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Crónica de D. João I,
Fernão Lopes
Contexto histórico:
O problema da sucessão ao trono após a morte de D. Fernando
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Narração do reinado de D. João I, desde a sua aclamação
(depois da morte do Conde Andeiro) até ao estabelecimento
da paz com Castela.
Crónica de D. João I
Atores individuais e coletivos
Afirmação da consciência coletiva
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Afirmação da consciência coletiva
▪ Manifestação de sentimentos de pertença a um grupo – a nação –, assente
no reconhecimento da autonomia política
▪ Ação popular coesa na defesa da independência nacional face a Castela e no
apoio ao Mestre de Avis
▪ Valorização da «terra», da identidade nacional e da vontade popular em
detrimento da sucessão dinástica
▪ Demonstração de coragem, abnegação e patriotismo durante a guerra civil
com Castela e o cerco de Lisboa
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Crónica de D. João I – 1.ª parte
Capítulos-chave na afirmação da consciência coletiva
11 O alvoroço na cidade de Lisboa depois da morte do conde
Andeiro e a aclamação do Mestre de Avis.
O cerco castelhano à capital portuguesa e suas
consequências.
A fome em Lisboa durante o cerco castelhano.
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
115
148
Afirmação da consciência coletiva
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Afirmação da consciência coletiva
Momentos em que se evidencia a afirmação da consciência coletiva:
– quando circula a notícia de que o Mestre de Avis corre perigo de vida, no
Capítulo 11, e a multidão se movimenta em direção ao Paço, em grande
agitação, para proteger aquele que pode garantir a independência de
Portugal;
‒ quando, no Capítulo 11 , o povo de Lisboa planeia assaltar o Paço da
Rainha, insurgindo-se contra a regente, Dona Leonor, e acusando-a de ser
traidora/«aleivosa», por defender os interesses castelhanos;
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
‒ aquando do cerco de Lisboa,
descrito nos Capítulos 115 e 148,
todos se unem para guarnecer as
muralhas e assegurar o transporte
de mantimentos para dentro da
cidade, permitindo a resistência ao
invasor castelhano.
Afirmação da consciência coletiva
Adaptado de Critérios Gerais de Classificação – Exame Final Nacional de Português, 2021, 1.ª fase, IAVE
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Afirmação da consciência coletiva
Evidencia-se na obra, como exemplificam os capítulos 11, 115 e 148 da
primeira parte, a afirmação da consciência coletiva nacional, na medida em que
Fernão Lopes descreve a atuação coesa e determinada das massas populares,
animadas por «uma só vontade» e expressando-se a uma só voz, na defesa da
«terra» e da independência.
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Afirmação da consciência coletiva
Descreve, igualmente, as constantes demonstrações de coragem, de
abnegação e de patriotismo que a resistência ao inimigo castelhano exigiram,
em particular no decorrer do cerco a Lisboa, durante o qual as «gentes» da
cidade se mostraram perseverantes e intrépidas, apesar das «tribulações»
vividas, em particular a fome.
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Atores individuais e coletivos
Personagens que, no decorrer da Crónica de D. João I,
se destacam pela sua atuação enquanto entidades
singulares ou coletivas, assumindo relevância particular
nos eventos narrados.
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Atores individuais e coletivos
«Do alvoroço que foi na cidade cuidando que
matavom o mestre, e como aló foi Alvaro
Paaez e muitas gentes com ele» Atores
individuais
Atores
coletivos
Exemplo – Capítulo 11
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Atores individuais
Destacam-se algumas figuras históricas do período
representado, em particular:
▪ o Mestre de Avis/D. João I;
▪ alguns membros da nobreza envolvidos na crise dinástica de
1383:
- D. Leonor Teles;
- o Conde Andeiro;
- o rei de Castela;
- nobres lisboetas.
Crónica de D. João I, Fernão Lopes
Atores coletivos
O ator coletivo cujo relevo é evidente na Crónica de D. João I é o povo, em
particular o de Lisboa.
Os seus membros agem como um ser único, partilhando sentimentos,
emoções e vontades e conjugando esforços para garantir a independência
nacional, em sucessivas manifestações de afirmação da consciência coletiva.
