhos linguísticos que a oralidade vai exercer no aprendiz de língua Inglesa e o
quanto ela será útil em sua vida nas mais variadas instâncias. Assim, essa
aprendizagem deverá vir sempre acompanhada de um viés motivador em que o
speaking no aluno seja trabalhado com a funcionalidade e relevância comunicativa
intrínsecas às línguas naturais. Para tanto, é preciso que o aprendiz esteja motivado,
sendo este, portanto, o dispositivo determinante para que ele sinta-se confiante para
se lançar na aprendizagem e consolidar a língua-alvo.
      Dessa forma, tanto a pesquisa realizada quanto o referencial teórico
trouxeram aspectos positivos quanto aos objetivos do trabalho, pois foi possível
discutir o que deve ser feito para tentar solucionar os elementos desmotivantes, bem
como, indicar sua causa e consequência e buscar uma reflexão para o trabalho
docente a respeito da importância da oralidade.

      A pesquisa em si foi muito satisfatória, pois nessa sala de aula, houve poucos
aspectos desmotivantes, como a questão do barulho, que deixava os alunos mais
quietos sem muita vontade de exercer as atividades orais, além de atrapalhá-los;
dessa forma a professora precisava gerenciar a sua sala de aula para que os alunos
retomassem a atenção. Nesse momento esses alunos ficavam mais desencorajados
com o restante da atividade. E o outro aspecto relacionado à desmotivação foram os
fatores afetivos, como ansiedade, e autoconfiança que estavam muito presentes nas
atividades orais, pois nem todos os alunos participavam efetivamente, apesar de
gostarem das atividades que a professora propunha.
37



      Entretanto, esses aspectos nada prejudicaram na forma como o speaking se
realizava nesta sala de aula, os alunos em sua maioria elogiaram a professora e
suas atividades, mostraram que são alunos que gostam da língua Inglesa, e que a
maioria tem motivação para a prática da língua. Foi possível detectar que alguns
aprendizes se voltam para uma perspectiva de aprendizagem intrínseca, outros se
identificam com uma perspectiva extrínseca, e poucos são aqueles que não gostam
do speaking ou que têm dificuldade para exercê-lo. Esses mesmos alunos, porém,
demonstraram em suas respostas ao questionário que a professora os motiva, sabe
a hora e a forma certa de corrigi-los na parte oral e que também lhes dá liberdade na
língua, como: “falar em inglês na hora da atividade e em outros momentos da aula”;
“poder se expressar, mesmo que erre e poder perguntar tudo relacionado à língua e
sua parte oral”.
      Outro fator que foi muito positivo para a pesquisa, foi um aspecto teórico
presente na turma investigada: a cultura de speaking nas aulas. Percebeu-se que a
professora já vem utilizando a língua desde o inicio do processo, ou seja, existe uma
cultura de oralidade em suas aulas, aspecto esse muito importante para a boa
aprendizagem oral. De uma forma geral a pesquisa foi muito positiva, uma vez que
trouxe parâmetros que demostraram que é possível trabalhar a oralidade em sala de
aula e que apesar de ser um desafio para o professor, ela deve converter-se como
algo significativo para o aluno, sempre em conjunto com as outras habilidades
linguísticas e acompanhada da motivação.
       Assim, o trabalho deixa uma perspectiva de ampliação em estudos
posteriores, pois o que é mais enfático na investigação é a presença de aspectos
afetivos no aprendizado de oralidade, aspectos que por si sós já dão margem a uma
sucessão de outros trabalhos. Desse modo, por entender a complexidade dos
aspectos aqui abordados se faz necessária uma gama de pesquisas futuras para um
melhor entendimento nesses aspectos e sua relação com a oralidade. Além disso, é
importante salientar que o trabalho poderá contribuir com uma perspectiva positiva
na área de ensinos de línguas, pois mostra o quanto é relevante trabalhar com a
oralidade em sala de aula, sempre acompanhada da motivação; além do fato de que
o speaking, ele próprio já é motivador para o aluno, proporcionando-lhe uma visão
mais ampla acerca da língua-alvo e de sua consequente expressão oral.
38



                                  REFERÊNCIAS


BESSA, Rerisson. Motivação, o que é, e como funciona?. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/motivacao-o-que-e-e-como-
funciona/23017/>. Acesso em: 01 Ago. 2011.

BOHN, Hilário Inácio; VANDRESEN, Paulino. Tópicos de Linguística aplicada: o
ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Editora da UFSC, 1988. p. 54-57.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental, língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CELCE-MURCIA, M.;OSHTAIN,E. Discourse and context in Language Teaching:
a guide for language teachers.Cambridge,UK.CUP,2000.

COSTA, Daniel N. Martins da. Por que ensinar língua estrangeira na escola de 1°
grau. São Paulo: EPU, EDUC, 1987. p. 32.

GOH, Christine C. M. O ensino da conversação na sala de aula. Tradução de
Rosana S. R. Cruz Gouveia. São Paulo: Special Book Services Livraria, 2008.

GASS, Susan M.; SELINKER, Larry. Second Language Acquisition: an
Introductory Course. 3 ed. New York: Routledge, 2008.

HARMER, Jeremy. How to teach english. England: Longman, 2007.
HAUSMANN, Elisa Probst; MARTINELLI, Diva Rangel. Falar inglês é difícil?.
Disponível em:
<proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/viewPDFInterstitial/830/860+Falar+ing
lês+é+difícil>. Acesso em: 25 Jul. 2011.

KRASHEN, Stephen D. Input hypothesis: issues and implications. London:
Longman, 1985.

KRASHEN, Stephen D. Principles and practice in second language acquisition.
California: University of Southern California, 1982.

PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

SCHÜTZ, Ricardo. Assimilação natural x estudo formal. Disponível em:
<http://www.sk.com.br/sk-laxll.html>. Acesso em: 18 Abr. 2011.

SHUMIN, Kang. Factors to consider: developing adult EFL students´ speaking
abilities. In: RICHARDS, Jack C.; RENANDYA, Willy A. Methodology in language
teaching : An Anthology of current practice. Cambridge: University press, 2002. p.
205.
39



SOUZA, Melissa Lima de. Assimilação natural e estudo formal de língua inglesa
na escola. Disponível em:
<www.fama.br/revista/letras/images/stories/artigos/artigo%2520melissa%2520revisa
do%2520-%2520estudo%2520formal%2520da%2520lngua%2520inglesa.pdf>.
Acesso em: 18 Abr. 2011.

SCHMIDT, Richard; WATANABE, Yuichi. Motivation, strategy use, and pedagogical
preferences in foreign language learning. In: DÖRNYEI, Zoltán; SCHMIDT, Richard.
Motivation and second language acquisition. Hawai: University of Hawai Press,
2002. p. 315 e 348.
40



                                     APÊNDICE




                         UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
                             DEDC XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ/BA
                       CURSO DE LICENCIATURA EM LINGUA INGLESA E
                                           LITERATURAS



                                Questionário - Aluno


1°)Você gosta de estudar inglês? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________

2°) Você pratica alguma atividade de conversação em sala de aula?
___________________________________________________________________
__________________________________________________________

3°) Você se sente motivado a aprender a falar em inglês nas aulas? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________

4°) Você gosta das atividades de conversação que o professor propõe?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________

5°) Você se sente a vontade para falar inglês na sala de aula? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________

6°) Você tem contato com a língua inglesa fora da sala de aula?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________

7°) Qual habilidade linguística da língua inglesa você prefere?
Reading (Leitura) ( )      Writing (Escrita) ( )    Speaking (Fala) (   )
Listening (Audição) ( )
41



                     UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
                         DEDC XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ/BA
                    CURSO DE LICENCIATURA EM LINGUA INGLESA E
                                    LITERATURAS
                                Questionário - Professor

1°) Como você avalia o seu nível de proficiência?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2°) Qual o nível de interesse da turma em relação à aprendizagem de Língua
Inglesa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3°) Você desenvolve atividades de speaking em sala? Justifique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4°) Qual o papel do desenvolvimento da oralidade de LI em sua turma?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5º) Como a turma recebe as atividades de speaking?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6°) A turma se sente motivada a aprender speaking nas aulas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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Speaking abilities fatores motivacionais para a expressão oral do li 6º ano de uma escola particular

