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TELHADOS VERDES:DA PRE-HISTORIA AO VELHO
OESTE AMERICANO curiosidades e muita coisa em comum
com os dias atuais Sérgio Rocha
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AUTOR
+
SERGIO ROCHA
Agricultor urbano, cultiva hortaliças no telhado pra família, tem um galinheiro no
fundo do quintal e cria peixes na piscina. É agrônomo pela Unesp de Botucatu e
fez mestrado sobre etnobotânica em uma parceria entre a Ufsc, INPA, Instituto
Mamirauá, e WWF. Fundador do Instituto Cidade Jardim, foi indicado como
'Proeminent Conservacionist' pela Universidade de Columbia/CERC em NY,
tendo também colaborado como analista de projetos na Fundação AVINA e
como professor/ativista do movimento de Permacultura no Brasil.
ORGANIZACAO
FABIANA SCARDA
Fundadora e Diretora do Instituto Cidade Jardim. Possui graduação em Ecologia
pela UNESP/CCB Rio Claro, com mestrado em Agroecossistemas pela
UFSC/CCA em Florianópolis. Foi indicada como 'Proeminente Conservacionist'
pela Universidade de Columbia/CERC em NY, tendo colaborado como
pesquisadora associada ao Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável
e Diretora Executiva no Instituto Permacultura da Amazônia.
~
’
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PORQUE ESTUDAR A HISTÓRIA ANTIGA DOS TELHADOS VERDES?
A ideia de se cultivar plantas na
cobertura de construções tem
suas raízes na pré-história
humana, e o arquétipo dos
telhados verdes parece ser tão
antigo quanto a própria
arquitetura.
Muitas das funções dos jardins
de cobertura utilizados ao longo
a jornada humana são análogos
aos ‘drivers de consumo’ que
verificamos nos projetos
contemporâneos, e por isso seu
estudo é relevante no cenário
atual.
As linhas evolutivas das técnicas
de cultivo e os benefícios destas
tecnologias explicam as raízes do
atual papel dos telhados verdes
assumem na sociedade moderna.
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TELHADOS VERDES: RAÍZES NA PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE HUMANA
A História da humanidade sempre foi algo que me fascinou.
Quando comecei a me envolver com o movimento de telhados verdes, inevitavelmente me conectei com as histórias que ouvi ao longo de toda a vida sobre os
maravilhosos e fascinantes jardins suspensos da Babilônia, exaustivamente mencionados em textos bíblicos, pagãos, acadêmicos, quadrinhos, filmes, teatros, mesas de
jantar, etc. Quando é que isso começou? Será que foi algo isolado? Como chegamos aos telhados verdes modernos? Como sempre (ou na maioria das vezes), a
conclusão é que tudo faz parte de um processo evolutivo, de aprimoramento de uma técnica. Para montar este e-Book, resolvemos selecionar algumas referências
histórias importantes que nos dão algumas pistas sobre as origens e evolução desta ideia, que para algumas pode até parecer absurda, mas já fez (e faz) a cabeça de
muita gente por aí.
De modo geral, se a gente for lá para os primórdios dos telhados verdes, vai ver que esta classificação segue 2 linhas evolutivas bem diferentes. Os sistemas
EXTENSIVOS tem origem nos antigos SOD ROOFS que nos acompanham desde a idade das pedras e vem sendo aprimorados de geração em geração, visando
melhorar o desempenho térmico das construções. Já os sistema INTENSIVOS estão mais próximos aos tipos de cultivo mais pesados que vemos desde a 4000 a.C. na
Mesopotâmia e que evoluíram até os dias de hoje em projetos como o Millenium Park em Chicago ou o High Line Park em NY.
.Extensivos - Um telhado verde EXTENSIVO é aquele que não é feito pra ter acesso ou uso frequente, prevendo apenas dispositivos para manutenção
periódica. Seu PROPÓSITO é geralmente FUNCIONAL (mais técnico) e evolve o cultivo de plantas que devem simular a formação de uma paisagem natural.
