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RUÍDO
e as perdas auditivas induzidas pelo
ruído
Histórico das perdas auditivas
• Ferreiros e forjadores
• Século XIV: atividades

bélicas
• Revolução industrial:
fábricas (primeiras
legislações de
prevenção)
• Meios de transporte,
eletrodomésticos, lazer
• Início do sec. XX:
Audiometria
introduzida no Brasil
Agentes agressores
• Ruído intenso em

exposição continuada
• Químicos em exposição
continuada
• Ruídos de impacto muito
intenso (trauma acústico)
• Traumatismos físicos
Perda auditiva induzida por ruído
• Grande variabilidade de

suscetibilidade
• Químicos ototóxicos
• Exposições extra-ocupacionais
• Doenças sistêmicas
• Outras doenças do sistema
auditivo
• Medicamentos ototóxicos
• Hábitos de vida: tabagismo e
lazer
A audição
Detecta sons
desde
frequências de
16Hz a
20.000Hz
Privilegia as
frequências
próximos ao da
fala
A
audição
• Órgão de Corti e

células ciliares
(externas e internas)
• Responsáveis por
transformar as
vibrações sonoras
em estímulos
elétricos que são
transmitidos pelo
nervo estatoacustico
para o SNC
Como ocorre a
perda auditiva?
• Ruídos muito intensos,

de impacto lesam o O.
Corti (ação mecânica)
• Ruídos contínuos e
prolongados lesam por
exaustão metabólica
• Células ciliadas
externas degeneram-se
primeiro e depois as
internas e, em seguida
as fibras nervosas.
• A área mais alterada é a
da base da espiral,
correspondente a
4000Hz
Consequências:
• Intolerância por sons intensos
• Dificuldade para compreender

sons complexos (como a fala)
com ruído de fundo
• Lesões bilaterais com
estímulos unilaterais
• Dificuldade para localizar fontes
sonoras
• Acúfenos
Perda auditiva induzida pelo ruído

• O dano pelo ruído

classifica-se em 3 tipos:
• Trauma acústico
• Perda auditiva temporária
• Perda auditiva

permanente
Perda auditiva permanente
• Instalação lenta e
•
•
•

•

progressiva
Passa despercebida
Destruição do O. corti
(na base)
Compromete
frequências altas (4mil
a 6mil Hz) e somente
em fases mais
avançadas
compromete as
frequências médias e
baixas
Cessada a exposição
ao ruído a PA deixa de
progredir
Exame audiométrico
• Idealmente realizado

com repouso acústico
• Precedido de
otoscopia
• Se necessário,
recomendado uso de
medicação antes ou
tratamento de
algumas condições
clinicas
Audiometri
a
Audiometria
Perda auditiva permanente
• Perda nas faixas

•
•
•

•
•

entre 4mil e
6milHz
Perda bilateral +/_
simétrica
Pode haver
assimetria
Exposição
unilateral gera
perda bilateral
Zumbido em 1/3
Recrutamento
Sintomas
• Geralmente assintomático
• Zumbidos (1/3): prejuízo do

sono e da concentração
• Incomodo para sons de níveis
elevados
• Dificuldade para
compreensão de sons
complexos com ruído de
fundo
• Dificuldade para conversar
em grupo ou para ver TV com
ruído doméstico, ou para
ouvir pregação na igreja ou
para se comunicar dentro de
meios de transporte
Fatores que influenciam nas perdas
auditivas
• Suscetibilidade individual e hereditariedade
• Exposição á químicos tóxicos
• Traumatismos de crâneo, orelha ou coluna cervical
• Medicamentos ototóxicos
• Doenças crônicas, vasculopatias, infecções
• Idosos são mais suscetíveis
• Já portadores serão menos suscetíveis quando doença

estabilizada (após 10 ou 15 anos)
• Estado físico ou psíquico, cansaço, estresse, problemas
familiares, sociais e financeiros
Considerações finais
• Quadro irreversível
• Dificuldade de adaptação aos

aparelhos de amplificação
• Programas de prevenção:
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Ruído

