1) O narrador chega à casa do seu primo Jorge após 15 anos ausente, esperando ser bem recebido, mas encontra apenas a órfã Thereza Ray, que o informa que toda a família saiu para jantar fora.
2) Thereza revela que vive na casa por caridade depois da morte de seu pai, que era parente distante dos Rutland.
3) O narrador percebe que a família sabia da data e hora de sua chegada, mas não o recebeu de forma calorosa, frustrando suas esperanças.
1. Uma coletânea de poemas curtos sobre temas como amor, saudade, passagem do tempo e reflexões sobre a vida e a arte.
2. Os poemas exploram assuntos como relacionamentos, sentimentos e a condição humana de forma concisa e por vezes enigmática.
3. O documento reúne pequenas obras poéticas de Ana Cristina Cesar que abordam temas universais do ponto de vista singular da autora.
1. O documento apresenta poemas e textos da autora Sarah Valle que exploram temas como memória, identidade e viagens pelo Oriente.
2. Os poemas usam imagens e referências culturais para transportar o leitor por lugares como Istambul e a região da Anatólia na Turquia.
3. A linguagem sugestiva e o uso de descontinuidades criam uma sensação de fluidez entre os poemas, simulando a experiência de uma leitura não linear.
Este resumo contém 3 frases ou menos:
A protagonista recebe a notícia da morte do Marquês de Sade e fica desolada. Ela se lembra com carinho de seu mestre e das lições que aprendeu com ele. Ao mesmo tempo, sente desejo e tem relações sexuais violentas com seu amante Vincent. Ela reflete sobre a vida, a passagem do tempo e o legado de Sade.
O documento descreve a peregrinação do autor pelo seu quarto, relembrando objetos e memórias do passado, incluindo cartazes nas paredes, um tapete velho cheio de histórias, e uma janela com uma vista bonita sobre os campos verdes circundantes.
O documento descreve o dia de trabalho de um homem em São Paulo. Ao chegar em casa após um dia estressante, ele observa sua vizinha Bárbara dançando nua em sua janela. Ele passa a espioná-la diariamente com binóculos. Um dia, ele encontra Bárbara no supermercado e eles acabam se conhecendo. Eles descobrem ter interesses em comum e trocam telefones.
Este documento é uma carta de amor escrita por Eça de Queirós para Clara. Na carta, Eça descreve como viu Clara pela primeira vez em uma festa e ficou imediatamente encantado por sua beleza e graça. Desde então, passou a admirá-la de longe e a estudar suas qualidades para compreender melhor sua alma nobre. Clara se tornou sua inspiração para se aperfeiçoar espiritual e intelectualmente. Eça pede permissão a Clara para continuar vivendo sob sua influência benéfica.
1) Daniel é levado pelo pai a um misterioso cemitério de livros esquecidos onde cada livro tem uma alma;
2) Daniel escolhe o livro "A Sombra do Vento" de um autor desconhecido para si;
3) O livro parece ter estado à espera de Daniel naquele lugar durante anos.
Este resumo contém 3 frases ou menos:
O documento é um resumo da primeira noite do livro "Noites Brancas" de Dostoiévski. O narrador descreve como se sentiu sozinho quando toda a gente em São Petersburgo partiu para o campo, deixando-o para trás sem convite. Ele andou pela cidade vazia até acabar por sair dos portões e caminhar pelos campos, sentindo-se aliviado por deixar a solidão para trás.
1. Uma coletânea de poemas curtos sobre temas como amor, saudade, passagem do tempo e reflexões sobre a vida e a arte.
2. Os poemas exploram assuntos como relacionamentos, sentimentos e a condição humana de forma concisa e por vezes enigmática.
3. O documento reúne pequenas obras poéticas de Ana Cristina Cesar que abordam temas universais do ponto de vista singular da autora.
1. O documento apresenta poemas e textos da autora Sarah Valle que exploram temas como memória, identidade e viagens pelo Oriente.
2. Os poemas usam imagens e referências culturais para transportar o leitor por lugares como Istambul e a região da Anatólia na Turquia.
3. A linguagem sugestiva e o uso de descontinuidades criam uma sensação de fluidez entre os poemas, simulando a experiência de uma leitura não linear.
Este resumo contém 3 frases ou menos:
A protagonista recebe a notícia da morte do Marquês de Sade e fica desolada. Ela se lembra com carinho de seu mestre e das lições que aprendeu com ele. Ao mesmo tempo, sente desejo e tem relações sexuais violentas com seu amante Vincent. Ela reflete sobre a vida, a passagem do tempo e o legado de Sade.
O documento descreve a peregrinação do autor pelo seu quarto, relembrando objetos e memórias do passado, incluindo cartazes nas paredes, um tapete velho cheio de histórias, e uma janela com uma vista bonita sobre os campos verdes circundantes.
O documento descreve o dia de trabalho de um homem em São Paulo. Ao chegar em casa após um dia estressante, ele observa sua vizinha Bárbara dançando nua em sua janela. Ele passa a espioná-la diariamente com binóculos. Um dia, ele encontra Bárbara no supermercado e eles acabam se conhecendo. Eles descobrem ter interesses em comum e trocam telefones.
Este documento é uma carta de amor escrita por Eça de Queirós para Clara. Na carta, Eça descreve como viu Clara pela primeira vez em uma festa e ficou imediatamente encantado por sua beleza e graça. Desde então, passou a admirá-la de longe e a estudar suas qualidades para compreender melhor sua alma nobre. Clara se tornou sua inspiração para se aperfeiçoar espiritual e intelectualmente. Eça pede permissão a Clara para continuar vivendo sob sua influência benéfica.
1) Daniel é levado pelo pai a um misterioso cemitério de livros esquecidos onde cada livro tem uma alma;
2) Daniel escolhe o livro "A Sombra do Vento" de um autor desconhecido para si;
3) O livro parece ter estado à espera de Daniel naquele lugar durante anos.
Este resumo contém 3 frases ou menos:
O documento é um resumo da primeira noite do livro "Noites Brancas" de Dostoiévski. O narrador descreve como se sentiu sozinho quando toda a gente em São Petersburgo partiu para o campo, deixando-o para trás sem convite. Ele andou pela cidade vazia até acabar por sair dos portões e caminhar pelos campos, sentindo-se aliviado por deixar a solidão para trás.
Este documento apresenta o prólogo de um drama escrito por Leonor de Mendonça de Gonçalves Dias. O autor explica que o drama retrata a morte de Leonor de Mendonça pelas mãos de seu marido D. Jaime, induzido por falsas aparências. O foco principal é a ideia da "fatalidade", as consequências dos hábitos e da civilização na relação entre os personagens.
O documento conta a história de Lord Murchison, que se apaixona por Lady Alroy, mas seu relacionamento é cercado por mistérios. Ele a vê secretamente entrando em uma casa pobre e quando confronta ela, ela se recusa a explicar. Sem confiança, ele parte para a Noruega e quando retorna descobre que ela morreu.
O documento apresenta um conto de Franz Kafka intitulado "Comunidade" que descreve cinco amigos que saem de uma casa um após o outro e passam a viver juntos pacificamente, porém são incomodados pela presença constante de um sexto indivíduo que se intromete em seu grupo, porém não os faz nada.
1) Rossignoli vê as ruas de San Gimignano da sua janela e contempla a história e beleza do local. Ele começa a escrever um conto, mas não fica satisfeito com o resultado.
