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ATENTADO
S
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s
i
v
o

MANAUS-AM

zine #1
INTRO
’’Atentado subversivo’’ surgiu da necessidade de
ter uma forma alternativa de comunicação e
propagação de informação entre
anticapitalistas, anarquistas e simpatizates,
pela relutância em legitimar qualquer meio de
comunicação da indústria jornalística capitalista
que não representa nossas ideias e não tem
compromisso com a verdade. A juventude
anarquista resiste, está viva e combativa, e
grita com a voz, com poemas, com textos, com
fotos, com desenhos, grita contra toda e
qualquer forma autoritária e fascista que nos
limita, nos poda, castra nossa criatividade. E
aqui reunidos alguns destes gritos, um encontro
de vozes rebeldes, de desobedientes,
questionadores, solidários, fraternos, uma forma
de nos unir e fortalecer a luta, difundir a contra
cultura e estimular a ação direta e autogestão!
Esperamos contribuir para a construção de uma
cena forte e coerente!
Boa leitura, subversivos!
Acreditamos que a luta de classe é tão importante quanto a
rompimento dos padrões de gênero e de opressão sobre o corpo das
mulheres e dos homens. Defendemos o amor livre em todas as suas
formas, a liberdade sexual é um mecanismo político de
enfrentamento contra valores de uma sociedade conservadora.
Acreditamos na Democracia Direta e Participativa, para
tanto vemos como caminhos de organização política da população,
associações locais e especícas, bem como assembleias, fóruns
constantes que possam dessa forma empoderar o sujeito a partir de
sua relação com sua própria realidade e de suas demandas.
Acreditamos também na ação direta como estratégia de ação
política para dessa forma romper com as instituições do capital.
Repudiamos as formas apresentadas pela falsa democracia
capitalista e burocrática desenvolvida no seio dos partidos políticos,
não reconhecendo nestes o potencial de transformação da
sociedade. Somente a população poderá se representar.
Defendemos assim, autodeterminação e autonomia política das
organizações de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais,
acreditamos no principio Federativo e na Livre Associação.

Acesse:
Feminismo por uma perspectiva
anarquista
Feminismo é a luta por igualdade e liberdade entre homens e
mulheres, que mesmo após muitas conquistas, se faz presente e
necessária. Mas percebo que o que tem se difundido, é o
feminismo burguês, o feminismo da classe média, que limita sua
luta à de igualdade entre homens e mulheres dentro do sistema
capitalista, dentro desse sistema opressor que objetiva unicamente
o lucro e se baseia na exploração e acúmulo de capital detido por
uma minoria, falta uma análise de classes. O movimento
feminista é quem tem liderado as conquistas no processo de
emancipação da mulher, mas é impossível analisar a questão de
gênero sem levar em conta o contexto social, a luta de classes, pois
o sexismo se expressa de forma diferenciada por classe, assim como
a opressão de classe é diferenciada por sexo. Conquistar uma
igualdade econômica com os homens dentro do sistema
capitalista, implicaria em uma permanente luta de classes.
O sistema capitalista tem se adaptado facilmente às
mudanças no papel e status da mulher na sociedade, pois esse
depende da exploração de classe e não do sexismo, e de acordo
com seus interesses se torna exível a ponto de se apropriar do
histórico machismo para maximizar seus lucros, a ditadura da
beleza veio muito bem a calhar, obrigado! Nele, a biologia
feminina é um defeito, para o patrão, contratar uma mulher,
signica licença remunerada em algum momento, para esta dar a
luz (a uma criança que é de inteira responsabilidade sua, claro), o
que para ele não é nada interessante e às torna muito mais
vulneráveis economicamente que os homens, a falta de
investimento em creches públicas e integrais, afeta sempre muito
mais às mulheres, e ainda mais à mulheres trabalhadoras, que
tem de abdicar de seus trabalhos para cuidar dos seus lhos, essas
a quem o sistema da salários sucientes apenas para mantê-las
vivas e com forças para continuar produzindo, até o m de sua
vida útil. Ou seja, para o sistema, a mulher é um problema no
processo de produção.
