Este documento discute vários tópicos relacionados à crise ambiental global, incluindo o modelo IPAT para medir impacto ambiental, o paradoxo de Jevons e externalidades econômicas. O documento também aborda a obsolescência programada, ecoeficiência, dumping ambiental e os limites do crescimento com base no relatório "Os Limites do Crescimento".
2. Texto Base
Bursztyn, Marcel; Bursztyn,
Maria Augusta.
Fundamentos de política e
gestão ambiental: os
caminhos para a
sustentabilidade,
Rio de Janeiro: Garamond
(2013). Capítulo 7.
A Crise ambiental global.
(p. 277-316)
5. Obsolescência Programada
Escolha de materiais menos duráveis
Impossibilidade de conserto
• Descartáveis
• Assistência técnica descontinuada
• Conserto mais caro que uma unidade nova
Obsolescência sistêmica
• Incompatibilidade com outros equipamentos, serviços e
acessórios
Paralização automática após tempo de vida
Obsolescência de estilo
Orbach, Barak (2004). "The Durapolist Puzzle: Monopoly Power in Durable-Goods Market". Yale Journal on Regulation,
vol. 21, pp. 67–118
Bulow, Jeremy (November 1986). "An Economic Theory of Planned Obsolescence". The Quarterly Journal of Economics.
Oxford University Press. 101 (4): 729–749.
6. Ecoeficiência
Razão entre
• o benefício adicionado do que foi produzido
• o impacto ambiental do produto ou serviço
Aspectos
• Intensidade de matéria prima e energia para
produção
• Gasto de energia ao usar o produto
• Dispersão de materiais tóxicos
• Durabilidade (tempo e intensidade)
• Potencial de reciclagem
• Biodegradabilidade
World Business Council for Sustainable Development. (2000, August). Eco-efficiency: Creating more with less.
Yadong, Y (2013). "Eco-efficiency trends in china, 1978-2010: decoupling environmental pressure from
economic growth". Ecological Indicators. 24: 177–184
7. Dumping Ambiental
Exportar impactos ambientais para outros
países com regulação menos rigorosa
Exemplos:
• Indústrias poluentes
• Atividades degradadoras dos recursos naturais
o Desmatamento
o Mineração
• Resíduos sólidos
10. LUCAS JR., Robert E. (2004) The Industrial Revolution: Past and Future. 2003 Annual Report Essay. At:
https://www.minneapolisfed.org/publications/the-region/the-industrial-revolution-past-and-future
População Mundial e Produção
População(milhões),Produção(bilhõesdeUS$de1986)
11. Impacto
Ambiental
Afluência
por pessoa
Número de
pessoas
Efeito
ambiental das
tecnologias
Ehrlich, Paul R.; Holdren, John P. (1971). "Impact of Population Growth". Science. American Association for the
Advancement of Science. 171 (3977): 1212–1217.
Barry Commoner (May 1972). "A Bulletin Dialogue: on "The Closing Circle" - Response". Bulletin of the Atomic
Scientists. 28(5): 17, 42–56. —— Ehrlich, P.R.; Holdren, J.P (May 1972). "A Bulletin Dialogue: on "The Closing Circle"
- Critique". Bulletin of the Atomic Scientists. 28 (5): 16, 18–27.
14. I = P1A1T1+ P2A2T2 + P3A3T3
Países Desenvolvidos Emergentes Pobres
População Estável Estabilizando Crescente
Consumo Alta Crescente Baixo
Tecnologia Limpa e eficiente Suja Ineficiente
15. Aplicação do IPAT para energia
consumo de
energia
população PIB
per capita
energia utilizada
por $ de atividade
econômica
PIB
Huesemann, Michael H. "The limits of technological solutions to sustainable
development." Clean Technologies and Environmental Policy 5, no. 1 (2003): 21-34.
16. EHRLICH, Paul R.; KAREIVA, Peter M.; DAILY, Gretchen C. Securing natural capital and
expanding equity to rescale civilization. Nature, v. 486, n. 7401, p. 68-73, 2012.
População (bilhões)
Energia per capita (kW)
Consumo total de energia (TW)
17. Huesemann, Michael H. "The limits of
technological solutions to sustainable
development." Clean Technologies and
Environmental Policy 5, no. 1 (2003): 21-34.
Mudanças previstas no
total de impacto
ambiental (I) do
consumo de energia, de
acordo com a equação
IPAT, assumindo um
crescimento do PIB de
2,5% per capita e a
melhoria máxima na
ecoeficiência (T) por um
fator de 2 dentro de 25
anos
Tamanho da Economia (PIB = PA)
Ecoeficiência (T)
Impacto Ambiental (I)
MagnitudeRelativa
Tempo (anos)
18. IPAT e Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE)
Tol, R. S. (2013). How to solve the climate problem? Robert Schuman Centre for Advanced Studies: Policy Papers, 26.
