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01 - Peça teatral para a disciplina Artes/Teatro – Profª Elina Fernandes
E AÍ, SEU GÊNIO?
Em cena, um homem de meia idade, sentado no proscênio, tem uma corda amarrada no pescoço.
HOMEM – Não adianta! Não adianta!… Coragem, homem! Pula logo e acaba com essa vida miserável!
Coragem!
O HOMEM SE LEVANTA, ANDA PELA CENA ATRÁS DE ALGO PARA AMAR-RAR A CORDA E TROPEÇA EM UMA
GARRAFA.
HOMEM – Droga! É tanto lixo nesta droga de cidade que nem pra se matar um homem pode!
O HOMEM PEGA A GARRAFA.
HOMEM – Olha só isso: uma garrafa!
O HOMEM SACODE A GARRAFA.
HOMEM – Droga! Tá vazia! Bem que podia tá cheia! Assim eu aproveitava e tomava mais um pouco de
coragem!
O HOMEM JOGA A GARRAFA, UMA NUVEM DE FUMAÇA ENCHE A CENA.
HOMEM – Que isso?
DA FUMAÇA, SURGE UM HOMEM VESTIDO DE GÊNIO.
GÊNIO – Obrigado por me libertar da garrafa, agora, o amigo tem direito a fazer três pedidos.
HOMEM – O quê?:
GÊNIO – Três pedidos! Qualé, tu nunca ouvi falar nas histórias de gênios?
HOMEM – Isso é uma alucinação! Deve ser efeito de tanto remédio e tanta bebida que misturei arrumando
coragem pra me matar!
GÊNIO – E aí, mané? Vai ficar aí parado ou vai fazer logo os seus pedidos?
HOMEM – Quer dizer que você é um gênio?
GÊNIO – Um legítimo representante da classe dos gênios das lâmpadas mara-vilhosas! Taqui o meu cartão!
O HOMEM PEGA O CARTÃO QUE O GÊNIO LHE ENTREGA.
HOMEM – (LENDO O CARTÃO) Adamastor, o gênio! Trago o seu amor em três horas, tiro olho gordo, faço
banho de descarrego, faço amarração, simpatia pra tudo de ruim na sua vida! Faça agora mesmo o seu
pedido! Aliás, três pedidos!
GÊNIO – É isso! Serviço garantido! Pode pedir!
O HOMEM TIRA A CORDA DO PESCOÇO E A JOGA NO CHÃO.
HOMEM – Então tá certo! Quer dizer que posso pedir o que quiser?
GÊNIO – Pode!
HOMEM – Então, vamos lá!
GÊNIO – Mas pense bem, pois pedido feito é pedido atendido!
HOMEM – É qualquer coisa mesmo?
GÊNIO – Qualquer coisa! Aliás, três coisas! Tu tem direito a três desejos!
O HOMEM ANDA PELA CENA, PENSATIVO.
GÊNIO – Como que é? Eu não tenho o dia todo!
HOMEM – Calma aí! São só três pedidos, não posso errar!
O HOMEM CONTINUA ANDANDO. O GÊNIO PEGA A CORDA E COLOCA NO SEU PESCOÇO.
HOMEM – Seu gênio, posso pedir qualquer coisa?
GÊNIO – Já não falei que pode?
HOMEM – Então vou fazer o primeiro pedido.
GÊNIO – Manda!
HOMEM – Eu quero que você me dê coragem!
GÊNIO – É pra já!
O GÊNIO BATE PALMAS E DÁ UM ASSOPRO EM DIREÇÃO AO HOMEM.
GÊNIO – Pronto! Agora tu é o cabra mais macho desta terra!
HOMEM – Já to me sentido bem corajoso!
GÊNIO – Então, agora manda outro!
O HOMEM ANDA DE NOVO PELA CENA.
HOMEM – Um outro pedido… um outro pedido… Já sei!
GÊNIO – Vê se capricha, hein?
HOMEM – Eu quero ter muita força!
GÊNIO – É pra já!
O GÊNIO BATE PALMAS E DÁ UM ASSOPRO EM DIREÇÃO AO HOMEM.
