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Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia
IMT
1
CURSO DE MASSOTERAPIA
E
TÉCNICOS AUXILIARES DE
FISIOTERAPIA
PRÁTICAS CLÍNICAS / DOCUMENTO DE APOIO
2014
Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia
IMT
2
ANAMNESE
Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista
realizada por um profissional da área da saúde com um paciente. Por outras
palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os factos importantes que se
relacionam com a pessoa.
Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, possui formas ou técnicas
correctas de serem aplicadas. Desta forma, aproveita-se ao máximo o tempo
disponível para o atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um
tratamento correcto. Sabe-se hoje que a anamnese, quando bem conduzida, é
responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica, libertando 10% para o
exame clínico (físico) e apenas 5% para os exames laboratoriais ou
complementares. Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se procuram
os sinais e sintomas da doença.
Questões gerais
Idade
A idade é uma questão pertinente, dado que algumas condições são
particularmente prevalentes em certos grupos etários, no entanto, é necessário
documentar estas conclusões.
Profissão
Este é um elemento-chave para a anamnese, particularmente para os clientes que
chegam com padrões de dor ou lesões específicas de pretendem solucionar. Esta
questão pode dar origem a uma revisão resumida das solicitações físicas que um
trabalho pode impor a uma pessoa. O técnico não deve hesitar em tentar
“expressar” (em si próprio) quaisquer movimentos repetitivos ou stressantes que o
cliente descreva, na tentativa de compreender como essas actividades poderiam
contribuir para a dor e disfunção.
Exercício, sono e hábitos alimentares
Estas descrições podem revelar como o cliente vê os seus “esforços” no que diz
respeito à sua saúde. Este não é o momento de efectuar qualquer julgamento nem
de fazer recomendações, é apenas uma oportunidade de acrescentar informações
ao “quadro” como um todo.
Descrição da saúde em geral
Muitas pessoas vão descrever-se como saudáveis, no entanto algumas estão a
procurar a massagem para ajudá-las a enfrentar situações físicas difíceis. A
maneira como o cliente percebe a sua saúde é um elemento extremamente útil.
História clínica
Cirurgias e hospitalizações
É conveniente dividir em dois períodos temporais (passado e presente). É útil
conhecer os eventos antigos, pois podem influenciar o que está a acontecer
actualmente. No entanto é muito mais importante saber o que se passou
recentemente.
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3
Lesões e acidentes
Como nas cirurgias e hospitalizações, os eventos recentes costumam ser mais
pertinentes do que a história mais antiga, no entanto o quadro completo pode
revelar padrões importantes. Esta questão deve gerar informações acerca de lesões
no local de trabalho, lesões desportivas, acidentes de carro e quaisquer outros tipos
de traumatismos que causaram dor significativa ou perda de função.
Assistência e recuperação
As questões de acompanhamento referentes a acidentes e lesões fornecem
informações sobre a perspectiva do cliente em relação ao seu processo de
cicatrização.
Condições crónicas
Esta questão será formulada novamente de uma forma diferente com a lista de
disfunções/doenças, porém é sempre útil dar aos clientes uma nova oportunidade
de colocar qualquer informação importante.
Medicação
As medicações para problemas cardiovasculares, pressão arterial, disfunção renal,
antibióticos, analgésicos, relaxantes musculares e anti-depressivos comportam
implicações para a massagem. Uma discussão sobre porque é que o cliente pode
necessitar delas e como ajustar a massagem neste quadro vai manter tanto o
cliente como o técnico em terreno seguro.
Nota:
Em geral, um medicamento é prescrito para cumprir uma das seguintes funções:
• Estimular um processo do corpo
• Inibir um processo do corpo
• Substituir uma substância química no corpo
A massagem também pode estimular, inibir e substituir funções do corpo. Quando
tanto a medicação como a massagem estimulam o mesmo processo, os efeitos actuam
em conjunto e o resultado pode ser uma estimulação excessiva. Se a medicação inibe
um processo e a massagem inibe o mesmo processo, o resultado é de novo redobrado,
mas dessa vez com inibição excessiva. Se a medicação estimula um efeito e a
massagem inibe o mesmo efeito, a massagem pode ser antagonista da medicação.
Embora a massagem raras vezes interaja de maneira substancial com uma medicação
que substitui uma substância química do corpo, é importante estar ciente dos possíveis
efeitos sinergísticos ou inibidores.
Erupções cutâneas
Esta é uma questão de defesa para os massoterapeutas, assim como parte
importante do quadro de saúde. Se a resposta for sim, é novamente importante
saber o porquê. Uma erupção cutânea pode resultar apenas numa precaução local,
ou pode sugerir que o cliente precisa de ser “reprogramado” em relação à
adequação da massagem.
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Lista de disfunções / doenças
Esta não é de forma alguma uma lista completa de todas as patologias mas estão
incluídas situações crónicas que comportam um significado especial para os
massoterapeutas. À medida que se desenvolvem os formulários sobre a saúde dos
pacientes, podemos ter outras condições que desejamos incluir, enquanto outras
são deixadas de fora.
CONSENTIMENTO INFORMADO
Muitos técnicos incluem o consentimento informado nos formulários, explicando que
o massoterapeuta não diagnostica as condições nem as trata clinicamente, e que é
da responsabilidade do cliente procurar a assistência médica apropriada e manter o
terapeuta actualizado acerca do seu estado de saúde.
PLANO DE TRATAMENTO
A diferença entre um massoterapeuta excepcional e outro que apenas “cumpre” a
sua função é a intenção. Os bons técnicos sabem sempre o é que estão a fazer e,
apesar dos objectivos e métodos mudarem, a consciência de devem sempre
adequar o tratamento às necessidades do paciente, deve estar sempre presente. Os
planos de tratamento são instrumentos importantes para terapeutas e clientes. Eles
proporcionam uma base para comparações do “antes e depois” e lembretes das
intenções para o trabalho futuro. Até mesmo os clientes que estão à procura da
massagem apenas como um tratamento momentâneo podem ser beneficiados pelo
esclarecimento dos objectivos que um plano de tratamento pode oferecer.
Uma figura visual (Body Chart) em que o cliente possa marcar os pontos de dor
constitui um guia visual útil que dará suporte ao conhecimento empírico do
terapeuta. Recomenda-se que o cliente marque a figura com números de 1 a 10,
indicando a intensidade da dor nas diversas áreas. As áreas com disfunção podem
mudar, deslocar-se ou até mesmo desaparecer. Os objectivos do tratamento
também podem mudar à medida que se estabiliza a disfunção. Alguns
massoterapeutas utilizam um formato “SOAP” padronizado para acompanhar a
informação do cliente. Este formato pode ser usado a cada sessão, ou actualizado,
conforme necessário. Este formulário contém os seguintes itens:
Achados subjectivos: O que o cliente relata – o que dói, onde, quando e em que
circunstâncias.
Achados objectivos: O que o terapeuta encontra – existem áreas diferentes
daquelas descritas pelo cliente como dolorosas? O tecido apresenta qualidades
variáveis de elasticidade e de resistência em áreas diferentes? Existem locais
quentes? Áreas frias? Amplitude de movimento limitada?
Avaliação: Representa a interpretação do que foi encontrado pelo terapeuta. Não
se trata de um diagnóstico, mas apenas de uma compilação da informação para
permitir uma boa compreensão dos sintomas.
Plano: É a estratégia que o cliente e o terapeuta utilizarão em conjunto para
alcançar os seus objectivos. Ele pode ser tão simples como uma “massagem sueca
de relaxamento muscular, melhoria circulatória ou alívio de dor na região lombar”
ou complexa como “fricção transversa nas inserções tendinosas dos isquiotibiais e
exercícios de amplitude de movimento, seguindo-se aplicação de gelo de forma a
actuar sobre uma tendinite crónica.
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O valor terapêutico da massagem estende-se além do “relaxamento”, embora este
produza uma série de benefícios. A maior parte das manobras de massagem tem
como efeitos terapêuticos adicionais o alívio da tensão muscular e a melhoria da
circulação. Entretanto, algumas técnicas são chamadas de "aplicadas" porque são
usadas para atingir um efeito específico, por exemplo para melhorar a drenagem
linfática ou estimular o cólon. A utilização da massagem é determinada pela
condição que está a ser tratada, sendo a massagem aplicada não para curar um
distúrbio, mas para tratar alguns dos seus sintomas. Noutros casos a massagem é
contra-indicada, devido à natureza da patologia envolvida.
Não existe uma rotina rígida para o tratamento através da massagem, nem uma
frequência em que cada manobra deva ser executada. A massagem terapêutica ou
aplicada é por norma segmentar e não uma massagem de corpo inteiro. O
tratamento passa apenas por uma a duas regiões (ex. abdómen e costas). A
massagem nunca deve ser executada numa perspectiva de "receita". Um
tratamento não consiste em três manobras de deslizamento em determinada
direcção, seguidos de três manobras de deslizamento noutra direcção.
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INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Após o preenchimento da anamnese, o grupo deve tomar algumas decisões (em
conjunto com o formador) relativas às estratégias de tratamento. O objectivo do
técnico passa por empregar as modalidades terapêuticas ideais para criar um
ambiente favorável à cicatrização, enquanto minimiza os sintomas associados ao
trauma ou condição do paciente.
Algumas variáveis assumem grande importância:
• Que tecidos estão lesionados/afectados?
• Que sintomas estão presentes?
• É possível determinar em que fase do processo de cicatrização o paciente se
encontra?
• Quais os principais constrangimentos apresentados pelo paciente?
Dor
Amplitude de movimento diminuída
Sensibilidade alterada
Actividades de vida diária afectadas (AVD)
…
• Quais são os principais efeitos biofísicos da principal modalidade terapêutica
escolhida (directos, indirectos, profundidade, etc)?
• Quais são os parâmetros de aplicação, dosagem, duração e frequência da
modalidade terapêutica escolhida?
• Que outras modalidades poderiam ser utilizadas para tratar essa lesão ou
condição? Porquê?
Uma das zonas que mais frequentemente entra em disfunção é a região cervical
(com forte ligação às questões posturais relacionadas com o trabalho). Após o
preenchimento da anamnese, o técnico executa técnicas de palpação com o
objectivo de criar uma “impressão” geral da condição do paciente. Seguem dois
exemplos que poderiam ser passados para a ficha de anamnese e relatório final. Na
simplicidade pode estar a chave para uma tomada de decisão que respeite a nossa
abrangência prática.
Texto 1
Os sintomas eram coerentes com a dor de origem miofascial associada ao stresse
laboral e à fadiga dos músculos posturais.
Texto 2
“Pescoço ocupacional”. Espasmo muscular do trapézio superior e do
esternocleidomastoideu.