A opressão de gênero é perceptível dentro, até mesmo, dos
movimentos sociais, no movimento sindical, no século XIX e XX, os
homens em sindicatos culpabilizavam as trabalhadoras pela
redução nos salários, alguns acreditavam que a solução estava na
total exclusão da mulher no trabalho e elevação do salário dos
homens para que sozinhos pudessem sustentar suas famílias. E
hoje, ainda não existe uma verdadeira igualdade entre os sexos,
devido uma relutância ou incapacidade de reconhecer que o
problema existe, que em seu próprio meio, a predominância é
masculina, em reuniões, mulheres tem suas falas interrompidas,
suas opiniões ignoradas, nas decisões suas vozes são abafadas e se
sentem ridicularizadas, o que faz com que muitas companheiras
de luta acabem saindo de grupos, coletivos, enm, falta tornar as
palavras de ordem, patchs em jaquetas e letras de músicas uma
prática cotidiana.
O Anarquismo oferece a homens e mulheres a liberdade
plena, diferente da falsa igualdade que se pode alcançar dentro
do sistema capitalista. O m do sexismo não levará
necessariamente ao m do Capitalismo, e vice-versa, mas é
necessário para a coerência de ambas, que a revolução anarquista
e feminista aconteçam simultaneamente. Reivindico o
Anarcofeminismo pois acredito que só abolindo o sistema
capitalista e criando uma sociedade sem classes e abolindo a
hierarquia de poder que existe entre homens e mulheres viveremos
livremente e juntos em igualdade.
A cena anarquista tem adept@s de vários tipos, pessoas que
participam de alguma "tribo urbana", pessoas que são estudios@s
da anarquia, professor@s, enm, várias pessoas que interessam-se
pela destruição do Estado, patriarcal, machista, elitista, burguês e
opressor. Se fosse possível agrupar em determinada região tod@s @s
anarquistas ao redor do mundo uma revolução, tal qual a
espanhola, certamente seria feita. Anal temos uma força que
difere dos outr@s revolucionári@s, queremos não uma reforma do
capital ou um novo tipo de governo, queremos a destruição de todo
e qualquer tipo de governo, queremos autogestão, queremos acima
de tudo liberdade!
Porém, um problema que vem sendo enfrentado há tempos
na cena anarquista é o sectarismo, por sectarismo eu digo a
tentativa eliminar, boicotar e ans determinado grupo ou pessoa,
baseado em pré-conceitos que uma vez lhe foram passados como
certos e que deveriam ser sempre seguidos, ou não era digno de ser
considerad@ anarquista ou antifascista de "verdade". Esse tipo de
atitudes tem sido cometidas por muit@s, baseando-se apenas em
pré-conceitos e histórias perpetuadas por outras pessoas que
poderiam ser preconceituosas ou apenas ignorantes, e esse tipo de
atitude deve ser eliminada porquê de nada contribui na nossa luta,
pelo contrário apenas sectariza um movimento muito maior.
Pessoas deixam se levar por seus egos e ignoram outras que
poderiam muito bem ser quem iria te apoiar até o m que seria
capaz de morrer na luta a seu lado.
Esse tipo de atitude sectária não leva a nada apenas a
desmobilização da luta, como diz José Oticica em seu livro Contra o
Sectarismo: "O verdadeiro anarquista, penso eu, aquele que se
libertou totalmente do preconceito sectarista, colabora em todos os
grupos, atua em qualquer tendência. Mais ainda, coopera com os
não-anarquistas onde quer que a ação deles incremente a
oposição revolucionária. Assim, é anticlerical com os anticlericais; é
democrático na defesa dos princípios liberais contra os
reacionários; está com os bolchevistas, sempre que estes
reivindiquem direitos, reforça a ala antimilitarista, ainda que os
antimilitaristas sejam burgueses; colabora com a escola moderna
racionalista, conquanto não seja senão reformista; anima os
teósofos na propaganda fraternista, os vegetarianos na extirpação
dos vícios, o próprio Estado Liberal na sua luta contra o
imperialismo vaticanista. Não proceder assim, seria connar-se ao
sectarismo e negar, nos atos, a doutrina anarquista,
essencialmente anti-sectária." A luta é todo dia não podemos nos
deixar levar por atitudes que possam desmobilizar a mesma, não
importando raça, cor, credo, classe, grupo, se você acredita que
podemos mudar esse mundo que vivemos hoje e quer lutar por isso
saiba que não está sozinho. Abra seus olhos, sua/seu maior
irmã/irmão de luta pode estar ao seu lado lutando também e você
o esteja ignorando por estar sendo orgulhoso ou preconceituoso
com o mesmo.