GÊNIO – Agora você é o homem mais forte do mundo!
O HOMEM FAZ POSE DE FORTÃO. MOSTRA OS BÍCIPS.
HOMEM – É, já estou me sentido bem mais forte!
GÊNIO – Agora vê se capricha, porque é teu último pedido.
HOMEM – Deixa eu pensar!
O HOMEM ANDA PELA CENA.
GÊNIO – E aí, como é que é? Qual o seu terceiro pedido?
O HOMEM SE COLOCA NA FRENTE NO GÊNIO, LHE ARRANCA A CORDA DO PESCOÇO E LHE ACERTA UM SOCO.
O GÊNIO DESABA, DESA-CORDADO. O HOMEMPEGA A CORDA, A COLOCA EMSEU PESCOÇO E SE COLOCA EM
PÉ NO PROSCÊNIO.
HOMEM – Eu não consigo nem concretizar um desejo, aí vem um maluco dizendo que é um gênio e me diz
que vai me realizar três pedidos? Será que nem me matar em paz eu posso?
O GÊNIO SE LEVANTA.
GÊNIO – Teu desejo é uma ordem!
O GÊNIO BATE PALMAS E DÁ UM ASSOPRO EM DIREÇÃO DO HOMEM. A MÃO DO HOMEM GRUDA NA CORDA
E ELE VAI APERTANDO A CORDA, MAIS, MAIS E MAIS.
HOMEM – (Quase sem ar) Socorro!!.. E aí, seu gênio, não vai me ajudar?
GÊNIO – Não posso fazer mais nada, o Mané aí já fez os três pedidos!
HOMEM – (Já de joelhos) Socorro!… Eu vou morrer!! Me ajuda!!
GÊNIO – Pediu, o Gênio realizou!
O HOMEM FAZ MÍMICAS PEDINDO QUE O GÊNIO LHE AJUDE, VAI TENTANDO SOLTAR A CORDA DO PESCOÇO.
GÊNIO – Agora preciso ir. Bye, bye… Manézão!
O GÊNIO BATE PALMAS, UMA NUVEM DE FUMAÇA ENCHE A CENA. O HOMEM CAI ESTIRADO NO CHÃO.
BLACK-OUT.
FIM
DOIS ALUNOS PARA ATUAR NESSA PEÇA!
02 - Peça teatral para a disciplina Artes/Teatro – Profª Elina Fernandes
O CRAVO E A ROSA
CENÁRIO: UM JARDIM
ABREM-SE AS CORTINAS, A ROSA ESTÁ EM CENA. LINDA, VERMELHA. QUASE UMA PRINCESA.
ROSA – Bom dia, dia! Bom dia, Sol! Que lindo dia para encontrar um belo namorado. Tomara que
aquele Lírio lindo passe por aqui hoje! Tenho certeza que hoje ele vai me notar, pois estou mais bonita do que
os outros dias. E se ele olhar pra mim… Aaaaaaiiii… acho que vou desmaiar de emoção!
ENTRA EM CENA O CRAVO. SIMPLES, SEM GRAÇA, UM CAIPIRA. TRAZ UM VIOLÃO.
CRAVO – Bão dia, minha princesa!
ROSA – Estava um bom dia… Até você aparecer por aqui.
CRAVO – Mas, ocê tá uma belezura hoje, hein?
ROSA – Você não tem outro lugar pra ir não?
CRAVO – Que lugar desse jardim todo eu vô achá uma Rosa mais linda que ocê?
ROSA – Larga do meu pé, chulé!
CRAVO – Só largo do seu pé quando ocê aceitá namorá com eu?
ROSA – Não é: namorar com eu! É namorar comigo!
CRAVO – Inton, ocê aceita?
ROSA – Claro que não! Já falei que não quero nada com você. Se você quiser, posso até ser sua amiga.
Mas, só!
CRAVO – Fiz até uma moda pr’ocê. Iscuita só!
CRAVO DEDILHA UM ACORDO SERTANEJO NO VIOLÃO.
ROSA – Pode parar, pode parar, pode parar! Eu odeio a sua cantoria. Agora me dá licença que está
quase na hora do meu futuro namorado passar por aqui.
