SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Baixar para ler offline
Questão 09                                                CURSO E COLÉGIO


Embora seja, com frequência, irônico a respeito do livro e de si mesmo, o narrador das Viagens
na minha terra não deixa de declarar ao leitor que essa obra é “primeiro que tudo”, “um
símbolo”, na medida em que, diz ele, “uma profunda ideia (...) está oculta debaixo desta ligeira
aparência de uma viagenzita que parece feita a brincar, e no fim de contas é uma coisa séria,
grave, pensada (...)”.

Tendo em vista essas declarações do narrador e considerando a obra em seu contexto
histórico e literário, responda ao que se pede.

a) Do ponto de vista da história social e política de Portugal, o que está simbolizado nessa
viagem?
b) Considerada, agora, do ponto de vista da história literária, o que essa obra de Garrett
representa na evolução da prosa portuguesa? Explique resumidamente.




       Resposta:                                          CURSO E COLÉGIO


 a) Está simbolizada nesta história de viagens a conflituosa identidade portuguesa, que
 se mostra como dúvida entre passadismo e modernização, religião e ciência,
 romantismo e realismo, absolutismo e liberalismo. Esses binômios também podem ser
 ilustrados pela oposição entre os polos da viagem: Lisboa (cidade, modernidade) e o
 Vale de Santarém (passadismo medieval).

 b) Apesar de ser uma obra enquadrada no Romantismo português, Viagens na minha
 terra, de Almeida Garrett, representa um rompimento em certa medida tanto com as
 bases clássicas de formação do autor quanto com o próprio Romantismo, antecipando
 características da prosa realista e moderna de Eça de Queirós. Essa antecipação se
 dá por meio de: experimentação de foco narrativo cambiante, variação de gêneros
 dentro da narrativa, texto digressivo que acomoda o intertexto, a metalinguagem e
 contínuos diálogos com o leitor (recepção).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144luisprista
 
Dadaísmo - parte 2
Dadaísmo - parte 2 Dadaísmo - parte 2
Dadaísmo - parte 2 Bruna Assis
 
Conceito de arte_Funções da Literatura
Conceito de arte_Funções da LiteraturaConceito de arte_Funções da Literatura
Conceito de arte_Funções da LiteraturaJosé Ricardo Lima
 
Historia da Literatura (orígem)
Historia da Literatura (orígem)Historia da Literatura (orígem)
Historia da Literatura (orígem)Joselma Mendes
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37luisprista
 
Gêneros textuais no ENEM: crônica
Gêneros textuais no ENEM: crônicaGêneros textuais no ENEM: crônica
Gêneros textuais no ENEM: crônicama.no.el.ne.ves
 
Slide introdução à literatura
Slide introdução à literaturaSlide introdução à literatura
Slide introdução à literaturafabrinnem
 
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31luisprista
 
A morte do autor de roland barthes
A morte do autor de roland barthesA morte do autor de roland barthes
A morte do autor de roland barthesmarisimoesl
 
Crônicas segunda versão Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas segunda versão Disciplina de Literatura BrasileiraCrônicas segunda versão Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas segunda versão Disciplina de Literatura BrasileiraEduarda Müller
 
Crônicas - Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas - Disciplina de Literatura BrasileiraCrônicas - Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas - Disciplina de Literatura BrasileiraEduarda Müller
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70luisprista
 
Olimpíada
OlimpíadaOlimpíada
Olimpíadakm1motta
 
Escritas do romance na pós-modernidade
Escritas do romance na pós-modernidadeEscritas do romance na pós-modernidade
Escritas do romance na pós-modernidadeEwerton Gindri
 

Mais procurados (20)

Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 143-144
 
Os lusíadas e a mensagem
Os lusíadas e a mensagemOs lusíadas e a mensagem
Os lusíadas e a mensagem
 
Dadaísmo - parte 2
Dadaísmo - parte 2 Dadaísmo - parte 2
Dadaísmo - parte 2
 
Conceito de arte_Funções da Literatura
Conceito de arte_Funções da LiteraturaConceito de arte_Funções da Literatura
Conceito de arte_Funções da Literatura
 