2) Pierina Rossi bate à porta de Rossignoli pedindo ajuda. Ela precisa que ele a leve secretamente ao mosteiro de Monteoliveto para salvar a vida de seu tio que está sendo ameaçado.
3) Eles partem juntos rumo a Monteoliveto, mas ao chegarem lá um homem os
O autor acorda assustado com a presença da sogra morta em seu quarto, que diz ter vindo para ficar. Ele busca ajuda para se livrar do "encosto". Em outro conto, Satanás reflete sobre os problemas de ser pai e lidar com as novas ideias do filho. Por fim, uma criança é submetida a uma cirurgia difícil no hospital enquanto o pai observa à distância.
1) O documento apresenta o prólogo e as ideias do autor para seu drama Leonor de Mendonça. Ele explora a temática da fatalidade e como as circunstâncias podem levar um homem a cometer um crime.
2) O autor desenhou personagens como a duquesa Leonor de Mendonça, o duque D. Jaime, e a família Alcoforado para explorar os temas da sujeição feminina e como os defeitos dos personagens os levam a se oporem.
3) O autor pretende usar a interação dos personagens para cri
Nesse diário, olhos surpreendidos escrevem sobre mundos tão distantes quanto próximos.
De Barcelona ao norte da Índia, saindo de um posto de gasolina sem ter nada pensado e voltando quando o dinheiro se acaba.
Os protagonistas dessa história são pessoas comuns das montanhas do Paquistão, dos desertos sírios, dos vales do Himalaya, da eterna Damasco ou da bela Peshawar; também de Istambul, Teerã, Esfahan e das planícies da Turquia Oriental.
O diário abre as portas dos lares e mostra cartões postais cotidianos tão estranhos quanto reconhecíveis. Cantos, tertúlias, cafés-da-manhã e jantares; estradas, mulheres e caminhões; mundos particulares e comuns.
1) Malcomson procura um lugar isolado para estudar para os exames, escolhendo a pequena cidade de Benchurch.
2) Encontra a Casa do Juiz, aparentemente abandonada, e aluga-a por três meses.
3) A proprietária da estalagem tenta assustá-lo com histórias sobre a casa, mas Malcomson não se importa com isso, determinado a se concentrar nos estudos.
O documento é um conto de Machado de Assis chamado "A Segunda Vida". Ele conta a história de um homem chamado José Maria que alega ter renascido após a morte com a experiência de sua vida anterior. Ele visita um padre chamado Monsenhor Caldas para contar sua história e pedir conselhos sobre um dilema amoroso atual.
O poema descreve a morte de um leiteiro que sai cedo para entregar leite à cidade. Ele é morto a tiros, possivelmente por ladrões. O poema lamenta a perda desse trabalhador que acordava cedo para levar um alimento essencial às pessoas.
O texto é uma peça teatral de Gil Vicente chamada "Auto da Índia". Nele, uma mulher chora porque seu marido partiu para a Índia, mas depois descobre que ele não embarcou. Dois pretendentes, um castelhano e Lemos, tentam conquistá-la enquanto o marido está ausente.
Um grupo de 16 pessoas acorda dentro de caixões na rua de uma cidade fantasma. Eles não sabem como chegaram lá ou quanto tempo se passou. Dois membros do grupo, um inglês e um sueco, se lembram de terem viajado no mesmo voo, indicando que não passou muito tempo. Eles se reúnem em um bar vazio para tentar entender o que aconteceu.
1) O documento apresenta poemas do autor Mario Quintana traduzidos para o italiano.
2) Os poemas tratam de temas como solidão, passagem do tempo, amor e morte.
3) Um dos poemas descreve a morte de Leon Tolstoi fugindo de casa aos oitenta anos e indo morrer sozinho na estação de trem de Astapovo.
A peça de teatro começa apresentando o personagem Impertinente, um escritor frustrado que está tentando escrever uma comédia. Ele se encontra com a Consoladora, que o perturba com suas palavras mágicas. Em seguida, Impertinente leva Interpreta, uma jovem de 16 anos, para sua casa, prometendo comida e roupas, mas ela logo percebe que ele está mentindo e vai embora. Impertinente fica frustrado por ter sido "pregado um carão" mais uma vez. A peça continua no Ato
Este documento é um relato extenso das últimas palavras de Heliodoro Baptista antes de sua morte. Ele fala sobre sua vida, sua paixão pela justiça e poesia, e suas críticas à situação política e econômica de Moçambique.
Este resumo descreve o início da história de Drácula de Bram Stoker. Jonathan Harker, um advogado inglês, viaja para a Transilvânia para negócios com o Conde Drácula. Ao chegar em Bistritz, ele recebe uma carta de Drácula convidando-o para seu castelo. No entanto, os moradores locais parecem temer Drácula e tentam convencer Harker a não ir, sem sucesso.
Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo da época, chegando a criar, inclusive, uma nova filosofia — mais bem desenvolvida posteriormente em Quincas Borba (1891) — o humanitismo, sátira à lei do mais forte do "darwinismo social".
Este documento é um resumo do primeiro capítulo do livro Drácula de Bram Stoker. Nele, Jonathan Harker descreve sua viagem da Inglaterra até a Transilvânia, onde irá se encontrar com o Conde Drácula. Ao chegar em Bistritz, Harker recebe uma carta de Drácula o convidando para seu castelo. No entanto, os habitantes locais parecem temerosos e tentam dissuadi-lo de prosseguir viagem. Apesar disso, Harker segue viagem em direção ao castelo de
Montenegro e Veloso fizeram uma aposta de vinte contos de réis durante a faculdade, onde quem se casasse primeiro pagaria ao outro. Anos depois, Montenegro conhece e se apaixona por Lalá, mas se casar com ela teria que pagar a dívida de Veloso, o que não pode fazer por falta de dinheiro.
Palavra perdida é uma ode à palavra, à língua como meio de compreender o outro, como expressão e forma de unir a humanidade. É uma alusão às nossas crenças, a nossos ideais, a nossas esperanças de um mundo melhor. O enredo, que se desenrola através da vida e da tragédia de um jovem casal, faz alusão à língua curda, cujo uso é restringido a milhões de curdos que habitam o país. A autora demonstra como a perda ou a supressão da palavra representa uma das formas mais cruéis de violência que podem ser imputadas a um indivíduo ou a um povo. Ela fala ainda sobre as formas de violência que grassam no mundo atual, desde a dissecação de cobaias em laboratório, a imposições de nossos valores às crianças a assassinatos e guerras civis. Sua narrativa densa, montada em três planos de histórias e personagens, envolve e arrebata o leitor. Oya Baydar nos leva ao encontro de sua “palavra” e afinal descobrimos o talento desta que já é uma das maiores escritoras da Turquia atual, agora traduzida pela primeira vez para o português.
Este documento apresenta um resumo do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis. O autor falece aos 64 anos e escreve suas memórias póstumas, começando pela narrativa de sua própria morte. Ele morre de pneumonia, mas foi uma grande idéia que ele teve que o levou a negligenciar sua saúde e acelerar sua morte.
Este documento é uma versão digital do livro "Noites Brancas" de Dostoievski. Contém informações sobre os créditos da digitalização e tradução, bem como o índice e os primeiros capítulos da obra. A distribuição do arquivo é livre desde que se deem os créditos ao site que o digitalizou.