CRAVO – Mas, o seu namorado já táqui. Oia só!
FAZ POSE DE FORTÃO E ESBOÇA UM OLHAR SEDUTOR.
CRAVO – Não sou uma beleza?
ROSA – Você é um chato, isso sim! Agora vai procurar a Margarida, vai! Quem sabe ela não te dá bola?
Pois o meu negócio é com o Lírio! Ele sim, é lindo, elegante, perfumado.
CRAVO – Ih, tá me chamando de fedido?
O CRAVO SE CHEIRA. FAZ MENÇÃO DE SE SENTIR FEDIDO.
ROSA – (RINDO) Viu só! Até você não agüenta o seu cheiro.
CRAVO – Oia aqui, sua… sua… Qué sabê de uma coisa? Eu num quero mais sabe de ocê. E fica aí
mesmo esperando aquele almofadinha do Lírio, fica!
ROSA – Fico mesmo, ta?
CRAVO – Vai ficá esperando e vai até cansá!
ROSA – Quem disse que eu vou cansar?
CRAVO – Quem disse que o Lírio vai te bola?
ROSA – Eu sou a Rosa, a mais bela do jardim!
CRAVO – Seu eu fosse ocê, aceitava logo namorá com eu!
ROSA – Já falei que não é com eu! É comigo! É comigo! E o Lírio, vai sim querer namorar comigo, ta?
CRAVO – Intão ta bão! Quero vê quando ocê ficá véia, feia, murcha, sozinha e toda despetalada? Aí, nem
adianta vim me procurá, viu?
ROSA – Seu horroroso. Eu é que nunca vou namorar com você! Você é um grosso! Fora daqui!
A ROSA ATIRA UM VASO EM CRAVO. ELE TENTA SE PROTEGER E DEIXA O VIOLÃO NO CHÃO.
O CRAVO SE ESCONDE E FICA OBSERVANDO ROSA.
ROSA – Esse Cravo é um insuportável! O pior é que ele não larga do meu pé! Eu vou lhe mostrar uma
coisa. Volta aqui!
ROSA VAI ATÉ O CENTRO DO PALCO E PROCURA POR CRAVO.
ROSA – Cravo, cadê você! Seu sem graça! Aparece. Agora!
ROSA PÁRA NO CENTRO DO PALCO, OLHA E NÃO VÊ NINGUÉM.
ROSA – Será? Será que o Cravo tem razão? Será que o Lírio não vai querer namorar comigo? E eu vou
ficar sozinha? Não! Não posso ficar sozinha! Velha, feia, murcha e despetalada? Aí que medo! Ei, Cravo, volta
aqui. Você está certo! Não quero mais saber de esperar o Lírio. Eu aceito namorar com você!
A ROSA VOLTA A PROCURA POR CRAVO.
ROSA – (CHOROSA) Cravo! Cravo! Cadê você?
O CRAVO SAI DO ESCONDERIJO COM UM LENÇO SUJO DE VERMELHO AMARRADO NA
CABEÇA.
CRAVO – Ai! Ai minha cabeça!
ROSA – O que aconteceu?
CRAVO – Ocê num alembra? O vaso que ocê jogou ni mim?
ROSA – Desculpa, Cravo. Não queria te machucar!
CRAVO – Mas, machucô!
ROSA – Deixa eu ver isso!
CRAVO – Não! Meio ocê nem mexe!
ROSA – Então vamos fazer as pazes!
CRAVO – Tá bem! Eu aceito suas desculpas!
ROSA – Você gosta mesmo de mim?
CRAVO – Craro que gosto! Ocê sabe que sim. Mas se ocê prefere o Lírio, ocê precisava sabê que vai ficá
véia, feia, murcha, despetalada e sozinha pra sempre!
ROSA AMEAÇA BATER EM CRAVO.
CRAVO – Ai!… Tô vendo tudo escuro! Acho que vô desm…
O CRAVO DESABA NO CHÃO, DESMAIADO.
ROSA – (DESESPERADA) Ai, Desculpa! Eu não ia fazer nada em você! Socorro! Eu aceito até
namorar com você! Alguém me ajude, por favor! Será que eu matei o Cravo? Agora que estou perdida mesmo.