A nossa luta é todo dia, contra o fascismo, racismo, machismo e
homofobia. Somente a destruição do Estado será capaz de nos dar
liberdade a qual ansiamos e ela só será conquistada se nós tod@s
nos unirmos!
Saudações anarquistas/antifascistas, a luta segue, enquanto
houver vida haverá pelo que lutar.
'' Índio não existe mais''. '' Índio que usa roupa não é mais índio''.
''Estão atrapalhando o progresso do país''.'' Índio só quer
direitos''.''Estes não são mais índios. São invasores de terras e
posseiros''. Poderíamos car o dia todo listando as diversas frases
que as pessoas criam ao discutirem sobre o tema INDIO. Paremos
para pensar um pouco. Dizemos que os índios que usam roupa,
internet, carro, etc não são mais índios. Bem, pelo visto, só o branco
tem o direito de usufruir de confortos e utilidades que a
modernidade trouxe. OS índios não, claro. Para poderem ser
chamados como tal, devem estar totalmente isolados, nus, em uma
oca feita de palha ou barro e afastados de qualquer outro elemento
que interra nos seus hábitos.

Resistencia

O descaso com esse grupo é tão grande que não
reconhecemos, em nenhum momento, que o preconceito que temos
com este grupo está enraizado, tanto por motivos históricos como
por econômicos e políticos atualmente. Na Amazônia a mão-deobra escrava predominante era a indígena (é preciso dizer
predominante, pois também existiam escravos negros aqui, segundo
relatos históricos, desde por volta do século XVIII). Na época da
borracha, quem realmente sabia coletar o látex da seringueira para
servir ao grande senhor de terra capitalista explorador e treinar os
trabalhadores vindos do nordeste, iludidos por uma mentira de vida
ganha na oresta, eram os indígenas. A cidade de Manaus é
batizada com um nome de uma etnia já extinta, a dos Manaós.

Indigena
. E depois, simplesmente dizemos que eles não existem! Os
descartamos de nossa vida, simplesmente, como se tivessem
desaparecido, em uma magia elaborada por feiticeiros interessados
apenas em seus próprios objetivos: o do capital, da exploração, do
lucro que os donos de cabeças de gado e de plantações de soja tanto
anseiam, por intermédio da negação de um universo cultural!

Resistencia

A mesma coisa que zeram os missionários no século XVI ao
querer impor à força outra religião, juntamente com pensamentos e
costumes totalmente diferentes do que estão habituados, gerando
conitos, violência e massacre. '' Ah, mas se ele está na cidade, não é
índio. É branco, que nem a gente''. Ser índio não é vestir um cocar,
ter os olhos puxados e usar tanga. É muito mais além. Tem haver
com um sentimento de pertencimento, de identidade. É sentir que
você é indígena. E que participa de um grupo detentor de uma
história, de uma economia, de uma religião, de uma moral, de uma
cultura própria e nalmente, de uma terra própria, que há centenas
de anos ocupavam. Contudo, pelo olhar do capitalismo, nada disso
existe. Nada deve ser reparado. As cotas para índios, por exemplo,
são motivo de críticas que, baseadas em um princípio de mérito,
remetem à injustica para aqueles que estudaram incansavelmente
em escolas particulares, em cursinhos caríssimos e que possuem
condições materiais e imateriais muito mais privilegiadas do que
outros grupos subjulgados por aqueles que possuem oncinhas a mais
. Quase não vemos indígenas nas universidades. A ciência hoje
ainda é, predominantemente, branca. O inacesso destes aos vários
setores da sociedade, como educação, assistência social e saúde é
notório. O Estado, atualmente, mantém uma política de nãodiálogo com os movimentos sociais indígenas.

Indigena
Atualmente, está acontecendo uma ocupação de cerca de 200 índios
se revezando na sede regional da FUNAI, na rua Maceió, no bairro
vieiralves. Os jornais e a televisão simplesmente não dão a mínima
para as reivindicações daquele grupo, e zeram tímidas e pobres
notícias. O objetivo deste levante é a saída do coordenador geral
Eduardo Deisídio?. O argumento é de que esta pessoa não está
cumprindo seu papel a frente da instituição, e que não conhece as
demandas dos índios. Querem diálogo, mas o governo não dá. Por
que? Porque o governo está do lado dos grandes empresários. Do
capitalismo. E não daqueles que são explorados por esse sistema que
massacra os indivíduos aé a última gota de suor. Este grupo que faz
acontecer este zine acredita que somente uma tomada de
consciência da realidade que vive e de uma organização de todos
aqueles que também sofrem com esta escravidão baseada no
dinheiro, no consumismo e na exploração dos menos favorecidos é
capaz de enfrentar e de mostrar alternativas de uma nova sociedade
que pode vir, onde índios, negros, mulheres, ou nenhum outro grupo
será mais discriminado e violentado!SOMOS TODOS INDÍGENAS!
