1. DEU ALEMANHA - Balanço
Geral da Copa 2014
UMBERTO NEVES em 13-07-2014 com
atualizações posteriores
Eu gosto mesmo é de libertadores, e olimpíadas porque, dentre
tantas modalidades ninguém sabe o que vai acontecer e sempre
aparece surpresa.
A questão de pensar que a Copa de 2014 poderia ter sido na
Argentina, questão que eu já havia refletido e expressado no passado
é no sentido de que há uma consciência com relação à história, que
se relaciona a todas as coisas, de perfis conquistadores, isto é, ir lá
na Argentina e trazer a taça, algo menos provável ao contrário. Por
outro lado, há o perfil da história do Brasil da burocracia pesada e
lenta, então veio muita coisa aí que não se equipara em nenhum
lugar do mundo, foram 3 grandes eventos muito próximos, a Copa
das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, sendo que diversos países de
1° Mundo amargam uma longa fila para sediarem um ou outro
desses eventos, mais especificamente as Olimpíadas e a Copa do
Mundo. No caso brasileiro é, de fato, uma estrutura de peso. Mas é
bola. Pouca coisa seria tão popular, mas o Brasil continua mantendo
uma burocracia pesada e lenta.
Especificamente no que concerne ao mundo da bola, o Brasil deve ter
realizado uma das melhores copas de todos os tempos, a dita Copa
das Copas não é só mais uma propaganda de impacto, como tantas
outras frases de efeito poderiam ter sido na vigência do regime
militar ou nas consciências que, ao menos na capacidade publicitária
o imitam. O futebol vai continuar sendo uma das maiores aspirações
populares e dos envolvidos nessas estruturas e realizações, então
parece legítimo que o país esteja desde já ansioso para sediá-lo
novamente, apesar da burocracia. Evidentemente que terá de
aguardar um longo tempo, tendo em vista a longa demanda que há
no mundo, tendo em vista que se passaram 64 anos da realização da
Copa de 1950 até a realização dessa Copa de 2014, embora exista o
2. exemplo do México que sediou dois mundiais num curto espaço de
tempo entre um e outro.
O maior exemplo que fica para o país, sobretudo porque a seleção
decepcionou de forma a estar sendo zombada é o exemplo da
campeã, a Alemanha tetracampeã mundial. O futebol é forte na
Alemanha, sendo uma das melhores e mais disputadas ligas do
mundo, e o Bayern de Munique é o grande devorador dos clubes
europeus na Liga do Campeões, tendo chegado seguidas vezes à final
e conquistado o 3° título mundial no ano passado. Seus jogadores
jogam juntos há muitos anos, e a maioria joga na própria Alemanha,
enquanto o Brasil tem apenas um jogador que joga aqui, que é o Fred
do Fluminense. Mas não aconselharia o país a mudar essa cultura que
trouxe 5 títulos mundiais, assim como a Argentina, o Brasil é
exportador de craques porque é lucrativo para os clubes e positivo
para os jogadores já amadurecidos nos clubes nacionais, é uma
cultura que não tem como ser mudada e não é essa a raíz do
problema, pois a base dessa seleção estando no mundial de 2018
será uma seleção que joga junto há muito tempo tanto quanto a
seleção alemã atual, com a experiência de alguns jogadores
disputando a melhor liga do mundo. Os clubes é que têm de se
organizarem e se fortalecerem, mantendo bons jogadores aqui
mesmo, ou por mais tempo, trazendo de volta, na medida do
possível, seus ídolos e trazendo também, a exemplo dos clubes
europeus, muitos estrangeiros, que competem muito bem, do
futebol sul-americano. Talvez pudesse investir nos africanos também.
Então o país poderia continuar sendo não somente uma fonte
primária de mão de obra para a Europa, mas também intermediando
esses jogadores de outros países, que passariam por aqui e
prosseguiriam para a Europa. Assim, o jogador genuinamente
brasileiro teria de dar mais do que já tem dado atualmente. Foi o
mesmo tipo de pensamento para com a seleção espanhola campeã
em 2010, como é que pode, se eles têm tantos estrangeiros? Isso
força os nacionais a serem melhores. Não creio, por tudo isso, que
seria necessária uma desconstrução dos mitos (conforme teorizava o
alemão Friedrich Nietzsche) para o Brasil, de forma assim tão radical,
mas continuar no rumo certo e fazer as mudanças necessárias.
O exemplo maior que falo é do país, a Alemanha, uma das maiores
economias do mundo (atualmente, a 3° maior economia do mundo),
maior economia da zona do euro, que não teria perdido nada,
continuaria da mesma forma pujante caso não tivesse vencido aqui.
Porque aqui se fala tanto em diversidade mas, qual haveria de ser?
