75% dos entrevistados investem na caderneta. Segundo especialistas, alta porcentagem se deve ao desconhecimento de outras formas de investimentos. 28% não conseguiram guardar nada em 2014
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65% dos brasileiros que investem na poupança buscam se sentir seguros
1. 65% dos brasileiros que investem na poupança
buscam se sentir seguros, diz SPC Brasil
75% dos entrevistados investem na caderneta. Segundo especialistas, alta
porcentagem se deve ao desconhecimento de outras formas de investimentos. 28%
não conseguiram guardar nada em 2014
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de
Educação Financeira - Meu Bolso Feliz analisou como os brasileiros lidam com seus
investimentos e reservas financeiras. O estudo revela que a poupança é o investimento
mais comum, citado por 75% dos consumidores – entre os pertencentes às classes A e
B, o índice é ainda mais expressivo (82%). Porém, especialistas alertam que a alta
porcentagem se deve mais à necessidade de segurança e ao desconhecimento de outras
formas de investimento do que aos benefícios financeiros da poupança.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados mostram
que a maior parte dos entrevistados adota uma postura conservadora na hora de
investir. “Para 65% dos que possuem poupança, esta opção é motivada pela segurança e
pelo fato de não gostarem de lidar com perdas” diz.
“Apesar de a poupança ser uma opção conservadora, prática e com a possibilidade de
retirada do dinheiro a qualquer momento, existem outras formas de investimento com as
mesmas características e que podem dar rendimentos maiores”, explica Kawauti. “Entre
as melhores opções estão os papeis do tesouro direto, CDB, e fundos de renda fixa”.
Ainda que 27% dos brasileiros garantam sempre procurar outras formas de
investimento, a grande maioria não muda. O dado é expressivo: 61% afirmam que
nunca trocam os investimentos feitos – 66% entre as mulheres e 67% entre os
pertencentes às classes C, D e E.
Porém, também existem os investidores mais arrojados. “59% dos que optam pela Bolsa
de Valores como investimento, justificam dizendo que desejam ganhar mais, a despeito
dos riscos”, diz a economista. “Outro dado importante, e que gera uma certa
preocupação, é que grande parte dos entrevistados garante ser baixo o conhecimento
sobre quais as melhores modalidades de investimento para seu perfil”. A média é de 5,8
(numa escala de 1 a 10) quanto ao conhecimento da melhor modalidade de investimento
de acordo com a realidade de cada um; e média de 5,2 para o conhecimento dos
investimentos com melhores taxas de retorno.
49% dos que tem poupança realizam depósitos todos os meses, com média de
R$ 809,00
Segundo a pesquisa, 49% dos entrevistados que têm poupança garantem realizar
depósitos todos os meses, com média de R$ 809,00 para o último aporte. Em seguida,
2. aparecem fundos de investimento (38%), bolsa de valores (31%), LCI (31%) e o dólar
(30%). A média geral de economia em 2014 é de R$ 1.321, considerando todos os tipos
de investimento e excluindo aqueles que não pouparam nada.
Quanto às razões que levam os brasileiros a fazer algum investimento, as justificativas
mais citadas são os imprevistos, como doenças ou morte (33%), a compra da casa
(31%), a garantia de um futuro melhor para a família, as viagens (28% no geral e 36%
na Classe A/B) e a realização de um sonho de consumo (23%).
Dentre os investimentos mais usuais, após a poupança, também apareceram os
investimentos em imóveis (21%), fundos de investimento (18%), o dólar (11%) e o CDB
(9%). Os consumidores que possuem poupança afirmam manter essa reserva há quase
quatro anos (3,8), sendo que 43% dos que têm este investimento a possuem há mais de
cinco anos. Considerando os imóveis, o tempo de posse é de 3,7 anos e mais de cinco
anos para 44% dos entrevistados que dizem ter este investimento. Observa-se ainda que
o tesouro direto apresenta o menor tempo médio de posse dentre todas as modalidades
investigadas no estudo, com 2,1 anos. A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz
também analisou com que frequência os entrevistados costumam acompanhar o retorno
de seus investimentos: 63% disseram analisar mensalmente, sobretudo quem tem entre
25 e 34 anos (71%), entre 35 e 49 (70%) e pertencentes às classes A e B (73%).
Quando recebem dinheiro extra, 44% dos entrevistados não poupam
O estudo também concluiu que três em cada dez pessoas (28%) não conseguiram
poupar nada em 2014 e entre os que economizaram, a média anual de reserva foi de R$
1.321,00. Em sua maioria (71%), os entrevistados que investem tiveram de utilizar uma
parte de seus investimentos e/ou poupança nos últimos 12 meses, principalmente entre
os pertencentes às classes C/D/E (75%).
Quando recebem dinheiro extra, como bonificações ou participação nos lucros da
empresa, por exemplo, a maior parte dos consumidores ouvidos na pesquisa (36%)
garante economizar e investir, com percentuais de 44% entre os pertencentes às classes
A e B. Outros 20% preferem quitar dívidas ou pagar impostos de início de ano.
De acordo com o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, é muito importante
pensar além dos problemas financeiros momentâneos. “Claro que o consumidor deve se
importar com dívidas pendentes e pagar todos os impostos e contas em dia, mas é
essencial reservar parte do salário ou um dinheiro extra do orçamento para imprevistos,
planos futuros e aposentadoria”, diz. “Um dinheiro gasto com compras desnecessárias
hoje pode resultar na falta de bens e serviç os essenciais na terceira idade. Essa ideia de
poupar para o futuro tem que fazer parte da vida das pessoas desde cedo, para evitar
sérios problemas lá na frente”, conclui Vignoli.
Metodologia
3. Para a formulação da pesquisa, no final de 2014 foram ouvidas 662 pessoas das 27
capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e todas as
classes sociais. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais e a confiança é de 95%.
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