É importante lembrar que a construção dos antigos SOD ROOFS era bastante trabalhosa e demandava carregamentos superiores a 300kg/m2 (os sistemas
extensivos modernos chegam a pesar menos de 100kg/m2). Entretanto, ao mesmo tempo eram bastante POPULARES, pois materiais como pedra, madeira,
terra e pasto estavam lá, a disposição. Então, com a informação certa e um mutirão de gente era possível realizar o sonho do telhado verde próprio.
Intensivos - Com um design que demanda uma sobrecarga muito maior de materiais, os telhados verdes INTENSIVOS sempre foram feitos para
impressionar!! São projetados para o cultivo de árvores, arbustos e eventualmente para receber grande fluxo de trabalho e visitação. Acumulam
todos os benefícios dos sistemas extensivos (p.ex. conforto térmico, isolamento acústico, qualidade do ar, etc.), mas devido a sua escala, causam
impacto ambiental positivo em nível regional. Em geral estamos falando em sobrecargas estáticas que variam entre 300kg/m2 a mais de
1000kgm2. Geralmente é utilizada uma mistura de substratos leves especiais e materiais mais pesados, com solo natural e pedras.
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A SÉRIE DE RELATOS E REGISTROS HISTÓRICOS
RELACIONADOS AO CULTIVO DE PLANTAS SOBRE A
COBERTURA DE CONSTRUÇÕES APONTA PARA UMA
SUBDIVISÃO CLARA DE PROPÓSITOS E SISTEMAS
Este é um arquétipo de sistema construtivo extremamente barato e
acessível. É uma tradição documentada por toda Europa e América do
Norte deste a pré-história Neolítica. Tornou-se quase universal na
escandinávia no início do século XVIII d.C., sendo gradualmente
abandonado ao longo do século XIX. O sod roof (algo como ‘coberturas de
turfa’), são os precursores dos telhados verdes ‘extensivos’, com camadas
mais leves de substrato e cultivados com plantas com menor demanda por
irrigação e manutenção.
SOD HOUSES
Estes imponentes telhados verdes, conhecidos pela grande profundidade
de substrato e variedade de plantas, são análogos aos modernos sistemas
‘intensivos' e têm a aparência de jardins convencionais cultivados ao nível
do solo. Os jardins descritos nestes textos antigos se assemelham muito
aos jardins executados hoje em dia sobre as coberturas de hotéis, centros
corporativos e residências privadas de alto padrão.
JARDINS
SUSPENSOS
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PRIMEIROS REGISTROS DE SOD HOUSES
O INÍCIO DE TUDO: 10.000 a 5.000 a.C.
A origem das sod houses é
desconhecida, mas foram
provavelmente desenvolvidas
a partir de modelos utilizados
por povos do mesolítico
(10.000 - 5.000 a.C.). As
placas de turfa (sod) só se
tornaram disponíveis depois
que o povo neolítico abriu suas
florestas para o
estabelecimento de pastos.
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4.000 a.C.
JARDINS SUSPENSOS NA MESOPOTÂMIA
Os mais antigos relatos de jardins
de cobertura intensivos em grandes
construções urbanos aparecem nos
Zigurates da antiga Mesopotâmia,
construídos entre os anos 4.000 e
600 a.C.
Zigurate é uma forma de templo,
criada pelos sumérios e comum para
os babilônios e assírios, povos do
antigo vale da Mesopotâmia e
construído na forma de pirâmides
terraplanadas. Nos platôs destas
torres escalonadas, árvores e
arbustos eram cultivados em terraços
que aliviavam a elevação sobre o
terreno e amenizavam o calor.
อารยธรรมเมโสโปเตเมีย
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3.700 a.C.
SOD HOUSES EM STONEHENGE - INGLATERRA
Este sítio arqueológico datado de
3700 a.C em Honington (Suffolk)
ilustra bem a disseminação das Sod
Houses ao longo da pré-história
européia.
