Este documento discute texturas e estruturas geológicas. Explica que as texturas fornecem informações sobre características como tamanho de partículas, arredondamento e porosidade das rochas, enquanto as estruturas revelam detalhes sobre a formação e movimentos geológicos posteriores das rochas. Descreve vários tipos de texturas e estruturas, incluindo primárias e secundárias, internas e externas, e explica o significado geológico de cada uma.
1. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Texturas e Estruturas
A Geologia - o estudo da Terra - é feita estudando as rochas que formam a litosfera. Entretan-
to não há possibilidade de observar-se o ato original da estruturação de uma rocha, por três motivos:
• As rochas originais são mais antigas que a humanidade
• O ambiente das rochas em formação, o fundo das bacias sedimentares, dentro de espessas
acumulações de clásticos, não permite a observação.
• O tempo exigido para a observação do fenômeno é demasiado longo, especialmente, se
comparado à duração da vida humana
A exceção é feita às rochas vulcânicas que em algumas oportunidades se formam à superfí-
cie, em processo de resfriamento rápido.
Dessa maneira, estuda-se a rocha no campo e a partir das suas qualidades texturais e estrutu-
rais, deduzem-se as condições tectônicas da sua sedimentação.
Para conseguir isso, há que se ter em mente o que são e como funcionam os Processos de
Sedimentação, vistos anteriormente.
Texturas
Textura refere-se a parâmetros que dizem respeito às qualidades das partículas que formam
as rochas. São:
• Tamanho dos cristais ou das partículas
• Arredondamento
• Esfericidade
• Cor
• Porosidade
• Permeabilidade.
Cada uma destas características tem um significado geológico que deve ser interpretado den-
tro da informação que elas podem fornecer. Não são qualidades coletivamente presentes em todas as
rochas e devem ser consideradas dentro desse critério.
Por exemplo: o tamanho das partículas é verificado em todas as rochas. A permeabilidade só
se verifica em algumas. As cores são diversas entre as rochas e dentro da mesma rocha etc. Vejamos
uma por uma e o seu significado geológico.
Tamanho
O tamanho das partículas dá idéia da competência do meio de transporte, da topografia da
área-fonte dos sedimentos e com alguma possibilidade da distância entre fonte e a bacia de sedimen-
tação. Ter em mente na interpretação, que a topografia acentuada gera rios competentes que transpor-
tam partículas grandes e pequenas, enquanto os incompetentes só conseguem transportar partículas
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2. Texturas e Estruturas
pequenas. As grandes distâncias geológicas tendem a diminuir o tamanho das partículas pelo desgas-
te no transporte, mas a partícula poderá ser pequena na origem a despeito da distância a percorrer,
e se deslocam flutuando. Este raciocínio faz com que as partículas pequenas, percam importância
na análise das distâncias percorridas pelo sedimento. As partículas maiores deverão estar perto das
áreas-fonte e por isso, devem ser analisadas com maior atenção. Clásticos grandes e muito grandes
poderão estar nas imediações de uma área de tectonismo intenso e isso é importante na definição da
formação geológica. As partículas pequenas ou argilas, às vezes têm grande importância econômica.
Arredondamento
A rocha matriz é de modo geral formada de cristais angulosos, com algumas exceções. O
transporte tende arredondá-los, característica esta que daria idéia da distância do transporte. Neste
caso, somente a análise das partículas angulosas tem significado, pois clásticos arredondados não
somente significam distância percorrida, mas remobilizações de partículas já anteriormente arredon-
dadas, mesmo a pequenas distâncias. Neste caso, a análise perde importância. O arredondamento é
parâmetro verificável em partículas grandes.
Esfericidade
A esfericidade transmite a idéia da forma original do cristal. Cristais com dimensões muito
diferentes têm pouca esfericidade e se apresentam esféricos quando as dimensões são semelhantes.
Teoricamente são importantes para o aspecto exploratório de hidrocarbonetos, pois configuram boa
porosidade e geram bons índices de permeabilidade.
Cor
É parâmetro mais descritivo do que interpretativo, pois são comuns em todas as rochas.
Todas as rochas são coloridas e a cor predominante depende do mineral que lhe deu origem, da sua
concentração, teor, etc.
Porosidade
Porosidade é a parte da rocha não ocupada por minerais, mas normalmente ocupada por
fluidos. É a parte vazia da rocha. De modo geral intercomunicados, mas nem sempre. É referida em
porcentagem do volume total da rocha e dessa maneira, quanto mais alta essa porcentagem maior a
porosidade, que neste caso tem maior possibilidade de armazenamento de fluidos que a rocha seja
portadora. Em outras palavras, quanto mais alta a porosidade, mais alta a possibilidade de armazena-
mento e melhor o reservatório. A porosidade de uma rocha é função de variadas causas. Exemplos:
o tamanho das partículas que quando pequenas diminuem a porosidade; o tectonismo que, conforme
a intensidade, também tende a diminuir a porosidade proporcionalmente; a diagênese em meios quí-
micos complexos tende a cimentar as partículas fechando a porosidade da rocha em formação etc.
A porosidade de uma rocha pode ser original ou primária, aquela que existe naturalmente, e secundá-
ria quando alterada por meios mecânicos ou químicos, especialmente usada na indústria petrolífera.
É um expediente usado para aumentar a porosidade e a permeabilidade aumentando a vazão de um
poço extrator de petróleo. De modo geral as rochas de origem ígnea não têm porosidade.