Este documento apresenta o prólogo de um drama escrito por Leonor de Mendonça de Gonçalves Dias. O autor explica que o drama retrata a morte de Leonor de Mendonça pelas mãos de seu marido D. Jaime, induzido por falsas aparências. O foco principal é a ideia da "fatalidade", as consequências dos hábitos e da civilização na relação entre os personagens.
O documento conta a história de Lord Murchison, que se apaixona por Lady Alroy, mas seu relacionamento é cercado por mistérios. Ele a vê secretamente entrando em uma casa pobre e quando confronta ela, ela se recusa a explicar. Sem confiança, ele parte para a Noruega e quando retorna descobre que ela morreu.
O documento apresenta um conto de Franz Kafka intitulado "Comunidade" que descreve cinco amigos que saem de uma casa um após o outro e passam a viver juntos pacificamente, porém são incomodados pela presença constante de um sexto indivíduo que se intromete em seu grupo, porém não os faz nada.
1) Rossignoli vê as ruas de San Gimignano da sua janela e contempla a história e beleza do local. Ele começa a escrever um conto, mas não fica satisfeito com o resultado.
2) Pierina Rossi bate à porta de Rossignoli pedindo ajuda. Ela precisa que ele a leve secretamente ao mosteiro de Monteoliveto para salvar a vida de seu tio que está sendo ameaçado.
3) Eles partem juntos rumo a Monteoliveto, mas ao chegarem lá um homem os
O autor acorda assustado com a presença da sogra morta em seu quarto, que diz ter vindo para ficar. Ele busca ajuda para se livrar do "encosto". Em outro conto, Satanás reflete sobre os problemas de ser pai e lidar com as novas ideias do filho. Por fim, uma criança é submetida a uma cirurgia difícil no hospital enquanto o pai observa à distância.
1) O documento apresenta o prólogo e as ideias do autor para seu drama Leonor de Mendonça. Ele explora a temática da fatalidade e como as circunstâncias podem levar um homem a cometer um crime.
2) O autor desenhou personagens como a duquesa Leonor de Mendonça, o duque D. Jaime, e a família Alcoforado para explorar os temas da sujeição feminina e como os defeitos dos personagens os levam a se oporem.
3) O autor pretende usar a interação dos personagens para cri
Nesse diário, olhos surpreendidos escrevem sobre mundos tão distantes quanto próximos.
De Barcelona ao norte da Índia, saindo de um posto de gasolina sem ter nada pensado e voltando quando o dinheiro se acaba.
Os protagonistas dessa história são pessoas comuns das montanhas do Paquistão, dos desertos sírios, dos vales do Himalaya, da eterna Damasco ou da bela Peshawar; também de Istambul, Teerã, Esfahan e das planícies da Turquia Oriental.
O diário abre as portas dos lares e mostra cartões postais cotidianos tão estranhos quanto reconhecíveis. Cantos, tertúlias, cafés-da-manhã e jantares; estradas, mulheres e caminhões; mundos particulares e comuns.
1) Malcomson procura um lugar isolado para estudar para os exames, escolhendo a pequena cidade de Benchurch.
2) Encontra a Casa do Juiz, aparentemente abandonada, e aluga-a por três meses.
3) A proprietária da estalagem tenta assustá-lo com histórias sobre a casa, mas Malcomson não se importa com isso, determinado a se concentrar nos estudos.
O documento é um conto de Machado de Assis chamado "A Segunda Vida". Ele conta a história de um homem chamado José Maria que alega ter renascido após a morte com a experiência de sua vida anterior. Ele visita um padre chamado Monsenhor Caldas para contar sua história e pedir conselhos sobre um dilema amoroso atual.
O poema descreve a morte de um leiteiro que sai cedo para entregar leite à cidade. Ele é morto a tiros, possivelmente por ladrões. O poema lamenta a perda desse trabalhador que acordava cedo para levar um alimento essencial às pessoas.
O texto é uma peça teatral de Gil Vicente chamada "Auto da Índia". Nele, uma mulher chora porque seu marido partiu para a Índia, mas depois descobre que ele não embarcou. Dois pretendentes, um castelhano e Lemos, tentam conquistá-la enquanto o marido está ausente.
Um grupo de 16 pessoas acorda dentro de caixões na rua de uma cidade fantasma. Eles não sabem como chegaram lá ou quanto tempo se passou. Dois membros do grupo, um inglês e um sueco, se lembram de terem viajado no mesmo voo, indicando que não passou muito tempo. Eles se reúnem em um bar vazio para tentar entender o que aconteceu.
1) O documento apresenta poemas do autor Mario Quintana traduzidos para o italiano.
2) Os poemas tratam de temas como solidão, passagem do tempo, amor e morte.
3) Um dos poemas descreve a morte de Leon Tolstoi fugindo de casa aos oitenta anos e indo morrer sozinho na estação de trem de Astapovo.
A peça de teatro começa apresentando o personagem Impertinente, um escritor frustrado que está tentando escrever uma comédia. Ele se encontra com a Consoladora, que o perturba com suas palavras mágicas. Em seguida, Impertinente leva Interpreta, uma jovem de 16 anos, para sua casa, prometendo comida e roupas, mas ela logo percebe que ele está mentindo e vai embora. Impertinente fica frustrado por ter sido "pregado um carão" mais uma vez. A peça continua no Ato
Este documento é um relato extenso das últimas palavras de Heliodoro Baptista antes de sua morte. Ele fala sobre sua vida, sua paixão pela justiça e poesia, e suas críticas à situação política e econômica de Moçambique.
Este resumo descreve o início da história de Drácula de Bram Stoker. Jonathan Harker, um advogado inglês, viaja para a Transilvânia para negócios com o Conde Drácula. Ao chegar em Bistritz, ele recebe uma carta de Drácula convidando-o para seu castelo. No entanto, os moradores locais parecem temer Drácula e tentam convencer Harker a não ir, sem sucesso.
Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo da época, chegando a criar, inclusive, uma nova filosofia — mais bem desenvolvida posteriormente em Quincas Borba (1891) — o humanitismo, sátira à lei do mais forte do "darwinismo social".
Este documento é um resumo do primeiro capítulo do livro Drácula de Bram Stoker. Nele, Jonathan Harker descreve sua viagem da Inglaterra até a Transilvânia, onde irá se encontrar com o Conde Drácula. Ao chegar em Bistritz, Harker recebe uma carta de Drácula o convidando para seu castelo. No entanto, os habitantes locais parecem temerosos e tentam dissuadi-lo de prosseguir viagem. Apesar disso, Harker segue viagem em direção ao castelo de
Montenegro e Veloso fizeram uma aposta de vinte contos de réis durante a faculdade, onde quem se casasse primeiro pagaria ao outro. Anos depois, Montenegro conhece e se apaixona por Lalá, mas se casar com ela teria que pagar a dívida de Veloso, o que não pode fazer por falta de dinheiro.
Palavra perdida é uma ode à palavra, à língua como meio de compreender o outro, como expressão e forma de unir a humanidade. É uma alusão às nossas crenças, a nossos ideais, a nossas esperanças de um mundo melhor. O enredo, que se desenrola através da vida e da tragédia de um jovem casal, faz alusão à língua curda, cujo uso é restringido a milhões de curdos que habitam o país. A autora demonstra como a perda ou a supressão da palavra representa uma das formas mais cruéis de violência que podem ser imputadas a um indivíduo ou a um povo. Ela fala ainda sobre as formas de violência que grassam no mundo atual, desde a dissecação de cobaias em laboratório, a imposições de nossos valores às crianças a assassinatos e guerras civis. Sua narrativa densa, montada em três planos de histórias e personagens, envolve e arrebata o leitor. Oya Baydar nos leva ao encontro de sua “palavra” e afinal descobrimos o talento desta que já é uma das maiores escritoras da Turquia atual, agora traduzida pela primeira vez para o português.