SOMOS BARÉS, MUNDURUCUS, MURAS, KOKAMA E MAIS TODOS!
ESTAMOS DO LADO DE VOCÊS! VAMOS À LUTA! CONTRA A LÓGICA
DO CAPITAL! FORA RURALISTAS!

Resistencia

Indigena
RECEITAS !
A questão da terra
A ligação com a terra, para umas pessoas, pode ser mínimo, quase
nenhum. Para outros, representa uma vida de trabalho e suor! A
base de sua subsistência, uma memória de um povo, uma
autonomia, uma luta por sobrevivência. A terra é geradora de
identidades, de práticas de um grupo, de uma cultura. Imaginem
que possam existir povos que tem este tipo de ligação por séculos, e
que simplesmente, por uma série de interesses externos e
predatórios, vêem seu mundo desaparecer. Vêem cercas serem
construídas. Vêem grandes pastos de animais e plantações de soja.
Nada disso é para consumo próprio. Nada é para sustentar famílias
para terem o que comer, o que vestir. Tudo isso é apenas para
acumular, para enriquecer. E isso é utilizado para acumular mais,
para enriquecer. Os indivíduos se vêem em dois caminhos: esquecer
tudo o que construíram, tudo o que um dia acreditaram e serem
operários do grande capital para poderem ainda estar em ''vida''.
Ou morrer lutando por sua terra! Por seu direito! Enquanto ser
humano que não aceita as amarras que lhe são impostas! E que
sonha a voltar a ter sua terra, a plantar e a ter o seu mínimo de
sustento, sem tem que explorar outro indivíduo!
Hoje, estamos testemunhando o genocídio comandado pelo Estado:
Indígenas Guarani-Kaiowá anunciam sua morte coletiva, devido ao
governo brasileiro dar prioridade ao agronegócio e ignorar o direito
dos povos originários de estarem em suas terras. Lutaram, lutaram,
queriam diálogo, e nada. Restou-lhes a morte. Sem a terra, não há
vida. E tudo isso mandado pelas autoridades que dizem respeitar a
diversidade étnica e cultural. Sabemos que o capital não respeita
isso. Como este domina todas as instituições do governo, juntamente
com a bancada ruralista nos congressos e nas câmaras, esta também
não respeita tais povos.
Não somente os indígenas, mas os trabalhadores do campo, os
campesinos. Aqueles que possui uma relação de trabalho direta com
a terra. Pequenos agricultores que passam despercebidos pela
maioria das pessoas, mas que é de extrema importância para o
fornecimento de alimentos para o país. Tudo baseado na agricultura
familiar. E que cada vez mais perdem suas terras para o
agronegócio, terminando por virar trabalhadores assalariados nas
grandes fazendas, ou migram para a cidade para tentar sobreviver
por meio de trabalho esgotante e exploratório nas indústrias.
O mito da vida boa na cidade já caiu por terra. A maioria não possui
o direito à cidade. Apenas poucos, os capitalistas ligados a grandes
corporações e à midia deturbadora de informação, e à pequenoburguesia classe média cega por princípios meritocráticos. Essas
formas de existência humana estão beirando à extinção, contudo
ainda resistem bravamente! Existem povos que estão ocupando
terras e não possuem os títulos, o que é alvo fácil para que os grandes
empresários, por meio de trâmites burocráticos em instituições do
Estado dominadas pela lógica burguesa, conseguem a titulação das
terras e desapropriam aqueles que vivem lá por décadas, alguns por
séculos. A Coalizão Anticapitalista e Anarquista de Manaus acredita
que somente com uma agricultura socialista, baseada no apoio
mútuo e no trabalhador como dono dos seus instrumentos de
trabalho que podemos chegar à emancipação humana! E no
reconhecimento destes povos explorados (índios, quilombolas,
campesinos) como detentores de direitos! A LUTA AINDA CONTINUA!