Vou ficar velha, feia, murcha, sozinha, despetalada e passar o resto da minha vida na cadeia.
A ROSA CORRE PELO PALCO. O CRAVO LEVANTA A CABEÇA E RI DO DESESPERO DA ROSA.
ELA VOLTA ATÉ ELE E ELE SE DEITA DE NOVO.
ROSA – (CHORANDO) Cravo! Meu amigo Cravinho! Fala com a sua Rosa! Eu pensei melhor. Eu
aceito namorar com você. Me dá um sinal.
ROSA SE AJOELHA E APOIA A CABEÇA DE CRAVO EM SEUS BRAÇOS. O CRAVO ABRE O OLHO
E DÁ UM GEMIDO.
ROSA – Cravo! Você está bem?
CRAVO – Quem é ocê?
ROSA – Sou eu! A sua Rosa. Lembra?
CRAVO – Que Rosa?
ROSA – A sua namorada!
CRAVO – Eu num tenho namorada.
ROSA – Agora tem! Eu aceito namorar com você!
O CRAVO DÁ UM PULO E FICA DE PÉ.
CRAVO – Jura? Sabia que ocê gostava de eu!
ROSA – Não é gostava de eu! É, gostava de mim! E você não passa de um mentiroso! Eu vou acabar
com você! Onde já se viu enganar os outros. Eu
toda preocupada e você aí, fingindo! Seu grosso!
ROSA AMEAÇA BATER NO CRAVO.
CRAVO – Ai, minha cabeça!
ROSA – (COM RAIVA) Como você pôde fazer isso comigo? Assim que você gosta de mim? Eu não
quero mais saber de você. Nunca mais! Nem que eu fique velha, feia, murcha, toda despetalada e sozinha!
ROSA DÁ UM EMPURRÃO NO CRAVO
ROSA – E sai da minha frente!
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O CRAVO SAI ATRÁS DE ROSA. ENQUANTO ELE SAI, TOCA A MÚSICA: O CRAVO E A ROSA.
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– FIM –

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Peças de teatro

  • 1. 01 - Peça teatral para a disciplina Artes/Teatro – Profª Elina Fernandes E AÍ, SEU GÊNIO? Em cena, um homem de meia idade, sentado no proscênio, tem uma corda amarrada no pescoço. HOMEM – Não adianta! Não adianta!… Coragem, homem! Pula logo e acaba com essa vida miserável! Coragem! O HOMEM SE LEVANTA, ANDA PELA CENA ATRÁS DE ALGO PARA AMAR-RAR A CORDA E TROPEÇA EM UMA GARRAFA. HOMEM – Droga! É tanto lixo nesta droga de cidade que nem pra se matar um homem pode! O HOMEM PEGA A GARRAFA. HOMEM – Olha só isso: uma garrafa! O HOMEM SACODE A GARRAFA. HOMEM – Droga! Tá vazia! Bem que podia tá cheia! Assim eu aproveitava e tomava mais um pouco de coragem! O HOMEM JOGA A GARRAFA, UMA NUVEM DE FUMAÇA ENCHE A CENA. HOMEM – Que isso? DA FUMAÇA, SURGE UM HOMEM VESTIDO DE GÊNIO. GÊNIO – Obrigado por me libertar da garrafa, agora, o amigo tem direito a fazer três pedidos. HOMEM – O quê?: GÊNIO – Três pedidos! Qualé, tu nunca ouvi falar nas histórias de gênios? HOMEM – Isso é uma alucinação! Deve ser efeito de tanto remédio e tanta bebida que misturei arrumando coragem pra me matar! GÊNIO – E aí, mané? Vai ficar aí parado ou vai fazer logo os seus pedidos? HOMEM – Quer dizer que você é um gênio? GÊNIO – Um legítimo representante da classe dos gênios das lâmpadas mara-vilhosas! Taqui o meu cartão! O HOMEM PEGA O CARTÃO QUE O GÊNIO LHE ENTREGA. HOMEM – (LENDO O CARTÃO) Adamastor, o gênio! Trago o seu amor em três horas, tiro olho gordo, faço banho de descarrego, faço amarração, simpatia pra tudo de ruim na sua vida! Faça agora mesmo o seu pedido! Aliás, três pedidos! GÊNIO – É isso! Serviço garantido! Pode pedir! O HOMEM TIRA A CORDA DO PESCOÇO E A JOGA NO CHÃO. HOMEM – Então tá certo! Quer dizer que posso pedir o que quiser? GÊNIO – Pode! HOMEM – Então, vamos lá! GÊNIO – Mas pense bem, pois pedido feito é pedido atendido! HOMEM – É qualquer coisa mesmo? GÊNIO – Qualquer coisa! Aliás, três coisas! Tu tem direito a três desejos! O HOMEM ANDA PELA CENA, PENSATIVO. GÊNIO – Como que é? Eu não tenho o dia todo!
