O documento discute diferentes conceitos de mapas em diversas áreas como geografia, arte, filosofia e neurociência. Resume três visões de mapas: 1) Para António Damásio, um mapa é uma representação neural do corpo e como ele percebe objetos; 2) Para Gilles Deleuze, um mapa constrói experimentações ancoradas na realidade; 3) Para Francisco Varela, a representação é uma ação co-determinada entre os seres vivos e seu ambiente.
1) O documento discute a natureza da representação em mapas e como eles constroem uma realidade política.
2) Mapas são obras culturais que apresentam o espaço através da linguagem cartográfica, ao invés de representar o espaço de forma neutra.
3) Ao incluir fronteiras políticas em mapas físicos, naturaliza-se a visão do estado sobre o território, esvaziando outras formas de pensar o espaço.
Este documento discute as origens da arte e comunicação gráfica, começando com as pinturas rupestres do Paleolítico. As pessoas podem ter começado a registrar imagens quando notaram suas sombras projetadas e tentaram fixá-las de forma permanente, levando ao desenvolvimento da pintura e da gravura. Com o tempo, aprenderam a representar imagens sem depender das sombras, desenhando de memória ou observação direta e em diferentes escalas. Muitas das pinturas rupestres podem ter sido usadas em rituais mágicos ou religiosos
Este documento discute as origens da arte e comunicação gráfica, começando com as primeiras representações das sombras humanas nas cavernas. Também explora como as pinturas rupestres do Paleolítico Superior podem ter sido usadas em rituais mágicos, representando animais para causar dor e promover a caça com sucesso. Finalmente, discute como os símbolos abstratos nas cavernas, como zig-zags e espirais, podem ter representado conceitos como água e energia da serpente para os povos daquela época
Etnografia da duração, estudos de memoria coletivaAna Rocha
Sob a ótica dos estudos de uma etnografia da duração, a vida urbana é descrita desde o poder de organização de uma totalidade a partir de um fragmento vivido, isto é, aquela de um tempo imaginado pelos sujeitos-personagens que narram a sua experiência de vida cotidiana nas cidades modernas. Os fragmentos das experiências existenciais na cidade, nos jogos da memória dos habitantes das grandes metrópoles, seguem um princípio de ordenação contrária a dissolução de suas relações com seus territórios de vida, jogando a favor da homogeneidade deste espaço.
Para nós, a vocação de identidade tão sistematicamente associada aos espaços concretos das cidades, no campo das políticas públicas para a área de patrimônio, sob a ótica dos jogos da memória de seus habitantes, tem sua origem no tempo, o único que, segundo Durand (1984a, p. 479) transforma o princípio de identidade em um “risco a correr”. Neste ponto, o espaço é “fator de participação e ambivalência” (idem), pois, por sua via, nos confrontamos com os desafios de ultrapassar a diferenciação de estados e deslocamentos que toda a identidade contempla, para reencontrá-la, novamente, no plano eufêmico, de um espaço fantástico e, por isto, transcendental. No espaço se pode observar o trajeto do imaginário sendo desenhado, agora como espaço fantástico: espaços de estabilidade do ser (Durand, 1984a, p.474). Por esta via retornamos as idéias bachelardianas do tempo “como uma série de rupturas” (Bachelard, 1988, p. 38) e onde o fluxo da consciência, não é o único alicerce da memória, ao contrário, “é apenas uma de suas direções, uma perspectiva possível que o espírito racionaliza” (Duvignaud, 2006, p. 14).
O documento discute a relação entre imagem e texto, argumentando que imagens são frequentemente associadas à natureza enquanto textos são associados à convenção cultural. Imagens são signos culturais que representam o real de maneiras complexas e ambíguas, ao contrário do que sugerem as aparências de naturalidade. A autora explora como imagens estão ligadas à magia e à imaginação em diferentes culturas e épocas.
Histórias em Quadrinhos e o Mito: linguagem e ImaginárioAndré Carvalho
Histórias em Quadrinhos e Teorias do Imaginário se unem para criar conteúdo. Mas como elas funcionam? A apresentação mostra uma abordagem da linguagem das HQs e um sobrevoo sobre as teorias de estudo do Imaginário segundo Gilbert Durand. Esta apresentação foi mostrada em 3/10 na inauguração da Gibiteca da Univem (Marília - SP).
O documento discute a importância da iconografia e do imaginário para o ensino de história. A iconografia é o estudo das imagens relacionadas a um tema ou período, enquanto o imaginário refere-se a algo quimérico ou ilusório. A historiografia contemporânea valoriza a iconografia como fonte de pesquisa, e o ensino de história está mais familiarizado com o uso de imagens. Fotografias podem trazer o passado ao presente e ganhar novos significados com o tempo.
Este documento discute a evolução do conceito de lugar na Geografia ao longo do tempo. Inicialmente, lugar era visto como uma localização, mas passou a ser tratado como categoria de análise essencial a partir da Geografia Humanista, que enfatizou a experiência vivida do sujeito no lugar. A Geografia Crítica acrescentou a análise do lugar no contexto do mundo globalizado, considerando a homogeneização e a singularidade dos lugares. O texto descreve essas diferentes abordagens e como autores como Relph, Tuan e Buttimer contrib
1) O documento discute a natureza da representação em mapas e como eles constroem uma realidade política.
2) Mapas são obras culturais que apresentam o espaço através da linguagem cartográfica, ao invés de representar o espaço de forma neutra.
3) Ao incluir fronteiras políticas em mapas físicos, naturaliza-se a visão do estado sobre o território, esvaziando outras formas de pensar o espaço.
Este documento discute as origens da arte e comunicação gráfica, começando com as pinturas rupestres do Paleolítico. As pessoas podem ter começado a registrar imagens quando notaram suas sombras projetadas e tentaram fixá-las de forma permanente, levando ao desenvolvimento da pintura e da gravura. Com o tempo, aprenderam a representar imagens sem depender das sombras, desenhando de memória ou observação direta e em diferentes escalas. Muitas das pinturas rupestres podem ter sido usadas em rituais mágicos ou religiosos
Este documento discute as origens da arte e comunicação gráfica, começando com as primeiras representações das sombras humanas nas cavernas. Também explora como as pinturas rupestres do Paleolítico Superior podem ter sido usadas em rituais mágicos, representando animais para causar dor e promover a caça com sucesso. Finalmente, discute como os símbolos abstratos nas cavernas, como zig-zags e espirais, podem ter representado conceitos como água e energia da serpente para os povos daquela época
Etnografia da duração, estudos de memoria coletivaAna Rocha
Sob a ótica dos estudos de uma etnografia da duração, a vida urbana é descrita desde o poder de organização de uma totalidade a partir de um fragmento vivido, isto é, aquela de um tempo imaginado pelos sujeitos-personagens que narram a sua experiência de vida cotidiana nas cidades modernas. Os fragmentos das experiências existenciais na cidade, nos jogos da memória dos habitantes das grandes metrópoles, seguem um princípio de ordenação contrária a dissolução de suas relações com seus territórios de vida, jogando a favor da homogeneidade deste espaço.