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ RAFAEL CARNEIRO ALVES SPEAKING ABILITIES: FATORES MOTIVACIONAIS PARA A EXPRESSÃO ORAL DE LI NO 6° ANO DE UMA ESCOLA PARTICULAR CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012
  • 2. RAFAEL CARNEIRO ALVES SPEAKING ABILITIES: FATORES MOTIVACIONAIS PARA A EXPRESSÃO ORAL DE LI NO 6° ANO DE UMA ESCOLA PARTICULAR Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Língua Inglesa e Literaturas. Orientador: Prof. Raulino Batista Figueiredo Neto CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012
  • 3. RAFAEL CARNEIRO ALVES SPEAKING ABILITIES: FATORES MOTIVACIONAIS PARA A EXPRESSÃO ORAL DE LI NO 6° ANO DE UMA ESCOLA PARTICULAR Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Língua Inglesa e Literaturas. Aprovado em: ___/___/___ Banca examinadora _______________________________ Raulino Batista Figueiredo Neto – Orientador Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Neila Maria Oliveira Santana – Professora do TCC Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV _________________________________________ Fernando Sodré – Professor da banca Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV CONCEIÇÃO DO COITÉ 2012
  • 4. . Dedico este trabalho à minha mãe Amália, ao meu pai Aroldo e ao meu tio Israel em memória de sua vida cheia de conquistas e ensinamentos.
  • 5. AGRADECIMENTOS A Deus, em primeiro lugar, pela saúde, pela coragem de enfrentar os percalços da vida e por mais uma conquista alcançada. Aos nossos familiares que sempre nos apoiaram, com palavras de perseverança e engrandecimento. Ao Prof. Raulino Neto que orientou de forma excepcional todo o processo de construção da monografia, apoiando e sempre sugerindo melhoras significativas ao trabalho. Aos nossos professores, que foram importantíssimos para o nosso crescimento pessoal e intelectual. Aos funcionários do Campus XIV pela disposição em nos ajudar em todos os momentos. Aos amigos, pela amizade, e por nos apoiar em todos os momentos difíceis e felizes que enfrentamos. Aos colegas, pelos momentos de alegria e diversão que passamos nesses oito semestres.
  • 6. I have crossed an ocean1 I have lost my tongue from the root of the old one a new one has sprung. Grace Nichols 1 Atravessei o mar, e perdi o meu falar, da raiz da língua antiga, novo broto se cria. FIGUEIREDO NETO, R. B.
  • 7. RESUMO Este trabalho se propôs a analisar quais os fatores que podem levar à desmotivação na aprendizagem do speaking em uma turma do 6° Ano do ensino Fundamental, em uma instituição particular no município de Serrinha, no estado da Bahia. O referido trabalho apresenta como objetivo geral: discutir as possíveis soluções para os elementos desmotivantes; e como objetivos específicos: indicar esses elementos, bem como a sua causa e consequência; propor atividades ao aluno voltadas à prática da oralidade e trazer uma maior reflexão acerca do trabalho docente de ensino fundamental sobre a importância do speaking nas aulas de LI. O trabalho tem como pressuposto teórico as teorias da Linguística Aplicada e da Aquisição da Segunda Língua, e como procedimento metodológico a observação do ambiente estudado, junto com questionários destinados aos alunos e à professora. Na análise, os dados foram discutidos em tópicos, onde se procurou analisar fatores como: o interesse dos alunos pela língua inglesa, de que forma há a oralidade em sala, se os alunos se sentem motivados a falar em inglês nas aulas, se gostam das atividades orais que a professora propõe, se o ambiente é propício para a realização oral, e quais os fatores em sala de aula que podem levar à desmotivação na aprendizagem do speaking. Os resultados mostram que a maioria dos alunos tem motivação para utilizar a oralidade, e que os poucos que não se sentem a vontade para expressar- se oralmente, assim procedem devido, principalmente, aos fatores afetivos da língua. O trabalho evidenciou que, apesar das dificuldades existentes, é possível utilizar a oralidade em sala de aula, de forma motivadora e significativa junto ao aluno, sempre em conjunto com as outras habilidades, em meio as quais destaca- se, sobremaneira, a do speaking. Palavras-Chave: Speaking. Motivação. Aquisição/aprendizagem de segunda língua.
  • 8. ABSTRACT This paper aimed to analyze which factors may induce to the speaking learning demotivation in a 6th Grade classroom from Middle School, in a private Institution in the town of Serrinha, located in the state of Bahia. Its general goal is: debating the possible solutions for the demotivating factors; and its specific goals are: indicating those factors, as well as its causes and consequences, proposing to the students activities focused on the oral practical and bring a better reflection to the Middle School teaching work about the importance of speaking in the English classes. The paper has theoretical approaches related to Applied Linguistics and Second language acquisition theories, and its methodological procedure was the observation of the studied environment, with the questionnaires being addressed to both students and the teacher. On the analyses, the data were debated in topics, where we sought to analyze the following factors: the students interest about English, how the speaking is worked in the classroom, whether the students feel motivated to speak English in the classes, whether they like the oral activities that the teacher proposes, whether the environment is appropriate to the oral performance, and which classroom factors are at stake and that may induce to the speaking learning demotivation. The results show that the majority of the analyzed students hold the motivation to use the speaking and that the few ones, who do not feel comfortable to use the language, thus behave, mainly, owing to the language affective factors. The paper showed that despite any existing difficulty, it is possible to use the speaking in classroom, in a meaningful and motivated way to the student, articulating it with the other language abilities, among which the speaking skill exerts its paramount relevance. Keywords: Speaking. Motivation. Second language learning/acquisition.
  • 9. SUMÁRIO 1 INTODUÇÃO ............................................................................................................... 9 2 SPEAKING: COMO OS FATORES MOTIVACIONAIS CONTRIBUEM NA APRENDIZAGEM ......................................................................................................... 11 2.1 Speaking, o seu ensino/aprendizado ............................................................... 11 2.2 Fatores motivacionais .......................................................................................... 18 3 METODOLOGIA: OS PASSOS QUE CONDUZIRAM À PESQUISA................ 25 3.1 A pesquisa e o seu processo ............................................................................. 25 3.2 A coleta de dados .................................................................................................. 26 4 A ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS DADOS DA PESQUISA ........................ 27 4.1 Como o aluno se relaciona com a língua inglesa dentro e fora da sala de aula ................................................................................................................ 27 4.2 A motivação no processo de ensino/aprendizagem de speaking............ 29 4.3 O profissional e a análise de seu trabalho ..................................................... 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 36 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 38 APÊNDICE ...................................................................................................................... 40
  • 10.
  • 11. 9 1 INTRODUÇÃO É de amplo conhecimento dos professores de Língua Inglesa, que aplicar as quatro habilidades linguísticas na sala de aula é de suma importância para a aquisição/aprendizagem de seus alunos e que o speaking, uma dessas habilidades, torna-se fundamental para o sucesso pessoal, acadêmico e profissional. A oralidade desempenha, desse modo, um papel fundamental no que diz respeito à aquisição linguística, sendo esta uma habilidade vital para a comunicação. Além disso, ela “é também uma ferramenta indispensável para o raciocínio e para o aprendizado acadêmico (...)” (GOH, 2008). Admitindo a pouca utilização da oralidade em Língua Inglesa nas escolas regulares brasileiras, (públicas e particulares), não podemos nos furtar em observar que essa lacuna se dá em razão de alguns fatores contributivos, entre os quais podemos destacar a urgência de aprendizagem das outras habilidades, a falta de tempo para tal atividade, entre outros. Porém é interessante destacar a importância que o speaking desempenhará no aluno, pois se trata de uma habilidade que denota a função primordial de uma língua, que é comunicar-se. Com isso o trabalho tem como objetivo geral: discutir as possíveis soluções para os elementos desmotivantes; e como objetivos específicos: indicar esses elementos, bem como as causas e consequências dessa desmotivação. Nesse sentido, buscamos ainda, propor atividades ao aluno voltadas à prática da oralidade e trazer uma maior reflexão acerca do trabalho docente de ensino fundamental. Assim, desejamos despertar no docente de Língua Inglesa a percepção para a importância do speaking nas aulas de LI. Além disso, o trabalho se propôs a buscar um esclarecimento a cerca de questões relevantes à oralidade e à motivação, auxiliando-os na instauração de um trabalho que os auxilie na resolução do seguinte questionamento: Como eliminar os elementos desmotivantes do speaking no contexto de sala de aula? Dessa forma este trabalho se justifica por apresentar elementos que viabilizam uma prática mais reflexiva para o efetivo ensino-aprendizagem de Língua Estrangeira (LE) no contexto da sala de aula, cenário em que está situada a maior parte dos recursos para o uso e o estabelecimento da Língua Alvo (LA). Contemplando a práxis pedagógica, a partir das teorias da Lingüística Aplicada e da
  • 12. 10 Aquisição da Segunda Língua, esse trabalho tem como objetivo beneficiar o aprendiz de LE quanto ao seu desempenho em sala de aula, uma vez que parte considerável do comportamento do aluno em relação à LA, sobretudo no que diz respeito ao speaking, está intrinsecamente associada ao modo como o docente trabalha e/ou gera a motivação para a aprendizagem. O que observamos, no entanto, é que na maioria dos casos os alunos se sentem inibidos por algum fator no ambiente de sala de aula que se não os impede, ao menos dificulta na realização de tarefas ligadas à expressão oral da Língua Inglesa. A primeira parte do trabalho apresenta o arcabouço teórico sobre a oralidade e a motivação; autores como Harmer, Schmidt, Watanabe, Celce-Murcia e Oshtain; foram determinantes para a construção do trabalho. Logo em seguida são relatados os procedimentos metodológicos da pesquisa, trata-se de uma pesquisa de campo descritiva com uma abordagem qualitativa, em que foram utilizados a observação do ambiente pesquisado e questionários sobre o tema para a coleta de dados. Na parte seguinte é abordada a análise desses dados, onde, em tópicos, analisamos o contexto estudado, observando uma turma do 6° Ano do ensino fundamental, onde a análise consistia em observar se existia a prática da oralidade em LI, como ela se realizava e quais fatores que desencadeavam ou não a motivação para a sua realização. Ao final concluímos o trabalho, afirmando que foi uma pesquisa muito satisfatória quanto à execução da oralidade em sala de aula, pois constatamos sua presença em vários momentos das aulas, e não foram muitos os aspectos desmotivantes encontrados no contexto devido, em grande parte, à maneira como a professora utiliza tal habilidade. Assim, entendemos que este trabalho, será de grande valia para o ensino/ aprendizagem de Língua Inglesa, beneficiando a um só tempo todos os atores do processo formativo e contribuindo para uma maior reflexão acerca dos processos envolvidos no desenvolvimento da oralidade na língua alvo (LA).
