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Tendência Estudantil
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RESISTÊNCIA
POPULAR
Coletivo Ufrgs Estude e Lute!
Os últimos meses têm sido marcados por muita mobilização para setores da juventude e do
povo trabalhador. Aqui em Porto Alegre, boa parte da militância das universidades, escolas e
sindicatos esteve voltada para a dinâmica de assembleias e marchas de rua protagonizadas
pelo Bloco de Lutas pelo Transporte Público.
Em relação à nossa Universidade, grande parte daqueles que apostam na organização e na luta
popular como necessidades para transformarmos nossa realidade esteve imersa nessa dinâmica.
Contudo, o próprio andar da carruagem se encarregou de mostrar os limites da mobilização de rua
quando não há sólida organização de base. Por organização de base sólida, queremos dizer não
apenas coletivos e correntes políticas atuantes nem mesmo Centros e Diretórios Acadêmicos
abertos, e sim certo acúmulo organizativo e programático construído a partir da participação dos
estudantes desde seus cursos até as instâncias máximas de organização do Movimento Estudantil
como o DCE. Não que não haja problemas e pautas de reivindicação concretas já sentidas e
agitadas pela militância estudantil universitária. Sim, existem e falaremos delas mais adiante. No
entanto, precisamos avançar, fomentando cada vez mais a participação dos estudantes que ainda
não participam e politizando ainda mais as entidades de base de cada curso, para que deixem de ser
simples espaços físicos abertos, tornando-se símbolo de gente organizada e disposta a ir para luta
pelos nossos direitos.
Quanto aos problemas que vivemos diariamente na UFRGS, levantamos os que acreditamos serem
os mais urgentes, fazendo a ressalva de que existem muitos outros além desses e que, para nós,
vão depender do conjunto dos estudantes as demandas a serem agitadas.
Em primeiro lugar, os problemas referentes à infraestrutura, tendo como exemplo a situação da
Casa do Estudante, que conta com problemas na fiação elétrica e com o uso indevido por parte da
burocracia da Universidade de todo um andar do prédio. Também ressaltamos a questão do
fechamento do RU do Campus do Vale, que já tem sido mote de mobilização de vários centros
acadêmicos em conjunto com o DCE. Uma série de problemas tem sido denunciada: filas
gigantescas, falta de alimentos em certos locais, estrutura precária e
gradual sucateamento. Nesse ponto, também é necessário falar da
falta de professores em muitos cursos, fruto do descompasso entre o
aumento do nº de estudantes na Universidade sem a correspondente
oferta de professores e da precária Assistência Estudantil ofertada
aos estudantes. Acreditamos que, em maior ou menor grau, os
diversos problemas de infraestrutura possuem relação com os rumos
que as Universidades Federais vem tomando, expressos nas
Reformas Universitárias (REUNI 1 e 2) e no Plano Nacional de
Educação PNE, que vem “ampliando e expandindo” o acesso às
Universidades às custas ou de sua privatização, ou de seu
sucateamento.
Luta or no sas d ma a !r p s e nd s
Outro ponto que tem sido debatido diz respeito à democratização da Universidade, a começar pela
eleição para a reitoria em que se exige Paridade, ou seja, que os votos de professores, servidores e
estudantes tenham o mesmo peso, de 33% para cada. Hoje o peso é de 70% para os professores,
15% para os servidores e 15% para os estudantes. Não podemos restringir o debate sobre a
democratização dos espaços da Universidade ao tema das eleições dos reitores, mas, ao mesmo
tempo, não podemos nos abster dessa pauta que possui sua importância dentro do debate dos
rumos que queremos para a Educação Universitária.
Por fim, não podemos de deixar de lado o racismo vivido por vários estudantes negros no cotidiano
da Universidade. A falta de preparo por parte de professores e pela Universidade em receber
estudantes cotistas, por exemplo, já expressa o preconceito enraizado no Ensino Superior.
Essas pautas, assim como outras que precisamos enfrentar, necessitam ganhar debate e ação de
cada vez mais estudantes. Nesse sentido, fortalecer os espaços de base, ampliando a participação
estudantil nos DA's, CA's e CE's para além de suas gestões e de forma politizada é uma tarefa de
primeira importância. Se a articulação de diversos DA's, em torno da pauta da Paridade, por
exemplo, já expressa um acúmulo importante dentro do Movimento Estudantil da UFRGS, a
ampliação de suas bases com pautas de debate e mobilização permanente se torna decisiva para
obtermos conquistas.
Portanto, acreditamos que o processo de radicalização deve vir acompanhado de aumento de
participação estudantil na base dos cursos e que a já existente articulação entre os DA's precisa
ganhar continuidade e ir se aprofundando. O Encontro de Estudantes da UFRGS, a ser realizado em
outubro, pode ser um momento interessante para que os DA's amadureçam certas pautas e possam
forjar unidade a partir de linhas comuns de atuação. É a partir dessas linhas gerais que buscaremos
atuar e aqueles que com elas se identificarem, convidamos a se somar nessa construção.
Tendência Estudantil Resistência Popular
Somos a Tendência Estudantil da Resistência Popular e
queremos nos somar na luta pela conquista e defesa
dos interesses estudantis (universitários e
secundaristas) e por uma Educação pública, gratuita e
a serviço das demandas do povo.
Somos a vontade de construção de uma tendência (um
estilo de trabalho e método de luta) que no movimento
estudantil atue de forma a defender a organização do
estudante por local de estudo, fortalecendo sua
organização de base, para que o movimento seja um
instrumento capaz de criar força social para a luta por
uma educação digna feita pelo povo e para o povo.
