O documento descreve as características e ciclo de vida de Taenia solium e Taenia saginata, parasitas que causam teníase e cisticercose no homem. Detalha a morfologia dos vermes adultos e estágios larvais, sintomas, diagnóstico e tratamento das doenças. A teníase é causada pela presença das tênias no intestino humano e a cisticercose ocorre quando ovos da Taenia solium são ingeridos e desenvolvem cisticercos em outros órgãos.
1. Filo: Platelmintos Classe: Cestoda
Família: Taniidae - Taenia solium e Taenia saginata
Características: parasitas hermafroditas, conhecidas como solitárias.
Teníase é a doença causada pela presença de Taenia solium ou Taenia
saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo (homem).
Cisticercoseé a doença causada pela ingestão acidental dos ovos da tênia do
porco pelo homem que passa ocupar lugar de hospedeiro intermediário, os ovos
eclodem no intestino e podem se instalar nos diferentes órgãos do corpo. Apenas
causada pela tênia solium
3. T. solium possui rostelo, entre ventosas, com dupla fileira de acúleos
T. saginata não possui rostelo nem acúleos.
Colo oupescoço:logo abaixo da cabeça, éa zona dereprodução do verme, formação
das proglotes. Intensa multiplicação.
estróbilo oucorpo:restante do corpo quecontémas proglotes, várias segmentações.
Crescimento progressivo a partir do colo (quanto mais afastado do escólex -> mais
evoluídas as proglotes).
Podem ser visualizados órgãos genitais masculinos e femininos -hermafroditas.
Pode ser eliminada nas fezes, mas se a cabeça continuar no intestino ela não morre.
Ao longo do estróbilo tem proglotes jovens (perto do colo) maduras (capacidade de
se fecundar) e gravidas (com ovos).
4. Proglotes sofrem apólise: desprendem-se espontaneamente do estróbilo.
Taenia solium -> passivamente nas fezes de 3 a seis anéis unidos;
Taenia saginata ->sedestacame são eliminadas separadamente entre as evacuações,
contaminando a roupa íntima do hospedeiro
Ovos: são esféricos com uma casca protetora, protetora (embrióforo).
Internamente - embrião (hexacanto ou oncosfera) - 3 pares de acúleos e dupla
membrana
Cisticercos: parede da vesícula formada por 3 membranas- cuticular ou externa;
celular ou intermediária; reticular ou interna
5. Taenia solium -> vesícula translúcida com líquido claro; invaginado no seu interior
um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo
Taenia saginata -> mesma morfologia com ausência de rostelo
No sistema nervoso humano -> podese manter viável porvários anos -> modificações
anatômicas e fisiológicas até a calcificação completa da larva
CICLO
Cisticerco ingerido em carne malcozida por homem (HD)-> no intestino o cisticerco
se multiplica e forma a tênia -> a tênia adulta solta proglotes nas fezes -> porco ingere
os ovos liberados da proglote (HI) -> no intestino vira cisticerco
TENIASE – causado pela solium ou saginata.
Se por acidente alguma pessoa ingerir o ovo, faz papel de HI, os ovos eclodem no
intestino do homem e o cisticerco vai em busca de um órgão: cérebro, coração –
doença CISTICERCOSE, apenas tênia solium.
TRANSMISSÃO
- Teníase: ingestão de carne suína ou bovina crua ou malcozida infectada,
respectivamente pelo cisticerco de Taenia solium e Taenia saginata
6. - Cisticercose:ingestão acidental pelo homem de ovos viáveis da T. solium
que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase; autoinfecção externa,
interna ou heteroinfecção.
Teníase:Parasitam hospedeiro por longos períodos;fenômenos tóxicos alérgicos
(substâncias excretadas); hemorragias (fixação na mucosa); destruir o epitélio e
produzir inflamação com infiltrado celular com hipo ou hipersecreção de
muco.
Acelerado crescimento do parasita -> suplemento nutricional -> compete com o
hospedeiro
Sintomas clínicos
Tontura, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dores
abdominais, perda de peso.
Obstrução intestinal provocada pelo estróbilo; penetração de uma proglote no
apêndice -> raras -> T. saginata
:
Maioria dos portadores é assintomática, diagnóstico clínico difícil
Laboratorial: pesquisa de proglotes ou ovos da tênia nas fezes
Diagnóstico genérico (ovos iguais): Taenia sp.
Tamisação :analisar proglotes pela ramificação uterina
H.DEFINITIVO :Detecção nas fezes ,CAMA OU ROUPAS ÍNTIMAS;
Coproantígenos (CoAg), ELISA e PCR
H. INTERMEDIARIO – NECROPSIA,INSPEÇÃO DE CARCAÇAS
7. Niclosamida, praziquantel: Efeitos colaterais: cefaleia, dor de estômago,
náuseas e tonturas pouca duração.
Cisticercose :Pode ter dois caminhos:
Cisticercose muscular ou subcutânea: Normalmente assintomática;
Reação local= membrana fibrosa = morte e calcificação
Numerosos cisticercos no músculo esquelético :dor, fadiga e cãibras
(pernas, região lombar e nuca)Subcutâneo palpável, indolor, confundido com cisto
sebáceo
Cisticercose ocular: Alcança bulbo ocular através dos vasos da coróide,
instalando-se na retina descolamento ou perfuração da retina, atingindo humor vítreo
Reações inflamatórias exsudativas , opacificação do humor vítreo, sinéquias
posteriores da íris, uveítes e pantoftalmias Perda parcial ou total da visão;
desorganização ocular e perda do olho Opacificação do cristalino ,catarata
Cisticercose das glândulas mamárias: forma rara; nódulo indolor, com limites
precisos, móvel;
Cisticercose cardíaca:palpitações, ruídos anormais ou dispneia, quando cisticercos
se instalam nas válvulas.
Neurocisticercose: Depende do número, localização e fase de
desenvolvimento do parasita, reações inflamatórias locais:
Parenquimatosos: Processos compressivos, irritativos, vasculares e obstrutivos
Ventrículos: obstrução do fluxo do LCR, hipertensão intracraniana e hidrocefalia
Calcificações : forma cicatricial associadas à epilepsia
Parênquima : bom prognóstico;Pequeno número de cisticercos - assintomáticos, ou
apresentar crises epilépticas
8. Infecção maciça - síndrome de hipertensão intracraniana (HIC), crises de difícil
controle medicamentoso e déficit cognitivo
Crises epilépticas : manifestações mais frequentes (70 a 90% dos pacientes)
Principal causa de epilepsia de início tardio em países endêmicos
Sinais de meningite, paralisia de nervos cranianos, infartos cerebrais secundários a
vasculite
Hidrocefalia secundária à meningite cisticercótica coeficiente de mortalidade
elevado (50%)
Localizações extraparenquimatosas :formas malignas
HIC encefalite cisticercótica :infecção maciça decisticercos no parênquima intensa
reação inflamatória e grave edema cerebral
Distúrbios psiquiátricos e comprometimento intelectual
9. DIAGNOSTICO: Clínico, epidemiológico e laboratorial
Observações anatomopatológicas das biopsias, necropsias e cirurgias
Exame oftalmoscópio de fundo de olho e imunológicos.
TRATAMENTO : Praziquantel e albendazol (mais eficaz e droga de escolha)
Controle epilepsia : fenitoína e carbamazepina
Corticosteroides :meningite e encefalite cisticercótica
Tratamento cirúrgico: principal recurso antes dos medicamentos; excisão de
cisticercos gigantes ou de cistos intraventriculares ou espaço subaracnóideo