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HABILIDADES DE PALPAÇÃO
A capacidade do técnico para localizar e identificar zonas disfuncionais somáticas,
está directamente ligado às suas competências de palpação.
“A arte de palpação requer disciplina, tempo, paciência e prática. Para se
mostrarem mais importantes, os achados que resultam da palpação devem ser
correlacionados com o conhecimento de anatomia funcional, fisiologia e
fisiopatologia. A palpação com as ferramentas certas deve avaliar: temperatura,
textura, humidade à superfície, elasticidade, edema, tensão no tecido, espessura,
forma, irritabilidade, amplitude de movimento, etc.”
Para atingir este patamar de “reconhecimento sensorial”, é necessário ensinar os
dedos a sentir, pensar, ver e saber. Sente-se por meio da palpação dos dedos
sobre o corpo do paciente. Vêem-se as estruturas sob os dedos por meio de uma
imagem visual construída pela anatomia. Pensa-se o que é uma condição normal e
desordenada e sabe-se com a experiência adquirida, que aquilo que se sente é real
e sustentado pelo conhecimento.
Tocar outro ser humano é um acto de dar e receber informações. Transmitimos não
só a nossa competência, mas também a nossa sensibilidade. O tacto é um
poderoso instrumento de avaliação e as nossas mãos recebem informações a
respeito da condição do paciente. É importante que o técnico quer transmitir
segurança ao cliente do ponto de vista físico e emocional.
Características do tecido mole que o terapeuta pode sentir
1 - Conteúdo hídrico – O tecido saudável é bem hidratado e não se sente inchaço
nem “infiltração”.
2 - Conteúdo fibroso – O tecido mole saudável mostra-se elástico e flexível, em
parte devido à densidade de fibras. Uma quantidade muito pequena de fibras indica
que o tecido está atrofiado; uma sensação evidente de conteúdo fibroso indica
aderência ou cicatrização.
3 - Temperatura – O calor é uma indicação de uma potencial inflamação.
Categorias sensitivas do tecido mole com base na palpação
Com base nas três características que o tecido pode apresentar, quatro categorias
podem ser usadas para se diferenciarem condições agudas ou crónicas:
1 - Normal – O tecido mole mostra-se flexível, homogéneo, relaxado e hidratado
sem ser aquoso.
2 - Crónica – O tecido mole parece fibroso, seco (desidratado), espesso, rígido e
tenso.
3 - Agudo – O tecido mole parece aquoso (com edema) e quente.
4 - Atrofia – O tecido parece mole e flácido devido a uma perda do tónus.
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Avaliação da gravidade da lesão por meio da palpação:
Pressionar coloca o tecido sob tensão. Normalmente, não existe dor quando
pressionamos os tecidos moles.
1 - Aguda – O paciente sente dor com pressão suave.
2 - Subaguda – O paciente sente dor mas ela não é tão pronunciada como na
condição anterior.
3 - Crónica – Existe dor associada tal como na condição aguda mas assume outras
características e o edema não é tão evidente.
A partir destes conceitos, podemos ampliar os efeitos benéficos do tratamento pela
massagem, intervindo em algumas destas áreas:
1 – Restauração do equilíbrio e do tónus muscular;
2 – Restauração o estado normal dos tecidos muscular e conjuntivo;
3 – Optimização da drenagem de fluídos nas áreas submetidas à força da gravidade
ou má postura prolongada.
É muito útil registar os resultados da palpação num body chart e/ou num mapa de
palpação. Durante a palpação de tecidos moles e esqueléticos, os seguintes
aspectos deverão ser avaliados:
• Temperatura da área (um aumento de temperatura é indicativo de
inflamação local);
• Sudação cutânea localizada (indicativa de alterações ao nível do sistema
nervoso autónomo);
• Presença de edema e derrame;
• Mobilidade e alterações sensitivas ao palpar tecidos moles, ex: gânglios,
nódulos;
• Presença de espasmo muscular;
• Sensibilidade na palpação de estruturas ósseas, ligamentos, músculos,
tendões, bainhas tendinosas, triggerpoints ou nervos;
• Alterações nas proeminências ósseas;
• Derrame articular ou edema de um membro cuja medição pode ser
efectuada utilizando-se uma fita métrica e comparando-se o lado esquerdo e
direito;
• Dor que aumenta ao toque ou redução através da técnicas de palpação;
Dicas sobre palpação
• Palpar primeiro o lado não afectado e compará-lo com o lado afectado;
• Palpar de superficial para profundo;
• Utilizar apenas a força necessária para poder sentir – a utilização de força
excessiva poderá reduzir essa capacidade;
• Nunca assumir que uma área relevante não necessita de ser palpada;
É importante que o massoterapeuta não se esqueça das três premissas que devem
orientar o seu trabalho:
1 - O indivíduo é um organismo global: tudo está interligado e relacionado.
2 - O tecido muscular encurtado não funciona correctamente, inviabilizando a sua
característica principal (contracção) para além de se criar resistência ao
alongamento.
3 - Os tecidos moles reagem ao toque.
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Pressão utilizada sobre os tecidos
Assistimos a uma grande evolução na massagem. Desvia-se o foco da forma de
trabalho corporal (Massagem sueca, Reflexologia, Massagem dos tecidos profundos
/Deep Tissue, Amna, LomiLomi, etc) para os resultados através da terapia manual.
As respostas fisiológicas do corpo à massagem não são específicas da modalidade
mas das qualidades do toque (componentes críticas). Talvez a componente crítica
mais importante e “polémica” seja a pressão. Existem abordagens diferenciadas
sobre o nível de pressão a utilizar para avaliação e tratamento. Podemos observar
as seguintes escalas de pressão:
Nível de superfície
Este é o primeiro contacto, moldando o contorno da estrutura, não é uma pressão
real. Representa um toque, sem pressão, utilizado para iniciar o tratamento e
aperfeiçoar as habilidades de palpação.
Nível de trabalho
Este nível é aquele no qual a maioria dos procedimentos manipulativos se inicia.
Neste patamar, o terapeuta podem sentir uma contra-resistência flexível à força
aplicada. O contacto é um toque não invasivo e naturalmente em zonas de
conforto. Aqui o técnico vai encontrar controlo máximo sobre os tecidos.
Nível de rejeição
Este nível é alcançado quando a resistência do tecido é vencida, relatando-se
desconforto/dor. Surge rejeição em diferentes áreas e níveis de pressão.
Exemplos práticos
1. Nível de superfície – Na intervenção sobre a pele.
2. Nível de trabalho – Na palpação de pontos-gatilho.
3. Nível de rejeição – No teste de resposta à dor e no tratamento de PG.
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Os erros mais comuns nas técnicas de palpação e massagem
a)Baixo nível de concentração/intenção;
b)Demasiada pressão… demasiada rapidez (ultrapassando rapidamente a barreira
de resistência dos tecidos);
c)Demasiados movimentos - “mãos nervosas”;
d)Habilidade limitada para distinguir diferentes tipos de tecidos (músculos,
ligamentos, tendões, cápsulas articulares, vísceras, etc.);
e)Dificuldade na identificação e tratamento de músculos com espasmo/contractura,
restrições fasciais, tendões/ligamentos com fibrose, tecidos com edema;
f)Falha na “sintonização” com a respiração do cliente (resistindo à inspiração...
descansando na expiração);
g)Má postura corporal bloqueando energia através dos membros inferiores;
h)Aplicação inadequada dos dedos e punho… o terapeuta deve “ancorar” o tecido e
a fáscia e relaxar os punhos (e o corpo em geral);
i)Escolher a ferramenta corporal errada para a manipulação dos tecidos (utilizar em
demasia os dedos quando uma ferramenta mais abrangente, como o cotovelo,
punho, antebraço, pode produzir menos desgaste para o técnico).
Sinalização de achados objectivos e subjectivos (legenda)
De forma a melhorar a qualidade da anamnese e para que os parâmetros de
palpação sejam uniformizados, sugere-se aos formandos a utilização das seguintes
referências que ilustram determinada condição dos tecidos.
Dor Inflamação Ponto gatilho Aderência
Dormência / Choque Conteúdo fibroso Edema
Desvio / Elevação Alteração do tónus Encurtamento
Rigidez / espasmo / contractura muscular
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ENTENDER A DOR
O terapeuta poderá perguntar ao paciente “como descreve a sua dor?”. A qualidade
da dor pode dar-nos pistas acerca da estrutura anatómica envolvida (tabela em
baixo), embora também nos possa confundir. O adjectivo utilizado pelo paciente
para descrever a sua dor pode ser de natureza emocional (ex. miserável ou
terrível), o que pode levar a uma avaliação da componente psicológica mais
detalhada.
Tipo de dor produzida pela disfunção de diferentes estruturas
Estrutura Dor
Osso Profunda, irritante, maçadora
Músculo Dor maçadora
Raiz nervosa Aguda, lancinante
Nervo Aguda, semelhante a um choque
Sistema nervoso simpático Ardor, pressão, picada, dolorosa
Componente vascular Palpitação, dor difusa
Intensidade da dor
A intensidade da dor pode ser medida através de escalas descritivas, numéricas e
visuais. Para completar a escala descritiva e numérica solicita-se ao paciente que
indique a descrição ou número que melhor descreve a intensidade da sua dor. No
que diz respeito à escala visual, pede-se ao paciente que marque, numa linha de 10
cm, o ponto que melhor representa a dor sentida. A classificação da intensidade da
dor pode ser efectuada diversas vezes ao dia, ou durante um período de
tratamento, elaborando-se um diário de dor, que poderá ser utilizado para definir
um perfil de dor, determinando-se melhor o seu comportamento e eficácia de um
tratamento.
A
Sem dor Dor ligeira Dor moderada Dor severa Dor muito severa A pior dor possível
B
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Sem dor Dor moderada A pior dor possível
C
Sem dor A pior dor possível
A – Escala descritiva; B – Escala numérica; C – Escala visual
Profundidade da dor
O terapeuta poderá perguntar ao paciente se “acha que a sua dor é profunda ou
superficial?”. A profundidade da dor pode dar uma indicação das estruturas
lesionadas. Pensa-se que os músculos produzem dor profunda (Austen 1991) e
dores de origem articular se manifestam mais superficialmente (Mooney&Robertson
1976).
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Palavras-chave associadas à condição e características dos tecidos moles
Este documento de apoio tem como objetivo auxiliar os formandos nas seguintes
tarefas pedagógicas:
1 – Tomada de decisão / estratégia terapêutica;
2 – Associação prática dos conteúdos trabalhados ao longo do curso;
3 – Na elaboração do relatório de práticas clínicas.
