Nelson Carvalheiro Feature on Publituris Hotelaria
1. . formação / Career changers
Eles procuram
uma nova carreira.
Há cada vez mais alunos e licenciados de outras áreas a procurar formação em
Turismo e Hotelaria. Um fenómeno que se tem acentuado nos últimos anos, devido a
falta de oportunidades laborais de determinadas áreas de negócio.
Texto Carina Monteiro Fotografia D.R.
Pedro Martins é Educational cada 10 empregos será nesta Indústria, aproxi-
Councelor da Laureate, grupo madamente 324 milhões. O responsável afirma
universitário privado com mais de 62 universi- que tem vindo a crescer o número de alunos pro-
dades em 30 países. Em Portugal, representa as venientes de outros sectores nas Escolas da Lau-
Escolas de Gestão Hoteleira, como Les Roches, reate que no total, representando cerca de 15%
na Suíça. É ele que alerta para o fenómeno dos dos alunos.
career changers. “Este fenómeno tem-se vindo
a verificar nos últimos anos, devido à falta de Perfil dos “career changers”
oportunidades laborais de determinadas áreas Questionado sobre quem são os “career chang-
_ de negócio”, começa por dizer. “Hoje em dia, ers”, Pedro Martins traça um perfil: “Alguns já
DADOS Wttc, há mais alunos a considerarem as suas carreiras terminaram os seus cursos superiores e não en-
Em 2021, um em profissionais nesta indústria, porque esta tem-se contram alternativas laborais no país e, não tem
cada 10 empregos revelado muito importante nas economias a nível recursos para enfrentar uma concorrência in-
será nesta Indústria, mundial, logo fonte de rendimento para todos ternacional. Outros estão no meio do percurso
aproximadamente os que nela trabalham”, sustenta. O responsável académico e são facilmente levados ao insucesso
324 milhões lembra os dados da WTTC: “Em 2021, um em académico, por falta de incentivos, quer académi-
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2. Career changers / formação .
Nelson Carvalheiro,
o exemplo de um career changer
Licenciado em Engenharia de Materiais pela Universidade de Coimbra,
Nelson Carvalheiro conta como o seu percurso profissional acabou por
seguir um rumo diferente. Enquanto estudante em Coimbra, foi coorde-
nador da Direcção Geral da Associação Académica, e organizava gran-
des festas académicas. “Foi durante estes anos que me apercebi do
que realmente me mexia por dentro mais do que números: pessoas! Co-
nhecer, falar, negociar, organizar, trocar/comungar experiências fazia,
e ainda me faz muito mais feliz do que equações ou tabelas de Excel”.
cos, quer de expectativas de futuro laboral”. Foi este o discurso que lhe assegurou o seu primeiro emprego como
Quanto às áreas de formação, são várias. “Les Jovem Gestor do Grupo Lena para os Hotéis Eurosol, onde, após 3 me-
Roches, em concreto, tem sido uma opção para ses de estágio, foi convidado para direcção operacional das unidades
aqueles alunos que necessitam de uma formação do grupo no Brasil.
Consciente da falta de preparação e formação em Hospitality, deci-
ao nível da exigência do mercado laboral inter-
diu procurar formação “nas melhores escolhas de hotelaria do mundo”.
nacional. Alguns destes candidatos já trabalham
“Les Roches tornou-se rapidamente uma escolha óbvia pois a formação
neste sector, mas procuram nas nossas escolas oferecia-me a vantagem competitiva necessária na realidade global de
uma internacionalização, reconhecida pela in- hotelaria moderna.”
dústria a nível Mundial, sendo assim uma ala- Depois de terminar a formação, seguiu-se um estágio no Landmark
vanca para esse contacto com as grandes cadeias London, hotel de cinco estrelas em Londres.
hoteleiras internacionais”, refere. Regressando a Portugal, foi Project Manager numa consultora de in-
Para dar resposta a estes alunos, as Escolas da vestimentos turístico, sendo actualmente o Director do Sintra Boutique
Laureate criaram uma série de alternativas ao Hotel e Manager do Palácio Belmonte em Lisboa em simultâneo. Em
nível de formação “A Les Roches proporciona paralelo, escreve artigos acerca de Lisboa, gastronomia e viagens para
em Marbella, Bluche (Suiça) e Shanghai pro- publicações internacionais.
gramas de pós-graduação que permitem a estes
candidatos fazer uma formação intensiva pela
parte académica, e integração dos mesmos na
Indústria através dos contactos a nível Mundial”,
explica Pedro Martins. Para o responsável: “Os
career changers tem um espírito muito flexível e
estão bastante receptivos para aprenderem uma
área nova que lhe vai permitir abrir horizontes
e ter expectativas laborais em qualquer parte do
Mundo”.
O que procura o sector?
Para Pedro Martins: “Cada vez mais, o sector
vem à procura dos profissionais mais qualificados
para o bom funcionamento das suas empresas. O
gestor hoteleiro, hoje em dia, tem uma visão mais
alargada do sector, estando habilitado para de-
senvolver e gerir empresas relacionadas com uma
Unidade Hoteleira, mas não só. Hoje em dia, um
gestor tem que ter mais capacidade de liderança,
versatilidade, mobilidade geográfica e espírito de
globalização”. O responsável defende que o mod-
elo de gestão pode ser aplicado numa variedade
de empresas, relacionadas com o turismo e o sec-
tor dos serviços.
“Os nossos cursos de Hospitality Management
convertem os nossos alunos em profissionais
muito solicitados por empresas da Banca Inter-
nacional, Good Luxury (Marcas de Luxo) ou
Eventos, citando alguns exemplos”. h
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