O conjunto de construções formam
um círculo definido por paredes
baixas de pedra (cerca de 1m de
altura), madeira, e turfa (sod).
A estrutura do telhado era coberta
com peles de animais embebidas de
gordura e placas de turfa (algo similar
aos sistemas de impermeabilização
modernos).
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605 a 562 a.C.
JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
Os mais famoso jardins suspensos já
construídos teriam sido obra do rei babilônico
Nabucodonosor II, que governou entre 605 e
562 a.C.. Não há textos históricos que
mencionem os jardins e tampouco foram
encontradas evidências arqueológicas que
comprovassem sua existência.
Devido a esta falta de evidências, tem sido
sugerido que são puramente míticos, e que as
descrições encontradas nos escritos gregos e
romanos antigos (incluindo Estrabão, Diodoro
Sículo e Cleitarco) representam apenas um
ideal romântico de um jardim oriental.
Se ele de fato existiu, foi destruído em algum
momento após o primeiro século d.C..
Alternativamente, o jardim original pode ter
sido, na verdade, um bem documentado que o
rei assírio Senaqueribe (704-681 a.C.)
construiu em sua capital, Nínive, sobre o rio
Tigre, próximo da cidade de Mossul.
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"as paredes (…) tinham 22 pés de espessura, enquanto a passagem entre cada parede tinha dez pés de largura. O
telhado acima dessas passagens tinha uma camada de juncos fixados com grandes quantidades de betume, sobre duas
faixas de tijolos cozidos ligados por cimento, e com uma terceira camada de revestimento de chumbo, a fim de que a
umidade do solo não pudesse penetrar. Acima de tudo isso a terra tinha sido empilhada até uma profundidade suficiente
para as raízes das árvores mais grandes; e o chão, quando estabilizado, foi densamente coberto com árvores de toda
espécie que, por seu grande tamanho ou por outro encanto, poderiam dar prazer a quem as visse. E as galerias,
projetavam-se para além de outras, de forma que todas recebiam a luz; (...) havia uma galeria que continha aberturas que
conduziam à superfície superior as máquinas para o abastecimento dos jardins com água, máquinas que levavam a água
em grande abundância do rio, embora ninguém de fora pudesse ver isto sendo feito (...)."
Diodoro Sículo II.10-1-10 (Diodoro Sículo ou Diodoro da Sicília, foi
um historiador grego, que viveu no século I a.C.)
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Cleitarco (século 4 a.C.) História de Alexandre, o Grande V.1.35-5
"As fundações de suas torres estão afundadas a 30 pés do chão e as fortificações sobem 80 pés acima dele no ponto
mais alto. Na sua cimeira estão os jardins suspensos, (…) elevados como o topo das paredes e devem seu charme para a
sombra de muitas árvores altas. As colunas que sustentam todo o edifício são construídas de rocha, e em cima delas há
uma superfície plana de pedras cortadas fortes o suficiente para suportar a camada profunda de terra colocada sobre elas,
e a água utilizada para a irrigação. A estrutura suporta árvores robustas que possuem troncos com oito côvados de largura
e altura de quase 50 pés; elas dão frutos tão abundantemente como se estivessem crescendo em seu ambiente natural. (…)
este edifício sobrevive intacto, apesar de ser submetido à pressão de tantas árvores e de ter que suportar o peso de uma
enorme floresta. Ele tem uma infra-estrutura de paredes com 20 pés de espessura em intervalos de onze pés, de modo que
com a distância têm-se a impressão de árvores que pendem sobre as montanhas nas florestas reais. Diz a tradição que é o
trabalho de um rei sírio que governou a Babilônia. Ele construiu isso por amor a sua esposa, que perdeu os bosques e
florestas no país plano e convenceu o marido a imitar a beleza da natureza com uma estrutura deste tipo.”
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371 a.C.