Pretende-se alargar o vocabulário que os formandos utilizam no preenchimento da
anamnese, do formulário SOAP e na elaboração do relatório de práticas clínicas.
Pretende-se que esta listagem de conceitos seja encarada como uma orientação
para estruturação do raciocínio clínico e que esteja em constante evolução, já que
não estão contemplados todos os termos técnicos ajustados à condição do
paciente.
Ativa (… mobilizações ativas… dor no movimento ativo…)
Aderência ( …o tecido apresenta aderências….)
Adjacentes (… nos tecidos adjacentes à articulação…)
Aguda (…dor aguda… ou condição aguda dos tecidos…)
ADM (… a articulação apresenta diminuição da amplitude de movimento…)
Alongamento (… é necessário promover um alongamento da estrutura…)
Articulação/articular (…movimento articular limitado…)
Atrofia / flacidez (existe atrofia muscular nos… os músculos apresentam-se
flácidos…)
Calor (… o paciente refere calor na região…)
Cicatriz (devido à presença de cicatriz…)
Compressão (…o nervo X pode estar sujeito a uma compressão em pinçamento…)
Crónica (…dor crónica… ou condição crónica dos tecidos…)
Desidratação (… os tecidos aparentam estar desidratados…)
Dinâmico (…gelo dinâmico sobre…)
Dor (… o paciente apresenta dor…)
Dor reflexa (… a patologia apresenta um padrão de dor reflexa/referida…)
Drenante (…movimento drenante sobre…)
Edema (…o tecido apresenta edema localizado…)
Endurecimento (os tecidos apresentam endurecimento…)
Estrutura (…é importante trabalhar as seguintes estruturas…)
Fascial (… a componente fascial…)
Fibrose/fibroplasia (… suspeitamos que a dor está associada a um foco de
fibrose…)
Finalidade (… a técnica X tem como finalidade…)
Hematoma (… o evento traumático pode ter hematoma associado pelo que…)
Hipermobilidade (… os tecidos apresentam hipermobilidade…)
Hipomobilidade (… os tecidos apresentam hipomobilidade…)
Hipermia/rubor (…o tecido apresenta hipermia…)
Hipertonicidade/hipotonicidade (… o tónus muscular está alterado…)
Incidência (… a dor apresenta maior incidência na região…)
Inflamação (…a estrutura X apresenta calor na podendo indicar possível
inflamação…)
Intensidade (… numa escala de dor de 0 a 10 o paciente refere…)
Irradia (… a sensação de dor/dormência irradia braço abaixo até ao…)
Irritabilidade (… o paciente referiu uma sensação de irritabilidade…)
Isquémia (… a temperatura dos tecidos sugere isquémia…)
Libertação (…pretende-se libertar o tecido de possíveis…)
Limitação (…os movimentos apresentam limitação evidente…)
Localizada (…dor localizada sobre…)
Maturação (… dado que a lesão já terá entrado na fase de maturação…)
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Mobilidade (…é necessário restabelecer a mobilidade da estrutura…)
Neuromuscular (… sugere-se a presença de um distúrbio neuromuscular..)
Normal (…os tecidos encontram-se numa condição normal…)
Quebradiço (… a pele apresenta-se quebradiça…)
Palpação (… depois de efetuada a palpação verificou-se que…)
Preenchimento/aquoso (… existe uma sensação de preenchimento dos tecidos…)
Realinhar (… nesta fase um dos objetivos passa por promover um
realinhamento…)
Reparo fibroblástico (… a ausência de edema reforça a presença da fase sub-
aguda)
Restabelecimento (…o tratamento visa o restabelecimento das seguintes
estruturas.)
Restrição (… verifica-se uma restrição de movimentos…)
Rigidez (…o músculo apresenta rigidez devido a…)
Sensibilidade (… a região sintomática apresenta muita sensibilidade…)
Tensão (…verifica-se a presença de tensão na região…)
Temperatura (… o lado direito apresenta nítida elevação da temperatura…)
Termos direcionais
• Anterior / posterior
• Ventral / dorsal
• Superior / inferior
• Superficial / profundo
• Lateral / medial
• Interno / externo
• Craniano / caudal
• Radial / cubital
Decúbitos
• Dorsal / posição supina
• Ventral / posição prona
• Lateral
Modalidades terapêuticas manipulativas
• Massagem com utilização de lubrificante
(deslizamento, amassamento, rolamento, fricção, percussão, compressão,
vibração)
• Pontos-gatilho
• Manobras de libertação miofascial
• Fricção transversa profunda
• Mobilizações
• Etc
Agentes físicos e naturais
• Infravermelho
• Ultra-som
• Parafina
• TENS
• Pressoterapia
• Correntes
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Cinesiologia
Flexão / extensão
Abdução / adução
Rotação interna / rotação externa
Circundução
Supinação / pronação
Flexão dorsal / flexão plantar / flexão palmar
Elevação / depressão
Anteversão / retroversão
Oponência / máxima oponência
Abdução horizontal / adução horizontal
Inversão / eversão
Inclinação à direita / inclinação à esquerda
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RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE / FINAL DA SESSÃO TERAPÊUTICA
A restauração da função normal num indivíduo requer uma ajuda terapêutica que
envolva mudança, reeducando o indivíduo em relação ao seu corpo. Normalmente a
sessão finaliza quando o técnico discute com o paciente o impacto imediato que o
tratamento teve na sua condição e possíveis efeitos colaterais associados às
técnicas utilizadas, mas não faltará ainda uma peça no puzzle da relação
terapêutica?
O nosso contacto diário com o paciente é curto, pelo que é obrigatório oferecer-lhes
ferramentas “caseiras” para que possam continuar a cuidar do seu corpo, ganhando
uma consciência corporal muitas vezes desconhecida.
Segue-se uma listagem de pequenos conselhos que se pretendem “grandes” no
impacto sobre a condição geral do paciente. O formando deverá utilizar estas
sugestões de forma equilibrada, com segurança e relacionando-as com os dados de
anamnese.
Frase de introdução
“Estando conscientes de que o tratamento efectuado não é suficiente para o
restabelecimento da função e/ou eliminação da dor, gostaríamos de lhe dar
algumas orientações que introduzam melhorias no seu estilo de vida (e
directamente sobre a sua patologia). Como técnicos ligados à saúde entendemos
que a nossa actuação não deve ficar por aqui, até porque não a/o vamos
acompanhar diariamente. Use e abuse das sugestões que lhe vamos passar.”
Tarefas relacionadas com actividades de vida diária (em casa)
- Procure não passar demasiado tempo sentado em superfícies moles (sofá);
- Procure corrigir a sua postura em tarefas comuns como lavar a loiça ou passar a
ferro (atenção às costas);
- Dependendo da sua condição procure subir diariamente algumas escadas;
- Procure despertar de forma progressiva movimentando lentamente as suas
articulações;
- Tome consciência das suas limitações mas principalmente das potencialidades do
seu corpo;
- Esteja atento/a e aponte quais as tarefas que provocam desconforto/dor;
- Descanse com os membros inferiores elevados em alguns períodos do dia;
- Certifique-se que o seu colchão e almofada são de qualidade;
- Use roupa e calçado confortável no seu dia-a-dia;
- Hidrate a sua pele depois do banho.
Tarefas relacionadas com a alimentação / hidratação
- Procure hidratar-se ao longo do dia (1,5 a 2 LT de água);
- Faça várias refeições ao longo do dia e satisfaça as necessidades do seu
organismo;
- Deixe para o início do dia as refeições mais pesadas;
- Vigie o seu peso de forma a poupar as suas articulações.
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Tarefas relacionadas com actividades ao ar livre
- Faça caminhadas antes de pensar em correr;
- Procure os ginásios de “ar livre”;
- O seu nível de cansaço normalmente serve de regulador para interromper o
exercício;
- Consulte o seu médico antes de iniciar qualquer actividade física;
- Procure aconselhamento no que diz respeito aos gestos técnicos característicos da
modalidade escolhida;
- Procure vestuário e principalmente calçado adequado à modalidade/piso;
- Compre um podómetro e faça 10.000 passos por dia;
- Procure disciplinar-se e intensificar todos os dias a sua actividade física (até
realizar pelo menos 30 minutos diários);
- Aconselhamos actividades realizadas na piscina quando se verificam fragilidades
articulares;
- Se pretende iniciar uma actividade física aconselhamos que consulte os seguintes
sites (que possuem alguma informação útil relacionada com o seu nível de condição
física e saúde);
- Nunca se esqueça de conciliar o seu passeio/exercício com a realização de
alongamentos. Estes devem ser mantidos durante 20 a 30 segundos e nunca com
insistências. Consulte o seguinte link.
- Aproveite o bom tempo para fazer caminhadas matinais na praia.
Tarefas relacionadas com a actividade laboral
- De 30 em 30 minutos realize exercícios que mobilizem mais sangue para os
tecidos e que libertem algum stresse mecânico das articulações;
- Observe o seu posto de trabalho e veja se é possível melhorar alguma variável:
posição do monitor, do teclado, altura da cadeira, costas da cadeira, etc.
- Aproveite a hora de almoço para fazer uma pequena caminhada;
- Saiba se a sua empresa possui algum serviço de ginástica laboral;
- Evite colocar pesos nos ombros e substitua por um trolley;
Sugestões de reencaminhamento
- Sugerimos que consulte o seu médico de família a fim de avaliar a pertinência de
um RX à sua coluna. Será a melhor forma de despistar em definitivo um problema
vertebral;
- Apesar de lhe termos passado algumas sugestões de reorganização postural era
importante procurar ajuda mais especializada;
- A sua condição parece-nos ter alguma gravidade. Era importante consultar
rapidamente o seu médico;
- Marque mais uma sessão na secretaria já que estamos convencidos que a nossa
intervenção pode melhorar a sua condição e queixas actuais.
- Era importante ser acompanhado diariamente bem como receber modalidades
terapêuticas que não temos à sua disposição. Aconselhe-se com o seu médico.