SOMOS TODOS NEGROS, ÍNDIOS, MULHERES E TRABALHADORES! RUMO À
EMANCIPAÇÃO HUMANA! CHEGA DE EXPLORAÇÃO! LUTEMOS POR UMA
SOCIEDADE AUTOGESTIONADA! SEM ESTADO! SEM CAPITAL! SEM POLÍCIA! A
LUTA TAMBÉM ESTÁ NO CAMPO! NÃO SUBESTIMEM O POVO!!

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Atentado subversivo 01

  • 2. INTRO ’’Atentado subversivo’’ surgiu da necessidade de ter uma forma alternativa de comunicação e propagação de informação entre anticapitalistas, anarquistas e simpatizates, pela relutância em legitimar qualquer meio de comunicação da indústria jornalística capitalista que não representa nossas ideias e não tem compromisso com a verdade. A juventude anarquista resiste, está viva e combativa, e grita com a voz, com poemas, com textos, com fotos, com desenhos, grita contra toda e qualquer forma autoritária e fascista que nos limita, nos poda, castra nossa criatividade. E aqui reunidos alguns destes gritos, um encontro de vozes rebeldes, de desobedientes, questionadores, solidários, fraternos, uma forma de nos unir e fortalecer a luta, difundir a contra cultura e estimular a ação direta e autogestão! Esperamos contribuir para a construção de uma cena forte e coerente! Boa leitura, subversivos!
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  • 4. Acreditamos que a luta de classe é tão importante quanto a rompimento dos padrões de gênero e de opressão sobre o corpo das mulheres e dos homens. Defendemos o amor livre em todas as suas formas, a liberdade sexual é um mecanismo político de enfrentamento contra valores de uma sociedade conservadora. Acreditamos na Democracia Direta e Participativa, para tanto vemos como caminhos de organização política da população, associações locais e especícas, bem como assembleias, fóruns constantes que possam dessa forma empoderar o sujeito a partir de sua relação com sua própria realidade e de suas demandas. Acreditamos também na ação direta como estratégia de ação política para dessa forma romper com as instituições do capital. Repudiamos as formas apresentadas pela falsa democracia capitalista e burocrática desenvolvida no seio dos partidos políticos, não reconhecendo nestes o potencial de transformação da sociedade. Somente a população poderá se representar. Defendemos assim, autodeterminação e autonomia política das organizações de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais, acreditamos no principio Federativo e na Livre Associação. Acesse:
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  • 7. Feminismo por uma perspectiva anarquista Feminismo é a luta por igualdade e liberdade entre homens e mulheres, que mesmo após muitas conquistas, se faz presente e necessária. Mas percebo que o que tem se difundido, é o feminismo burguês, o feminismo da classe média, que limita sua luta à de igualdade entre homens e mulheres dentro do sistema capitalista, dentro desse sistema opressor que objetiva unicamente o lucro e se baseia na exploração e acúmulo de capital detido por uma minoria, falta uma análise de classes. O movimento feminista é quem tem liderado as conquistas no processo de emancipação da mulher, mas é impossível analisar a questão de gênero sem levar em conta o contexto social, a luta de classes, pois o sexismo se expressa de forma diferenciada por classe, assim como a opressão de classe é diferenciada por sexo. Conquistar uma igualdade econômica com os homens dentro do sistema capitalista, implicaria em uma permanente luta de classes. O sistema capitalista tem se adaptado facilmente às mudanças no papel e status da mulher na sociedade, pois esse depende da exploração de classe e não do sexismo, e de acordo com seus interesses se torna exível a ponto de se apropriar do histórico machismo para maximizar seus lucros, a ditadura da beleza veio muito bem a calhar, obrigado! Nele, a biologia feminina é um defeito, para o patrão, contratar uma mulher, signica licença remunerada em algum momento, para esta dar a luz (a uma criança que é de inteira responsabilidade sua, claro), o que para ele não é nada interessante e às torna muito mais vulneráveis economicamente que os homens, a falta de investimento em creches públicas e integrais, afeta sempre muito mais às mulheres, e ainda mais à mulheres trabalhadoras, que tem de abdicar de seus trabalhos para cuidar dos seus lhos, essas a quem o sistema da salários sucientes apenas para mantê-las vivas e com forças para continuar produzindo, até o m de sua vida útil. Ou seja, para o sistema, a mulher é um problema no processo de produção.