Historia da Literatura (orígem)
Historia da Literatura (orígem)Historia da Literatura (orígem)
Historia da Literatura (orígem)
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 36-37
 
Gêneros textuais no ENEM: crônica
Gêneros textuais no ENEM: crônicaGêneros textuais no ENEM: crônica
Gêneros textuais no ENEM: crônica
 
Slide introdução à literatura
Slide introdução à literaturaSlide introdução à literatura
Slide introdução à literatura
 
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31
Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 31
 
A morte do autor de roland barthes
A morte do autor de roland barthesA morte do autor de roland barthes
A morte do autor de roland barthes
 
Vidas em letras1
Vidas em letras1Vidas em letras1
Vidas em letras1
 
Crônicas segunda versão Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas segunda versão Disciplina de Literatura BrasileiraCrônicas segunda versão Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas segunda versão Disciplina de Literatura Brasileira
 
Crônicas - Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas - Disciplina de Literatura BrasileiraCrônicas - Disciplina de Literatura Brasileira
Crônicas - Disciplina de Literatura Brasileira
 
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70
Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 69-70
 
O que é uma crónica
O que é uma crónicaO que é uma crónica
O que é uma crónica
 
Olimpíada
OlimpíadaOlimpíada
Olimpíada
 
Q111
Q111Q111
Q111
 
Escritas do romance na pós-modernidade
Escritas do romance na pós-modernidadeEscritas do romance na pós-modernidade
Escritas do romance na pós-modernidade
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 

Destaque

Tecnología educativa
Tecnología educativaTecnología educativa
Tecnología educativaRubi Cabrera
 
Word artpp
Word artppWord artpp
Word artpppak Lan
 
Tiempo de estudio.
Tiempo de estudio.Tiempo de estudio.
Tiempo de estudio.TammaraHC
 
Market summary july 2013
Market summary july 2013Market summary july 2013
Market summary july 2013Flophr
 
About Teeth
About TeethAbout Teeth
About TeethTrena59
 
Correcció tema 9
Correcció tema 9Correcció tema 9
Correcció tema 9sandramr_78
 
5v5+5 wide attacking rondo
5v5+5 wide attacking rondo5v5+5 wide attacking rondo
5v5+5 wide attacking rondoRyan Rich
 
KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”
KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”
KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”Tallinn, Estonia
 
Requerimientos de calcio
Requerimientos de calcioRequerimientos de calcio
Requerimientos de calciomariaelenasolis
 
Comburentes o oxidantes
Comburentes o oxidantesComburentes o oxidantes
Comburentes o oxidantesNelly Cepeda
 
Raid_USAF_UseCase
Raid_USAF_UseCaseRaid_USAF_UseCase
Raid_USAF_UseCaseRuby Kohler
 
Plan de Control de Trazabilidad
Plan de Control de TrazabilidadPlan de Control de Trazabilidad
Plan de Control de Trazabilidadmonsogal
 

Destaque (19)

Tecnología educativa
Tecnología educativaTecnología educativa
Tecnología educativa
 
Word artpp
Word artppWord artpp
Word artpp
 
Los valores
Los valoresLos valores
Los valores
 
Tiempo de estudio.
Tiempo de estudio.Tiempo de estudio.
Tiempo de estudio.
 
Sound
SoundSound
Sound
 
Market summary july 2013
Market summary july 2013Market summary july 2013
Market summary july 2013
 
About Teeth
About TeethAbout Teeth
About Teeth
 
Correcció tema 9
Correcció tema 9Correcció tema 9
Correcció tema 9
 
5v5+5 wide attacking rondo
5v5+5 wide attacking rondo5v5+5 wide attacking rondo
5v5+5 wide attacking rondo
 
KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”
KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”
KOOLITUS (protsessikulgemine) “Valgus minu sees ja ümber”
 
Untitled Presentation
Untitled PresentationUntitled Presentation
Untitled Presentation
 