Para nós, a vocação de identidade tão sistematicamente associada aos espaços concretos das cidades, no campo das políticas públicas para a área de patrimônio, sob a ótica dos jogos da memória de seus habitantes, tem sua origem no tempo, o único que, segundo Durand (1984a, p. 479) transforma o princípio de identidade em um “risco a correr”. Neste ponto, o espaço é “fator de participação e ambivalência” (idem), pois, por sua via, nos confrontamos com os desafios de ultrapassar a diferenciação de estados e deslocamentos que toda a identidade contempla, para reencontrá-la, novamente, no plano eufêmico, de um espaço fantástico e, por isto, transcendental. No espaço se pode observar o trajeto do imaginário sendo desenhado, agora como espaço fantástico: espaços de estabilidade do ser (Durand, 1984a, p.474). Por esta via retornamos as idéias bachelardianas do tempo “como uma série de rupturas” (Bachelard, 1988, p. 38) e onde o fluxo da consciência, não é o único alicerce da memória, ao contrário, “é apenas uma de suas direções, uma perspectiva possível que o espírito racionaliza” (Duvignaud, 2006, p. 14).
O documento discute a relação entre imagem e texto, argumentando que imagens são frequentemente associadas à natureza enquanto textos são associados à convenção cultural. Imagens são signos culturais que representam o real de maneiras complexas e ambíguas, ao contrário do que sugerem as aparências de naturalidade. A autora explora como imagens estão ligadas à magia e à imaginação em diferentes culturas e épocas.
Histórias em Quadrinhos e o Mito: linguagem e ImaginárioAndré Carvalho
Histórias em Quadrinhos e Teorias do Imaginário se unem para criar conteúdo. Mas como elas funcionam? A apresentação mostra uma abordagem da linguagem das HQs e um sobrevoo sobre as teorias de estudo do Imaginário segundo Gilbert Durand. Esta apresentação foi mostrada em 3/10 na inauguração da Gibiteca da Univem (Marília - SP).
O documento discute a importância da iconografia e do imaginário para o ensino de história. A iconografia é o estudo das imagens relacionadas a um tema ou período, enquanto o imaginário refere-se a algo quimérico ou ilusório. A historiografia contemporânea valoriza a iconografia como fonte de pesquisa, e o ensino de história está mais familiarizado com o uso de imagens. Fotografias podem trazer o passado ao presente e ganhar novos significados com o tempo.
Este documento discute a evolução do conceito de lugar na Geografia ao longo do tempo. Inicialmente, lugar era visto como uma localização, mas passou a ser tratado como categoria de análise essencial a partir da Geografia Humanista, que enfatizou a experiência vivida do sujeito no lugar. A Geografia Crítica acrescentou a análise do lugar no contexto do mundo globalizado, considerando a homogeneização e a singularidade dos lugares. O texto descreve essas diferentes abordagens e como autores como Relph, Tuan e Buttimer contrib
(2010) Cidade 2.0 - paper published at II Simpósio de Arquitetura e Urbanismo...Heloisa Neves
O documento discute a ética dos hackers da internet e como ela inspirou grupos a desenvolverem projetos colaborativos e abertos para cidades. Dois exemplos são o grupo espanhol "Receitas Urbanas" que cria projetos comunitários de arquitetura, e o projeto "Fab Lab" do MIT que estabelece laboratórios para capacitar comunidades a resolverem problemas locais por meio da tecnologia.
(2011) Open Design - paper presented at VIII CBGDP Porto AlegreHeloisa Neves
O documento discute o conceito de Open Design, que permite a criação colaborativa de produtos de design e sua distribuição livre e modificação. Apresenta exemplos históricos de projetos compartilhados e como o movimento open source influenciou o Open Design. Explica que o Open Design distribui a idéia do projeto ao invés do produto finalizado, permitindo customização e produção local.
Open design - uma experiência aberta e colaborativa para o ensino de designHeloisa Neves
Este documento discute o conceito de Open Design, que combina design com código aberto para promover o desenvolvimento colaborativo de projetos de design. Ele apresenta uma "breve enciclopédia dinâmica do Open Design", definindo termos-chave como design aberto, código aberto, criação colaborativa e coletivos inteligentes. Também discute por que o ensino colaborativo é coerente com os tempos atuais, à medida que o conhecimento se torna mais acessível online.
Fab Labs Around the World - Heloisa NevesHeloisa Neves
Public: Students and teachers of the university
1 full-time technician Overall Impression / atmosphere: Very well organized and clean lab.
The students seem very involved in their projects.
Location: Inside the University of Sevilla
Open to the public: Font:
Open to the university community only http://fing.org/?Fab-Labs-overview&lang=fr
(translation from french to english by Fab Lab Brasil Association)
Students from Fab Academy: No
SPAIN
Fab Lab Sevilla
Entrance to the Fab Lab Sevilla inside the University of Sevilla
SPAIN
Fab Lab Sevilla
Reception and common space
O documento descreve o conceito de Open Design, definindo-o como um processo colaborativo e aberto onde o conhecimento é compartilhado igualitariamente entre todos os participantes. O Open Design aproxima a criação e fabricação e exclui a distribuição, indo contra o modelo de produção em massa centralizada e privilegiando a produção local ou própria. Questiona como estruturar este modelo emergente para transformá-lo em negócio.
Open Design / Design Colaborativo - Heloisa NevesHeloisa Neves
O documento discute open hardware e design colaborativo. Alicia Gibb afirma que open hardware democratiza a inovação, permitindo que uma comunidade inteira contribua para projetos e compartilhe derivados, empurrando os criadores a melhorar continuamente seus produtos. Lynda Gratton diz que o trabalho nunca esteve tão aberto à interpretação individual de como, por que, onde e quando trabalhamos, enfatizando a colaboração, qualidade de experiências e não modelos padronizados. O documento também lista iniciativas de open design como Droog - Design for Download
This book was published in 2010 by Annablume - Brasil. This one is an home edition of the book. I am offering this home version of the book for downloading because I believe that information should be free and shared. Enjoy!
workshop - Conheça o Fab Lab: Como criar um Fab LabHeloisa Neves
Workshop at Garagem Fab Lab! 29 e 30 de junho de 2013
Resultados: durante o workshop, os participantes co-criaram dois diferentes modelos de Fab Lab.