  • 13. 11 2 SPEAKING: COMO OS FATORES MOTIVACIONAIS CONTRIBUEM NA APRENDIZAGEM Neste capítulo busca-se abordar primeiramente os principais aspectos que envolvem o speaking e seu ensino/aprendizado; analisando a sua importância como habilidade linguística e principalmente comunicativa, suas vantagens para o aluno, e as razões de trabalhá-la em sala de aula segundo os autores estudados. Em seguida, analisaremos os fatores motivacionais da oralidade, que são sem sombra de dúvidas, aspectos importantíssimos para o sucesso do trabalho com a oralidade em sala de aula. 2.1 Speaking, o seu ensino/aprendizado Aprender uma segunda língua é um processo constante de aperfeiçoamento e dedicação, que acompanha o indivíduo por toda a vida. Assim, ao pensarmos em aprendizagem de segunda língua, percebemos que há vários aspectos em que o aprendiz se baseia para aprender de maneira eficaz uma língua estrangeira, tais como vocabulário, tradução, gramática e interpretação textual. No entanto, um aspecto que merece destaque, e que é ferramenta indispensável para uma efetiva aprendizagem de língua inglesa, é aquela que se dá a partir das quatro habilidades: Reading, writing, speaking e listening; elas dão ao aluno/aprendiz uma maior possibilidade de aprender uma segunda língua em toda a sua amplitude. É pois, a integração dessas habilidades em sala de aula que contribuirá para a instauração dessa aprendizagem. No entanto, como sabemos que as habilidades de writing e principalmente reading já são trabalhadas nas aulas de LI, nos propomos a abordar o speaking, que para muitos profissionais da área docente de ensino fundamental, trata-se de uma habilidade pouco trabalhada, chegando na maioria das vezes a ser negligenciada no contexto da aula de LI. Tal descaso sinaliza para algumas razões que podem justificar esse ensino deficitário em relação à língua inglesa, entre os quais podemos mencionar o fato de muitos desses profissionais não terem um domínio considerável da língua; algo que pode ser explicado pela constatação de que muitos estudantes de Letras com habilitação em Língua Inglesa não se aprimoram em seus estudos orais da língua, o que acarreta numa dificuldade de esse profissional empreender atividades orais na própria prática docente; “Um exemplo clássico de Estudo Formal, segundo Krashen,
  • 14. 12 são os inúmeros graduados em Letras com Inglês que têm dificuldade de se comunicar em uma língua que sabem teoricamente” (SOUZA, s/d, p.5); pois apesar de não termos um contexto que propicie a prática oral nos moldes do que existe em países que têm a LI como L2, existem várias possibilidades de aprimorar a oralidade, como por exemplo a Internet; tais estudantes acabam lidando apenas com o espaço teórico e funcional da língua que lhes é aplicado em sala de aula. Desse modo entendemos que essa falta de domínio da língua, começa na graduação desse profissional, sendo mais tarde reproduzido num contexto de práxis docente no qual passa a se inserir esse professor. A língua, na condição de instrumento de comunicação, deve ser trabalhada de modo que nossos alunos sejam capazes de interagir comunicativamente, exercendo-a em sua dimensão maior: a comunicação, e é justamente a comunicação que deve ser levada em conta no trabalho com os nossos alunos em sala de aula, pois é diante desse aspecto que o aluno torna-se capaz de interagir na língua, exercendo-a de modo significativo. Como nos indica Krashen em sua teoria da Assimilação natural, que é segundo Souza (s/d, p. 3) “o desenvolvimento da habilidade funcional de interagir com a língua”. Essa forma de aprendizagem é intuitiva, “fruto de interação em situações reais de convívio humano”, e Krashen a caracteriza como um processo similar ao da assimilação da língua materna por crianças, nesse tipo de assimilação o aluno/aprendiz torna-se um sujeito ativo de tal maneira, que é capaz de desenvolver a habilidade prático-funcional e não só o conhecimento teórico: Em um ambiente de assimilação natural, o processo de ensino- aprendizagem é desenvolvido num plano pessoal – psicológico onde há valorização da oralidade, dos valores culturais e da comunicação criativa. Acima de tudo busca a valorização do ato comunicativo e desenvolve a autoconfiança do aprendiz. (SOUZA, s/d, p. 4). É nesse ambiente e é nessa perspectiva que o ensino/aprendizagem de speaking deve estar pautado, e não exclusivamente no acúmulo de regras, pois apesar da aprendizagem formal sobre a estrutura da língua ser muito importante, ela deve vir acompanhada de um ensino interativo e contextual. É possível notar que o ensino/aprendizagem de língua inglesa, costuma dar maior ênfase em outros aspectos da língua, principalmente o estudo voltado a gramática, e a abordagem das outras habilidades linguísticas, não atribuindo o valor merecido à oralidade em sala de aula; esta por sua vez mostra-se como ferramenta
  • 15. 13 linguística interativa e motivadora, em que o aluno/aprendiz finalmente expõe o que foi aprendido, é nela que o aluno vai se sentir produtor do conhecimento adquirido formalmente, e não um mero receptor, “(...) só aprendemos através da ação, o que no ensino de línguas implica a necessidade de provisão de oportunidades ao aprendiz de uso efetivo da língua enquanto instrumento de comunicação.” (COSTA, 1987, p.32). Assim, fica claro que devemos ter uma atenção maior quanto à produção linguística do nosso aluno no sentido de não centrarmos nossos objetivos apenas em atividades que focalizem a gramática o tempo inteiro, sem dar aos elementos de comunicação um tratamento que esteja além de regras gramaticais, e, além disso, prover um ensino em que a oralidade e a produção autônoma do aluno sejam levadas em conta. Entretanto, não podemos perder de vista que o conhecimento do uso formal da língua é de suma importância ao longo do processo, e como aponta Krashen apud Schütz o conhecimento que é obtido através do estudo formal da língua pode, e deve servir para monitorar a fala; é evidente que em um ambiente de sala de aula, a exclusão do estudo das regras da língua alvo é inviável, pois essas estruturas gramaticais são um dos elementos a partir dos quais podemos verificar a acurácia de um bom aprendiz e são inegavelmente uma base necessária para um bom ensino. É nesse sentido que o estudo formal de regras gramaticais deve se estabelecer, como aponta Krashen, com um monitoramento da produção oral, deixando claro que os erros fazem parte do processo e podem ser reparados, por isso podemos afirmar que esse estudo das regras notabiliza-se por servir como uma espécie de “source” da língua meta, pois apesar de elas não serem o foco do ensino oral, o professor deve ensinar o que é padrão na língua alvo. Outra questão que observamos sobre a relevância do speaking no ensino/aprendizagem em sala de aula é o que apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais de língua estrangeira (terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental), que têm uma política de apontar como mais relevante para o ensino/aprendizagem de língua estrangeira a utilização predominante da leitura em sala de aula. O que podemos notar é que nem mesmo os PCN, uma ferramenta tão importante para o trabalho do professor, posiciona-se de modo a comtemplar a oralidade em sala de aula, pois segundo os PCN, desenvolver em sala de aula as habilidades orais como centrais no ensino de língua estrangeira no Brasil não é relevante para a
  • 16. 14 aprendizagem do aluno levando em consideração a “realidade” ou contexto linguístico-comunicativo desse aluno, elementos associados à questão da relevância social da Língua Inglesa como habilidade oral. A esse respeito assim se posicionam os PCN: Deste modo, considerar o desenvolvimento de habilidades orais como central no ensino de Língua Estrangeira no Brasil não leva em conta o critério de relevância social para a sua aprendizagem. (PCN, 1998, p. 20). No ensino/aprendizagem, o que propomos destacar é a importância que essa habilidade também tem para a aprendizagem. Como foi abordado anteriormente, o uso das habilidades orais é algo de extrema relevância para a aprendizagem do aluno; dessa forma, é precipitado justificar, como fazem os PCN, que por causa do pouco domínio da oralidade de um número expressivo de professores torna-se inviável aplicá-la na sala de aula; pois nada impede um professor que tem um bom domínio da língua, promover tal habilidade. Manter um pensamento como este, de que só a leitura deve figurar como a habilidade a ser majoritariamente trabalhada, ainda que “possibilite” inserções menores e ocasionais de outras habilidades, nos faz questionar a proposição limitadora e parcial dos PCN, a qual deixa de lado importantes aspectos comunicativos da aprendizagem, como por exemplo, a expressão oral e a competência pragmática, ou seja, um aprendizado que cerca esses aspectos não é capaz de dar conta de aspectos fundamentais da linguagem. Assim, numa aprendizagem de língua propositada e socialmente relevante os alunos aprendem como pedir informações, como dar informações, como fazer convites, como expressar interesse (SOUZA, s/d). Ainda para reforçar a visão que defende a leitura como prática majoritária em sala de aula, os PCN postulam ainda que os exames formais de Língua Inglesa utilizam como processo de admissão a leitura, porém é importante ressaltar que muitos empregos qualificados buscam a habilidade oral desse candidato e uma “desenvoltura” na língua inglesa, fato que comprova que só o foco na leitura não irá proporcionar tal desempenho, é por isso que subestimar as outras habilidades, principalmente o speaking, e afirmar que não terão relevância para o aprendiz torna-se algo ilógico, pois trabalhar em sala de aula com habilidades em que o aluno produza na língua alvo, como é o caso da oralidade e da escrita, proporciona a esse aprendiz uma maior autonomia de seus conhecimentos, e acima
