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SIMULAÇÃO MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO
BIFÁSICO NO DISTRIBUIDOR DE LINGOTAMENTO CONTÍNUO:
ESTUDO SOBRE A OTIMIZAÇÃO DA GEOMETRIA INTERNA
VISANDO UMA MELHOR PERFORMANCE.
Cristiano Faustino Almeida
mailto:cristianofaustinoalmeida@hotmail.com
Prefacio
Este trabalho não foi conduzido, nem muito menos realizado com finalidade acadêmica,
a ideia central é utilizar ferramentas da engenharia e conhecimentos específicos para resolver
problemas reais e fazem parte da rotina de processo de algumas usinas siderúrgicas.
Resumo
A solidificação de aço líquido se dá em um processo chamado lingotamento, que pode
ser originado na sua forma convencional (enchimento de lingoteiras) ou através de um
equipamento chamado Lingotamento Contínuo onde o conhecimento de suas variáveis de
processo e operação são de extrema importância para a produção de aços de qualidade. Um
componente de suma importância denominado distribuidor que se localiza entre a panela e o
molde e tem como função tradicional, distribuir o aço que sai da panela para o molde, Flotar as
inclusões e alimentar a máquina com aço durante as trocas de panelas e graças a ele o processo
se torna continuo. Assim sendo este trabalho trata do modelamento matemático do escoamento
de aço num distribuidor com formato tipo “T” e outro com uma alteração para “Semi-Delta”,
através da fluidodinâmica computacional. Esta realizada sem inibidores de turbulência, em
condições isotérmica e não isotérmicas em diferentes situações de vazão e condições térmicas.
Os softwares CFX e Blender foram utilizados para resolver equações de movimento,
continuidade e transferência de calor utilizando modelo k-Ɛ de turbulência para uma geometria
tridimensional.
O objetivo deste trabalho é caracterizar o escoamento do aço através dos perfis de
velocidade, perfis de temperatura, TKE (energia cinética turbulenta) e curvas de distribuição de
tempo de residência, onde visam resolver os seguintes fatores complicadores em um
lingotamento:
• Furo na região da Bica do distribuidor;
• Furo na região frontal do distribuidor;
• Furo na lateral, próximo a Zona de impacto;
• Obstrução de veios durante a operação;
• Dificuldade de abertura dos veios;
• Baixo vida média dos distribuidores;
1 INTRODUÇÃO
Na sequência das unidades siderúrgicas de Convertedores ou de Forno Eléctrico e
Metalurgia Secundária, a implementação de uma máquina Lingotamento Continuo moderna
garante um processo de produção de aço compacto e eficaz. No entanto, a crescente demanda
por padrões de qualidade metalúrgicos mais elevados envolve novas soluções tecnológicas, em
particular para eliminar ou reduzir as imperfeições no processo de lingotamento continuo.
Dentre estas soluções adotadas, um item que tem capacidade para desempenhar um grande
papel como reator metalúrgico ativo é o distribuidor. É por isso que precisamos de um melhor
conhecimento sobre os processos de química física que estão ocorrendo dentro deste
componente.
Existem vários tipos de construção do Distribuidor, seguindo as exigências metalúrgicas
e assumido nível e graus de produção variados. Dadas as prioridades, decidir não apenas sobre o
tipo de construção do distribuidor, mas também sobre outros fatores como a capacidade
nominal, o número e seções de moldes, o tempo de Lingotamento, o comprimento da sequência
de corridas, etc ... Para comparar vários tipos de construção tendo uma mesma Capacidade, é
necessário um bom conhecimento da "zona de trabalho", o que requer um bom conhecimento da
hidrodinâmica do fluxo de aço líquido.
A zona de trabalho do distribuidor é caracterizada pelos seguintes parâmetros
construtivos: forma, dimensões, capacidade. O equipamento da zona de trabalho com
dispositivos de controle de fluxo (FCD) também é muito importante.
Análise do fluxo e modo de mistura do aço líquido no distribuidor em condições
industriais é muito difícil, e a observação dos fenômenos de interesse in loco praticamente
impossível. Uma solução muito boa para este problema é usar as técnicas de modelagem.
Observando os perfis de velocidade nas diferentes regiões do distribuidor pode se
avaliar a trajetória do fluxo e das inclusões que são fortemente afetadas palas variações de
direção e sentido nos perfis de velocidade de escoamento em ambos os modelos apresentados.
Este artigo trata de um problema desse tipo. A pesquisa foi realizada por meio de
modelagem híbrida, na qual os resultados de simulações numéricas foram complementados pela
modelação física. Simultaneamente, esse método permite verificar os resultados obtidos de
acordo com a regra que diz sobre a verdade dos resultados convergentes de pesquisa obtidos por
diferentes métodos.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Tipos de Distribuidor
Foram desenhados dois modelos de distribuidores para efetuarmos o estudo, segue
modelos abaixo, onde o primeiro é o formato atual de uma empresa e o outro é uma proposta
para ser realizada uma alteração com o mínimo de modificações possíveis objetivando manter
os pontos de içamento e o centro de gravidade.