  • 1. RUÍDO e as perdas auditivas induzidas pelo ruído
  • 2. Histórico das perdas auditivas • Ferreiros e forjadores • Século XIV: atividades bélicas • Revolução industrial: fábricas (primeiras legislações de prevenção) • Meios de transporte, eletrodomésticos, lazer • Início do sec. XX: Audiometria introduzida no Brasil
  • 3. Agentes agressores • Ruído intenso em exposição continuada • Químicos em exposição continuada • Ruídos de impacto muito intenso (trauma acústico) • Traumatismos físicos
  • 4. Perda auditiva induzida por ruído • Grande variabilidade de suscetibilidade • Químicos ototóxicos • Exposições extra-ocupacionais • Doenças sistêmicas • Outras doenças do sistema auditivo • Medicamentos ototóxicos • Hábitos de vida: tabagismo e lazer
  • 5. A audição Detecta sons desde frequências de 16Hz a 20.000Hz Privilegia as frequências próximos ao da fala
  • 6. A audição • Órgão de Corti e células ciliares (externas e internas) • Responsáveis por transformar as vibrações sonoras em estímulos elétricos que são transmitidos pelo nervo estatoacustico para o SNC
  • 7. Como ocorre a perda auditiva? • Ruídos muito intensos, de impacto lesam o O. Corti (ação mecânica) • Ruídos contínuos e prolongados lesam por exaustão metabólica • Células ciliadas externas degeneram-se primeiro e depois as internas e, em seguida as fibras nervosas. • A área mais alterada é a da base da espiral, correspondente a 4000Hz
  • 8. Consequências: • Intolerância por sons intensos • Dificuldade para compreender sons complexos (como a fala) com ruído de fundo • Lesões bilaterais com estímulos unilaterais • Dificuldade para localizar fontes sonoras • Acúfenos
  • 9. Perda auditiva induzida pelo ruído • O dano pelo ruído classifica-se em 3 tipos: • Trauma acústico • Perda auditiva temporária • Perda auditiva permanente
  • 10. Perda auditiva permanente • Instalação lenta e • • • • progressiva Passa despercebida Destruição do O. corti (na base) Compromete frequências altas (4mil a 6mil Hz) e somente em fases mais avançadas compromete as frequências médias e baixas Cessada a exposição ao ruído a PA deixa de progredir
  • 11. Exame audiométrico • Idealmente realizado com repouso acústico • Precedido de otoscopia • Se necessário, recomendado uso de medicação antes ou tratamento de algumas condições clinicas
  • 14. Perda auditiva permanente • Perda nas faixas • • • • • entre 4mil e 6milHz Perda bilateral +/_ simétrica Pode haver assimetria Exposição unilateral gera perda bilateral Zumbido em 1/3 Recrutamento
  • 15. Sintomas • Geralmente assintomático • Zumbidos (1/3): prejuízo do sono e da concentração • Incomodo para sons de níveis elevados • Dificuldade para compreensão de sons complexos com ruído de fundo • Dificuldade para conversar em grupo ou para ver TV com ruído doméstico, ou para ouvir pregação na igreja ou para se comunicar dentro de meios de transporte
  • 16. Fatores que influenciam nas perdas auditivas • Suscetibilidade individual e hereditariedade • Exposição á químicos tóxicos • Traumatismos de crâneo, orelha ou coluna cervical • Medicamentos ototóxicos • Doenças crônicas, vasculopatias, infecções • Idosos são mais suscetíveis • Já portadores serão menos suscetíveis quando doença estabilizada (após 10 ou 15 anos) • Estado físico ou psíquico, cansaço, estresse, problemas familiares, sociais e financeiros
  • 17. Considerações finais • Quadro irreversível • Dificuldade de adaptação aos aparelhos de amplificação • Programas de prevenção: • redução do ruído com medidas coletivas, • uso de EPI, • programas de treinamento, • realização dos exames audiométricos de referencia e periódicos, • avaliação especializada nos casos detectados