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IMT
17
Responsabilidades do formando que efectua o tratamento:
Check list de tarefas a realizar (coloque um visto à medida que as tarefas
vão sendo realizadas)
1 – Conhecer a identidade do paciente;
2 – Acompanhar o paciente ao local onde será preenchida a anamnese;
3 – Apresentação dos restantes elementos do grupo;
4 – Liderar o preenchimento da anamnese;
5 – Efectuar questões de finalização da anamnese para tirar algumas
dúvidas;
6 – Concluir em conjunto com o grupo e formador qual a melhor
estratégia para o paciente (pedindo ao paciente que aguarde uns
minutos). Identificar os materiais necessários:
7 – Assinar em conjunto com o paciente a anamnese;
8 – Explicar ao paciente quais as estratégias terapêuticas a realizar e
características da sessão passando ao paciente o consentimento
informado para assinar;
9 – O formando encaminha o paciente à marquesa e explica-lhe de forma
objectiva a forma como se deve instalar (utilizando a/s toalha/s);
10 – O grupo verifica a presença dos materiais necessários
11 – O formando procede à realização das modalidades terapêuticas
indicadas para o paciente;
12 – Ainda com o paciente deitado o formando pede-lhe um feedback
sucinto relativo à sua condição actual;
13 – Solicita ao paciente que se vista e aguarda por ele no local onde foi
realizada a anamnese;
14 – Organiza com o grupo um conjunto de estratégias/conselhos práticos
para o dia-a-dia e comunica estas informações ao paciente;
15 – Passa ao paciente o formulário de satisfação e o grupo despede-se
deste de forma simpática e cordial;
16 – Entrega ao formador os formulários devidamente preenchidos.
Nome do paciente: __________________________________
Data: _____________________
Formando responsável pelo tratamento: ________________________
Notas:
Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia
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18
Responsabilidades do grupo de trabalho
Check list de tarefas a realizar (coloque um visto apenas nas tarefas que
estão identificadas a negrito)
1 – Conhecer a identidade do paciente;
2 – Acompanhar o paciente ao local onde será preenchida a anamnese;
3 – Apresentação dos restantes elementos do grupo;
4 – Liderar o preenchimento da anamnese; (o grupo ajuda o
formando responsável)
5 – Efectuar questões de finalização da anamnese para tirar
algumas dúvidas; (o grupo ajuda o formando responsável)
6 – Concluir em conjunto com o grupo e formador qual a melhor
estratégia para o paciente (pedindo ao paciente que aguarde uns
minutos). Identificar os materiais necessários:
7 – Assinar em conjunto com o paciente a anamnese;
8 – Explicar ao paciente quais as estratégias terapêuticas a realizar e
passar ao paciente e passar o consentimento informado;
9 – O formando encaminha o paciente à marquesa e explica-lhe a forma
como se deve instalar (utilizando a/s toalha/s);
10 – O grupo verifica a presença dos materiais necessários
11 – O formando procede à realização das modalidades terapêuticas
indicadas para o paciente;
12 – Ainda com o paciente deitado o formando pede-lhe um feedback
sucinto relativo à sua condição actual;
13 – Solicita ao paciente que se vista e aguarda por ele no local onde foi
realizada a anamnese;
14 – Organiza com o grupo um conjunto de estratégias/conselhos
práticos para o dia-a-dia e comunica estas informações ao
paciente;
15 – Passa ao paciente o formulário de satisfação e o grupo
despede-se deste de forma simpática e cordial;
16 – Entrega ao formador os formulários devidamente preenchidos.
Nome do paciente: __________________________________
Data: _____________________
Formando responsável pelo tratamento: ________________________
Notas:
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19
ANAMNESE
Nome
Morada
Data de Nascimento DD/MM/AAAA / /
Telefone/s Móvel: / Casa:
Profissão
Indique-nos o motivo da sua visita e como podemos ajudá-lo a atingir os seus objectivos.
Sente algum dos sintomas descritos?
Dor, sensibilidade, desconforto Sim Não
Dormência, formigueiro, sensação de “choque” Sim Não
Inchaço e/ou rigidez em alguma região Sim Não
Dificuldades de locomoção e/ou limitação articular Sim Não
Alergias Sim Não
Alterações cutâneas (pele) Sim Não
Notas dos parâmetros anteriores:
Nível de stresse sentido 1 2 3 4 5
Como caracteriza a sua alimentação Muito boa Cuidada Regular Com erros Má
Que doenças, lesões ou acidentes
traumáticos teve nos últimos 5 anos?
Que condições crónicas o obrigam a receber
acompanhamento médico regular?
Que medicação toma actualmente (para que condição)?
Bodychart (o paciente deverá assinalar com um circulo a zona onde sente dor/desconforto e
respectivo nível de intensidade)
0 10
Sem dor Dor moderada A pior dor possível
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IMT
20
Declaro que forneci todas as informações médicas solicitadas e relevantes para a massagem.
Reconheço que a massagem não substitui o diagnóstico e tratamento médico. Concordo com o
tratamento que me vai ser prestado, com o seguinte objectivo:
_______________________________________________________
Assinatura do paciente: Assinatura do técnico:
Plano de tratamento
Sintomas: Localização / Intensidade /
Frequência / Duração / Início
Actividades de vida diária comprometidas
(que agravam a dor / que aliviam sintomas):
Modalidades terapêuticas recomendadas: Dosagem /
Componentes críticas / Zonas de aplicação
Resposta ao tratamento:
Objectivos a longo e curto prazo:
Exercícios terapêuticos / conselhos posturais:
Próximas sessões / Frequência / Recomendações
Assinatura do grupo:
Assinatura do formador:
Dados objectivos: Aspectos visuais /
Dados de palpação / Resultados de exames
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21
Organização da sala
- Papel de marquesa
- Toalha de apoio dobrada a meio da marquesa
- Toalha de apoio à cabeceira
- Cadeira de apoio aos pés da marquesa
- Recipiente de óleo
- Documento impresso com agenda do dia
- Dossier com anamneses já realizadas e formulários para novos pacientes
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22
RELATÓRIO TIPO
O relatório deverá ser entregue no final do tratamento e nele devem constar todos
os aspectos relevantes do contacto com o/a paciente e da sua condição actual. Os
dados mais significativos da anamnese, a relação estabelecida com o/a paciente, os
achados objectivos encontrados pelo técnico na primeira sessão, a orientação do
tratamento, as modalidades utilizadas, as alterações à estratégia inicial, a dosagem
e minutos previstos por sessão, a evolução e os resultados obtidos no final do
tratamento, são critérios chave para a concretização com sucesso desta tarefa.
Para a elaboração do relatório (que deve ser impresso), solicita-se aos formandos o
preenchimento do template em word entregue pela escola.
Nome da paciente: Maria de Lurdes Baptista
Idade: 67 anos
Profissão: Costureira
Data de início : 10 de Janeiro
Data de finalização do tratamento: 02 de Fevereiro
Paciente do sexo feminino deslocou-se ao IMT no dia 10 de Janeiro relatando dor
severa no ombro esquerdo. Tem uma alimentação regular, nível baixo de stresse e
não possui hábitos de prática de exercício físico.
No que diz respeito à percepção da sua condição geral, considera-se uma pessoa
com “boa saúde”. Associa os seus constrangimentos físicos actuais à sua profissão.
Dados subjectivos: Paciente relata dor de nível 8 (intensifica-se muitas vezes
para 10 à noite em repouso) no ombro esquerdo. Quando solicitada para indicar a
localização da dor, aponta para a parte lateral e posterior do ombro. Sente
irradiação para o braço e também para o pescoço do mesmo lado. A dor é sentida
como difusa e profunda. Afirma que qualquer movimento que implique maior
amplitude é extremamente penoso.
AVD afectadas (actividades de vida diária): Alcançar objectos nos armários,
aguentar sacos de compras em “peso morto” e segurar o neto ao colo com
segurança.
Não apresenta histórico de lesões traumáticas, doenças crónicas e toma medicação
apenas para controlar tensão arterial (elevada). Após o preenchimento da
anamnese não se encontram contra-indicações específicas.
Os exames apresentados referem uma calcificação no tendão do músculo supra-
espinhoso. Tem consulta marcada com o médico fisiatra para o dia 28 de Janeiro.
Perante o relato da paciente, e após conversa com o formador, decidiu-se pela
realização de massagem terapêutica (principalmente para avaliação dos tecidos)
em decúbito ventral dirigida principalmente à cintura escapular/ombro. Segue-se o
posicionamento da paciente em decúbito dorsal para trabalhar braço/ombro e
observar em detalhe a amplitude de movimento na articulação. Importante a
avaliação do tónus/rigidez do supra-espinhoso, palpação do tendão para avaliar
sensibilidade e recolha de informação dos músculos que compõem o manguito
rotador. Duração aproximada – 30 minutos.
Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia
IMT
23
Dados objectivos: Após a realização de técnicas de palpação e de mobilização
articular recolhemos as seguintes informações:
- Aderências pronunciadas na zona do músculo infra-espinhoso;
- Presença de conteúdo fibroso na origem do supra-espinhoso e elevador da
omoplata. Nível acentuado de dor à palpação do tendão lesionado;
- Limitação de todos os movimentos (em cerca de metade do arco de movimento);
- Ruídos articulares acentuados;
- Dor aumenta na realização dos movimentos e diminui imediatamente no retorno à
posição neutra.
- Trapézio superior com tónus elevado (esquerdo e direito);
- O lado oposto apresenta-se numa condição normal (tecidos e movimento).
Dado que a paciente tinha consulta de fisiatria marcada, o grupo apostou na
seguinte estratégia ao longo das sessões:
- Trabalho de manipulação dos tecidos centrado nas costas (privilegiando a cintura
escapular e cervical), com o objectivo de libertar aderências, normalizar tónus,
incrementar índices circulatórios, promover remoção de toxinas e baixar o nível da
dor (pelo efeito regulador da massagem).
- Após a realização da massagem, procurar melhorar amplitude de movimento
através de manobras progressivas (mobilizações) que visam obter efeito
cumulativo. Procurou-se criar um clima de confiança para que a paciente se
entregasse às mãos do técnico.
- Aconselhar a paciente para novos hábitos posturais com efeito preventivo e para
a realização de pausas ao longo do dia de trabalho (exercícios simples).
A realização de FTP foi equacionada pelo grupo mas concluiu-se que a região estava
numa condição demasiado aguda e que a consulta de fisiatria seria mais
esclarecedora do rumo terapêutico a dar à lesão. Os procedimentos principais
foram mantidos ao longo das 8 sessões para atingir efeito cumulativo. O grupo
intercalou o decúbito dorsal com o lateral de forma a atingir tecidos mais profundos
e beneficiar a mobilização articular.
Número de sessões realizadas: 8 (2 x por semana)
Técnicos envolvidos na realização das tarefas manipulativas: Maria Pereira (3
sessões), Inês Rodrigues (2 sessões) e Tiago Sousa (3 sessões).
Resultados/evolução: Ao longo do processo terapêutico pudemos constatar os
seguintes resultados:
- Empatia da paciente com o grupo e a certeza “de que estava em boas mãos”.
- Nível de dor baixou de 8 (escala numérica) para 5 ao longo do dia de trabalho.
- Paciente conseguiu educar-se para a realização de pausas ao longo dos turnos de
trabalho, conjugadas com alguns exercícios aconselhados.
- Arco de movimento melhorado na flexão/extensão e nas rotações interna/externa.