Este documento apresenta um resumo do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis. O autor falece aos 64 anos e escreve suas memórias póstumas, começando pela narrativa de sua própria morte. Ele morre de pneumonia, mas foi uma grande idéia que ele teve que o levou a negligenciar sua saúde e acelerar sua morte.
Este documento é uma versão digital do livro "Noites Brancas" de Dostoievski. Contém informações sobre os créditos da digitalização e tradução, bem como o índice e os primeiros capítulos da obra. A distribuição do arquivo é livre desde que se deem os créditos ao site que o digitalizou.
Este documento apresenta o início da história "A Mão do Hindu", de Arthur Conan Doyle. Sir Dominick Holden, um cirurgião aposentado da Índia, confessa ao Dr. Hardacre que ele e sua esposa estão sendo perturbados por um fenômeno misterioso que ameaça destruir seus nervos. Sir Holden espera que o Dr. Hardacre, como observador psíquico, possa investigar o fenômeno sem se impressionar de forma desastrosa.
O poema descreve um leiteiro que sai cedo de madrugada para entregar leite às pessoas da cidade. Ele corre para distribuir o leite fresco antes que acabe, sem saber o significado humano por trás de seu trabalho diário de levar esse alimento essencial. No final, o leiteiro é morto por ladrões que esperavam atrás de uma porta, mostrando os perigos de seu ofício.
O documento relata o caso de Helen Stoner, cuja irmã Julia morreu misteriosamente há dois anos na mansão da família Roylott. Helen pede ajuda a Sherlock Holmes, temendo por sua própria segurança vivendo sob o teto de seu violento padrasto, o Dr. Grimesby Roylott.
O documento descreve a vida de Aldrovando Cantagalo, um professor apaixonado pela língua portuguesa que dedicou sua vida a estudar e defender a gramática correta. Ele se casou contra sua vontade e teve um filho. Mais tarde, tentou implementar leis para punir aqueles que cometessem erros gramaticais, mas foi ridicularizado. Ele então escreveu artigos nos jornais defendendo a língua, porém poucos o leram.
O documento descreve a literatura piauiense, destacando alguns de seus principais autores como O.G. Rego de Carvalho, Torquato Neto e Assis Brasil. Resume brevemente suas obras e carreiras literárias, e apresenta pequenos trechos selecionados de seus textos para ilustrar seu estilo e temas abordados.
Este documento apresenta uma lista de importantes autores literários piauienses, com breves biografias e exemplos de seus trabalhos. Os autores incluem O. G. Rego de Carvalho, Torquato Neto, Assis Brasil, H. Dobal e Mário Faustino. O documento também discute a fase de consolidação da literatura piauiense e temas comuns explorados por esses escritores como amor, morte e angústia existencial.
Dois amigos se reencontram, um deles narra suas estranhas novidades: se apaixonara por uma mulher enigmática, cheia de mistérios. Uma aura de suspense ronda por ela que guarda um segredo.
Lady Alroy gostava de viver em mistério e segredo, alugando quartos em uma casa pobre apenas para ler lá sozinha, imaginando-se uma heroína. Quando Lorde Murchison a descobre lá, ela não consegue explicar. Ele a pede em casamento, mas ela recusa revelar a verdade. Lady Alroy morre de doença pouco depois, deixando o mistério sem solução.
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...blackink55
1. Tybalt encontra uma moça sozinha em um templo durante um baile. Eles conversam e ele tenta animá-la, já que ela estava se sentindo solitária no baile.
2. A moça é nova em Londres e é seu primeiro baile. Ela diz a Tybalt que está com medo de cometer erros por ser tudo novo.
3. Tybalt diz a ela que entende como é difícil se readaptar depois da guerra e procurar emprego.
Montenegro e Veloso fizeram uma aposta de vinte contos de réis na faculdade, onde o primeiro que se casasse pagaria ao outro. Anos depois, Montenegro conhece e se apaixona por Lalá, mas lembra-se da aposta com Veloso e hesita em pedi-la em casamento.
O documento apresenta um resumo da sinopse do livro "The Dead Zone" de Tamires Cordeiro. A protagonista perde os pais em um acidente de carro e se muda para a Ucrânia para viver com sua tia. Ela entra em uma rotina solitária até conhecer Bradley Johnson, um misterioso jovem que guarda um perigoso segredo sobre si mesmo.
Este documento apresenta diversos poemas e excertos literários que abordam temas como solidão, amor, passagem do tempo, morte e reflexões sobre a vida através de janelas, portas e outros símbolos. Os textos exploram sentimentos humanos universais de uma forma poética e filosófica.
O documento resume o período do Modernismo brasileiro entre 1930-1945, conhecido como segunda fase. Apresenta características como literatura engajada e denúncia da opressão social, além de interpretes como José Américo de Almeida que abordavam a problemática social do sertão nordestino através de obras realistas. Destaca também estudos sobre a sociedade brasileira de autores como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.
O documento discute como desafios em jogos podem ser usados para ensinar frações de forma envolvente e motivadora. Ele explica que desafios em jogos estimulam planejamento, correção de erros e motivação para vencer o desafio. Alunos serão expostos a desafios de frações em um blog escolar e poderão pesquisar e criar seus próprios desafios.
Este projeto de aprendizagem visa integrar alunos de 1o e 2o anos do ensino fundamental sobre educação ambiental, focando nos temas da água e do lixo. O objetivo é que os alunos adotem posturas sustentáveis e reconheçam seu papel na garantia de um meio ambiente saudável através de atividades práticas e multidisciplinares.
Este documento resume um trabalho realizado por quatro professoras com alunos dos 3o e 4o anos. O trabalho teve como objetivo estimular a compreensão da importância da preservação ambiental e dos recursos naturais, além de perceber a necessidade de uma postura que garanta melhor qualidade de vida através do meio ambiente. As atividades incluíram relatos, visita a campo, tarefas práticas, escrita colaborativa e relatos em vídeo e foto.
O documento descreve uma visita de estudantes à APREMAVI, onde aprenderam sobre a associação, visitaram um cemitério e galpões para produção de composto para mudas. Os funcionários ensinaram sobre plantio, germinação e áreas com plantas adaptadas. Os alunos receberam mudinhas para plantar.
Os alunos da 6a série fizeram uma trilha na Mata Atlântica onde viram uma bonita cachoeira de 40 metros e uma lagoa com água esverdeada. Eles aprenderam que as árvores com manchas vermelhas indicavam ar puro e viram pássaros e outros animais. Após a trilha, visitaram um museu com artefatos antigos.
O documento lista os professores responsáveis por diferentes disciplinas e propõe uma atividade de trilha no Parque Mata Atlântica para os alunos da 7a série. A trilha permitirá aplicar conteúdos de Ciências, Educação Física e Português no ecossistema local.