19. Aplicação do IPAT para GEE no Brasil
Almeida, C. M. V. B.; Giannetti, B. F., Bonilla, S. H. Desenvolvimento e Sustentabilidade. UNIP.
20. Almeida, C. M. V. B.; Giannetti, B. F., Bonilla, S. H. Desenvolvimento e Sustentabilidade. UNIP.
21. Limitações do IPAT
Não considera interação entre os fatores
• Exemplo: Paradoxo de Jevons
Não considera impactos humanos positivos, como
conservação e restauração
Desconsidera contexto político e social
• Relações de poder
• Valores culturais
Alcott, B. (2010). "Impact caps: Why population, affluence and technology strategies should be abandoned". Journal of
Cleaner Production. 18 (6): 552–560.
Moseley, William; Perramond, Eric; Hapke, Holly; Laris, Paul (2014). An Introduction to Human-Environment Geography:
Local Dynamics and Global Processes. Hoboken, NJ: Wiley Blackwell. pp. 241–242.
23. Paradoxo de Jevons
Efeito Rebote – Postulado de Khazoom-Brookes
1º - Aumento da eficiência no uso de um recurso
• Inovação produtiva
• Política pública
2º - Produtos ficam mais baratos
3º - Sobra capital para os consumidores
4º - Efeito rebote
• Microeconômico: Gera aumento no consumo
Direto: mesmo produto
Indireto: outros produtos
• Macroeconômico: Acelera crescimento econômico
Aceleração da demanda por recursos
Jevons, William Stanley (1866). "VII". The Coal Question (2nd ed.). London: Macmillan and Company. OCLC 464772008
Alcott, Blake (2008). "Historical Overview of the Jevons paradox in the Literature". In JM Polimeni; K Mayumi; M Giampietro. The Jevons
Paradox and the Myth of Resource Efficiency Improvements. Earthscan. pp. 7–78. ISBN 978-1-84407-462-4.
Saunders, Harry (1992). "The Khazzom-Brookes Postulate and Neoclassical Growth". Energy Journal. 13 (4): 131–148.
24. Vives-Rego, J., Uson, E. and Fumadó, J., 2015. Passive designed buildings for active citizens became schools
of sustainability: A proposal for sustainable architecture. Journal of Green Building, 10(1), pp.85-96.
Efeitos Microeconômicos do Paradoxo de Jevons
Efeito indireto
Efeito direto
Energia
consumida
Carro mais
eficiente
Menos energia
Menor custo
por
deslocamento
Dirigindo mais
longe e com
mais frequência
Menos gastos
com gasolina
Férias no
exterior
Mais energia
Mais energia
25. Esses carros são tão
eficientes que todo mundo
dirige para todo lugar hoje
em dia
Paradoxo de
Jevons
https://www.sketchplanations.com/post/180715615931/jevons-paradox-word-on-the-street-is-that-back
26. Paradoxo de Jevons
Trens que consomem menos energia
aumentaram a quantidade de trens durante a
revolução industrial
Taxa de esgotamento das reservas de carvão
acelerou após aumento na eficiência dos veículos
Crescimento econômico geral aumentou a
demanda por outros recursos naturais
Jevons, William Stanley (1866). "VII". The Coal Question (2nd ed.). London: Macmillan and Company. OCLC 464772008
Alcott, Blake (2008). "Historical Overview of the Jevons paradox in the Literature". In JM Polimeni; K Mayumi; M
Giampietro. The Jevons Paradox and the Myth of Resource Efficiency Improvements. Earthscan. pp. 7–78.
Saunders, Harry (1992). "The Khazzom-Brookes Postulate and Neoclassical Growth". Energy Journal. 13 (4): 131–148.
27. Custo do
combustível
Efeitos Microeconômicos do
Paradoxo de Jevons
Viagens
Demanda
inelástica
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:InelasticDemand.svg
10 12,5
Custo do Combustível
X
Viagens
permanece constante
29. Eficiência da iluminação
Preço dos serviços de
iluminação
Consumo total de
eletricidade para iluminação
Alex B. (2017). The lightning Pardox.
https://medium.com/@bergealex4/the-lightning-paradox-f15ce0e8e374
Paradoxo de Jevons
30. Como escapar do Paradoxo de Jevons?
Sustentabilidade não será alcançada somente
por melhorias tecnológicas, mas precisa de
mudanças institucionais e comportamentais
Exemplos:
• Aumentar taxas para conter o consumo
• Direcionar sobra de capital para restauração dos
recursos naturais
Giampietro, M. and Mayumi, K., 2018. Unraveling the Complexity of the Jevons Paradox: The Link
Between Innovation, Efficiency, and Sustainability. Frontiers in Energy Research, 6, p.26.