A limitação do movimento em abdução e adução ainda é muito pronunciada.
- Evolução positiva no tónus muscular dos músculos associados ao pescoço.
- A paciente ficou motivada para o início de uma prática desportiva
(preferencialmente aquática) como forma de manutenção da condição física geral e
da articulação do ombro em particular.
Todos os elementos do grupo tiveram oportunidade de colocar em prática
dinâmicas de comunicação, relação terapêutica e competências práticas,
demonstrando que é possível atingir resultados quando a preparação da sessão, as
estratégias delineadas e o acompanhamento dos resultados é feito de forma
cuidada.

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Praticas clinicas doc final

  • 1. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 1 CURSO DE MASSOTERAPIA E TÉCNICOS AUXILIARES DE FISIOTERAPIA PRÁTICAS CLÍNICAS / DOCUMENTO DE APOIO 2014
  • 2. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 2 ANAMNESE Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada por um profissional da área da saúde com um paciente. Por outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os factos importantes que se relacionam com a pessoa. Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, possui formas ou técnicas correctas de serem aplicadas. Desta forma, aproveita-se ao máximo o tempo disponível para o atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um tratamento correcto. Sabe-se hoje que a anamnese, quando bem conduzida, é responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica, libertando 10% para o exame clínico (físico) e apenas 5% para os exames laboratoriais ou complementares. Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se procuram os sinais e sintomas da doença. Questões gerais Idade A idade é uma questão pertinente, dado que algumas condições são particularmente prevalentes em certos grupos etários, no entanto, é necessário documentar estas conclusões. Profissão Este é um elemento-chave para a anamnese, particularmente para os clientes que chegam com padrões de dor ou lesões específicas de pretendem solucionar. Esta questão pode dar origem a uma revisão resumida das solicitações físicas que um trabalho pode impor a uma pessoa. O técnico não deve hesitar em tentar “expressar” (em si próprio) quaisquer movimentos repetitivos ou stressantes que o cliente descreva, na tentativa de compreender como essas actividades poderiam contribuir para a dor e disfunção. Exercício, sono e hábitos alimentares Estas descrições podem revelar como o cliente vê os seus “esforços” no que diz respeito à sua saúde. Este não é o momento de efectuar qualquer julgamento nem de fazer recomendações, é apenas uma oportunidade de acrescentar informações ao “quadro” como um todo. Descrição da saúde em geral Muitas pessoas vão descrever-se como saudáveis, no entanto algumas estão a procurar a massagem para ajudá-las a enfrentar situações físicas difíceis. A maneira como o cliente percebe a sua saúde é um elemento extremamente útil. História clínica Cirurgias e hospitalizações É conveniente dividir em dois períodos temporais (passado e presente). É útil conhecer os eventos antigos, pois podem influenciar o que está a acontecer actualmente. No entanto é muito mais importante saber o que se passou recentemente.
  • 3. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 3 Lesões e acidentes Como nas cirurgias e hospitalizações, os eventos recentes costumam ser mais pertinentes do que a história mais antiga, no entanto o quadro completo pode revelar padrões importantes. Esta questão deve gerar informações acerca de lesões no local de trabalho, lesões desportivas, acidentes de carro e quaisquer outros tipos de traumatismos que causaram dor significativa ou perda de função. Assistência e recuperação As questões de acompanhamento referentes a acidentes e lesões fornecem informações sobre a perspectiva do cliente em relação ao seu processo de cicatrização. Condições crónicas Esta questão será formulada novamente de uma forma diferente com a lista de disfunções/doenças, porém é sempre útil dar aos clientes uma nova oportunidade de colocar qualquer informação importante. Medicação As medicações para problemas cardiovasculares, pressão arterial, disfunção renal, antibióticos, analgésicos, relaxantes musculares e anti-depressivos comportam implicações para a massagem. Uma discussão sobre porque é que o cliente pode necessitar delas e como ajustar a massagem neste quadro vai manter tanto o cliente como o técnico em terreno seguro. Nota: Em geral, um medicamento é prescrito para cumprir uma das seguintes funções: • Estimular um processo do corpo • Inibir um processo do corpo • Substituir uma substância química no corpo A massagem também pode estimular, inibir e substituir funções do corpo. Quando tanto a medicação como a massagem estimulam o mesmo processo, os efeitos actuam em conjunto e o resultado pode ser uma estimulação excessiva. Se a medicação inibe um processo e a massagem inibe o mesmo processo, o resultado é de novo redobrado, mas dessa vez com inibição excessiva. Se a medicação estimula um efeito e a massagem inibe o mesmo efeito, a massagem pode ser antagonista da medicação. Embora a massagem raras vezes interaja de maneira substancial com uma medicação que substitui uma substância química do corpo, é importante estar ciente dos possíveis efeitos sinergísticos ou inibidores. Erupções cutâneas Esta é uma questão de defesa para os massoterapeutas, assim como parte importante do quadro de saúde. Se a resposta for sim, é novamente importante saber o porquê. Uma erupção cutânea pode resultar apenas numa precaução local, ou pode sugerir que o cliente precisa de ser “reprogramado” em relação à adequação da massagem.
  • 4. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 4 Lista de disfunções / doenças Esta não é de forma alguma uma lista completa de todas as patologias mas estão incluídas situações crónicas que comportam um significado especial para os massoterapeutas. À medida que se desenvolvem os formulários sobre a saúde dos pacientes, podemos ter outras condições que desejamos incluir, enquanto outras são deixadas de fora. CONSENTIMENTO INFORMADO Muitos técnicos incluem o consentimento informado nos formulários, explicando que o massoterapeuta não diagnostica as condições nem as trata clinicamente, e que é da responsabilidade do cliente procurar a assistência médica apropriada e manter o terapeuta actualizado acerca do seu estado de saúde. PLANO DE TRATAMENTO A diferença entre um massoterapeuta excepcional e outro que apenas “cumpre” a sua função é a intenção. Os bons técnicos sabem sempre o é que estão a fazer e, apesar dos objectivos e métodos mudarem, a consciência de devem sempre adequar o tratamento às necessidades do paciente, deve estar sempre presente. Os planos de tratamento são instrumentos importantes para terapeutas e clientes. Eles proporcionam uma base para comparações do “antes e depois” e lembretes das intenções para o trabalho futuro. Até mesmo os clientes que estão à procura da massagem apenas como um tratamento momentâneo podem ser beneficiados pelo esclarecimento dos objectivos que um plano de tratamento pode oferecer. Uma figura visual (Body Chart) em que o cliente possa marcar os pontos de dor constitui um guia visual útil que dará suporte ao conhecimento empírico do terapeuta. Recomenda-se que o cliente marque a figura com números de 1 a 10, indicando a intensidade da dor nas diversas áreas. As áreas com disfunção podem mudar, deslocar-se ou até mesmo desaparecer. Os objectivos do tratamento também podem mudar à medida que se estabiliza a disfunção. Alguns massoterapeutas utilizam um formato “SOAP” padronizado para acompanhar a informação do cliente. Este formato pode ser usado a cada sessão, ou actualizado, conforme necessário. Este formulário contém os seguintes itens: Achados subjectivos: O que o cliente relata – o que dói, onde, quando e em que circunstâncias. Achados objectivos: O que o terapeuta encontra – existem áreas diferentes daquelas descritas pelo cliente como dolorosas? O tecido apresenta qualidades variáveis de elasticidade e de resistência em áreas diferentes? Existem locais quentes? Áreas frias? Amplitude de movimento limitada? Avaliação: Representa a interpretação do que foi encontrado pelo terapeuta. Não se trata de um diagnóstico, mas apenas de uma compilação da informação para permitir uma boa compreensão dos sintomas. Plano: É a estratégia que o cliente e o terapeuta utilizarão em conjunto para alcançar os seus objectivos. Ele pode ser tão simples como uma “massagem sueca de relaxamento muscular, melhoria circulatória ou alívio de dor na região lombar” ou complexa como “fricção transversa nas inserções tendinosas dos isquiotibiais e exercícios de amplitude de movimento, seguindo-se aplicação de gelo de forma a actuar sobre uma tendinite crónica.
  • 5. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 5 O valor terapêutico da massagem estende-se além do “relaxamento”, embora este produza uma série de benefícios. A maior parte das manobras de massagem tem como efeitos terapêuticos adicionais o alívio da tensão muscular e a melhoria da circulação. Entretanto, algumas técnicas são chamadas de "aplicadas" porque são usadas para atingir um efeito específico, por exemplo para melhorar a drenagem linfática ou estimular o cólon. A utilização da massagem é determinada pela condição que está a ser tratada, sendo a massagem aplicada não para curar um distúrbio, mas para tratar alguns dos seus sintomas. Noutros casos a massagem é contra-indicada, devido à natureza da patologia envolvida. Não existe uma rotina rígida para o tratamento através da massagem, nem uma frequência em que cada manobra deva ser executada. A massagem terapêutica ou aplicada é por norma segmentar e não uma massagem de corpo inteiro. O tratamento passa apenas por uma a duas regiões (ex. abdómen e costas). A massagem nunca deve ser executada numa perspectiva de "receita". Um tratamento não consiste em três manobras de deslizamento em determinada direcção, seguidos de três manobras de deslizamento noutra direcção.
  • 6. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 6 INTERPRETAÇÃO DE DADOS Após o preenchimento da anamnese, o grupo deve tomar algumas decisões (em conjunto com o formador) relativas às estratégias de tratamento. O objectivo do técnico passa por empregar as modalidades terapêuticas ideais para criar um ambiente favorável à cicatrização, enquanto minimiza os sintomas associados ao trauma ou condição do paciente. Algumas variáveis assumem grande importância: • Que tecidos estão lesionados/afectados? • Que sintomas estão presentes? • É possível determinar em que fase do processo de cicatrização o paciente se encontra? • Quais os principais constrangimentos apresentados pelo paciente? Dor Amplitude de movimento diminuída Sensibilidade alterada Actividades de vida diária afectadas (AVD) … • Quais são os principais efeitos biofísicos da principal modalidade terapêutica escolhida (directos, indirectos, profundidade, etc)? • Quais são os parâmetros de aplicação, dosagem, duração e frequência da modalidade terapêutica escolhida? • Que outras modalidades poderiam ser utilizadas para tratar essa lesão ou condição? Porquê? Uma das zonas que mais frequentemente entra em disfunção é a região cervical (com forte ligação às questões posturais relacionadas com o trabalho). Após o preenchimento da anamnese, o técnico executa técnicas de palpação com o objectivo de criar uma “impressão” geral da condição do paciente. Seguem dois exemplos que poderiam ser passados para a ficha de anamnese e relatório final. Na simplicidade pode estar a chave para uma tomada de decisão que respeite a nossa abrangência prática. Texto 1 Os sintomas eram coerentes com a dor de origem miofascial associada ao stresse laboral e à fadiga dos músculos posturais. Texto 2 “Pescoço ocupacional”. Espasmo muscular do trapézio superior e do esternocleidomastoideu.