  • 17. 15 de tudo, o torna usuário de fato da língua que está estudando. Dessa forma, segundo Krashen, a produção do aluno seja oral ou escrita ajuda o aprendizado, pois fornece uma espécie de “domínio da correção do erro” (KRASHEN, 1982, p.61); quando um aluno produz seu conhecimento, erros poderão ocorrer, e esses erros ao serem corrigidos, ajudarão o aluno a refazer a primeira impressão da regra que ele tem na mente. Tais razões evidenciam a importância de incluir também em sala de aula a oralidade, haja vista que a leitura propiciará ao aluno apenas parte do conhecimento linguístico, é, portanto, a integração dessa habilidade com as demais que o levará a um melhor aprendizado. Ao final das argumentações dos Pcn, destaca-se que com o barateamento das tecnologias e com a sua consequente inclusão nas escolas, os professores poderão cada vez mais incluir a oralidade nas aulas: Pode-se antever que, com o barateamento dos meios eletrônicos de comunicação, mais escolas venham ter acesso a novas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento de outras habilidades comunicativas. (PCN, 1998, p.21). Como relatado anteriormente, a oralidade não é tratada com a devida importância pela maioria dos docentes de ensino fundamental, pois ela aparece no contexto de sala de aula de maneira esporádica ou quase nula, pelo fato de quase sempre ser uma das quatro habilidades que é deixada para ser trabalhada por último no processo de aprendizagem. Por outro lado, mesmo dando relevo ao descaso no tocante à oralidade em sala de aula de LI, faz-se mister levar em consideração alguns aspectos infelizmente presentes no dia-a-dia do professor de língua inglesa tais como classes lotadas e o binômio carga horária insuficiente versus escassez de material didático. Tal situação enfrentada por muitos professores dificulta consideravelmente a aplicação da habilidade de speaking em sala de aula; sendo um dos pontos ressaltados pelos PCN que apontamos anteriormente no trabalho, sobre a dificuldade de se trabalhar/empreender o speaking nas aulas; entretanto um bom professor não deve se abater por qualquer adversidade que surja ao longo do processo, pois uma seleção inadequada que ele faça em relação ao conhecimento que irá propor aos seus alunos, poderá culminar com um desinteresse por parte dos alunos pela língua, pois o speaking, como viemos salientando, tem seu lugar de destaque no processo de ensino/aprendizagem, por muitas razões, dentre as quais, destacamos três básicas para se trabalhar com os alunos em sala de aula
  • 18. 16 (HARMER, 2007, p.123): “A primeira é que atividades de speaking dão aos alunos a oportunidade de ensaio”. Os alunos têm a chance de produzir em sala de aula situações da vida real e a partir do uso de atividades que tragam em seu escopo a oralidade, o aluno estará exposto também aos elementos sintático-estruturais da língua, os quais normalmente só lhe são oferecidos de um modo eminentemente gramatical e pouco significativo para a sua aprendizagem. A segunda razão para o trabalho com oralidade na sala de aula é que em tarefas de speaking os alunos usam tudo o que eles sabem da língua, para assim receber o feedback do professor e demais alunos. (HARMER, 2007, p.123). Dessa maneira todos os participantes do processo de ensino/aprendizagem verão como está se saindo o aluno nessas tarefas. Essa justificativa é ressaltada por Swain e Lapkin (apud CELCE-MURCIA; OLSHTAIN, 2000) quando asseveram que a aplicação da oralidade em sala de aula fornece a oportunidade para os aprendizes estabelecerem uma espécie de “co-construção colaborativa do discurso”, ou seja, é justamente essa participação de todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, que faz com que o aluno interaja categoricamente com seus colegas na língua alvo, e troque informação e conhecimento com eles de maneira colaborativa (SWAIN; LAPKIN apud CELCE-MURCIA; OLSHTAIN, 2000, p.168). “E finalmente quanto mais oportunidades os alunos têm de ativar os elementos da língua que têm guardados em seus cérebros, mais automático o uso desses elementos se tornam.” (HARMER, 2007, p.123). Dessa forma os alunos se tornarão usuários autônomos da língua, podendo fazer uso de palavras e frases fluentemente sem um esforço muito laborioso quando comparado ao aluno que é exposto apenas à noções de gramaticalidade. Além disso, para que as atividades de oralidade sejam realizadas é fundamental que elas estabeleçam um objetivo, que a exemplo do ensino de gramática, em que observamos que cada conteúdo atende a um propósito linguístico específico, as atividades de comunicação oral também devem adotar esse viés, no qual a fala da língua estrangeira transponha os mecanicismos e o sentido de obrigatoriedade do “falar”. Fazer uso da língua meta deve estar essencialmente associado à prática natural e motivadora que deve ser a base sobre a qual se sustenta o ensino significativo de línguas.
  • 19. 17 Outra razão que podemos destacar quanto a importância de fornecer speaking em sala de aula, e que de fato torna-se importante para o sucesso da aprendizagem dessa habilidade, é a possibilidade de o professor utilizar as habilidades verbais com os alunos, ou seja, além de um domínio razoável de gramática básica da língua inglesa e um bom vocabulário, o professor deve desenvolver em seus aprendizes habilidades verbais nas áreas de competência da linguagem falada (GOH, 2008). A esse respeito, podemos destacar, as habilidades fonológicas que vão ajudar o aluno a produzir sons precisos na língua alvo; habilidades de função da fala (pragmáticas) onde são utilizadas palavras faladas para realizar funções comunicativas como solicitar, exigir, explicar, reclamar; que acentuarão o nível oral do aluno; e habilidades de gerenciamento de interações, uma vez que o aluno é capaz de gerenciar as interações face a face, de iniciar, manter e encerrar a conversação, mudar de assunto, dessa forma, ele terá mais eficiência na fala e motivação para continuar aprimorando seus estudos orais. Além disso, um outro fator preponderante para a existência do speaking em sala de aula baseia-se naquilo que sugere Thornbury: “o ensino de oralidade depende, da existência da cultura de speaking nas aulas” (THORNBURY apud HARMER, 2007, p.123), ou seja, uma “talking classroom” é o vetor a partir do qual a “ativação do speaking” e a utilização constante desta habilidade, a partir de seu uso regular, proporcionará ao aprendiz uma ampliação de sua autoconfiança e da consequente produção oral na língua-meta. Outrossim , uma questão relevante para o uso da oralidade em sala, é o fato de que o speaking tem uma forte ligação com o listening, com isso podemos afirmar que, para que haja uma produção oral eficiente é necessário um listening de qualidade, e que dê suporte às manifestações orais que os alunos produzem em sala: “speaking feeds on listening” (SHUMIN, 2002, p.205); o aluno só vai se expressar bem na língua alvo se for capaz de compreender bem nela; por isso a importância de se fornecer também um bom listening a esse aluno, o sucesso na sua produção oral vai depender de um domínio que ele tenha do listening.
  • 20. 18 2.2 Fatores motivacionais Em qualquer segmento da vida, e em qualquer atividade que uma pessoa exerça, ela precisa estar motivada. A motivação é algo essencial para o ser humano manter-se instigado; é uma “força” que propulsiona o interesse e a manutenção de um esforço, seja no trabalho, no estudo ou nas tarefas diárias, é desse modo, portanto, que compreendemos o aprendizado de línguas. A motivação é um fator que deve estar presente no processo de ensino/aprendizagem de uma língua, e ao remetermos esse pensamento ao aprendizado de língua inglesa, isso se torna ainda mais perceptível, pois é uma realidade conhecida essa de que a maioria dos alunos não vê “motivo” para aprender inglês, e acabam não valorizando a língua, pois a motivação está direta e psicologicamente ligada às ações do homem: Todas as ações do homem estão ligadas a um „motivo‟, ou a algumas forças que são denominadas de impulso ou instinto. Tais forças são ligadas a ações psicológicas ou emotivas do ser humano (BESSA, 2011). Por isso é papel do professor ser esse responsável por instigar seus alunos, motivá-los em qualquer circunstância, em qualquer que seja o ambiente de sua turma. É comum encontrarmos alunos que se desagradam dos momentos em que transcorrem as aulas de Inglês; e assim se posicionam ao longo de todo o período letivo sustentando na maioria das vezes que aprender inglês é enfadonho e desnecessário, ou que a disciplina nada lhes trará de útil em termos práticos. Assim a razão que podemos encontrar para essa incômoda realidade é que a maioria dos professores não está motivada, por razões que envolvem esferas que vão além da pedagógica; e que acabam se impondo na própria práxis docente culminando com a ausência de motivação nas atividades direcionadas a esses alunos. Esse posicionamento é crucial para o comportamento da maioria desses estudantes, pois quanto mais desmotivado o professor esteja para preparar suas aulas de língua inglesa, sobretudo no que diz respeito à preparação de aulas voltadas para a oralidade, mais alunos se posicionarão de modo a rejeitar a aprendizagem da língua-alvo. O professor que não motiva a turma acaba por prejudicar o aprendizado da mesma, pois quando ele se utiliza das estratégias cognitivas (SCHIMIDT; WATANABE, 2002), ele deve fazer uso da motivação, pois o aluno ao se deparar
  • 21. 19 com qualquer que seja o conteúdo ou conhecimento que esteja aprendendo, necessita sentir-se motivado a assimilar tal conhecimento; o uso das estratégias cognitivas é intrínseca e fortemente ligado à motivação. Além disso, um professor que também instiga práticas como a competitividade, o cooperativismo e acima de tudo tem uma “simpatia por desafios” (SCHIMIDT; WATANABE, 2002) em suas atividades, cativa cada vez mais aquele aluno, deixa-o altamente motivado no seu processo de aprendizado, ou seja, tende a transformar a sua aula em algo interessante e significativo para aquele aluno que a encara como algo desinteressante; dito isso, torna-se indispensável a utilização de uma atitude motivadora do professor para com os seus alunos dentro de uma perspectiva de desenvolvimento da oralidade. Quando pensamos em ensino/aprendizado de speaking ou atividades que buscam a competência comunicativa, o fator motivação se acentua ainda mais. A motivação está para o speaking, assim como a atenção e a concentração estão para o listening, processo que atua como um fator indissociável da oralidade, pois um aluno que vai ser exposto à comunicação em língua inglesa, necessita de elementos tais como vontade, desejo e motivação. Assim, quanto mais interessado ou motivado ele esteja, mais fácil será sua assimilação e desenvolvimento nesta habilidade. É com esse pensamento que o professor deve sempre adotar formas de motivar seu aprendiz, e é por esse meio que o aprendizado de língua inglesa deve se colocar, pois o sucesso desse aluno no que tange ao speaking depende dessa motivação; tal afirmação remete à necessidade de entender a motivação como algo inalienável de uma práxis significativa e instauradora de eficiência quanto ao desenvolvimento comunicativo do aprendiz. A esse respeito assim se posicionam Gass e Selinker (2008, p. 426): Indivíduos que são motivados aprenderão outra língua mais rápido e em um grau maior. E, claramente, algum grau de motivação está envolvido nas decisões iniciais de se aprender outra língua e também de manter o aprendizado da mesma. Entendemos, portanto que é a motivação que manterá viva a vontade e o desejo de aprender, especialmente na oralidade, além disso, a maneira como a motivação se realiza, sendo mais apropriada a realização intrínseca dessa motivação, será fator preponderante para uma eficaz aprendizagem, pois existem,
