Mais de um terço dos brasileiros casados não sabe quanto o parceiro ganha. Apenas 31% das famílias conversam frequentemente sobre gastos. Um em cada quatro entrevistados não compartilha gastos pessoais. Além disso, 38% das famílias não poupam dinheiro.
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1/3 dos casais brasileiros não sabe o salário do cônjuge
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Mais de um terço dos brasileiros casados não sabe
quanto ganha o parceiro, diz pesquisa SPC Brasil
De modo semelhante, apenas 31% das famílias conversam com frequência sobre
os gastos da casa. 25% dos casais não compartilham seus gastos particulares.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e
pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz revela que mais de um
terço dos casais brasileiros (35%) não sabe ao certo o valor do salário do
companheiro. O estudo também mostra que o hábito de discutir o orçamento
familiar com o cônjuge e com outros membros da família é pouco frequente:
apenas 31% das famílias brasileiras conversam abertamente sobre os gastos
e as receitas da casa.
Ainda de acordo com a pesquisa, o conhecimento sobre os ganhos do parceiro
é uma condição compartilhada pelas duas partes envolvidas na relação: em
86% dos casos em que o cônjuge sabe quanto ganha o entrevistado, este
último também está ciente dos rendimentos do parceiro. Mas ao mesmo
tempo, quando o cônjuge desconhece quanto ganha o entrevistado, apenas
23% destes garantem conhecer o salário do companheiro.
Em 33% dos casos um integrante paga todas as contas
O estudo também detectou comportamentos sobre a dinâmica financeira da
família brasileira. De acordo com a pesquisa, o mais comum dentro das casas
é que apenas um morador seja responsável por pagar as contas - com mais
de um terço (33%) das respostas. E outros 26% garantem que os gastos são
divididos igualmente entre aqueles que possuem renda.
Quando chega o momento de decidir sobre os gastos da casa, 44% dos
entrevistados garantem que tomam as decisões em conjunto com os outros
familiares. Este comportamento é ainda mais comum entre os casados
(58%). A pesquisa também indica que, nas famílias em que os membros
tomam as decisões em conjunto, 58% deles garantem conversar sobre os
gastos da casa. Já nas famílias em que apenas um integrante decide, a
conversa está presente em apenas 21% dos casos.
25% dos entrevistados não compartilham gastos pessoais
Apesar de compartilhar as informações sobre contas na maioria das vezes
(93%), os consumidores informam aos familiares a transparência não é tão
expressiva assim quando se trata das despesas pessoais: um em cada quatro
2.
entrevistados (25%) não compartilha seus gastos pessoais com outros
membros da família.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados
da pesquisa revelam que as mulheres se mostram ainda mais reservadas.
“De acordo com a pesquisa, 39% delas não revelam suas contas pessoais aos
parceiros”, diz a economista.
“A pesquisa mostrou também que em geral as mulheres costumam omitir
gastos com roupas [60%], calçados [42%] e acessórios [40%]. Já os homens
têm o hábito de não revelar os valores dos gastos com saídas para bares,
cinemas, teatro e restaurantes [40%], além dos gastos carros, motos [41%]
e cigarros e bebidas [19%]”, exemplifica Kawauti.
38% das famílias não fazem poupança
Os dados também confirmam que muitos brasileiros não têm o costume de
guardar dinheiro para o futuro: quatro em cada dez entrevistados (38%)
afirmam que sua família não possui poupança. De acordo com o estudo,
quando sobra algum valor inicialmente reservado aos gastos
familiares, a atitude mais comum é direcionar o dinheiro para as
despesas do mês seguinte (29%).
Para Kawauti, a pesquisa comprova que uma boa conversa sobre o
orçamento doméstico pode melhorar o uso da renda pelos familiares e, como
consequência, resultar até em sobra de dinheiro no fim do mês.
Disciplina para cuidar das finanças
O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, explica que a disciplina em
família para cuidar do dinheiro da casa é parte fundamental para uma vida
financeira saudável e organizada.
Para o educador financeiro, individualmente, o consumidor sabe pouco sobre
como conduzir seu orçamento pessoal ou simplesmente não se importa. “E a
situação só piora quando um assunto que deve ser compartilhado com os
familiares fica escondido. Por isso, o ideal é conversar sobre dinheiro tanto nos
momentos bons quanto nos ruins. Desta forma, na hora da dificuldade, o assunto
poderá ser tratado de forma mais natural”, orienta o educador.
Metodologia
Foram ouvidos 662 consumidores acima de 18 anos e de todas as classes sociais
nas 27 capitais. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais com margem de
confiança de 95%.
Baixe a pesquisa na íntegra em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas