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MINISTMINISTÉÉRIO GOELRIO GOEL
l")oGl")oG
DIAIRESIOLOGIA
A DOUTRINA DAS DIVERSIDADES
DONS, MINISTÉRIOS E OPERAÇÕES
“A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS”
(1 Jo 2.27)
“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim com tudo o que
possuis adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
DOUTOR EM TEOLOGIA
PhD em Teologia Sistemática
A. Carlos G. Bentes Página 2 29/1/2012
ÍNDICE
DIAIRESIOLOGIA 3
I. DIVERSIDADE DE DONS. 5
II. DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS. 33
III. DIVERSIDADES DE OPERAÇÕES 46
IV. DIVERSIDADES DE MEMBROS 48
BIBLIOGRAFIA 50
A. Carlos G. Bentes Página 3 29/1/2012
DIAIRESIOLOGIA
DIAIRESIOLOGIA
A DOUTRINA DAS DIVERSIDADES
DIAIRÉÇEIS KHARISMÁTŌN
DIAIRÉÇEIS DIAKONIŌN
DIAIRÉÇEIS ENERGUĒMATŌN
1 Co 12.4-11: Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. 5 E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6 E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7 Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um, para o que for útil. 8 Porque a um pelo Espírito é dada a
palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9 E a outro,
pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 10 a outro a
operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a
variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. 11 Mas um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
OPERAÇÕES
DONS
ESPIRITUAIS
DONS
MINISTERIAIS
OPERAÇÕES
DONS
MINISTERIAIS
DONS
ESPIRITUAIS
A. Carlos G. Bentes Página 4 29/1/2012
A palavra Diairesiologia ainda não existe nos nossos dicionários da língua
Portuguesa. Como a língua é viva tivemos a liberdade de criar esta palavra para melhor
definir o nosso estudo. Diairesiologia é a junção de diaíreçis (διαιρέσεις), cuja tradução
é diversidade, com logia (λόγια) cuja tradução é discurso, expressão, linguagem;
estudo, ciência. Portanto diairesiologia é o estudo das diversidades.
Robert Charles Sproul nos dá uma boa definição da palavra diversidade:
Um dos problemas mais complicados encontrados pelo pensador antigo (que continua
complicado até hoje) era o da unidade e da diversidade, ou “do uno e do múltiplo”. Era a
questão de encontrar sentido no meio das diversas manifestações da realidade: como todas as
coisas se encaixam de modo que faz sentido?
Hoje em dia, quase sempre falamos do universo sem pensar muito. O termo universo é meio
híbrido, em que as palavras unidade e diversidade (o uno e o múltiplo) misturam-se para
formar uma palavra única. As instituições de ensino superior são geralmente chamadas
“universidades”, porque ali se estudam os diversos elementos do universo. 1
A unidade dos dons espirituais está na Pessoa do Espírito Santo, pois os dons,
que são diversos, pertencem a ele, e a diversidade está nos membros do Corpo (Igreja)
de Cristo. Nós os membros deste Corpo somos os canais por onde a Manifestação
(fanerosis - φανέρωσις) flui. A corrente elétrica flui através dos fios, flui através do
filamento de uma lâmpada e então acontece uma manifestação – a luz. Da mesma
maneira, também, a energia divina flui através de nós, os membros, e acontece a
manifestação – os dons espirituais, os ministérios e as operações.
“Soberanamente o Espírito Santo distribui dons à sua Igreja. A Igreja é um corpo
de membros dotados por Deus, que funciona dentro do arcabouço da unidade e da
diversidade”.2
Fp 2.13: “Porque Deus é o que opera (energiza) em vós tanto o querer como o
efetuar (energizar), segundo a sua boa vontade”.
1 Co 12.7: “Mas a manifestação (fanerosis - φανέρωσις) do Espírito é dada a cada
um, para o que for útil”.
A Trindade e a Doutrina das Diversidades:
1ª) DIVERSIDADE DE DONS. Mas o Espírito é o mesmo (1 Co 12.4);
2ª) DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS. Mas o Senhor é o mesmo (1 Co
12.5);
3ª) DIVERSIDADE DE OPERAÇÕES. Mas é o mesmo Deus que opera
tudo em todos. (1 Co 12.6);
4ª) DIVERSIDADE DE MEMBROS: 1 Co 12.13: “Agora, porém, há
muitos membros, mas um só corpo” (Leia: 1 Co 12.12-27).
1
SPROUL, R. C. Filosofia Para Iniciantes. São Paulo: Editora Vida Nova, 2002, p. 16.
2
SPROUL, R. C. Ministério do Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 157.
A. Carlos G. Bentes Página 5 29/1/2012
I. DIVERSIDADE DE DONS.
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”.
DIAIREÇEIS KHARISMATON - διαιρέσεις δὲ χαρισµάτων.
As classificações dos Dons:
1. Naturais - Vocações natas (talentos): São aquelas características que dão a
cada ser humano uma personalidade sem igual.
2. Espirituais - capacitações que o Espírito Santo nos dá para as realizações
daquilo que for útil, para proveito comum (1 Co 12.7).
3. Ministeriais (diakonion) - a pessoa toda como Dom de Deus dado à Igreja, ao
Corpo; não dado à denominação, mas ao Corpo (Ef 4.11; 1 Co 12.27,28).
DONS ESPIRITUAIS - O significado de Carismata (Kharismata -
χαρίσµατα).
No Novo Testamento há uma palavra especial para dons espirituais - Carismata,
de onde deriva o adjetivo “Carismático”. Caris (χάρις), é a palavra que significa -
Graça. No grego clássico foi usada com o significado de “lindo”, “belo”, “encanto” e
por extensão “favor”, “bondade” e “gratidão” como resposta a uma dádiva.
Quando os escritores do Novo Testamento adotaram o termo CARIS,
empregaram-no para descrever o amor espontâneo, gracioso e imerecido de Deus
operando em Cristo Jesus. Caris ou Graça significa em primeiro lugar, o amor gratuito
e perdoador de Deus em Cristo para com os pecadores; e em segundo lugar, a operação
desse amor na vida dos Cristãos.
CARISMA ou Kharisma (χάρισµα), um substantivo singular derivado de
CARIS, significa literalmente “Dom de Graça”. Representa todos os dons espirituais
possuídos e manifestados pelos crentes em vários graus e formas. Significado este que
está longe do usado popularmente para expressar fascinação, atração ou magnetismo
pessoal de personagens de vida política ou cinematográfica.
Kharismata é a forma plural de Karisma, cujo significado é “Dons de Graça”.
Kharisma e Karismata ocorrem 17 vezes no Novo Testamento: 16 vezes nas
cartas paulinas e uma vez em 1 Pe 4.10 (Rm 1.11; 5,15,16; 6.23; 11.29; 12.6; 1 Co 1.7;
7.7; 12.4,9,28,30,31; 2 Co 1.11; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6; 1 Pe 4.10).
IDÉAS ERRONEAS ACERCA DOS DONS
Alguns têm sido levados a crer que os dons do Espírito não são para nós hoje em
dia. Citam o texto de 1 Coríntios 13.8 e dizem que “havendo línguas, cessarão”.
Contudo, o mesmo versículo diz que a ciência “desaparecerá”. Acaso isto já aconteceu?
Uma leitura cuidadosa do contexto deixa claro que estas operações imperfeitas cessarão
quando vier o que é perfeito. Isto será por ocasião da vinda de Cristo. Os dons foram
dados por Cristo à sua igreja - capacitações espirituais para uma guerra espiritual - e
seria loucura ignorá-los ou ir à batalha sem eles.
A. Carlos G. Bentes Página 6 29/1/2012
Muitas pessoas têm idéia errônea acerca da natureza desses dons. Alguns há que
acreditam que Deus dá a uma pessoa um ou mais desses dons e eles se tornam sua
propriedade exclusiva para ela proceder como lhe aprouver. Acreditam que essa pessoa
pode chamá-los à operação em qualquer tempo que quiser. Primeiro, notemos que 1 Co
12.1 a palavra dons está escrita em itálico. Isto significa que ela foi colocada pelos
tradutores e não consta do texto original. Uma tradução mais literal seria: “A respeito
dos espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. O versículo 7 diz: “Mas a
manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (RC). Outra versão diz:
“A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum” (RA).
DONS GERAIS
1. Dom da justificação (Rm 5.15,16)
2. Dom da Vida Eterna (Rm 6.23)
3. Dom (?) (Rm 1.11; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6)
4. Dons Irretratáveis (Rm 11.29)
5. Dom do Celibato (1 Co 7.7) “O dom de celibato é aquela capacidade especial
que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para permanecerem solteiros e
apreciarem a sua condição; para continuarem solteiros e não sofrerem tentações sexuais
insuportáveis” (Peter Wagner).
6. Dom da Intercessão (2 Co 1.11): “É a capacidade especial que dá a certos
membros do Corpo de Cristo para orar extensos períodos de tempos sobre bases
regulares, recebendo respostas freqüentes e específicas para as suas orações, em grau
muito maior do que aquilo que se espera do crente comum” (Peter Wagner).
2 Co 1.11: “Contando também com a ajuda das vossas orações por nós, para que,
pelo favor (dom) que nos foi concedido pela intercessão de muitos; da mesma forma,
por muitos, sejam oferecidas ações de graças a nosso favor” (King James).
7. Dom do Martírio (1 Co 13.3) “O dom do martírio é aquela capacidade
especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para suportarem
sofrimentos e até a própria morte pela fé, ao mesmo tempo em que exibem
coerentemente uma atitude jubilosa e vitoriosa, que redunda na glória de Deus” (Peter
Wagner).
8. Dom de Hospitalidade (1 Pe 4.9,10) “O dom de hospitalidade é aquela
capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para
franquearem suas casas e acolherem calorosamente àqueles que precisam de alimento e
abrigo.” (Peter Wagner)
9. Dom de Exorcismo: “É aquela capacidade especial que Deus dá a certos
membros do Corpo de Cristo, para que expulsem demônios e espíritos malignos” (Peter
Wagner). Ex:.At 16.16-18.
Dr. Peter Wagner catalogou 27 dons espirituais, mas nos prenderemos apenas a
estes de Rm 12.6-7 e 1 Co 12.8-10. (Leia: Descubra Seus Dons Espirituais - Dr. Peter
Wagner).
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DONS CONGREGACIONAIS OU MANIFESTAÇÕES
ROMANOS 12.6-8
1. Profecia
2. Serviço
3. Ensino
4. Exortação
5. Contribuição
6. Governo
7. Exercício de Misericórdia
1 CORÍNTIOS 12.8-10
1. Palavra da Sabedoria
2. Palavra do Conhecimento
3. Fé
4. Dons de Curar
5. Operações de Milagres
6. Profecia
7. Discernimento de espíritos
8. Variedades de línguas
9. Interpretação de línguas
1. PROFECIA (Rm 12.6; 1 Co 14.3; 12.10) – PROFĒTEÍA (προφητεία).
Significa falar aos homens para a Edificação, Exortação e Consolação;
Definição: É a capacidade dada por Deus para profetizar uma mensagem de Deus
em língua conhecida, que você recebeu diretamente do Espírito Santo para aquela
situação específica. O exercício do dom inclui tanto enunciação como prenúncios.
2. SERVIÇO – DIAKONIA (διακονία). Geralmente o termo significa o
cuidado das necessidades físicas (At 6.1,2; 1 Pe 4.11; Lc 22.24-27; Mt 20.27,28) - “O
dom do serviço é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo
de Cristo para que identifiquem necessidades não-satisfeitas envolvidas em alguma
tarefa ligada à obra de Deus e para usarem os recursos disponíveis para satisfazerem a
essas necessidades e ajudarem a cumprir os alvos desejados” (Peter Wagner).
3. ENSINO – DIDASKŌ (διdάσκω). Este dom tem por finalidade instruir e
consolidar outros na Verdade do Evangelho. “O dom do ensino é aquela capacidade
especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para comunicarem
informações relevantes para a saúde e o ministério do Corpo e seus membros, de tal
modo que outros crentes possam aprender” (Peter Wagner).
4. EXORTAÇÃO – PARAKALÉŌ (παρακαλέω). O Termo grego
(παρακαλῶν - parakalōn) deriva de outro, PARAKLETOS, que significa “ir em
socorro de alguém” em qualquer necessidade que apareça. Encorajamento ou conforto é
aplicação deste dom. “O dom da exortação é aquela capacidade especial que Deus dá a
certos membros do Corpo de Cristo para ministrarem palavras de consolo,
encorajamento e conselho a outros membros do Corpo de Cristo, de tal maneira que se
sintam ajudados e curados” (Peter Wagner).
5. CONTRIBUIÇÃO – METADIDUS (µεταδιδοὺς). Metadidōmi
(µεταδίdωµι) significa dar, compartilhar com alguém (2 Co 9.7). “É aquela
capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para que
contribuam com seus recursos materiais para a obra de Deus, com liberalidade e bom
ânimo” (Peter Wagner).
6. LIDERANÇA. PRESIDIR - PROÏSTÁMENOS (προϊστάµενος). Proístemi
(προϊστηµι) significa estar em primeiro lugar, presidir, governar, tomar o comando ou
diretiva de qualquer grupo. Dr. Peter Wagner faz diferença entre este dom (Rm 12.8) e
o outro citado em 1 Co 12.28. Sua definição do dom de liderança é: O Dom de
A. Carlos G. Bentes Página 8 29/1/2012
Liderança é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de
Cristo para estabelecer alvos harmônicos com o propósito de Deus para o futuro,
transmitindo esses alvos a outros de tal modo que, voluntária e harmoniosamente,
operem juntos para concretizar aqueles alvos para a glória de Deus. Já a definição de
Peter Wagner do Dom da Administração é a seguinte: “É aquela capacidade especial
que Deus dá a alguns membros do Corpo de Cristo, capacitando-os a entender
claramente os alvos imediatos e a longo prazo de alguma unidade particular do Corpo
de Cristo, a fim de traçar e executar planos eficazes para a concretização daqueles
alvos”. Para Peter Wagner, pastores como o Dr. David Yonggi possuem o Dom da
Liderança, e outros pastores locais podem não possuir este dom, todavia podem possuir
o Dom da Administração e serem bem sucedidos em suas igrejas menores. A palavra
usada em 1 Co 12.28 é KYBERNĒRSEIS (κυβερνήσεις) de kybérnēsis
(κυβέρνησις) que significa a ação de pilotar um navio. E a palavra usada em Rm 12.8
– proístemi (προϊστηµι) significa chefiar, presidir e governar.
7. MISERICÓRDIA, COMPAIXÃO - ELEÕN (ἐλεῶν - ἐλεάω) (Lc 7.13;
Mc 6.34). O que tem este dom sente alegria, tem empatia, se compadece da dor do
próximo, é misericordioso para com os irmãos, ajuda quem não tem condições de
ajudar-se a si mesmo. O dom de misericórdia move as ações sociais mais sublimes.
Fazer ação social apenas em nome de modas político-ideológicas não alcança sucesso
que tal missão atinge quando é o resultado da ação do Espírito Santo movendo o
coração humano em compaixão e misericórdia.
AS MANIFESTAÇÕES (1 Co 12.8-10) - OS DONS DE REVELAÇÃO
8. A PALAVRA DA SABEDORIA. LOGOS SOFIA - λόγος σοφίας (1 Co
12.8).
Primeira Definição: É uma comunicação não adquirida e sobrenatural de um
fragmento da Sabedoria Total e Absoluta de Deus, para satisfazer uma necessidade
específica, responder a um desafio determinado ou utilizar uma porção específica de
conhecimento.
Segunda Definição: É a aplicação sobrenatural do Conhecimento. É saber o que
fazer com o conhecimento natural ou sobrenatural que Deus lhe deu.
Terceira Definição: É a capacidade de raciocinar e de planejar com o uso do
conhecimento e da experiência já adquiridos.
Tipos Diferentes de Sabedoria:
1. Sabedoria Natural Humana;
2. Sabedoria Sobrenatural deste mundo decaído (Gn 3.6; Dn 2.27,28);
3. Sabedoria Intelectual Verdadeira. Esta sabedoria vem pelo temor ao Senhor e
à Palavra de Deus. Exemplo: Os livros de Provérbios e a Sabedoria de Salomão;
4. O dom da Palavra da Sabedoria.
Sobre o Dom da Palavra da Sabedoria, as pessoas, às vezes chamam este dom de
“O Dom da Sabedoria”. Isto não é correto, devemos dar a ele o nome que a Bíblia lhe
dá; de outra forma, ficaremos confusos. Este Texto Bíblico não está falando a respeito
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da sabedoria no sentido geral. Está falando exatamente naquilo que diz - A Palavra da
Sabedoria.
Deus possui toda a Sabedoria e todo o conhecimento. Ele sabe tudo, mas nunca
revela a ninguém tudo quanto sabe. Ele simplesmente lhes dá uma Palavra daquilo que
Ele sabe. Uma palavra é uma parte fragmentária da frase. E assim acontece com a
Sabedoria. Não é Dom da Sabedoria, é o Dom da Palavra da Sabedoria que Deus revela
ao homem - apenas a Palavra, ou a parte, que Ele quer que o homem saiba.
De acordo com a Rev. Caio Fábio D'Araujo Filho este dom se manifesta em três
circunstâncias específicas:
1) Diante de situações de dificuldades. Em Lc 21.14,15, Jesus diz que quando os
discípulos se encontrassem em apuros na presença de autoridades, Ele lhes daria
sabedoria, à qual ninguém poderia resistir. Foi o caso de Estevão, em At 6.8-10, que
falava com tanta sabedoria que ninguém podia opor-lhe resistência.
2) Em questões de divisões dentro da Igreja. 1 Co 6.5 diz que o sábio no meio
da irmandade é aquele que tem uma palavra pacificadora, apazigua ânimos, reaproxima
irmãos, acalma situações, encontra sempre um modo de reconciliação para cada coisa.
3) Manifesta-se antes de tudo nas atitudes. É o que diz Tiago no capítulo 3 verso
l3 à 18.
Dick Iverson diz que este Dom manifesta-se das seguintes maneiras:
1) Pelo Espírito no nosso interior, ou poderíamos dizer, por intuição espiritual:
ouvir, com os ouvidos espirituais a voz do Espírito (Rm 8.16);
a) At 16.6-8. Aqui o Espírito proibiu que Paulo fosse a Bitínia.
b) 1 Rs 3.16-28. Salomão, lidando com as duas prostitutas, é um exemplo
perfeito da aplicação deste dom.
c) 2 Sm 12.1-14. Aqui vemos que o profeta Natã não somente tinha
conhecimento sobrenatural, mas também sabedoria e direção sobrenaturais na aplicação
deste conhecimento.
d) At 8.20-23. Pedro viu o coração de Simão como um livro aberto, e pelas
palavras do conhecimento e da sabedoria, lidou com ele.
2) Como aplicação bíblica revelada, isto seria uma “palavra vivificada do
Senhor” para uma situação específica. A palavra específica dada por Deus quando o
pregador está pregando realmente atinge o alvo.
a) At 1.15-23. Enquanto Pedro e o resto dos 120 estavam em oração, Deus
abriu o seu entendimento quanto ao que deveria ser feito. Ele o fez, vivificando uma
passagem bíblica a Pedro. Ele usou o Salmo 109, onde Davi estava fazendo uma oração
imprecatória contra os seus inimigos.
b) At 2.14-36. A palavra da Sabedoria estava também envolvida aqui, na
revelação da passagem do Velho Testamento a Pedro (Jl 2.28,29).
c) At 15.13-18. Aqui Tiago recebeu sabedoria e revelação em relação a uma
passagem do Velho Testamento (Am 9.11,12), o que ajudou a trazer a solução a um
problema muito delicado e difícil na Igreja primitiva.
3) Através de uma voz audível ou de um anjo: 1 Rs 19.12-18; At 8.26-29; At
9.10-17; At 27.21-24;
A. Carlos G. Bentes Página 10 29/1/2012
4) Através de Sonhos, Visões ou Arrebatamento de Sentidos: At 18.9,10;
16.9,10; 22.17-21; At 10.1-6.
De acordo com Kenneth E. Hagin A Palavra da Sabedoria pode também vir
através do dom vocal da profecia, ou das línguas e da interpretação.
Kenneth Hagin diferentemente de Caio Fábio e Dick Iverson faz uma separação
entre a Sabedoria narrada por Tiago (Tg 1.5; 3.13-17) e o Dom da Palavra da
Sabedoria. Diz Kenneth:” A sabedoria à qual Tiago se refere é a sabedoria para lidar
sabiamente com as questões da vida - a sabedoria está à disposição de qualquer um que
pedir. Deus realmente outorga sabedoria, mas esta não é a manifestação sobrenatural da
Palavra da Sabedoria.
Escrevendo aos crentes, Tiago disse que se Algum de vós tem falta de sabedoria,
peça a Deus, que a TODOS dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Paulo,
porém, disse (1 Co 12.8): A um é dada a palavra da Sabedoria - a um; não a Todos, mas
a UM. Isso dá a entender que nem todos terão essas manifestações dos dons espirituais
do Espírito Santo. Paulo termina, dizendo que as manifestações do Espírito Santo são
dadas somente segundo o Espírito quer.
Exemplos Bíblicos do dom da Palavra da Sabedoria:
1) José (Gn 41)
2) Jaaziel (2 Cr 20.12-23)
3) Natã (2 Sm 12.1-14)
4) Paulo (At 23.6-10)
5) Jesus (Lc 4.3-14; 7.22; Jo 4.9-26; Mt 22.15,41-46)
6) Estevão (At 6.8-10)
9. A PALAVRA DO CONHECIMENTO - logos gnōseōs (1 Co 12.8)
λόγος γνώσεως = LOGOS GNÕSEÕS
1ª)Definição: É a capacidade dada por Deus, por revelação, de receber fatos e
informações que são humanamente impossíveis de se conhecer.
2ª)Definição: É a revelação sobrenatural dos fatos passados presentes ou futuros
que não foram aprendidos mediante esforço da mente natural.
3ª)Definição: É a revelação sobrenatural de algum fato que existe na mente de
Deus, mas que o homem, devido às suas limitações, não pode conhecer, a não ser pela
intervenção poderosa do Espírito Santo.
4ª)Definição: É uma revelação que vem como relâmpago à mente humana,
apesar de estar totalmente fora do alcance daquilo que o homem poderia ter sabido ou
imaginado, dentro das suas próprias limitações.
Este Dom não é o conhecimento que vem através da habilidade natural,
observação, estudo, educação ou experiência. O Dom da Palavra do Conhecimento vem
do Espírito Santo. Todo outro conhecimento vem ou passa primeiro pela mente
faculdade da alma. Todavia a Palavra do Conhecimento vem do Espírito Santo ao nosso
espírito humano, Deus comunica-se conosco por meio de nosso espírito, não através de
nossa alma (Rm 8.16).
A. Carlos G. Bentes Página 11 29/1/2012
Quatro Tipos de Conhecimento:
1. Conhecimento Humano Natural que certamente está aumentando (Dn 12.4).
Por importante que este conhecimento seja, muitas vezes cria tanto orgulho que
algumas pessoas são impedidas de entrar no Conhecimento do Senhor (1 Co 2.14; 8.1).
2. O Conhecimento Sobrenatural deste mundo decaído. É a tentativa da mente
natural de conseguir informação por meios sobrenaturais que não mediante o Espírito
Santo. Inclui o oculto, o psíquico e as investigações “metafísicas” que Satanás está
usando para enganar um número crescente de pessoas hoje. Exemplo: O programa da
Rede Bandeirantes de Televisão - Terceira Visão.
3. O Conhecimento Intelectual Verdadeiro - É o que vem pelo conhecimento
pessoal de Deus mediante Jesus Cristo (Jo 17.3; Fp 3.10; 2 Pe 3.18), a Plenitude do
Espírito Santo, e o estudo da Palavra de Deus, que traz o conhecimento da vontade de
Deus e de seus modos, para os quais não há substituto (Sl 103.7; Ex 33.13; Is 11.9; Hc
2.14).
4. O Dom - A Palavra do Conhecimento - É a revelação sobrenatural pelo
Espírito Santo de certos fatos existentes na mente de Deus.
O Dom A Palavra do Conhecimento é manifestado: através de visões e de uma
revelação interior (At 9.10-12; 10.9-20; Jo 4).
Também podemos adicionar: com que propósito este dom é usado? Pode ser o
conhecimento dos pensamentos dos corações. Ex: Lc 5.22; 6.8; 7.36-50; Mt 3.7-12; 1
Rs 21.17-20; Jo 11.11-14; At 11.27-30; 9.10-18; 10.1-9; 1 Rs 6.9; 2 Rs 5.20-27; At 5.1-
10.