  • 22. 20 de acordo com os linguistas, dois tipos de motivação: a intrínseca e a motivação extrínseca (HAUSMANN; MARTINELLI, 2008, p. 4): A motivação intrínseca parte do aluno, de seu desejo, de sua vontade de aprender. A extrínseca, por outro lado, vem da necessidade externa de aprender, como por exemplo, passar em exames, conseguir um bom emprego, ter oportunidade de viajar para um país onde se fala a língua-alvo. Tanto uma forma, quanto a outra, viabilizam a aprendizagem para o aluno, e sem sombra de dúvidas tornam-se imprescindíveis para a inserção e desenvolvimento da oralidade em língua inglesa, pois como sabemos, o speaking é uma habilidade que requer esforço, vontade e não é tão simples de se realizar, por isso a presença da motivação permitirá ao aluno alcançar níveis de aprendizado da língua muito mais proficientes (GARDNER apud SCHIMIDT; WATANABE, 1985, 1988, p. 315): “Aprendizes motivados alcançam níveis mais altos de proficiência, pois eles põem mais de si próprios no aprendizado.”. Além disso, podemos salientar que as próprias atividades ou tarefas que envolvam a oralidade são fatores preponderantes para a motivação, pois atividades que tem como princípio a interação comunicativa, ou o ato de falar na língua alvo, fazem com que os alunos se sintam mais interessados nas aulas, tais atividades trazem uma diversidade maior para o aprendizado, contribuindo decisivamente para a instituição do speaking como algo fundamental para o ensino da Língua Inglesa. É importante também refletir sobre as várias questões que envolvem os fatores motivacionais, que darão o suporte ao aprendizado do speaking, bem como o que pode desencadear a ausência desses fatores. Uma das primeiras questões é o input, que é algo importantíssimo no ensino/aprendizado de língua inglesa, sendo ele aplicado em sua forma ideal, a partir da representação i +1 (KRASHEN, 1985). Essa proposta de Krashen será uma ferramenta decisiva para o aprendizado do aluno. Quando se refere à oralidade, no entanto, esse input deve ser voltado para a mensagem que se quer passar, e não na estrutura, pois o possível sucesso dessa abordagem oral que se quer tratar na sala de aula irá surtir dessa aplicação comunicativa que foca a mensagem, pois segundo Krashen apud Bohn e Vandresen (1988, p. 54): “o indivíduo que está adquirindo uma língua, não está preocupado ou atento à forma ou estrutura da língua”; dessa forma, não será totalmente viável trabalhar a oralidade na sala de aula aplicando única e exclusivamente as formas e estruturas gramaticais da língua; assim podemos entender que esse input recebido
  • 23. 21 pelo aprendiz é um input “ideal”, ou seja, a mensagem é o que importa nesse estágio no qual o aprendiz recebe fórmulas situacionais, as quais não estão centradas na aprendizagem da estrutura, mas no seu uso. Outro fator preponderante a respeito dessa motivação no speaking, que é categórico para a realização dessa habilidade, e que também é abordado por Krashen, é o filtro afetivo alto, o qual trata-se de um fator que prejudicará na aquisição/aprendizagem do aprendiz; e de acordo com Krashen apud Bohn e Vandresen (1988, p. 56-57): A sua hipótese está relacionada com o papel que fatores tais como motivação intrínseca, ansiedade e autoconfiança desempenham no processo de aquisição de uma língua. (...) sua hipótese se baseia na observação de que indivíduos com atitudes positivas em relação à língua estrangeira aprenderão com mais facilidade – pois tendem a buscar mais input. No que concerne ao speaking na sala de aula, devemos levar em consideração aspectos cruciais que podem comprometer a aprendizagem do aluno, aí destacando-se a ansiedade e a autoconfiança. O aluno precisa estar encorajado para aprender, ele precisa enxergar “atitudes positivas” em relação à língua que está aprendendo, como aponta Krashen; e em situações em que ele estará exposto à expressão oral, o contexto é mais delicado ainda, pois a turma pode não receber bem o que ele disse e acabar deixando-o inibido. Desse modo, torna-se necessário por parte do professor um cuidado extra com as atividades orais e como essas atividades serão trabalhadas. O filtro afetivo tem um papel decisivo na formação dessa motivação intrínseca do aluno, uma vez que quanto mais baixo for o nível do filtro afetivo, melhor será a apreensão e consequente utilização dos recursos linguísticos direcionados a esse aprendiz. A esse respeito assim se posicionam Bohn; Vandresen (1988, p.57). “o melhor professor de língua é aquele que pode fornecer input correto, que pode tornar esse input o mais compreensível possível, em condições de mais baixa ansiedade”. Um fator igualmente decisivo para que haja motivação no speaking, na sala de aula, é o material didático; o seu conteúdo deve ser de qualidade e contextual, ou seja, os diálogos presentes nos livros devem trazer situações naturais do cotidiano dos alunos, o que ocorre, no entanto, é que às vezes tais materiais não trazem um uso natural da língua transformando os aprendizes em meros copiadores/
  • 24. 22 reprodutores daquelas sentenças, ocorrendo desse modo, pouco avanço na proficiência da língua. Diante disso, podemos afirmar que se faz necessária a utilização de tarefas que “propõem” o exercício da comunicação, atividades que naturalizam o uso e a função comunicativa da língua inglesa, pois é a partir de atividades desse tipo, que o andamento da aula pode seguir com exercícios de escrita, leituras de texto, listening, estando todos esses recursos/habilidades em sintonia com a atividade oral anterior (HARMER, 2007, p.124); tornando-se a aplicabilidade do speaking na sala de aula cada vez mais eficaz. Desse modo torna-se fundamental a escolha de um material didático adequado, material este que seja motivador, que estimule o aprendiz e auxilie o speaking em sala de aula, nesse material pode estar uma das chaves para o sucesso do aprendizado, pois é através dos livros que os alunos começam a produzir seus primeiros diálogos, exigindo assim uma produção adequada e contextual com lições que motivem e tragam o input necessário para os futuros falantes do inglês. Contudo existem alguns fatores que podem de fato desencadear uma desmotivação na aprendizagem e na realização da oralidade na sala de aula, tais fatores trazem em si uma carga afetiva muito grande, pois como já foi dito anteriormente, quando se trata de produzir oralmente em língua inglesa na sala de aula, as questões que envolvem o “filtro afetivo” devem ser consideradas. É nessa perspectiva então, que podemos refletir sobre a desmotivação em si, que de acordo com Dörnyei apud Gass e Selinker (2008, p.431) é “uma força externa específica que reduz a base motivacional de uma intenção comportamental ou de uma ação que está em andamento”. Em outras palavras, essa diminuição se dá quando a motivação alcançada em um dado momento, para realizar determinada tarefa, foi afetada por algum fator negativo, que normalmente acontece devido a alguma experiência na sala de aula ou gerada pelo professor. Isso nos leva a crer, que qualquer experiência negativa ou uma atitude equivocada do professor, pode ser responsável pela desmotivação no aluno em relação ao speaking, por isso ao tratar com oralidade na sala de aula o professor deve ser muito cauteloso com suas atitudes e com as atividades propostas.
  • 25. 23 Outro aspecto que é conveniente mencionar a respeito da desmotivação é o da extroversão e da introversão; pois apesar de ser correto afirmar que no ensino/aprendizagem de língua estrangeira a extroversão é mais benéfica para certas atividades e para certos métodos de ensino e que a introversão é benéfica para outros (GASS; SELINKER, 2008, p. 433), no que tange a oralidade é mais adequado que as atividades e métodos gerem a extroversão; ou seja, o professor deve estabelecer um ambiente agradável e extrovertido para a realização oral, para que o aluno desenvolva a extroversão nas atividades de speaking, ele tem que se sentir confortável para se expressar na língua alvo. Além disso, na aprendizagem da oralidade o “assumir riscos” ou risk taking é muito importante, pois exige que o professor conscientize seu aluno para que ele tenha uma atitude pró-ativa ao “se lançar” literalmente na produção oral, deixando sempre claro que os erros são comuns e muito importantes para a aprendizagem, ao se arriscar o aluno sai da “zona de conforto”, expondo-se na língua alvo; por isso é fundamental que o professor lance mão de uma abordagem que contemple a extroversão, estimulando a turma para a exposição oral, e encorajando seus alunos a se arriscarem ao longo desse processo, dessa forma a aprendizagem obterá um maior sucesso. Ao mencionar os erros que os alunos possam cometer, é indispensável falar da correção desses erros orais. Na produção oral, a interação, a participação e principalmente a motivação, são fatores essenciais para o aluno. Para além dessa questão podemos incluir também o erro como um aspecto relevante nesse estágio. Nesse sentido o aluno deve estar conscientizado de que a sala de aula converte-se como o ambiente em que ele pode se sentir confortável para errar oralmente na língua alvo, pois no processo de aprendizado o erro é parte integrante e natural, quanto menos o aluno se sentir pressionado a acertar literalmente tudo na sua produção oral, mais prazerosa e eficaz será essa produção. Para muitos professores de LI, apesar dos inúmeros trabalhos e pesquisas existentes na literatura da área, o erro possui apenas um significado negativo que lhe é normalmente atribuído, porém ele deve ser entendido como parte importante no processo no qual se situa o aprendiz, podendo funcionar como a prova de que o aprendizado está acontecendo no aluno. Assim entendemos que é de fundamental importância o cuidado do professor em relação à correção, e buscar corrigir seu aluno de forma menos traumatizante possível, pois a partir de uma correção positiva
  • 26. 24 do erro que aquele aluno cometer, ele terá maiores chances de ter instaurada uma aprendizagem mais significativa. O aspecto idade na questão da oralidade, também pode ser um fator que desmotiva o aluno, pois é mais comum que os alunos mais novos tenham mais eficiência no aprendizado da oralidade, sobretudo no que diz respeito à pronúncia, e que alunos em idade adulta, ou que dela se aproximem, tenham mais dificuldade. No entanto tudo dependerá de como será aplicado o ensino de speaking pelo professor, pois a probabilidade de que o aluno adulto tenha um excelente desempenho oral é enorme se o ensino que ele receber tiver um treinamento especializado, tarefas congruentes com as necessidades de aprendizagem do aluno e que possam proporcionar a esse aprendiz exemplos de situações reais, sempre com um viés motivador. Outra questão que é chave para manter a motivação presente no aluno é o nível das atividades orais propostas, pois se o aluno sempre obtém sucesso nessas atividades, e acabar achando-as muito simples, isto pode se converter como algo nocivo para sua motivação, sobretudo, em razão de que tarefas que não instigam a vontade e o desejo de se aprimorar na língua, resultarão na diminuição da intensidade motivacional. Nessa instancia é desejável um trabalho voltado para aquilo que Piaget classifica como “desequilibração”, elemento que propõe uma prática problematizadora e fonte de interesse constante para o aprendiz, o qual vislumbrará no processo de aprendizagem da língua-alvo a possibilidade de mobilização pela descoberta do novo. Por isso é fundamental sempre dosar a dificuldade das atividades orais, para que o alcance ao sucesso linguístico seja significativo para o aprendiz. Assim, de posse desse manancial teórico-metodológico que se volte para o desenvolvimento da LI em sala de aula, aí incluindo-se a questão da oralidade e do seu uso significativo, é que teremos garantido um ensino de LI verdadeiramente significativo e socialmente inclusivo.
