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TECNOLOGIA ONTEM E HOJE
TELENOVELAS E CINEMAS
50 anos de telenovela diária: o início de uma história cultural
Há 50 anos, a telenovela brasileira ainda não era o fenômeno que o mundo inteiro conhece. Na
nossa televisão, tampouco, tinha o mesmo prestígio na programação. O carro chefe de qualquer
emissora que se prezasse era sedimentado em programas de auditório e em teleteatros. Antes,
exibidas duas a três vezes por semana, a telenovela só ganhou uma versão diária em 22 de julho de
1963 e esta semana o Tele Dossiê celebra essa mania nacional que se dependesse de alguns mais
entusiastas teria exibição até aos domingos.
Há 60 anos, a TV Tupi levava ao ar a primeira telenovela brasileira, “Sua Vida Me Pertence” (Walter
Foster), a antológica história protagonizada por Vida Alves e pelo próprio autor e diretor Walter
Foster. Tratava-se de uma experiência que durou apenas 15 capítulos apresentados duas vezes por
semana. Naquela época ninguém poderia imaginar que a telenovela se apresentaria como um dos
principais produtos da televisão brasileira e hoje é possível afirmar que o gênero conquistou seu
espaço no campo cultural e ganhou debate em torno da cultura brasileira.
Com suas origens no romance folhetim, narrativa seriada, de origem francesa, publicada em
jornais e revistas ao longo do século XIX, que se caracterizava pelo ritmo ágil, produção de
eventos e ganchos para prender a atenção dos leitores, a telenovela encontrou forte amparo em
outra forma
expressiva: o melodrama.
Entre o final do século XIX e o surgimento da radionovela do Brasil em 1941, muitas
transformações aconteceram no gênero. Oduvaldo Viana, diretor artístico da Rádio São Paulo, é
seduzido por esta forma de contar uma história ao ouvir uma radionovela na Argentina.
Quando as telenovelas começam a ser produzidas, a partir de 1951, os textos possuíam uma
forte influência do roteiro de rádio e os atores oriundos do veículo também não sabiam se portar
em frente à câmera. Questões que foram entraves para a popularização da telenovela no Brasil.
A precariedade da televisão comercial em seus primórdios possibilitou um espaço de
experimentação no interior das emissoras e se por um lado havia os programas herdados do
rádio, por outro, havia espaço para produtos mais “culturais”. Assim, em São Paulo, “O Grande
Teatro Tupi” e no Rio de Janeiro o “Teatro Cássio Muniz” apresentavam peças consagradas
internacionalmente, encenando Shakespeare, Eugene O’Neil, Tennessee Williams, fazendo com
que os teleteatros se afirmassem como o tipo de programa de maior prestígio produzido pela
televisão brasileira. E este prestígio traz à televisão uma lógica que contrasta com o intuito puro e
simples de divertimento.
Em 1963, mais especificamente no dia 22 de julho, a TV Excelsior estrou a novela “2-5499
Ocupado” (Dulce Santucci). O texto era argentino e foi comprado à revelia do diretor de
programação na ocasião, o mestre Boni. Considerada uma história inferior, a novela inicialmente
era exibida duas vezes por semana, mas posteriormente ganhou uma grade diária na emissora e
assim, a fórceps, iniciou a história do maior produto de entretenimento brasileiro. A produção de
uma telenovela diária só foi possível por conta do video tape, ou seja, a possibilidade de gravar
um programa para exibição posterior, já que heroicamente, os primeiros anos da televisão
brasileira foram ao vivo.
Somente no ano seguinte é que uma novela conquistou de fato o público foi “O Direito de
Nascer”, um original do cubano Félix Caignet comprada pela TV Tupi em parceria com a TV Rio,
onde Boni agora trabalhava. A história havia sindo um estrondoso sucesso no rádio e o faro
sempre certeiro do publicitário foi o estopim para o êxito da história também na TV. A partir do
momento que as desventuras de Albertinho Limonta e seu avô desalmado conquistou o coração
das donas de casa brasileiras, a telenovela se transformou de fato num investimento de sucesso.
Esta história já foi bem contada aqui no Tele Dossiê.
Mas o interesse dos investidores e anunciantes veio um pouco antes com outra novela da TV
Excelsior, “A Moça que veio de longe” (Ivani Ribeiro, 1964), baseada num original de Abel Santa
Cruz, o mesmo escritor de “Carrossel”, contava a história de um empregada doméstica vivida por
Rosamarinha Murtinho que se apaixona pelo filho de seu patrão vivido pelo galã Hélio Souto. A
popularidade da novela garantiu ao casal protagonista a fama antes oferecida somente aos
artistas de rádio.
• Nos 60 anos da telenovela diária, há muito a se comemorar, relembrar e discutir, afinal
muitas transformações aconteceram ao gênero durante estas décadas que vive atualmente
um período de forte transição e questionamentos.
