Este documento resume a segunda sessão de um curso sobre bibliotecas escolares. Os objetivos foram definir o conceito de biblioteca escolar no contexto da mudança, perspectivar práticas adequadas e entender o valor da avaliação na gestão da mudança. Os participantes leram textos obrigatórios e facultativos e completaram tarefas analisando como a mudança afeta bibliotecas escolares ou desenhando planos de ação. A maioria dos participantes abordou adequadamente os conceitos-chave, como a integração da
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Biblioteca Escolar Mudança
1. Síntese da Sessão 2
Foram objectivos desta sessão:
Definir e entender o conceito de biblioteca escolar no contexto da mudança.
Perspectivar práticas adequadas a estes novos contextos.
Entender o valor e o papel da avaliação na gestão da mudança.
Foram leituras obrigatórias:
- Texto da sessão, disponibilizado na plataforma.
APRENDIZAGEM NA ESCOLA DA ERA DA INFORMAÇÃO: OPORTUNIDADES,RESULTADOS E CAMINHOS
POSSÍVEIS. Todd, Ross (2003). Disponível em http://www.dgidc.min-
edu.pt/revista_noesis/Documents/Revista%20Noesis/Noesis%2082/dossier.quest%C3%B5es_e_raz%C3
%B5es.82.pdf. [Acedido a 13 de Outubro de 2010].
A Biblioteca Escolar 2.0: novas funções para o professor bibliotecário Cardoso, Ana Amélia (2009).
Disponível na plataforma.
E sugeridas como leituras facultativas:
- Texto: Transitions for preferred futures of school libraries…. Todd (2001). Disponível em:
http://www.iasl-online.org/events/conf/virtualpaper2001.html. [Acedido a 13 de Outubro de 2010].
Texto: Reframing the Library Media Specialist as a Learning Specialist. Zmuda A. Harada V. (2008).
Disponível em: http://www.schoollibrarymedia.com/articles/Zmuda&Harada2008v24nn8p42.html
[Acedido a 13 de Outubro de 2010].
- Texto: El profesional de la información en los contextos educativos de la sociedad del aprendizaje:
espacios y competencias, Tarragó, Nancy Sánchez (2005). Disponível em:
http://mail.udgvirtual.udg.mx/biblioteca/html/123456789/433/aci02_05.htm. [Acedido a 13 de
Outubro de 2010].
- Texto: Where Does Your Authority Come From?
Empowering the Library Media Specialist as a True Partner in Student Achievement. ZMUDA (2006).
Disponível em: http://www.schoollibrarymedia.com/articles/Zmuda2006v23n1p19.html. [Acedido a 13
de Outubro de 2010].
2. - Texto: Impact as a 21st-Century Library Media Specialist. CREIGHTON. (2008). Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/24544857/Impact-as-a-21st-Century-Library-Media-Specialist. [Acedido a
13 de Outubro de 2010].
As tarefas propostas consistiram:
Numa primeira opção, com base no fornecimento de uma tabela matriz e partindo da leitura dos textos
obrigatórios e dos conhecimentos prévios dos formandos enquanto PROFESSORES BIBLIOTECÁRIOS, foi-
lhes solicitado que partindo da leitura dos textos fornecidos e do conhecimento da biblioteca escolar
que dirige, identifique as áreas/ domínios que são afectados pela mudança, perspectivando as
oportunidades, constrangimentos e desafios principais que o professor bibliotecário e a BE enfrentam
no contexto da mudança.
A segunda opção solicitava aos formandos que, após identificarem as problemáticas associadas ao
trabalho da sua biblioteca escolar implicadas na mudança, construíssem um plano de
acção direccionado à escola (direcção, departamentos/ professores) em que comunique a necessidade
de mudar práticas e as acções que é preciso implementar.
O plano devia descrever:
- A situação actual da BE;
- As problemáticas identificadas;
- O planeamento das acções que é necessário implementar.
Realização das tarefas:
Em relação à realização das tarefas, podemos considerar que esta turma está de parabéns.
Participaram com pontualidade na unidade, com excepção da Maria Cristina Rosa que não
publicou qualquer participação. Elaboraram a sua tabela matriz (Fórum 1) 17 formandos e os
restante 2 formandos elaboraram o plano de acção (Fórum 2).