E a partir destas geometrias foram construídos os dois modelos em no software Autocad para
serem realizadas as simulações.
Distribuidor proposto
Distribuidor atual
Conceito da alteração
Basicamente a alteração da geometria interna busca dissipar a energia do fluxo de aço
abrangendo a maior área possível do distribuidor evitando zonas frias e diminuindo o a
concentração desta energia na região da bica do distribuidor.
Formação de cascão de aço na bica.
O acumulo de aço na bica de distribuidores em lingotamento de jato aberto é um sério e
grande complicador para operação, pois as práticas de limpeza danificam o refratário de forma
física (uso de alavanca) ou de forma química (utilização de oxigênio). Um problema que pode
agravar vindo a causar um acidente pois tende a gerar um furo nesta região:
Distribuidor com acumulo de cascão durante a operação no Lingotamento Contínuo.
Distribuidores com cascão na bica após sequenciais menores que 10 corridas.
Analise das alterações referentes ao problema
Uma alteração realizada foi o aumento da área da bica do distribuidor facilitando a
operação de retirada de escória do distribuidor, este é um item de extrema importância para
segurança dos operadores e dos equipamentos da plataforma de operação pois se trata de um
item de segurança já que a função da bica é agir como “fusível” em caso de extravasamentos de
aço entre panela e distribuidor.
O novo modelo possui uma bica com a largura de 500mm (200mm a mais do que o modelo atual) dando uma vazão
de mais de 40% acima da capacidade atual, garantindo a segurança em situações de emergência;
A tendência de formação de cascão entre os modelos estudados fica conforme ilustração
abaixo, onde além da formação ser dificultada pela geometria da região de impacto o ângulo que
existe nessa região facilita a limpeza pois não há dificuldade em sua remoção;
3 MODELAMENTO MATEMÁTICO
A simulação do fluxo de aço líquido no distribuidor durante o processo de
Lingotamento continuo é um complexo problema hidrodinâmico. Um modelo matemático
apropriado (descrevendo este processo) deve levar em conta várias características desses fluxos.
Um modelo 3-D destes distribuidores são divididos em 160000 células cada um,
fazendo uma malha mais fina na zona do jato de líquido de entrada e de saída, a fim de
visualizar em mais detalhes os efeitos da velocidade, gradientes de turbulência. A geometria do
objeto (distribuidor) foi importada para o programa COMSOL na forma de arquivo IGS.
As paredes são consideradas sem condição de deslizamento para o fluxo de fluido. A
superfície superior é assumida como uma superfície livre com tensões de cisalhamento zero. A
função de parede padrão é usada para calcular o valor de um nó próximo a uma parede sólida. O
bocal de entrada tem a condição de limite de entrada da velocidade com taxa de fluxo de água
de 1,15 m / s. No bocal de entrada a velocidade vertical média é assumida como uniforme
através da sua secção transversal e outras duas velocidades perpendiculares são assumidas como
sendo zero. A intensidade da turbulência na entrada é especificada como 5%. Na condição de
limite de saída "Pressão" foi fixado como 0 Pa.
O modelo "Turbulent Flow, k-ε" foi escolhido para calcular o fluxo de meio incompressível
(água) à temperatura ambiente (ρ = 998 kg / m3, μ = 0.001Pa-s)
O conjunto de equações diferenciais parciais é resolvido com a ajuda das condições de contorno
acima numericamente em uma técnica de volume finito usando a versão de educação do
software CFD COMSOL Multiphysics.
O modelo matemático é baseado nos pressupostos da hipótese do contínuo que implica
que os valores dos várias propriedades do fluido são funções contínuas de posição e tempo.
Como consequência, assume-se que a propriedade do fluido definido em cada ponto no espaço.
Supõe-se que o fluido é incompressível, newtoniano e segue a aproximação de Boussinesq na
variação da densidade. O modelo de duas equações padrão, k-Ɛ a equação foi utilizada para
modelar a turbulência.
A energia cinética de turbulência e a intensidade são assumidas como sendo de
equilíbrio com o fluxo de fluido e a entalpia do estado líquido. Considerando aproximações, a
equação governante consiste na solução simultânea da continuidade, do momento de
transferência e equações de transferência de energia juntamente com as equações de energia
cinética turbulenta k e sua taxa de dissipação -Ɛ:
Massa
Momento
Energia
Nestas equações FBY é o termo de força de flutuação induzida termicamente, u é o vetor
de velocidade com média temporal e T é a temperatura do aço no domínio tridimensional (3D).