Este documento descreve uma atividade escolar para ensinar biografia aos alunos através da escrita de um texto sobre a vida da autora Ruth Rocha. Os alunos deverão produzir o texto no editor de texto seguindo instruções de formatação e incluir uma foto da autora. A maioria dos alunos conseguiu escrever o texto, ainda que alguns tivessem dificuldades com pontuação e formatação.
Este projeto tem como objetivo demonstrar que a matemática pode ser divertida através do jogo Tangram. Ele usará Tangram e geometria para ensinar alunos sobre sólidos geométricos, suas propriedades e cálculos básicos de área e perímetro de uma maneira prática e envolvente.
O documento descreve a implantação do Programa Um Computador por Aluno (ProUca) no Centro de Educação Adolfo Hedel, fornecendo computadores móveis para cada aluno. Isso permite novas práticas educacionais com recursos de hardware e software criados para educação. Professores e alunos precisam de capacitação para usar as ferramentas de forma educativa e analisar informações on-line.
O documento discute como projetos de pesquisa escolar podem ser planejados e realizados de forma mais efetiva. Ele sugere que pesquisas sejam propostas como desafios a serem resolvidos, ao invés de simples atividades, e que professores orientem melhor os alunos no processo de pesquisa, ao invés de apenas avaliarem o produto final. Também discute habilidades necessárias para pesquisas digitais, como usar editores de texto para organizar informações coletadas e apresentar resultados digitalmente.
O documento apresenta um plano estratégico para a escola com as seguintes ações: 1) garantir tempo para planejamento dos professores; 2) realizar formações mensais e a distância dos professores; 3) instalar rede elétrica e ampliar banda larga para uso de laptops pelos alunos.
Este documento descreve uma atividade realizada em grupo por alunos sobre hábitos de vida saudável utilizando computadores. Os alunos foram divididos em grupos e cada grupo pesquisou um tópico diferente sobre saúde. Eles produziram um pequeno texto sobre o tópico e os textos foram compilados em um blog da escola. Os professores observaram que os alunos se engajaram na atividade e aprenderam uns com os outros.
O documento fornece dicas sobre hábitos saudáveis como controlar o estresse, beber mais água, fazer exercícios físicos regularmente e manter uma alimentação equilibrada. Também discute a importância de criar um ambiente saudável, abandonar hábitos prejudiciais como fumar e controlar a pressão arterial e o colesterol.
Este documento descreve um projeto de criação de um jornal escolar realizado por alunos da 8a série sob a orientação de professoras. O objetivo era desenvolver a leitura, escrita e senso crítico dos alunos através de atividades como entrevistas, pesquisas e edição de colunas para o jornal.
O documento apresenta a introdução da história "Uma Aventura de Natal" de Charles Dickens. Ele descreve o personagem Ebenezer Scrooge como um homem de negócios frio e isolado que detesta o Natal. Scrooge tem uma discussão com seu sobrinho, que tenta convencê-lo da importância do espírito de Natal, mas Scrooge se recusa a celebrar a data.
O documento é um resumo do início do livro Robinson Crusoé de Daniel Defoe. Conta a história de um jovem inglês que decide partir para o mar contra a vontade de seus pais e enfrenta uma grande tempestade em sua primeira viagem, prometendo a Deus que voltaria para casa se sobrevivesse. Após sobreviver por pouco ao naufrágio de seu navio, ele decide retornar, mas acaba se envergonhando e parte para Londres antes de voltar para casa.
Este capítulo apresenta Gluck, o irmão mais novo dos Irmãos Negros, que decide deixar entrar um estranho visitante molhado pela chuva para aquecer-se junto à lareira, desobedecendo às ordens dos irmãos. Os irmãos chegam em casa e ficam furiosos ao encontrarem o visitante, que se apresenta como um pobre homem sem revelar seu nome.
O documento conta a história de um Cristo de madeira que foi encontrado no mar por pescadores da cidade de Saint-Valéry. O Cristo passou a ser venerado na igreja local, mas recusava-se a permanecer pregado nas belas cruzes de madeira e ouro que eram feitas para ele, descendo sempre para ficar no altar. Após anos de mistérios, uma cruz feita de tábuas de um barco naufragado foi encontrada e o Cristo aceitou ficar pregado nela, parecendo dizer que sua cruz é
O documento conta a história do rei Baltasar da Etiópia que visita a rainha Balkis de Sabá. Apesar de inicialmente tímido um com o outro, eles acabam se apaixonando. Para satisfazer o desejo de Balkis de sentir medo, eles fogem disfarçados para a cidade, mas acabam sendo capturados por salteadores e levados como prisioneiros.
2. O GUINÉU DA COXA
Charles Dickens
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3. O GUINÉU DA COXA
O céu estava sombrio, um céu de Dezembro e o empedrado das ruas
desaparecia debaixo da neve, aquela neve de Londres meio derretida e
lamacenta. Nunca se me varreu da memória a recordação dessa neve apesar
de já terem passado quinze anos sobre a última vez que a vi com a sua
triste cor. Ali a tinha, à minha frente, com os mesmos sulcos, ocultando os
mesmos perigos para os transeuntes. Havia somente uma hora que eu tinha
chegado da América do Sul a bordo do barco-correio de Southampton, e
agora ora estava encostado à janela do meu quarto no hotel Morley, Charing
Cross, contemplando com ar sombrio os efeitos dos jogos de água da praça
de Trafalgar, ora passeava agitadamente de um extremo ao outro do
aposento, fazendo esforços para me distrair, pensando que não era um
vagabundo desterrado, mas um homem que regressava ao seu país.
Aproximei a cadeira da chaminé e enquanto atiçava o lume, evocava através
da chama o quadro da minha vida passada. Recordei-me da infância que
tornou extremamente desgraçada a dependência de um tio velho e rico que
me olhava como a um obstáculo porque não acreditava que eu pudesse vir
um dia a honrar o seu nome e os seus benefícios. Esta excelente pessoa
tinha quase tanto de ávaro como de vaidoso. Sentia a necessidade de
estímulo e se me tivessem obrigado com algumas palavras ternas a abrir o
coração juvenil, teriam descoberto o reconhecimento mais sincero, uma
ânsia de carinho, o instinto e o amor por tudo quanto é bom e belo. Mas,
todos estes belos sentimentos se tinham fechado na minha alma
amarfanhados pela ironia de quantos me rodeavam. Que contente ficou meu
tio quando lhe disse que estava disposto a ir procurar a fortuna do outro
lado dos mares! Com que frieza se despediu de mim o meu único primo!
Como compreendi que havia chegado por fim a hora de me separar de um
país onde, na opinião da minha própria família, era incapaz de usar
honradamente o meu nome e de conquistar uma posição social. Parti na
3
4. triste convicção de que me encontrava só no mundo e impaciente por
demonstrar aos meus desdenhosos parentes que não merecia um conceito
tão depreciativo.
Quando regressei, ao fim de quinze anos, ignorava tudo o que se passara
com a minha família, que talvez se tivesse esquecido de mim logo que me
perdeu de vista. Chamei e entrou no quarto um criado velho de cuja
fisionomia me recordava. Conhecia meu primo Jorge que, outrora, sempre
que vinha a Londres, se hospedava no hotel Morley, como nosso tio. Mas,
actualmente, Jorge chegara à posição demasiado alta para frequentar um
hotel de segunda ordem, quando, pela Primavera, ia passar na capital um ou
dois meses. Nesta época do ano Jorge Rutland não abandonava o seu
castelo solarengo e eu tinha a certeza de o encontrar em Rutland-Hall, que
ficava no condado de Kent.