  • 8. A opressão de gênero é perceptível dentro, até mesmo, dos movimentos sociais, no movimento sindical, no século XIX e XX, os homens em sindicatos culpabilizavam as trabalhadoras pela redução nos salários, alguns acreditavam que a solução estava na total exclusão da mulher no trabalho e elevação do salário dos homens para que sozinhos pudessem sustentar suas famílias. E hoje, ainda não existe uma verdadeira igualdade entre os sexos, devido uma relutância ou incapacidade de reconhecer que o problema existe, que em seu próprio meio, a predominância é masculina, em reuniões, mulheres tem suas falas interrompidas, suas opiniões ignoradas, nas decisões suas vozes são abafadas e se sentem ridicularizadas, o que faz com que muitas companheiras de luta acabem saindo de grupos, coletivos, enm, falta tornar as palavras de ordem, patchs em jaquetas e letras de músicas uma prática cotidiana. O Anarquismo oferece a homens e mulheres a liberdade plena, diferente da falsa igualdade que se pode alcançar dentro do sistema capitalista. O m do sexismo não levará necessariamente ao m do Capitalismo, e vice-versa, mas é necessário para a coerência de ambas, que a revolução anarquista e feminista aconteçam simultaneamente. Reivindico o Anarcofeminismo pois acredito que só abolindo o sistema capitalista e criando uma sociedade sem classes e abolindo a hierarquia de poder que existe entre homens e mulheres viveremos livremente e juntos em igualdade.
  • 9. A cena anarquista tem adept@s de vários tipos, pessoas que participam de alguma "tribo urbana", pessoas que são estudios@s da anarquia, professor@s, enm, várias pessoas que interessam-se pela destruição do Estado, patriarcal, machista, elitista, burguês e opressor. Se fosse possível agrupar em determinada região tod@s @s anarquistas ao redor do mundo uma revolução, tal qual a espanhola, certamente seria feita. Anal temos uma força que difere dos outr@s revolucionári@s, queremos não uma reforma do capital ou um novo tipo de governo, queremos a destruição de todo e qualquer tipo de governo, queremos autogestão, queremos acima de tudo liberdade! Porém, um problema que vem sendo enfrentado há tempos na cena anarquista é o sectarismo, por sectarismo eu digo a tentativa eliminar, boicotar e ans determinado grupo ou pessoa, baseado em pré-conceitos que uma vez lhe foram passados como certos e que deveriam ser sempre seguidos, ou não era digno de ser considerad@ anarquista ou antifascista de "verdade". Esse tipo de atitudes tem sido cometidas por muit@s, baseando-se apenas em pré-conceitos e histórias perpetuadas por outras pessoas que poderiam ser preconceituosas ou apenas ignorantes, e esse tipo de atitude deve ser eliminada porquê de nada contribui na nossa luta, pelo contrário apenas sectariza um movimento muito maior. Pessoas deixam se levar por seus egos e ignoram outras que poderiam muito bem ser quem iria te apoiar até o m que seria capaz de morrer na luta a seu lado.
  • 10. Esse tipo de atitude sectária não leva a nada apenas a desmobilização da luta, como diz José Oticica em seu livro Contra o Sectarismo: "O verdadeiro anarquista, penso eu, aquele que se libertou totalmente do preconceito sectarista, colabora em todos os grupos, atua em qualquer tendência. Mais ainda, coopera com os não-anarquistas onde quer que a ação deles incremente a oposição revolucionária. Assim, é anticlerical com os anticlericais; é democrático na defesa dos princípios liberais contra os reacionários; está com os bolchevistas, sempre que estes reivindiquem direitos, reforça a ala antimilitarista, ainda que os antimilitaristas sejam burgueses; colabora com a escola moderna racionalista, conquanto não seja senão reformista; anima os teósofos na propaganda fraternista, os vegetarianos na extirpação dos vícios, o próprio Estado Liberal na sua luta contra o imperialismo vaticanista. Não proceder assim, seria connar-se ao sectarismo e negar, nos atos, a doutrina anarquista, essencialmente anti-sectária." A luta é todo dia não podemos nos deixar levar por atitudes que possam desmobilizar a mesma, não importando raça, cor, credo, classe, grupo, se você acredita que podemos mudar esse mundo que vivemos hoje e quer lutar por isso saiba que não está sozinho. Abra seus olhos, sua/seu maior irmã/irmão de luta pode estar ao seu lado lutando também e você o esteja ignorando por estar sendo orgulhoso ou preconceituoso com o mesmo. A nossa luta é todo dia, contra o fascismo, racismo, machismo e homofobia. Somente a destruição do Estado será capaz de nos dar liberdade a qual ansiamos e ela só será conquistada se nós tod@s nos unirmos! Saudações anarquistas/antifascistas, a luta segue, enquanto houver vida haverá pelo que lutar.