Exemplos Bíblicos da Palavra do Conhecimento:
1) Samuel: 1 Sm 3.1,11-14; 9.15-20; 10.21-23; 13.14
2) Natã: 2 Sm 12.7-13
3) Elias: 1 Rs 19.2-4,14,18
4) Eliseu: 2 Rs 5.25,26; 6.8-23; 8.7-15
5) Daniel: Dn 2.19-45
6) Pedro: Mt 16.16-18; At 5.1-11; 10.9-23
7) Ananias: At 9.10-12,17
8) Ágabo: At 11.27-30; 21.10,11
9) Jesus: Jo 11.11-14; 4.17,18; 1.48; 13.38; 6.61
10) José: Gn 40.5-19; 41.1-36
11) Paulo: At 16.16-18; 20.29-31; 27.23,24
Lembrete: o fato de que algo seja revelado não significa, que ele deva ser
proferido imediatamente, ou até mesmo mais tarde. Uma palavra de conhecimento,
muitas vezes, vem inesperadamente, e tem freqüentemente, o propósito de nos levar à
A. Carlos G. Bentes Página 12 29/1/2012
oração com relação ao que Deus nos mostra. Ela pode envolver uma necessidade na
vida de um parente, de algum crente, ou de uma igreja local.
“A Palavra do Conhecimento” pode ser recebida através de uma revelação
silenciosa e a pessoa que recebeu esta manifestação deve pedir a Deus que lhe mostre o
que fazer com ela.
A palavra do conhecimento também pode ser usada para revelar doenças ou
possessão demoníaca (At 16.16-18).
10. O Dom do Discernimento de Espíritos.
É a capacidade dada por Deus por revelação, de reconhecer que espíritos estão
por detrás de diferentes manifestações ou atividades (At 16.16-18). Na dimensão
espiritual há espíritos divinos tanto quanto espíritos malignos.
Tipos de Discernimentos:
1. Discernimento Natural;
2. Discernimento Intelectual Verdadeiro (1 Co 2.15,16);
3. Discernimento Sobrenatural Falso;
4. O Dom do Discernimento de espíritos.
As manifestações espirituais podem ter três fontes:
1) Natural - oriunda do Psiquê do homem.
2) Diabólica - oriunda de espíritos malignos.
3) Divina - oriunda do Espírito Santo.
É com o Dom de Discernir que podemos saber a origem das manifestações.
OS DONS DE PODER
1) Fé;
2) Operações de Milagres;
3) Dons de Curar.
Estes dons se operam na esfera física. São dons ativos que produzem sinais e
maravilhas (At 4.29,30; Hb 2.4; Mc 16.20).
11. O DOM DA FÉ. É o maior dos três dons de poder. É um dom do Espírito
para o crente, para que este possa realizar milagres. Quando se opera o Dom da Fé, é a
Fé concedida por Deus que funciona através dos homens (At 3.16).
Definição: Fé é o equipamento espiritual e sobrenatural do crente, para lhe
conceder o poder sobrenatural de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre
glorioso poderia alterar a situação; confiar quando tudo está aparentemente perdido;
confiar quando não há a mínima esperança de uma solução.
Existem dois tipos de Fé:
1ª) Natural- Oriunda da alma, da psiquê, do intelecto.
2ª) Sobrenatural- Oriunda do Espírito Santo e pelo poder da Palavra de Deus.
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TIPOS DE FÉ SOBRENATURAL:
1ª) Fé Salvadora. Esta é aquela resposta de Fé inicial a Deus, a qual nos
introduz no reino de Deus. Ela é a habilitação de Deus a uma pessoa para que esta o
Aceite e creia Nele (Jo 1.12; Gl 2.8,9; At 16.31; Rm 10.8-17; 12.3; Hb 11.1,6). O
veículo de Deus para nos salvar foi a Graça; nosso veículo em aceitá-la é a Fé ou uma
resposta de receptividade à sua Graça.
2ª) Fé como Fruto do Espírito Santo. Esta é a Fé gradativa, cada vez que
crescemos na Graça e no Conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Fé como
qualquer árvore cresce (Gl 5.22).
3ª) O Dom da Fé. É a habilidade dada por Deus de se crer Nele para o
impossível numa determinada situação. Ele não é tanto a Fé geral que crê em Deus para
suprir as nossas necessidades, etc, mas ele vai um passo além, onde “simplesmente
sabemos” que uma determinada coisa é a vontade de Deus e que vai acontecer.
Caio Fábio define este dom dizendo: É a possibilidade de discernir os propósitos
de Deus para o futuro, mesmo que as coisas se desencadeiem em condições
desfavoráveis no presente. Os que possuem tal dom são responsáveis por ver além da
nuvem (1 Co 12.9; Mc 11.22,23). Exemplos: Mt 8.1-3; 11.11-14,23-43; Jo 9.1-7; Mc
1.31; At 3.1-7; 5.1-10; 16.16-18; 20.7-12; 27.21-25; 1 Rs 17.1,14; 2 Rs 1.10-14; 2.23-
24; 3.16-20; 6.18; Nm 27.18; Dt 34.9; Js 10.12-14; At 13.8-11; 14.8-10.
Kenneth E. Hagin dá seis manifestações para o Dom da Fé:
1ª) O Dom da fé para Bênçãos Sobrenaturais. Os patriarcas impunham as mãos
sobre os filhos e ordenavam bênçãos sobre os filhos e muitas vezes estas bênçãos se
realizavam anos depois. Vemos isto nas vidas de Abrão, de Isaque, e de José.
2ª) O Dom da Fé para a Proteção Pessoal (Dn 6.16,17,19-23).
3ª) O Dom da Fé para Sustento Sobrenatural (1 Rs 17.2-6).
4ª) O Dom da Fé para Ressuscitar os Mortos. Segundo relata Albert Hibbert o
grande evangelista Smith Wigglesworth ressuscitou 14 pessoas durante o seu
ministério. Para a ressurreição de mortos os três dons de poder entram em ação. O Dom
da Fé, o dom Operações de Milagres e os Dons de Curar.
5ª) O Dom da Fé para a Expulsão de Demônios (Mc 16.17). Na operação deste
dom para expulsão de demônios muitas vezes outros dons entram em ação como os
dons de Discernir os espíritos e a Palavra do Conhecimento. (At 16.16-18).
6ª) O Dom da Fé para ministrar o Espírito Santo (Gl 3.5). Esse dom da Fé entra
em operação na imposição das mãos para as pessoas receberem o Batismo no Espírito
Santo (At 9.17,18; 8.15-19; 19.6).
12. OPERAÇÕES DE MILAGRES (ENERGĒMATA DYNAMEŌN).
(SINAIS)
Energēmata dynámeōn = ἐνεργήµατα δυνάµεων.
O milagre é intervenção sobrenatural na função normal da natureza; a suspensão
temporária da ordem habitual; a interrupção do sistema natural observado pelos
homens.
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“O milagre é um acontecimento que não parece ser parte nem resultado de
nenhuma lei ou agências naturais, e é muitas vezes atribuído a uma fonte sobre natural
ou divina”.3
“Quando se realiza um milagre, as leis da natureza não são violadas, mas
substituídas num ponto especial por uma manifestação mais elevada da vontade de
Deus. As forças da natureza não são aniquiladas ou suspensas, mas contrabalançadas
num determinado ponto por uma força superior aos poderes da natureza” (L. Berkhof).4
A palavra “dynamis” (δύναµις) aparece 119 vezes no Novo Testamento. Esta
palavra em 1 Co 12.10 - Dynamis é traduzida milagre, todavia nos outros textos é
traduzida por milagre, obra poderosa, poder, força, poderoso, virtude e de diversas
formas em outras versões. Energēmata (ἐνεργήµατα) plural de enérgēma (ἐνέργηµα)
vem de energuéō – energizar (ἐνεργέω) que dá origem a palavra energia em
Português.
O Novo Testamento emprega três palavras gregas diferentes para expressar
“milagres”:
1. Téras (τέρας). Que significa prodígio, presságio ou maravilhas;
2. Dynamis (δύναµις). Que significa poder miraculoso;
3. Sēmeion (σηµεῖον). Que significa milagres, símbolo, sinal ou maravilha.
O apóstolo João empregou de forma consistente a palavra sēmeion para
descrever as obras de Cristo. Este emprego encarece o valor de “sinal” dos milagres. O
sinal não é importante em si mesmo, mas para o que ele ressalta ou indica. Dessa
forma, os milagres de Cristo foram importantes por aquilo para o qual apontavam.5
João selecionou somente sete milagres de um número muito maior e os registrou
tendo em vista um propósito definido: “Jesus, na verdade, operou na presença de seus
discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém,
estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome”. Portanto, uma das principais finalidades dum milagre é
levar as pessoas a crerem que Jesus Cristo é o filho de Deus, o Salvador do mundo, de
modo que crendo possam ter a vida eterna por intermédio dele.6
Nicodemos disse a Jesus: “sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém
pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (Jo 3.2).
Pedro no seu sermão no dia de Pentecostes disse: “Varões israelitas, escutai estas
palavras: A Jesus, o nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com milagres,
prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem
sabeis” (At 2.22).
Jesus citou suas obras miraculosas como prova de sua missão messiânica aos
mensageiros de João Batista: “Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do
Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou
3
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.70.
4
Ibid.
5
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p. 72.
6
Ibid. p. 72.
A. Carlos G. Bentes Página 15 29/1/2012
havemos de esperar outro? Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis
e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos
ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.2-
5).
Os discípulos do Senhor receberam a Grande Comissão de levar o Evangelho ao
mundo todo. Foi-lhes dito que sinais maravilhosos acompanhariam aqueles que
cressem: “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão
demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão
curados. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à
direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o
Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Mc 16.17-20).
Na carta aos Hebreus, lemos: “testificando Deus juntamente com eles, por sinais e
prodígios, e por múltiplos milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a sua
vontade” (Hb 2.4). 7
Cremos que a Grande Comissão é ainda obrigação dos cristãos atuais. Se a ordem
está em vigor, o poder para cumprir a ordem ainda deve estar disponível. O Espírito
Santo foi enviado para estar conosco sempre. Por certo seus dons de poder serão
sempre concedidos aos que sinceramente confiam nele para obter essas capacitações
divinas. Os dons do Espírito são desejáveis para um ministério efetivo aos enfermos. 8
Os milagres internos: Ef 1.17-19; 3.16-20; Fp 3.10; Cl 1.11.
Os milagres externos: At 1.8;3.12; 4.7; 4.33; 6.8; 8.10; Mc 16.17-20; João 14.12-
20.
Alguns Milagres do Velho Testamento:
1. A divisão do mar vermelho (Ex 14.21-31).
2. A parada do Sol e da Lua (Js 10.12-14).
3. A farinha e o óleo não esgotaram (1 Rs 17.8-16).
4. A descida de fogo no monte Carmelo (1 Rs 18.17-39).
5. O regresso de 10 graus no relógio do sol (2 Rs 20.8-11).
6. A divisão das águas do rio Jordão (2 Rs 2.9-14).
Alguns Milagres do Novo Testamento:
1. A transformação da água em vinho (Jo 2.1-11)
2. Andando sobre as águas (Mt 14.25-33).
3. Alimentando a multidão (Mc 6.38-44; Mt 15.19-39).
4. Acalmando a Tempestade (Mc 6.45-52).
5. Pescando aonde não havia peixe (Jo 21.5-12).
6. Pedro encontrando dinheiro na boca do peixe (Mt 17.27).
7. A libertação dos apóstolos e outros (At 12.1-17; 16.25-40; 5.17-25).
8. A transladação de Felipe de Gaza a Azoto (At 8.39-40). Azoto fica 32 Km ao
norte de Gaza.
7
Ibid. p.73.
8
Ibid. p.73.
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9. A cegueira temporária de Elimas (At 13.8-12).
10. Paulo picado pela cobra nada sofreu (At 28.3-6).
Os milagres devem acompanhar a pregação do Evangelho (Mc 16.15-20; 1 Co
2.1-5).
A Operação de Milagres é usada para demonstrar o Poder e a Grandeza de Deus.
A palavra grega, segundo o dicionário significa “explosões de onipotência”. Dynamis é
energia ou poder de Deus. Paulo pregou não somente em palavra, mas em Poder
(dynamis) - (1 Ts 1.5). Não podemos ser bem sucedidos se Deus não cooperar conosco
com sinais e prodígios. Devemos orar pedindo poder para pregarmos a Palavra com
intrepidez e que o Senhor coopere conosco estendendo a Sua mão para fazer curas,
sinais e prodígios por intermédio do Nome de Jesus (At 4.29,30).
MILAGRES NECESSÁRIOS HOJE 9
O poder sobrenatural de Deus manifesto nas curas miraculosas dos enfermos é de
grande necessidade no mundo céptico de nossos dias. Há muitos “Nicodemos” hoje que
necessitam ser convencidos por tais demonstrações do poder do Deus vivo. Todavia,
está em ordem uma palavra de advertência àqueles que buscam ser usados por Deus
dessa forma. Deveríamos tomar todo cuidado para evitar o aspecto “mágico” na busca
do “miraculoso”. Deus executa muitos milagres que não são “espetaculares”.
Deveríamos lembrar-nos sempre de que a prova de um verdadeiro milagre de Deus é:
“Que benefício este milagre traz?” Um milagre (semeion) deveria sempre apontar para
o operador do milagre, Jesus Cristo, e não para aquele que simplesmente serve de
instrumento nas mãos de Deus.
O fato de haver tantos milhões de sofredores ao nosso redor, que necessitam de
experimentar a cura que só Cristo pode dar, constitui grande motivação para buscar os
dons de curas e de milagres. Não obstante, é muito fácil aos nossos corações enganar-
nos pensando que nossos motivos são puros, quando existe grande porcentagem de
egoísmo em nossos pensamentos mais íntimos. Desejamos publicidade, fama,
multidões e talvez mesmo a recompensa financeira que tal ministério provavelmente
possa trazer. Um orador pode atrair centenas de pessoas, enquanto um “operador de
milagres” atrairia milhares. E difícil manter a vitória sobre o êxito. A intoxicação
causada pela multidão pode resultar em sério dano espiritual. Devemos estar seguros de
que possuímos os motivos certos - compaixão pelos enfermos no corpo e na alma, e um
sincero desejo de ver que nosso maravilhoso Salvador receba toda a glória que tão
ricamente ele merece.
13. DONS DE CURAR - KHARISMATA IAMATON (Mt 10.1,8; Mc 16.16-
18; Mt 8.3). KHARÍSMATA IAMÁTŌN (χαρίσµατα ἰαµάτων).
Definição: O Dom de Curar é a habilidade dada por Deus de Se transmitir a cura
ao corpo físico em ocasiões específicas. Ele é acompanhado por uma medida de dom da
Fé, muitas vezes pelo dom do conhecimento. Ele envolve a transmissão desta Fé à
9
JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.74.
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pessoa que necessita da cura, o que a levanta do campo da dúvida e incredulidade, e faz
com que as pessoas se apropriem da cura. Deus energiza o crente e então há a
manifestação do Espírito Santo para a cura. A Fé pode ser do doente, do parente ou
amigo do doente ou do próprio crente que ora (Lc 5.17-20). O propósito dos dons de
curar é libertar os enfermos e destruir as obras do Diabo no corpo humano (At 10.38).
DONS DE CURAS E DE OPERAÇAO DE MILAGRES
Um estudo da doutrina da cura divina não estaria completo sem um exame
cuidadoso dos dons do Espírito Santo, especialmente os de curas e de milagres. Paulo
escreveu à igreja de Corinto: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que
sejais ignorantes” (1 Coríntios 12:1). Infelizmente, muitos dos filhos de Deus hoje
parecem estar muito desinformados quando se trata de dons espirituais. E.S. Williams,
referindo-se ao propósito dos dons espirituais, diz: “São capacitações espirituais com o
propósito de edificar a igreja de Deus. Também são concedidos como sinais para a
confirmação da Verdade ao mundo”.
“Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Mc 16.20).
Há milagres de muitos tipos diferentes registrados na Bíblia. Houve os tipos de
milagres onde não havia cura, tais como a separação das águas do mar vermelho e as do
rio Jordão, a descida de fogo do céu para consumir o sacrifício sobre o altar no monte
Carmelo, a provisão de água da rocha e o maná vindo do céu. Houve também muitos
milagres de cura realizados pelo Senhor Jesus e por seus seguidores.
Muitas curas parecem ser miraculosas. Qual a diferença, se houver alguma, entre
os dons de curar e o dom de operações de milagres? Já observamos que alguns milagres
nada têm que ver com a cura física. Há os crêem que os milagres devem ser
instantâneos embora a cura (mesmo a divina) pudesse tomar tempo para sua
completação.
Há três ministérios associados com a cura física:
1. Evangelista: Ef 4.11; At 8.4-8;
2. Operadores de Milagres: 1 Co 12.28;
3. Dons de Curar: 1 Co 12.28.
Há três dons do Espírito associados com a cura física:
1. Os dons de curar;
2. Operações de Milagres;
3. Fé.
OS DIFERENTES NÍVEIS DE CURA:
1. Instantânea: Mt 8.3 “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Eu
Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da lepra”.
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2. Paulatina: A cura de um cego em Betsaida: Mc 8.22-26.
3. A Ceia Do Senhor: Aquele que participa dignamente da Ceia do Senhor
muitas vezes recebe curas físicas (1 Co 11.25-32).
4. A Imposição de Mãos (Mc 16.16-18; At 19.11; Mc 6.5; At 5.12; 14.3).
5. Através da Palavra Falada (Sl 107.20; Lc 7.1-10; Jo 4.43-53; 5.1-9).
6. Os trajes de Jesus; A sombra de Pedro (Mc 6.56; Mt 9.20-22; At 5.15,16).
7. Os lenços e Aventais de Paulo (At 19.11,12).
Que tipo de curas o Senhor Realizou?
1. Cegueira: Mt 12.22; 15.30; 21.14; Mc 10.46-52; Lc 7.21;
2. Surdez: Mc 9.25-27; Mt 11.5;
3. Possessão demoníaca: Mt 4.24; 8.16,28-34; 9.32,33; 12.22; 15.22-28; 17.18;
Mc 1.32-34,39; 7.26-30; 16.9; Lc 4.41; 8.2; 26.36; 9.42; 11.14; 13.32;
4. Hidropisia: Lc 14.2-4;
5. Mudez: Mt 12.22; 15.30; Mc 9.17-27;
6. Orelha restaurada: Lc 22.51;
7. Febre: Mt 8.14,15;
8. Hemorragia: Mc 5.25,29; Lc 8.43-48;
9. Corcunda: Lc 13.11-13;
10. Incapacitado: Jo 5.5-9;
11. Coxeadura: Mt 15.30; 21.14;
12. Lepra: Mt 8.2,3; Lc 5.12,13; 17.12-14;
13. Lunático: Mt 4.24;
14. Aleijados: Mt 15.30,31;
15. Paralisia: Mt 4.24; 8.5-13; 9.2-7; Lc 5.18-25; Mc 2.3-12;
16. Espírito de enfermidade: Lc 13.11-13;
17. Doença mortal: Lc 7.2-10;
18. Espíritos imundos: Mc 1.23-26; 5.2-15; 7.25-30; Lc 4.33-36; 6.18; 8.26-35;
9.42;
19. Mão ressequida: Mt 12.10-13.
Além dos casos individuais de cura mencionados, também está registrado
que o Senhor curou:
1. Muitos: Mc 1.34; 3.10; Lc 7.21;
2. Doenças diversas: Mt 4.24: Mc 1.34; Lc 4.40;
3. Multidões: Mt 12.15; 19.2; Lc 5.15; 6.17-19;
4. Todos os que estavam enfermos: Mt 8.16; 12.15; 14.14; Lc 4.40; 6.19; 9.11.
Por que Jesus Curou?
1. Para mostrar compaixão: Mt 14.14; 20.34; Mc 1.40,41; 5.19; 9.22; Lc 7.13;
2. Para cumprir profecias: Mt 8.17; Is 53.4;
3. Para provar que fora enviado de Deus: At 2.22; Jo 5.36;
4. Para capacitar os curados a servir: Mt 8.14,15;
5. Para comunicar Vida Abundante: Jo 14.6;
6. Para destruir as obras do diabo: 1 Jo 3.8; At 10.38;
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7. Para manifestar as obras de Deus: Jo 9.3; Mt 9.8; 15.31; Mc 2.12; Lc 5.26;
7.16.
Como foi que Jesus Cristo Curou?
Um estudo cuidadoso das Escrituras leva muitos a crer que Cristo não curou por
seu próprio poder, como o divino Filho de Deus, mas mediante o poder do Espírito
Santo. Ele curou porque foi ungido pelo Espírito (Is 61.1,2; Lc 4.18-20; Jo 5.19; At
10.38).
1. Imposição de mãos: Mc 5.23; 6.5; 8.23; Lc 4.40; 13.13;
2. Curou por sua Palavra: Mt 8.8; Lc 4.32,36; 7.7 (Logos);
3. Repreendeu a enfermidade ou o espírito que a causava: Mt 17.18; Mc 1.25;
9.25; Lc 4.35,39; 9.42;
4. Pessoas foram curadas por tocarem nele ou em suas vestes; tendo fé: Mt 9.21;
14.36; Mc 3.10; 5.28; 6.56; 8.22; 10.13; Lc 6.19;
5. Em algumas ocasiões Jesus disse aos que buscavam a cura: “A tua fé te
salvou”: Mt 9.2,22,29; 15.28; Mc 2.5; 5.34; 10.52; Lc 5.20; 7.50; 8.48; 18.42;
6. Com lodo e saliva: Jo 9.6-15.
AS DOENÇAS SÃO RESULTADO DA QUEDA: At 10.38; Lc 13.16.
A primazia de Satanás no setor das doenças remonta à queda do homem no
Jardim do Éden (Gn 2.17; Rm 5.12). A influência física é na realidade produzida pela
doença espiritual. Quando a alma do homem se torna corrompida pelo pecado, o seu
corpo torna-se sujeito às doenças e enfermidades como conseqüência. A doença era
parte da maldição da lei (Dt 28.58-61).
A CURA DIVINA ESTÁ INCLUÍDA NA EXPIAÇÃO DE JESUS
A cura física e espiritual estavam incluídas na obra redentora de Cristo, isto é
salientado tanto no Velho Testamento como no Novo Testamento (Sl 105.37; 103.2,3;
Is 53.4,5; 1 Pe 2.24; Ex 15.25,26; Mt 8.16,17; 3 Jo 2).
A cura definitiva só acontecerá na ressurreição dos justos, no arrebatamento da
Igreja. Nós teremos a cura eterna, por enquanto podemos emitir um vale e recebermos
uma cura temporal.
O maior milagre de Jesus foi a ressurreição de Lázaro, porém este morreu de
novo.
A redenção é realizada em três tempos:
1. A Redenção Passada: Aconteceu no Novo Nascimento;
2. A Redenção Presente: Acontece todos os dias, é a redenção da alma; a
santificação (2 Co 3.18);
3. A Redenção Futura: Acontecerá no arrebatamento da Igreja, quando
receberemos um novo corpo – sōma pneumatikon: o corpo espiritual.
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OS DONS VERBAIS
14. PROFECIA (PROFETÉIA - προφητεία). É um pronunciamento
sobrenatural num idioma conhecido. A profecia é o mais importante dos dons verbais
(1 Co 14.5). A palavra hebraica que é traduzida “profetizar” significa “sair fluindo” e
transmite o pensamento de “borbulhar como uma fonte, gotejar, sair ao borborrões,
jorrar”. A palavra grega - profeteia significa “falar em prol de alguém”. Significa falar
em nome de Deus, ou ser Seu porta-voz (Ex 7.1). A profecia é a própria voz de Cristo
falando a Igreja. Assim como oramos por alguém e é Deus quem cura, assim também
quando alguém inspirado, movido pelo Espírito Santo profetiza, não é o elemento
humano quem está falando pelo seu intelecto, mas é o Espírito Santo fornecendo-lhes
as palavras.
O DOM DA PROFECIA É PARA TODOS (1 Co 14.1-5,39).
O DOM DA PROFECIA É DIFERENTE DA PREGAÇÃO. Muitas versões
bíblicas traduzem do grego para o nosso vernáculo estas duas palavras: KĒRÚSSŌ
(κηρύσσω) e PROFĒTEÚŌ (προφητεύω), com o mesmo sentido, todavia Kērússō é
pregar e profēteúō é profetizar. Não há nenhuma justificativa para se traduzir a palavra
profecia como “pregar, ensinar ou exortar”, isto seria roubar a unção sobrenatural desta
manifestação. A Bíblia não confunde nem altera o uso destas duas palavras. A unção
para pregar é diferente da unção para profetizar (1 Tm 4.1; Hb 3.7; At 21.11; Lc 1.67).
A pregação pode conter a profecia, mas ela não é profecia em si mesma. A profecia
nunca deve tornar-se um substituto da pregação ou do ensino.
A PROFECIA NA DISPENSAÇÃO NEOTESTAMENTÁRIA
Cerca de 30 vezes o Novo Testamento refere-se ao Dom da Profecia. Pedro
confirma que esta manifestação é para os nossos dias (At 2.16-18; Jl 2.28). Paulo
também confirma nas suas epístolas (1 Co 12; 13.8-13; Rm 12.3-8). A profecia estará
conosco até que venha o que é perfeito (1 Co 13.9,10). Não extingais o Espírito; não
desprezeis as profecias (1 Ts 5.19-20).