O primeiro é um mix entre o modelo acadêmico e profissional com boas estratégias de como utilizar o laboratório pela primeira vez, se é alguém que não tem muita experiência com as máquinas de fabricação digital.
O segundo está relacionado a um modelo para crianças contando com atividades especiais e uma equipe de gurus e managers engajados no assunto. Ele também tem uma preocupação com a sustentabilidade.
Participantes do workshop: Leonardo Mottin, Manoela Rodrigues, Verônica Natividade e Gabriel Souza
Instrutora: Heloisa Neves
Thanks to Andrea Bandoni e Eduardo Lopes
book // Fab Lab: A Vanguarda da Nova Revolução Industrial (Fabien Eychenne + ...Heloisa Neves
1. Um Fab Lab é uma plataforma de prototipagem rápida que permite aos usuários experimentar e produzir objetos físicos de forma digital.
2. Os Fab Labs fazem parte de uma rede mundial de quase 200 laboratórios que oferecem máquinas de fabricação digital e ferramentas de programação.
3. Os Fab Labs são abertos a todos e incentivam a colaboração, o compartilhamento e a aprendizagem prática através da fabricação digital.
Presentation: Fab Teletransportation at Fab9 JapanHeloisa Neves
This document discusses a collaborative project between several Fab Labs to design and 3D print customizable cups. The goals were to experiment with open design, co-creation and local production. Participants modified a parametric cup file, 3D printed it, took a photo, and shared results. Feedback noted interest in the machines over concepts, a child's enjoyment, and ideas to improve openness. Next steps include an online platform to collect variations and try more complex objects while tracking production data.
PhD - Open Design, Fab Lab e Inovação Bottom Up (apresentação banca de qualif...Heloisa Neves
A união entre o sistema de criação "open design" e espaços de produção e distribuição como "Fab Labs" está remodelando os processos de design e ativando inovação bottom-up. A pesquisa irá investigar como o open design e os Fab Labs estão impactando a criação, produção e distribuição de produtos e ativando novos processos baseados em serviços e inovação bottom-up por meio de entrevistas, observações e estudos de caso.
O documento discute o movimento maker e a rede Fab Lab. Apresenta os conceitos-chave do universo maker como co-design, aprendizado peer-to-peer, inovação aberta e ambientes colaborativos como hackerspaces, makerspaces e Fab Labs para promover a democratização da tecnologia e a fabricação pessoal.
FAB Teletransportation (a project by Fab Lab Sevilla and partners)Heloisa Neves
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
This project takes inspiration from Enzo Mari's 1970 project called AUTOPROGETAZZIONE, which provided open-source furniture plans for people to self-produce design objects at home. The current project generates new works based on those plans, but designed specifically for digital fabrication machines. It aims to foster open design and collaborative production of objects and knowledge, similar to the Fab Lab concept. Users are invited to respond to and modify the plans, then send photographs of the resulting pieces.
Maker Innovation - estratégias maker inspirando inovaçãoHeloisa Neves
O documento descreve o processo de inovação maker, apresentando seus princípios e objetivos, como aprendizado prático, colaboração horizontal e abertura. O processo envolve prototipagem, teste, melhoria e compartilhamento iterativo para desenvolver soluções de forma rápida e barata.
1) Há diferentes perspectivas para se observar uma mesma paisagem dependendo do interesse e formação de quem observa;
2) Algumas visões enxergam a paisagem como natureza dominante, habitat humano, artefato criado pelo homem ou sistema complexo;
3) Outras visões analisam a paisagem como problema social, riqueza econômica, ideologia cultural ou registro histórico em evolução.
O documento discute a importância da geografia para o desenvolvimento da cidadania. A geografia ensina sobre as pessoas, lugares, paisagens, desigualdades e conflitos no mundo, ajudando as pessoas a entenderem melhor a si mesmas e os outros. O documento também ressalta que mapas e outras ferramentas geográficas fornecem informações essenciais sobre onde, como, quando e por quê os eventos ocorrem.
O documento discute obras de arte e esculturas clássicas. Apresenta perguntas sobre as obras para analisar elementos como linhas, formas, cores, significados e proporções. Também reflete sobre temas como a representação do corpo humano, esportes na Grécia Antiga, e a introdução do modernismo na escultura brasileira.
O documento discute a saturação de imagens na sociedade moderna e seus efeitos. Em três frases:
Discutem-se os efeitos da proliferação de imagens na sociedade, incluindo a perda da capacidade de refletir criticamente sobre as imagens consumidas e a dificuldade de destacar singularidades diante do excesso. Artistas como Joachim Schmid e Penelope Umbrico exploram visuaismente como as imagens se tornam repetitivas e estereotipadas nesse contexto de abundância.
1) A arte e a cartografia são construções sociais que reescrevem o mundo em termos de poder e cultura, não meros espelhos da natureza.
2) Mapas podem ser considerados obras de arte quando declarados assim por autoridades ou quando possuem características intrínsecas detectadas objetivamente como intenção artística.
3) A criação de mapas envolve convenções de ilusão para representar o mundo tridimensional em duas dimensões, o que pode levar a um impulso estético que aumenta o valor artístico.
O documento discute os diferentes tipos de espaço geográfico, incluindo espaço natural, produzido e artificial. Explora os conceitos de paisagem, lugar e território, e como eles estão relacionados ao espaço geográfico. Finalmente, discute como esses conceitos se relacionam com as transformações humanas da terra e a apropriação do espaço natural.
(2010) Cidade 2.0 - paper published at II Simpósio de Arquitetura e Urbanismo...Heloisa Neves
O documento discute a ética dos hackers da internet e como ela inspirou grupos a desenvolverem projetos colaborativos e abertos para cidades. Dois exemplos são o grupo espanhol "Receitas Urbanas" que cria projetos comunitários de arquitetura, e o projeto "Fab Lab" do MIT que estabelece laboratórios para capacitar comunidades a resolverem problemas locais por meio da tecnologia.