SOD ROOFS NA ROMA ANTIGA
Entre os anos 371 e 287 a.C., o botânico
grego-romano Teofrasto (filósofo grego
que educou Alexandre, o Grande)
descreveu a presença da espécie
Sempervivum tectorum cultivada sobre
paredes e telhados (daí o nome latim
‘tectorum = do telhado’) ao longo da costa
mediterrânea.
Era uma superstição comum as pessoas
desta época acreditarem que a presença
desta espécie (chamada ‘barba de
Júpiter’) no telhado as protegeria de
relâmpagos - consequentemente também
protegendo a casa contra incêndios.
Esta prática ilustra o quanto o uso dos
sod roofs era disseminado entre os
camponeses desde os primórdios da
grande Roma antiga.
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200 a.C.
POMPÉIA – VILA DOS MISTÉRIOS
A Vila dos Mistérios foi construída
no século II a.C e totalmente
coberta pelas cinzas da erupção do
Vesúvio em 79 d.C.
Faz parte de um conjunto de 100
residências descobertas na área do
Vesúvio. Nas últimas décadas do
século II. C. tornou-se moda entre a
aristocracia romana construir
moradias de luxo nesta área.
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CULTURA ESQUIMÓ - OKVIK
Monique Roberts
150 a.C.
Ao mesmo tempo em que
Pompéia era soterrada pelas
cinzas do Vesúvio, do lado de cá
do Atlântico, os esquimós do
grupo Okvik (150 - 50 a.C.)
construíam suas casas de forma
semi-subterrânea, com paredes
de troncos de madeira ou ossos
de baleia, cobertos com turfa e
terra.
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28 a.C.
JARDINS SUSPENSOS NA ROMA ANTIGA
Era senso comum que os romanos
plantavam árvores na cobertura de prédios
institucionais. O historiador Plínio (23 - 79
d.C.) escreveu sobre árvores sendo
importadas para cultivo destes edifícios.
Mausoléu de Augusto: situado no Campo
de Marte, foi construído no ano 28 a.C. pelo
imperador Augusto, para servir de túmulo
para si mesmo.
Caesarea - Israel: sala de audiências.
(Caesarea Maritima), também chamada
Cesareia Palestina, é uma antiga cidade e
porto marítimo, construída por Herodes, o
Grande cerca de 25 - 13 a.C.. Situa-se na
costa mediterrânica de Israel, entre Tel Aviv
e Haifa, num local anteriormente chamado
Pyrgos Stratonos ("Strato" ou "Torre de
Straton", em latim Turris Stratonis). Tinha
uma população estimada em 125.000
habitantes, que viviam em uma área urbana
de 370 hectares.
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135 d.C.
JARDINS SUSPENSOS NA ROMA ANTIGA
Mausoléu de Adriano - também
conhecido como Castelo de Santo
Ângelo.
Sua estrutura foi iniciada no ano
135 pelo imperador Adriano como
um mausoléu pessoal e familiar
(Tumbas de Adriano), sendo
concluído por Antonino Pio em 139
d.C.
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795 d.C.
SOD HOUSES NA ROMA ANTIGA
Quase 1000 anos depois de descrita por
Teofrasto, a prática de cultivar Sempervivum
tectorum nos telhados chamou novamente a
atenção dos historiadores quando Carlos
Magno (795 d.C), imperador romano e
unificador de grande parte do norte europeu,
ordenou que todos os súditos do império
plantassem a barba de Júpiter em seus
telhados, presumivelmente como medida de
segurança (contra incêndios ocasionados pela
queda de raios).
Ele decretou: Et ille hortulanus habeat super
domum suam Iovis barbam. (E o jardineiro
deve ter sua própria casa, sobre as barbas
de Júpiter. Capitulare de villis, cerca 795,
LXX.).
Ao que tudo indica, esta tradição foi
incorporada pelos povos nórdicos, que
durante sua convivência com os romanos
rebatizaram esta espécies (ou grupo de
espécies similares) como ‘barba de Thor’ e
incorporaram a ‘tecnologia-superstição‘ sobre
seus sod roofs como proteção.