AS PROFECIAS BÍBLICAS SÃO DIFERENTES DO DOM DE PROFECIA
As profecias bíblicas estão em um nível mais elevado da manifestação do Dom
de Profecia. As Profecias da Bíblia nunca serão igualadas ou ultrapassadas (Dt 4.2; Pv
30.5,6; Ap 22.18,19). As Profecias Bíblicas tornaram-se a Sua Palavra escrita e
autoritária para toda a era da Igreja (2 Pe 1.21; Ef 2.20).
Em toda a história eclesiástica dois erros têm sido praticados com relação ao
Dom de Profecia, por um lado exaltamos esta manifestação a ponto de infabilidade e,
por outro lado desprezamo-la. Não devemos dar-lhe autoridade excessiva, nem
focalizá-la em demasia; nem tão pouco reduzi-la ao nível do poder humano. A
manifestação deste dom deve ser julgada à luz da Bíblia.
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NOTA: Profetéia - Profecia encontra-se 19 vezes no Novo Testamento. Profēteúō
- Profetizar encontra-se 28 vezes no N.T. Profētēs (προφήτης) - Profeta encontra-se no
N.T. 144 vezes.
OS ELEMENTOS OU PROPÓSITOS DO DOM DE PROFECIA (1 Co
14.3)
1) EDIFICAÇÃO – OIKODOMĒ (οἰκοδοµή). Esta é uma palavra usada em
arquitetura e descreve uma construção de uma casa (οἶκος - oikos = casa). Este é o
meio que Deus proporcionou pelo qual devemos “edificar” ou construir a Igreja. Jesus
disse: “Edificarei (oikodomēsō - οἰκοδοµήσω futuro de oikodoméō - οἰκοδοµέω) a
minha Igreja” (Mt 16.18). É vital que edifiquemos com materiais de qualidade (dons e
ministérios) ao invés de madeira, feno, e palha (1 Co 3.10-15). Há duas maneiras de se
construir ou edificar a Igreja, primeiro pelo acréscimo de novos materiais (novos
membros) e pelo fortalecimento daquilo que já existe (1 Co 14.24,25). Destruir,
confundir, e repulsar são o oposto da obra do Espírito Santo na manifestação do Dom
de Profecia. Edificar os santos na Fé santíssima (Jd 20) é construir um santo templo no
Senhor (Ef 2.21,22). Fortalecer os santos, aumentar-lhes a Fé e desenvolver-lhes o
caráter cristão são os objetivos do Espírito Santo através da manifestação deste dom.
2) EXORTAÇÃO – PARÁKLĒSIS (παράκλησις). O dicionário grego diz que
exortar significa: “incitar, encorajar, aconselhar e prevenir veementemente”. A
exortação é uma faceta tão distinta do dom da profecia que também é chamado de
“Dom” (Rm 12.8). Exortar (parakaléō - παρακαλέω) significa segundo o texto grego,
“chamar para mais perto de Deus”. Paulo disse a Timóteo: “Aplica-te à leitura, à
exortação, e ao ensino (1 Tm 4.13).
3) CONSOLAÇÃO – PARAMUTHÍA (παραµυθία). Jesus nos deu um dos
mais importantes nomes do Espírito Santo: O Consolador, O Parakletos - παράκλητος
(Jo 14.16,26). Sendo este seu próprio nome, não surpreende que um dos seus dons
tenha como objetivo a consolação dos Santos (1 Co 14.31). Vine, um erudito em grego
diz que PARAMUTHÍA - Consolação significa: “primariamente, um falar íntimo com
qualquer pessoa”, portanto, ela denota consolação, conforto, com um grau maior de
ternura que “ PARÁKLĒSIS”.
4) SENTENCIAR E CONVENCER (1 Co 14.24,25).
5) INSTRUÇÃO E APRENDIZAGEM (1 Co 14.31).
O DOM DE VARIEDADES DE LÍNGUAS E INTERPRETAÇÃO DE
LÍNGUAS
Limitar-nos-emos, primeiramente, aos dons de línguas e interpretação de línguas
na congregação pública; em seguida, passaremos a considerar o assunto de falar-se em
línguas de uma forma geral.
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O que é dom ministerial de variedade de línguas? O dom ministerial de línguas é
a habilidade dada por Deus a alguém para que haja comunicação numa língua
desconhecida, e para que seja interpretada na assembléia a fim de que todos possam
compreendê-la.
“... a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas...” (1 Co
12.10; Veja também 1 Co 14.5).
Novamente, esta é uma “manifestação do Espírito” (1 Co 12.7), e não uma
habilidade humana. Isto não têm absolutamente nada a ver com habilidades lingüísticas
naturais, eloqüência em discursos, ou uma nova maneira Santificada de falar-se.
Ainda que o Espírito possa estar envolvido nestas características estão todas à
parte do assunto em consideração. O dom de línguas é uma manifestação ou expressão
sobrenatural do Espírito Santo; através dos órgãos vocais de uma Pessoa. Ele é uma
manifestação direta da esfera dos milagres.
Isto é diferente de línguas que são usadas na vida particular do crente?
Sim! A Bíblia, claramente, revela três categorias gerais quanto ao falar-se em
línguas. Embora a Bíblia não seja escrita na forma de um livro de teologia sistemática,
com tudo bem dividido e esquematizado, à medida em que a estudamos aprendemos
por observação e experiência, certas categorias claramente emergem.
Ainda que a Bíblia, em si não nos dê resumos sistematizados, estes são
descobertos através de uma síntese de todos os ensinamentos da bíblia num dado
assunto. Isto é parte do “manejar-se bem” (dividir, analisar) a Palavra de Verdade (2
Tm 2.15).
Estas três categorias gerais de línguas podem ser, claramente, vistas nas
Escrituras:
1. Línguas que são faladas no momento em que recebemos o Batismo no
Espírito (At 2.4; 10.45-47; 19.6).
2. Línguas para uma comunhão Pessoal com Deus numa maneira contínua. (1
Co 14.1-4,15; Jd 20; Rm 8.26,27; Ef 6.18).
3. Línguas que são dadas na assembléia para uma comunicação ao Corpo e para
serem um sinal ao incrédulo (1 Co 12.10; 14.5; 14.21,22).
Foi a confusão destas três categorias de línguas que o Senhor procurou corrigir
na Igreja de Corinto. Aparentemente, alguns falavam em línguas demasiadamente nas
reuniões, sem que interpretações fossem dadas.
A. Carlos G. Bentes Página 23 29/1/2012
Isto produzia confusão e abusos. Portanto, o Senhor, através de Paulo,
classificou-as para eles. Além disso, deveríamos entender que há três maneiras gerais
em que a Bíblia usa a palavra “dom” ou “graça”.
1) O “dom” de Deus da Salvação através de Cristo (Rm 5.15-18; 2 Co 9.15), o
qual incluí;
2) O “dom” do Espírito Santo (At 2.38; 8.20; 10.45) o qual incluí;
3) Os “dons” do Espírito Santo (2 Co 12.1,4,9,28; 14.1; Hb 2.4).
Em nenhum lugar o batismo no Espírito é chamado de “dom de línguas”. Ao
invés, ele é o “dom do Espírito” (o qual inclui línguas). Todo crente que é cheio do
Espírito deve falar em línguas, mas nem todos necessariamente têm o dom de línguas
como uma manifestação espiritual no ministério do Corpo.
Paulo ensina que 99% das línguas é para um uso particular e pessoal na oração,
louvor e auto-edificação. Todavia, há aqueles a quem o Espírito move para que
levantem as suas vozes em línguas na assembléia, para que sejam, em seguida,
interpretadas, a fim de abençoarem ao povo.
O dom de línguas é para a edificação da Igreja, e não do indivíduo que
exercita. O falar-se em línguas como parte do Dom do Espírito Santo, deve
continuar em nossas vidas privadas para uma edificação individual, e não da
Igreja.
Quais são os propósitos de línguas e interpretação na assembléia?
1) Para serem um “sinal” ao incrédulo. (1 Co 14.21-22).
2) Para expressarem edificação, exortação e conforto ao crente (1 Co 14.3-5).
Línguas com interpretação são equivalentes a profecias.
3) Para levantarem a congregação ao louvor e à oração (1 Co 14.13-16). Nesta
passagem, Paulo encoraja ao que fala em línguas a orar pela interpretação. O contexto
imediato que se segue é o orar e falar em línguas. A dedução é que a oração e o louvor
no Espírito poderiam ser interpretadas e ser edificantes ao Corpo. Se uma igreja tem
mais línguas e interpretações que profecias, isto é uma indicação que ela não cresceu
além de um nível elementar de fé (1 Co 14.5-13), ou que há incrédulos que,
regulamente a freqüentam e que necessitam deste sinal (14.21-22).
De que maneiras as línguas são um “sinal” aos incrédulos?
1) Pela evidência do sobrenatural; ao verem as pessoas falando em línguas que
elas nunca aprenderam, (At 2.6-8; 1 Co 14.21-22).
2) Pela sensação do sobrenatural; elas carregam a atmosfera com a sensação da
presença de Deus. Isto é sentido até mesmo pelos incrédulos.
3) Pelo testemunho do ouvir-se uma língua estrangeira que eles possam
conhecer, Deus lhes dá um sinal, falando com eles em suas línguas maternas (ou uma
outra língua que eles aprenderam).
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Este foi o grande sinal durante o Pentecostes. Eles ouviram as pessoas falando,
sobrenaturalmente, em suas próprias línguas maternas. Este sinal proporcionou a
salvação de três mil judeus que foram obedientes.
Ainda que as línguas sejam um sinal, os incrédulos nem sempre as aceitam como
tal, especialmente se forem praticadas sem a ordem devida (todos falando ao mesmo
tempo - 1 Co 14.23). Eles dirão: “estais loucos”. Na verdade muitos cépticos e críticos
respondem desta maneira, até mesmo quando as línguas são praticadas no modo
apropriado. Muitos hoje igualam as línguas a uma tagarelice incoerente que é falada
num estado de loucura emocional ou psicológica. Isto é, exatamente, o que um grupo
de pessoas orgulhosas disse no dia de Pentecoste (At 2.13). Isto é exatamente, o que
Deus disse que os homens diriam.
Todos devem ter o “dom” [ministerial] de variedade de línguas?
Não! 1 Co 12.28-30 mostra, claramente, que nem todos são usados desta maneira.
O texto de 1 Co 12.28-30 é correlato ao de Ef 4.1 que fala acerca dos dons
ministeriais. Há uma distinção entre os dons e os ministérios. Existe o dom de
variedade de línguas (1 Co 12.10) e existe o ministério de variedades de línguas (1 Co
12.28). Ainda que todos possam dar um passo de fé, ocasionalmente, e falar em
diversas línguas, não é bíblico o ensinar-se que todos devem ter qualquer um dos dons
ministeriais do Espírito. Esta era uma das principais ênfases de Paulo em seus
ensinamentos sobre os dons e ministérios do Corpo (Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-31).
1 Co 12. 28-30: E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em
segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois
dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos
apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres?
Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos?
Quantas mensagens em línguas e interpretações estão em ordem numa
reunião?
A resposta a esta questão é dada, muito simples e brevemente, por Paulo em 1 Co
14.27-28. Duas ou três mensagens são, geralmente, suficientes para que recebamos,
com clareza o teor completo daquilo que o Senhor esteja falando.
Algumas assembléias têm, virtualmente, proibido línguas nas assembléias, por
várias razões (permitindo, somente que sejam praticadas no “salão dos fundos” depois
do culto). Contudo, a Bíblia não nos ordena que as silenciemos nas atividades da
assembléia, e sim, que as regulemos. Temos, na verdade, a admoestação direta: “... Não
proibais falar línguas” (1 Co 14.39-40).
O que é o dom de interpretação de línguas?
O dom de interpretação é a habilidade sobrenatural e espontânea de interpretar-se
uma comunicação dada em línguas na língua que é compreendida pelas pessoas
presentes. Novamente, isto não tem, absolutamente nada a ver com um conhecimento
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natural de línguas, mas procede diretamente, do Espírito Santo (1 Co 12.10). Observa-
se que em 1 Co 14.13 diz: “ore para que possa interpretar”, e não “estude línguas”.
Além disso, 1 Co 14.2 mostra que quando alguém fala em línguas, “ninguém entende”.
Portanto, deve haver uma revelação sobrenatural, assim como a mensagem em línguas
foi sobrenatural. A interpretação deveria ser dada como uma resposta imediata à
mensagem em línguas.
A interpretação é o mesmo que tradução?
Não! Interpretar significa explicar, expor, elucidar ou expandir. Traduzir
significa converter de uma língua para outra. Na verdade, o grau de tradução em si
pode variar segundo o dom de interpretação em particular. Também deveríamos
lembrar que mesmo o traduzir-se de uma língua para outra, geralmente, deixa uma
grande discrepância entre a extensão da mensagem e o número de palavras necessárias
para dizerem a mesma coisa. Observe Dn 5.25-28 que a interpretação de “Mene, Mene,
Tequel, Ufarsim” foi, aproximadamente, nove vezes maior que mensagem original.
Uma outra razão pela qual as mensagens podem ser bem mais curtas que suas
interpretações é que a situação envolve, na verdade, línguas seguidas por uma profecia;
ou talvez uma oração em línguas seguida por uma resposta do Senhor através de uma
profecia.
Deveríamos também mencionar que uma mensagem em línguas pode ser na
verdade, uma oração, adoração, como também uma exortação. Freqüentemente, alguém
pronuncia em voz alta uma oração inspirada pelo Espírito a qual Deus quer que seja
feita em tal momento. A interpretação então informa ao povo aquilo que foi orado e os
levanta à oração em conjunto, como também aviva a sua fé. Em outras ocasiões, o
Senhor pode desejar que o Seu povo O louve e O adore e Ele pode mover alguém a
começar a falar em línguas. Quando há interpretação, esta levanta ao povo ao louvor e à
adoração. Se uma interpretação genuína estiver acontecendo, então algumas das
mensagens em línguas serão, indubitavelmente, interpretadas como orações e louvor
como também exortações.
As possíveis explanações do fato de que algumas mensagens em línguas são
seguidas por profecias, ao invés de interpretações são: possivelmente, a mensagem em
línguas estava fora de ordem e isto inspirou outra pessoa a profetizar; alguém
interrompeu e profetizou antes que uma interpretação pudesse ser dada; porque não
havia nenhum intérprete presente, ou a pessoa com a interpretação não quis dá-la, então
alguém com o dom de profecias moveu-se nesta área. Com relação a esta última razão
possível, não é claro a alguns que há uma diferença entre o dom de profecias e o dom
de interpretação. Eles, portanto, podem tentar interpretar mensagens em línguas,
simplesmente porque eles profetizam. Há, contudo, uma diferença definida e esta tem
que ser respeitada.
Que mensagens são interpretadas?
Se uma interpretação é necessária ou não depende da situação e da categoria das
línguas que estão sendo faladas. Nunca houve nenhuma interpretação quando as
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pessoas falaram em línguas ao receberem o Espírito Santo (At 2.4-6; 10.45-47; 19.6). A
Bíblia também indica que, quando as línguas são usadas para a oração ou adoração
pessoal, elas não são interpretadas (1 Co 14.2,14-18; Rm 8.26-27).
As únicas línguas que Paulo disse que necessitam de interpretação são as faladas
na igreja com o propósito de comunicarem aos homens.
Geralmente, isto é evidente em si mesmo. Uma pessoa, durante o minguamento
da adoração, ou durante a oração e espera em Deus em silêncio, distintamente levanta a
sua voz por pouco tempo, falando numa língua que é desconhecida aos presentes. Esta
é a categoria entre a “variedade (tipos) de línguas” que necessita ser interpretada.
Quem deve interpretar as línguas na assembléia?
Basicamente, alguém que tenha recebido este dom deveria fazer a interpretação.
Pode ser outra pessoa, além daquela que esteja dando a mensagem em línguas (1 Co
14.27), ou pode ser a própria pessoa que falou a mensagem em línguas (1 Co 14.5-13).
Paulo parecia indicar em 1 Co 14.27, que, em qualquer reunião está de acordo com a
ordem que uma pessoa faça as interpretações. Uma versão traduz esta passagem assim:
“Que o mesmo intérprete explique a palavra a todos”. Parece que esta é uma tradução
fiel do propósito deste versículo no original.
Provavelmente, uma maior ênfase necessita ser colocada no dom de interpretação
de línguas. Parece que esta tem sido uma área de entendimento negligenciado no
passado. Na verdade, nem todos ou qualquer um deveria tentar exercitá-lo. As
tentativas de interpretação por aqueles que não receberam, especificamente, este dom
são, provavelmente, a causa de não haver um maior número de interpretações puras.
Além disso, é significativo que aqueles que dão mensagens em línguas
compreendam que sua responsabilidade não termina com o seu simples falar
abertamente em línguas se não houver ninguém com o dom de interpretação presente.
A responsabilidade, então, recai sobre eles. Eles devem interpretar suas próprias
palavras; caso contrário estarão fora de ordem (1 Co 14.5,13-28). Se alguém, portanto,
não está definitivamente ciente de que alguém com o dom de interpretação esteja
presente, este não deve mover-se em línguas a não ser que esteja disposto a interpretar
também, caso ninguém mais o faça.
Como saberei se devo dar uma mensagem em línguas ou fazer uma
interpretação?
A sensibilidade às inspirações internas do Espírito é uma área em que todos
devemos aprender. Ela está mais na esfera subjetiva, nenhuma lista de regras pode ser
produzida a fim de informar a outros como isto é feito. Certos princípios, contudo,
podem ser mencionados e podem ser úteis.
Um dos princípios é que compreendamos que Jesus não julgava nem rejeitava a
Seus discípulos por cometerem erros ao tentarem fazer a Sua vontade. O terror às
conseqüências de um erro pequeno e sem importância pode fazer com que uma pessoa
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evite o seu envolvimento permanentemente. Deus tem paciência conosco quando os
nossos corações estão puros e estamos sinceramente, procurando fazer a Sua vontade.
Assim também o Senhor zela por nós ao tropeçarmos ou cambalearmos enquanto
aprendemos a andar nos dons espirituais.
Um outro princípio é que sua voz e inspirações internas são suaves. É possível
que não as percebamos se supormos que elas sejam impressões ou impulsos humanos.
Freqüentemente, o Senhor move-Se fortemente e com grande clareza e certeza no
principiante. Porém, isto pode diminuir à medida em que ele aprende mais sobre a fé e
a ter uma maior sensibilidade ao Espírito Santo.
O FALAR EM LÍNGUAS E OBSERVAÇÕES GERAIS
O que significa “falar em línguas?”.
A palavra “línguas” (At 2.3; 1 Co 12.10; 13.1) é a palavra grega (γλῶσσα)
“glossa” e significa uma linguagem ou idioma. Ela não é “tagarelice incoerente”, e sim
linguagens. Observe que a palavra é usada na forma plural o que mostra que um único
crente é capaz de, não somente falar uma língua, mas também fala em línguas. Que o
falar em línguas sempre se refere a línguas terrenas e conhecidas não pode ser
presumido. Na verdade, Paulo usa a mesma palavra referindo-se a línguas angelicais (1
Co 13.1). Ele Também diz que, quando alguém fala em línguas “ninguém o entende” (1
Co 14.2).
1 Co 14.26 diz “... um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele
outra língua...”; cada pessoa tem uma diferente. Aplicando-se isto ao Corpo de crentes,
em sua totalidade ao redor do mundo, seria muito mais que suficiente para esgotar as
línguas terrenas conhecidas.
O repertório de línguas de Deus é, certamente, maior que o do homem e inclui
muitas que são celestiais ou desconhecidas ao homem. Ainda que as línguas sejam
idiomas verdadeiros e devam ser um “sinal aos incrédulos”, as Escrituras não indicam
que, afim de que elas sejam um sinal ou que sejam faladas na assembléia, alguém que
entenda o idioma que está sendo expresso no exercício deste dom deva estar presente.
A única vez na Bíblia em que isto aconteceu está em Atos 2. Paulo esclarece em 1 Co
14 que as línguas teriam que ser sobrenaturalmente, interpretadas a fim de que fossem
compreendidas na assembléia. Seguindo-se a analogia da profecia de Isaías citada em
Paulo (Is 28.10-12; 1 Co 14.21), deveríamos observar que a “língua” seria “uma outra”,
ou uma língua estranha a Israel. Isto se referia ao julgamento que viria das nações
inimigas. Já que eles não ouviriam a Deus falando-lhes através dos profetas, Ele viria a
falar-lhes através dos exércitos estrangeiros. O “sinal” do idioma era que ele não era
entendido pelo povo ele era estrangeiro e desconhecido do povo.
Quais são as razões segundo a Bíblia, de que os crentes falariam em línguas?
1) Para serem um sinal ao incrédulo (1 Co 14.22).
2) Para cumprirem profecias bíblicas (Is 28.11).
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3) Isto é um sinal do crente (Mc 16.17; At 10.45,46; Jo 7.38,39; At 1.8).
4) É um sinal de que Cristo ressuscitou e de que Ele está glorificado e sentado
nos céus (At 21.32-36).
5) É um sinal da aceitação pessoal do Seu Senhorio (At 2.4,32,39) e da nossa
entrega total, até mesmo ao ponto de entregarmos o nosso membro mais rebelde: a
língua (Tg 3.1,18).
6) É um sinal de que a pessoa se arrependeu e recebeu o Espírito Santo. É o
sinal inicial do recebimento do Espírito Santo (At 2.4,38,39; 10.46,47; 19.6).
7) Para lidar com orgulho humano. Para entrar em contato com Deus o homem
deve tornar-se como uma criança (1 Co 1.18-31; Mt 18.2-5). Isto é parte do “opróbrio”
que carregamos (do ponto de vista do mundo e do nosso intelecto humano).
8) Para que Deus possa falar, sobrenaturalmente, aos homens (1 Co 12.10; 14.5;
13.22).
9) Para que os homens possam falar com Deus sobrenaturalmente (1 Co
14.2,16-18). Isto se refere à adoração (1 Co 14.15,16; At 2.11; 10.45,46).
10) Para edificarmos a nós mesmos (1 Corintos 14.4,15,16; Jd 20; Ef 6.18).
A alma e o corpo, sem o auxílio, não estão equipados com as faculdades que
possibilitam uma completa expressão do espírito humano. O espírito recém nascido
comunica-se com o Senhor através da língua (linguagem) recém nascida.
A linguagem que a nossa alma conhece e os pensamentos que a nossa mente
pensa colocam grandes restrições na livre expressão do nosso espírito. O nosso espírito,
com o Espírito Santo nele habitando, transcende a alma e sempre requer um outro meio
de expressão, além daquele que a alma proporciona. É por isto que é de grande valor
que não limitemos as nossas orações e a nossa adoração ao que a mente compreende. É
uma vantagem ao invés de desvantagem que não saibamos o que estamos dizendo. Isto
faz com que as nossas capacidades mentais que são limitadas sejam ignoradas e nos
lança na esfera ilimitada do Espírito de Deus.
O orar-se em línguas é uma grande chave para o crente em seu caminhar no
Espírito. Este era um dos grandes segredos de Paulo (1 Co 14.18). Enquanto o nosso
espírito não estiver fluindo na oração, a nossa vida de oração não está nem “a meio
caminho andado”. Temos que aprender a nos entregar e a orar no Espírito para que
tenhamos uma vida de oração eficaz e alegre.
Através de nossa perseverança em, profundamente, usarmos as línguas em nossas
vidas privadas, o Espírito Santo, continuamente transmite poder e energia a todo o
nosso ser. Através desta avenida, Deus pode dar-nos revelações e um estímulo às
nossas mentes, permear todo o nosso sistema emocional com o Seu Espírito, além de,
continuamente influenciar a nossa vontade afim de que vivamos numa obediência
absoluta a Ele.
Também desta avenida, a nossa saúde física pode ser libertada e emergir do
Espírito que concede vida, e que está dentro de nós, os nossos corações são reavivados
e os violentos ataques de doenças e enfermidades são impedidos.
É por isto que Paulo ao colocar restrições e controles com relação a línguas na
assembléia, fez exatamente o oposto referindo-se ao seu uso privado. Ele encorajou o
uso copioso de línguas.
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É através deste meio que podemos rejuvenescer e reanimar ao nosso homem
interior por completo (Is 40.29-31).
NOTA: Um outro aspecto da nossa auto edificação através de línguas é visto
através de um exame cuidadoso de 1 Co 14.5 o qual poderia, com toda validade, ser
interpretado assim: “Quisera que todos vós falásseis em línguas afim de que possais
profetizar...” (no grego, a construção destas sentenças pode expressar um propósito).
O falar em línguas, em outras palavras é, um degrau que nos conduz à
interpretação e à profecia. Este versículo não está mostrando um contraste entre duas
coisas, e sim referindo-se a uma progressão. O falar e cantar em línguas são a forma
mais fácil e menos complicada de aprender-se a profetizar.
Porque as línguas aparentemente atraem mais atenção e argumentação que os
outros dons?
1) Porque os oponentes fazem delas um ponto de discórdia. Isto força aos que
crêem em línguas a falarem sobre o assunto. Freqüentemente, temos a impressão de que
os pentecostais somente falam sobre isto, porque isto é tudo que eles perguntam.
2) Porque, freqüentemente, aqueles que falam em línguas dão uma ênfase
exagerada em seus ensinamentos e prática. Muitas vezes, isto tem sido feito numa
forma carnal e defensiva, tornando-se assim numa coisa ofensiva desnecessariamente.