  • 27. 25 3 METODOLOGIA: OS PASSOS QUE CONDUZIRAM À PESQUISA Para entender todo o processo metodológico da pesquisa em questão, torna- se importante destacar os objetivos que nortearam nossa investigação; como objetivo geral tivemos: discutir as possíveis soluções para os elementos desmotivantes; os objetivos específicos: indicar esse elementos, bem como a sua causa e consequência, propor atividades ao aluno voltadas à prática da oralidade e trazer uma maior reflexão acerca do trabalho docente de ensino fundamental sobre a importância do speaking nas aulas de LI. 3.1 A pesquisa e o seu processo Ao tratarmos do estudo em si, adotamos, ao largo do processo, uma Pesquisa de Campo com uma abordagem Qualitativa que visou coletar os dados necessários para uma análise detalhada sobre os fatores potencialmente desmotivantes na aprendizagem da oralidade em língua Inglesa, levando em consideração como esses fatores podem ser solucionados. Para coletar os dados utilizamos dois procedimentos distintos: Observação e questionário; optamos por essa forma de coleta, por ser esta uma forma simples e eficaz, e que traria uma abordagem completa da pesquisa. Resolvemos lançar mão desse procedimento, o qual serviu, sobretudo, para melhor compreender tudo o que foi visto em relação à motivação para o speaking em sala de aula. De posse desses registros (observação/questionários) foi possível mensurar a motivação dos aprendizes a partir das opiniões advindas dos questionários e do próprio posicionamento desses alunos frente à oralidade em LI. Além disso, esse procedimento permitiu, em igual medida, registrar o posicionamento e a atuação do professor em relação à motivação do aluno e ao consequente desenvolvimento da oralidade. A instituição escolhida foi a Cooperativa de Educação Integral Serrinhense (Coopeise); uma tradicional escola particular situada na cidade de Serrinha, que atua há muitos anos no referido município. A decisão de ter escolhido uma escola particular, se deu pelo fato de julgarmos que a instituição de ensino em questão apresenta os requisitos necessários para a execução de nossa pesquisa, oferecendo aulas de língua inglesa conduzidas, em muitos momentos, na língua-
  • 28. 26 alvo. Este dado nos permitiu, portanto, uma maior compreensão acerca dos elementos motivadores e/ou desmotivadores presentes no desenvolvimento da oralidade de aprendizes de LI. Outra razão igualmente importante diz respeito à professora da turma pesquisada, a qual possui grande experiência e proficiência na língua, fato que contribuiu enormemente para a nossa investigação acerca de como a prática de oralidade é trabalhada em sala de aula de Língua Inglesa. Quanto aos alunos pesquisados, lançamos mão de um total de 22 alunos do 6° Ano (antiga 5ª série) do Ensino Fundamental, e quanto à pesquisa de campo, foi realizada entre 15 de Abril e 03 de Junho de 2011. 3.2 A coleta de dados Os dados foram coletados da seguinte forma: primeiramente foi feita a observação das aulas, onde tudo o que era relacionado com o speaking foi registrado, ou seja, todas as questões sobre a oralidade (aspectos afetivos e motivação), e sua realização, seja nas atividades ou exercida pelos alunos, e como a professora lidava com essa habilidade. Em seguida foram aplicados os questionários com total participação dos alunos, onde os mesmos puderam responder em sala de aula os aspectos mais relevantes sobre a motivação e a oralidade. A análise dos dados ocorrerá com base nos questionários e nas observações registradas durante o período de pesquisa, e agrupadas em categorias com relação ao questionário para analisá-las em tópicos, onde possamos também relacioná-los com a teoria. Dessa forma teremos uma descrição detalhada dos dados, uma análise coerente da pesquisa e sempre que necessário ou identificado, a interpretação dos dados com a teoria estudada.
  • 29. 27 4 A ANÁLISE INTERPRETATIVA DOS DADOS DA PESQUISA Nesta etapa serão apresentados e discutidos os dados da pesquisa de campo. Analisaremos os aspectos desmotivantes, bem como os motivadores que observamos e identificamos durante o processo de pesquisa; tentaremos discutir as possíveis soluções para esses aspectos que desmotivam o aluno na aprendizagem de speaking, além de analisar o trabalho do professor pesquisado, quanto a sua atuação no que diz respeito à oralidade em sala de aula. 4.1 Como o aluno se relaciona com a língua inglesa dentro e fora da sala de aula Ao observarmos a sala de aula em questão, pudemos notar uma característica muito importante e básica para que haja uma verdadeira aprendizagem de speaking em sala de aula: o interesse pela língua inglesa. No decorrer da pesquisa, foi notório por parte da maioria dos alunos, um interesse intrínseco, um gosto pela língua, que sem sombra de dúvidas é aspecto crucial para a oralidade em sala. Além disso, ao mesmo tempo em que há o interesse por parte da maioria dos alunos pelo Inglês, a própria presença da oralidade em vários momentos das aulas, direta e indiretamente, contribui para o interesse dos alunos pela língua e em falar em inglês, ou seja, um aspecto se inter-relaciona com o outro de forma positiva, pois a motivação e o interesse, que partem dos alunos, e que são proporcionados pela professora; e o fato de haver a oralidade propriamente dita no corpo das aulas, são fatores importantes para o interesse dos aprendizes. Dessa forma, podemos apresentar os dados contidos no questionário sobre esse aspecto: de um total de 22 alunos pesquisados, 20 responderam que sim a respeito de, se gostam de estudar inglês, porém com vários tipos de respostas. A maioria justificou pelo fato de ser o inglês algo importante nos dias atuais, por poderem viajar para outro país, ou simplesmente porque gostam de se comunicar. 5 justificaram de forma mais evasiva: “porque a aula é interessante”, “porque me interesso por inglês”, “porque é bom”; e o restante teve respostas mais curtas, sem ter muito a ver com a pesquisa. Por outro lado, 1 aluno respondeu que não gosta de estudar inglês, e dentre as respostas do referido aluno destacamos a seguinte: “porque acho difícil aprender inglês”. Um outro aluno respondeu de modo menos
  • 30. 28 assertivo, dizendo que gosta eventualmente, pois tem dias que ele não está disposto segundo ele a “fazer nada”. Assim podemos perceber que, mesmo a maioria respondendo positivamente quanto ao seu interesse pela língua, uma minoria apresentou resposta diferente, mostrando a heterogeneidade de uma sala de aula. Dentro da sala de aula foi possível identificar muitas atividades de língua inglesa, a exemplo dos trabalhos de leitura, de escrita, de compreensão, de repetição, e de oralidade. Tais atividades que continham leitura e escrita, por exemplo, englobavam de forma indireta a oralidade em seu escopo, com isso analisamos que dentro dessa sala de aula, a oralidade tem presença efetiva e é aspecto que auxilia nas outras atividades, sem necessariamente fugir do conteúdo ou ser o foco principal das aulas. Ao analisar os questionários, as respostas dos alunos comprovaram o que foi discutido; 18 alunos responderam que há atividades orais na sala de aula, seja de forma direta ou indireta sendo observados os seguintes procedimentos: praticam a oralidade durante a correção de atividades, junto com a escrita, ou no próprio livro, pois apesar da professora ter que seguir um plano de acordo com o livro didático, foi notória a presença do speaking indiretamente, sempre que possível. Do restante, 2 alunos responderam que praticam a oralidade em sala ocasionalmente e mais outros 2 alunos responderam que não fazem uso dessa prática, ou seja, a aprendizagem de speaking existe nessa sala de aula, mais eficaz em uns e menos em outros, pois nem todos conseguem identificar a oralidade nas atividades propostas, ou a oralidade não seja o aspecto preferido desses alunos e dessa forma optaram por dizer que não praticam. E ao serem indagados se têm contato com a língua inglesa fora da sala de aula, tivemos uma margem muito próxima dentre os que responderam que sim e os que responderam não: 10 responderam positivamente ao questionamento e 8 disseram que não têm contato com a língua fora da sala de aula, assim percebemos que muitos têm interesses que ultrapassam os limites da sala de aula, entretanto muitos também, não buscam um conhecimento extra de língua inglesa. Dos que responderam que sim, a maioria afirmou que busca, na maioria das vezes, um desenvolvimento comunicativo através da internet, o que é muito favorável a aprendizagem desses alunos, pois a internet apresenta meios muito eficientes para o aprimoramento na língua. 3 alunos disseram que buscam “de vez em quando”,
  • 31. 29 evidenciando um interesse parcial, porém mostrando que mesmo que não seja algo tão apreciado, o modo como eles aprendem a língua nas aulas da professora, faz com que esporadicamente eles tenham um interesse, ou a curiosidade de aprender mais em inglês, no seu cotidiano. 1 aluno não respondeu a essa questão. 4.2 A motivação no processo de ensino/aprendizagem de speaking No que tange a motivação voltada à oralidade em sala de aula, os resultados da pesquisa foram bem satisfatórios, pois de fato as respostas dos alunos à questão motivacional e principalmente à postura da professora trouxeram um perfil muito positivo para essa sala de aula. Quando os alunos foram questionados se eles se sentem motivados a aprender a falar em inglês nas aulas e por que, 20 alunos responderam que sim, porém, o argumento usado por eles foi diferente, desses 20 alunos, 10 responderam que sim com a resposta voltada à motivação intrínseca: porque acham interessante aprender coisas novas, porque gostam do inglês, gostam de falar em inglês; já os outros 10 alunos responderam com justificativas ligadas à motivação extrínseca, entre as quais destacamos as seguintes: porque querem viajar, porque quando conseguirem uma bolsa de estudos o inglês será importante ou porque é indispensável hoje em dia; por outro lado, dois alunos responderam que não se sentem motivados, o primeiro deles respondeu “porque é difícil”, e o outro disse: “porque às vezes a aula é muito chata”. Isso mostra que a turma é bastante aplicada, e consideravelmente consciente quanto ao seu aprendizado, seja intrínseca ou extrinsecamente, os alunos gostam da língua, sentem a necessidade de aprender e de usar a língua inicialmente na sala de aula, para posteriormente, terem condições de usá-la em outros contextos. Muito disso, vem do fato das atividades que a professora propõe serem motivadoras, dinâmicas, e pouco enfadonhas, ou seja, ela não centra as suas aulas na gramática para ensinar a língua, pelo contrário, a gramática é o suporte para que os alunos entendam a língua de forma natural, praticando a atividade. Em outro dado da pesquisa, os alunos foram quase unânimes em dizer que gostam das atividades de conversação que o professor propõe: Em relação a esse quesito 21 alunos responderam que sim, que gostam das atividades voltadas para a oralidade, em sua maioria elogiando a professora. Destes, muitos disseram que as atividades são divertidas, em suma, foram bem positivos com relação à postura da