(2011) Open Design - paper presented at VIII CBGDP Porto AlegreHeloisa Neves
O documento discute o conceito de Open Design, que permite a criação colaborativa de produtos de design e sua distribuição livre e modificação. Apresenta exemplos históricos de projetos compartilhados e como o movimento open source influenciou o Open Design. Explica que o Open Design distribui a idéia do projeto ao invés do produto finalizado, permitindo customização e produção local.
Open design - uma experiência aberta e colaborativa para o ensino de designHeloisa Neves
Este documento discute o conceito de Open Design, que combina design com código aberto para promover o desenvolvimento colaborativo de projetos de design. Ele apresenta uma "breve enciclopédia dinâmica do Open Design", definindo termos-chave como design aberto, código aberto, criação colaborativa e coletivos inteligentes. Também discute por que o ensino colaborativo é coerente com os tempos atuais, à medida que o conhecimento se torna mais acessível online.
Fab Labs Around the World - Heloisa NevesHeloisa Neves
Public: Students and teachers of the university
1 full-time technician Overall Impression / atmosphere: Very well organized and clean lab.
The students seem very involved in their projects.
Location: Inside the University of Sevilla
Open to the public: Font:
Open to the university community only http://fing.org/?Fab-Labs-overview&lang=fr
(translation from french to english by Fab Lab Brasil Association)
Students from Fab Academy: No
SPAIN
Fab Lab Sevilla
Entrance to the Fab Lab Sevilla inside the University of Sevilla
SPAIN
Fab Lab Sevilla
Reception and common space
O documento descreve o conceito de Open Design, definindo-o como um processo colaborativo e aberto onde o conhecimento é compartilhado igualitariamente entre todos os participantes. O Open Design aproxima a criação e fabricação e exclui a distribuição, indo contra o modelo de produção em massa centralizada e privilegiando a produção local ou própria. Questiona como estruturar este modelo emergente para transformá-lo em negócio.
Open Design / Design Colaborativo - Heloisa NevesHeloisa Neves
O documento discute open hardware e design colaborativo. Alicia Gibb afirma que open hardware democratiza a inovação, permitindo que uma comunidade inteira contribua para projetos e compartilhe derivados, empurrando os criadores a melhorar continuamente seus produtos. Lynda Gratton diz que o trabalho nunca esteve tão aberto à interpretação individual de como, por que, onde e quando trabalhamos, enfatizando a colaboração, qualidade de experiências e não modelos padronizados. O documento também lista iniciativas de open design como Droog - Design for Download
This book was published in 2010 by Annablume - Brasil. This one is an home edition of the book. I am offering this home version of the book for downloading because I believe that information should be free and shared. Enjoy!
workshop - Conheça o Fab Lab: Como criar um Fab LabHeloisa Neves
Workshop at Garagem Fab Lab! 29 e 30 de junho de 2013
Resultados: durante o workshop, os participantes co-criaram dois diferentes modelos de Fab Lab.
O primeiro é um mix entre o modelo acadêmico e profissional com boas estratégias de como utilizar o laboratório pela primeira vez, se é alguém que não tem muita experiência com as máquinas de fabricação digital.
O segundo está relacionado a um modelo para crianças contando com atividades especiais e uma equipe de gurus e managers engajados no assunto. Ele também tem uma preocupação com a sustentabilidade.
Participantes do workshop: Leonardo Mottin, Manoela Rodrigues, Verônica Natividade e Gabriel Souza
Instrutora: Heloisa Neves
Thanks to Andrea Bandoni e Eduardo Lopes
book // Fab Lab: A Vanguarda da Nova Revolução Industrial (Fabien Eychenne + ...Heloisa Neves
1. Um Fab Lab é uma plataforma de prototipagem rápida que permite aos usuários experimentar e produzir objetos físicos de forma digital.
2. Os Fab Labs fazem parte de uma rede mundial de quase 200 laboratórios que oferecem máquinas de fabricação digital e ferramentas de programação.
3. Os Fab Labs são abertos a todos e incentivam a colaboração, o compartilhamento e a aprendizagem prática através da fabricação digital.
Presentation: Fab Teletransportation at Fab9 JapanHeloisa Neves
This document discusses a collaborative project between several Fab Labs to design and 3D print customizable cups. The goals were to experiment with open design, co-creation and local production. Participants modified a parametric cup file, 3D printed it, took a photo, and shared results. Feedback noted interest in the machines over concepts, a child's enjoyment, and ideas to improve openness. Next steps include an online platform to collect variations and try more complex objects while tracking production data.
PhD - Open Design, Fab Lab e Inovação Bottom Up (apresentação banca de qualif...Heloisa Neves
A união entre o sistema de criação "open design" e espaços de produção e distribuição como "Fab Labs" está remodelando os processos de design e ativando inovação bottom-up. A pesquisa irá investigar como o open design e os Fab Labs estão impactando a criação, produção e distribuição de produtos e ativando novos processos baseados em serviços e inovação bottom-up por meio de entrevistas, observações e estudos de caso.
O documento discute o movimento maker e a rede Fab Lab. Apresenta os conceitos-chave do universo maker como co-design, aprendizado peer-to-peer, inovação aberta e ambientes colaborativos como hackerspaces, makerspaces e Fab Labs para promover a democratização da tecnologia e a fabricação pessoal.
FAB Teletransportation (a project by Fab Lab Sevilla and partners)Heloisa Neves
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
This project takes inspiration from Enzo Mari's 1970 project called AUTOPROGETAZZIONE, which provided open-source furniture plans for people to self-produce design objects at home. The current project generates new works based on those plans, but designed specifically for digital fabrication machines. It aims to foster open design and collaborative production of objects and knowledge, similar to the Fab Lab concept. Users are invited to respond to and modify the plans, then send photographs of the resulting pieces.
Maker Innovation - estratégias maker inspirando inovaçãoHeloisa Neves
O documento descreve o processo de inovação maker, apresentando seus princípios e objetivos, como aprendizado prático, colaboração horizontal e abertura. O processo envolve prototipagem, teste, melhoria e compartilhamento iterativo para desenvolver soluções de forma rápida e barata.
Semelhante a O mapa [ou] um estudo sobre representaçoes complexas - Published at Cadernos PPG - AU FAUBA Atlas Magazine and Online Magazine [re]dobra UFBA
1) Há diferentes perspectivas para se observar uma mesma paisagem dependendo do interesse e formação de quem observa;
2) Algumas visões enxergam a paisagem como natureza dominante, habitat humano, artefato criado pelo homem ou sistema complexo;
3) Outras visões analisam a paisagem como problema social, riqueza econômica, ideologia cultural ou registro histórico em evolução.
O documento discute a importância da geografia para o desenvolvimento da cidadania. A geografia ensina sobre as pessoas, lugares, paisagens, desigualdades e conflitos no mundo, ajudando as pessoas a entenderem melhor a si mesmas e os outros. O documento também ressalta que mapas e outras ferramentas geográficas fornecem informações essenciais sobre onde, como, quando e por quê os eventos ocorrem.
O documento discute obras de arte e esculturas clássicas. Apresenta perguntas sobre as obras para analisar elementos como linhas, formas, cores, significados e proporções. Também reflete sobre temas como a representação do corpo humano, esportes na Grécia Antiga, e a introdução do modernismo na escultura brasileira.
O documento discute a saturação de imagens na sociedade moderna e seus efeitos. Em três frases:
Discutem-se os efeitos da proliferação de imagens na sociedade, incluindo a perda da capacidade de refletir criticamente sobre as imagens consumidas e a dificuldade de destacar singularidades diante do excesso. Artistas como Joachim Schmid e Penelope Umbrico exploram visuaismente como as imagens se tornam repetitivas e estereotipadas nesse contexto de abundância.
1) A arte e a cartografia são construções sociais que reescrevem o mundo em termos de poder e cultura, não meros espelhos da natureza.
2) Mapas podem ser considerados obras de arte quando declarados assim por autoridades ou quando possuem características intrínsecas detectadas objetivamente como intenção artística.
3) A criação de mapas envolve convenções de ilusão para representar o mundo tridimensional em duas dimensões, o que pode levar a um impulso estético que aumenta o valor artístico.
O documento discute os diferentes tipos de espaço geográfico, incluindo espaço natural, produzido e artificial. Explora os conceitos de paisagem, lugar e território, e como eles estão relacionados ao espaço geográfico. Finalmente, discute como esses conceitos se relacionam com as transformações humanas da terra e a apropriação do espaço natural.
A história ajuda a entender as sociedades, suas transformações e permanências, além das semelhanças e diferenças entre elas. Qualquer coisa produzida pela humanidade ao longo do tempo, como jornais, cartas, pinturas e relatos orais, pode ser considerada fonte histórica para construir o conhecimento sobre o passado. Louis Daguerre apresentou o daguerreótipo em 1839, que é considerada a primeira máquina fotográfica da história.
O documento descreve a evolução da arte rupestre e da comunicação humana ao longo da história, desde as pinturas nas cavernas da idade do gelo até as escritas hieroglíficas e cuneiformes. Aborda achados arqueológicos na França e no Brasil, e como as formas de representação visual progrediram de imagens para símbolos complexos. Também discute como a arte rupestre inicialmente representava o cotidiano e depois se tornou mais abstrata, carregando significados culturais.
1) O documento apresenta definições de diversos termos relacionados à geografia como bairro, capitalismo, cartografia entre outros.
2) As definições são apresentadas de forma concisa com suas respectivas fontes citadas.
3) O glossário abrange termos como escala, fronteira, geografia política e regional entre outros conceitos fundamentais da geografia.
Este documento analisa a simbologia da água no imaginário grego através de mitos cosmogônicos e dos escritos de Homero. A água é representada de forma ambígua, significando vida e morte. Nos mitos de origem, a água representa a vida, enquanto nas epopéias de Homero significa morte. A água desempenha um papel fundamental nos principais mitos da cultura grega.
O documento discute a arte online e como ela demanda olhos atentos e curiosos para explorar novas possibilidades criativas. A arte online lida com diversos desafios técnicos e permite novas formas de narrativa e experiências interativas para o público. Projetos como "What We Will" e "Acaso" ilustram como a arte online pode reinventar linguagens visuais e a própria noção do que é uma obra de arte.
O documento apresenta uma proposta de currículo para a disciplina de arte nas séries finais do ensino fundamental e médio. O currículo estrutura-se em torno de oito "territórios da arte" que abordam conceitos e conteúdos relacionados a diferentes aspectos das linguagens artísticas. Cada território permite a investigação de determinados saberes estéticos e culturais de forma interconectada. O currículo tem como objetivo aproximar os alunos da arte como um saber por meio de experiências estéticas nos diferentes territóri
O documento apresenta uma proposta de currículo para a disciplina de arte nas séries finais do ensino fundamental e médio. O currículo estrutura-se em torno de oito "territórios da arte" que abordam conceitos e conteúdos relacionados a diferentes aspectos das linguagens artísticas. Cada território permite a investigação de determinados saberes estéticos e culturais de forma interconectada. O currículo tem como objetivo aproximar os alunos da arte como um saber por meio de experiências estéticas nos diferentes territóri
O documento discute a integração entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura na área de linguagens. Apresenta conceitos destes termos e usa um projeto desenvolvido por alunos como exemplo de como estes eixos podem ser integrados, abordando diferentes linguagens como imagética, gestual e verbal. Finaliza defendendo que a integração exige diálogo entre professores de diferentes áreas.
1) A geografia estuda as relações entre o ser humano e o espaço, dividindo-se em geografia física, humana e regional. 2) A geografia antiga tinha como foco descrever as regiões exploradas, enquanto a geografia moderna busca explicar as relações entre homem e meio ambiente. 3) Existem duas abordagens principais: a determinista vê o homem como produto do meio ambiente, enquanto a possibilista vê o homem como capaz de modificar o meio.
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...Carlos Recuero
Este documento fornece uma introdução aos conceitos-chave da fotografia como instrumento de pesquisa em ciências sociais. Resume que a fotografia pode ser usada para registrar evidências visuais que fornecem novas perspectivas para entender fenômenos sociais, e que o método fotoetnográfico combina fotografias e texto para contar narrativas etnográficas de forma híbrida.
O documento discute a arte como uma forma de conhecimento e explora a hipótese de que o livro pode ser um meio para desenvolver, articular, transmitir e compartilhar conhecimento artístico. O livro referido não é o livro tradicional impresso ou eletrônico, mas um "livro virtual" escrito no ciberespaço e aberto à transformação por leitores na rede.
A) Correto. A motivação colonial foi uma das bases do desenvolvimento dos estudos de geografia, visto que cada metrópole pesquisava o espaço das respectivas colônias. Isso permitia um melhor conhecimento e controle dos territórios colonizados.