3) Porque elas têm sido usadas em cultos fora da ordem bíblica: sem
interpretações, com um número excessivo de mensagens em línguas, etc. Onde quer
que haja muita vida nova o potencial para confusões também existe. Quanto maior for o
impulso espiritual, maior será o potencial para erros. Contudo, a maneira errada de
trazermos a ordem é extinguirmos a vida. As correções devem ser feitas sem que
sufoquemos a operação. Alguns têm a tendência de usarem extintores de incêndio
maiores e mais poderosos quando não há fogo algum. Não faz sentido dar-se ênfase a
controles quanto aos dons espirituais, se não houver nenhum dom em operação. Os
abusos não são resolvidos pelo desuso.
4) Por causa de sua própria natureza, elas são um sinal ou manifestação
sobrenatural que atrai muita atenção.
5) Porque as línguas são a possessão comum em potencial de todos os crentes, e
deveriam, por conseguinte, ser muito prevalecentes. É, portanto provável que elas
sejam um grande alvo de atenção, especialmente se forem abusadas.
6) As línguas são muitas vezes, usadas como base para as desaprovações dos
escarnecedores, incrédulos ou dos indoutos em tal doutrina. Elas são um sinal que
causam uma “ofensa” àqueles cujos corações não estão abertos a Deus.
7) Porque estão elas restauradas. O fato de elas terem sido negligenciadas ou
ausentes no passado acentua agora, sua ampla manifestação à medida que Deus
derrama o Seu Espírito, sobre toda carne.
Muitas vezes, durante o processo de restauração de uma faceta de uma verdade
que foi perdida, tal verdade recebe uma ênfase exagerada. Isto é quase que necessário
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para que tal verdade seja colocada de volta em seu lugar de equilíbrio adequado, assim
como uma pessoa que esteja com uma grande necessidade de uma certa vitamina,
geralmente deve tomar grandes doses da mesma num certo período, para que o seu
sistema adquira o equilíbrio apropriado.
É o Espírito Santo que fala ou sou eu?
De certa maneira, são ambos, mas é de grande ajuda ao nosso entendimento que
compreendamos que temos que falar. Usamos os nossos próprios órgãos vocais por um
ato de nossas próprias vontades, cooperando com o Espírito Santo que nos está
movendo.
At 2.24. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar”. Observe
que “eles” é que falaram.
1Co 14.15.“Orarei... com o Espírito...” “Cantarei... com o Espírito”.
Não é exatamente correto que digamos que o Espírito Santo fala em línguas. Ele
nos estimula e nós falamos em língua. Contudo, numa forma geral é apropriado que
digamos que o Espírito está falando através de nós. Este princípio é ilustrado nestas
duas referências:
At 13.2: “... disse o Espírito Santo...” (provavelmente através de um dos profetas
presentes).
1 Tm 4.1: “O Espírito afirma expressamente...” (contudo foi através de Paulo que
a mensagem veio na verdade).
O orar em Línguas e o Subconsciente 10
CONSCIENTE
SUBCONSCIENTE
O subconsciente ou inconsciente é a área da alma onde cada experiência que a
pessoa teve é armazenada em bancos de memória como as dos computadores. Tudo o
10
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 80.
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que vimos, pensamos, sentimos e percebemos desde o momento de nossa concepção até
o presente está ali.
Seria impossível conservar tudo na memória ativa de modo que é “armazenado”
no inconsciente. Seu subconsciente contém todos os sentimentos, pensamentos,
motivações já registradas em sua vida. A mente já foi comparada a um “iceberg”.
A ponta que está de fora é a parte consciente, mas a parte submersa é sete vezes
maior, é o subconsciente.
Não há dúvida a respeito da existência da mente inconsciente, mas as opiniões
diferem quanto ao seu papel. Alguns acham que Deus entra na alma passando pelo
inconsciente. Outros dizem que o inconsciente é o espírito.
Não acreditamos ser esta a maneira correta de ver o inconsciente. Deus não entra
na personalidade por meio das profundezas do inconsciente, mas de uma direção
totalmente diversa. O espírito não é a mente inconsciente.
O inconsciente faz parte da alma. O espírito é uma área completamente diversa, e
é através do espírito que Deus chega a nós.
Diz o Dr. Thomas A. Harris a respeito da mente consciente e subconsciente: “As
provas parecem indicar que tudo que esteve em nossa consciência é gerado com
detalhes e armazenado no cérebro e pode ser reproduzido no presente”. Muitas
respostas do passado são reproduzidas no presente se alguém nos toca uma ferida
psicológica.
A mente subconsciente tem muitas recordações doloridas, “Longe dos olhos,
longe do coração” não é válido aqui. O que é bloqueado de nossa memória consciente
ainda influencia e dá colorido ao nosso pensar e ações a menos que seja curado.
Se uma ferida emocional é profunda demais, a pessoa não pode simplesmente
usar a inteligência e a força de vontade para resolver o problema. Os problemas do
subconsciente são involuntários.
O subconsciente motiva nossas ações como a propaganda subliminar pode, sem
que o percebemos, afetar o tipo de coisas que compramos.
As pessoas freqüentemente perguntam: “O falar em línguas vem do
subconsciente?” Não, não vem. Se viesse, teríamos uma jaula cheia de problemas todas
as vezes que falássemos em línguas, porque o subconsciente é um balaio de confusão.
O espírito recriado, onde Deus habita, é santo, logo, quando a pessoa ora nesse nível
A. Carlos G. Bentes Página 32 29/1/2012
mais profundo é edificada no espírito (1 Co 14.4). Se viesse da parte subconsciente da
alma a pessoa seria edificada em um instante e no outro ficaria deprimida.
O falar em línguas não exige dados mentais, quer conscientes quer inconscientes,
mas procede diretamente do Espírito para o espírito do crente. Pode ser um processo de
cura para o inconsciente expressar-se, à medida que o Espírito Santo concede essa
capacidade, o que de outra forma, seriam necessidades inalcançáveis e inexprimíveis
encontradas no inconsciente.
O orar em línguas é um instrumento valioso na cura da alma. Todavia, embora
você tenha a habilidade de Deus de falar em línguas, pode ser que ainda precise de um
pouco mais de ajuda com oração específica e que cura a alma.
A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus para que a sua
vida (zoe-zwhzwhzwhzwh/) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25).
O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e cooperar sem
esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente
conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos.
É apropriado que os crentes orem ou adorem em línguas juntos ao mesmo
tempo?
As instruções de Paulo no 1 Co 14 nos dão a ordem para a maioria das nossas
assembléias gerais. Se, contudo, uma reunião de crentes for feita com único propósito
de oração em conjunto, isto apresentará um quadro um pouco diferente. Se a reunião
for definitivamente, uma reunião só de crentes, haverá talvez, uma liberdade maior do
que aquela em que incrédulos estiverem presentes. É a nossa convicção, que numa
reunião como esta, onde a única ênfase está em comunicarmo-nos com Deus e não um
com os outros, que a oração e o louvor em línguas em conjunto estão de acordo com a
ordem.
Há na verdade um grande poder a bênção nisto.
Sabemos que a Igreja primitiva orava em conjunto (todos ao mesmo tempo) (Lc
24.52,53; At 4.24-31; 12.12; 21.5) e que, em várias ocasiões, todos eles falavam em
línguas em conjunto (At 2.1-4; 10.45,46; 19.6).
Há ocasiões em que Deus dirige Seu povo a cantar ou a falar juntos no Espírito.
Isto tem acontecido, como ondas através da história, como também nos próprios dias
em que vivemos. Muitas vezes, durante reavivamentos, isto simplesmente, surge
A. Carlos G. Bentes Página 33 29/1/2012
soberanamente quando Deus se move sobre um grupo de pessoas. O ponto principal é
que tal louvor e adoração não deveriam produzir confusão ou desarmonia, mas
deveriam ser feitos em unidade e com o único propósito de adorar a Deus ou orar. O
ponto principal é, essencialmente: “com quem temos o propósito de comunicarmo-nos,
Deus ou o homem?”.
O propósito desta lista é o de demonstrar que Paulo, não somente falou
negativamente sobre línguas em 1 Co 14, mas também positivamente, e de mostrar
claramente que, quando havia restrições com relação a línguas, ele se referia ao seu uso
na congregação pública e não na vida privada. Na verdade, temos a impressão de que
ele remove qualquer controle ou censura no uso de línguas em nossas vidas privadas (1
Co 14.18,28).
A questão toda é que para comunicarmo-nos com os homens temos que fazê-lo
inteligivelmente e de maneira ordenada. Isto é uma demonstração de amor, o qual
busca a edificação dos outros, ao invés de satisfazermos aos nossos próprios desejos ou
necessidades (Ver em 1 Co 14.4,5,12,17,26).
II. DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS.
“E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” 1 Co 12.5.
O NASCIMENTO DOS MINISTÉRIOS NA IGREJA 11
Podemos distinguir duas grandes correntes ministeriais: a primeira, proveniente
da tradição hebraica, é composta por “presbíteros ou anciãos”, considerados, todos eles,
como “diaconias ou serviços”. Trata-se de termos técnicos institucionais já
consolidados no judaísmo da época cristã. O termo “presbítero” do Novo Testamento
não deriva do ambiente cultual, mas da sinagoga e da direção das comunidades. Só no
Apocalipse fala-se de uma ação litúrgica de presbíteros na Jerusalém celestial (Ap 4.4-
11; 5.6-10).
A segunda corrente ministerial depende da cultura greco-romana e consta de
bispos (prefeitos, diretores, gestores, administradores) e diáconos (domésticos, criados,
servos) que são dois termos profanos. Designam determinadas funções da sociedade
romana, sem, todavia serem cargos institucionais no sentido que os da tradição hebraica
possuem. Os bispos tinham uma função de inspetor, vigia ou administrador; eram os
altos funcionários, que controlavam as cidades com funções diretivas.
Os ministérios surgem como “serviços”, porque os doze apóstolos não podem
atender a todas as necessidades da Igreja (At 6.1-7). Todos os ministérios são diaconias,
até o ministério apostólico (At 1.17,25). Paulo também emprega abundantemente o
conceito de diaconia para falar dos ministérios, incluindo também o dele mesmo (Rm
11.13; 12.7; 15.31; 1 Co 12.5; 16.15; 2 Co 4.1; 5.18; 6.3; 8.4), já que inicialmente o
termo não designava um cargo preciso, mas a índole servidora de cada cargo e
função.12
11
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 322-
324.
12
ESTRADA, Juan Antonio Op. Cit., p. 326.
A. Carlos G. Bentes Página 34 29/1/2012
ESTRUTURA ECLESIÁSTICA 13
Examinando as Escrituras Sagradas, encontramos duas estruturas que sustentam a
Igreja:
1. A estrutura funcional, composta de bispos, presbíteros, diáconos e
discípulos (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9).
2. A estrutura ministerial, composta de apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres, e os demais dons espirituais (Ef 4.11; 1 Co 12.28).
(a) Na estrutura funcional. A fim de poder exercer uma função na Igreja, todo
cristão deve preencher as qualificações exigidas pela Palavra de Deus:
O bispo – 1 Tm 3.1-7
O presbítero – Tt 1.5-9
O diácono – 1 Tm 3.8-13
O discípulo – Atos 2.42; 1 Co 11.2
(b) Na estrutura ministerial. Não há qualquer texto bíblico definindo as
qualificações de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, pois são dons
ministeriais. Então, a nossa convicção é que tais ministros devem viver de acordo com
os ensinamentos gerais expostos nas Sagradas Escrituras para todo o povo de Deus (Mt
5.48).
GOVERNO NA IGREJA LOCAL
QUEM SÃO “OS PRESBÍTEROS DA IGREJA”?
Os presbíteros da Igreja, de acordo com Atos 20.17,28 e 1 Pedro 5.1-3, são os
irmãos plurais e co-iguais sobre cujos ombros repousa o governo do Corpo de Cristo
local em cada lugar. Eles operam sob a chefia direto do próprio Jesus Cristo.
PRESBÍTEROS, PASTORES E BISPOS
Essas três denominações são aplicadas aos mesmos irmãos plurais e co-iguais por
Paulo e Lucas em Atos 20 e por Pedro em 1 Pedro 5.
De Mileto (Paulo) mandou a Éfeso chamar os presbíteros (presbuteron no grego) da
Igreja (At 20.17). A respeito desses idênticos homens, Paulo declara em v. 28: sobre o
qual o Espírito Santo vos constituiu bispos (ou superintendentes; no grego, episkópous
- ἐπισκόπους).
Paulo ainda instrui esses presbíteros, esses bispos, a pastorear (no grego,
ποιµαίνω - poimainō) a igreja de Deus. E a respeito desses mesmos homens que
Paulo escreve posteriormente em Efésios 4.11: E Ele mesmo concedeu uns... para
pastores (ποιµήν -poimen, no grego) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos.
13
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 56,57.
A. Carlos G. Bentes Página 35 29/1/2012
A estrutura funcional: o diácono 14
“Diácono”, em grego, significa: “aquele que serve”. Ele é um ministro ordenado
para auxiliar o presbítero e o bispo nas várias atividades da Igreja.
A Bíblia não define qual é a função do diácono. Isto ocorre, porque as
possibilidades de serviço na igreja são as mais diversas. Cada época, cada local e cada
situação apresentam necessidades específicas, pois a igreja é um organismo vivo, em
constante crescimento e transformação.
As qualificações pessoais exigidas de um diácono (1 Tm 3.8-13), o treinamento
que recebe e a ordenação, fazem dele um auxiliar especializado. Essa condição lhe
permite exercer suas atividades em áreas importantes da obra de Deus, tais como ajudar
o presbítero a administrar o batismo e a eucaristia e, eventualmente, administrá-los,
quando convocado. Entre os deveres ministeriais do diácono, também estão dar
aconselhamento espiritual e pastorear o rebanho de Cristo.
A estrutura funcional: o presbítero 15
“Presbítero”, em grego, significa “homem maduro”. Ele é um ministro ordenado
com imposição de mãos (1 Tm 4.14; Tt 1.6) para pastorear uma comunidade local,
como vigário do bispo, ou seja, seu representante. Ele administra a paróquia nos seus
aspectos terrenos, seculares (At 11.30) e, por causa do dom ministerial de pastor (1 Pe
5.1-4; Jo 21.15-17) e da comissão recebida do bispo, é também seu guia espiritual.
As qualificações pessoais exigidas de um presbítero podem ser vistas em Tt 1.5-
9.
O presbítero é um oficial da igreja que:
1. Dedica tempo integral na obra de Deus;
2. Tem autoridade para tomar decisões em nível paroquial;
3. Pode ministrar a palavra de Deus, ensinando e pregando.
O Novo Testamento sempre se refere a “presbíteros” (no plural), sem exceção,
mostrando que a Igreja deve formar um “presbitério”, um corpo de presbíteros
agraciados com os diversos dons espirituais, um completando o outro, para o bom
andamento da diocese.
A distinção de funções entre os membros do presbitério pode ser observada em 1
Tm 5.17. Ali, encontramos “aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino”, em
contraste com os que não pregam ou ensinam. O bispo deve estar atento a essa
diversidade de vocações em seu presbitério, para que o povo de Deus seja melhor
servido por seus ministros ordenados.
14
MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 57,58.
15
MORENO, José . Op. Cit., p. 58,59.
A. Carlos G. Bentes Página 36 29/1/2012
A estrutura funcional: o bispo 16
“Bispo”, no original grego, significa: “aquele que olha de cima”. Ele é um
ministro ordenado e consagrado para supervisionar a obra de Deus. É um presbítero,
atuando como primus inter pares (primeiro entre seus iguais), ou seja, exercendo a
função de supervisor do presbitério.
Do ponto de vista estritamente bíblico, os termos “bispo” e “presbítero” são
intercambiáveis e podem aplicar-se ao mesmo homem ou a homens com funções
idênticas ou muito parecidas. O bispo é designado para exercer funções de chefia ou
superintendência. Todo bispo é presbítero (comparar os versículos 17 e 28 de At 20;
ver também: Tt 1.6-7), mas, obviamente, nem todo presbítero é bispo.
Na igreja primitiva, sob o governo apostólico, aquilo que depois se tornou a
função de um bispo, era realizado por um apóstolo. Paulo teve que disciplinar um outro
apóstolo (Pedro) e certamente o fez investido da autoridade “daquele que olha de cima”
(o bispo) – Gl 2.11-14.
O bispo é o pastor principal da diocese e como tal a pastoreia (At 20.28).
Tradicionalmente, ele tem atuado como pastor de pastores (os presbíteros e os
diáconos), tornando-se um conselheiro para eles e um pai espiritual, exercendo
autoridade e disciplina no que se refere às suas vidas e ministérios.
Em algumas formas de cristianismo, uma Diocese (do grego antigo διοίκησις,
dióikessis, pelo latim dioecēsis) é uma unidade territorial administrada por um bispo. É
também referida como um bispado, Área Episcopal ou Sede episcopal (como na Igreja
Metodista). A diocese é a unidade geográfica mais importante da organização territorial
da Igreja. Na Igreja Católica e Comunhão Anglicana, uma importante diocese é
chamado de uma Arquidiocese (geralmente devido à sua dimensão ou importância
histórica), que é governada por um arcebispo, que podem ter autoridade metropolitana
sobre outras dioceses. No catolicismo romano, o Papa cria as dioceses em todo o
mundo e escolhe os seus bispos.
Dicas para o seu ministério
1. Sempre que houver uma atividade especial na sua Igreja (e em outras
ocasiões também), convide seus parentes e amigos para participar.
2. Abra a sua casa, convidando seus vizinhos para um bate-papo, um cafezinho.
A sua casa pode também abrigar um grupo de vida.
3. Participe dos programas escolares do seu bairro e influencie professores, pais
e alunos.
4. Procure conviver com parentes e amigos, indo ao cinema com eles ou a um
jogo de futebol.
5. Tenha sempre à mão folhetos evangelísticos e aproveite todas as
oportunidades para distribuí-los.
6. Memorize Lc 19.10 e faça uma lista com os nomes de pessoas perdidas e ore
para que Deus lhe dê oportunidades e estratégias para ganhá-las para Cristo.
7. Leia Mt 25.31-46 e procure envolver-se pelo menos mensalmente nas
atividades citadas por Jesus ali.
16
MORENO, José . Op. Cit., p. 59,60.
A. Carlos G. Bentes Página 37 29/1/2012
8. Leia livros sobre evangelismo e missões e faça cursos na área.
9. Receba e hospede em sua casa missionários e evangelistas.
10. Pense também em missões: ore pelos países das marcas de roupas que você
usa; mantenha correspondência (internet ou correio) com algum missionário
no Brasil ou no exterior; assista aos noticiários e ore pelos países citados nas
reportagens.
11. Procure saber a situação das igrejas ao redor do mundo.
12. Procure conhecer a vontade de Deus: ele quer que você o sirva como
missionário em algum lugar do Brasil ou do mundo?
ADVERTÊNCIA: NÃO CONFUNDIR OS MINISTÉRIOS COM OFÍCIOS.
Embora muitos ministérios devam ser encontrados em uma Igreja do N.T.,
todavia há apenas dois ofícios definidos na organização da Igreja local. Estes são: o
ofício de diácono e o ofício de presbítero. Os presbíteros (ou anciãos) são a provisão
de Deus para o governo espiritual da Igreja local. Eles assumem a supervisão do
rebanho de Deus (1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 2.2). Os diáconos são a provisão de Deus para a
supervisão dos aspectos naturais da Igreja local (At 6.3-6; 1 Tm 3.8-13).
A palavra “presbítero” é uma transliteração da palavra grega “PRESBYTEROS”
(πρεσβύτερος). Esta palavra simplesmente significa “idoso” ou “velho”. Na Igreja do
N.T. este termo é usado especialmente para designar um homem que é o oposto do
neófito. Portanto a palavra “presbítero” descreve um homem e não um ofício.
Duas palavras que são geralmente confundidas com a palavra “presbítero” são
palavras “bispo” e “pastor”. Quando verificamos a relação destas palavras no N.T., não
há mais necessidade de confusão. A palavra “bispo” descreve um ofício (At 1.20) ou a
posição que o presbítero ocupa. A palavra “pastor”, que tem a conotação de
alimentador ou apascentador, descreve o trabalho que realiza o presbítero, no ofício de
bispo. Para melhor ilustrar esta diferença, note os versículos bíblicos seguintes, nos
quais estes termos são usados:
At 20.17,28: De Mileto mandou a Éfeso chamar os presbíteros
(πρεσβυτέρους) da igreja... Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o
Espírito Santo vos constituiu bispos (ἐπισκόπους), para pastoreardes (ποιµαίνειν) a
igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue.
1Pe 5.1,2: Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu,... pastoreai o rebanho
de Deus que há entre vós.
Tt 1.5-7 ... para que ... constituísses presbíteros, conforme te prescrevi... que o
bispo seja irrepreensível...
1 Pe 2.25. Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos
convertestes ao Pastor e Bispo das vossas almas.
DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
Os dons ministeriais são indivíduos com um ou mais ministérios específicos,
dados à igreja (1 Co 12.18-30; Ef 4.11). Ministérios são oportunidades para o serviço
A. Carlos G. Bentes Página 38 29/1/2012
cristão (diakonia) que estão abertas para nós para o exercício de nossa motivação
básica.
Estes ministérios foram dados por Deus, e são todos necessários para que os
propósitos de Deus sejam cumpridos na Terra. Um dos cinco não é suficiente.
Precisamos de tudo que Deus tem providenciado. O desejo de Cristo é ter uma Igreja
Gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.17), e Ele providenciou o ministério quíntuplo
para este plano soberano em Seu povo - até que todos cheguemos à unidade da Fé (Ef
4.13). Enquanto este objetivo não for atingido, enquanto não chegarmos à perfeita
varonilidade, podemos esperar que estes ministérios sejam importantes e funcionem na
Igreja de Jesus Cristo. Eles não foram dados apenas para uma época apostólica em
particular, mas foram dados à Igreja, até o tempo em que a Igreja chegue à medida da
estatura da Plenitude de Cristo (Ef 4.13).
1. APÓSTOLO (ἀποστόλος).
A palavra significa literalmente “enviado”. Este ministério é mencionado muitas
vezes em todo o Novo Testamento. De fato, há 79 referências a apóstolos. Existiram os
12 apóstolos que indubitavelmente possuem um lugar especial no Reino, pois estiveram
intimamente relacionados com o Senhor, tendo estado presentes à ceia de fundação da
Nova Aliança (Lc 22.14). Mas existiram também outros apóstolos que também
ministraram na época neotestamentária. Existiram homens com Andrônio e Júnias (Rm
16.7), Barnabé e Paulo (AT 14.14), Tito (2 Co 8.23), e outros. Daniel Berg e Gunnar
Vigrem de certa forma foram apóstolos (Pioneiros das Assembléias de Deus no Brasil).
A idéia de apóstolo:
Há um primeiro ponto sobre o qual parece que se tenha conseguido certa unanimidade: os
textos dos sinóticos que falam de “os apóstolos” são redacionais e não permitem afirmar que
Jesus mesmo lhes tenha atribuído esse título. Tal título supõe o testemunho sobre a
ressurreição e Pentecostes [...]. De tudo isso se deduz que, histórica e criticamente, “os
apóstolos” e “os doze” não podem ser identificados pura e simplesmente [...]. Lucas tende a
identificar os apóstolos com os doze, tendência que será confirmada pelo Apocalipse (Ap
21.14) e que parece ser testemunhada antes de Lucas e no próprio Paulo (Gl 1.17), todavia sem
que esse uso seja sistemático ou exclusivo [...]. Mas em Paulo, e até uma vez nos Atos (At
14.4,14), o qualificativo “apóstolo” é dado a outras pessoas além dos doze [...]. Se
considerarmos a data respectiva dos textos paulinos e lucanos, não parece que o título de
apóstolo tenha sido reservado, em um primeiro momento, aos doze, sendo estendido mais tarde
a outros. É bem mais provável que tenha ocorrido o contrário.17
17
ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 313-
314.
A. Carlos G. Bentes Página 39 29/1/2012
JESUS
OS 12 APÓSTOLOS
OS DONS
MINISTERIAIS
IGREJA
Apóstolos de Fundação 18
Os apóstolos do Novo Testamento tinham um tipo singular de autoridade na
igreja primitiva: autoridade para falar e escrever palavras que eram “palavras de Deus”
em sentido absoluto. Não acreditar neles ou desobedecer a eles era o mesmo que não
crer em Deus e desobedecer a Deus. Os apóstolos, portanto, tinham autoridade para
escrever palavras que se tornaram palavras da Bíblia. Este fato por si só nos sugere que
havia algo de singular no ofício de apóstolo, e não esperaríamos que ele
continuasse hoje, porque atualmente ninguém pode acrescentar palavras à Bíblia e tê-
las na conta de palavras de Deus ou como parte das Escrituras.
O próprio Novo Testamento possui três versículos nos quais a palavra apóstolo
(gr. apóstolos - ἀποστόλος) é usada em um sentido amplo, não para se referir a
qualquer ofício específico na igreja, mas simplesmente com o sentido de “mensageiro”.