  • 2. HOMEM – Calma aí! São só três pedidos, não posso errar! O HOMEM CONTINUA ANDANDO. O GÊNIO PEGA A CORDA E COLOCA NO SEU PESCOÇO. HOMEM – Seu gênio, posso pedir qualquer coisa? GÊNIO – Já não falei que pode? HOMEM – Então vou fazer o primeiro pedido. GÊNIO – Manda! HOMEM – Eu quero que você me dê coragem! GÊNIO – É pra já! O GÊNIO BATE PALMAS E DÁ UM ASSOPRO EM DIREÇÃO AO HOMEM. GÊNIO – Pronto! Agora tu é o cabra mais macho desta terra! HOMEM – Já to me sentido bem corajoso! GÊNIO – Então, agora manda outro! O HOMEM ANDA DE NOVO PELA CENA. HOMEM – Um outro pedido… um outro pedido… Já sei! GÊNIO – Vê se capricha, hein? HOMEM – Eu quero ter muita força! GÊNIO – É pra já! O GÊNIO BATE PALMAS E DÁ UM ASSOPRO EM DIREÇÃO AO HOMEM. GÊNIO – Agora você é o homem mais forte do mundo! O HOMEM FAZ POSE DE FORTÃO. MOSTRA OS BÍCIPS. HOMEM – É, já estou me sentido bem mais forte! GÊNIO – Agora vê se capricha, porque é teu último pedido. HOMEM – Deixa eu pensar! O HOMEM ANDA PELA CENA. GÊNIO – E aí, como é que é? Qual o seu terceiro pedido? O HOMEM SE COLOCA NA FRENTE NO GÊNIO, LHE ARRANCA A CORDA DO PESCOÇO E LHE ACERTA UM SOCO. O GÊNIO DESABA, DESA-CORDADO. O HOMEMPEGA A CORDA, A COLOCA EMSEU PESCOÇO E SE COLOCA EM PÉ NO PROSCÊNIO. HOMEM – Eu não consigo nem concretizar um desejo, aí vem um maluco dizendo que é um gênio e me diz que vai me realizar três pedidos? Será que nem me matar em paz eu posso? O GÊNIO SE LEVANTA. GÊNIO – Teu desejo é uma ordem! O GÊNIO BATE PALMAS E DÁ UM ASSOPRO EM DIREÇÃO DO HOMEM. A MÃO DO HOMEM GRUDA NA CORDA E ELE VAI APERTANDO A CORDA, MAIS, MAIS E MAIS. HOMEM – (Quase sem ar) Socorro!!.. E aí, seu gênio, não vai me ajudar? GÊNIO – Não posso fazer mais nada, o Mané aí já fez os três pedidos!
  • 3. HOMEM – (Já de joelhos) Socorro!… Eu vou morrer!! Me ajuda!! GÊNIO – Pediu, o Gênio realizou! O HOMEM FAZ MÍMICAS PEDINDO QUE O GÊNIO LHE AJUDE, VAI TENTANDO SOLTAR A CORDA DO PESCOÇO. GÊNIO – Agora preciso ir. Bye, bye… Manézão! O GÊNIO BATE PALMAS, UMA NUVEM DE FUMAÇA ENCHE A CENA. O HOMEM CAI ESTIRADO NO CHÃO. BLACK-OUT. FIM DOIS ALUNOS PARA ATUAR NESSA PEÇA!