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700 a 1.000 d.C.
SOD ROOFS VIKINGS
Cabana de recreação nórdica em L'Anse
aux Meadows (Canadá) - cerca de 1.000
d.C.
Jarlshof
A arqueologia moderna está ajudando
a revelar a história esquecida dos
telhados verdes na idade média.
Nas áreas rurais do Norte da Europa
deste período, floresceram e evoluíram
as antigas sod houses, cobertas com
muita turfa de pasto local (sod) e casca
de bétula para impermeabilização (esta
árvore é rica em resinas naturais que
eram popularmente usadas para
calafetar vazamentos em telhados).
Mais tarde na Islândia, nos subúrbios
ocupados por colônias de pescadores,
as casas cobertas com turfa (sod)
imperaram até o final do século XIX,
tornando-se gradualmente obsoletas
pelo advento da industrialização, sendo
substituídas por telhas metálicas e
shingles de piche.
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700 a 1.000 d.C.
SOD ROOFS VIKINGS
Os Vikings deixaram um rastro de telhados
verdes por onde passaram. Suécia, Finlândia,
Islândia, Dinamarca, Noruega, Groenlândia,
Ilhas Faroé e Vinlândia (no Canadá!!) estão
entre as regiões que desenvolveram maior
tradição neste tipo de construção.
As construções encontradas na Vinlândia
(Vinland no Canadá), foram produzidas ao
longo das incursões viking ao novo mundo em
períodos pré-colombianos. Feitas com placas
de turfa (sods) apoiados sobre uma estrutura
de madeira, podiam receber mais de 90
pessoas ao mesmo tempo. Escavações
arqueológicas realizadas entre 1962 e 1965
revelaram um cemitério com 150 indivíduos
datados do período entre os anos 1000-
1100/1200 d.C..
Esta é provavelmente a primeira (re)-
introdução da técnica no continente
americano – que já contava com uma tradição
dos nativos que também desenvolveram
técnicas para construção de coberturas vivas.
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1015 d.C.
Os chamados earth lodges ('cabanas de
terra') são construções semi-subterrâneas
cobertas parcialmente ou completamente
com terra, bem conhecidas na cultura dos
nativos americanos das grandes planícies e
das florestas do leste norte-americano.
Ocmulgee (pronounced "oak-mull-ghee") é
uma região no sudeste da América do Norte
(Geórgia e Alabama) ocupada desde 17.000
a.C. por caçadores-coletores da idade do
gelo até os remanescentes das tribos
Muscogees (povo Creek) da história
moderna.
A maior ocupação ocorreu ao longo dos
anos 950-1150 d.C. desenvolvendo um povo
de cultura sofisticada e estratificada, que
construiu complexos arquitetônicos com terra
que expressavam seu sistema religioso e
político.
EARTHLODGES NA AMÉRICA DO NORTE
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1004 a 1088 d.C.
Não encontramos referência do uso de
jardins suspensos ou sod roofs na
antiguidade egípcia.
Este elemento parece ter sido introduzido
apenas após o domínio imposto pela
invasão árabe (639 d.C.), que trouxe
influências da Mesopotâmia refletidas em
grandes edifícios e templos com jardins de
cobertura (como os Zigurates).
Fustat (Cairo antigo Ano 641 - 1168 d.C.)
foi a primeira capital do Egito sob o domínio
muçulmano. Atingiu o seu auge no século
XII d.C., com uma população de
aproximadamente 200.000 habitantes.
O poeta persa Nasir Khusraw descreveu
no início do século 11 arranha-céus de 14
andares, com coberturas verdes no topo e
rodas d'água movidas a boi como sistema
de irrigação.
FUSTAT - EGITO
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1400 d.C.