NOSSOS PRINCÍPIOS
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  • 1. Tendência Estudantil s stendenciaestudantilrp.blogspot.com - resistenciapopularestudantil@gmail.com RESISTÊNCIA POPULAR Coletivo Ufrgs Estude e Lute! Os últimos meses têm sido marcados por muita mobilização para setores da juventude e do povo trabalhador. Aqui em Porto Alegre, boa parte da militância das universidades, escolas e sindicatos esteve voltada para a dinâmica de assembleias e marchas de rua protagonizadas pelo Bloco de Lutas pelo Transporte Público. Em relação à nossa Universidade, grande parte daqueles que apostam na organização e na luta popular como necessidades para transformarmos nossa realidade esteve imersa nessa dinâmica. Contudo, o próprio andar da carruagem se encarregou de mostrar os limites da mobilização de rua quando não há sólida organização de base. Por organização de base sólida, queremos dizer não apenas coletivos e correntes políticas atuantes nem mesmo Centros e Diretórios Acadêmicos abertos, e sim certo acúmulo organizativo e programático construído a partir da participação dos estudantes desde seus cursos até as instâncias máximas de organização do Movimento Estudantil como o DCE. Não que não haja problemas e pautas de reivindicação concretas já sentidas e agitadas pela militância estudantil universitária. Sim, existem e falaremos delas mais adiante. No entanto, precisamos avançar, fomentando cada vez mais a participação dos estudantes que ainda não participam e politizando ainda mais as entidades de base de cada curso, para que deixem de ser simples espaços físicos abertos, tornando-se símbolo de gente organizada e disposta a ir para luta pelos nossos direitos. Quanto aos problemas que vivemos diariamente na UFRGS, levantamos os que acreditamos serem os mais urgentes, fazendo a ressalva de que existem muitos outros além desses e que, para nós, vão depender do conjunto dos estudantes as demandas a serem agitadas. Em primeiro lugar, os problemas referentes à infraestrutura, tendo como exemplo a situação da Casa do Estudante, que conta com problemas na fiação elétrica e com o uso indevido por parte da burocracia da Universidade de todo um andar do prédio. Também ressaltamos a questão do fechamento do RU do Campus do Vale, que já tem sido mote de mobilização de vários centros acadêmicos em conjunto com o DCE. Uma série de problemas tem sido denunciada: filas gigantescas, falta de alimentos em certos locais, estrutura precária e gradual sucateamento. Nesse ponto, também é necessário falar da falta de professores em muitos cursos, fruto do descompasso entre o aumento do nº de estudantes na Universidade sem a correspondente oferta de professores e da precária Assistência Estudantil ofertada aos estudantes. Acreditamos que, em maior ou menor grau, os diversos problemas de infraestrutura possuem relação com os rumos que as Universidades Federais vem tomando, expressos nas Reformas Universitárias (REUNI 1 e 2) e no Plano Nacional de Educação PNE, que vem “ampliando e expandindo” o acesso às Universidades às custas ou de sua privatização, ou de seu sucateamento. Luta or no sas d ma a !r p s e nd s
  • 2. Outro ponto que tem sido debatido diz respeito à democratização da Universidade, a começar pela eleição para a reitoria em que se exige Paridade, ou seja, que os votos de professores, servidores e estudantes tenham o mesmo peso, de 33% para cada. Hoje o peso é de 70% para os professores, 15% para os servidores e 15% para os estudantes. Não podemos restringir o debate sobre a democratização dos espaços da Universidade ao tema das eleições dos reitores, mas, ao mesmo tempo, não podemos nos abster dessa pauta que possui sua importância dentro do debate dos rumos que queremos para a Educação Universitária. Por fim, não podemos de deixar de lado o racismo vivido por vários estudantes negros no cotidiano da Universidade. A falta de preparo por parte de professores e pela Universidade em receber estudantes cotistas, por exemplo, já expressa o preconceito enraizado no Ensino Superior. Essas pautas, assim como outras que precisamos enfrentar, necessitam ganhar debate e ação de cada vez mais estudantes. Nesse sentido, fortalecer os espaços de base, ampliando a participação estudantil nos DA's, CA's e CE's para além de suas gestões e de forma politizada é uma tarefa de primeira importância. Se a articulação de diversos DA's, em torno da pauta da Paridade, por exemplo, já expressa um acúmulo importante dentro do Movimento Estudantil da UFRGS, a ampliação de suas bases com pautas de debate e mobilização permanente se torna decisiva para obtermos conquistas. Portanto, acreditamos que o processo de radicalização deve vir acompanhado de aumento de participação estudantil na base dos cursos e que a já existente articulação entre os DA's precisa ganhar continuidade e ir se aprofundando. O Encontro de Estudantes da UFRGS, a ser realizado em outubro, pode ser um momento interessante para que os DA's amadureçam certas pautas e possam forjar unidade a partir de linhas comuns de atuação. É a partir dessas linhas gerais que buscaremos atuar e aqueles que com elas se identificarem, convidamos a se somar nessa construção. Tendência Estudantil Resistência Popular Somos a Tendência Estudantil da Resistência Popular e queremos nos somar na luta pela conquista e defesa dos interesses estudantis (universitários e secundaristas) e por uma Educação pública, gratuita e a serviço das demandas do povo. Somos a vontade de construção de uma tendência (um estilo de trabalho e método de luta) que no movimento estudantil atue de forma a defender a organização do estudante por local de estudo, fortalecendo sua organização de base, para que o movimento seja um instrumento capaz de criar força social para a luta por uma educação digna feita pelo povo e para o povo. NOSSOS PRINCÍPIOS Democracia Direta e de Base Independência de Classe Luta e Ação Direta Compromisso Coletivo e Solidariedade QUEM SOMOS