Em Filipenses 2.25, Paulo chama Epafrodito “vosso mensageiro (apóstolos) e vosso
auxiliar nas minhas necessidades”; em 2 Co 8.23, Paulo refere-se àqueles que
acompanharam a oferta que ele estava levando para Jerusalém como “mensageiros
[apostoloi] das igrejas”; e em João 13.16, Jesus diz: “...nem é o enviado [apóstolos]
maior do que aquele que o enviou”.
Mas há outro sentido para a palavra apóstolo. Com freqüência muito maior no
Novo Testamento refere-se a um ofício especial, “apóstolo de Jesus Cristo”. Nesse
sentido estrito do termo, não há mais apóstolos hoje, e não devemos esperar mais
nenhum apóstolo. A razão disso baseia-se no que o Novo Testamento diz sobre as
qualificações de um apóstolo e sobre quem foram eles.
18
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 760—764.
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Diairesiologia

  • 1. MINISTMINISTÉÉRIO GOELRIO GOEL l")oGl")oG DIAIRESIOLOGIA A DOUTRINA DAS DIVERSIDADES DONS, MINISTÉRIOS E OPERAÇÕES “A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS” (1 Jo 2.27) “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis adquire o conhecimento” (Pv 4.7) DOUTOR EM TEOLOGIA PhD em Teologia Sistemática
  • 2. A. Carlos G. Bentes Página 2 29/1/2012 ÍNDICE DIAIRESIOLOGIA 3 I. DIVERSIDADE DE DONS. 5 II. DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS. 33 III. DIVERSIDADES DE OPERAÇÕES 46 IV. DIVERSIDADES DE MEMBROS 48 BIBLIOGRAFIA 50
  • 3. A. Carlos G. Bentes Página 3 29/1/2012 DIAIRESIOLOGIA DIAIRESIOLOGIA A DOUTRINA DAS DIVERSIDADES DIAIRÉÇEIS KHARISMÁTŌN DIAIRÉÇEIS DIAKONIŌN DIAIRÉÇEIS ENERGUĒMATŌN 1 Co 12.4-11: Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. 5 E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6 E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7 Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. 8 Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9 E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 10 a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. 11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. OPERAÇÕES DONS ESPIRITUAIS DONS MINISTERIAIS OPERAÇÕES DONS MINISTERIAIS DONS ESPIRITUAIS
  • 4. A. Carlos G. Bentes Página 4 29/1/2012 A palavra Diairesiologia ainda não existe nos nossos dicionários da língua Portuguesa. Como a língua é viva tivemos a liberdade de criar esta palavra para melhor definir o nosso estudo. Diairesiologia é a junção de diaíreçis (διαιρέσεις), cuja tradução é diversidade, com logia (λόγια) cuja tradução é discurso, expressão, linguagem; estudo, ciência. Portanto diairesiologia é o estudo das diversidades. Robert Charles Sproul nos dá uma boa definição da palavra diversidade: Um dos problemas mais complicados encontrados pelo pensador antigo (que continua complicado até hoje) era o da unidade e da diversidade, ou “do uno e do múltiplo”. Era a questão de encontrar sentido no meio das diversas manifestações da realidade: como todas as coisas se encaixam de modo que faz sentido? Hoje em dia, quase sempre falamos do universo sem pensar muito. O termo universo é meio híbrido, em que as palavras unidade e diversidade (o uno e o múltiplo) misturam-se para formar uma palavra única. As instituições de ensino superior são geralmente chamadas “universidades”, porque ali se estudam os diversos elementos do universo. 1 A unidade dos dons espirituais está na Pessoa do Espírito Santo, pois os dons, que são diversos, pertencem a ele, e a diversidade está nos membros do Corpo (Igreja) de Cristo. Nós os membros deste Corpo somos os canais por onde a Manifestação (fanerosis - φανέρωσις) flui. A corrente elétrica flui através dos fios, flui através do filamento de uma lâmpada e então acontece uma manifestação – a luz. Da mesma maneira, também, a energia divina flui através de nós, os membros, e acontece a manifestação – os dons espirituais, os ministérios e as operações. “Soberanamente o Espírito Santo distribui dons à sua Igreja. A Igreja é um corpo de membros dotados por Deus, que funciona dentro do arcabouço da unidade e da diversidade”.2 Fp 2.13: “Porque Deus é o que opera (energiza) em vós tanto o querer como o efetuar (energizar), segundo a sua boa vontade”. 1 Co 12.7: “Mas a manifestação (fanerosis - φανέρωσις) do Espírito é dada a cada um, para o que for útil”. A Trindade e a Doutrina das Diversidades: 1ª) DIVERSIDADE DE DONS. Mas o Espírito é o mesmo (1 Co 12.4); 2ª) DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS. Mas o Senhor é o mesmo (1 Co 12.5); 3ª) DIVERSIDADE DE OPERAÇÕES. Mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. (1 Co 12.6); 4ª) DIVERSIDADE DE MEMBROS: 1 Co 12.13: “Agora, porém, há muitos membros, mas um só corpo” (Leia: 1 Co 12.12-27). 1 SPROUL, R. C. Filosofia Para Iniciantes. São Paulo: Editora Vida Nova, 2002, p. 16. 2 SPROUL, R. C. Ministério do Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1997, p. 157.
  • 5. A. Carlos G. Bentes Página 5 29/1/2012 I. DIVERSIDADE DE DONS. “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”. DIAIREÇEIS KHARISMATON - διαιρέσεις δὲ χαρισµάτων. As classificações dos Dons: 1. Naturais - Vocações natas (talentos): São aquelas características que dão a cada ser humano uma personalidade sem igual. 2. Espirituais - capacitações que o Espírito Santo nos dá para as realizações daquilo que for útil, para proveito comum (1 Co 12.7). 3. Ministeriais (diakonion) - a pessoa toda como Dom de Deus dado à Igreja, ao Corpo; não dado à denominação, mas ao Corpo (Ef 4.11; 1 Co 12.27,28). DONS ESPIRITUAIS - O significado de Carismata (Kharismata - χαρίσµατα). No Novo Testamento há uma palavra especial para dons espirituais - Carismata, de onde deriva o adjetivo “Carismático”. Caris (χάρις), é a palavra que significa - Graça. No grego clássico foi usada com o significado de “lindo”, “belo”, “encanto” e por extensão “favor”, “bondade” e “gratidão” como resposta a uma dádiva. Quando os escritores do Novo Testamento adotaram o termo CARIS, empregaram-no para descrever o amor espontâneo, gracioso e imerecido de Deus operando em Cristo Jesus. Caris ou Graça significa em primeiro lugar, o amor gratuito e perdoador de Deus em Cristo para com os pecadores; e em segundo lugar, a operação desse amor na vida dos Cristãos. CARISMA ou Kharisma (χάρισµα), um substantivo singular derivado de CARIS, significa literalmente “Dom de Graça”. Representa todos os dons espirituais possuídos e manifestados pelos crentes em vários graus e formas. Significado este que está longe do usado popularmente para expressar fascinação, atração ou magnetismo pessoal de personagens de vida política ou cinematográfica. Kharismata é a forma plural de Karisma, cujo significado é “Dons de Graça”. Kharisma e Karismata ocorrem 17 vezes no Novo Testamento: 16 vezes nas cartas paulinas e uma vez em 1 Pe 4.10 (Rm 1.11; 5,15,16; 6.23; 11.29; 12.6; 1 Co 1.7; 7.7; 12.4,9,28,30,31; 2 Co 1.11; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6; 1 Pe 4.10). IDÉAS ERRONEAS ACERCA DOS DONS Alguns têm sido levados a crer que os dons do Espírito não são para nós hoje em dia. Citam o texto de 1 Coríntios 13.8 e dizem que “havendo línguas, cessarão”. Contudo, o mesmo versículo diz que a ciência “desaparecerá”. Acaso isto já aconteceu? Uma leitura cuidadosa do contexto deixa claro que estas operações imperfeitas cessarão quando vier o que é perfeito. Isto será por ocasião da vinda de Cristo. Os dons foram dados por Cristo à sua igreja - capacitações espirituais para uma guerra espiritual - e seria loucura ignorá-los ou ir à batalha sem eles.
  • 6. A. Carlos G. Bentes Página 6 29/1/2012 Muitas pessoas têm idéia errônea acerca da natureza desses dons. Alguns há que acreditam que Deus dá a uma pessoa um ou mais desses dons e eles se tornam sua propriedade exclusiva para ela proceder como lhe aprouver. Acreditam que essa pessoa pode chamá-los à operação em qualquer tempo que quiser. Primeiro, notemos que 1 Co 12.1 a palavra dons está escrita em itálico. Isto significa que ela foi colocada pelos tradutores e não consta do texto original. Uma tradução mais literal seria: “A respeito dos espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. O versículo 7 diz: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (RC). Outra versão diz: “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum” (RA). DONS GERAIS 1. Dom da justificação (Rm 5.15,16) 2. Dom da Vida Eterna (Rm 6.23) 3. Dom (?) (Rm 1.11; 1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6) 4. Dons Irretratáveis (Rm 11.29) 5. Dom do Celibato (1 Co 7.7) “O dom de celibato é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para permanecerem solteiros e apreciarem a sua condição; para continuarem solteiros e não sofrerem tentações sexuais insuportáveis” (Peter Wagner). 6. Dom da Intercessão (2 Co 1.11): “É a capacidade especial que dá a certos membros do Corpo de Cristo para orar extensos períodos de tempos sobre bases regulares, recebendo respostas freqüentes e específicas para as suas orações, em grau muito maior do que aquilo que se espera do crente comum” (Peter Wagner). 2 Co 1.11: “Contando também com a ajuda das vossas orações por nós, para que, pelo favor (dom) que nos foi concedido pela intercessão de muitos; da mesma forma, por muitos, sejam oferecidas ações de graças a nosso favor” (King James). 7. Dom do Martírio (1 Co 13.3) “O dom do martírio é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para suportarem sofrimentos e até a própria morte pela fé, ao mesmo tempo em que exibem coerentemente uma atitude jubilosa e vitoriosa, que redunda na glória de Deus” (Peter Wagner). 8. Dom de Hospitalidade (1 Pe 4.9,10) “O dom de hospitalidade é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para franquearem suas casas e acolherem calorosamente àqueles que precisam de alimento e abrigo.” (Peter Wagner) 9. Dom de Exorcismo: “É aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo, para que expulsem demônios e espíritos malignos” (Peter Wagner). Ex:.At 16.16-18. Dr. Peter Wagner catalogou 27 dons espirituais, mas nos prenderemos apenas a estes de Rm 12.6-7 e 1 Co 12.8-10. (Leia: Descubra Seus Dons Espirituais - Dr. Peter Wagner).
  • 7. A. Carlos G. Bentes Página 7 29/1/2012 DONS CONGREGACIONAIS OU MANIFESTAÇÕES ROMANOS 12.6-8 1. Profecia 2. Serviço 3. Ensino 4. Exortação 5. Contribuição 6. Governo 7. Exercício de Misericórdia 1 CORÍNTIOS 12.8-10 1. Palavra da Sabedoria 2. Palavra do Conhecimento 3. Fé 4. Dons de Curar 5. Operações de Milagres 6. Profecia 7. Discernimento de espíritos 8. Variedades de línguas 9. Interpretação de línguas 1. PROFECIA (Rm 12.6; 1 Co 14.3; 12.10) – PROFĒTEÍA (προφητεία). Significa falar aos homens para a Edificação, Exortação e Consolação; Definição: É a capacidade dada por Deus para profetizar uma mensagem de Deus em língua conhecida, que você recebeu diretamente do Espírito Santo para aquela situação específica. O exercício do dom inclui tanto enunciação como prenúncios. 2. SERVIÇO – DIAKONIA (διακονία). Geralmente o termo significa o cuidado das necessidades físicas (At 6.1,2; 1 Pe 4.11; Lc 22.24-27; Mt 20.27,28) - “O dom do serviço é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para que identifiquem necessidades não-satisfeitas envolvidas em alguma tarefa ligada à obra de Deus e para usarem os recursos disponíveis para satisfazerem a essas necessidades e ajudarem a cumprir os alvos desejados” (Peter Wagner). 3. ENSINO – DIDASKŌ (διdάσκω). Este dom tem por finalidade instruir e consolidar outros na Verdade do Evangelho. “O dom do ensino é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para comunicarem informações relevantes para a saúde e o ministério do Corpo e seus membros, de tal modo que outros crentes possam aprender” (Peter Wagner). 4. EXORTAÇÃO – PARAKALÉŌ (παρακαλέω). O Termo grego (παρακαλῶν - parakalōn) deriva de outro, PARAKLETOS, que significa “ir em socorro de alguém” em qualquer necessidade que apareça. Encorajamento ou conforto é aplicação deste dom. “O dom da exortação é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para ministrarem palavras de consolo, encorajamento e conselho a outros membros do Corpo de Cristo, de tal maneira que se sintam ajudados e curados” (Peter Wagner). 5. CONTRIBUIÇÃO – METADIDUS (µεταδιδοὺς). Metadidōmi (µεταδίdωµι) significa dar, compartilhar com alguém (2 Co 9.7). “É aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para que contribuam com seus recursos materiais para a obra de Deus, com liberalidade e bom ânimo” (Peter Wagner). 6. LIDERANÇA. PRESIDIR - PROÏSTÁMENOS (προϊστάµενος). Proístemi (προϊστηµι) significa estar em primeiro lugar, presidir, governar, tomar o comando ou diretiva de qualquer grupo. Dr. Peter Wagner faz diferença entre este dom (Rm 12.8) e o outro citado em 1 Co 12.28. Sua definição do dom de liderança é: O Dom de
  • 8. A. Carlos G. Bentes Página 8 29/1/2012 Liderança é aquela capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para estabelecer alvos harmônicos com o propósito de Deus para o futuro, transmitindo esses alvos a outros de tal modo que, voluntária e harmoniosamente, operem juntos para concretizar aqueles alvos para a glória de Deus. Já a definição de Peter Wagner do Dom da Administração é a seguinte: “É aquela capacidade especial que Deus dá a alguns membros do Corpo de Cristo, capacitando-os a entender claramente os alvos imediatos e a longo prazo de alguma unidade particular do Corpo de Cristo, a fim de traçar e executar planos eficazes para a concretização daqueles alvos”. Para Peter Wagner, pastores como o Dr. David Yonggi possuem o Dom da Liderança, e outros pastores locais podem não possuir este dom, todavia podem possuir o Dom da Administração e serem bem sucedidos em suas igrejas menores. A palavra usada em 1 Co 12.28 é KYBERNĒRSEIS (κυβερνήσεις) de kybérnēsis (κυβέρνησις) que significa a ação de pilotar um navio. E a palavra usada em Rm 12.8 – proístemi (προϊστηµι) significa chefiar, presidir e governar. 7. MISERICÓRDIA, COMPAIXÃO - ELEÕN (ἐλεῶν - ἐλεάω) (Lc 7.13; Mc 6.34). O que tem este dom sente alegria, tem empatia, se compadece da dor do próximo, é misericordioso para com os irmãos, ajuda quem não tem condições de ajudar-se a si mesmo. O dom de misericórdia move as ações sociais mais sublimes. Fazer ação social apenas em nome de modas político-ideológicas não alcança sucesso que tal missão atinge quando é o resultado da ação do Espírito Santo movendo o coração humano em compaixão e misericórdia. AS MANIFESTAÇÕES (1 Co 12.8-10) - OS DONS DE REVELAÇÃO 8. A PALAVRA DA SABEDORIA. LOGOS SOFIA - λόγος σοφίας (1 Co 12.8). Primeira Definição: É uma comunicação não adquirida e sobrenatural de um fragmento da Sabedoria Total e Absoluta de Deus, para satisfazer uma necessidade específica, responder a um desafio determinado ou utilizar uma porção específica de conhecimento. Segunda Definição: É a aplicação sobrenatural do Conhecimento. É saber o que fazer com o conhecimento natural ou sobrenatural que Deus lhe deu. Terceira Definição: É a capacidade de raciocinar e de planejar com o uso do conhecimento e da experiência já adquiridos. Tipos Diferentes de Sabedoria: 1. Sabedoria Natural Humana; 2. Sabedoria Sobrenatural deste mundo decaído (Gn 3.6; Dn 2.27,28); 3. Sabedoria Intelectual Verdadeira. Esta sabedoria vem pelo temor ao Senhor e à Palavra de Deus. Exemplo: Os livros de Provérbios e a Sabedoria de Salomão; 4. O dom da Palavra da Sabedoria. Sobre o Dom da Palavra da Sabedoria, as pessoas, às vezes chamam este dom de “O Dom da Sabedoria”. Isto não é correto, devemos dar a ele o nome que a Bíblia lhe dá; de outra forma, ficaremos confusos. Este Texto Bíblico não está falando a respeito
  • 9. A. Carlos G. Bentes Página 9 29/1/2012 da sabedoria no sentido geral. Está falando exatamente naquilo que diz - A Palavra da Sabedoria. Deus possui toda a Sabedoria e todo o conhecimento. Ele sabe tudo, mas nunca revela a ninguém tudo quanto sabe. Ele simplesmente lhes dá uma Palavra daquilo que Ele sabe. Uma palavra é uma parte fragmentária da frase. E assim acontece com a Sabedoria. Não é Dom da Sabedoria, é o Dom da Palavra da Sabedoria que Deus revela ao homem - apenas a Palavra, ou a parte, que Ele quer que o homem saiba. De acordo com a Rev. Caio Fábio D'Araujo Filho este dom se manifesta em três circunstâncias específicas: 1) Diante de situações de dificuldades. Em Lc 21.14,15, Jesus diz que quando os discípulos se encontrassem em apuros na presença de autoridades, Ele lhes daria sabedoria, à qual ninguém poderia resistir. Foi o caso de Estevão, em At 6.8-10, que falava com tanta sabedoria que ninguém podia opor-lhe resistência. 2) Em questões de divisões dentro da Igreja. 1 Co 6.5 diz que o sábio no meio da irmandade é aquele que tem uma palavra pacificadora, apazigua ânimos, reaproxima irmãos, acalma situações, encontra sempre um modo de reconciliação para cada coisa. 3) Manifesta-se antes de tudo nas atitudes. É o que diz Tiago no capítulo 3 verso l3 à 18. Dick Iverson diz que este Dom manifesta-se das seguintes maneiras: 1) Pelo Espírito no nosso interior, ou poderíamos dizer, por intuição espiritual: ouvir, com os ouvidos espirituais a voz do Espírito (Rm 8.16); a) At 16.6-8. Aqui o Espírito proibiu que Paulo fosse a Bitínia. b) 1 Rs 3.16-28. Salomão, lidando com as duas prostitutas, é um exemplo perfeito da aplicação deste dom. c) 2 Sm 12.1-14. Aqui vemos que o profeta Natã não somente tinha conhecimento sobrenatural, mas também sabedoria e direção sobrenaturais na aplicação deste conhecimento. d) At 8.20-23. Pedro viu o coração de Simão como um livro aberto, e pelas palavras do conhecimento e da sabedoria, lidou com ele. 2) Como aplicação bíblica revelada, isto seria uma “palavra vivificada do Senhor” para uma situação específica. A palavra específica dada por Deus quando o pregador está pregando realmente atinge o alvo. a) At 1.15-23. Enquanto Pedro e o resto dos 120 estavam em oração, Deus abriu o seu entendimento quanto ao que deveria ser feito. Ele o fez, vivificando uma passagem bíblica a Pedro. Ele usou o Salmo 109, onde Davi estava fazendo uma oração imprecatória contra os seus inimigos. b) At 2.14-36. A palavra da Sabedoria estava também envolvida aqui, na revelação da passagem do Velho Testamento a Pedro (Jl 2.28,29). c) At 15.13-18. Aqui Tiago recebeu sabedoria e revelação em relação a uma passagem do Velho Testamento (Am 9.11,12), o que ajudou a trazer a solução a um problema muito delicado e difícil na Igreja primitiva. 3) Através de uma voz audível ou de um anjo: 1 Rs 19.12-18; At 8.26-29; At 9.10-17; At 27.21-24;
  • 10. A. Carlos G. Bentes Página 10 29/1/2012 4) Através de Sonhos, Visões ou Arrebatamento de Sentidos: At 18.9,10; 16.9,10; 22.17-21; At 10.1-6. De acordo com Kenneth E. Hagin A Palavra da Sabedoria pode também vir através do dom vocal da profecia, ou das línguas e da interpretação. Kenneth Hagin diferentemente de Caio Fábio e Dick Iverson faz uma separação entre a Sabedoria narrada por Tiago (Tg 1.5; 3.13-17) e o Dom da Palavra da Sabedoria. Diz Kenneth:” A sabedoria à qual Tiago se refere é a sabedoria para lidar sabiamente com as questões da vida - a sabedoria está à disposição de qualquer um que pedir. Deus realmente outorga sabedoria, mas esta não é a manifestação sobrenatural da Palavra da Sabedoria. Escrevendo aos crentes, Tiago disse que se Algum de vós tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a TODOS dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Paulo, porém, disse (1 Co 12.8): A um é dada a palavra da Sabedoria - a um; não a Todos, mas a UM. Isso dá a entender que nem todos terão essas manifestações dos dons espirituais do Espírito Santo. Paulo termina, dizendo que as manifestações do Espírito Santo são dadas somente segundo o Espírito quer. Exemplos Bíblicos do dom da Palavra da Sabedoria: 1) José (Gn 41) 2) Jaaziel (2 Cr 20.12-23) 3) Natã (2 Sm 12.1-14) 4) Paulo (At 23.6-10) 5) Jesus (Lc 4.3-14; 7.22; Jo 4.9-26; Mt 22.15,41-46) 6) Estevão (At 6.8-10) 9. A PALAVRA DO CONHECIMENTO - logos gnōseōs (1 Co 12.8) λόγος γνώσεως = LOGOS GNÕSEÕS 1ª)Definição: É a capacidade dada por Deus, por revelação, de receber fatos e informações que são humanamente impossíveis de se conhecer. 2ª)Definição: É a revelação sobrenatural dos fatos passados presentes ou futuros que não foram aprendidos mediante esforço da mente natural. 3ª)Definição: É a revelação sobrenatural de algum fato que existe na mente de Deus, mas que o homem, devido às suas limitações, não pode conhecer, a não ser pela intervenção poderosa do Espírito Santo. 4ª)Definição: É uma revelação que vem como relâmpago à mente humana, apesar de estar totalmente fora do alcance daquilo que o homem poderia ter sabido ou imaginado, dentro das suas próprias limitações. Este Dom não é o conhecimento que vem através da habilidade natural, observação, estudo, educação ou experiência. O Dom da Palavra do Conhecimento vem do Espírito Santo. Todo outro conhecimento vem ou passa primeiro pela mente faculdade da alma. Todavia a Palavra do Conhecimento vem do Espírito Santo ao nosso espírito humano, Deus comunica-se conosco por meio de nosso espírito, não através de nossa alma (Rm 8.16).