B) Correto. O surgimento de escolas nacionais decorreu da necessidade de criação de identidades culturais no âmbito da geografia e da dificuldade de integração entre geógrafos de nacionalidades distintas. Cada país desenvolveu seus próprios enfoques e métodos geogr
A paisagem dos personagens e os personagens da paisagemguest8b8f614
Este documento discute vários temas relacionados a paisagens e personagens, incluindo a teoria geográfica da paisagem, análise sistêmica da paisagem, relação entre paisagem e arte, e como o espaço pode refletir a alma dos personagens. Também apresenta dois universos de ficção possíveis para um herói, um pós-Guerra Fria e outro onde o herói desenvolve telepatia com a Terra.
A Paisagem do Personagem ou o Personagem da PaisagemFrancisco Tupy
Este documento discute vários temas relacionados a paisagem e personagem, incluindo a teoria geográfica da paisagem, a análise sistêmica da paisagem, e a relação entre personagem e espaço. Também apresenta dois universos de ficção possíveis para um herói, um pós-guerra fria e outro onde o herói desenvolve telepatia com a Terra.
Semelhante a O mapa [ou] um estudo sobre representaçoes complexas - Published at Cadernos PPG - AU FAUBA Atlas Magazine and Online Magazine [re]dobra UFBA (20)
A Paisagem do Personagem ou o Personagem da Paisagem
O mapa [ou] um estudo sobre representaçoes complexas - Published at Cadernos PPG - AU FAUBA Atlas Magazine and Online Magazine [re]dobra UFBA
1. O mapa [ou] um estudo sobre representações complexas
1
Heloisa Neves
Mapa! Uma palavra tão recorrente em cartografia e arquitetura poderia ter algum
tipo de relação com projeto, acontecimento, performance, corpo? Hoje em dia existe uma
vasta bibliografia, em diferentes áreas, interessada no estudo dos mapas. Essas pesquisas
vêm da geografia, da física, da matemática, da biologia, da química, da filosofia, das
artes, da arquitetura e das ciências cognitivas. Apesar da definição de mapa variar muito
em cada área, há algo em comum em todas elas: mapear é representar alguma coisa, seja
um espaço, um fenômeno ou uma organização corporal. O mundo da representação é
extremamente amplo, já que representar envolve criação; o que por sua vez está presente
em toda e qualquer ação cognitiva. Um mapa de uma cidade, de um mundo, da população
desse mundo, o desenho técnico de uma construção, uma foto, uma pintura, uma
instalação, uma performance, uma peça de teatro ou a maneira como o corpo se organiza
para perceber o mundo são exemplos de mapas.
Essa diversificação de significados para uma mesma palavra teve seu auge no
momento em que o mundo trouxe à cena o conceito de rede. Esse conceito impôs uma
rediscussão do espaço e das relações existentes, tornando-se extremamente relevante
discutir também como as pessoas estão tecendo novas formas de mapear o mundo que
habitam. No entanto, todas essas maneiras de se entender mapas dinâmicos, plásticos e
interativos sempre existiram. Os corpos sempre criaram redes internas, representando-as
de alguma forma. No entanto, foi a partir do momento em que os modelos ditos
contemporâneos2 começaram a surgir, que o conceito de mapa tomou maiores proporções.
A partir desse momento, muitos autores passaram a estudar o tema, fazendo com que a
palavra ‘mapa’ pudesse também metaforizar alguns tipos de organizações complexas
emergentes.
Dentre todas essas possibilidades, busquei estudá-lo seguindo os conceitos e as
formas de organização do mapa através da visão de três autores: o filósofo Gilles Deleuze3
e os neurocientistas António Damásio4 e Francisco Varela5.
Resumidamente, poderia dizer que para António Damásio, a palavra mapa é
inevitável e irresistível nas discussões da neurologia. Segundo o cientista, mapa pode ser
definido enquanto um padrão neural ou uma representação da forma como o corpo se
organiza para perceber um objeto externo ou interno6.
Já para Gilles Deleuze, o mapa seria uma representação “inteiramente voltada para
uma experimentação ancorada no real, na ação. O mapa não reproduz um inconsciente
fechado sobre ele mesmo, ele o constrói.” (DELEUZE, GUATTARI, 2002, p.22).
E Francisco Varela completa a discussão apoiando a representação enquanto uma
ação co-determinante entre os seres vivos e seu ambiente. Para esse fenômeno, propôs o
termo enação em substituição à palavra representação.
1
Heloisa Neves é Arquiteta e Urbanista pela Unesp/Bauru, Mestre pela Comunicação e Semiótica da PUC/SP e professora
do curso de Arquitetura e Design Digital da Uniara. Sua pesquisa de mestrado estudou a relação perceptiva corpo e cidade via
Ciências Cognitivas e Filosofia da Mente. Atualmente vem ampliando suas pesquisas pelo estudo de fenômenos
colaborativos e interativos na percepção corpo-cidade. Seu contato: hdneves@terra.com.br
2
Organizações complexas emergentes, conceito de rede, caos, dentre outros.
3
Gilles Deleuze, filósofo francês. Sua obra foi escrita, basicamente, entre os anos de 1960 e 1990. Debruçou-se
fundamentalmente sobre a questão da complexidade, analisando movimento e multiplicidade. Criou muitos conceitos que
botaram em cheque questões filosóficas tradicionais.
4
António Damásio é neurocientista e neurobiólogo, estuda os processos de consciência, imagem corporal, percepção corpo-
ambiente, emoção e sentimentos.
5
Francisco Varela foi neurologista e grande estudioso da relação corpo ambiente, juntamente com Humberto Maturana criou
a teoria da ‘autopoiese’ a qual rompe a barreira conceitual entre corpo e ambiente. Além disso, Varela era adepto da
meditação e tentou entender como seu corpo se organizava no momento em que a estava praticando.
6
Trabalharemos aqui nessa pesquisa somente com a percepção de objetos externos.
1
2. Apêndice [ou] o mapa do mapa
Olhando para a cidade, filmes, músicas e tantas outras coisas, desde o início desse
estudo, busquei garimpar mapas do encontro já realizados e espalhados por esses lugares.
Venho tentando reconhecê-los na tentativa de também aprender com eles.
O mapa das Pedras
No filme “O Fabuloso Destino de Amélie Pollan” (JEUNET, 2001), a personagem Amélie,
cria para si uma vida de contos de fada, acredita nela e a partir disso transforma seu
mundo. Como uma rota, restam as pedras que vai recolhendo pelos lugares que passa e
que se tornam seu próprio ‘mapa de vida’. Pelas pedras, que compõem seu mapa, Amélie
sabe por onde passou e o que sentiu ao estar em cada lugar. As pedras se tornam assim,
um mapeamento de sua mente e do movimento de seu corpo, assumindo a forma de seu
mapa. Além disso, são um meio de transporte entre os dois mundos que se mesclam em sua
vida: o externo e o interno. As pedras de Amélie são seu mapa. Existe um momento em
que ela joga fora as pedras que possui, mostrando que sua escolha foi feita, um mapa
possível foi apagado, e ela não quer mais viver no mundo “verde e vermelho”, apesar de
nem assim conseguir essa proeza 7. Para Amélie, assim como para qualquer ser humano,
desistir do mundo imaginário é tarefa impossível.