Adicionalmente, µl e µt são viscosidade molecular e turbulenta do aço respectivamente e k é a
condutividade térmica do aço. A viscosidade turbulenta é calculada conhecendo a energia
cinética turbulenta e sua taxa de dissipação, que são dados pelas suas equações de conservação:
Energia Cinética
Taxa de dissipação
E
Onde Γk e ΓƐ são os coeficientes de difusão para a energia cinética turbulenta e sua taxa
de dissipação, respectivamente, e são dados por
Onde µeff é a viscosidade efetiva e é dada por µeff ¼ µl + µt A expressão tensorial
para o termo de geração G é dada como
Valores para Cµ; C1; C2; σ k; σ h são 0,09, 1,44, 1,92, 1,0, 0,9 e 1,3, respectivamente. É
importante mencionar aqui que para validação dos resultados numéricos atuais com
experimentos de modelagem de água, para obter o campo de fluxo dentro da caixa de
distribuição uma abordagem de modelagem em estado estacionário é considerada. Ao contrário
das condições reais da planta, durante experimentos de modelagem de água o papel da força de
flutuação devido aos efeitos da temperatura não é considerado. Assim, o caso de estado
estacionário isotérmico foi aplicado para a modelagem numérica, a fim de validar os resultados
obtidos a partir das experiências de modelagem de água.
Rastreamento Lagrangeano de Partículas
O campo de velocidade de estado estacionário é primeiro alcançado com a formulação
Euleriana e o estudo de movimento de partículas é considerada pelo movimento Lagrangeano.
simples k-Ɛ, o modelo de turbulência é usado para modelar as flutuações de turbulência no
interior do distribuidor.
As equações diferenciais que descrevem o movimento de partículas na fase líquida são
dadas pelas da seguinte forma:
Onde, mp é a massa da partícula injetada e para cima é a velocidade da partícula. Após a
obtenção da velocidade da partícula, o vetor de posição xp pode ser relacionado como dado na
Eq.
O primeiro termo do lado direito da Equação descreve a força de arraste, o segundo
termo a força de flutuação, o terceiro termo força de massa virtual e o último termo representa
força adicional que surge devido ao gradiente de pressão no fluido.
Os modelos de arraste utilizados são a função do número de Reynolds e velocidade de
deslizamento, que é dada pela equação abaixo
Onde τp é o tempo de relaxação e é dado pela equação
Relação empírica de Morsi e Alexander mostrou que o coeficiente de arraste de
partículas em um líquido será uma função do número de Reynolds. Isto é dado pelas seguintes
relações.
O coeficiente de arrasto de partículas CD,
Aqui, ReP é o número de Reynolds de partícula e é dado por,
FB é a força experimentada na partícula devido à flutuabilidade e é expressa como,
As forças dominantes que atuam sobre a partícula são o arrasto (FD) ea força de
flutuação (FB) assumindo que a rotação das partículas é pequeno em comparação com a
tradução, temos negligenciado outras forças devido a virtual (FVM) e massa adicionada (FAM) das
partículas.
A dispersão de partículas devido à turbulência no interior do distribuidor foi predita
usando o modelo estocástico de rastreamento.
O modelo de rastreamento estocástico inclui o efeito de flutuações instantâneas da
velocidade turbulenta nas trajetórias de partículas através do uso de métodos estocásticos.
Quando o fluxo é turbulento, as trajetórias das partículas são preditas usando a média
velocidade de fase do fluido, ū nas equações da trajetória. Na abordagem de rastreamento
estocástica, o OpenFOAM prevê a dispersão turbulenta de partículas, integrando as equações de
trajectória para partículas individuais, utilizando a velocidade do fluido, ū + u’(t), ao longo do
percurso da partícula durante a integração.
Analise do computacional do contorno da energia cinética turbulenta.
Existe uma diferença notória entre os ponto 1 e 2, pois o modelo proposto reduz
consideravelmente a turbulência do fluxo de aço na região frontal a bica do distribuidor por
dissipar melhor a energia durante o vazamento de aço da panela para o distribuidor. Em
contrapartida podemos analisar a diferença entre os pontos 3 e 4 uma melhora a abrangência do
fluxo quando se trata das “zonas mortas” se tratando dos veios da extremidade (este modelo foi
validade também na simulação térmica realizada que será apresentada mais à frente neste
trabalho).
VISTA FRONTAL
Simulando uma operação em 3 veios nos pontos 1 e 2, podemos avaliar por outro
ângulo os contornos da TKE promovendo uma homogeneização.
Os pontos 3 e 4 retratam os vetores de fluxo onde existe um grande potencial no modelo
atual de se acelerar o processo de desgaste de refratário na região, o que por consequência
acarretaria em uma diminuição do potencial de vida útil do distribuidor. Nos pontos 5 e 6 são
retratados em forma vetorial um melhor fluxo na região do veio da extremidade.