A realização desta tarefa (em qualquer das duas opções) apontava para o exercício de uma
análise às oportunidades, constrangimentos e desafios principais à biblioteca da sua escola nas
áreas/ domínios que são afectados pela mudança e verificámos que houve um número de
formandos que ainda demonstrou alguma dificuldade na aplicação destes conceitos. Esse facto
permite-nos inferir que as leituras dos textos não foram feitas com o aprofundamento
desejável, pois muitas das participações baseia-se em considerações do senso comum, não
revelando a preocupação de incorporar uma perspectiva transformativa da “biblioteca que
3. temos” sobretudo na intervenção pedagógica da biblioteca escolar e consequente impacto na
qualidade das aprendizagens através da interacção dos alunos com a informação e subsequente
transformação gerada pela intervenção pedagógica. (Ross Todd)
Gerir é uma das palavras-chave dos textos, e é segundo a definição mais corrente, a arte de
conduzir uma organização ou serviço com vista ao cumprimento da sua missão e à prossecução
dos seus objectivos. Por isso, organizar e gerir os serviços de biblioteca exige do professor
bibliotecário práticas capazes de fazer a diferença e influenciar o sucesso da BE. É necessário
estabelecer prioridades, delinear estratégias, planear, executar programas e políticas e, ainda
organizar recursos humanos e materiais. Contudo, para que o planeamento seja o mais eficaz
possível é necessário, em primeiro lugar, fazer o diagnóstico. Não devemos basear o
diagnóstico em impressões ou sensações, mas sim em ferramentas de gestão.
Parece-nos assim importante começar por algum enquadramento utilizando como exemplo
uma ferramenta de gestão denominada análise SWOT, que se revela essencial no diagnóstico
da situação actual da BE, para poder perspectivar um Plano de Acção (de Desenvolvimento ou
Estratégico).
A análise de diferentes situações obriga-nos a recorrer a instrumentos diferenciados, a análise
SWOT é um desses instrumentos que se aplica em momentos de (re)definição das estratégias
organizacionais. SWOT é um termo inglês construído com as iniciais de “Strenghts” (Forças),
“Weakeness” (Fraquezas), “Opportunities” (Oportunidades) e Threats “Ameaças”. A clarificação
dos conceitos é essencial para um bom entendimento desta ferramenta e sucesso na sua
aplicação.
- As Forças (Strenghts) são os pontos positivos que caracterizam internamente uma
organização e que lhe permitem desenvolver a sua actividade com sucesso;
- As Fraquezas (Weakeness) são os pontos que necessitam de melhoria associados ao
funcionamento interno da organização, que interessa eliminar ou reduzir;
- As Oportunidades (Opportunities) são os aspectos exteriores à organização, sobre os quais ela
não tem influência directa, mas que se traduzem em factores positivos que interessa aproveitar
e potencializar em favor do sucesso da organização;
4. - As Ameaças (Threats ) são os factores negativos externos à organização, os quais interessa
conhecer para prevenir, anular ou mesmo contrariar, convertendo-os em oportunidades,
sempre que possível.
A análise SWOT integra-se numa prática do planeamento estratégico, essencial à boa gestão da
biblioteca escolar. Os professores bibliotecários devem agir como verdadeiros estrategas,
gestores e líderes de modo a ir transformando as ameaças possíveis em oportunidades de
desenvolvimento da biblioteca escolar e da promoção do sucesso das aprendizagens dos
alunos.
Outra questão essencial, e que nos parece pouco explorada no geral, é a gestão integrada da BE
no seio do Agrupamento (no caso das escolas agrupadas). De facto, neste momento é a
Unidade Orgânica que é objecto da gestão administrativa e pedagógica e é nessa linha que
deve também ser gerida a BE (recursos humanos e materiais, políticas de leitura, de formação
de utilizadores, de literacia da informação, etc.).
Considerem-nas como pistas para reflexões futuras…
Síntese do preenchimento das Tabelas:
Apesar de muitas vezes as referências serem inseridas em áreas e categorias diferentes, devido
à pouca segurança na aplicação dos conceitos anteriormente abordados, os aspectos mais
insistentemente assinalados, no que diz respeito aos aspectos críticos referenciados na
literatura, foram:
- O tipo e nível de conhecimentos, competências e atitudes do coordenador da BE;
- A integração da BE na escola e no desenvolvimento curricular através de um trabalho
colaborativo com os docentes e órgãos de gestão pedagógica
O desenvolvimento de programas eficazes de promoção da leitura e de literacia de
informação, em ligação com o currículo;
A assumpção da BE como um espaço formativo orientado para o sucesso educativo, a
melhoria das aprendizagens e a construção do conhecimento;
A existência de condições de espaço/tempo para uma boa utilização da biblioteca;
A qualidade, quantidade, variedade e adequação e os sistemas de optimização e
rentabilização dos recursos documentais, designadamente através do desenvolvimento de
5. bibliotecas digitais e de um maior aproveitamento das potencialidades do trabalho em rede e
da Web2.0 (muito pontualmente);
A recolha de evidências para aferição da eficácia e impactos da BE junto do público-alvo nos
diferentes domínios da sua intervenção.