  • 11. A. Carlos G. Bentes Página 11 29/1/2012 Quatro Tipos de Conhecimento: 1. Conhecimento Humano Natural que certamente está aumentando (Dn 12.4). Por importante que este conhecimento seja, muitas vezes cria tanto orgulho que algumas pessoas são impedidas de entrar no Conhecimento do Senhor (1 Co 2.14; 8.1). 2. O Conhecimento Sobrenatural deste mundo decaído. É a tentativa da mente natural de conseguir informação por meios sobrenaturais que não mediante o Espírito Santo. Inclui o oculto, o psíquico e as investigações “metafísicas” que Satanás está usando para enganar um número crescente de pessoas hoje. Exemplo: O programa da Rede Bandeirantes de Televisão - Terceira Visão. 3. O Conhecimento Intelectual Verdadeiro - É o que vem pelo conhecimento pessoal de Deus mediante Jesus Cristo (Jo 17.3; Fp 3.10; 2 Pe 3.18), a Plenitude do Espírito Santo, e o estudo da Palavra de Deus, que traz o conhecimento da vontade de Deus e de seus modos, para os quais não há substituto (Sl 103.7; Ex 33.13; Is 11.9; Hc 2.14). 4. O Dom - A Palavra do Conhecimento - É a revelação sobrenatural pelo Espírito Santo de certos fatos existentes na mente de Deus. O Dom A Palavra do Conhecimento é manifestado: através de visões e de uma revelação interior (At 9.10-12; 10.9-20; Jo 4). Também podemos adicionar: com que propósito este dom é usado? Pode ser o conhecimento dos pensamentos dos corações. Ex: Lc 5.22; 6.8; 7.36-50; Mt 3.7-12; 1 Rs 21.17-20; Jo 11.11-14; At 11.27-30; 9.10-18; 10.1-9; 1 Rs 6.9; 2 Rs 5.20-27; At 5.1- 10. Exemplos Bíblicos da Palavra do Conhecimento: 1) Samuel: 1 Sm 3.1,11-14; 9.15-20; 10.21-23; 13.14 2) Natã: 2 Sm 12.7-13 3) Elias: 1 Rs 19.2-4,14,18 4) Eliseu: 2 Rs 5.25,26; 6.8-23; 8.7-15 5) Daniel: Dn 2.19-45 6) Pedro: Mt 16.16-18; At 5.1-11; 10.9-23 7) Ananias: At 9.10-12,17 8) Ágabo: At 11.27-30; 21.10,11 9) Jesus: Jo 11.11-14; 4.17,18; 1.48; 13.38; 6.61 10) José: Gn 40.5-19; 41.1-36 11) Paulo: At 16.16-18; 20.29-31; 27.23,24 Lembrete: o fato de que algo seja revelado não significa, que ele deva ser proferido imediatamente, ou até mesmo mais tarde. Uma palavra de conhecimento, muitas vezes, vem inesperadamente, e tem freqüentemente, o propósito de nos levar à
  • 12. A. Carlos G. Bentes Página 12 29/1/2012 oração com relação ao que Deus nos mostra. Ela pode envolver uma necessidade na vida de um parente, de algum crente, ou de uma igreja local. “A Palavra do Conhecimento” pode ser recebida através de uma revelação silenciosa e a pessoa que recebeu esta manifestação deve pedir a Deus que lhe mostre o que fazer com ela. A palavra do conhecimento também pode ser usada para revelar doenças ou possessão demoníaca (At 16.16-18). 10. O Dom do Discernimento de Espíritos. É a capacidade dada por Deus por revelação, de reconhecer que espíritos estão por detrás de diferentes manifestações ou atividades (At 16.16-18). Na dimensão espiritual há espíritos divinos tanto quanto espíritos malignos. Tipos de Discernimentos: 1. Discernimento Natural; 2. Discernimento Intelectual Verdadeiro (1 Co 2.15,16); 3. Discernimento Sobrenatural Falso; 4. O Dom do Discernimento de espíritos. As manifestações espirituais podem ter três fontes: 1) Natural - oriunda do Psiquê do homem. 2) Diabólica - oriunda de espíritos malignos. 3) Divina - oriunda do Espírito Santo. É com o Dom de Discernir que podemos saber a origem das manifestações. OS DONS DE PODER 1) Fé; 2) Operações de Milagres; 3) Dons de Curar. Estes dons se operam na esfera física. São dons ativos que produzem sinais e maravilhas (At 4.29,30; Hb 2.4; Mc 16.20). 11. O DOM DA FÉ. É o maior dos três dons de poder. É um dom do Espírito para o crente, para que este possa realizar milagres. Quando se opera o Dom da Fé, é a Fé concedida por Deus que funciona através dos homens (At 3.16). Definição: Fé é o equipamento espiritual e sobrenatural do crente, para lhe conceder o poder sobrenatural de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre glorioso poderia alterar a situação; confiar quando tudo está aparentemente perdido; confiar quando não há a mínima esperança de uma solução. Existem dois tipos de Fé: 1ª) Natural- Oriunda da alma, da psiquê, do intelecto. 2ª) Sobrenatural- Oriunda do Espírito Santo e pelo poder da Palavra de Deus.
  • 13. A. Carlos G. Bentes Página 13 29/1/2012 TIPOS DE FÉ SOBRENATURAL: 1ª) Fé Salvadora. Esta é aquela resposta de Fé inicial a Deus, a qual nos introduz no reino de Deus. Ela é a habilitação de Deus a uma pessoa para que esta o Aceite e creia Nele (Jo 1.12; Gl 2.8,9; At 16.31; Rm 10.8-17; 12.3; Hb 11.1,6). O veículo de Deus para nos salvar foi a Graça; nosso veículo em aceitá-la é a Fé ou uma resposta de receptividade à sua Graça. 2ª) Fé como Fruto do Espírito Santo. Esta é a Fé gradativa, cada vez que crescemos na Graça e no Conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Fé como qualquer árvore cresce (Gl 5.22). 3ª) O Dom da Fé. É a habilidade dada por Deus de se crer Nele para o impossível numa determinada situação. Ele não é tanto a Fé geral que crê em Deus para suprir as nossas necessidades, etc, mas ele vai um passo além, onde “simplesmente sabemos” que uma determinada coisa é a vontade de Deus e que vai acontecer. Caio Fábio define este dom dizendo: É a possibilidade de discernir os propósitos de Deus para o futuro, mesmo que as coisas se desencadeiem em condições desfavoráveis no presente. Os que possuem tal dom são responsáveis por ver além da nuvem (1 Co 12.9; Mc 11.22,23). Exemplos: Mt 8.1-3; 11.11-14,23-43; Jo 9.1-7; Mc 1.31; At 3.1-7; 5.1-10; 16.16-18; 20.7-12; 27.21-25; 1 Rs 17.1,14; 2 Rs 1.10-14; 2.23- 24; 3.16-20; 6.18; Nm 27.18; Dt 34.9; Js 10.12-14; At 13.8-11; 14.8-10. Kenneth E. Hagin dá seis manifestações para o Dom da Fé: 1ª) O Dom da fé para Bênçãos Sobrenaturais. Os patriarcas impunham as mãos sobre os filhos e ordenavam bênçãos sobre os filhos e muitas vezes estas bênçãos se realizavam anos depois. Vemos isto nas vidas de Abrão, de Isaque, e de José. 2ª) O Dom da Fé para a Proteção Pessoal (Dn 6.16,17,19-23). 3ª) O Dom da Fé para Sustento Sobrenatural (1 Rs 17.2-6). 4ª) O Dom da Fé para Ressuscitar os Mortos. Segundo relata Albert Hibbert o grande evangelista Smith Wigglesworth ressuscitou 14 pessoas durante o seu ministério. Para a ressurreição de mortos os três dons de poder entram em ação. O Dom da Fé, o dom Operações de Milagres e os Dons de Curar. 5ª) O Dom da Fé para a Expulsão de Demônios (Mc 16.17). Na operação deste dom para expulsão de demônios muitas vezes outros dons entram em ação como os dons de Discernir os espíritos e a Palavra do Conhecimento. (At 16.16-18). 6ª) O Dom da Fé para ministrar o Espírito Santo (Gl 3.5). Esse dom da Fé entra em operação na imposição das mãos para as pessoas receberem o Batismo no Espírito Santo (At 9.17,18; 8.15-19; 19.6). 12. OPERAÇÕES DE MILAGRES (ENERGĒMATA DYNAMEŌN). (SINAIS) Energēmata dynámeōn = ἐνεργήµατα δυνάµεων. O milagre é intervenção sobrenatural na função normal da natureza; a suspensão temporária da ordem habitual; a interrupção do sistema natural observado pelos homens.
  • 14. A. Carlos G. Bentes Página 14 29/1/2012 “O milagre é um acontecimento que não parece ser parte nem resultado de nenhuma lei ou agências naturais, e é muitas vezes atribuído a uma fonte sobre natural ou divina”.3 “Quando se realiza um milagre, as leis da natureza não são violadas, mas substituídas num ponto especial por uma manifestação mais elevada da vontade de Deus. As forças da natureza não são aniquiladas ou suspensas, mas contrabalançadas num determinado ponto por uma força superior aos poderes da natureza” (L. Berkhof).4 A palavra “dynamis” (δύναµις) aparece 119 vezes no Novo Testamento. Esta palavra em 1 Co 12.10 - Dynamis é traduzida milagre, todavia nos outros textos é traduzida por milagre, obra poderosa, poder, força, poderoso, virtude e de diversas formas em outras versões. Energēmata (ἐνεργήµατα) plural de enérgēma (ἐνέργηµα) vem de energuéō – energizar (ἐνεργέω) que dá origem a palavra energia em Português. O Novo Testamento emprega três palavras gregas diferentes para expressar “milagres”: 1. Téras (τέρας). Que significa prodígio, presságio ou maravilhas; 2. Dynamis (δύναµις). Que significa poder miraculoso; 3. Sēmeion (σηµεῖον). Que significa milagres, símbolo, sinal ou maravilha. O apóstolo João empregou de forma consistente a palavra sēmeion para descrever as obras de Cristo. Este emprego encarece o valor de “sinal” dos milagres. O sinal não é importante em si mesmo, mas para o que ele ressalta ou indica. Dessa forma, os milagres de Cristo foram importantes por aquilo para o qual apontavam.5 João selecionou somente sete milagres de um número muito maior e os registrou tendo em vista um propósito definido: “Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Portanto, uma das principais finalidades dum milagre é levar as pessoas a crerem que Jesus Cristo é o filho de Deus, o Salvador do mundo, de modo que crendo possam ter a vida eterna por intermédio dele.6 Nicodemos disse a Jesus: “sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (Jo 3.2). Pedro no seu sermão no dia de Pentecostes disse: “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis” (At 2.22). Jesus citou suas obras miraculosas como prova de sua missão messiânica aos mensageiros de João Batista: “Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou 3 JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.70. 4 Ibid. 5 JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p. 72. 6 Ibid. p. 72.
  • 15. A. Carlos G. Bentes Página 15 29/1/2012 havemos de esperar outro? Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.2- 5). Os discípulos do Senhor receberam a Grande Comissão de levar o Evangelho ao mundo todo. Foi-lhes dito que sinais maravilhosos acompanhariam aqueles que cressem: “E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Mc 16.17-20). Na carta aos Hebreus, lemos: “testificando Deus juntamente com eles, por sinais e prodígios, e por múltiplos milagres e dons do Espírito Santo, distribuídos segundo a sua vontade” (Hb 2.4). 7 Cremos que a Grande Comissão é ainda obrigação dos cristãos atuais. Se a ordem está em vigor, o poder para cumprir a ordem ainda deve estar disponível. O Espírito Santo foi enviado para estar conosco sempre. Por certo seus dons de poder serão sempre concedidos aos que sinceramente confiam nele para obter essas capacitações divinas. Os dons do Espírito são desejáveis para um ministério efetivo aos enfermos. 8 Os milagres internos: Ef 1.17-19; 3.16-20; Fp 3.10; Cl 1.11. Os milagres externos: At 1.8;3.12; 4.7; 4.33; 6.8; 8.10; Mc 16.17-20; João 14.12- 20. Alguns Milagres do Velho Testamento: 1. A divisão do mar vermelho (Ex 14.21-31). 2. A parada do Sol e da Lua (Js 10.12-14). 3. A farinha e o óleo não esgotaram (1 Rs 17.8-16). 4. A descida de fogo no monte Carmelo (1 Rs 18.17-39). 5. O regresso de 10 graus no relógio do sol (2 Rs 20.8-11). 6. A divisão das águas do rio Jordão (2 Rs 2.9-14). Alguns Milagres do Novo Testamento: 1. A transformação da água em vinho (Jo 2.1-11) 2. Andando sobre as águas (Mt 14.25-33). 3. Alimentando a multidão (Mc 6.38-44; Mt 15.19-39). 4. Acalmando a Tempestade (Mc 6.45-52). 5. Pescando aonde não havia peixe (Jo 21.5-12). 6. Pedro encontrando dinheiro na boca do peixe (Mt 17.27). 7. A libertação dos apóstolos e outros (At 12.1-17; 16.25-40; 5.17-25). 8. A transladação de Felipe de Gaza a Azoto (At 8.39-40). Azoto fica 32 Km ao norte de Gaza. 7 Ibid. p.73. 8 Ibid. p.73.
  • 16. A. Carlos G. Bentes Página 16 29/1/2012 9. A cegueira temporária de Elimas (At 13.8-12). 10. Paulo picado pela cobra nada sofreu (At 28.3-6). Os milagres devem acompanhar a pregação do Evangelho (Mc 16.15-20; 1 Co 2.1-5). A Operação de Milagres é usada para demonstrar o Poder e a Grandeza de Deus. A palavra grega, segundo o dicionário significa “explosões de onipotência”. Dynamis é energia ou poder de Deus. Paulo pregou não somente em palavra, mas em Poder (dynamis) - (1 Ts 1.5). Não podemos ser bem sucedidos se Deus não cooperar conosco com sinais e prodígios. Devemos orar pedindo poder para pregarmos a Palavra com intrepidez e que o Senhor coopere conosco estendendo a Sua mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do Nome de Jesus (At 4.29,30). MILAGRES NECESSÁRIOS HOJE 9 O poder sobrenatural de Deus manifesto nas curas miraculosas dos enfermos é de grande necessidade no mundo céptico de nossos dias. Há muitos “Nicodemos” hoje que necessitam ser convencidos por tais demonstrações do poder do Deus vivo. Todavia, está em ordem uma palavra de advertência àqueles que buscam ser usados por Deus dessa forma. Deveríamos tomar todo cuidado para evitar o aspecto “mágico” na busca do “miraculoso”. Deus executa muitos milagres que não são “espetaculares”. Deveríamos lembrar-nos sempre de que a prova de um verdadeiro milagre de Deus é: “Que benefício este milagre traz?” Um milagre (semeion) deveria sempre apontar para o operador do milagre, Jesus Cristo, e não para aquele que simplesmente serve de instrumento nas mãos de Deus. O fato de haver tantos milhões de sofredores ao nosso redor, que necessitam de experimentar a cura que só Cristo pode dar, constitui grande motivação para buscar os dons de curas e de milagres. Não obstante, é muito fácil aos nossos corações enganar- nos pensando que nossos motivos são puros, quando existe grande porcentagem de egoísmo em nossos pensamentos mais íntimos. Desejamos publicidade, fama, multidões e talvez mesmo a recompensa financeira que tal ministério provavelmente possa trazer. Um orador pode atrair centenas de pessoas, enquanto um “operador de milagres” atrairia milhares. E difícil manter a vitória sobre o êxito. A intoxicação causada pela multidão pode resultar em sério dano espiritual. Devemos estar seguros de que possuímos os motivos certos - compaixão pelos enfermos no corpo e na alma, e um sincero desejo de ver que nosso maravilhoso Salvador receba toda a glória que tão ricamente ele merece. 13. DONS DE CURAR - KHARISMATA IAMATON (Mt 10.1,8; Mc 16.16- 18; Mt 8.3). KHARÍSMATA IAMÁTŌN (χαρίσµατα ἰαµάτων). Definição: O Dom de Curar é a habilidade dada por Deus de Se transmitir a cura ao corpo físico em ocasiões específicas. Ele é acompanhado por uma medida de dom da Fé, muitas vezes pelo dom do conhecimento. Ele envolve a transmissão desta Fé à 9 JETER, Huhg. Pelas Suas Pisaduras. Editora Vida, 1980, p.74.
  • 17. A. Carlos G. Bentes Página 17 29/1/2012 pessoa que necessita da cura, o que a levanta do campo da dúvida e incredulidade, e faz com que as pessoas se apropriem da cura. Deus energiza o crente e então há a manifestação do Espírito Santo para a cura. A Fé pode ser do doente, do parente ou amigo do doente ou do próprio crente que ora (Lc 5.17-20). O propósito dos dons de curar é libertar os enfermos e destruir as obras do Diabo no corpo humano (At 10.38). DONS DE CURAS E DE OPERAÇAO DE MILAGRES Um estudo da doutrina da cura divina não estaria completo sem um exame cuidadoso dos dons do Espírito Santo, especialmente os de curas e de milagres. Paulo escreveu à igreja de Corinto: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1 Coríntios 12:1). Infelizmente, muitos dos filhos de Deus hoje parecem estar muito desinformados quando se trata de dons espirituais. E.S. Williams, referindo-se ao propósito dos dons espirituais, diz: “São capacitações espirituais com o propósito de edificar a igreja de Deus. Também são concedidos como sinais para a confirmação da Verdade ao mundo”. “Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Mc 16.20). Há milagres de muitos tipos diferentes registrados na Bíblia. Houve os tipos de milagres onde não havia cura, tais como a separação das águas do mar vermelho e as do rio Jordão, a descida de fogo do céu para consumir o sacrifício sobre o altar no monte Carmelo, a provisão de água da rocha e o maná vindo do céu. Houve também muitos milagres de cura realizados pelo Senhor Jesus e por seus seguidores. Muitas curas parecem ser miraculosas. Qual a diferença, se houver alguma, entre os dons de curar e o dom de operações de milagres? Já observamos que alguns milagres nada têm que ver com a cura física. Há os crêem que os milagres devem ser instantâneos embora a cura (mesmo a divina) pudesse tomar tempo para sua completação. Há três ministérios associados com a cura física: 1. Evangelista: Ef 4.11; At 8.4-8; 2. Operadores de Milagres: 1 Co 12.28; 3. Dons de Curar: 1 Co 12.28. Há três dons do Espírito associados com a cura física: 1. Os dons de curar; 2. Operações de Milagres; 3. Fé. OS DIFERENTES NÍVEIS DE CURA: 1. Instantânea: Mt 8.3 “E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Eu Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da lepra”.
  • 18. A. Carlos G. Bentes Página 18 29/1/2012 2. Paulatina: A cura de um cego em Betsaida: Mc 8.22-26. 3. A Ceia Do Senhor: Aquele que participa dignamente da Ceia do Senhor muitas vezes recebe curas físicas (1 Co 11.25-32). 4. A Imposição de Mãos (Mc 16.16-18; At 19.11; Mc 6.5; At 5.12; 14.3). 5. Através da Palavra Falada (Sl 107.20; Lc 7.1-10; Jo 4.43-53; 5.1-9). 6. Os trajes de Jesus; A sombra de Pedro (Mc 6.56; Mt 9.20-22; At 5.15,16). 7. Os lenços e Aventais de Paulo (At 19.11,12). Que tipo de curas o Senhor Realizou? 1. Cegueira: Mt 12.22; 15.30; 21.14; Mc 10.46-52; Lc 7.21; 2. Surdez: Mc 9.25-27; Mt 11.5; 3. Possessão demoníaca: Mt 4.24; 8.16,28-34; 9.32,33; 12.22; 15.22-28; 17.18; Mc 1.32-34,39; 7.26-30; 16.9; Lc 4.41; 8.2; 26.36; 9.42; 11.14; 13.32; 4. Hidropisia: Lc 14.2-4; 5. Mudez: Mt 12.22; 15.30; Mc 9.17-27; 6. Orelha restaurada: Lc 22.51; 7. Febre: Mt 8.14,15; 8. Hemorragia: Mc 5.25,29; Lc 8.43-48; 9. Corcunda: Lc 13.11-13; 10. Incapacitado: Jo 5.5-9; 11. Coxeadura: Mt 15.30; 21.14; 12. Lepra: Mt 8.2,3; Lc 5.12,13; 17.12-14; 13. Lunático: Mt 4.24; 14. Aleijados: Mt 15.30,31; 15. Paralisia: Mt 4.24; 8.5-13; 9.2-7; Lc 5.18-25; Mc 2.3-12; 16. Espírito de enfermidade: Lc 13.11-13; 17. Doença mortal: Lc 7.2-10; 18. Espíritos imundos: Mc 1.23-26; 5.2-15; 7.25-30; Lc 4.33-36; 6.18; 8.26-35; 9.42; 19. Mão ressequida: Mt 12.10-13. Além dos casos individuais de cura mencionados, também está registrado que o Senhor curou: 1. Muitos: Mc 1.34; 3.10; Lc 7.21; 2. Doenças diversas: Mt 4.24: Mc 1.34; Lc 4.40; 3. Multidões: Mt 12.15; 19.2; Lc 5.15; 6.17-19; 4. Todos os que estavam enfermos: Mt 8.16; 12.15; 14.14; Lc 4.40; 6.19; 9.11. Por que Jesus Curou? 1. Para mostrar compaixão: Mt 14.14; 20.34; Mc 1.40,41; 5.19; 9.22; Lc 7.13; 2. Para cumprir profecias: Mt 8.17; Is 53.4; 3. Para provar que fora enviado de Deus: At 2.22; Jo 5.36; 4. Para capacitar os curados a servir: Mt 8.14,15; 5. Para comunicar Vida Abundante: Jo 14.6; 6. Para destruir as obras do diabo: 1 Jo 3.8; At 10.38;
  • 19. A. Carlos G. Bentes Página 19 29/1/2012 7. Para manifestar as obras de Deus: Jo 9.3; Mt 9.8; 15.31; Mc 2.12; Lc 5.26; 7.16. Como foi que Jesus Cristo Curou? Um estudo cuidadoso das Escrituras leva muitos a crer que Cristo não curou por seu próprio poder, como o divino Filho de Deus, mas mediante o poder do Espírito Santo. Ele curou porque foi ungido pelo Espírito (Is 61.1,2; Lc 4.18-20; Jo 5.19; At 10.38). 1. Imposição de mãos: Mc 5.23; 6.5; 8.23; Lc 4.40; 13.13; 2. Curou por sua Palavra: Mt 8.8; Lc 4.32,36; 7.7 (Logos); 3. Repreendeu a enfermidade ou o espírito que a causava: Mt 17.18; Mc 1.25; 9.25; Lc 4.35,39; 9.42; 4. Pessoas foram curadas por tocarem nele ou em suas vestes; tendo fé: Mt 9.21; 14.36; Mc 3.10; 5.28; 6.56; 8.22; 10.13; Lc 6.19; 5. Em algumas ocasiões Jesus disse aos que buscavam a cura: “A tua fé te salvou”: Mt 9.2,22,29; 15.28; Mc 2.5; 5.34; 10.52; Lc 5.20; 7.50; 8.48; 18.42; 6. Com lodo e saliva: Jo 9.6-15. AS DOENÇAS SÃO RESULTADO DA QUEDA: At 10.38; Lc 13.16. A primazia de Satanás no setor das doenças remonta à queda do homem no Jardim do Éden (Gn 2.17; Rm 5.12). A influência física é na realidade produzida pela doença espiritual. Quando a alma do homem se torna corrompida pelo pecado, o seu corpo torna-se sujeito às doenças e enfermidades como conseqüência. A doença era parte da maldição da lei (Dt 28.58-61). A CURA DIVINA ESTÁ INCLUÍDA NA EXPIAÇÃO DE JESUS A cura física e espiritual estavam incluídas na obra redentora de Cristo, isto é salientado tanto no Velho Testamento como no Novo Testamento (Sl 105.37; 103.2,3; Is 53.4,5; 1 Pe 2.24; Ex 15.25,26; Mt 8.16,17; 3 Jo 2). A cura definitiva só acontecerá na ressurreição dos justos, no arrebatamento da Igreja. Nós teremos a cura eterna, por enquanto podemos emitir um vale e recebermos uma cura temporal. O maior milagre de Jesus foi a ressurreição de Lázaro, porém este morreu de novo. A redenção é realizada em três tempos: 1. A Redenção Passada: Aconteceu no Novo Nascimento; 2. A Redenção Presente: Acontece todos os dias, é a redenção da alma; a santificação (2 Co 3.18); 3. A Redenção Futura: Acontecerá no arrebatamento da Igreja, quando receberemos um novo corpo – sōma pneumatikon: o corpo espiritual.
  • 20. A. Carlos G. Bentes Página 20 29/1/2012 OS DONS VERBAIS 14. PROFECIA (PROFETÉIA - προφητεία). É um pronunciamento sobrenatural num idioma conhecido. A profecia é o mais importante dos dons verbais (1 Co 14.5). A palavra hebraica que é traduzida “profetizar” significa “sair fluindo” e transmite o pensamento de “borbulhar como uma fonte, gotejar, sair ao borborrões, jorrar”. A palavra grega - profeteia significa “falar em prol de alguém”. Significa falar em nome de Deus, ou ser Seu porta-voz (Ex 7.1). A profecia é a própria voz de Cristo falando a Igreja. Assim como oramos por alguém e é Deus quem cura, assim também quando alguém inspirado, movido pelo Espírito Santo profetiza, não é o elemento humano quem está falando pelo seu intelecto, mas é o Espírito Santo fornecendo-lhes as palavras. O DOM DA PROFECIA É PARA TODOS (1 Co 14.1-5,39). O DOM DA PROFECIA É DIFERENTE DA PREGAÇÃO. Muitas versões bíblicas traduzem do grego para o nosso vernáculo estas duas palavras: KĒRÚSSŌ (κηρύσσω) e PROFĒTEÚŌ (προφητεύω), com o mesmo sentido, todavia Kērússō é pregar e profēteúō é profetizar. Não há nenhuma justificativa para se traduzir a palavra profecia como “pregar, ensinar ou exortar”, isto seria roubar a unção sobrenatural desta manifestação. A Bíblia não confunde nem altera o uso destas duas palavras. A unção para pregar é diferente da unção para profetizar (1 Tm 4.1; Hb 3.7; At 21.11; Lc 1.67). A pregação pode conter a profecia, mas ela não é profecia em si mesma. A profecia nunca deve tornar-se um substituto da pregação ou do ensino. A PROFECIA NA DISPENSAÇÃO NEOTESTAMENTÁRIA Cerca de 30 vezes o Novo Testamento refere-se ao Dom da Profecia. Pedro confirma que esta manifestação é para os nossos dias (At 2.16-18; Jl 2.28). Paulo também confirma nas suas epístolas (1 Co 12; 13.8-13; Rm 12.3-8). A profecia estará conosco até que venha o que é perfeito (1 Co 13.9,10). Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias (1 Ts 5.19-20). AS PROFECIAS BÍBLICAS SÃO DIFERENTES DO DOM DE PROFECIA As profecias bíblicas estão em um nível mais elevado da manifestação do Dom de Profecia. As Profecias da Bíblia nunca serão igualadas ou ultrapassadas (Dt 4.2; Pv 30.5,6; Ap 22.18,19). As Profecias Bíblicas tornaram-se a Sua Palavra escrita e autoritária para toda a era da Igreja (2 Pe 1.21; Ef 2.20). Em toda a história eclesiástica dois erros têm sido praticados com relação ao Dom de Profecia, por um lado exaltamos esta manifestação a ponto de infabilidade e, por outro lado desprezamo-la. Não devemos dar-lhe autoridade excessiva, nem focalizá-la em demasia; nem tão pouco reduzi-la ao nível do poder humano. A manifestação deste dom deve ser julgada à luz da Bíblia.