Crónica de D. João I, Fernão Lopes

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  • 1. Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 2. Contexto histórico: O problema da sucessão ao trono após a morte de D. Fernando Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 3. Narração do reinado de D. João I, desde a sua aclamação (depois da morte do Conde Andeiro) até ao estabelecimento da paz com Castela. Crónica de D. João I Atores individuais e coletivos Afirmação da consciência coletiva Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 4. Afirmação da consciência coletiva ▪ Manifestação de sentimentos de pertença a um grupo – a nação –, assente no reconhecimento da autonomia política ▪ Ação popular coesa na defesa da independência nacional face a Castela e no apoio ao Mestre de Avis ▪ Valorização da «terra», da identidade nacional e da vontade popular em detrimento da sucessão dinástica ▪ Demonstração de coragem, abnegação e patriotismo durante a guerra civil com Castela e o cerco de Lisboa Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 5. Crónica de D. João I – 1.ª parte Capítulos-chave na afirmação da consciência coletiva 11 O alvoroço na cidade de Lisboa depois da morte do conde Andeiro e a aclamação do Mestre de Avis. O cerco castelhano à capital portuguesa e suas consequências. A fome em Lisboa durante o cerco castelhano. Crónica de D. João I, Fernão Lopes 115 148
  • 6. Afirmação da consciência coletiva Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 7. Afirmação da consciência coletiva Momentos em que se evidencia a afirmação da consciência coletiva: – quando circula a notícia de que o Mestre de Avis corre perigo de vida, no Capítulo 11, e a multidão se movimenta em direção ao Paço, em grande agitação, para proteger aquele que pode garantir a independência de Portugal; ‒ quando, no Capítulo 11 , o povo de Lisboa planeia assaltar o Paço da Rainha, insurgindo-se contra a regente, Dona Leonor, e acusando-a de ser traidora/«aleivosa», por defender os interesses castelhanos; Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 8. ‒ aquando do cerco de Lisboa, descrito nos Capítulos 115 e 148, todos se unem para guarnecer as muralhas e assegurar o transporte de mantimentos para dentro da cidade, permitindo a resistência ao invasor castelhano. Afirmação da consciência coletiva Adaptado de Critérios Gerais de Classificação – Exame Final Nacional de Português, 2021, 1.ª fase, IAVE Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 9. Afirmação da consciência coletiva Evidencia-se na obra, como exemplificam os capítulos 11, 115 e 148 da primeira parte, a afirmação da consciência coletiva nacional, na medida em que Fernão Lopes descreve a atuação coesa e determinada das massas populares, animadas por «uma só vontade» e expressando-se a uma só voz, na defesa da «terra» e da independência. Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 10. Afirmação da consciência coletiva Descreve, igualmente, as constantes demonstrações de coragem, de abnegação e de patriotismo que a resistência ao inimigo castelhano exigiram, em particular no decorrer do cerco a Lisboa, durante o qual as «gentes» da cidade se mostraram perseverantes e intrépidas, apesar das «tribulações» vividas, em particular a fome. Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 11. Atores individuais e coletivos Personagens que, no decorrer da Crónica de D. João I, se destacam pela sua atuação enquanto entidades singulares ou coletivas, assumindo relevância particular nos eventos narrados. Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 12. Atores individuais e coletivos «Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o mestre, e como aló foi Alvaro Paaez e muitas gentes com ele» Atores individuais Atores coletivos Exemplo – Capítulo 11 Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 13. Atores individuais Destacam-se algumas figuras históricas do período representado, em particular: ▪ o Mestre de Avis/D. João I; ▪ alguns membros da nobreza envolvidos na crise dinástica de 1383: - D. Leonor Teles; - o Conde Andeiro; - o rei de Castela; - nobres lisboetas. Crónica de D. João I, Fernão Lopes
  • 14. Atores coletivos O ator coletivo cujo relevo é evidente na Crónica de D. João I é o povo, em particular o de Lisboa. Os seus membros agem como um ser único, partilhando sentimentos, emoções e vontades e conjugando esforços para garantir a independência nacional, em sucessivas manifestações de afirmação da consciência coletiva. Crónica de D. João I, Fernão Lopes