Wackernagel, Mathis; Rees, William (1997). "Perceptual and structural barriers to investing in natural
capital: economics from an ecological footprint perspective". Ecological Economics. 20 (3): 3–24.
Bindewald, E. (2013). "An R of sustainability that can tame the "conundrum"". PeerJ PrePrints: 1:e46v1.
32. Externalidades
É um custo que afeta alguém que não escolheu
pagar por isso.
• Exemplo: consumidores de uma água poluída por uma
indústria
Políticas para internalizar as externalidades
• Poluidor pagador
• Atribuir direitos
o Exemplo: consumidores têm direito de ter água limpa
o Possibilidade de indenização ou venda dos direitos
Pigou, A. C. (1920). The Economics of Welfare. London: Macmillan
34. Externalidades
Consumidor Produtor
Negativa
Externalidade negativa pelo
consumo
Externalidade negativa pela
produção
Positiva
Externalidade positiva pelo
consumo
Externalidade positiva pela
produção
• Externalidades de consumo:
– Fumantes passivos
– Poluição sonora causada por vizinhos
– Internalização por políticas públicas
• Consumidor pagador
• Externalidades positivas
– Alguém se beneficia sem pagar (Free Rider)
– Exemplo: indivíduo não se vacina, mas se beneficia do
restante da população ter se vacinado
– Atrapalha alocação ótima e causa imperfeições de mercado
35. Taxação Pigoviana
Taxa extra para compensar externalidade
(impactos socioambientais não inclusos no preço)
Exemplo: Impostos sobre o cigarro para compensar
custos na saúde
Base conceitual para eco-taxas
Pode corrigir imperfeições de mercado
Críticas:
• Lobby político das empresas taxadas
• Gera dumping ambiental: migração de empresas poluidoras
para países sem eco-taxas
Sandmo, Agnar (2008). "Pigouvian taxes," The New Palgrave Dictionary of Economics, 2nd Edition.
Tietenberg, T. H. (1974-06-01). "On Taxation and the Control of Externalities: Comment". The American Economic Review. 64 (3): 462–466.
Baumol, William J. (1974-06-01). "On Taxation and the Control of Externalities: Reply". The American Economic Review. 64 (3): 472.
Barthold, Thomas A. (1994). "Issues in the Design of Environmental Excise Taxes," The Journal of Economic Perspectives, 8(1): 133–151.
36. Subsídio Pigoviano
Estímulo econômico para impulsionar
externalidades positivas
Exemplos:
Vacinas gratuitas ou mais baratas, para
diminuir gastos no sistema de saúde
posteriormente
Empréstimos subsidiados para melhoria de
ecoeficiência de sistemas produtivos
Turvey, Ralph (1963). "On Divergences between Social Cost and Private Cost",
Economica, N.S., 30(119), pp. 309–313
37. Crítica ao conceito de Externalidades
Economia e Ecossistemas não são um jogo de soma zero
• Não é possível compensar todas as externalidades por
internalidades
Dificuldade de incorporar externalidades para as
gerações futuras
Externalidade não é por ignorância da política
econômica, mas intencional por relações de poder e
dominação
• Só pode ser corrigida alterando os valores sociais e o próprio
sistema econômico
Kapp, Karl William (1963) The Social Costs of Business Enterprise. Bombay/London, Asia Publishing House.
Kapp, Karl William (1971) Social costs, neo-classical economics and environmental planning. The Social Costs of
Business Enterprise, 3rd edition. K. W. Kapp. Nottingham, Spokesman: 305–18
Martinez-Alier, Joan (2002) The Environmentalism of the Poor: A Study of Ecological Conflicts and Valuation.
Cheltenham, Edward Elgar
39. Limites do Crescimento
Clube de Roma (1972)
Fatores:
• População
• Produção agrícola
• Recursos naturais
• Produção Industrial
• Poluição
Meadows, D.H., Meadows, D.H., Randers, J. and Behrens III, W.W., 1972.
The limits to growth: a report to the club of Rome (1972).