O mapa da Pantera Cor de Rosa
O exemplo de Amélie pode ser alargado quando colocamos lado a lado com o personagem
de desenho animado, a Pantera Cor-de-Rosa. Ela possui também um mundo muito
particular, enxergando tudo que está à sua volta em cor-de-rosa. Ela não reproduz um
mundo, mas pinta o mundo com sua cor, rosa sobre rosa, “é seu devir-mundo” (DELEUZE e
GUATTARI, 2002, p.25), fazendo com que um desejo que se encontra constantemente
dentro dela, exploda a barreira, e se torne atual. Para a Pantera, a forma do mapa é a
própria cor com a qual ela constantemente colore o mundo.
7
Durante todo o filme e nas ocasiões em que as cenas são vistas pelo olhar de Amélie, as cores verde e vermelho
se destacam perceptivamente.
2
3. O mapa da Carne
No filme “Amnésia” (NOLAN, 2002), tem-se um mapa em forma de desenho tatuado sobre
a pele, é o ‘mapa da carne’. Nele vemos um mapa feito no próprio corpo, mapa interativo
e mutante, que tem a função de fazer lembrar ao homem desmemoriado as instruções a
serem seguidas em cada dia de sua vida. E como muitas das informações desse homem
ficam esquecidas como rastros perdidos, nota-se que ele brinca de possibilidades de vida,
brinca de a cada dia escolher uma entrada diferente. Constata-se aqui um mapa que se
atualiza diariamente através das tatuagens, decalques de uma representação imagética.
Um mapa que não deixa rastro. Uma clara relação de tempos é exposta já que o homem
não tem uma seqüência linear de sua história, vive do descontínuo, vive em diversos
tempos, se conectando por qualquer um deles. Não há reversibilidade, há uma busca de
referências do passado, que já se encontram borradas com o presente e, a partir delas,
uma continuação.
O mapa Virtual
Se partirmos para ambientes virtuais, descobriremos uma infinidade de mapas: desde rotas
de operações piratas até mapas cuja forma vai ao encontro de fractais. No livro TAZ (BEY,
2005, p.11), Hakim Bey descreve um ‘mapa de operação pirata’. No século XVIII, os piratas
e corsários montaram uma rede de informações sobre o globo que funcionava de forma
admirável. Essa rede se formava por ilhas, esconderijos secretos onde os navios piratas
podiam se abastecer com água e alimento, e assim continuar vivendo por entre as brechas
do mundo. Os assassins (seita muçulmana que no século XI assassinava líderes cristãos),
também descrito por Bey, criaram um ‘mapa do mundo paralelo’. Esse mapa consistia em
uma rede de remotos castelos em vales montanhosos, distantes e invulneráveis a invasões.
Tais castelos eram conectados por um fluxo de informações conduzidas por agentes
secretos, os quais estavam em guerra com todos os governos. Eis aqui dois mapas bastante
contemporâneos por existirem graças às brechas do sistema, assim como fazem hoje o
hackers na internet. Este mapa pode também ser chamado máquina de guerra8, a qual
conquista sem ser notada e se move antes de ser cristalizada. Um outro mapa, ainda
proposto por Hakim Bey seria o ‘mapa da informação’, a projeção cartográfica da net
como um todo. Nesse mapa “teríamos que incluir os elementos do caos que já começaram
a aparecer, por exemplo, nas operações de processos paralelos complexos, nas
telecomunicações, na transferência de ‘dinheiro’ eletrônico, nos vírus, na guerrilha dos
hackers etc.” (BEY, 2004, p.36). O mundo em fractais é desconstruído, dobrado e
redobrado a cada segundo. Bey completa dizendo que o mapa estudado pela cartografia
8
Máquina de Guerra é um conceito deleuziano discutido no livro Mil Platôs (2002), usado por Bey no seu livro
TAZ.
3
4. nada tem em comum com o estudado por ele. Por ser mais abstrato não cobre a terra com
a precisão de 1:19.
O mapa das Plantas
Encontrei certa vez, em um livro de Paola Berestein, o trabalho do paisagista Gilles
Clément. Ele propõe a criação de uma forma muito interessante de mapa, os ‘jardins em
movimento’. Seu projeto utilizava a característica móvel e desterritorializante de algumas
plantas escolhidas por ele, no caso o ‘mato’ e uma planta denominada ‘vagabunda’. Para
ele, os jardins tradicionais e, mais especificamente os jardins à francesa, estão fortemente
ligados à noção de ordem estática, o que nos remete fortemente ao decalque10. Ele
acredita que a própria idéia de ‘jardim’ impõe uma luta perpétua contra o movimento
natural das plantas. O papel do jardineiro é cortar tudo que no jardim transborda ao
projeto original ou que é espontâneo, contendo o fluxo natural. O paisagista propôs então
uma concepção de jardim baseada no movimento, transformando terrenos baldios ou
abandonados. Com isso, ele propõe inverter um conceito: ao invés do planejado e imóvel,
um jardim que possua características de terreno abandonado ou baldio, ou seja, natural,
móvel e dinâmico. Fazendo então essa inversão do termo e tornando o jardim um local de
movimento natural, ele explica:
“oportunidade: o terreno vazio já existe. Intenção: seguir o fluxo dos
vegetais, se inscrever na corrente biológica que anima o lugar e orientá-la.
Não considerar a planta como objeto acabado. Não a isolar do contexto
que a faz existir. Resultado: o jogo de transformações desordena
constantemente o desenho do jardim. O movimento é sua ferramenta, o
mato sua matéria, a vida seu conhecimento.” (CLÉMENT, 1994, p.5)
Trata-se de uma situação de discussão de movimento. Nesse jardim móvel, o que se
via ontem não está mais à vista hoje, o caminho por onde se passava ontem, mudou de
lugar hoje. É o espaço sendo continuamente modificado, é o espaço processual.
O mapa das Capas
Hélio Oiticica11 pode ser chamado de cartógrafo por ter inventado seus Parangolés.