  • 4. 02 - Peça teatral para a disciplina Artes/Teatro – Profª Elina Fernandes O CRAVO E A ROSA CENÁRIO: UM JARDIM ABREM-SE AS CORTINAS, A ROSA ESTÁ EM CENA. LINDA, VERMELHA. QUASE UMA PRINCESA. ROSA – Bom dia, dia! Bom dia, Sol! Que lindo dia para encontrar um belo namorado. Tomara que aquele Lírio lindo passe por aqui hoje! Tenho certeza que hoje ele vai me notar, pois estou mais bonita do que os outros dias. E se ele olhar pra mim… Aaaaaaiiii… acho que vou desmaiar de emoção! ENTRA EM CENA O CRAVO. SIMPLES, SEM GRAÇA, UM CAIPIRA. TRAZ UM VIOLÃO. CRAVO – Bão dia, minha princesa! ROSA – Estava um bom dia… Até você aparecer por aqui. CRAVO – Mas, ocê tá uma belezura hoje, hein? ROSA – Você não tem outro lugar pra ir não? CRAVO – Que lugar desse jardim todo eu vô achá uma Rosa mais linda que ocê? ROSA – Larga do meu pé, chulé! CRAVO – Só largo do seu pé quando ocê aceitá namorá com eu? ROSA – Não é: namorar com eu! É namorar comigo! CRAVO – Inton, ocê aceita? ROSA – Claro que não! Já falei que não quero nada com você. Se você quiser, posso até ser sua amiga. Mas, só! CRAVO – Fiz até uma moda pr’ocê. Iscuita só! CRAVO DEDILHA UM ACORDO SERTANEJO NO VIOLÃO. ROSA – Pode parar, pode parar, pode parar! Eu odeio a sua cantoria. Agora me dá licença que está quase na hora do meu futuro namorado passar por aqui. CRAVO – Mas, o seu namorado já táqui. Oia só! FAZ POSE DE FORTÃO E ESBOÇA UM OLHAR SEDUTOR. CRAVO – Não sou uma beleza? ROSA – Você é um chato, isso sim! Agora vai procurar a Margarida, vai! Quem sabe ela não te dá bola? Pois o meu negócio é com o Lírio! Ele sim, é lindo, elegante, perfumado. CRAVO – Ih, tá me chamando de fedido? O CRAVO SE CHEIRA. FAZ MENÇÃO DE SE SENTIR FEDIDO. ROSA – (RINDO) Viu só! Até você não agüenta o seu cheiro. CRAVO – Oia aqui, sua… sua… Qué sabê de uma coisa? Eu num quero mais sabe de ocê. E fica aí mesmo esperando aquele almofadinha do Lírio, fica!
  • 5. ROSA – Fico mesmo, ta? CRAVO – Vai ficá esperando e vai até cansá! ROSA – Quem disse que eu vou cansar? CRAVO – Quem disse que o Lírio vai te bola? ROSA – Eu sou a Rosa, a mais bela do jardim! CRAVO – Seu eu fosse ocê, aceitava logo namorá com eu! ROSA – Já falei que não é com eu! É comigo! É comigo! E o Lírio, vai sim querer namorar comigo, ta? CRAVO – Intão ta bão! Quero vê quando ocê ficá véia, feia, murcha, sozinha e toda despetalada? Aí, nem adianta vim me procurá, viu? ROSA – Seu horroroso. Eu é que nunca vou namorar com você! Você é um grosso! Fora daqui! A ROSA ATIRA UM VASO EM CRAVO. ELE TENTA SE PROTEGER E DEIXA O VIOLÃO NO CHÃO. O CRAVO SE ESCONDE E FICA OBSERVANDO ROSA. ROSA – Esse Cravo é um insuportável! O pior é que ele não larga do meu pé! Eu vou lhe mostrar uma coisa. Volta aqui! ROSA VAI ATÉ O CENTRO DO PALCO E PROCURA POR CRAVO. ROSA – Cravo, cadê você! Seu sem graça! Aparece. Agora! ROSA PÁRA NO CENTRO DO PALCO, OLHA E NÃO VÊ NINGUÉM. ROSA – Será? Será que o Cravo tem razão? Será que o Lírio não vai querer namorar comigo? E eu vou ficar sozinha? Não! Não posso ficar sozinha! Velha, feia, murcha e despetalada? Aí que medo! Ei, Cravo, volta aqui. Você está certo! Não quero mais saber de esperar o Lírio. Eu aceito namorar com você! A ROSA VOLTA A PROCURA POR CRAVO. ROSA – (CHOROSA) Cravo! Cravo! Cadê você? O CRAVO SAI DO ESCONDERIJO COM UM LENÇO SUJO DE VERMELHO AMARRADO NA CABEÇA. CRAVO – Ai! Ai minha cabeça! ROSA – O que aconteceu? CRAVO – Ocê num alembra? O vaso que ocê jogou ni mim? ROSA – Desculpa, Cravo. Não queria te machucar! CRAVO – Mas, machucô! ROSA – Deixa eu ver isso! CRAVO – Não! Meio ocê nem mexe! ROSA – Então vamos fazer as pazes! CRAVO – Tá bem! Eu aceito suas desculpas!