VISTA LATERAL
A vista lateral da simulação mostra que o grande volume de aço que é direcionado para
frente do distribuidor (ponto 1) e no segundo caso (ponto 2) pela maior dissipação da energia o
fluxo de aço na região passa a ser menor devido a sua espalhabilidade dentro da geometria
interna após alteração.
Passagem de escoria e perda metálica após termino de lingotamento.
Segundo Mazzaferro et al. (2004), existem dois mecanismos diferentes que podem
conduzir a um desvio na superfície do aço: vórtice ou drain sink. O vórtice apresenta
movimentos espirais ao redor do orifício de vazamento. Ele surge devido à diferença de pressão
de duas regiões vizinhas e, quando isso ocorre, o aço tende a equilibrar o sistema e flui para esta
região, mudando, eventualmente, a direção original do escoamento e, com isso, gerando o funil.
É caracterizado por altas velocidades tangenciais perto do bocal e pode ser desenvolvido mesmo
com uma alta coluna de aço no distribuidor. A quantidade de líquido na panela, quando o
vórtice atinge o orifício, depende da velocidade de rotação inicial e da excentricidade do
mesmo. O vórtice está representado na figura abaixo.
O fenômeno “drain sink” é caracterizado pelo fluxo radial e desenvolve-se no
último estágio do processo de vazamento, quando há uma pequena quantidade de aço
líquido no distribuidor. O drain sink está sempre presente no final do processo e não
depende da formação anterior de um vórtice. A altura da coluna do líquido não vazado,
quando o “drain sink” alcança o bocal, é aproximadamente igual ao diâmetro do bocal.
O drain sink alcança o bocal, ao contrário do vórtice, levando uma significativa
proporção de escórias para o molde durante o esgotamento. O esse fenômeno está
representado na figura a seguir.
Foi adicionado um degrau com 150mm de altura na região de impacto do novo modelo
com o intuído de melhorar os esgotamento do distribuidor, reduzindo a possibilidade de
passagem de escoria para os moldes.
O ganho foi que no modelo proposto o fenômeno de arraste acontece com
aproximadamente 800kg, enquanto no atual o valor era de 2400 kg aproximadamente.
Comparativo da simulação de enchimento do distribuidor.
Abaixo serão expostas as simulações de enchimento dos modelos apresentados onde foi
considerada uma mesma vazão de aço da panela e nenhum deles possuía qualquer tipo de
inibidor de turbulência. O fator tempo é considerado o mesmo para comparar cada caso de
forma integra e tentar obter um resultado mais confiável possível.
Podemos verificar que com 5 segundos o modelo proposto apresenta uma maior
turbulência na região de impacto e próximo as válvulas dos veios. O que passa a ser uma
vantagem em caso de reaproveitamento de distribuidores usados.
Na casa dos 10 segundos o modelo proposto não apresenta tanta projeção de aço como o
modelo atual o que garante maior segurança operacional assim como a segurança de pessoas e
equipamentos.
Outros potenciais de ganho.
A alteração também foi realizada com um segundo proposito que é a recuperação do aço
caso o lingotamento continuo venha a para com o distribuidor cheio de aço. Naturalmente que
este trabalho exige outros estudos complementares, porém do ponto de vista deste item já é
possível.
Conclusão.
Tendo em vista as configurações estudadas pode-se afirmar que a geometria proposta
para o distribuidor facilita os quesitos de homogeneização de temperatura através da simulação
fluidodinâmica.
Observou-se nas simulações com presença de escória que a formação do drain sink
ocorre nos instantes finais da simulação quando a quantidade de aço remanescente é inferior a
2500kg, mas o mesmo não acontece nas simulações com a mesma quantidade de aço após a
instalação do degrau na zona de impacto.
A simulação de estado estacionário realizada mostrou a alta turbulência perto da região
de impacto do distribuidor e foi também evidente a partir dos valores de vorticidade próximos
da região, o que é diminuído durante a simulação após modificação o que sugere um menor
desgaste na região frontal do distribuidor.
O fluxo de aço sendo favorecido pelo modelo proposto, acarreta por consequência a
diminuição das “zonas frias” o que propicia uma maior facilidade na abertura dos veios das
extremidades mesmo após horas de interrupção.
Os resultados das simulações estão em boa concordância com dados da literatura.
Após resultados apresentados o modelo foi fabricado a partir da carcaça metálica de um
distribuidor existente (1), revestido com refratário tipo monolítico (2) e colocado para operação
em paralelo ao modelo existente (3) e o novo modelo (4) apresentou performance diferenciada e
foi possível obter dados e comprovar os pontos de melhoria tratados neste trabalho.