  • 11. '' Índio não existe mais''. '' Índio que usa roupa não é mais índio''. ''Estão atrapalhando o progresso do país''.'' Índio só quer direitos''.''Estes não são mais índios. São invasores de terras e posseiros''. Poderíamos car o dia todo listando as diversas frases que as pessoas criam ao discutirem sobre o tema INDIO. Paremos para pensar um pouco. Dizemos que os índios que usam roupa, internet, carro, etc não são mais índios. Bem, pelo visto, só o branco tem o direito de usufruir de confortos e utilidades que a modernidade trouxe. OS índios não, claro. Para poderem ser chamados como tal, devem estar totalmente isolados, nus, em uma oca feita de palha ou barro e afastados de qualquer outro elemento que interra nos seus hábitos. Resistencia O descaso com esse grupo é tão grande que não reconhecemos, em nenhum momento, que o preconceito que temos com este grupo está enraizado, tanto por motivos históricos como por econômicos e políticos atualmente. Na Amazônia a mão-deobra escrava predominante era a indígena (é preciso dizer predominante, pois também existiam escravos negros aqui, segundo relatos históricos, desde por volta do século XVIII). Na época da borracha, quem realmente sabia coletar o látex da seringueira para servir ao grande senhor de terra capitalista explorador e treinar os trabalhadores vindos do nordeste, iludidos por uma mentira de vida ganha na oresta, eram os indígenas. A cidade de Manaus é batizada com um nome de uma etnia já extinta, a dos Manaós. Indigena
  • 12. . E depois, simplesmente dizemos que eles não existem! Os descartamos de nossa vida, simplesmente, como se tivessem desaparecido, em uma magia elaborada por feiticeiros interessados apenas em seus próprios objetivos: o do capital, da exploração, do lucro que os donos de cabeças de gado e de plantações de soja tanto anseiam, por intermédio da negação de um universo cultural! Resistencia A mesma coisa que zeram os missionários no século XVI ao querer impor à força outra religião, juntamente com pensamentos e costumes totalmente diferentes do que estão habituados, gerando conitos, violência e massacre. '' Ah, mas se ele está na cidade, não é índio. É branco, que nem a gente''. Ser índio não é vestir um cocar, ter os olhos puxados e usar tanga. É muito mais além. Tem haver com um sentimento de pertencimento, de identidade. É sentir que você é indígena. E que participa de um grupo detentor de uma história, de uma economia, de uma religião, de uma moral, de uma cultura própria e nalmente, de uma terra própria, que há centenas de anos ocupavam. Contudo, pelo olhar do capitalismo, nada disso existe. Nada deve ser reparado. As cotas para índios, por exemplo, são motivo de críticas que, baseadas em um princípio de mérito, remetem à injustica para aqueles que estudaram incansavelmente em escolas particulares, em cursinhos caríssimos e que possuem condições materiais e imateriais muito mais privilegiadas do que outros grupos subjulgados por aqueles que possuem oncinhas a mais . Quase não vemos indígenas nas universidades. A ciência hoje ainda é, predominantemente, branca. O inacesso destes aos vários setores da sociedade, como educação, assistência social e saúde é notório. O Estado, atualmente, mantém uma política de nãodiálogo com os movimentos sociais indígenas. Indigena
  • 13. Atualmente, está acontecendo uma ocupação de cerca de 200 índios se revezando na sede regional da FUNAI, na rua Maceió, no bairro vieiralves. Os jornais e a televisão simplesmente não dão a mínima para as reivindicações daquele grupo, e zeram tímidas e pobres notícias. O objetivo deste levante é a saída do coordenador geral Eduardo Deisídio?. O argumento é de que esta pessoa não está cumprindo seu papel a frente da instituição, e que não conhece as demandas dos índios. Querem diálogo, mas o governo não dá. Por que? Porque o governo está do lado dos grandes empresários. Do capitalismo. E não daqueles que são explorados por esse sistema que massacra os indivíduos aé a última gota de suor. Este grupo que faz acontecer este zine acredita que somente uma tomada de consciência da realidade que vive e de uma organização de todos aqueles que também sofrem com esta escravidão baseada no dinheiro, no consumismo e na exploração dos menos favorecidos é capaz de enfrentar e de mostrar alternativas de uma nova sociedade que pode vir, onde índios, negros, mulheres, ou nenhum outro grupo será mais discriminado e violentado!SOMOS TODOS INDÍGENAS! SOMOS BARÉS, MUNDURUCUS, MURAS, KOKAMA E MAIS TODOS! ESTAMOS DO LADO DE VOCÊS! VAMOS À LUTA! CONTRA A LÓGICA DO CAPITAL! FORA RURALISTAS! Resistencia Indigena