  • 32. 30 mesma e a suas atividades orais; somente um aluno respondeu que gosta apenas das atividades de conversação que entende com maior facilidade. Para “reconquistar” o interesse daqueles que no dia estavam mais inibidos, ela os instigava ao máximo, ia e voltava com as perguntar aos outros alunos, para que depois eles pudessem responder e participar da atividade, mas a respeito dos que não queriam participar de forma alguma, uma aluna apenas que por motivos particulares, não queria participar da atividade em questão, dessa forma fazendo com que a professora a instigasse o quanto podia, o que não surtiu muito efeito, então a professora deu seguimento à aula naturalmente. Este resultado se dá em razão principalmente, pelo modo como a professora age em sala de aula, sua postura de utilizar a língua para explicar a língua, sua dinamicidade, sua facilidade em proporcionar o conteúdo nas atividades e sua metodologia, facilita o aprendizado oral desses alunos, por exemplo: em um dado momento de uma aula, em que o assunto tratava das cores preferidas, a professora ia perguntando em inglês, primeiro, aos que tinham mais facilidade, e em seguida perguntava aos que tinham menos facilidade, para que estes pudessem acompanhar o raciocínio e entender como se responde em inglês. Outro exemplo diz respeito à motivação, pois uma atividade oral proposta pela professora trazia consigo a motivação, dessa forma, na atividade mencionada os alunos tinham que falar frases com adjetivos para as imagens de artistas da atualidade, e, portanto eles acabaram se entusiasmando de forma positiva para com a atividade. Não foi difícil notar no decorrer da pesquisa uma característica muito comum na sala de aula observada, que foi a cultura de speaking nas aulas (THORNBURY apud HARMER, 2007). A professora utilizava a língua alvo em vários momentos da aula, seja nas atividades que propunham oralidade, seja em momentos em que se aplicava a leitura, ou a escrita, ou seja, existe a cultura do speaking em suas aulas, a língua é sempre exercida em sua forma falada, além de podermos comprovar que o contato com o inglês falado na maioria do tempo nas aulas, proporcionava um interesse, uma motivação e um conhecimento eficaz na língua por parte dos alunos, comprovando mais uma vez que a própria presença da oralidade é motivadora para os alunos. As atividades são bem diversificadas, a professora utiliza a conversação predominantemente em forma de diálogos presentes no próprio livro didático;
  • 33. 31 perguntas e respostas com fórmulas situacionais prontas utilizando o conteúdo do dia sejam adjetivos, cores, ou Wh-questions, sempre de uma forma eficaz e contextualizada. Além disso, utiliza personalidades atuais, frases que os alunos conhecem, perguntas e respostas de assuntos já trabalhados para que os alunos falem em inglês e lembrem-se do conteúdo sem parecer forçado, por exemplo, em atividades de soletração como a conhecida How do you spell it, e Singular and Plural. Dessa forma, por a professora apresentar um bom repertório de atividades orais, proporcionadas de forma natural e satisfatórias, torna-se desnecessário colocar em questão possíveis exemplos de atividades de speaking para suas aulas. Com relação à maneira como os alunos se sentem em sala de aula para falar em inglês, ou seja, se eles se sentem a vontade ou não no ambiente da sala; tivemos alguns dados negativos. Porém, a maioria respondeu que se sente a vontade nas aulas, muitos até elogiando a professora quanto a sua postura em relação à liberdade de poder se expressar a despeito de quaisquer erros presentes em sua enunciação. Além disso, foi possível observar no período de pesquisa o quão agradável era o ambiente para que o speaking pudesse acontecer naturalmente, pois a turma já tem a cultura da oralidade em seu cotidiano, em vários momentos, isso facilita o estabelecimento desse ambiente. Outro fator destacado nos questionários pelos alunos foi a correção dos erros, a professora costuma corrigi-los de forma tranquila, sem traumatizá-los linguisticamente, pois o próprio ambiente agradável propicia uma relação sadia e amistosa, que acaba gerando um clima tranquilo para a correção oral; e um outro aspecto que foi possível analisar nos questionários foi a consciência do “arriscar-se na língua” ou o risk taking (GASS; SELINKER,2008), dispositivo fundamental para a instauração dessa habilidade linguística, o que comprova o importante papel desempenhado pela professora em proporcionar tal aprendizado. Por outro lado houve uma quantidade razoável de alunos que responderam que não se sentem a vontade para falar em inglês nas aulas, a maioria pelo fato de se sentir inseguro na língua e não querer se arriscar, para não acabar sendo hostilizado pelos colegas, o que, aliás, é uma justificativa que não encontra ressonância nas aulas de LI, já que aí existe, como expresso anteriormente, uma cultura de oralidade. Esse comportamento, claramente, nos remete à ideia do filtro afetivo e seus aspectos de ansiedade e autoconfiança, pois no contexto pesquisado,
  • 34. 32 onde a oralidade é o foco, isso se torna crucial no aprendizado da língua-alvo, vindo a se revelar, sobretudo, nos comportamentos que culminam com o silêncio/inibição de alguns dos aprendizes. A fim de amenizar o problema do filtro afetivo alto nessa sala de aula, uma alternativa possível à professora para um mais baixo nível do filtro afetivo é a utilização de atividades relaxantes, mais descontraídas, antes das que visam à oralidade para que esses alunos que têm muita ansiedade ou timidez, possam se sentir mais relaxados e confiantes no cumprimento da atividade oral. A questão do barulho foi algo também destacável nas observações, pois a turma em geral é bastante agitada, e inúmeras vezes é preciso chamar a atenção deles e retomar o foco da aula. Fato esse que podemos considerar delicado, no que diz respeito à oralidade, pois em determinadas atividades, a agitação dos alunos se fazia mais presente, dessa forma entendemos que é preciso perceber se tal atividade será bem desenvolvida, sem interrupções e principalmente se o total dos alunos é adequado à atividade em questão. E no contexto pesquisado isso, na realidade, acabava por desanimar em certo ponto alguns alunos que eram mais quietos, pois na maioria das vezes a atividade tinha que ser interrompida e os alunos eram chamados à atenção; então de fato o barulho excessivo feito pela maioria desencadeava um certo incômodo nos mais quietos em relação à atividade oral exercida. Porém nada que seja incomum a crianças dessa faixa etária, e por isso o barulho atrapalhava dependendo da atividade, se era mais dinâmica, mais conversacional, em círculos, e não na aula como um todo, pois de certa forma eles têm consciência de seu comportamento. A seguir analisaremos o quadro que mostra a habilidade linguística que os alunos pesquisados demonstraram ter maior afinidade: Quadro 1: Habilidades linguísticas de língua Inglesa2 READING WRITING SPEAKING LISTENING 2 ALUNOS 7 ALUNOS 12 ALUNOS 6 ALUNOS 2 Obs.: foram 22 alunos pesquisados, porém muitos alunos marcaram mais de uma opção, e por isso o resultado passa dos 22.
  • 35. 33 A partir desses dados apurados, podemos analisar as escolhas dos alunos pesquisados, nos baseando tanto nos questionários quanto nas observações. A turma de forma geral é bastante inteligente, interessada, participativa e tem um bom relacionamento com a professora, são alunos que em sua maioria gostam da língua inglesa, e pelo que foi observado, gostam do aspecto oral da língua, as atividades orais são vistas com bons olhos por eles, o que comprova a tabela acima, mostrando que são alunos motivados a aprender inglês e principalmente a aprender o speaking, e que de fato gostam das atividades, da metodologia e do modo como a professora age nos momentos de oralidade. O writing e o listening tiveram resultados equilibrados, mostrando que muitos gostam dessas habilidades, já o reading mostrou que muitos alunos não estão tão pré-dispostos, talvez por terem dificuldades em ler, ou timidez em ler na sala de aula, que foi o que também observamos em um dado momento da pesquisa. Com isso, podemos dizer que nessa turma do 6 ° Ano do ensino fundamental há a prática do speaking nos diversos momentos em que transcorre a aula, sendo sempre associada a uma das habilidades linguísticas. Reforçando o que já foi dito anteriormente as observações em torno das aulas nos permitiu inferir que a presença de uma cultura de speaking está, de fato, enraizada nessa sala de aula em questão. 4.3 O profissional e a análise de seu trabalho Nesta parte da pesquisa analisaremos o trabalho da professora em questão a partir do questionário respondido pela mesma, bem como do que foi observado. Seu nível de conhecimento na língua, segundo ela, é bom; porém com as observações podemos dizer que a profissional em questão é proficiente, pois já morou na Inglaterra, e tem uma grande experiência tanto de ensino, quanto de língua, experiência que pode ser vista ao longo de seu trabalho em sala de aula. Assim, avaliamos o conhecimento linguístico da profissional pesquisada como alto. Assim como foi observado, muitos alunos se interessam pela língua, entretanto, outros não demonstram tanto interesse, o que de acordo com a professora dá-se em virtude da ausência de conhecimentos básicos na língua-alvo, algo que ,segundo ela, acaba dificultando a aprendizagem e a instauração da motivação. De fato pudemos perceber isso nas observações, nas quais foi possível verificar que nem todos os alunos são eficazes na comunicação da língua-alvo, fato