  • 6. ROSA – Você gosta mesmo de mim? CRAVO – Craro que gosto! Ocê sabe que sim. Mas se ocê prefere o Lírio, ocê precisava sabê que vai ficá véia, feia, murcha, despetalada e sozinha pra sempre! ROSA AMEAÇA BATER EM CRAVO. CRAVO – Ai!… Tô vendo tudo escuro! Acho que vô desm… O CRAVO DESABA NO CHÃO, DESMAIADO. ROSA – (DESESPERADA) Ai, Desculpa! Eu não ia fazer nada em você! Socorro! Eu aceito até namorar com você! Alguém me ajude, por favor! Será que eu matei o Cravo? Agora que estou perdida mesmo. Vou ficar velha, feia, murcha, sozinha, despetalada e passar o resto da minha vida na cadeia. A ROSA CORRE PELO PALCO. O CRAVO LEVANTA A CABEÇA E RI DO DESESPERO DA ROSA. ELA VOLTA ATÉ ELE E ELE SE DEITA DE NOVO. ROSA – (CHORANDO) Cravo! Meu amigo Cravinho! Fala com a sua Rosa! Eu pensei melhor. Eu aceito namorar com você. Me dá um sinal. ROSA SE AJOELHA E APOIA A CABEÇA DE CRAVO EM SEUS BRAÇOS. O CRAVO ABRE O OLHO E DÁ UM GEMIDO. ROSA – Cravo! Você está bem? CRAVO – Quem é ocê? ROSA – Sou eu! A sua Rosa. Lembra? CRAVO – Que Rosa? ROSA – A sua namorada! CRAVO – Eu num tenho namorada. ROSA – Agora tem! Eu aceito namorar com você! O CRAVO DÁ UM PULO E FICA DE PÉ. CRAVO – Jura? Sabia que ocê gostava de eu! ROSA – Não é gostava de eu! É, gostava de mim! E você não passa de um mentiroso! Eu vou acabar com você! Onde já se viu enganar os outros. Eu toda preocupada e você aí, fingindo! Seu grosso! ROSA AMEAÇA BATER NO CRAVO. CRAVO – Ai, minha cabeça! ROSA – (COM RAIVA) Como você pôde fazer isso comigo? Assim que você gosta de mim? Eu não quero mais saber de você. Nunca mais! Nem que eu fique velha, feia, murcha, toda despetalada e sozinha! ROSA DÁ UM EMPURRÃO NO CRAVO ROSA – E sai da minha frente! ROSA SAI DE CENA FURIOSA.
  • 7. CRAVO – Espera por mim, minha belezura! Num faz assim com eu! Eu gosto de ocê de verdade! Foi só uma brincadeira! Eu sabia que ocê gosta de eu! Eu sabia! O CRAVO SAI ATRÁS DE ROSA. ENQUANTO ELE SAI, TOCA A MÚSICA: O CRAVO E A ROSA. APAGAM-SE AS LUZES. FECHAM-AS CORTINAS. – FIM –