Há, sim, muita diversidade cultural. Mas não é uma economia
tecnológica, sim agrícola e industrial, sendo que a sua indústria já foi
mais forte também. Então agora eles são tetra juntamente com a
Itália e a um título, ambos, apenas atrás do mais futebolístico, o
Brasil. Mas eles possuem um forte sistema educacional, forte
3. indústria, melhor engenharia do mundo, os melhores cientistas,
filósofos, escritores, 120 laureados com o Prêmio Nobel. Atualizado
em 29-07-2014: para ser menos inexato, são 21 Nobel de Física; 26
Nobel de Química; 14 Nobel de Medicina; 7 Nobel de Literatura; 4
Nobel da Paz e 1 Nobel de Economia. 73 laureado no total, sem
contar aqueles que possuíam outra nacionalidade, que daria um
total maior. Contabilidade manual e aproximada do site Nobel Prize
- http://www.nobelpreis.org - até 2008 e incluído o Prêmio de
Economia. Com fonte Wikipédia, são 86 laureados até 2013 e pelos
mesmos critérios, incluídos cidadãos com múltipla nacionalidade.
As informações oficiais de www.nobelprize.org dão conta de 90
laureados, igualmente contagem manual, sem contabilizar múltipla
nacionalidade e em conta das várias formações que o atual
território alemão teve ao longo da história de vigência do Nobel. Ou
seja, são aproximadamente 100 alemães laureados com o Prêmio
Nobel considerando o Prêmio de Economia e as múltiplas
nacionalidades. Passaram 64 anos lamentando a derrota de 50 para
o pequeno Uruguai, e os brasileiros pensaram que não tinham nada a
aprender com o Uruguai, mas têm sim, o Uruguai é um país bem
organizado, são aguerridos e não perdem fácil, mas não vai ficar
lamentando a conquista de uma terceira copa que nunca chega, eles
já estão à frente dos demais países da região em muitos quesitos.
Que dirá, agora, para a gigante Alemanha: não adianta chorar o leite
derramado. A tragédia argentina, tão venerada no tango e na história
de seus ídolos e heróis foi ver escapar pelas próprias mãos um título
que nunca parecera tão próximo. Mas a Argentina, a exemplo do
Brasil, continua sua caminhada na história do mundo, ora
gatinhando, ora em cavalo bem encilhado. O Papa Francisco é um
exemplo desse jeito bem argentino de ser. Em futebol, sinceramente,
eles são muito melhores que os durões da Alemanha, mas é que,
conforme já destacado, os alemãs são muito coletivos, bem
organizados em todos os aspectos que se reflete também no futebol,
e isso faz uma enorme diferença contra qualquer seleção. Sendo o
homem um agente da história (teoria de Hegel), não sendo possível
compreendê-lo e compreender os fatos vigentes sem o
conhecimento da história, essas são as colocações contundentes para
o avanço do Brasil inclusive no futebol, principalmente por ter sido
exposto da forma mais dialética possível com a exposição dos fatores
e agentes antagônicos.
Parabéns ao futebol.
COMPARTILHO UM FRAGMENTO DE FRIEDRICH HEGEL (A RAZÃO
NA HISTÓRIA)
A RAZÃO COMO BASE DA HISTÓRIA
4. O único pensamento que a filosofia traz para o tratamento da
história é o conceito simples de Razão, que é a lei do mundo e,
portanto, na história do mundo as coisas aconteceram
racionalmente. Essa convicção e percepção é uma pressuposição da
história como tal; na própria filosofia a pressuposição não existe. A
filosofia demonstrou através de sua reflexão especulativa que a
Razão – esta palavra poderá ser aceita aqui sem maior exame da sua
relação com Deus – é ao mesmo tempo substância e poder infinito,
que ela é em si o material infinito de toda vida natural e espiritual e
também é a forma infinita, a realização de si como conteúdo. Ela é
substância, ou seja, é através dela e nela que toda a realidade tem o
seu ser e a sua subsistência. Ela é poder infinito, pois a Razão não é
tão impotente para produzir apenas o ideal, a intenção,
permanecendo em uma existência fora da realidade – sabe-se lá onde
– como algo característico nas cabeças de umas poucas pessoas. Ela é
o conteúdo infinito de toda a essência e verdade, pois não exige,
como o faz a atividade finita, a condição de materiais externos, de
meios fornecidos de onde extrair-se o alimento e os objetos de sua
atividade; ela supre seu próprio alimento e sua própria referência. E
ela é forma infinita, pois apenas em sua imagem e por ordem sua os
fenômenos surgem e começam a viver.' É a sua própria base de
existência e meta final absoluta e realiza esta meta a partir da
potencialidade para a realidade, da fonte interior para a aparência
exterior, não apenas no universal natural, mas também no espiritual,
na história do mundo. Que esta Idéia ou Razão seja o Verdadeiro
Poder Eterno e Absoluto e que apenas ela e nada mais, sua glória e
majestade, manifeste-se no mundo – como já dissemos, isto já foi
provado em filosofia e aqui está sendo pressuposto como
demonstrado.