Como principais oportunidades salientamos, entre outros:
A existência de um professor-bibliotecário a tempo inteiro, com um claro perfil de liderança,
que se assuma como motor da necessária mudança na escola, em colaboração com os órgãos
de gestão da escola, coadjuvado por uma equipa que o auxilie no estabelecimento de “pontes”
com os departamentos curriculares:
A institucionalização da BE através da sua “visibilidade” nos documentos estruturantes da
escola /agrupamento e da presença do coordenador no órgão máximo de gestão pedagógica, o
CP;
O apoio incondicional dos órgãos de gestão da escola;
Existência de políticas de Gestão Documental, de Literacia da Informação e de Promoção da
Leitura para o agrupamento;
Práticas baseadas em recolha de evidências.
Como principais constrangimentos a vencer evidenciamos, entre outros:
Poucas práticas de avaliação sistemática e continuada como parte de todo o processo, não
como um trabalho acrescido que “impossibilita” a realização de outras actividades.
A pouca importância atribuída à BE como factor determinante na qualidade das
aprendizagens realizadas pelos alunos e no desenvolvimento de competências para uma
aprendizagem ao longo da vida.
Inexistência de práticas de trabalho colaborativo entre docentes, que se estende ao trabalho
com o professor bibliotecário.
A ideia de que a documentação escrita não serve para nada, a não ser para dar trabalho.
Como principais desafios/ acções prioritárias a implementar apontamos, entre outras:
Melhorar condições de estabilidade e trabalho das equipas;
Maior investimento na formação dos PB, das equipas, dos docentes e dos utilizadores, em
geral;
6. Aumentar diálogo com os órgãos de gestão;
Melhoria da articulação curricular e do apoio dado aos utilizadores, designadamente no
âmbito das ACND e da integração da literacia de informação nos programas da biblioteca
escolar;
Aposta mais forte em novos ambientes virtuais de aprendizagem e recursos de informação
digitais;
Desenvolvimento de políticas de gestão de colecções que definam uma verba anual para a
biblioteca, esclareçam procedimentos e explorem o trabalho em rede e uma maior partilha de
recursos;
Reforço do trabalho colaborativo com os outros parceiros (internos e externos);
Aprofundamento do trabalho em torno da recolha de evidências, aplicando o modelo de
auto-avaliação, envolvendo mais os utilizadores na avaliação do desempenho dos serviços da
biblioteca e no seu impacto nas aprendizagens dos alunos.
Promover o acesso a/proporcionar formação aos docentes sobre o papel da BE no
desenvolvimento curricular e a importância de alterar “estilos e métodos” de ensino
aprendizagem para os adequar às necessidades dos cidadãos do séc. XXI;
Integrar a BE na documentação de referência da escola/agrupamento, prevendo o assento do
coordenador em CP;
Institucionalizar práticas de trabalho colaborativo, criando espaços/tempos comuns que
possibilitem a planificação conjunta entre docentes e BE;
Promover o debate de ideias e conceitos que conduzam à formalização de políticas claras de
promoção da leitura e de desenvolvimento das literacias que orientem as práticas de todos os
docentes da escola/agrupamento e que sejam claras para a comunidade envolvente.
Os que mais se aproximaram da tarefa solicitada foram os contributos dos formandos Anabela
Valentim, Ana Paula Rodrigues e Abílio Pires.
Em relação aos Planos de Acção apresentados pelas 2 formandas, parece-nos essenciais que
sejam revistos de acordo com esta proposta de check-list “SMART Actions Plans” que
determina que as características para as acções de melhoria dos bons planos de acção são
serem:
Specific (precisa, específica: o quê, onde, quando e como a acção de melhoria vai ocorrer);
7. Measurable (mensurável: possível de quantificar e demonstrar que a melhoria ocorreu);
Achievable (exequível com os recursos de que se dispõe);
Realistic (realista: melhoria que se reflecte nos pontos chave em causa);
Time-bound (balizada no tempo: prever o intervalo de tempo em que a melhoria deve ocorrer).
O que mais se aproximou da tarefa solicitada foi o da formanda Teresa Gonçalves.
Felicitamos o conjunto da turma pelo trabalho desenvolvido e desejamos a todos a continuação
de um bom trabalho!
As formadoras
Júlia e Margarida