Permeabilidade
É uma propriedade textural da rocha intimamente ligada à porosidade da rocha. É a proprie-
dade da rocha deixar-se atravessar por um fluido. Evidente que o fluido dever passar com maior ou
menor facilidade, dependendo da porosidade da rocha e de outros fatores. Quanto maior a porosi-
dade, mais fácil será a movimentação do fluido através dela e diz-se então que a rocha tem boa per-
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3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
meabilidade. Existem rochas de boa porosidade com baixa permeabilidade, bastando para isso que
os poros não sejam intercomunicados. Baixa porosidade, entretanto nunca dá boa permeabilidade. A
permeabilidade depende também da viscosidade do fluido e da pressão a que ele estiver submetido.
Um fluido viscoso tem mais dificuldade de movimentar-se que um de menor viscosidade, enquanto
maiores pressões forçam o movimento a maiores taxas. Tanto a permeabilidade como a porosidade,
não são próprias das rochas de origem ígnea.
Estruturas
Estruturas são parâmetros que têm a ver com o corpo rochoso como um todo. São as carac-
terísticas da rocha estudadas no campo e interpretadas através de mapas. As estruturas são: primárias
e secundárias, internas e externas. As primárias são as estruturas aparecidas durante a formação da
rocha ou durante a sua diagênese. Exemplo, o acamamento e suas características; a existência de
fósseis etc. As estruturas secundárias aparecem depois de formada a rocha como, por exemplo, os
dobramentos, falhamentos etc.
Internas
Primárias
Externas
Estruturas
Internas
Secundárias
Externas
São primárias as estruturas originais, isto é, resultantes do fenômeno da sedimentação. Se-
cundárias são as estruturas que aparecem na rocha depois de formada. São externas as passíveis de
serem observadas por fora do corpo e internas quando ocorrem dentro da rocha.
Primárias externas se referem à forma original da rocha. São termos descritivos e compara-
das a aspectos triviais verificados no dia-a-dia humano. Assim, se uma formação geológica tem uma
grande distribuição geográfica, isto é, se as dimensões em superfície são amplas, diz-se que ela tem
a forma de um lençol, pois este objeto de uso dá idéia da forma externa do corpo rochoso. No outro
extremo, se uma das dimensões superficiais é muito maior do que as outras duas, dizemos que ela é
linear por comparação com um fio de linha.
Outras formas estruturais externas importantes ocorrem em áreas de vulcanismo. As lavas
de um vulcão por saírem do interior da Terra em estado fluido, se espalham por grandes superfícies,
formando os derrames, enquanto o lugar do afloramento da lava é um cone vulcânico ou um dique.
Cone porque se assemelha à forma de um cone geométrico e dique se o vulcão é de forma linear.
As estruturas vulcânicas não se verificam necessariamente em bacias. Ocorrem também em regiões
montanhosas a exemplo da região andina (Formação Jota). Soleiras ou derrames de lava entre rochas
de estrutura horizontal preexistentes não existem na natureza. Devem ser interpretados como derra-
mes recobertos por posterior sedimentação, envolvendo uma seqüência de três formações e conexões
históricas como comentado.
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4. Texturas e Estruturas
O significado geológico dessas estruturas é que é importante. A forma externa da rocha reve-
la a forma original da bacia, ou seja, onde se deu a deformação negativa do embasamento derivando
daí o evento que deu origem à formação, configurando a tectônica que governou a sedimentação e
a conseqüente história geológica. Se há ou houve vulcanismo na região existem dados para outros
raciocínios correlatos que só podem ser feitos depois de completado o mapeamento.
Primárias internas são as estruturas que ficam no interior da rocha. O acamamento e sua
textura e espessura informam sobre a velocidade da sedimentação, que dá informações sobre a to-
pografia da área-fonte, o tectonismo da sedimentação e história geológica. Os fósseis são estruturas
internas e também chamadas de estruturas orgânicas. São estruturas especiais manuseadas e estuda-
das por especialistas chamados paleontólogos, as quais informam sobre a ecologia e evolução dos
animais ao tempo da sedimentação. Não têm valor datativo como se pensava antigamente e muito
menos caracterizam qualquer formação geológica.
Secundárias externas são as estruturas que acontecem posteriormente à formação da rocha:
são as dobras e os falhamentos. As dobras indicam movimentos laterais ou tangenciais da superfície
do globo que enrugam os estratos originalmente horizontais e dão idéia da direção dos movimentos.
Os falhamentos são resultantes de movimentos verticais e horizontais. Quando verticais, são sempre
radiais positivos, isto é, de baixo para cima resultando em falhas reversas. Vale dizer que as chama-
das falhas normais ou de gravidade não existem devido exatamente à gravidade que compacta o
globo terrestre até o ponto da rigidez, não podendo por isso descer qualquer parte da litosfera. Assim,
em uma falha qualquer de rejeito vertical, não há um lado abaixado em relação ao outro como se en-
sinava antigamente. Um deles é o levantado, condição essa verificada no campo pelo estudo estrati-
gráfico procedido para fins de mapeamento. Não há qualquer necessidade de indicar-se a quantidade
do rejeito, o throw e o heave etc.
Secundárias internas, são especialmente dissoluções que se dão em rochas passíveis de so-
frerem o fenômeno.
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