  • 21. A. Carlos G. Bentes Página 21 29/1/2012 NOTA: Profetéia - Profecia encontra-se 19 vezes no Novo Testamento. Profēteúō - Profetizar encontra-se 28 vezes no N.T. Profētēs (προφήτης) - Profeta encontra-se no N.T. 144 vezes. OS ELEMENTOS OU PROPÓSITOS DO DOM DE PROFECIA (1 Co 14.3) 1) EDIFICAÇÃO – OIKODOMĒ (οἰκοδοµή). Esta é uma palavra usada em arquitetura e descreve uma construção de uma casa (οἶκος - oikos = casa). Este é o meio que Deus proporcionou pelo qual devemos “edificar” ou construir a Igreja. Jesus disse: “Edificarei (oikodomēsō - οἰκοδοµήσω futuro de oikodoméō - οἰκοδοµέω) a minha Igreja” (Mt 16.18). É vital que edifiquemos com materiais de qualidade (dons e ministérios) ao invés de madeira, feno, e palha (1 Co 3.10-15). Há duas maneiras de se construir ou edificar a Igreja, primeiro pelo acréscimo de novos materiais (novos membros) e pelo fortalecimento daquilo que já existe (1 Co 14.24,25). Destruir, confundir, e repulsar são o oposto da obra do Espírito Santo na manifestação do Dom de Profecia. Edificar os santos na Fé santíssima (Jd 20) é construir um santo templo no Senhor (Ef 2.21,22). Fortalecer os santos, aumentar-lhes a Fé e desenvolver-lhes o caráter cristão são os objetivos do Espírito Santo através da manifestação deste dom. 2) EXORTAÇÃO – PARÁKLĒSIS (παράκλησις). O dicionário grego diz que exortar significa: “incitar, encorajar, aconselhar e prevenir veementemente”. A exortação é uma faceta tão distinta do dom da profecia que também é chamado de “Dom” (Rm 12.8). Exortar (parakaléō - παρακαλέω) significa segundo o texto grego, “chamar para mais perto de Deus”. Paulo disse a Timóteo: “Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1 Tm 4.13). 3) CONSOLAÇÃO – PARAMUTHÍA (παραµυθία). Jesus nos deu um dos mais importantes nomes do Espírito Santo: O Consolador, O Parakletos - παράκλητος (Jo 14.16,26). Sendo este seu próprio nome, não surpreende que um dos seus dons tenha como objetivo a consolação dos Santos (1 Co 14.31). Vine, um erudito em grego diz que PARAMUTHÍA - Consolação significa: “primariamente, um falar íntimo com qualquer pessoa”, portanto, ela denota consolação, conforto, com um grau maior de ternura que “ PARÁKLĒSIS”. 4) SENTENCIAR E CONVENCER (1 Co 14.24,25). 5) INSTRUÇÃO E APRENDIZAGEM (1 Co 14.31). O DOM DE VARIEDADES DE LÍNGUAS E INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS Limitar-nos-emos, primeiramente, aos dons de línguas e interpretação de línguas na congregação pública; em seguida, passaremos a considerar o assunto de falar-se em línguas de uma forma geral.
  • 22. A. Carlos G. Bentes Página 22 29/1/2012 O que é dom ministerial de variedade de línguas? O dom ministerial de línguas é a habilidade dada por Deus a alguém para que haja comunicação numa língua desconhecida, e para que seja interpretada na assembléia a fim de que todos possam compreendê-la. “... a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas...” (1 Co 12.10; Veja também 1 Co 14.5). Novamente, esta é uma “manifestação do Espírito” (1 Co 12.7), e não uma habilidade humana. Isto não têm absolutamente nada a ver com habilidades lingüísticas naturais, eloqüência em discursos, ou uma nova maneira Santificada de falar-se. Ainda que o Espírito possa estar envolvido nestas características estão todas à parte do assunto em consideração. O dom de línguas é uma manifestação ou expressão sobrenatural do Espírito Santo; através dos órgãos vocais de uma Pessoa. Ele é uma manifestação direta da esfera dos milagres. Isto é diferente de línguas que são usadas na vida particular do crente? Sim! A Bíblia, claramente, revela três categorias gerais quanto ao falar-se em línguas. Embora a Bíblia não seja escrita na forma de um livro de teologia sistemática, com tudo bem dividido e esquematizado, à medida em que a estudamos aprendemos por observação e experiência, certas categorias claramente emergem. Ainda que a Bíblia, em si não nos dê resumos sistematizados, estes são descobertos através de uma síntese de todos os ensinamentos da bíblia num dado assunto. Isto é parte do “manejar-se bem” (dividir, analisar) a Palavra de Verdade (2 Tm 2.15). Estas três categorias gerais de línguas podem ser, claramente, vistas nas Escrituras: 1. Línguas que são faladas no momento em que recebemos o Batismo no Espírito (At 2.4; 10.45-47; 19.6). 2. Línguas para uma comunhão Pessoal com Deus numa maneira contínua. (1 Co 14.1-4,15; Jd 20; Rm 8.26,27; Ef 6.18). 3. Línguas que são dadas na assembléia para uma comunicação ao Corpo e para serem um sinal ao incrédulo (1 Co 12.10; 14.5; 14.21,22). Foi a confusão destas três categorias de línguas que o Senhor procurou corrigir na Igreja de Corinto. Aparentemente, alguns falavam em línguas demasiadamente nas reuniões, sem que interpretações fossem dadas.
  • 23. A. Carlos G. Bentes Página 23 29/1/2012 Isto produzia confusão e abusos. Portanto, o Senhor, através de Paulo, classificou-as para eles. Além disso, deveríamos entender que há três maneiras gerais em que a Bíblia usa a palavra “dom” ou “graça”. 1) O “dom” de Deus da Salvação através de Cristo (Rm 5.15-18; 2 Co 9.15), o qual incluí; 2) O “dom” do Espírito Santo (At 2.38; 8.20; 10.45) o qual incluí; 3) Os “dons” do Espírito Santo (2 Co 12.1,4,9,28; 14.1; Hb 2.4). Em nenhum lugar o batismo no Espírito é chamado de “dom de línguas”. Ao invés, ele é o “dom do Espírito” (o qual inclui línguas). Todo crente que é cheio do Espírito deve falar em línguas, mas nem todos necessariamente têm o dom de línguas como uma manifestação espiritual no ministério do Corpo. Paulo ensina que 99% das línguas é para um uso particular e pessoal na oração, louvor e auto-edificação. Todavia, há aqueles a quem o Espírito move para que levantem as suas vozes em línguas na assembléia, para que sejam, em seguida, interpretadas, a fim de abençoarem ao povo. O dom de línguas é para a edificação da Igreja, e não do indivíduo que exercita. O falar-se em línguas como parte do Dom do Espírito Santo, deve continuar em nossas vidas privadas para uma edificação individual, e não da Igreja. Quais são os propósitos de línguas e interpretação na assembléia? 1) Para serem um “sinal” ao incrédulo. (1 Co 14.21-22). 2) Para expressarem edificação, exortação e conforto ao crente (1 Co 14.3-5). Línguas com interpretação são equivalentes a profecias. 3) Para levantarem a congregação ao louvor e à oração (1 Co 14.13-16). Nesta passagem, Paulo encoraja ao que fala em línguas a orar pela interpretação. O contexto imediato que se segue é o orar e falar em línguas. A dedução é que a oração e o louvor no Espírito poderiam ser interpretadas e ser edificantes ao Corpo. Se uma igreja tem mais línguas e interpretações que profecias, isto é uma indicação que ela não cresceu além de um nível elementar de fé (1 Co 14.5-13), ou que há incrédulos que, regulamente a freqüentam e que necessitam deste sinal (14.21-22). De que maneiras as línguas são um “sinal” aos incrédulos? 1) Pela evidência do sobrenatural; ao verem as pessoas falando em línguas que elas nunca aprenderam, (At 2.6-8; 1 Co 14.21-22). 2) Pela sensação do sobrenatural; elas carregam a atmosfera com a sensação da presença de Deus. Isto é sentido até mesmo pelos incrédulos. 3) Pelo testemunho do ouvir-se uma língua estrangeira que eles possam conhecer, Deus lhes dá um sinal, falando com eles em suas línguas maternas (ou uma outra língua que eles aprenderam).
  • 24. A. Carlos G. Bentes Página 24 29/1/2012 Este foi o grande sinal durante o Pentecostes. Eles ouviram as pessoas falando, sobrenaturalmente, em suas próprias línguas maternas. Este sinal proporcionou a salvação de três mil judeus que foram obedientes. Ainda que as línguas sejam um sinal, os incrédulos nem sempre as aceitam como tal, especialmente se forem praticadas sem a ordem devida (todos falando ao mesmo tempo - 1 Co 14.23). Eles dirão: “estais loucos”. Na verdade muitos cépticos e críticos respondem desta maneira, até mesmo quando as línguas são praticadas no modo apropriado. Muitos hoje igualam as línguas a uma tagarelice incoerente que é falada num estado de loucura emocional ou psicológica. Isto é, exatamente, o que um grupo de pessoas orgulhosas disse no dia de Pentecoste (At 2.13). Isto é exatamente, o que Deus disse que os homens diriam. Todos devem ter o “dom” [ministerial] de variedade de línguas? Não! 1 Co 12.28-30 mostra, claramente, que nem todos são usados desta maneira. O texto de 1 Co 12.28-30 é correlato ao de Ef 4.1 que fala acerca dos dons ministeriais. Há uma distinção entre os dons e os ministérios. Existe o dom de variedade de línguas (1 Co 12.10) e existe o ministério de variedades de línguas (1 Co 12.28). Ainda que todos possam dar um passo de fé, ocasionalmente, e falar em diversas línguas, não é bíblico o ensinar-se que todos devem ter qualquer um dos dons ministeriais do Espírito. Esta era uma das principais ênfases de Paulo em seus ensinamentos sobre os dons e ministérios do Corpo (Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-31). 1 Co 12. 28-30: E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos? Quantas mensagens em línguas e interpretações estão em ordem numa reunião? A resposta a esta questão é dada, muito simples e brevemente, por Paulo em 1 Co 14.27-28. Duas ou três mensagens são, geralmente, suficientes para que recebamos, com clareza o teor completo daquilo que o Senhor esteja falando. Algumas assembléias têm, virtualmente, proibido línguas nas assembléias, por várias razões (permitindo, somente que sejam praticadas no “salão dos fundos” depois do culto). Contudo, a Bíblia não nos ordena que as silenciemos nas atividades da assembléia, e sim, que as regulemos. Temos, na verdade, a admoestação direta: “... Não proibais falar línguas” (1 Co 14.39-40). O que é o dom de interpretação de línguas? O dom de interpretação é a habilidade sobrenatural e espontânea de interpretar-se uma comunicação dada em línguas na língua que é compreendida pelas pessoas presentes. Novamente, isto não tem, absolutamente nada a ver com um conhecimento
  • 25. A. Carlos G. Bentes Página 25 29/1/2012 natural de línguas, mas procede diretamente, do Espírito Santo (1 Co 12.10). Observa- se que em 1 Co 14.13 diz: “ore para que possa interpretar”, e não “estude línguas”. Além disso, 1 Co 14.2 mostra que quando alguém fala em línguas, “ninguém entende”. Portanto, deve haver uma revelação sobrenatural, assim como a mensagem em línguas foi sobrenatural. A interpretação deveria ser dada como uma resposta imediata à mensagem em línguas. A interpretação é o mesmo que tradução? Não! Interpretar significa explicar, expor, elucidar ou expandir. Traduzir significa converter de uma língua para outra. Na verdade, o grau de tradução em si pode variar segundo o dom de interpretação em particular. Também deveríamos lembrar que mesmo o traduzir-se de uma língua para outra, geralmente, deixa uma grande discrepância entre a extensão da mensagem e o número de palavras necessárias para dizerem a mesma coisa. Observe Dn 5.25-28 que a interpretação de “Mene, Mene, Tequel, Ufarsim” foi, aproximadamente, nove vezes maior que mensagem original. Uma outra razão pela qual as mensagens podem ser bem mais curtas que suas interpretações é que a situação envolve, na verdade, línguas seguidas por uma profecia; ou talvez uma oração em línguas seguida por uma resposta do Senhor através de uma profecia. Deveríamos também mencionar que uma mensagem em línguas pode ser na verdade, uma oração, adoração, como também uma exortação. Freqüentemente, alguém pronuncia em voz alta uma oração inspirada pelo Espírito a qual Deus quer que seja feita em tal momento. A interpretação então informa ao povo aquilo que foi orado e os levanta à oração em conjunto, como também aviva a sua fé. Em outras ocasiões, o Senhor pode desejar que o Seu povo O louve e O adore e Ele pode mover alguém a começar a falar em línguas. Quando há interpretação, esta levanta ao povo ao louvor e à adoração. Se uma interpretação genuína estiver acontecendo, então algumas das mensagens em línguas serão, indubitavelmente, interpretadas como orações e louvor como também exortações. As possíveis explanações do fato de que algumas mensagens em línguas são seguidas por profecias, ao invés de interpretações são: possivelmente, a mensagem em línguas estava fora de ordem e isto inspirou outra pessoa a profetizar; alguém interrompeu e profetizou antes que uma interpretação pudesse ser dada; porque não havia nenhum intérprete presente, ou a pessoa com a interpretação não quis dá-la, então alguém com o dom de profecias moveu-se nesta área. Com relação a esta última razão possível, não é claro a alguns que há uma diferença entre o dom de profecias e o dom de interpretação. Eles, portanto, podem tentar interpretar mensagens em línguas, simplesmente porque eles profetizam. Há, contudo, uma diferença definida e esta tem que ser respeitada. Que mensagens são interpretadas? Se uma interpretação é necessária ou não depende da situação e da categoria das línguas que estão sendo faladas. Nunca houve nenhuma interpretação quando as
  • 26. A. Carlos G. Bentes Página 26 29/1/2012 pessoas falaram em línguas ao receberem o Espírito Santo (At 2.4-6; 10.45-47; 19.6). A Bíblia também indica que, quando as línguas são usadas para a oração ou adoração pessoal, elas não são interpretadas (1 Co 14.2,14-18; Rm 8.26-27). As únicas línguas que Paulo disse que necessitam de interpretação são as faladas na igreja com o propósito de comunicarem aos homens. Geralmente, isto é evidente em si mesmo. Uma pessoa, durante o minguamento da adoração, ou durante a oração e espera em Deus em silêncio, distintamente levanta a sua voz por pouco tempo, falando numa língua que é desconhecida aos presentes. Esta é a categoria entre a “variedade (tipos) de línguas” que necessita ser interpretada. Quem deve interpretar as línguas na assembléia? Basicamente, alguém que tenha recebido este dom deveria fazer a interpretação. Pode ser outra pessoa, além daquela que esteja dando a mensagem em línguas (1 Co 14.27), ou pode ser a própria pessoa que falou a mensagem em línguas (1 Co 14.5-13). Paulo parecia indicar em 1 Co 14.27, que, em qualquer reunião está de acordo com a ordem que uma pessoa faça as interpretações. Uma versão traduz esta passagem assim: “Que o mesmo intérprete explique a palavra a todos”. Parece que esta é uma tradução fiel do propósito deste versículo no original. Provavelmente, uma maior ênfase necessita ser colocada no dom de interpretação de línguas. Parece que esta tem sido uma área de entendimento negligenciado no passado. Na verdade, nem todos ou qualquer um deveria tentar exercitá-lo. As tentativas de interpretação por aqueles que não receberam, especificamente, este dom são, provavelmente, a causa de não haver um maior número de interpretações puras. Além disso, é significativo que aqueles que dão mensagens em línguas compreendam que sua responsabilidade não termina com o seu simples falar abertamente em línguas se não houver ninguém com o dom de interpretação presente. A responsabilidade, então, recai sobre eles. Eles devem interpretar suas próprias palavras; caso contrário estarão fora de ordem (1 Co 14.5,13-28). Se alguém, portanto, não está definitivamente ciente de que alguém com o dom de interpretação esteja presente, este não deve mover-se em línguas a não ser que esteja disposto a interpretar também, caso ninguém mais o faça. Como saberei se devo dar uma mensagem em línguas ou fazer uma interpretação? A sensibilidade às inspirações internas do Espírito é uma área em que todos devemos aprender. Ela está mais na esfera subjetiva, nenhuma lista de regras pode ser produzida a fim de informar a outros como isto é feito. Certos princípios, contudo, podem ser mencionados e podem ser úteis. Um dos princípios é que compreendamos que Jesus não julgava nem rejeitava a Seus discípulos por cometerem erros ao tentarem fazer a Sua vontade. O terror às conseqüências de um erro pequeno e sem importância pode fazer com que uma pessoa
  • 27. A. Carlos G. Bentes Página 27 29/1/2012 evite o seu envolvimento permanentemente. Deus tem paciência conosco quando os nossos corações estão puros e estamos sinceramente, procurando fazer a Sua vontade. Assim também o Senhor zela por nós ao tropeçarmos ou cambalearmos enquanto aprendemos a andar nos dons espirituais. Um outro princípio é que sua voz e inspirações internas são suaves. É possível que não as percebamos se supormos que elas sejam impressões ou impulsos humanos. Freqüentemente, o Senhor move-Se fortemente e com grande clareza e certeza no principiante. Porém, isto pode diminuir à medida em que ele aprende mais sobre a fé e a ter uma maior sensibilidade ao Espírito Santo. O FALAR EM LÍNGUAS E OBSERVAÇÕES GERAIS O que significa “falar em línguas?”. A palavra “línguas” (At 2.3; 1 Co 12.10; 13.1) é a palavra grega (γλῶσσα) “glossa” e significa uma linguagem ou idioma. Ela não é “tagarelice incoerente”, e sim linguagens. Observe que a palavra é usada na forma plural o que mostra que um único crente é capaz de, não somente falar uma língua, mas também fala em línguas. Que o falar em línguas sempre se refere a línguas terrenas e conhecidas não pode ser presumido. Na verdade, Paulo usa a mesma palavra referindo-se a línguas angelicais (1 Co 13.1). Ele Também diz que, quando alguém fala em línguas “ninguém o entende” (1 Co 14.2). 1 Co 14.26 diz “... um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outra língua...”; cada pessoa tem uma diferente. Aplicando-se isto ao Corpo de crentes, em sua totalidade ao redor do mundo, seria muito mais que suficiente para esgotar as línguas terrenas conhecidas. O repertório de línguas de Deus é, certamente, maior que o do homem e inclui muitas que são celestiais ou desconhecidas ao homem. Ainda que as línguas sejam idiomas verdadeiros e devam ser um “sinal aos incrédulos”, as Escrituras não indicam que, afim de que elas sejam um sinal ou que sejam faladas na assembléia, alguém que entenda o idioma que está sendo expresso no exercício deste dom deva estar presente. A única vez na Bíblia em que isto aconteceu está em Atos 2. Paulo esclarece em 1 Co 14 que as línguas teriam que ser sobrenaturalmente, interpretadas a fim de que fossem compreendidas na assembléia. Seguindo-se a analogia da profecia de Isaías citada em Paulo (Is 28.10-12; 1 Co 14.21), deveríamos observar que a “língua” seria “uma outra”, ou uma língua estranha a Israel. Isto se referia ao julgamento que viria das nações inimigas. Já que eles não ouviriam a Deus falando-lhes através dos profetas, Ele viria a falar-lhes através dos exércitos estrangeiros. O “sinal” do idioma era que ele não era entendido pelo povo ele era estrangeiro e desconhecido do povo. Quais são as razões segundo a Bíblia, de que os crentes falariam em línguas? 1) Para serem um sinal ao incrédulo (1 Co 14.22). 2) Para cumprirem profecias bíblicas (Is 28.11).
  • 28. A. Carlos G. Bentes Página 28 29/1/2012 3) Isto é um sinal do crente (Mc 16.17; At 10.45,46; Jo 7.38,39; At 1.8). 4) É um sinal de que Cristo ressuscitou e de que Ele está glorificado e sentado nos céus (At 21.32-36). 5) É um sinal da aceitação pessoal do Seu Senhorio (At 2.4,32,39) e da nossa entrega total, até mesmo ao ponto de entregarmos o nosso membro mais rebelde: a língua (Tg 3.1,18). 6) É um sinal de que a pessoa se arrependeu e recebeu o Espírito Santo. É o sinal inicial do recebimento do Espírito Santo (At 2.4,38,39; 10.46,47; 19.6). 7) Para lidar com orgulho humano. Para entrar em contato com Deus o homem deve tornar-se como uma criança (1 Co 1.18-31; Mt 18.2-5). Isto é parte do “opróbrio” que carregamos (do ponto de vista do mundo e do nosso intelecto humano). 8) Para que Deus possa falar, sobrenaturalmente, aos homens (1 Co 12.10; 14.5; 13.22). 9) Para que os homens possam falar com Deus sobrenaturalmente (1 Co 14.2,16-18). Isto se refere à adoração (1 Co 14.15,16; At 2.11; 10.45,46). 10) Para edificarmos a nós mesmos (1 Corintos 14.4,15,16; Jd 20; Ef 6.18). A alma e o corpo, sem o auxílio, não estão equipados com as faculdades que possibilitam uma completa expressão do espírito humano. O espírito recém nascido comunica-se com o Senhor através da língua (linguagem) recém nascida. A linguagem que a nossa alma conhece e os pensamentos que a nossa mente pensa colocam grandes restrições na livre expressão do nosso espírito. O nosso espírito, com o Espírito Santo nele habitando, transcende a alma e sempre requer um outro meio de expressão, além daquele que a alma proporciona. É por isto que é de grande valor que não limitemos as nossas orações e a nossa adoração ao que a mente compreende. É uma vantagem ao invés de desvantagem que não saibamos o que estamos dizendo. Isto faz com que as nossas capacidades mentais que são limitadas sejam ignoradas e nos lança na esfera ilimitada do Espírito de Deus. O orar-se em línguas é uma grande chave para o crente em seu caminhar no Espírito. Este era um dos grandes segredos de Paulo (1 Co 14.18). Enquanto o nosso espírito não estiver fluindo na oração, a nossa vida de oração não está nem “a meio caminho andado”. Temos que aprender a nos entregar e a orar no Espírito para que tenhamos uma vida de oração eficaz e alegre. Através de nossa perseverança em, profundamente, usarmos as línguas em nossas vidas privadas, o Espírito Santo, continuamente transmite poder e energia a todo o nosso ser. Através desta avenida, Deus pode dar-nos revelações e um estímulo às nossas mentes, permear todo o nosso sistema emocional com o Seu Espírito, além de, continuamente influenciar a nossa vontade afim de que vivamos numa obediência absoluta a Ele. Também desta avenida, a nossa saúde física pode ser libertada e emergir do Espírito que concede vida, e que está dentro de nós, os nossos corações são reavivados e os violentos ataques de doenças e enfermidades são impedidos. É por isto que Paulo ao colocar restrições e controles com relação a línguas na assembléia, fez exatamente o oposto referindo-se ao seu uso privado. Ele encorajou o uso copioso de línguas.