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SIMULAÇÃO MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO BIFÁSICO NO DISTRIBUIDOR DE LINGOTAMENTO CONTÍNUO: ESTUDO SOBRE A OTIMIZAÇÃO DA GEOMETRIA INTERNA VISANDO UMA MELHOR PERFORMANCE.

  • 1. SIMULAÇÃO MATEMÁTICA DO ESCOAMENTO BIFÁSICO NO DISTRIBUIDOR DE LINGOTAMENTO CONTÍNUO: ESTUDO SOBRE A OTIMIZAÇÃO DA GEOMETRIA INTERNA VISANDO UMA MELHOR PERFORMANCE. Cristiano Faustino Almeida mailto:cristianofaustinoalmeida@hotmail.com Prefacio Este trabalho não foi conduzido, nem muito menos realizado com finalidade acadêmica, a ideia central é utilizar ferramentas da engenharia e conhecimentos específicos para resolver problemas reais e fazem parte da rotina de processo de algumas usinas siderúrgicas. Resumo A solidificação de aço líquido se dá em um processo chamado lingotamento, que pode ser originado na sua forma convencional (enchimento de lingoteiras) ou através de um equipamento chamado Lingotamento Contínuo onde o conhecimento de suas variáveis de processo e operação são de extrema importância para a produção de aços de qualidade. Um componente de suma importância denominado distribuidor que se localiza entre a panela e o molde e tem como função tradicional, distribuir o aço que sai da panela para o molde, Flotar as inclusões e alimentar a máquina com aço durante as trocas de panelas e graças a ele o processo se torna continuo. Assim sendo este trabalho trata do modelamento matemático do escoamento de aço num distribuidor com formato tipo “T” e outro com uma alteração para “Semi-Delta”, através da fluidodinâmica computacional. Esta realizada sem inibidores de turbulência, em condições isotérmica e não isotérmicas em diferentes situações de vazão e condições térmicas. Os softwares CFX e Blender foram utilizados para resolver equações de movimento, continuidade e transferência de calor utilizando modelo k-Ɛ de turbulência para uma geometria tridimensional. O objetivo deste trabalho é caracterizar o escoamento do aço através dos perfis de velocidade, perfis de temperatura, TKE (energia cinética turbulenta) e curvas de distribuição de tempo de residência, onde visam resolver os seguintes fatores complicadores em um lingotamento: • Furo na região da Bica do distribuidor; • Furo na região frontal do distribuidor; • Furo na lateral, próximo a Zona de impacto; • Obstrução de veios durante a operação; • Dificuldade de abertura dos veios; • Baixo vida média dos distribuidores;
  • 2. 1 INTRODUÇÃO Na sequência das unidades siderúrgicas de Convertedores ou de Forno Eléctrico e Metalurgia Secundária, a implementação de uma máquina Lingotamento Continuo moderna garante um processo de produção de aço compacto e eficaz. No entanto, a crescente demanda por padrões de qualidade metalúrgicos mais elevados envolve novas soluções tecnológicas, em particular para eliminar ou reduzir as imperfeições no processo de lingotamento continuo. Dentre estas soluções adotadas, um item que tem capacidade para desempenhar um grande papel como reator metalúrgico ativo é o distribuidor. É por isso que precisamos de um melhor conhecimento sobre os processos de química física que estão ocorrendo dentro deste componente. Existem vários tipos de construção do Distribuidor, seguindo as exigências metalúrgicas e assumido nível e graus de produção variados. Dadas as prioridades, decidir não apenas sobre o tipo de construção do distribuidor, mas também sobre outros fatores como a capacidade nominal, o número e seções de moldes, o tempo de Lingotamento, o comprimento da sequência de corridas, etc ... Para comparar vários tipos de construção tendo uma mesma Capacidade, é necessário um bom conhecimento da "zona de trabalho", o que requer um bom conhecimento da hidrodinâmica do fluxo de aço líquido. A zona de trabalho do distribuidor é caracterizada pelos seguintes parâmetros construtivos: forma, dimensões, capacidade. O equipamento da zona de trabalho com dispositivos de controle de fluxo (FCD) também é muito importante. Análise do fluxo e modo de mistura do aço líquido no distribuidor em condições industriais é muito difícil, e a observação dos fenômenos de interesse in loco praticamente impossível. Uma solução muito boa para este problema é usar as técnicas de modelagem. Observando os perfis de velocidade nas diferentes regiões do distribuidor pode se avaliar a trajetória do fluxo e das inclusões que são fortemente afetadas palas variações de direção e sentido nos perfis de velocidade de escoamento em ambos os modelos apresentados. Este artigo trata de um problema desse tipo. A pesquisa foi realizada por meio de modelagem híbrida, na qual os resultados de simulações numéricas foram complementados pela modelação física. Simultaneamente, esse método permite verificar os resultados obtidos de acordo com a regra que diz sobre a verdade dos resultados convergentes de pesquisa obtidos por diferentes métodos.