  • 7. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 7 HABILIDADES DE PALPAÇÃO A capacidade do técnico para localizar e identificar zonas disfuncionais somáticas, está directamente ligado às suas competências de palpação. “A arte de palpação requer disciplina, tempo, paciência e prática. Para se mostrarem mais importantes, os achados que resultam da palpação devem ser correlacionados com o conhecimento de anatomia funcional, fisiologia e fisiopatologia. A palpação com as ferramentas certas deve avaliar: temperatura, textura, humidade à superfície, elasticidade, edema, tensão no tecido, espessura, forma, irritabilidade, amplitude de movimento, etc.” Para atingir este patamar de “reconhecimento sensorial”, é necessário ensinar os dedos a sentir, pensar, ver e saber. Sente-se por meio da palpação dos dedos sobre o corpo do paciente. Vêem-se as estruturas sob os dedos por meio de uma imagem visual construída pela anatomia. Pensa-se o que é uma condição normal e desordenada e sabe-se com a experiência adquirida, que aquilo que se sente é real e sustentado pelo conhecimento. Tocar outro ser humano é um acto de dar e receber informações. Transmitimos não só a nossa competência, mas também a nossa sensibilidade. O tacto é um poderoso instrumento de avaliação e as nossas mãos recebem informações a respeito da condição do paciente. É importante que o técnico quer transmitir segurança ao cliente do ponto de vista físico e emocional. Características do tecido mole que o terapeuta pode sentir 1 - Conteúdo hídrico – O tecido saudável é bem hidratado e não se sente inchaço nem “infiltração”. 2 - Conteúdo fibroso – O tecido mole saudável mostra-se elástico e flexível, em parte devido à densidade de fibras. Uma quantidade muito pequena de fibras indica que o tecido está atrofiado; uma sensação evidente de conteúdo fibroso indica aderência ou cicatrização. 3 - Temperatura – O calor é uma indicação de uma potencial inflamação. Categorias sensitivas do tecido mole com base na palpação Com base nas três características que o tecido pode apresentar, quatro categorias podem ser usadas para se diferenciarem condições agudas ou crónicas: 1 - Normal – O tecido mole mostra-se flexível, homogéneo, relaxado e hidratado sem ser aquoso. 2 - Crónica – O tecido mole parece fibroso, seco (desidratado), espesso, rígido e tenso. 3 - Agudo – O tecido mole parece aquoso (com edema) e quente. 4 - Atrofia – O tecido parece mole e flácido devido a uma perda do tónus.
  • 8. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 8 Avaliação da gravidade da lesão por meio da palpação: Pressionar coloca o tecido sob tensão. Normalmente, não existe dor quando pressionamos os tecidos moles. 1 - Aguda – O paciente sente dor com pressão suave. 2 - Subaguda – O paciente sente dor mas ela não é tão pronunciada como na condição anterior. 3 - Crónica – Existe dor associada tal como na condição aguda mas assume outras características e o edema não é tão evidente. A partir destes conceitos, podemos ampliar os efeitos benéficos do tratamento pela massagem, intervindo em algumas destas áreas: 1 – Restauração do equilíbrio e do tónus muscular; 2 – Restauração o estado normal dos tecidos muscular e conjuntivo; 3 – Optimização da drenagem de fluídos nas áreas submetidas à força da gravidade ou má postura prolongada. É muito útil registar os resultados da palpação num body chart e/ou num mapa de palpação. Durante a palpação de tecidos moles e esqueléticos, os seguintes aspectos deverão ser avaliados: • Temperatura da área (um aumento de temperatura é indicativo de inflamação local); • Sudação cutânea localizada (indicativa de alterações ao nível do sistema nervoso autónomo); • Presença de edema e derrame; • Mobilidade e alterações sensitivas ao palpar tecidos moles, ex: gânglios, nódulos; • Presença de espasmo muscular; • Sensibilidade na palpação de estruturas ósseas, ligamentos, músculos, tendões, bainhas tendinosas, triggerpoints ou nervos; • Alterações nas proeminências ósseas; • Derrame articular ou edema de um membro cuja medição pode ser efectuada utilizando-se uma fita métrica e comparando-se o lado esquerdo e direito; • Dor que aumenta ao toque ou redução através da técnicas de palpação; Dicas sobre palpação • Palpar primeiro o lado não afectado e compará-lo com o lado afectado; • Palpar de superficial para profundo; • Utilizar apenas a força necessária para poder sentir – a utilização de força excessiva poderá reduzir essa capacidade; • Nunca assumir que uma área relevante não necessita de ser palpada; É importante que o massoterapeuta não se esqueça das três premissas que devem orientar o seu trabalho: 1 - O indivíduo é um organismo global: tudo está interligado e relacionado. 2 - O tecido muscular encurtado não funciona correctamente, inviabilizando a sua característica principal (contracção) para além de se criar resistência ao alongamento. 3 - Os tecidos moles reagem ao toque.
  • 9. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 9 Pressão utilizada sobre os tecidos Assistimos a uma grande evolução na massagem. Desvia-se o foco da forma de trabalho corporal (Massagem sueca, Reflexologia, Massagem dos tecidos profundos /Deep Tissue, Amna, LomiLomi, etc) para os resultados através da terapia manual. As respostas fisiológicas do corpo à massagem não são específicas da modalidade mas das qualidades do toque (componentes críticas). Talvez a componente crítica mais importante e “polémica” seja a pressão. Existem abordagens diferenciadas sobre o nível de pressão a utilizar para avaliação e tratamento. Podemos observar as seguintes escalas de pressão: Nível de superfície Este é o primeiro contacto, moldando o contorno da estrutura, não é uma pressão real. Representa um toque, sem pressão, utilizado para iniciar o tratamento e aperfeiçoar as habilidades de palpação. Nível de trabalho Este nível é aquele no qual a maioria dos procedimentos manipulativos se inicia. Neste patamar, o terapeuta podem sentir uma contra-resistência flexível à força aplicada. O contacto é um toque não invasivo e naturalmente em zonas de conforto. Aqui o técnico vai encontrar controlo máximo sobre os tecidos. Nível de rejeição Este nível é alcançado quando a resistência do tecido é vencida, relatando-se desconforto/dor. Surge rejeição em diferentes áreas e níveis de pressão. Exemplos práticos 1. Nível de superfície – Na intervenção sobre a pele. 2. Nível de trabalho – Na palpação de pontos-gatilho. 3. Nível de rejeição – No teste de resposta à dor e no tratamento de PG.
  • 10. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 10 Os erros mais comuns nas técnicas de palpação e massagem a)Baixo nível de concentração/intenção; b)Demasiada pressão… demasiada rapidez (ultrapassando rapidamente a barreira de resistência dos tecidos); c)Demasiados movimentos - “mãos nervosas”; d)Habilidade limitada para distinguir diferentes tipos de tecidos (músculos, ligamentos, tendões, cápsulas articulares, vísceras, etc.); e)Dificuldade na identificação e tratamento de músculos com espasmo/contractura, restrições fasciais, tendões/ligamentos com fibrose, tecidos com edema; f)Falha na “sintonização” com a respiração do cliente (resistindo à inspiração... descansando na expiração); g)Má postura corporal bloqueando energia através dos membros inferiores; h)Aplicação inadequada dos dedos e punho… o terapeuta deve “ancorar” o tecido e a fáscia e relaxar os punhos (e o corpo em geral); i)Escolher a ferramenta corporal errada para a manipulação dos tecidos (utilizar em demasia os dedos quando uma ferramenta mais abrangente, como o cotovelo, punho, antebraço, pode produzir menos desgaste para o técnico). Sinalização de achados objectivos e subjectivos (legenda) De forma a melhorar a qualidade da anamnese e para que os parâmetros de palpação sejam uniformizados, sugere-se aos formandos a utilização das seguintes referências que ilustram determinada condição dos tecidos. Dor Inflamação Ponto gatilho Aderência Dormência / Choque Conteúdo fibroso Edema Desvio / Elevação Alteração do tónus Encurtamento Rigidez / espasmo / contractura muscular
  • 11. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 11 ENTENDER A DOR O terapeuta poderá perguntar ao paciente “como descreve a sua dor?”. A qualidade da dor pode dar-nos pistas acerca da estrutura anatómica envolvida (tabela em baixo), embora também nos possa confundir. O adjectivo utilizado pelo paciente para descrever a sua dor pode ser de natureza emocional (ex. miserável ou terrível), o que pode levar a uma avaliação da componente psicológica mais detalhada. Tipo de dor produzida pela disfunção de diferentes estruturas Estrutura Dor Osso Profunda, irritante, maçadora Músculo Dor maçadora Raiz nervosa Aguda, lancinante Nervo Aguda, semelhante a um choque Sistema nervoso simpático Ardor, pressão, picada, dolorosa Componente vascular Palpitação, dor difusa Intensidade da dor A intensidade da dor pode ser medida através de escalas descritivas, numéricas e visuais. Para completar a escala descritiva e numérica solicita-se ao paciente que indique a descrição ou número que melhor descreve a intensidade da sua dor. No que diz respeito à escala visual, pede-se ao paciente que marque, numa linha de 10 cm, o ponto que melhor representa a dor sentida. A classificação da intensidade da dor pode ser efectuada diversas vezes ao dia, ou durante um período de tratamento, elaborando-se um diário de dor, que poderá ser utilizado para definir um perfil de dor, determinando-se melhor o seu comportamento e eficácia de um tratamento. A Sem dor Dor ligeira Dor moderada Dor severa Dor muito severa A pior dor possível B 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sem dor Dor moderada A pior dor possível C Sem dor A pior dor possível A – Escala descritiva; B – Escala numérica; C – Escala visual Profundidade da dor O terapeuta poderá perguntar ao paciente se “acha que a sua dor é profunda ou superficial?”. A profundidade da dor pode dar uma indicação das estruturas lesionadas. Pensa-se que os músculos produzem dor profunda (Austen 1991) e dores de origem articular se manifestam mais superficialmente (Mooney&Robertson 1976).