  • 29. A. Carlos G. Bentes Página 29 29/1/2012 É através deste meio que podemos rejuvenescer e reanimar ao nosso homem interior por completo (Is 40.29-31). NOTA: Um outro aspecto da nossa auto edificação através de línguas é visto através de um exame cuidadoso de 1 Co 14.5 o qual poderia, com toda validade, ser interpretado assim: “Quisera que todos vós falásseis em línguas afim de que possais profetizar...” (no grego, a construção destas sentenças pode expressar um propósito). O falar em línguas, em outras palavras é, um degrau que nos conduz à interpretação e à profecia. Este versículo não está mostrando um contraste entre duas coisas, e sim referindo-se a uma progressão. O falar e cantar em línguas são a forma mais fácil e menos complicada de aprender-se a profetizar. Porque as línguas aparentemente atraem mais atenção e argumentação que os outros dons? 1) Porque os oponentes fazem delas um ponto de discórdia. Isto força aos que crêem em línguas a falarem sobre o assunto. Freqüentemente, temos a impressão de que os pentecostais somente falam sobre isto, porque isto é tudo que eles perguntam. 2) Porque, freqüentemente, aqueles que falam em línguas dão uma ênfase exagerada em seus ensinamentos e prática. Muitas vezes, isto tem sido feito numa forma carnal e defensiva, tornando-se assim numa coisa ofensiva desnecessariamente. 3) Porque elas têm sido usadas em cultos fora da ordem bíblica: sem interpretações, com um número excessivo de mensagens em línguas, etc. Onde quer que haja muita vida nova o potencial para confusões também existe. Quanto maior for o impulso espiritual, maior será o potencial para erros. Contudo, a maneira errada de trazermos a ordem é extinguirmos a vida. As correções devem ser feitas sem que sufoquemos a operação. Alguns têm a tendência de usarem extintores de incêndio maiores e mais poderosos quando não há fogo algum. Não faz sentido dar-se ênfase a controles quanto aos dons espirituais, se não houver nenhum dom em operação. Os abusos não são resolvidos pelo desuso. 4) Por causa de sua própria natureza, elas são um sinal ou manifestação sobrenatural que atrai muita atenção. 5) Porque as línguas são a possessão comum em potencial de todos os crentes, e deveriam, por conseguinte, ser muito prevalecentes. É, portanto provável que elas sejam um grande alvo de atenção, especialmente se forem abusadas. 6) As línguas são muitas vezes, usadas como base para as desaprovações dos escarnecedores, incrédulos ou dos indoutos em tal doutrina. Elas são um sinal que causam uma “ofensa” àqueles cujos corações não estão abertos a Deus. 7) Porque estão elas restauradas. O fato de elas terem sido negligenciadas ou ausentes no passado acentua agora, sua ampla manifestação à medida que Deus derrama o Seu Espírito, sobre toda carne. Muitas vezes, durante o processo de restauração de uma faceta de uma verdade que foi perdida, tal verdade recebe uma ênfase exagerada. Isto é quase que necessário
  • 30. A. Carlos G. Bentes Página 30 29/1/2012 para que tal verdade seja colocada de volta em seu lugar de equilíbrio adequado, assim como uma pessoa que esteja com uma grande necessidade de uma certa vitamina, geralmente deve tomar grandes doses da mesma num certo período, para que o seu sistema adquira o equilíbrio apropriado. É o Espírito Santo que fala ou sou eu? De certa maneira, são ambos, mas é de grande ajuda ao nosso entendimento que compreendamos que temos que falar. Usamos os nossos próprios órgãos vocais por um ato de nossas próprias vontades, cooperando com o Espírito Santo que nos está movendo. At 2.24. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar”. Observe que “eles” é que falaram. 1Co 14.15.“Orarei... com o Espírito...” “Cantarei... com o Espírito”. Não é exatamente correto que digamos que o Espírito Santo fala em línguas. Ele nos estimula e nós falamos em língua. Contudo, numa forma geral é apropriado que digamos que o Espírito está falando através de nós. Este princípio é ilustrado nestas duas referências: At 13.2: “... disse o Espírito Santo...” (provavelmente através de um dos profetas presentes). 1 Tm 4.1: “O Espírito afirma expressamente...” (contudo foi através de Paulo que a mensagem veio na verdade). O orar em Línguas e o Subconsciente 10 CONSCIENTE SUBCONSCIENTE O subconsciente ou inconsciente é a área da alma onde cada experiência que a pessoa teve é armazenada em bancos de memória como as dos computadores. Tudo o 10 BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 80.
  • 31. A. Carlos G. Bentes Página 31 29/1/2012 que vimos, pensamos, sentimos e percebemos desde o momento de nossa concepção até o presente está ali. Seria impossível conservar tudo na memória ativa de modo que é “armazenado” no inconsciente. Seu subconsciente contém todos os sentimentos, pensamentos, motivações já registradas em sua vida. A mente já foi comparada a um “iceberg”. A ponta que está de fora é a parte consciente, mas a parte submersa é sete vezes maior, é o subconsciente. Não há dúvida a respeito da existência da mente inconsciente, mas as opiniões diferem quanto ao seu papel. Alguns acham que Deus entra na alma passando pelo inconsciente. Outros dizem que o inconsciente é o espírito. Não acreditamos ser esta a maneira correta de ver o inconsciente. Deus não entra na personalidade por meio das profundezas do inconsciente, mas de uma direção totalmente diversa. O espírito não é a mente inconsciente. O inconsciente faz parte da alma. O espírito é uma área completamente diversa, e é através do espírito que Deus chega a nós. Diz o Dr. Thomas A. Harris a respeito da mente consciente e subconsciente: “As provas parecem indicar que tudo que esteve em nossa consciência é gerado com detalhes e armazenado no cérebro e pode ser reproduzido no presente”. Muitas respostas do passado são reproduzidas no presente se alguém nos toca uma ferida psicológica. A mente subconsciente tem muitas recordações doloridas, “Longe dos olhos, longe do coração” não é válido aqui. O que é bloqueado de nossa memória consciente ainda influencia e dá colorido ao nosso pensar e ações a menos que seja curado. Se uma ferida emocional é profunda demais, a pessoa não pode simplesmente usar a inteligência e a força de vontade para resolver o problema. Os problemas do subconsciente são involuntários. O subconsciente motiva nossas ações como a propaganda subliminar pode, sem que o percebemos, afetar o tipo de coisas que compramos. As pessoas freqüentemente perguntam: “O falar em línguas vem do subconsciente?” Não, não vem. Se viesse, teríamos uma jaula cheia de problemas todas as vezes que falássemos em línguas, porque o subconsciente é um balaio de confusão. O espírito recriado, onde Deus habita, é santo, logo, quando a pessoa ora nesse nível
  • 32. A. Carlos G. Bentes Página 32 29/1/2012 mais profundo é edificada no espírito (1 Co 14.4). Se viesse da parte subconsciente da alma a pessoa seria edificada em um instante e no outro ficaria deprimida. O falar em línguas não exige dados mentais, quer conscientes quer inconscientes, mas procede diretamente do Espírito para o espírito do crente. Pode ser um processo de cura para o inconsciente expressar-se, à medida que o Espírito Santo concede essa capacidade, o que de outra forma, seriam necessidades inalcançáveis e inexprimíveis encontradas no inconsciente. O orar em línguas é um instrumento valioso na cura da alma. Todavia, embora você tenha a habilidade de Deus de falar em línguas, pode ser que ainda precise de um pouco mais de ajuda com oração específica e que cura a alma. A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus para que a sua vida (zoe-zwhzwhzwhzwh/) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25). O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e cooperar sem esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos. É apropriado que os crentes orem ou adorem em línguas juntos ao mesmo tempo? As instruções de Paulo no 1 Co 14 nos dão a ordem para a maioria das nossas assembléias gerais. Se, contudo, uma reunião de crentes for feita com único propósito de oração em conjunto, isto apresentará um quadro um pouco diferente. Se a reunião for definitivamente, uma reunião só de crentes, haverá talvez, uma liberdade maior do que aquela em que incrédulos estiverem presentes. É a nossa convicção, que numa reunião como esta, onde a única ênfase está em comunicarmo-nos com Deus e não um com os outros, que a oração e o louvor em línguas em conjunto estão de acordo com a ordem. Há na verdade um grande poder a bênção nisto. Sabemos que a Igreja primitiva orava em conjunto (todos ao mesmo tempo) (Lc 24.52,53; At 4.24-31; 12.12; 21.5) e que, em várias ocasiões, todos eles falavam em línguas em conjunto (At 2.1-4; 10.45,46; 19.6). Há ocasiões em que Deus dirige Seu povo a cantar ou a falar juntos no Espírito. Isto tem acontecido, como ondas através da história, como também nos próprios dias em que vivemos. Muitas vezes, durante reavivamentos, isto simplesmente, surge
  • 33. A. Carlos G. Bentes Página 33 29/1/2012 soberanamente quando Deus se move sobre um grupo de pessoas. O ponto principal é que tal louvor e adoração não deveriam produzir confusão ou desarmonia, mas deveriam ser feitos em unidade e com o único propósito de adorar a Deus ou orar. O ponto principal é, essencialmente: “com quem temos o propósito de comunicarmo-nos, Deus ou o homem?”. O propósito desta lista é o de demonstrar que Paulo, não somente falou negativamente sobre línguas em 1 Co 14, mas também positivamente, e de mostrar claramente que, quando havia restrições com relação a línguas, ele se referia ao seu uso na congregação pública e não na vida privada. Na verdade, temos a impressão de que ele remove qualquer controle ou censura no uso de línguas em nossas vidas privadas (1 Co 14.18,28). A questão toda é que para comunicarmo-nos com os homens temos que fazê-lo inteligivelmente e de maneira ordenada. Isto é uma demonstração de amor, o qual busca a edificação dos outros, ao invés de satisfazermos aos nossos próprios desejos ou necessidades (Ver em 1 Co 14.4,5,12,17,26). II. DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS. “E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” 1 Co 12.5. O NASCIMENTO DOS MINISTÉRIOS NA IGREJA 11 Podemos distinguir duas grandes correntes ministeriais: a primeira, proveniente da tradição hebraica, é composta por “presbíteros ou anciãos”, considerados, todos eles, como “diaconias ou serviços”. Trata-se de termos técnicos institucionais já consolidados no judaísmo da época cristã. O termo “presbítero” do Novo Testamento não deriva do ambiente cultual, mas da sinagoga e da direção das comunidades. Só no Apocalipse fala-se de uma ação litúrgica de presbíteros na Jerusalém celestial (Ap 4.4- 11; 5.6-10). A segunda corrente ministerial depende da cultura greco-romana e consta de bispos (prefeitos, diretores, gestores, administradores) e diáconos (domésticos, criados, servos) que são dois termos profanos. Designam determinadas funções da sociedade romana, sem, todavia serem cargos institucionais no sentido que os da tradição hebraica possuem. Os bispos tinham uma função de inspetor, vigia ou administrador; eram os altos funcionários, que controlavam as cidades com funções diretivas. Os ministérios surgem como “serviços”, porque os doze apóstolos não podem atender a todas as necessidades da Igreja (At 6.1-7). Todos os ministérios são diaconias, até o ministério apostólico (At 1.17,25). Paulo também emprega abundantemente o conceito de diaconia para falar dos ministérios, incluindo também o dele mesmo (Rm 11.13; 12.7; 15.31; 1 Co 12.5; 16.15; 2 Co 4.1; 5.18; 6.3; 8.4), já que inicialmente o termo não designava um cargo preciso, mas a índole servidora de cada cargo e função.12 11 ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 322- 324. 12 ESTRADA, Juan Antonio Op. Cit., p. 326.
  • 34. A. Carlos G. Bentes Página 34 29/1/2012 ESTRUTURA ECLESIÁSTICA 13 Examinando as Escrituras Sagradas, encontramos duas estruturas que sustentam a Igreja: 1. A estrutura funcional, composta de bispos, presbíteros, diáconos e discípulos (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). 2. A estrutura ministerial, composta de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, e os demais dons espirituais (Ef 4.11; 1 Co 12.28). (a) Na estrutura funcional. A fim de poder exercer uma função na Igreja, todo cristão deve preencher as qualificações exigidas pela Palavra de Deus: O bispo – 1 Tm 3.1-7 O presbítero – Tt 1.5-9 O diácono – 1 Tm 3.8-13 O discípulo – Atos 2.42; 1 Co 11.2 (b) Na estrutura ministerial. Não há qualquer texto bíblico definindo as qualificações de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, pois são dons ministeriais. Então, a nossa convicção é que tais ministros devem viver de acordo com os ensinamentos gerais expostos nas Sagradas Escrituras para todo o povo de Deus (Mt 5.48). GOVERNO NA IGREJA LOCAL QUEM SÃO “OS PRESBÍTEROS DA IGREJA”? Os presbíteros da Igreja, de acordo com Atos 20.17,28 e 1 Pedro 5.1-3, são os irmãos plurais e co-iguais sobre cujos ombros repousa o governo do Corpo de Cristo local em cada lugar. Eles operam sob a chefia direto do próprio Jesus Cristo. PRESBÍTEROS, PASTORES E BISPOS Essas três denominações são aplicadas aos mesmos irmãos plurais e co-iguais por Paulo e Lucas em Atos 20 e por Pedro em 1 Pedro 5. De Mileto (Paulo) mandou a Éfeso chamar os presbíteros (presbuteron no grego) da Igreja (At 20.17). A respeito desses idênticos homens, Paulo declara em v. 28: sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos (ou superintendentes; no grego, episkópous - ἐπισκόπους). Paulo ainda instrui esses presbíteros, esses bispos, a pastorear (no grego, ποιµαίνω - poimainō) a igreja de Deus. E a respeito desses mesmos homens que Paulo escreve posteriormente em Efésios 4.11: E Ele mesmo concedeu uns... para pastores (ποιµήν -poimen, no grego) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. 13 MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 56,57.
  • 35. A. Carlos G. Bentes Página 35 29/1/2012 A estrutura funcional: o diácono 14 “Diácono”, em grego, significa: “aquele que serve”. Ele é um ministro ordenado para auxiliar o presbítero e o bispo nas várias atividades da Igreja. A Bíblia não define qual é a função do diácono. Isto ocorre, porque as possibilidades de serviço na igreja são as mais diversas. Cada época, cada local e cada situação apresentam necessidades específicas, pois a igreja é um organismo vivo, em constante crescimento e transformação. As qualificações pessoais exigidas de um diácono (1 Tm 3.8-13), o treinamento que recebe e a ordenação, fazem dele um auxiliar especializado. Essa condição lhe permite exercer suas atividades em áreas importantes da obra de Deus, tais como ajudar o presbítero a administrar o batismo e a eucaristia e, eventualmente, administrá-los, quando convocado. Entre os deveres ministeriais do diácono, também estão dar aconselhamento espiritual e pastorear o rebanho de Cristo. A estrutura funcional: o presbítero 15 “Presbítero”, em grego, significa “homem maduro”. Ele é um ministro ordenado com imposição de mãos (1 Tm 4.14; Tt 1.6) para pastorear uma comunidade local, como vigário do bispo, ou seja, seu representante. Ele administra a paróquia nos seus aspectos terrenos, seculares (At 11.30) e, por causa do dom ministerial de pastor (1 Pe 5.1-4; Jo 21.15-17) e da comissão recebida do bispo, é também seu guia espiritual. As qualificações pessoais exigidas de um presbítero podem ser vistas em Tt 1.5- 9. O presbítero é um oficial da igreja que: 1. Dedica tempo integral na obra de Deus; 2. Tem autoridade para tomar decisões em nível paroquial; 3. Pode ministrar a palavra de Deus, ensinando e pregando. O Novo Testamento sempre se refere a “presbíteros” (no plural), sem exceção, mostrando que a Igreja deve formar um “presbitério”, um corpo de presbíteros agraciados com os diversos dons espirituais, um completando o outro, para o bom andamento da diocese. A distinção de funções entre os membros do presbitério pode ser observada em 1 Tm 5.17. Ali, encontramos “aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino”, em contraste com os que não pregam ou ensinam. O bispo deve estar atento a essa diversidade de vocações em seu presbitério, para que o povo de Deus seja melhor servido por seus ministros ordenados. 14 MORENO, José. O Caminho do Peregrino. 1ª ed. Belo Horizonte, MG: www.anglicanalivre.org,br, 2006, p. 57,58. 15 MORENO, José . Op. Cit., p. 58,59.
  • 36. A. Carlos G. Bentes Página 36 29/1/2012 A estrutura funcional: o bispo 16 “Bispo”, no original grego, significa: “aquele que olha de cima”. Ele é um ministro ordenado e consagrado para supervisionar a obra de Deus. É um presbítero, atuando como primus inter pares (primeiro entre seus iguais), ou seja, exercendo a função de supervisor do presbitério. Do ponto de vista estritamente bíblico, os termos “bispo” e “presbítero” são intercambiáveis e podem aplicar-se ao mesmo homem ou a homens com funções idênticas ou muito parecidas. O bispo é designado para exercer funções de chefia ou superintendência. Todo bispo é presbítero (comparar os versículos 17 e 28 de At 20; ver também: Tt 1.6-7), mas, obviamente, nem todo presbítero é bispo. Na igreja primitiva, sob o governo apostólico, aquilo que depois se tornou a função de um bispo, era realizado por um apóstolo. Paulo teve que disciplinar um outro apóstolo (Pedro) e certamente o fez investido da autoridade “daquele que olha de cima” (o bispo) – Gl 2.11-14. O bispo é o pastor principal da diocese e como tal a pastoreia (At 20.28). Tradicionalmente, ele tem atuado como pastor de pastores (os presbíteros e os diáconos), tornando-se um conselheiro para eles e um pai espiritual, exercendo autoridade e disciplina no que se refere às suas vidas e ministérios. Em algumas formas de cristianismo, uma Diocese (do grego antigo διοίκησις, dióikessis, pelo latim dioecēsis) é uma unidade territorial administrada por um bispo. É também referida como um bispado, Área Episcopal ou Sede episcopal (como na Igreja Metodista). A diocese é a unidade geográfica mais importante da organização territorial da Igreja. Na Igreja Católica e Comunhão Anglicana, uma importante diocese é chamado de uma Arquidiocese (geralmente devido à sua dimensão ou importância histórica), que é governada por um arcebispo, que podem ter autoridade metropolitana sobre outras dioceses. No catolicismo romano, o Papa cria as dioceses em todo o mundo e escolhe os seus bispos. Dicas para o seu ministério 1. Sempre que houver uma atividade especial na sua Igreja (e em outras ocasiões também), convide seus parentes e amigos para participar. 2. Abra a sua casa, convidando seus vizinhos para um bate-papo, um cafezinho. A sua casa pode também abrigar um grupo de vida. 3. Participe dos programas escolares do seu bairro e influencie professores, pais e alunos. 4. Procure conviver com parentes e amigos, indo ao cinema com eles ou a um jogo de futebol. 5. Tenha sempre à mão folhetos evangelísticos e aproveite todas as oportunidades para distribuí-los. 6. Memorize Lc 19.10 e faça uma lista com os nomes de pessoas perdidas e ore para que Deus lhe dê oportunidades e estratégias para ganhá-las para Cristo. 7. Leia Mt 25.31-46 e procure envolver-se pelo menos mensalmente nas atividades citadas por Jesus ali. 16 MORENO, José . Op. Cit., p. 59,60.
  • 37. A. Carlos G. Bentes Página 37 29/1/2012 8. Leia livros sobre evangelismo e missões e faça cursos na área. 9. Receba e hospede em sua casa missionários e evangelistas. 10. Pense também em missões: ore pelos países das marcas de roupas que você usa; mantenha correspondência (internet ou correio) com algum missionário no Brasil ou no exterior; assista aos noticiários e ore pelos países citados nas reportagens. 11. Procure saber a situação das igrejas ao redor do mundo. 12. Procure conhecer a vontade de Deus: ele quer que você o sirva como missionário em algum lugar do Brasil ou do mundo? ADVERTÊNCIA: NÃO CONFUNDIR OS MINISTÉRIOS COM OFÍCIOS. Embora muitos ministérios devam ser encontrados em uma Igreja do N.T., todavia há apenas dois ofícios definidos na organização da Igreja local. Estes são: o ofício de diácono e o ofício de presbítero. Os presbíteros (ou anciãos) são a provisão de Deus para o governo espiritual da Igreja local. Eles assumem a supervisão do rebanho de Deus (1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 2.2). Os diáconos são a provisão de Deus para a supervisão dos aspectos naturais da Igreja local (At 6.3-6; 1 Tm 3.8-13). A palavra “presbítero” é uma transliteração da palavra grega “PRESBYTEROS” (πρεσβύτερος). Esta palavra simplesmente significa “idoso” ou “velho”. Na Igreja do N.T. este termo é usado especialmente para designar um homem que é o oposto do neófito. Portanto a palavra “presbítero” descreve um homem e não um ofício. Duas palavras que são geralmente confundidas com a palavra “presbítero” são palavras “bispo” e “pastor”. Quando verificamos a relação destas palavras no N.T., não há mais necessidade de confusão. A palavra “bispo” descreve um ofício (At 1.20) ou a posição que o presbítero ocupa. A palavra “pastor”, que tem a conotação de alimentador ou apascentador, descreve o trabalho que realiza o presbítero, no ofício de bispo. Para melhor ilustrar esta diferença, note os versículos bíblicos seguintes, nos quais estes termos são usados: At 20.17,28: De Mileto mandou a Éfeso chamar os presbíteros (πρεσβυτέρους) da igreja... Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos (ἐπισκόπους), para pastoreardes (ποιµαίνειν) a igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue. 1Pe 5.1,2: Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu,... pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós. Tt 1.5-7 ... para que ... constituísses presbíteros, conforme te prescrevi... que o bispo seja irrepreensível... 1 Pe 2.25. Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo das vossas almas. DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS Os dons ministeriais são indivíduos com um ou mais ministérios específicos, dados à igreja (1 Co 12.18-30; Ef 4.11). Ministérios são oportunidades para o serviço
  • 38. A. Carlos G. Bentes Página 38 29/1/2012 cristão (diakonia) que estão abertas para nós para o exercício de nossa motivação básica. Estes ministérios foram dados por Deus, e são todos necessários para que os propósitos de Deus sejam cumpridos na Terra. Um dos cinco não é suficiente. Precisamos de tudo que Deus tem providenciado. O desejo de Cristo é ter uma Igreja Gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.17), e Ele providenciou o ministério quíntuplo para este plano soberano em Seu povo - até que todos cheguemos à unidade da Fé (Ef 4.13). Enquanto este objetivo não for atingido, enquanto não chegarmos à perfeita varonilidade, podemos esperar que estes ministérios sejam importantes e funcionem na Igreja de Jesus Cristo. Eles não foram dados apenas para uma época apostólica em particular, mas foram dados à Igreja, até o tempo em que a Igreja chegue à medida da estatura da Plenitude de Cristo (Ef 4.13). 1. APÓSTOLO (ἀποστόλος). A palavra significa literalmente “enviado”. Este ministério é mencionado muitas vezes em todo o Novo Testamento. De fato, há 79 referências a apóstolos. Existiram os 12 apóstolos que indubitavelmente possuem um lugar especial no Reino, pois estiveram intimamente relacionados com o Senhor, tendo estado presentes à ceia de fundação da Nova Aliança (Lc 22.14). Mas existiram também outros apóstolos que também ministraram na época neotestamentária. Existiram homens com Andrônio e Júnias (Rm 16.7), Barnabé e Paulo (AT 14.14), Tito (2 Co 8.23), e outros. Daniel Berg e Gunnar Vigrem de certa forma foram apóstolos (Pioneiros das Assembléias de Deus no Brasil). A idéia de apóstolo: Há um primeiro ponto sobre o qual parece que se tenha conseguido certa unanimidade: os textos dos sinóticos que falam de “os apóstolos” são redacionais e não permitem afirmar que Jesus mesmo lhes tenha atribuído esse título. Tal título supõe o testemunho sobre a ressurreição e Pentecostes [...]. De tudo isso se deduz que, histórica e criticamente, “os apóstolos” e “os doze” não podem ser identificados pura e simplesmente [...]. Lucas tende a identificar os apóstolos com os doze, tendência que será confirmada pelo Apocalipse (Ap 21.14) e que parece ser testemunhada antes de Lucas e no próprio Paulo (Gl 1.17), todavia sem que esse uso seja sistemático ou exclusivo [...]. Mas em Paulo, e até uma vez nos Atos (At 14.4,14), o qualificativo “apóstolo” é dado a outras pessoas além dos doze [...]. Se considerarmos a data respectiva dos textos paulinos e lucanos, não parece que o título de apóstolo tenha sido reservado, em um primeiro momento, aos doze, sendo estendido mais tarde a outros. É bem mais provável que tenha ocorrido o contrário.17 17 ESTRADA, Juan Antonio. Para Compreender Como Surgiu a Igreja. 1ª ed. São Paulo: Editora Paulinas, 2005, p. 313- 314.
  • 39. A. Carlos G. Bentes Página 39 29/1/2012 JESUS OS 12 APÓSTOLOS OS DONS MINISTERIAIS IGREJA Apóstolos de Fundação 18 Os apóstolos do Novo Testamento tinham um tipo singular de autoridade na igreja primitiva: autoridade para falar e escrever palavras que eram “palavras de Deus” em sentido absoluto. Não acreditar neles ou desobedecer a eles era o mesmo que não crer em Deus e desobedecer a Deus. Os apóstolos, portanto, tinham autoridade para escrever palavras que se tornaram palavras da Bíblia. Este fato por si só nos sugere que havia algo de singular no ofício de apóstolo, e não esperaríamos que ele continuasse hoje, porque atualmente ninguém pode acrescentar palavras à Bíblia e tê- las na conta de palavras de Deus ou como parte das Escrituras. O próprio Novo Testamento possui três versículos nos quais a palavra apóstolo (gr. apóstolos - ἀποστόλος) é usada em um sentido amplo, não para se referir a qualquer ofício específico na igreja, mas simplesmente com o sentido de “mensageiro”. Em Filipenses 2.25, Paulo chama Epafrodito “vosso mensageiro (apóstolos) e vosso auxiliar nas minhas necessidades”; em 2 Co 8.23, Paulo refere-se àqueles que acompanharam a oferta que ele estava levando para Jerusalém como “mensageiros [apostoloi] das igrejas”; e em João 13.16, Jesus diz: “...nem é o enviado [apóstolos] maior do que aquele que o enviou”. Mas há outro sentido para a palavra apóstolo. Com freqüência muito maior no Novo Testamento refere-se a um ofício especial, “apóstolo de Jesus Cristo”. Nesse sentido estrito do termo, não há mais apóstolos hoje, e não devemos esperar mais nenhum apóstolo. A razão disso baseia-se no que o Novo Testamento diz sobre as qualificações de um apóstolo e sobre quem foram eles. 18 GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 760—764.