  • 3. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Tipos de Distribuidor Foram desenhados dois modelos de distribuidores para efetuarmos o estudo, segue modelos abaixo, onde o primeiro é o formato atual de uma empresa e o outro é uma proposta para ser realizada uma alteração com o mínimo de modificações possíveis objetivando manter os pontos de içamento e o centro de gravidade. E a partir destas geometrias foram construídos os dois modelos em no software Autocad para serem realizadas as simulações. Distribuidor proposto Distribuidor atual
  • 4. Conceito da alteração Basicamente a alteração da geometria interna busca dissipar a energia do fluxo de aço abrangendo a maior área possível do distribuidor evitando zonas frias e diminuindo o a concentração desta energia na região da bica do distribuidor. Formação de cascão de aço na bica. O acumulo de aço na bica de distribuidores em lingotamento de jato aberto é um sério e grande complicador para operação, pois as práticas de limpeza danificam o refratário de forma física (uso de alavanca) ou de forma química (utilização de oxigênio). Um problema que pode agravar vindo a causar um acidente pois tende a gerar um furo nesta região: Distribuidor com acumulo de cascão durante a operação no Lingotamento Contínuo. Distribuidores com cascão na bica após sequenciais menores que 10 corridas.
  • 5. Analise das alterações referentes ao problema Uma alteração realizada foi o aumento da área da bica do distribuidor facilitando a operação de retirada de escória do distribuidor, este é um item de extrema importância para segurança dos operadores e dos equipamentos da plataforma de operação pois se trata de um item de segurança já que a função da bica é agir como “fusível” em caso de extravasamentos de aço entre panela e distribuidor. O novo modelo possui uma bica com a largura de 500mm (200mm a mais do que o modelo atual) dando uma vazão de mais de 40% acima da capacidade atual, garantindo a segurança em situações de emergência; A tendência de formação de cascão entre os modelos estudados fica conforme ilustração abaixo, onde além da formação ser dificultada pela geometria da região de impacto o ângulo que existe nessa região facilita a limpeza pois não há dificuldade em sua remoção;
  • 6. 3 MODELAMENTO MATEMÁTICO A simulação do fluxo de aço líquido no distribuidor durante o processo de Lingotamento continuo é um complexo problema hidrodinâmico. Um modelo matemático apropriado (descrevendo este processo) deve levar em conta várias características desses fluxos. Um modelo 3-D destes distribuidores são divididos em 160000 células cada um, fazendo uma malha mais fina na zona do jato de líquido de entrada e de saída, a fim de visualizar em mais detalhes os efeitos da velocidade, gradientes de turbulência. A geometria do objeto (distribuidor) foi importada para o programa COMSOL na forma de arquivo IGS. As paredes são consideradas sem condição de deslizamento para o fluxo de fluido. A superfície superior é assumida como uma superfície livre com tensões de cisalhamento zero. A função de parede padrão é usada para calcular o valor de um nó próximo a uma parede sólida. O bocal de entrada tem a condição de limite de entrada da velocidade com taxa de fluxo de água de 1,15 m / s. No bocal de entrada a velocidade vertical média é assumida como uniforme através da sua secção transversal e outras duas velocidades perpendiculares são assumidas como sendo zero. A intensidade da turbulência na entrada é especificada como 5%. Na condição de limite de saída "Pressão" foi fixado como 0 Pa. O modelo "Turbulent Flow, k-ε" foi escolhido para calcular o fluxo de meio incompressível (água) à temperatura ambiente (ρ = 998 kg / m3, μ = 0.001Pa-s) O conjunto de equações diferenciais parciais é resolvido com a ajuda das condições de contorno acima numericamente em uma técnica de volume finito usando a versão de educação do software CFD COMSOL Multiphysics.