Apressei-me a escrever-lhe a seguinte carta:
Querido Jorge:
Estou convencido de que te causará tanto espanto reconhecer a minha letra
como se o meu espectro te surgisse. Tranquiliza-te quanto à aparição do
espectro. Como sabes, estou há muito convencido de que para nada sirvo, e
deves saber também que o céu não me concedeu a felicidade de morrer.
Sinto vergonha ao confessar-te que não cheguei do outro mundo com a
minha fortuna feita. Asseguro-te, contudo, que trabalhei para a conseguir;
mas no mundo não basta querer; é preciso, também, sorte para conseguir.
Felizmente ainda tenho tempo para reparar a perda dos quinze melhores
anos da minha vida, e estou disposto a lançar mão de tudo, sempre que a
ocupação seja digna de um cavalheiro. Entretanto, desejo imenso ver-te e
aos teus. Uma longa ausência da pátria e da família é o que mais nos faz
compreender quanto vale o calor de uma mão amiga. Não espero, pois, que
me respondas. Depois de amanhã seguirei para Kent e devo estar aí à hora
de jantar. Como vês confio no teu bom acolhimento e hospitalidade durante
algumas semanas, até que me consiga tomar uma resolução.
Hoje como sempre, meu querido Jorge, é teu velho amigo e primo
Guy Rutland.
Dobrei a carta e meti-a no envelope.
- Breve saberei o que são na realidade os meus queridos parentes, pensei
com alegria enquanto escrevia a direcção:
Jorge Rutland, esq.
4
5. Rutland-Hall
(Kent)
Eram aproximadamente sete da tarde quando cheguei ao imponente
vestíbulo de Rutland-Hall. O primo Jorge não veio ao meu encontro. Esqueci-
me, sem dúvida, dos costumes do país. Provavelmente o primo Jorge
espera-me no alto da escada. Avancemos.
Junto da escada recebeu-me um criado grave, como um autómato, como se
o meu regresso para junto dos parentes fosse um facto que acontecesse
todos os dias. Introduziu-me numa sala, mas nem ali pisavam o tapete os
pés impacientes do cerimonioso dono da casa.
- Ah! pensei, talvez haja mais alguma regra de etiqueta que eu tenha
esquecido. Sem dúvida, meu primo espera-me no salão a fim de me dar o
tempo necessário para que me lave e escove e fique apresentável para a
hora do jantar.
- Acompanhe-me ao quarto que me destinam, disse a outro criado que
tomou conta da minha manta de viagem.
Segui este novo guia com resignação, observando que me destinavam
aposentos lá no alto do castelo; mas quando fiquei só pensei que talvez
tivesse sido precedido por alguns outros hóspedes que ocupassem quartos
melhor mobilados que o meu.
Quando, à pressa terminei a minha toilette, toquei a campainha; apareceu
novamente o criado a quem pedi que me acompanhasse ao salão. Pelo
caminho, fui estudando algumas frases discretas para entabular conversação
com os diferentes membros da minha família. Não sou fluente, mas quando
quero ser agradável consigo-o muitas vezes e naquela altura, estou bem
certo de que não teria representado muito mal o meu papel.
O criado abriu a porta e retirou-se imediatamente, fechando-a atrás de si.
Em vez de ser eu a fazer qualquer surpresa, fiquei, sim, surpreendido ao
encontrar-me só numa enorme sala, mal alumiada, se é que não estava
completamente às escuras.
Mas não, não me encontrava só; numa poltrona, junto do fogão, estava
preguiçosamente sentada uma menina em cujo rosto se reflectiam as
labaredas vermelhas da chaminé. Era uma rapariga de quinze ou dezasseis
anos, modestissimamente vestida com uma bata de lã escura, que
estropiava a vista lendo à luz do fogão. Tinha a cabeça encostada ao
espaldar da poltrona, coberta com as madeixas da abundante cabeleira
loura, e sustentava o livro aberto à altura dos olhos.
A jovem estava tão absorvida com a leitura, a porta tinha sido aberta tão de
mansinho e a sala era tão grande, que me vi obrigado a tossir uma ou duas
vezes para chamar a sua atenção. A princípio assustou-se; depois, deixando
5
6. cair o livro, endireitou-se na cadeira, estendeu a mão e pegou num objecto
que eu ainda não tinha visto e estava junto da poltrona: era uma muleta.
Apoiando-se à muleta, levantou-se, e ficou de pé diante de mim... A pobre
menina era coxa.
Apresentei-me e o meu nome tranquilizou-a. Convidou-me a sentar-me
dando-se ares de pessoa da casa. Levantou o livro, colocou-o sobre os
joelhos, e depois, metendo a mão num dos ângulos da poltrona, tirou uma
rede em cujas malhas aprisionou os fartos cabelos. Terminada a operação
ficou com as mãos apoiadas nas muletas (porque eram duas) como se se
preparasse para me deixar só logo que eu lhe dissesse que estava ali de
mais.
- Tompson, disse-me como quem se desculpa, julgou certamente que não
estava aqui ninguém. Fico sempre nos aposentos dos meninos, salvo quando
os senhores saem. Nessas ocasiões desço ao salão para me entreter com um
pouco de leitura.
- O Sr. Rutland não está em casa? perguntei.
- Não; foram jantar fora.
- Deveras? Então seu pai não recebeu a minha carta!
Ouvindo estas palavras, a jovem ruborizou-se.
- Não sou filha de Rutland. Chamo-me Thereza Ray, e sou órfã. Meu pai, que
era parente afastado e amigo do Sr. Rutland, recomendou-me a ele à hora
da morte... e o Sr. Rutland trouxe-me para aqui... por caridade.
Pronunciou as últimas palavras com amargura; mas, depois de morder os
lábios, continuou:
- Nada sei portanto, em relação à carta de que me fala; mas parece-me ter
ouvido dizer que esperavam alguém... Sem dúvida não julgavam que o
senhor chegasse esta noite, visto que toda a família foi jantar a casa de uns
vizinhos.
- Bela conclusão! disse para mim próprio e fiquei a reflectir na afectuosa
recepção que me fizera meu primo Jorge. Se era eu que ele esperava, não
havia dúvida de que a carta tinha chegado ao seu destino; portanto sabia,
não só o dia, mas também a hora da minha chegada.
- Oh, Jorge, meu bom primo, nada mudaste!
Enquanto pensava assim, notei que a jovem fixara em mim os seus grandes
olhos observadores, cuja curiosa expressão podia facilmente traduzir. E se
tivesse coragem, ter-me-ia dito:
- Também leio claramente no seu pensamento, senhor, e tenho pena de si.
Veio aqui com uma esperança que vai ser frustrada. Melhor teria procedido
se esperasse que o convidassem. Que vem o senhor cá fazer? Eu, se
pudesse sair desta casa nunca mais tornaria a por cá os pés. Se nesse
mundo donde o senhor vem houvesse qualquer caminho aberto, tenha a
certeza de que me meteria por ele com decisão, apoiando-me nas minhas
muletas. Juro-lhe que não tornaria a ter o gosto de ver-me aqui, nem sequer
6
7. para roubar uma hora ao aborrecimento nesta magnífica poltrona estofada.
Como se pode dizer tanto num olhar? Eis um mistério; mas o que é certo é
que o olhar de Thereza Ray dizia tudo isto, palavra por palavra. Um laço de
simpatia nos uniu rapidamente.