40. Modelo do relatório
“Limites do
Crescimento”
(Clube de Roma, 1972)
Meadows, D.H., Meadows, D.H., Randers, J. and Behrens III, W.W.,
1972. The limits to growth: a report to the club of Rome (1972).
https://insightmaker.com/insight/1954/The-World3-Model-A-Detailed-World-Forecaster
The Word3 model
41. Meadows, Dennis, and
Jorgan Randers. The limits
to growth: the 30-year
update. Routledge, 2012.
População
Nascimentos
Alimentos
por pessoa
Mortes
Mortalidade
Demanda de
alimentos
Fertilidade
Terra cultivada
Alimentos
Poluição
Insumos
agrícolas
Taxa de investimento
Capital industrial
(infraestrutura)
Produção
industrial
Investimento
Depreciação
Tempo de
vida médio do
capital
42. Meadows, Dennis, and
Jorgan Randers. The limits
to growth: the 30-year
update. Routledge, 2012.
População
Nascimentos
Capital de
serviçosRecursos
não
renováveis
Taxa de investimento
Capital industrial
(infraestrutura)
Produção industrial
Tempo de
vida médio do
capital
Mortes
Mortalidade
Fertilidade
Investimento
Depreciação
Serviços
por pessoa
Educação,
planejamento familiar
Eficiência
de uso
Serviços
de saúde
Produção
industrial por
pessoa
45. Meadows, Dennis, and Jorgan Randers. The limits to growth: the
30-year update. Routledge, 2012.
Cenário tendencial 1
1) Escassez de recursos não renováveis
aumenta custo industrial
2) Investimentos são direcionados para
exploração dos últimos recursos não
renováveis, deixando agricultura e
serviços sem investimentos
3) Demanda com falta de investimento
na agricultura leva a degradação dos
solos
4) Custo de produção ultrapassa custo
de depreciação do capital industrial
(2020) e leva ao colapso da indústria e
agricultura
5) Falta de alimentos e serviços de saúde
levam ao declínio populacional (2050)
46. Meadows, Dennis, and Jorgan Randers. The limits to growth: the
30-year update. Routledge, 2012.
Cenário tendencial 2
Simula a descoberta do dobro de novas
jazidas de recursos não renováveis.
Colapso em 2050 (30 anos depois)
47. MacKenzie, Debora. "Boom and doom: Revisiting prophecies of collapse." New Scientist (2012).
Monitoramento das previsões do World3
51. Biocapacidade
Seethi, S. (2012) Ecological Footprint. https://www.slideshare.net/drsuneel/ecological-footprint-11736726
1,8 ha por pessoa é o limite para o planeta Terra
Oceano
biologicamente
produtivo
SEGMENTOS BIOPRODUTIVOS
Oceano com
baixa
produtividade
Terra biologicamente
produtiva
Desertos, calotas polares
e solo degradado
55. Pegada Ecológica
Hennig, Benjamin D (2013). Rediscovering the World: Map Transformations of Human and Physical Space. Heidelberg /
New York / Dordrecht / London (Springer)
planetas
planetas
planetas
planetas
56. Mudança na Pegada Ecológica 1993-2009
Venter, O. et al. 2016. Sixteen years of change in the
global terrestrial human footprint and implications for
biodiversity conservation. Nature Communications, 7,
p.12558.
Melhorou
Melhorou um pouco
Piorou um pouco
Piorou
Piorou muito
Mudançanapegadaecológica
Países
58. Pegada Ecológica do Brasil
http://www.footprintnetwork.org/licenses/public-data-package-free-edition-c
Hectaresglobaisporpessoa
Pegada ecológica Biocapacidade
59. Ver vídeo em:
https://www.footprintnetwork.org/2015/09/22/committing-new-future/#hdichart
Pegada Ecológica e Índice de Desenvolvimento Humano (1980-2011)
60. IDH acima de 0,6 e Pegada Ecológica abaixo
da Biocapacidade Global:
Algéria, Colômbia, Equador, Georgia, Jamaica,
Jordania and Sri Lanka
IDH cima de 0,7: Cuba
Pegada ecológica per capita e IDH dos países, por região do mundo (2014)
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU
PegadaEcológicapercapita(gha)
61. Earth Overshoot Day (EOD)
Anteriormente conhecido como Earth Debt Day
(EDD)
Calendário hipotético em que o consume de recursos
pela humanidade ultrapassa a capacidade de
regenerar esses recursos em 1 ano.
Calculado dividindo a biocapacidade da Terra
(recursos naturais produzidos pela Terra em 1 ano),
pela pegada ecológica mundial (consumo de recursos
pela humanidade em 1 ano) e multiplicando o
resultado por 365 (dias no ano).
https://www.overshootday.org/