  • 36. 34 comum, pois todas as turmas são heterogêneas, e por isso esses alunos têm uma certa resistência, não dando a devida importância à atividade em determinados momentos. Seu grande número de atividades orais, como já foi discutido, é bastante diversificado, e, além disso, muito contextual, pois a professora sempre usa a realidade de seus alunos para promover tais atividades, por exemplo, com perguntas e respostas em que ela pergunta e os alunos respondem ou vice versa; seu ensino é de fato bastante contextualizado quando se trata de oralidade. A professora enxerga positivamente, o papel da oralidade em sua turma, ela fez questão de salientar no questionário que o speaking, além de proporcionar um grau de amadurecimento na aprendizagem, seus alunos se sentem também mais motivados e confiantes na língua. Isso reforça mais ainda o que foi pontuado anteriormente, que a própria presença de oralidade, traz a motivação, o interesse e até a confiança para o aprendiz, pois ele acaba enxergando a aula como algo mais proveitoso, mais significativo quando há atividades orais. Ao ser indagada sobre como a turma recebe as atividades de speaking, ela é enfática em dizer que “a maioria dos alunos têm resistência para falar ou ler. Mas há, felizmente, aqueles que participam”. De acordo com o que foi visto nos questionários e nas observações, muitos dos alunos gostam das atividades, sendo estes os que mais participam, por outro lado existem, é claro, os que não participam tanto, pois como a professora afirmou em outro questionamento, nem sempre a turma está com o “humor” adequado para atividades orais e, portanto estabelecem uma resistência. De forma geral a turma tem motivação para aprender o speaking, porém a professora salienta que depende do “humor” da sala, ou do dia em questão, pois nos últimos horários fica mais complicado motivá-los para tais atividades. Visto que muitos alunos tem a motivação intrínseca, outros por fatores externos, e outros que não as têm. A turma, durante as observações, pareceu bastante interessada, de forma geral, nas atividades orais e sempre animada, porém, é importante mencionar que foram observadas apenas 10 aulas e, portanto muito do comportamento dos alunos pode ser diferente no decorrer de todo um período letivo. A partir disso, podemos dizer que essa turma gosta do inglês e das atividades orais, dadas as devidas exceções; alguns apresentam a motivação intrínseca, já outros dependem de mobilizações exteriores. Em suma, ao longo dessa análise foi possível perceber
  • 37. 35 que a professora proporciona um speaking de qualidade aos seus alunos, sempre de forma contextualizada e significativa.
  • 38. 36 5 CONSIDERAÇÔES FINAIS Trabalhar com a oralidade em sala de aula é, sem dúvida, um desafio para o professor, tornando-se algo decisivo para o processo de aprendizagem efetivo da língua Inglesa pelo aluno, pois não há nada mais coerente do que a utilização significativa da língua-alvo que se está aprendendo em sala de aula, instância primeira para a prática comunicativa em LI. Assim, por entender que sua presença representa um momento delicado no processo de ensinar e aprender línguas estrangeiras, torna-se necessário, ao longo desse trabalho, o reconhecimento dos muitos fatores afetivos que estão em jogo, entre os quais se destacam: a motivação/desmotivação, os quais convertem-se como algo decisivo na aprendizagem desse aluno. Diante dessa constatação faz-se necessário destacar os ganhos linguísticos que a oralidade vai exercer no aprendiz de língua Inglesa e o quanto ela será útil em sua vida nas mais variadas instâncias. Assim, essa aprendizagem deverá vir sempre acompanhada de um viés motivador em que o speaking no aluno seja trabalhado com a funcionalidade e relevância comunicativa intrínsecas às línguas naturais. Para tanto, é preciso que o aprendiz esteja motivado, sendo este, portanto, o dispositivo determinante para que ele sinta-se confiante para se lançar na aprendizagem e consolidar a língua-alvo. Dessa forma, tanto a pesquisa realizada quanto o referencial teórico trouxeram aspectos positivos quanto aos objetivos do trabalho, pois foi possível discutir o que deve ser feito para tentar solucionar os elementos desmotivantes, bem como, indicar sua causa e consequência e buscar uma reflexão para o trabalho docente a respeito da importância da oralidade. A pesquisa em si foi muito satisfatória, pois nessa sala de aula, houve poucos aspectos desmotivantes, como a questão do barulho, que deixava os alunos mais quietos sem muita vontade de exercer as atividades orais, além de atrapalhá-los; dessa forma a professora precisava gerenciar a sua sala de aula para que os alunos retomassem a atenção. Nesse momento esses alunos ficavam mais desencorajados com o restante da atividade. E o outro aspecto relacionado à desmotivação foram os fatores afetivos, como ansiedade, e autoconfiança que estavam muito presentes nas atividades orais, pois nem todos os alunos participavam efetivamente, apesar de gostarem das atividades que a professora propunha.
  • 39. 37 Entretanto, esses aspectos nada prejudicaram na forma como o speaking se realizava nesta sala de aula, os alunos em sua maioria elogiaram a professora e suas atividades, mostraram que são alunos que gostam da língua Inglesa, e que a maioria tem motivação para a prática da língua. Foi possível detectar que alguns aprendizes se voltam para uma perspectiva de aprendizagem intrínseca, outros se identificam com uma perspectiva extrínseca, e poucos são aqueles que não gostam do speaking ou que têm dificuldade para exercê-lo. Esses mesmos alunos, porém, demonstraram em suas respostas ao questionário que a professora os motiva, sabe a hora e a forma certa de corrigi-los na parte oral e que também lhes dá liberdade na língua, como: “falar em inglês na hora da atividade e em outros momentos da aula”; “poder se expressar, mesmo que erre e poder perguntar tudo relacionado à língua e sua parte oral”. Outro fator que foi muito positivo para a pesquisa, foi um aspecto teórico presente na turma investigada: a cultura de speaking nas aulas. Percebeu-se que a professora já vem utilizando a língua desde o inicio do processo, ou seja, existe uma cultura de oralidade em suas aulas, aspecto esse muito importante para a boa aprendizagem oral. De uma forma geral a pesquisa foi muito positiva, uma vez que trouxe parâmetros que demostraram que é possível trabalhar a oralidade em sala de aula e que apesar de ser um desafio para o professor, ela deve converter-se como algo significativo para o aluno, sempre em conjunto com as outras habilidades linguísticas e acompanhada da motivação. Assim, o trabalho deixa uma perspectiva de ampliação em estudos posteriores, pois o que é mais enfático na investigação é a presença de aspectos afetivos no aprendizado de oralidade, aspectos que por si sós já dão margem a uma sucessão de outros trabalhos. Desse modo, por entender a complexidade dos aspectos aqui abordados se faz necessária uma gama de pesquisas futuras para um melhor entendimento nesses aspectos e sua relação com a oralidade. Além disso, é importante salientar que o trabalho poderá contribuir com uma perspectiva positiva na área de ensinos de línguas, pois mostra o quanto é relevante trabalhar com a oralidade em sala de aula, sempre acompanhada da motivação; além do fato de que o speaking, ele próprio já é motivador para o aluno, proporcionando-lhe uma visão mais ampla acerca da língua-alvo e de sua consequente expressão oral.
  • 40. 38 REFERÊNCIAS BESSA, Rerisson. Motivação, o que é, e como funciona?. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/motivacao-o-que-e-e-como- funciona/23017/>. Acesso em: 01 Ago. 2011. BOHN, Hilário Inácio; VANDRESEN, Paulino. Tópicos de Linguística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Editora da UFSC, 1988. p. 54-57. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998. CELCE-MURCIA, M.;OSHTAIN,E. Discourse and context in Language Teaching: a guide for language teachers.Cambridge,UK.CUP,2000. COSTA, Daniel N. Martins da. Por que ensinar língua estrangeira na escola de 1° grau. São Paulo: EPU, EDUC, 1987. p. 32. GOH, Christine C. M. O ensino da conversação na sala de aula. Tradução de Rosana S. R. Cruz Gouveia. São Paulo: Special Book Services Livraria, 2008. GASS, Susan M.; SELINKER, Larry. Second Language Acquisition: an Introductory Course. 3 ed. New York: Routledge, 2008. HARMER, Jeremy. How to teach english. England: Longman, 2007. HAUSMANN, Elisa Probst; MARTINELLI, Diva Rangel. Falar inglês é difícil?. Disponível em: <proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/viewPDFInterstitial/830/860+Falar+ing lês+é+difícil>. Acesso em: 25 Jul. 2011. KRASHEN, Stephen D. Input hypothesis: issues and implications. London: Longman, 1985. KRASHEN, Stephen D. Principles and practice in second language acquisition. California: University of Southern California, 1982. PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. SCHÜTZ, Ricardo. Assimilação natural x estudo formal. Disponível em: <http://www.sk.com.br/sk-laxll.html>. Acesso em: 18 Abr. 2011. SHUMIN, Kang. Factors to consider: developing adult EFL students´ speaking abilities. In: RICHARDS, Jack C.; RENANDYA, Willy A. Methodology in language teaching : An Anthology of current practice. Cambridge: University press, 2002. p. 205.
  • 41. 39 SOUZA, Melissa Lima de. Assimilação natural e estudo formal de língua inglesa na escola. Disponível em: <www.fama.br/revista/letras/images/stories/artigos/artigo%2520melissa%2520revisa do%2520-%2520estudo%2520formal%2520da%2520lngua%2520inglesa.pdf>. Acesso em: 18 Abr. 2011. SCHMIDT, Richard; WATANABE, Yuichi. Motivation, strategy use, and pedagogical preferences in foreign language learning. In: DÖRNYEI, Zoltán; SCHMIDT, Richard. Motivation and second language acquisition. Hawai: University of Hawai Press, 2002. p. 315 e 348.
  • 42. 40 APÊNDICE UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEDC XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ/BA CURSO DE LICENCIATURA EM LINGUA INGLESA E LITERATURAS Questionário - Aluno 1°)Você gosta de estudar inglês? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 2°) Você pratica alguma atividade de conversação em sala de aula? ___________________________________________________________________ __________________________________________________________ 3°) Você se sente motivado a aprender a falar em inglês nas aulas? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 4°) Você gosta das atividades de conversação que o professor propõe? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 5°) Você se sente a vontade para falar inglês na sala de aula? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 6°) Você tem contato com a língua inglesa fora da sala de aula? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 7°) Qual habilidade linguística da língua inglesa você prefere? Reading (Leitura) ( ) Writing (Escrita) ( ) Speaking (Fala) ( ) Listening (Audição) ( )
  • 43. 41 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEDC XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ/BA CURSO DE LICENCIATURA EM LINGUA INGLESA E LITERATURAS Questionário - Professor 1°) Como você avalia o seu nível de proficiência? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2°) Qual o nível de interesse da turma em relação à aprendizagem de Língua Inglesa? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3°) Você desenvolve atividades de speaking em sala? Justifique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4°) Qual o papel do desenvolvimento da oralidade de LI em sua turma? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5º) Como a turma recebe as atividades de speaking? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6°) A turma se sente motivada a aprender speaking nas aulas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________