- Miss Ray, disse-lhe; que pensará de um homem que depois de passar
quinze anos da sua vida no estrangeiro, tem a falta de vergonha de voltar à
pátria sem um xelim nas algibeiras? Não lhe parece que merecia ser
apedrejado?
- Supunha isso mesmo, respondeu ela mexendo a cabeça e dirigindo-me
outra vez o seu penetrante olhar. Supus isso mesmo quando soube que lhe
destinavam um dos piores quartos, reservando os melhores para as visitas
que são esperadas na próxima semana. No dia de Natal a casa estará
cheia... Eu não posso compreender o que o senhor me disse.
- Que é o que não pode compreender? perguntei.
- Que não tenha um xelim no bolso. Rir-se-iam todos à sua custa e os
criados sabê-lo-iam logo. Eu tenho um guinéu que a boa lady Thornton me
deu no dia do meu aniversário. Se me permite que lho empreste, dar-me-á
com isso muito prazer. Não me faz falta e o senhor pagar-me-á quando for
rico.
Este oferecimento foi feito com tanta gravidade, que tive de fazer um
esforço para não desatar a rir. A pequena tomava-me evidentemente sob a
sua protecção e, sonhando para mim afrontas que considerava seu dever
evitar, amparava-me com a sua experiência, e com a sua superior
perspicácia. Achei muito divertido o deixar-me proteger por ela e entregar-
me ao amável interesse que lhe despertara a minha má situação financeira.
Deixando-me arrebatar por intimidade tão espontânea, respondi-lhe com a
maior gravidade:
- Agradeço e aceito o seu oferecimento. Traz consigo o guinéu.
- Não, mas vou já buscá-lo. Apoiando-se nas muletas saiu para voltar
poucos minutos depois com uma bolsinha que me entregou. Abri-a e
encontrei um guinéu cuidadosamente envolvido em papel prateado.
- Sinto não ter mais, disse-me ao ver que eu metia a bolsinha na algibeira,
mas recebo tão poucos presentes deste género!
Nesse momento, o orgulhoso criado que me tinha acompanhado até à porta
do salão, veio informar-me de que tinha o jantar na mesa.
Quando acabei de comer tive o desgosto de saber que a minha pequena
benfeitora estava junto dos meninos. Não a tornei a ver naquela noite e
dormi descansadamente até pela manhã do dia seguinte.
II
No dia seguinte, ao almoço, apresentaram-me a todos os parentes.
Encontrei primos e primas tal como os havia imaginado. O primo Jorge
7
8. tinha-se convertido num grave chefe de família.
- Alegra-me muito tornar a ver-te - disse apertando-me a mão. Logo
compreendi que não era tanta a alegria. A mamã Rutland acolheu-me
também o mais cortesmente possível... foi pelo menos o que disse. Os
jovens priminhos trataram-me com um desdém, do melhor tom. Era
necessário ser mais cândido do que me julgara na véspera a minha
protectora para não perceber o lugar que me reservavam... debaixo da
mesa.
Estava condenado a esse papel que só se aceita no caso de uma
necessidade extrema: o papel de uma pessoa sem importância.
Jorge entreteve-se durante alguns dias mostrando-me as suas extensas
propriedades; mas quando chegaram hóspedes de mais consideração
deixou-me abandonado aos meus próprios recursos para passar o tempo. As
filhas de Rutland dispensaram-se da honra de aceitar a minha escolta
quando passeavam a cavalo e logo que tiveram outros cavaleiros mais
distintos à sua disposição já não voltou a haver cavalo para mim. Quanto à
castelã, à minha nobre prima, dissimulava mal o aborrecimento que lhe
causava a minha importuna visita, se bem que nem Jorge nem sua mulher
ocupassem a alta situação que a herança de meu tio lhes conferia no
condado. Se não eram, nobres de fresca data, não deixavam de ser de uma
grande mesquinhez. Sentiam-se humilhados tendo na sua nobre companhia
um parente pobre que ainda por cima lhes chamava primos. Confesso que
experimentava um prazer maligno em fingir que não percebia o papel que
desempenhava em Rutland-HalI. Tudo me parecia bem, inclusive a troça que
de mim faziam, que em vez de me incomodar, me esforçava por parecer
cada vez mais amável, agradecendo mesmo todas as atenções de que não
era objecto. Bem sabia que não era este o melhor meio para me tornar
simpático aos olhos de meus primos. Mais lhes agradaria de certo um pouco
de susceptibilidade da minha parte; mas sentia-me tão feliz desfrutando a
hospitalidade daquele sumptuoso castelo! Representava um porto de
salvação depois duma viagem tormentosa... E vendo-me tão bem acolhido
por tão carinhosos parentes, como não havia de sentir-me bem humorado!
Além disso, tinha tanta liberdade como os outros hóspedes de Rutland-Hall,
que de «motu próprio» escolhiam as suas distracções e dispunham do seu
tempo. Quando me aborrecia com as conversas no salão, ia para os
aposentos das crianças, onde cresciam cinco rebentos da família. Havia uma
hora do dia em que nem o pai, nem a mãe, nem os irmãos mais velhos
entravam naquele pequeno reino: às cinco da tarde, quando os meninos
tomavam chá. Tinha conquistado pouco a pouco a boa vontade de Jenny, a
criada particular dos meus pequenos primos, muito sensível aos presentes
que eu lhe dava intencionalmente, e muito discreta quando sabia que a sua
discrição seria recompensada. Até os próprios pequenos me tinham um certo
afecto, conquanto não fossem precisamente uns anjos; mas eu tinha
8
9. encontrado o caminho dos seus corações presenteando-os com livros de
estampas, polichinelos, bonecas e guloseimas que adquiria com o guinéu de
Thereza Ray. Esta admirava-se das coisas que eu comprava com uma única
moeda de ouro e elogiava a minha habilidade em obter tudo tão barato.
Por má que fosse a minha situação em Rutland-Hall, a de Thereza Ray, era
simplesmente intolerável. Uma alma menos resoluta teria sucumbido, e uma
natureza menos delicada teria perdido toda a doçura com que o céu a
tivesse dotado. Os criados não tinham por ela a menor atenção, os pequenos
achincalhavam-na, sacrificando-a a todos os seus caprichos. Só Jenny tinha
certa simpatia pela pobre rapariga, mas apenas a defendia da perseguição
dos seus tiranos quando podia fazê-lo sem se expor também à sua tirania.
Infelizmente não estava autorizada a fazê-los entrar na ordem pela forma
que mais teria impressionado aqueles meninos mal educados. Pelo que
respeitava as filhas mais velhas de Rutland, a presença fugaz da órfã ou o
simples apontar do seu nome, bastavam para que a paz de suas almas se
perturbasse.
- Que havemos de fazer desta rapariga? ouvi dizer um dia à senhora de
Rutland, falando com uma de suas filhas. Se não fosse coxa poderíamos
obrigá-la a ganhar o pão de uma maneira ou de outra; mas assim,
necessitando de muletas para andar...
Se a senhora de Rutland não acabou a frase, o seu pensamento ficou
claramente expresso num desdenhoso movimento de ombros e certo trejeito
com que os seus lábios supriam perfeitamente as reticências da linguagem.