  • 12. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 12 Palavras-chave associadas à condição e características dos tecidos moles Este documento de apoio tem como objetivo auxiliar os formandos nas seguintes tarefas pedagógicas: 1 – Tomada de decisão / estratégia terapêutica; 2 – Associação prática dos conteúdos trabalhados ao longo do curso; 3 – Na elaboração do relatório de práticas clínicas. Pretende-se alargar o vocabulário que os formandos utilizam no preenchimento da anamnese, do formulário SOAP e na elaboração do relatório de práticas clínicas. Pretende-se que esta listagem de conceitos seja encarada como uma orientação para estruturação do raciocínio clínico e que esteja em constante evolução, já que não estão contemplados todos os termos técnicos ajustados à condição do paciente. Ativa (… mobilizações ativas… dor no movimento ativo…) Aderência ( …o tecido apresenta aderências….) Adjacentes (… nos tecidos adjacentes à articulação…) Aguda (…dor aguda… ou condição aguda dos tecidos…) ADM (… a articulação apresenta diminuição da amplitude de movimento…) Alongamento (… é necessário promover um alongamento da estrutura…) Articulação/articular (…movimento articular limitado…) Atrofia / flacidez (existe atrofia muscular nos… os músculos apresentam-se flácidos…) Calor (… o paciente refere calor na região…) Cicatriz (devido à presença de cicatriz…) Compressão (…o nervo X pode estar sujeito a uma compressão em pinçamento…) Crónica (…dor crónica… ou condição crónica dos tecidos…) Desidratação (… os tecidos aparentam estar desidratados…) Dinâmico (…gelo dinâmico sobre…) Dor (… o paciente apresenta dor…) Dor reflexa (… a patologia apresenta um padrão de dor reflexa/referida…) Drenante (…movimento drenante sobre…) Edema (…o tecido apresenta edema localizado…) Endurecimento (os tecidos apresentam endurecimento…) Estrutura (…é importante trabalhar as seguintes estruturas…) Fascial (… a componente fascial…) Fibrose/fibroplasia (… suspeitamos que a dor está associada a um foco de fibrose…) Finalidade (… a técnica X tem como finalidade…) Hematoma (… o evento traumático pode ter hematoma associado pelo que…) Hipermobilidade (… os tecidos apresentam hipermobilidade…) Hipomobilidade (… os tecidos apresentam hipomobilidade…) Hipermia/rubor (…o tecido apresenta hipermia…) Hipertonicidade/hipotonicidade (… o tónus muscular está alterado…) Incidência (… a dor apresenta maior incidência na região…) Inflamação (…a estrutura X apresenta calor na podendo indicar possível inflamação…) Intensidade (… numa escala de dor de 0 a 10 o paciente refere…) Irradia (… a sensação de dor/dormência irradia braço abaixo até ao…) Irritabilidade (… o paciente referiu uma sensação de irritabilidade…) Isquémia (… a temperatura dos tecidos sugere isquémia…) Libertação (…pretende-se libertar o tecido de possíveis…) Limitação (…os movimentos apresentam limitação evidente…) Localizada (…dor localizada sobre…) Maturação (… dado que a lesão já terá entrado na fase de maturação…)
  • 13. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 13 Mobilidade (…é necessário restabelecer a mobilidade da estrutura…) Neuromuscular (… sugere-se a presença de um distúrbio neuromuscular..) Normal (…os tecidos encontram-se numa condição normal…) Quebradiço (… a pele apresenta-se quebradiça…) Palpação (… depois de efetuada a palpação verificou-se que…) Preenchimento/aquoso (… existe uma sensação de preenchimento dos tecidos…) Realinhar (… nesta fase um dos objetivos passa por promover um realinhamento…) Reparo fibroblástico (… a ausência de edema reforça a presença da fase sub- aguda) Restabelecimento (…o tratamento visa o restabelecimento das seguintes estruturas.) Restrição (… verifica-se uma restrição de movimentos…) Rigidez (…o músculo apresenta rigidez devido a…) Sensibilidade (… a região sintomática apresenta muita sensibilidade…) Tensão (…verifica-se a presença de tensão na região…) Temperatura (… o lado direito apresenta nítida elevação da temperatura…) Termos direcionais • Anterior / posterior • Ventral / dorsal • Superior / inferior • Superficial / profundo • Lateral / medial • Interno / externo • Craniano / caudal • Radial / cubital Decúbitos • Dorsal / posição supina • Ventral / posição prona • Lateral Modalidades terapêuticas manipulativas • Massagem com utilização de lubrificante (deslizamento, amassamento, rolamento, fricção, percussão, compressão, vibração) • Pontos-gatilho • Manobras de libertação miofascial • Fricção transversa profunda • Mobilizações • Etc Agentes físicos e naturais • Infravermelho • Ultra-som • Parafina • TENS • Pressoterapia • Correntes
  • 14. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 14 Cinesiologia Flexão / extensão Abdução / adução Rotação interna / rotação externa Circundução Supinação / pronação Flexão dorsal / flexão plantar / flexão palmar Elevação / depressão Anteversão / retroversão Oponência / máxima oponência Abdução horizontal / adução horizontal Inversão / eversão Inclinação à direita / inclinação à esquerda
  • 15. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 15 RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE / FINAL DA SESSÃO TERAPÊUTICA A restauração da função normal num indivíduo requer uma ajuda terapêutica que envolva mudança, reeducando o indivíduo em relação ao seu corpo. Normalmente a sessão finaliza quando o técnico discute com o paciente o impacto imediato que o tratamento teve na sua condição e possíveis efeitos colaterais associados às técnicas utilizadas, mas não faltará ainda uma peça no puzzle da relação terapêutica? O nosso contacto diário com o paciente é curto, pelo que é obrigatório oferecer-lhes ferramentas “caseiras” para que possam continuar a cuidar do seu corpo, ganhando uma consciência corporal muitas vezes desconhecida. Segue-se uma listagem de pequenos conselhos que se pretendem “grandes” no impacto sobre a condição geral do paciente. O formando deverá utilizar estas sugestões de forma equilibrada, com segurança e relacionando-as com os dados de anamnese. Frase de introdução “Estando conscientes de que o tratamento efectuado não é suficiente para o restabelecimento da função e/ou eliminação da dor, gostaríamos de lhe dar algumas orientações que introduzam melhorias no seu estilo de vida (e directamente sobre a sua patologia). Como técnicos ligados à saúde entendemos que a nossa actuação não deve ficar por aqui, até porque não a/o vamos acompanhar diariamente. Use e abuse das sugestões que lhe vamos passar.” Tarefas relacionadas com actividades de vida diária (em casa) - Procure não passar demasiado tempo sentado em superfícies moles (sofá); - Procure corrigir a sua postura em tarefas comuns como lavar a loiça ou passar a ferro (atenção às costas); - Dependendo da sua condição procure subir diariamente algumas escadas; - Procure despertar de forma progressiva movimentando lentamente as suas articulações; - Tome consciência das suas limitações mas principalmente das potencialidades do seu corpo; - Esteja atento/a e aponte quais as tarefas que provocam desconforto/dor; - Descanse com os membros inferiores elevados em alguns períodos do dia; - Certifique-se que o seu colchão e almofada são de qualidade; - Use roupa e calçado confortável no seu dia-a-dia; - Hidrate a sua pele depois do banho. Tarefas relacionadas com a alimentação / hidratação - Procure hidratar-se ao longo do dia (1,5 a 2 LT de água); - Faça várias refeições ao longo do dia e satisfaça as necessidades do seu organismo; - Deixe para o início do dia as refeições mais pesadas; - Vigie o seu peso de forma a poupar as suas articulações.
  • 16. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 16 Tarefas relacionadas com actividades ao ar livre - Faça caminhadas antes de pensar em correr; - Procure os ginásios de “ar livre”; - O seu nível de cansaço normalmente serve de regulador para interromper o exercício; - Consulte o seu médico antes de iniciar qualquer actividade física; - Procure aconselhamento no que diz respeito aos gestos técnicos característicos da modalidade escolhida; - Procure vestuário e principalmente calçado adequado à modalidade/piso; - Compre um podómetro e faça 10.000 passos por dia; - Procure disciplinar-se e intensificar todos os dias a sua actividade física (até realizar pelo menos 30 minutos diários); - Aconselhamos actividades realizadas na piscina quando se verificam fragilidades articulares; - Se pretende iniciar uma actividade física aconselhamos que consulte os seguintes sites (que possuem alguma informação útil relacionada com o seu nível de condição física e saúde); - Nunca se esqueça de conciliar o seu passeio/exercício com a realização de alongamentos. Estes devem ser mantidos durante 20 a 30 segundos e nunca com insistências. Consulte o seguinte link. - Aproveite o bom tempo para fazer caminhadas matinais na praia. Tarefas relacionadas com a actividade laboral - De 30 em 30 minutos realize exercícios que mobilizem mais sangue para os tecidos e que libertem algum stresse mecânico das articulações; - Observe o seu posto de trabalho e veja se é possível melhorar alguma variável: posição do monitor, do teclado, altura da cadeira, costas da cadeira, etc. - Aproveite a hora de almoço para fazer uma pequena caminhada; - Saiba se a sua empresa possui algum serviço de ginástica laboral; - Evite colocar pesos nos ombros e substitua por um trolley; Sugestões de reencaminhamento - Sugerimos que consulte o seu médico de família a fim de avaliar a pertinência de um RX à sua coluna. Será a melhor forma de despistar em definitivo um problema vertebral; - Apesar de lhe termos passado algumas sugestões de reorganização postural era importante procurar ajuda mais especializada; - A sua condição parece-nos ter alguma gravidade. Era importante consultar rapidamente o seu médico; - Marque mais uma sessão na secretaria já que estamos convencidos que a nossa intervenção pode melhorar a sua condição e queixas actuais. - Era importante ser acompanhado diariamente bem como receber modalidades terapêuticas que não temos à sua disposição. Aconselhe-se com o seu médico.