A proposta estava clara nas próprias “Instruções para feitura-performance de Capas Feitas
no Corpo”:
1 cada extensão de pano deve medir 3 metros de comprimento.
2 o pano não deve ser cortado durante a feitura da capa, de modo a manter a estrutura-
extensão como base viva da capa.
3 Alfinetes de fralda devem ser usados para a construção da capa, que será depois
cosida.
4 A estrutura da capa-construída-no-corpo deve ser improvisada pelo participador; se a
ajuda de outros participadores vier a calhar, ótimo; a estrutura deve ser construída em
grupo em cada corpo participante, e feita de modo a ser retirada sem destruir, como uma
roupa.
5 Um grupo pode construir uma capa para várias pessoas, numa espécie de manifestação
coletiva ao ar livre.
9
1:1 é uma medida de escala que indica tamanho real, espaço total.
10
Decalque entendido à luz de Gilles Deleuze.
11
Artista que trabalhava questões da arte móvel e realizada durante a ação. São obras de Oiticica: Tropicália,
Ninhos, diversos tipos de Parangolés, dentre muitos outros.
4
5. 6 O uso da dança e/ou performances criadas por outros indivíduos é essencial à
ambientação dessa performance: assim como o uso do humor, do play desinteressado, etc.
De modo a evitar uma atmosfera de seriedade soturna e sem graça “.(OITICICA, 1968)
A pessoa que está usando suas obras, transforma-se em experienciador e agente da
obra. A barreira entre artista e observador é profundamente permeável. O observador não
experiência completamente a obra se também não fizer parte dela, se não houver no
momento da leitura dessa obra um fenômeno que reconstrua a própria obra. O artista
chamava seus Parangolés de ‘transobjetos’, isto porque quando vestidos, estes se
transformavam. Suas capas buscavam reavivar sensações não-condicionantes e uma
experimentalidade nova a todo momento, sendo criada e recriada continuamente. Nesse
caso, o mapa se torna móvel e apto a muitas outras experienciações. “Já não é o objeto no
que possuía de conhecido, mas uma relação que torna o que já era conhecido num novo
conhecimento e o que resta a ser apreendido, um lado poder-se-ia dizer desconhecido, que
é o resto que permanece aberto à imaginação que sobre essa obra se recria”. (OITICICA,
1963, p. 86).
O mapa do Encontro
Um mapa somente pode ser construído em tempo real, por cada pessoa que está
experienciando aquele momento, a qual passa imediatamente a fazer parte dele. “Se essas
imagens têm a perspectiva deste corpo que sinto agora, então essas imagens estão em meu
corpo – são minhas – e eu posso agir sobre o objeto que a causou.” (DAMÁSIO, 1999, p.236).
“Enquanto olha essa página e vê estas palavras, querendo ou não, você sente, de maneira
automática e ininterrupta, que é você quem está lendo. Não sou eu, nem outra pessoa
qualquer. É você. Você sente que os objetos que está percebendo agora – o livro, a sala à
sua volta, a rua vista da janela – estão sendo apreendidos de sua perspectiva, e que os
pensamentos formados em sua mente são seus, e não de alguma outra pessoa. Você
também sente que pode atuar na cena caso deseje – pode parar de ler, começar a refletir,
levantar-se e sair para uma caminhada.” (DAMÁSIO, 1999, p.168 e 169). Todo indivíduo
está profundamente envolvido no processo de tomar conhecimento de sua própria
existência. “O universo de conhecimento, de experiências, de percepções do ser humano
não é passível de explicação a partir de uma perspectiva independente desse mesmo
universo. Só podemos conhecer o conhecimento humano (experiências, percepções) a
partir dele mesmo.” (MATURANA e VARELA, 2001, p.18)
O mapa do encontro é a própria ação de negociar um caminho através de um mundo
que não é fixo e pré-estabelecido, mas que é continuamente moldado pelos tipos de ações
em que nos comprometemos. É a busca por emoções que estão continuamente expostas ao
ambiente e sendo contaminadas por ele e pelos outros corpos. É nada mais que o encontro
entre seu corpo e algum objeto ou espaço fora dele. No mapa do encontro, é necessário
que o leitor do mapa tenha consciência de que é peça fundamental do processo e que
5
6. reorganize o mapa de acordo com a legenda que deseja. Não existem legendas fixas e
dadas gratuitamente. Nele, há uma fuga dos rótulos, das frases feitas e das narrativas pré-
estabelecidas.
“Você está lendo este texto e, à medida que lê, está traduzindo o
significado das palavras em um fluxo de pensamento conceitual. Por sua
vez, as palavras e as sentenças da página, que são traduções de meus
conceitos, traduzem-se, em sua mente, em mensagens não verbais. O
conjunto dessas imagens define os conceitos que originalmente estavam
em minha mente. Porém, paralelamente à percepção das palavras
impressas e à exibição do conhecimento conceitual correspondente que é
necessário para compreendê-las, sua mente também o representa fazendo
a leitura e compreendendo, momento a momento. O alcance total de sua
mente não se restringe a imagens do que está sendo percebido
externamente ou do que é evocado em associação com que está sendo
percebido. Ele também inclui você.” (DAMÁSIO, 1999, p.172).
Referências Bibliográficas
BEY, Hakim. TAZ: Zona Autônoma Temporária. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2004
DAMÁSIO, Antonio. O Mistério da Consciência - Do Corpo, das Emoções ao
Conhecimento de Si. São Paulo: Companhia das Letras, São Paulo, 1999
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia (trad. Ana Lucia de Oliveira ... et
al). São Paulo: Ed. 34, 2002
GREINER, Christine. O Corpo: Pistas para Estudos Interdisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005
GREINER, C.; KATZ, H. A Natureza Cultural do Corpo. Lições de Dança 3. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2001
____________. O Meio é a Mensagem: Porque o Corpo é Objeto da Comunicação. Húmus, Caxias do Sul, v.
01, n. 01, p. 11-20, 2004
JACQUES, Paola Berestein. Estética da Ginga – A Arquitetura das Favelas Através da Obra de Hélio Oiticica.
Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003
VARELA, Francisco; THOMPSON, Evan e ROSCH, Eleanor. A Mente Corpórea: Ciência Cognitiva e Experiência
Humana (trad. Joaquim Nogueira Gil e Jorge de Sousa). Lisboa: Instituto Piaget, 2001
WERTHEIM, Margaret. Uma História do Espaço de Dante à Internet. (trad. Maria Luiza X. de A. Borges, revisão
de Paulo Vaz). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001
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