4th. # 2
4th. # 24th. # 2
4th. # 2
 
Archivadores
ArchivadoresArchivadores
Archivadores
 
Requerimientos de calcio
Requerimientos de calcioRequerimientos de calcio
Requerimientos de calcio
 
Comburentes o oxidantes
Comburentes o oxidantesComburentes o oxidantes
Comburentes o oxidantes
 
Raid_USAF_UseCase
Raid_USAF_UseCaseRaid_USAF_UseCase
Raid_USAF_UseCase
 
Plan de Control de Trazabilidad
Plan de Control de TrazabilidadPlan de Control de Trazabilidad
Plan de Control de Trazabilidad
 
transcripts
transcriptstranscripts
transcripts
 
Linea de tiempo patty
Linea de tiempo pattyLinea de tiempo patty
Linea de tiempo patty
 

Semelhante a Viagens na minha terra: símbolo de conflitos na identidade portuguesa

Resolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SAS
Resolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SASResolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SAS
Resolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SASjasonrplima
 
Aula 07 arcadismo em portugal
Aula 07   arcadismo em portugalAula 07   arcadismo em portugal
Aula 07 arcadismo em portugalJonatas Carlos
 
Viagens com Manuel Teixeira Gomes
Viagens com Manuel Teixeira GomesViagens com Manuel Teixeira Gomes
Viagens com Manuel Teixeira GomesLoulet
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terra Viagens na minha terra
Viagens na minha terra maariane27
 
Literatura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero LimaLiteratura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero LimaPré-Enem Seduc
 
Tcclet literatura gotica_mattos_2009
Tcclet literatura gotica_mattos_2009Tcclet literatura gotica_mattos_2009
Tcclet literatura gotica_mattos_2009Pedro Lima
 
Resumo literatura portuguesa20143anoEM
Resumo literatura portuguesa20143anoEMResumo literatura portuguesa20143anoEM
Resumo literatura portuguesa20143anoEMMarly Rodrigues
 
PEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOSPEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOSValdeci Correia
 
Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006jorgefutatahotmail
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129luisprista
 
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson Martins
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson MartinsTendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson Martins
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson MartinsMariane Farias
 
Edgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidade
Edgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidadeEdgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidade
Edgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidadeescritamemorialistica
 
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdf
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdfRelações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdf
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdfPatrciaSousa683558
 
Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Ajudar Pessoas
 

Semelhante a Viagens na minha terra: símbolo de conflitos na identidade portuguesa (20)

Pp
PpPp
Pp
 
Resolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SAS
Resolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SASResolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SAS
Resolucao 2015 pre-vestibular_literatura_l1_split - SAS
 
Mooc Lisboa e o Mar - Lisboa no séc. XVI
Mooc Lisboa e o Mar - Lisboa no séc. XVIMooc Lisboa e o Mar - Lisboa no séc. XVI
Mooc Lisboa e o Mar - Lisboa no séc. XVI
 
Aula 07 arcadismo em portugal
Aula 07   arcadismo em portugalAula 07   arcadismo em portugal
Aula 07 arcadismo em portugal
 
Viagens com Manuel Teixeira Gomes
Viagens com Manuel Teixeira GomesViagens com Manuel Teixeira Gomes
Viagens com Manuel Teixeira Gomes
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terra Viagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
Literatura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero LimaLiteratura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero Lima
 
Cartografias urbanas
Cartografias urbanasCartografias urbanas
Cartografias urbanas
 
Tcclet literatura gotica_mattos_2009
Tcclet literatura gotica_mattos_2009Tcclet literatura gotica_mattos_2009
Tcclet literatura gotica_mattos_2009
 
Resumo literatura portuguesa20143anoEM
Resumo literatura portuguesa20143anoEMResumo literatura portuguesa20143anoEM
Resumo literatura portuguesa20143anoEM
 
PEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOSPEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
PEB II - LITERATURA - SIMULADO DIGITAL PARA CONCURSOS PÚBLICOS
 