  • 7. O modelo matemático é baseado nos pressupostos da hipótese do contínuo que implica que os valores dos várias propriedades do fluido são funções contínuas de posição e tempo. Como consequência, assume-se que a propriedade do fluido definido em cada ponto no espaço. Supõe-se que o fluido é incompressível, newtoniano e segue a aproximação de Boussinesq na variação da densidade. O modelo de duas equações padrão, k-Ɛ a equação foi utilizada para modelar a turbulência. A energia cinética de turbulência e a intensidade são assumidas como sendo de equilíbrio com o fluxo de fluido e a entalpia do estado líquido. Considerando aproximações, a equação governante consiste na solução simultânea da continuidade, do momento de transferência e equações de transferência de energia juntamente com as equações de energia cinética turbulenta k e sua taxa de dissipação -Ɛ: Massa Momento Energia Nestas equações FBY é o termo de força de flutuação induzida termicamente, u é o vetor de velocidade com média temporal e T é a temperatura do aço no domínio tridimensional (3D). Adicionalmente, µl e µt são viscosidade molecular e turbulenta do aço respectivamente e k é a condutividade térmica do aço. A viscosidade turbulenta é calculada conhecendo a energia cinética turbulenta e sua taxa de dissipação, que são dados pelas suas equações de conservação: Energia Cinética Taxa de dissipação E
  • 8. Onde Γk e ΓƐ são os coeficientes de difusão para a energia cinética turbulenta e sua taxa de dissipação, respectivamente, e são dados por Onde µeff é a viscosidade efetiva e é dada por µeff ¼ µl + µt A expressão tensorial para o termo de geração G é dada como Valores para Cµ; C1; C2; σ k; σ h são 0,09, 1,44, 1,92, 1,0, 0,9 e 1,3, respectivamente. É importante mencionar aqui que para validação dos resultados numéricos atuais com experimentos de modelagem de água, para obter o campo de fluxo dentro da caixa de distribuição uma abordagem de modelagem em estado estacionário é considerada. Ao contrário das condições reais da planta, durante experimentos de modelagem de água o papel da força de flutuação devido aos efeitos da temperatura não é considerado. Assim, o caso de estado estacionário isotérmico foi aplicado para a modelagem numérica, a fim de validar os resultados obtidos a partir das experiências de modelagem de água. Rastreamento Lagrangeano de Partículas O campo de velocidade de estado estacionário é primeiro alcançado com a formulação Euleriana e o estudo de movimento de partículas é considerada pelo movimento Lagrangeano. simples k-Ɛ, o modelo de turbulência é usado para modelar as flutuações de turbulência no interior do distribuidor. As equações diferenciais que descrevem o movimento de partículas na fase líquida são dadas pelas da seguinte forma: Onde, mp é a massa da partícula injetada e para cima é a velocidade da partícula. Após a obtenção da velocidade da partícula, o vetor de posição xp pode ser relacionado como dado na Eq.
  • 9. O primeiro termo do lado direito da Equação descreve a força de arraste, o segundo termo a força de flutuação, o terceiro termo força de massa virtual e o último termo representa força adicional que surge devido ao gradiente de pressão no fluido. Os modelos de arraste utilizados são a função do número de Reynolds e velocidade de deslizamento, que é dada pela equação abaixo Onde τp é o tempo de relaxação e é dado pela equação Relação empírica de Morsi e Alexander mostrou que o coeficiente de arraste de partículas em um líquido será uma função do número de Reynolds. Isto é dado pelas seguintes relações. O coeficiente de arrasto de partículas CD, Aqui, ReP é o número de Reynolds de partícula e é dado por, FB é a força experimentada na partícula devido à flutuabilidade e é expressa como, As forças dominantes que atuam sobre a partícula são o arrasto (FD) ea força de flutuação (FB) assumindo que a rotação das partículas é pequeno em comparação com a tradução, temos negligenciado outras forças devido a virtual (FVM) e massa adicionada (FAM) das partículas. A dispersão de partículas devido à turbulência no interior do distribuidor foi predita usando o modelo estocástico de rastreamento. O modelo de rastreamento estocástico inclui o efeito de flutuações instantâneas da velocidade turbulenta nas trajetórias de partículas através do uso de métodos estocásticos. Quando o fluxo é turbulento, as trajetórias das partículas são preditas usando a média velocidade de fase do fluido, ū nas equações da trajetória. Na abordagem de rastreamento estocástica, o OpenFOAM prevê a dispersão turbulenta de partículas, integrando as equações de trajectória para partículas individuais, utilizando a velocidade do fluido, ū + u’(t), ao longo do percurso da partícula durante a integração.
  • 10. Analise do computacional do contorno da energia cinética turbulenta. Existe uma diferença notória entre os ponto 1 e 2, pois o modelo proposto reduz consideravelmente a turbulência do fluxo de aço na região frontal a bica do distribuidor por dissipar melhor a energia durante o vazamento de aço da panela para o distribuidor. Em contrapartida podemos analisar a diferença entre os pontos 3 e 4 uma melhora a abrangência do fluxo quando se trata das “zonas mortas” se tratando dos veios da extremidade (este modelo foi validade também na simulação térmica realizada que será apresentada mais à frente neste trabalho). VISTA FRONTAL Simulando uma operação em 3 veios nos pontos 1 e 2, podemos avaliar por outro ângulo os contornos da TKE promovendo uma homogeneização. Os pontos 3 e 4 retratam os vetores de fluxo onde existe um grande potencial no modelo atual de se acelerar o processo de desgaste de refratário na região, o que por consequência acarretaria em uma diminuição do potencial de vida útil do distribuidor. Nos pontos 5 e 6 são retratados em forma vetorial um melhor fluxo na região do veio da extremidade.