  • 17. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 17 Responsabilidades do formando que efectua o tratamento: Check list de tarefas a realizar (coloque um visto à medida que as tarefas vão sendo realizadas) 1 – Conhecer a identidade do paciente; 2 – Acompanhar o paciente ao local onde será preenchida a anamnese; 3 – Apresentação dos restantes elementos do grupo; 4 – Liderar o preenchimento da anamnese; 5 – Efectuar questões de finalização da anamnese para tirar algumas dúvidas; 6 – Concluir em conjunto com o grupo e formador qual a melhor estratégia para o paciente (pedindo ao paciente que aguarde uns minutos). Identificar os materiais necessários: 7 – Assinar em conjunto com o paciente a anamnese; 8 – Explicar ao paciente quais as estratégias terapêuticas a realizar e características da sessão passando ao paciente o consentimento informado para assinar; 9 – O formando encaminha o paciente à marquesa e explica-lhe de forma objectiva a forma como se deve instalar (utilizando a/s toalha/s); 10 – O grupo verifica a presença dos materiais necessários 11 – O formando procede à realização das modalidades terapêuticas indicadas para o paciente; 12 – Ainda com o paciente deitado o formando pede-lhe um feedback sucinto relativo à sua condição actual; 13 – Solicita ao paciente que se vista e aguarda por ele no local onde foi realizada a anamnese; 14 – Organiza com o grupo um conjunto de estratégias/conselhos práticos para o dia-a-dia e comunica estas informações ao paciente; 15 – Passa ao paciente o formulário de satisfação e o grupo despede-se deste de forma simpática e cordial; 16 – Entrega ao formador os formulários devidamente preenchidos. Nome do paciente: __________________________________ Data: _____________________ Formando responsável pelo tratamento: ________________________ Notas:
  • 18. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 18 Responsabilidades do grupo de trabalho Check list de tarefas a realizar (coloque um visto apenas nas tarefas que estão identificadas a negrito) 1 – Conhecer a identidade do paciente; 2 – Acompanhar o paciente ao local onde será preenchida a anamnese; 3 – Apresentação dos restantes elementos do grupo; 4 – Liderar o preenchimento da anamnese; (o grupo ajuda o formando responsável) 5 – Efectuar questões de finalização da anamnese para tirar algumas dúvidas; (o grupo ajuda o formando responsável) 6 – Concluir em conjunto com o grupo e formador qual a melhor estratégia para o paciente (pedindo ao paciente que aguarde uns minutos). Identificar os materiais necessários: 7 – Assinar em conjunto com o paciente a anamnese; 8 – Explicar ao paciente quais as estratégias terapêuticas a realizar e passar ao paciente e passar o consentimento informado; 9 – O formando encaminha o paciente à marquesa e explica-lhe a forma como se deve instalar (utilizando a/s toalha/s); 10 – O grupo verifica a presença dos materiais necessários 11 – O formando procede à realização das modalidades terapêuticas indicadas para o paciente; 12 – Ainda com o paciente deitado o formando pede-lhe um feedback sucinto relativo à sua condição actual; 13 – Solicita ao paciente que se vista e aguarda por ele no local onde foi realizada a anamnese; 14 – Organiza com o grupo um conjunto de estratégias/conselhos práticos para o dia-a-dia e comunica estas informações ao paciente; 15 – Passa ao paciente o formulário de satisfação e o grupo despede-se deste de forma simpática e cordial; 16 – Entrega ao formador os formulários devidamente preenchidos. Nome do paciente: __________________________________ Data: _____________________ Formando responsável pelo tratamento: ________________________ Notas:
  • 19. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 19 ANAMNESE Nome Morada Data de Nascimento DD/MM/AAAA / / Telefone/s Móvel: / Casa: Profissão Indique-nos o motivo da sua visita e como podemos ajudá-lo a atingir os seus objectivos. Sente algum dos sintomas descritos? Dor, sensibilidade, desconforto Sim Não Dormência, formigueiro, sensação de “choque” Sim Não Inchaço e/ou rigidez em alguma região Sim Não Dificuldades de locomoção e/ou limitação articular Sim Não Alergias Sim Não Alterações cutâneas (pele) Sim Não Notas dos parâmetros anteriores: Nível de stresse sentido 1 2 3 4 5 Como caracteriza a sua alimentação Muito boa Cuidada Regular Com erros Má Que doenças, lesões ou acidentes traumáticos teve nos últimos 5 anos? Que condições crónicas o obrigam a receber acompanhamento médico regular? Que medicação toma actualmente (para que condição)? Bodychart (o paciente deverá assinalar com um circulo a zona onde sente dor/desconforto e respectivo nível de intensidade) 0 10 Sem dor Dor moderada A pior dor possível
  • 20. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 20 Declaro que forneci todas as informações médicas solicitadas e relevantes para a massagem. Reconheço que a massagem não substitui o diagnóstico e tratamento médico. Concordo com o tratamento que me vai ser prestado, com o seguinte objectivo: _______________________________________________________ Assinatura do paciente: Assinatura do técnico: Plano de tratamento Sintomas: Localização / Intensidade / Frequência / Duração / Início Actividades de vida diária comprometidas (que agravam a dor / que aliviam sintomas): Modalidades terapêuticas recomendadas: Dosagem / Componentes críticas / Zonas de aplicação Resposta ao tratamento: Objectivos a longo e curto prazo: Exercícios terapêuticos / conselhos posturais: Próximas sessões / Frequência / Recomendações Assinatura do grupo: Assinatura do formador: Dados objectivos: Aspectos visuais / Dados de palpação / Resultados de exames
  • 21. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 21 Organização da sala - Papel de marquesa - Toalha de apoio dobrada a meio da marquesa - Toalha de apoio à cabeceira - Cadeira de apoio aos pés da marquesa - Recipiente de óleo - Documento impresso com agenda do dia - Dossier com anamneses já realizadas e formulários para novos pacientes
  • 22. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 22 RELATÓRIO TIPO O relatório deverá ser entregue no final do tratamento e nele devem constar todos os aspectos relevantes do contacto com o/a paciente e da sua condição actual. Os dados mais significativos da anamnese, a relação estabelecida com o/a paciente, os achados objectivos encontrados pelo técnico na primeira sessão, a orientação do tratamento, as modalidades utilizadas, as alterações à estratégia inicial, a dosagem e minutos previstos por sessão, a evolução e os resultados obtidos no final do tratamento, são critérios chave para a concretização com sucesso desta tarefa. Para a elaboração do relatório (que deve ser impresso), solicita-se aos formandos o preenchimento do template em word entregue pela escola. Nome da paciente: Maria de Lurdes Baptista Idade: 67 anos Profissão: Costureira Data de início : 10 de Janeiro Data de finalização do tratamento: 02 de Fevereiro Paciente do sexo feminino deslocou-se ao IMT no dia 10 de Janeiro relatando dor severa no ombro esquerdo. Tem uma alimentação regular, nível baixo de stresse e não possui hábitos de prática de exercício físico. No que diz respeito à percepção da sua condição geral, considera-se uma pessoa com “boa saúde”. Associa os seus constrangimentos físicos actuais à sua profissão. Dados subjectivos: Paciente relata dor de nível 8 (intensifica-se muitas vezes para 10 à noite em repouso) no ombro esquerdo. Quando solicitada para indicar a localização da dor, aponta para a parte lateral e posterior do ombro. Sente irradiação para o braço e também para o pescoço do mesmo lado. A dor é sentida como difusa e profunda. Afirma que qualquer movimento que implique maior amplitude é extremamente penoso. AVD afectadas (actividades de vida diária): Alcançar objectos nos armários, aguentar sacos de compras em “peso morto” e segurar o neto ao colo com segurança. Não apresenta histórico de lesões traumáticas, doenças crónicas e toma medicação apenas para controlar tensão arterial (elevada). Após o preenchimento da anamnese não se encontram contra-indicações específicas. Os exames apresentados referem uma calcificação no tendão do músculo supra- espinhoso. Tem consulta marcada com o médico fisiatra para o dia 28 de Janeiro. Perante o relato da paciente, e após conversa com o formador, decidiu-se pela realização de massagem terapêutica (principalmente para avaliação dos tecidos) em decúbito ventral dirigida principalmente à cintura escapular/ombro. Segue-se o posicionamento da paciente em decúbito dorsal para trabalhar braço/ombro e observar em detalhe a amplitude de movimento na articulação. Importante a avaliação do tónus/rigidez do supra-espinhoso, palpação do tendão para avaliar sensibilidade e recolha de informação dos músculos que compõem o manguito rotador. Duração aproximada – 30 minutos.
  • 23. Curso de Massoterapia e Técnicos auxiliares de fisioterapia IMT 23 Dados objectivos: Após a realização de técnicas de palpação e de mobilização articular recolhemos as seguintes informações: - Aderências pronunciadas na zona do músculo infra-espinhoso; - Presença de conteúdo fibroso na origem do supra-espinhoso e elevador da omoplata. Nível acentuado de dor à palpação do tendão lesionado; - Limitação de todos os movimentos (em cerca de metade do arco de movimento); - Ruídos articulares acentuados; - Dor aumenta na realização dos movimentos e diminui imediatamente no retorno à posição neutra. - Trapézio superior com tónus elevado (esquerdo e direito); - O lado oposto apresenta-se numa condição normal (tecidos e movimento). Dado que a paciente tinha consulta de fisiatria marcada, o grupo apostou na seguinte estratégia ao longo das sessões: - Trabalho de manipulação dos tecidos centrado nas costas (privilegiando a cintura escapular e cervical), com o objectivo de libertar aderências, normalizar tónus, incrementar índices circulatórios, promover remoção de toxinas e baixar o nível da dor (pelo efeito regulador da massagem). - Após a realização da massagem, procurar melhorar amplitude de movimento através de manobras progressivas (mobilizações) que visam obter efeito cumulativo. Procurou-se criar um clima de confiança para que a paciente se entregasse às mãos do técnico. - Aconselhar a paciente para novos hábitos posturais com efeito preventivo e para a realização de pausas ao longo do dia de trabalho (exercícios simples). A realização de FTP foi equacionada pelo grupo mas concluiu-se que a região estava numa condição demasiado aguda e que a consulta de fisiatria seria mais esclarecedora do rumo terapêutico a dar à lesão. Os procedimentos principais foram mantidos ao longo das 8 sessões para atingir efeito cumulativo. O grupo intercalou o decúbito dorsal com o lateral de forma a atingir tecidos mais profundos e beneficiar a mobilização articular. Número de sessões realizadas: 8 (2 x por semana) Técnicos envolvidos na realização das tarefas manipulativas: Maria Pereira (3 sessões), Inês Rodrigues (2 sessões) e Tiago Sousa (3 sessões). Resultados/evolução: Ao longo do processo terapêutico pudemos constatar os seguintes resultados: - Empatia da paciente com o grupo e a certeza “de que estava em boas mãos”. - Nível de dor baixou de 8 (escala numérica) para 5 ao longo do dia de trabalho. - Paciente conseguiu educar-se para a realização de pausas ao longo dos turnos de trabalho, conjugadas com alguns exercícios aconselhados. - Arco de movimento melhorado na flexão/extensão e nas rotações interna/externa. A limitação do movimento em abdução e adução ainda é muito pronunciada. - Evolução positiva no tónus muscular dos músculos associados ao pescoço. - A paciente ficou motivada para o início de uma prática desportiva (preferencialmente aquática) como forma de manutenção da condição física geral e da articulação do ombro em particular. Todos os elementos do grupo tiveram oportunidade de colocar em prática dinâmicas de comunicação, relação terapêutica e competências práticas, demonstrando que é possível atingir resultados quando a preparação da sessão, as estratégias delineadas e o acompanhamento dos resultados é feito de forma cuidada.