Durante a Idade Média e Renascimento, jardins
de cobertura se tornaram populares entre os
mais ricos. Monges beneditinos na França e
Itália cultivavam terraços jardim em seus
monastérios com hortaliças, frutas e legumes.
O telhado verde mais velho do mundo ainda
em funcionamento está na Itália: é a Torre
Guinigi, na cidade de Lucca.
Durante a Idade Média, Lucca com suas 250
torres era apresentada como um “bosque” aos
olhos dos viajantes que a viam à frente dos seus
muros. “Andando noi vedemmo in piccolo
cerchio torreggiare Lucca a guisa d’un
boschetto” (Andando nós vimos um pequeno
grupo de torres protegendo Lucca sob o
disfarce de um bosque) escreve o poeta
florentino Fazio degli Uberti (1305-1367 d.C.) em
seu “Dittamondo”.
Não se sabe exatamente quando o jardim foi
criado, mas numa imagem das crônicas de
Giovanni Sercambi (século XV d.C.), você pode
ver que, entre as muitas torres de Lucca, havia
uma coroada de árvores.
IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO
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1862 d.C.
COLONIZAÇÃO DO OESTE AMERICANO
Para atrair imigrantes e ocupar o oeste do país, o
então presidente Norte Americano Abraham Lincoln
decretou em 1862 que daria a escritura da terra para
famílias que ‘cavassem um poço e construíssem uma
casa’. As casas que estes colonos construíam (e os
colonos em sí) eram chamados de ‘Soddies’ pois
importavam uma técnica barata de construção com
cobertura de terra e vegetação.
Estas sod houses abriram as planícies durante as
décadas de 1870 e 1880. Conforme a colonização
se arrastava para o oeste e a madeira se tornava
mais escassa, os colonos passaram a depender
cada vez mais da terra e pasto para casas. Ao passo
que faltava madeira, pedra e pasto das pradarias era
abundantes. Este pasto tinha uma estrutura de raízes
espessa, resultante era uma habitação bem isolada
e muito barata.
A casa típica da pradaria era feita de sod (turfa) ou
cavada na encosta de uma colina, e era vistas como
uma casa temporária, até que algo permanente
pudesse ser construído.
"Mais de nove décimos dos cidadãos do condado
de Butler, Nebraska em 1876 vivia em uma casa
sod”.
(Dick, The Sod House, p. 111).
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TABELA
LinhasEvolutivas Drivers/Justificativas Tipodeestrutura Tipodecultivo Contexto
JARDINS
SUSPENSOS
( I N T E N S I V O S )
• Status,presentes
demonstração de
poder
• Estética
• Climatização
• Superstições
• Cultivo de
alimentos (monges
beneditinos)
Construções em
pedra, grandes
coberturas
planas,
impermeabilizadas
com betume,
fibras vegetais,
cascalho e terra
Árvores,
arbustos,
pendentes,
forrações
ornamentais,
ervas medicinais,
temperos, legumes
Urbano
Elitizado
Público
Religioso
SOD ROOFS
( E X T E N S I V O S )
• Climatização
• Sistema construtivo
acessível aos
pobres
• Superstições
• Decretos de
utilidade pública
(incêndios)
Construções em
madeira, com
resinas vegetais,
pele de animais
embebidas com
gordura e placas
de turfa
Vegetação nativa
que coloniza as
placas de turfa.
'Sob as barbas de
Júpiter (Thor)'
Rural
Camponês
Popular
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REFERÊNCIAS
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Magill, John D.; Midden, Karen; Groninger, John; and Therrell, Matthew, "A History and Definition of Green Roof
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http://www.le.ac.uk/hi/polytyques/capitulare/trans.html
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http://khkeeler.blogspot.com.br/2013/06/plant-story-common-houseleek.html
Castleden, Rodney (1987) The Stonehenge People: na exploration of life in Neolithic (4700–2000BC).