João da Ega
João da EgaJoão da Ega
João da Ega
 
Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 128-129
 
Cronicas de rubens
Cronicas de rubensCronicas de rubens
Cronicas de rubens
 
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson Martins
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson MartinsTendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson Martins
Tendendências na literatura brasileira contemporânea, by Wilson Martins
 
1º teste 12ºAd2.pdf
1º teste 12ºAd2.pdf1º teste 12ºAd2.pdf
1º teste 12ºAd2.pdf
 
Edgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidade
Edgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidadeEdgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidade
Edgar Allan Poe e Machado de Assis: estranhamento e sedução da cidade
 
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdf
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdfRelações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdf
Relações entre ficção e história. uma breve revisão teórica (1).pdf
 
Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.Resumo das escola literárias.
Resumo das escola literárias.
 

Mais de Daniel Bsn (20)

Q03
Q03Q03
Q03
 
Q07
Q07Q07
Q07
 
Q05
Q05Q05
Q05
 
Q04
Q04Q04
Q04
 
Q10
Q10Q10
Q10
 
Q08
Q08Q08
Q08
 
Q06
Q06Q06
Q06
 
Q02
Q02Q02
Q02
 
Q01
Q01Q01
Q01
 
Redacao
RedacaoRedacao
Redacao
 
Fuv2013.2fase.dia1
Fuv2013.2fase.dia1Fuv2013.2fase.dia1
Fuv2013.2fase.dia1
 
Dia1 rosa
Dia1 rosaDia1 rosa
Dia1 rosa
 
Dia1 branco
Dia1 brancoDia1 branco
Dia1 branco
 
Dia1 azul
Dia1 azulDia1 azul
Dia1 azul
 
Dia1 amarelo
Dia1 amareloDia1 amarelo
Dia1 amarelo
 
Dia2 rosa
Dia2 rosaDia2 rosa
Dia2 rosa
 
Dia2 cinza
Dia2 cinzaDia2 cinza
Dia2 cinza
 
Resolucao objetivo2
Resolucao objetivo2Resolucao objetivo2
Resolucao objetivo2
 
Resolucao objetivo[1]
Resolucao objetivo[1]Resolucao objetivo[1]
Resolucao objetivo[1]
 
Gabarito objetivo[1]
Gabarito objetivo[1]Gabarito objetivo[1]
Gabarito objetivo[1]
 

Viagens na minha terra: símbolo de conflitos na identidade portuguesa

  • 1. Questão 09 CURSO E COLÉGIO Embora seja, com frequência, irônico a respeito do livro e de si mesmo, o narrador das Viagens na minha terra não deixa de declarar ao leitor que essa obra é “primeiro que tudo”, “um símbolo”, na medida em que, diz ele, “uma profunda ideia (...) está oculta debaixo desta ligeira aparência de uma viagenzita que parece feita a brincar, e no fim de contas é uma coisa séria, grave, pensada (...)”. Tendo em vista essas declarações do narrador e considerando a obra em seu contexto histórico e literário, responda ao que se pede. a) Do ponto de vista da história social e política de Portugal, o que está simbolizado nessa viagem? b) Considerada, agora, do ponto de vista da história literária, o que essa obra de Garrett representa na evolução da prosa portuguesa? Explique resumidamente. Resposta: CURSO E COLÉGIO a) Está simbolizada nesta história de viagens a conflituosa identidade portuguesa, que se mostra como dúvida entre passadismo e modernização, religião e ciência, romantismo e realismo, absolutismo e liberalismo. Esses binômios também podem ser ilustrados pela oposição entre os polos da viagem: Lisboa (cidade, modernidade) e o Vale de Santarém (passadismo medieval). b) Apesar de ser uma obra enquadrada no Romantismo português, Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, representa um rompimento em certa medida tanto com as bases clássicas de formação do autor quanto com o próprio Romantismo, antecipando características da prosa realista e moderna de Eça de Queirós. Essa antecipação se dá por meio de: experimentação de foco narrativo cambiante, variação de gêneros dentro da narrativa, texto digressivo que acomoda o intertexto, a metalinguagem e contínuos diálogos com o leitor (recepção).