  • 15. A questão da terra A ligação com a terra, para umas pessoas, pode ser mínimo, quase nenhum. Para outros, representa uma vida de trabalho e suor! A base de sua subsistência, uma memória de um povo, uma autonomia, uma luta por sobrevivência. A terra é geradora de identidades, de práticas de um grupo, de uma cultura. Imaginem que possam existir povos que tem este tipo de ligação por séculos, e que simplesmente, por uma série de interesses externos e predatórios, vêem seu mundo desaparecer. Vêem cercas serem construídas. Vêem grandes pastos de animais e plantações de soja. Nada disso é para consumo próprio. Nada é para sustentar famílias para terem o que comer, o que vestir. Tudo isso é apenas para acumular, para enriquecer. E isso é utilizado para acumular mais, para enriquecer. Os indivíduos se vêem em dois caminhos: esquecer tudo o que construíram, tudo o que um dia acreditaram e serem operários do grande capital para poderem ainda estar em ''vida''. Ou morrer lutando por sua terra! Por seu direito! Enquanto ser humano que não aceita as amarras que lhe são impostas! E que sonha a voltar a ter sua terra, a plantar e a ter o seu mínimo de sustento, sem tem que explorar outro indivíduo! Hoje, estamos testemunhando o genocídio comandado pelo Estado: Indígenas Guarani-Kaiowá anunciam sua morte coletiva, devido ao governo brasileiro dar prioridade ao agronegócio e ignorar o direito dos povos originários de estarem em suas terras. Lutaram, lutaram, queriam diálogo, e nada. Restou-lhes a morte. Sem a terra, não há vida. E tudo isso mandado pelas autoridades que dizem respeitar a diversidade étnica e cultural. Sabemos que o capital não respeita isso. Como este domina todas as instituições do governo, juntamente com a bancada ruralista nos congressos e nas câmaras, esta também não respeita tais povos.
  • 16. Não somente os indígenas, mas os trabalhadores do campo, os campesinos. Aqueles que possui uma relação de trabalho direta com a terra. Pequenos agricultores que passam despercebidos pela maioria das pessoas, mas que é de extrema importância para o fornecimento de alimentos para o país. Tudo baseado na agricultura familiar. E que cada vez mais perdem suas terras para o agronegócio, terminando por virar trabalhadores assalariados nas grandes fazendas, ou migram para a cidade para tentar sobreviver por meio de trabalho esgotante e exploratório nas indústrias. O mito da vida boa na cidade já caiu por terra. A maioria não possui o direito à cidade. Apenas poucos, os capitalistas ligados a grandes corporações e à midia deturbadora de informação, e à pequenoburguesia classe média cega por princípios meritocráticos. Essas formas de existência humana estão beirando à extinção, contudo ainda resistem bravamente! Existem povos que estão ocupando terras e não possuem os títulos, o que é alvo fácil para que os grandes empresários, por meio de trâmites burocráticos em instituições do Estado dominadas pela lógica burguesa, conseguem a titulação das terras e desapropriam aqueles que vivem lá por décadas, alguns por séculos. A Coalizão Anticapitalista e Anarquista de Manaus acredita que somente com uma agricultura socialista, baseada no apoio mútuo e no trabalhador como dono dos seus instrumentos de trabalho que podemos chegar à emancipação humana! E no reconhecimento destes povos explorados (índios, quilombolas, campesinos) como detentores de direitos! A LUTA AINDA CONTINUA! SOMOS TODOS NEGROS, ÍNDIOS, MULHERES E TRABALHADORES! RUMO À EMANCIPAÇÃO HUMANA! CHEGA DE EXPLORAÇÃO! LUTEMOS POR UMA SOCIEDADE AUTOGESTIONADA! SEM ESTADO! SEM CAPITAL! SEM POLÍCIA! A LUTA TAMBÉM ESTÁ NO CAMPO! NÃO SUBESTIMEM O POVO!!