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http://professorasandralucia
.blogspot.com.br/2010/06/zi
gurates-e-piramides.html
imagens
http://www.shetlandamenity.
org/viking-longhouse
Judith Dobie
Algumas imagens não estão listadas
abaixo pois não conseguimos encontrar a
fonte
http://www.edwardgoldsmith.
org/45/traditional-irrigation-
in-mesopotamia/
http://schafergabriel.blogspot.
com.br/2015/03/63-os-povos-
da-mesopotamia.html
https://heritageaction.wordpress
.com/category/outings/
http://cymdeithastwmbarlwm
.blogspot.com.br/2010_05_0
1_archive.html
http://cymdeithastwmbarlwm.
blogspot.com.br/2010_05_01
_archive.html
http://knightscsa.blogspot.
com.br/2008_06_01_archi
ve.html
Nebuchadnezzar II in
the Hanging Gardens
- Ernest Wellcousins
http://feather802.deviant
art.com/art/The-
Hanging-Gardens-of-
Babylon-14894275
Artist: Stuart Boyle - 1960
https://es.slideshare.net/
algargos/la-villa-de-los-
misterios-restaurada
Pittura di giardino
Da Pompei, Casa del
Bracciale d’Oro 30-35 d.C.
Affresco, Pompei,
Soprintendenza Speciale
per Pompei, Ercolano e Stabia.
Monique Roberts
https://cutterlight.com/2011
/10/15/sod-and-
whalebone-home-tikigaq/
Reconstruction of the
Mausoleum Augusti by G.
Gatti. Reproduced after G.
Gatti, ‘Nuove osservazioni sul
Mausoleo di Augusto’, L’Urbe,
3 (1938), Fig. 13.
Aquarela de Jean-
Claude Golvin
Pietro Santi Bartoli
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Sempervivum tectorum,
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Stamps FO 5115-5117 of
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Martin Morck
Norman soldiers crossing the
English channel, from 'La Vie
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.com/article/cairo-
millennial
Bird's-eye view of a villa,
restored by Ch. Chipiez
H005
https://en.wikipedia.org/
wiki/Guinigi_Tower
https://pennalumniblog.
files.wordpress.com/201
4/09/portrait-of-italy-
blog3.jpg
Family and Great Plains
sodhouse, 1886
Image Source: Wikimedia
Commons (public domain)
http://prepperswill.com/
living-in-an-1800s-sod-
house/
Ole Myrvik’s Sod
House, Mr. & Mrs. Ole
Myrvik and Child,
Milton, North Dakota,
John McCarthy,
photographer, 1896.
The Northern Great
Plains, 1880-1920
External
https://www.mysticstamp.com/
Products/United-
States/2416/USA/
http://www.bertholdstein
hilber.com/wikinger.html
Ben Giles
http://originsdigitalcurio.de
viantart.com/art/Collage-
Cactus-and-Succulent-
Clipart-546648257
Eileen Sandá
27. y
i
f
bOINSTITUTO
CIDADE JARDIM
O Instituto Cidade Jardim é um negócio de impacto sócio-
ambiental que tem como causa a instalação de telhados
verdes e jardins suspensos para aumento de áreas verdes
em grandes metrópoles.
Fundado pela ecóloga Fabiana Scarda e pelo engenheiro
agrônomo Sérgio Rocha, desde 2008 nos dedicamos ao
desenvolvimento de produtos e sistemas de cultivo que
ajudam a transformar projetos de arquitetura e engenharia em
projetos de sustentabilidade, permitindo expandir as
possibilidades de jardinagem, horticultura, agricultura urbana
e engenharia civil. Queremos transformar nossas cidades
através dos seus telhados.
Além de desenvolver cursos, produtos e tecnologias de
cultivo, através da marca Studio Cidade Jardim também atua
na implementação de telhados verdes em espaços públicos,
corporativos e residenciais.
/institutocidadejardim
@institutocidadejardim
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www.institutocidadejardim.com.br
28. Conheça nossa linha de
produtos e
TRANSFORME EM JARDIM
www.studiocidadejardim.com.br