  • 11. VISTA LATERAL A vista lateral da simulação mostra que o grande volume de aço que é direcionado para frente do distribuidor (ponto 1) e no segundo caso (ponto 2) pela maior dissipação da energia o fluxo de aço na região passa a ser menor devido a sua espalhabilidade dentro da geometria interna após alteração. Passagem de escoria e perda metálica após termino de lingotamento. Segundo Mazzaferro et al. (2004), existem dois mecanismos diferentes que podem conduzir a um desvio na superfície do aço: vórtice ou drain sink. O vórtice apresenta movimentos espirais ao redor do orifício de vazamento. Ele surge devido à diferença de pressão de duas regiões vizinhas e, quando isso ocorre, o aço tende a equilibrar o sistema e flui para esta região, mudando, eventualmente, a direção original do escoamento e, com isso, gerando o funil. É caracterizado por altas velocidades tangenciais perto do bocal e pode ser desenvolvido mesmo com uma alta coluna de aço no distribuidor. A quantidade de líquido na panela, quando o vórtice atinge o orifício, depende da velocidade de rotação inicial e da excentricidade do mesmo. O vórtice está representado na figura abaixo.
  • 12. O fenômeno “drain sink” é caracterizado pelo fluxo radial e desenvolve-se no último estágio do processo de vazamento, quando há uma pequena quantidade de aço líquido no distribuidor. O drain sink está sempre presente no final do processo e não depende da formação anterior de um vórtice. A altura da coluna do líquido não vazado, quando o “drain sink” alcança o bocal, é aproximadamente igual ao diâmetro do bocal. O drain sink alcança o bocal, ao contrário do vórtice, levando uma significativa proporção de escórias para o molde durante o esgotamento. O esse fenômeno está representado na figura a seguir. Foi adicionado um degrau com 150mm de altura na região de impacto do novo modelo com o intuído de melhorar os esgotamento do distribuidor, reduzindo a possibilidade de passagem de escoria para os moldes. O ganho foi que no modelo proposto o fenômeno de arraste acontece com aproximadamente 800kg, enquanto no atual o valor era de 2400 kg aproximadamente.
  • 13. Comparativo da simulação de enchimento do distribuidor. Abaixo serão expostas as simulações de enchimento dos modelos apresentados onde foi considerada uma mesma vazão de aço da panela e nenhum deles possuía qualquer tipo de inibidor de turbulência. O fator tempo é considerado o mesmo para comparar cada caso de forma integra e tentar obter um resultado mais confiável possível. Podemos verificar que com 5 segundos o modelo proposto apresenta uma maior turbulência na região de impacto e próximo as válvulas dos veios. O que passa a ser uma vantagem em caso de reaproveitamento de distribuidores usados. Na casa dos 10 segundos o modelo proposto não apresenta tanta projeção de aço como o modelo atual o que garante maior segurança operacional assim como a segurança de pessoas e equipamentos.
  • 14. Outros potenciais de ganho. A alteração também foi realizada com um segundo proposito que é a recuperação do aço caso o lingotamento continuo venha a para com o distribuidor cheio de aço. Naturalmente que este trabalho exige outros estudos complementares, porém do ponto de vista deste item já é possível.
  • 15. Conclusão. Tendo em vista as configurações estudadas pode-se afirmar que a geometria proposta para o distribuidor facilita os quesitos de homogeneização de temperatura através da simulação fluidodinâmica. Observou-se nas simulações com presença de escória que a formação do drain sink ocorre nos instantes finais da simulação quando a quantidade de aço remanescente é inferior a 2500kg, mas o mesmo não acontece nas simulações com a mesma quantidade de aço após a instalação do degrau na zona de impacto. A simulação de estado estacionário realizada mostrou a alta turbulência perto da região de impacto do distribuidor e foi também evidente a partir dos valores de vorticidade próximos da região, o que é diminuído durante a simulação após modificação o que sugere um menor desgaste na região frontal do distribuidor. O fluxo de aço sendo favorecido pelo modelo proposto, acarreta por consequência a diminuição das “zonas frias” o que propicia uma maior facilidade na abertura dos veios das extremidades mesmo após horas de interrupção. Os resultados das simulações estão em boa concordância com dados da literatura. Após resultados apresentados o modelo foi fabricado a partir da carcaça metálica de um distribuidor existente (1), revestido com refratário tipo monolítico (2) e colocado para operação em paralelo ao modelo existente (3) e o novo modelo (4) apresentou performance diferenciada e foi possível obter dados e comprovar os pontos de melhoria tratados neste trabalho.