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  • 1. TECNOLOGIA ONTEM E HOJE TELENOVELAS E CINEMAS 50 anos de telenovela diária: o início de uma história cultural Há 50 anos, a telenovela brasileira ainda não era o fenômeno que o mundo inteiro conhece. Na nossa televisão, tampouco, tinha o mesmo prestígio na programação. O carro chefe de qualquer emissora que se prezasse era sedimentado em programas de auditório e em teleteatros. Antes, exibidas duas a três vezes por semana, a telenovela só ganhou uma versão diária em 22 de julho de 1963 e esta semana o Tele Dossiê celebra essa mania nacional que se dependesse de alguns mais entusiastas teria exibição até aos domingos. Há 60 anos, a TV Tupi levava ao ar a primeira telenovela brasileira, “Sua Vida Me Pertence” (Walter Foster), a antológica história protagonizada por Vida Alves e pelo próprio autor e diretor Walter Foster. Tratava-se de uma experiência que durou apenas 15 capítulos apresentados duas vezes por semana. Naquela época ninguém poderia imaginar que a telenovela se apresentaria como um dos principais produtos da televisão brasileira e hoje é possível afirmar que o gênero conquistou seu espaço no campo cultural e ganhou debate em torno da cultura brasileira.
  • 2. Com suas origens no romance folhetim, narrativa seriada, de origem francesa, publicada em jornais e revistas ao longo do século XIX, que se caracterizava pelo ritmo ágil, produção de eventos e ganchos para prender a atenção dos leitores, a telenovela encontrou forte amparo em outra forma expressiva: o melodrama. Entre o final do século XIX e o surgimento da radionovela do Brasil em 1941, muitas transformações aconteceram no gênero. Oduvaldo Viana, diretor artístico da Rádio São Paulo, é seduzido por esta forma de contar uma história ao ouvir uma radionovela na Argentina. Quando as telenovelas começam a ser produzidas, a partir de 1951, os textos possuíam uma forte influência do roteiro de rádio e os atores oriundos do veículo também não sabiam se portar em frente à câmera. Questões que foram entraves para a popularização da telenovela no Brasil. A precariedade da televisão comercial em seus primórdios possibilitou um espaço de experimentação no interior das emissoras e se por um lado havia os programas herdados do rádio, por outro, havia espaço para produtos mais “culturais”. Assim, em São Paulo, “O Grande Teatro Tupi” e no Rio de Janeiro o “Teatro Cássio Muniz” apresentavam peças consagradas internacionalmente, encenando Shakespeare, Eugene O’Neil, Tennessee Williams, fazendo com que os teleteatros se afirmassem como o tipo de programa de maior prestígio produzido pela televisão brasileira. E este prestígio traz à televisão uma lógica que contrasta com o intuito puro e simples de divertimento.
  • 3. Em 1963, mais especificamente no dia 22 de julho, a TV Excelsior estrou a novela “2-5499 Ocupado” (Dulce Santucci). O texto era argentino e foi comprado à revelia do diretor de programação na ocasião, o mestre Boni. Considerada uma história inferior, a novela inicialmente era exibida duas vezes por semana, mas posteriormente ganhou uma grade diária na emissora e assim, a fórceps, iniciou a história do maior produto de entretenimento brasileiro. A produção de uma telenovela diária só foi possível por conta do video tape, ou seja, a possibilidade de gravar um programa para exibição posterior, já que heroicamente, os primeiros anos da televisão brasileira foram ao vivo. Somente no ano seguinte é que uma novela conquistou de fato o público foi “O Direito de Nascer”, um original do cubano Félix Caignet comprada pela TV Tupi em parceria com a TV Rio, onde Boni agora trabalhava. A história havia sindo um estrondoso sucesso no rádio e o faro sempre certeiro do publicitário foi o estopim para o êxito da história também na TV. A partir do momento que as desventuras de Albertinho Limonta e seu avô desalmado conquistou o coração das donas de casa brasileiras, a telenovela se transformou de fato num investimento de sucesso. Esta história já foi bem contada aqui no Tele Dossiê. Mas o interesse dos investidores e anunciantes veio um pouco antes com outra novela da TV Excelsior, “A Moça que veio de longe” (Ivani Ribeiro, 1964), baseada num original de Abel Santa Cruz, o mesmo escritor de “Carrossel”, contava a história de um empregada doméstica vivida por Rosamarinha Murtinho que se apaixona pelo filho de seu patrão vivido pelo galã Hélio Souto. A popularidade da novela garantiu ao casal protagonista a fama antes oferecida somente aos artistas de rádio.
  • 4. • Nos 60 anos da telenovela diária, há muito a se comemorar, relembrar e discutir, afinal muitas transformações aconteceram ao gênero durante estas décadas que vive atualmente um período de forte transição e questionamentos.