Como suportava a pobre Thereza Ray tudo isto? Sem uma queixa, sem um
protesto, sem lágrimas e sem sequer entreabrir os lábios. Sob o seu simples
trajo negro havia uma verdadeira couraça de resignação angélica. A
experiência parecia demasiadamente amarga, mas ela submetia-se sem
humildade degradante, com uma expressão tranquila no olhar, que parecia
dizer:
- Por muitos que sejam os sofrimentos que me imponham saberei calar-me,
porque nada me devem e talvez sofresse mais noutra parte. A gratidão
impede-me de qualquer queixa.
Por acaso encontrei pela segunda vez a minha pequena benfeitora um dia ou
dois depois da nossa primeira entrevista no salão. Nos terrenos anexos ao
solar reatámos a conversação do dia anterior, e havia para mim tal doçura
na sua simpatia, que acrescentei mais alguns capítulos à novela da minha
falta de recursos e de todas as dificuldades que me esperavam no país natal,
onde quinze anos de ausência me tornaram quase estrangeiro. Com que
encantadora credulidade me escutava! Que admiráveis conselhos me deu!
Com que amável interesse se se ofereceu, ao separarmo-nos, para dar-me
em melhor ocasião outros conselhos!
Mesmo que meu querido primo e minhas simpáticas primas não me tivessem
abandonado tanto, privando-me do prazer de os acompanhar nas suas
9
10. excursões, eu teria preferido sempre procurar Thereza Ray nos seus
passeios solitários ou nos aposentos dos pequenos, onde praticava o meu
sistema de corrupção com o mesmo cuidado que empregaria se se tratasse
de uma intriga eleitoral. A conversação nos passeios agradava-me muito
mais que na sala barulhenta das crianças, onde mantinha a minha
popularidade e a minha influência com tão pouco dinheiro. Mais de uma vez
me esqueci dos rigores da estação escutando Thereza Ray que, coxeando
nos atalhos da horta, queria resolver algum novo problema que eu propunha
para aprender com ela a arte de conseguir com pouco dinheiro uma
existência agradável. Um dia parou subitamente e cravando as muletas na
neve endurecida, disse-me:
- O senhor devia deixar Rutland-Hall e procurar trabalho... Oh! se eu
pudesse trabalhar!...
III
Chegou a Rutland-Hall um tal sir Harry. Como não estou muito certo da
maneira como se escreve o seu outro apelido, creio que não há necessidade
de mencioná-lo. Era um solteirão rico, pertencente a uma família nobre, e a
castelã observava com interesse todos os seus actos e movimentos. O tal sir
Harry tinha o capricho de ir todos os dias fumar um charuto para a horta,
encontrando ali, mais de uma vez a minha pequena benfeitora, que notando
que ele a olhava com modo muito singular, acabou por provocar uma púdica
exaltação na cor do seu rosto, tão lindo como fresco. Torceu caminho, como
a lebre que espera despistar o caçador; mas sir Harry conseguiu encontrá-la
de novo e assediou-a com os seus galanteios, cheios de lugares comuns.
Chegou o caso aos ouvidos da senhora de Rutland, que inventou uma porção
de perfídias a propósito da pobre órfã. Ignoro as tristes acusações que lhe
fez, dando-lhe por fim uma repreensão que durou uma hora; mas nessa
noite, quando entrei nos aposentos dos pequenos com uma bola de borracha
para Jack, o mais novo e o menos tirano da família, percebi pelos olhos
inchados de Thereza Ray que a pobrezinha chorara, que dos seus olhos
brotava uma torrente de lágrimas. Contive-me para não dizer em voz alta o
que pensava da senhora de Rutland, e quando Jenny interveio para acalmar
o tumulto promovido porque o primo Guy não tinha trazido um presente
para cada menino, disse a Thereza Ray:
- Então! Para quando guarda a sua filosofia? Doravante não aceitarei
nenhum conselho seu se continuar a dar-me tão mau exemplo.
Thereza não respondeu uma única palavra nem desviou o olhar do guarda-
fogo. O golpe tinha sido rude e a ferida profunda. Ah! senhor Harry e
senhora de Rutland, com que prazer eu teria feito carambolar as vossas
cabeças nesse momento!
- Thereza, disse-lhe, a menina ainda tem um amigo, embora de fraco
10
11. valimento...
Então dirigiu-me uma dessas respostas mudas de que estou bem certo ter
traduzido literalmente e que dizia:
- Tem razão; deposito em si toda a confiança, mas neste momento não
posso falar.
Recobrou, contudo, gradualmente a tranquilidade e aproximou-se da mesa
para tomar a sua xícara de chá e comer alguns biscoitos, enquanto eu
consertava o arco desmantelado de Tommy.
Tommy era o mais turbulento e malicioso daqueles pequenos selvagens, um
pequeno chefe bárbaro, a quem, dois dias depois, gostaria de ter dado uma
boa sova. Lembrou-se de fazer a Thereza uma das suas graçolas mais
pesadas. Tirou-lhe as muletas, e servindo-se delas, imitando a pobre coxa,
saiu da sala e só voltou depois de as ter feito em pedaços. Todas as súplicas
de Thereza foram inúteis ao maldoso garoto. A pobrezinha ficou prisioneira
durante as festas do Natal, sem poder fazer outra coisa que contemplar os
campos atrás dos vidros da janela.
Tommy ria-se da sua resignação - mas talvez não proceda bem acusando
Tommy.
Suspeitava então e continuo a suspeitar que outra cabeça, que não era a
daquele diabinho, fora a instigadora da conspiração contra o pobre pássaro,
a fim de que não saísse da sua gaiola.
O pássaro definhava no seu ninho, mas quem se compadecia dele? Talvez
Jenny, que por compaixão ou porque participava das generosidades do meu
inesgotável guinéu, se atreveu a lamentar em voz alta a situação da
prisioneira e condenar o procedimento de Tommy.
Não desejo fazer acreditar ao leitor que o inesgotável guinéu era uma dessas
milagrosas moedas de ouro que, nos contos de fada, recheiam a bolsa de
Fortunato. Sem explicar ainda todo o mistério, afirmarei que havia, como eu,
outra pessoa que se interessava pela órfã, e essa pessoa era a mesma lady
Thornton que lhe havia dado a moeda. Nem só bastante rica, mas também
bastante caridosa, para se eu lhos tivesse pedido, ter-me emprestado mais
alguns guinéus. Lady Thornton vinha de vez em quando a Rutland-Hall e eu
fizera todo o possível para conquistar a sua simpatia.
Durante a prisão de Thereza Ray deu-se uma dessas visitas e quis o acaso
que eu estivesse só no salão quando ela entrou. Vinha convidar toda a
família e todos os seus hóspedes, grandes e pequenos, a festejarem a Noite
de Natal no seu castelo, que ficava a três ou quatro milhas de Rutland-Hall.
Aproveitei a ocasião para lhe contar a história das muletas de Thereza.
- Que pequeno tão travesso! Que pequeno tão travesso! - exclamou. É
preciso que Thereza tenha outras muletas para a festa do Natal.
A boa lady fixou em mim um olhar perscrutador através das lentes dos seus
óculos.
- Que espécie de interesse lhe merece Thereza? - perguntou.
11
12. - Eu e Thereza somos dois bons amigos.
- O senhor e Thereza! Permita-me que lhe peça explicações, porque ignoro
se o senhor sabe que Thereza Ray tem dezoito anos.
- Dezoito anos? Seriamente? Pois eu julgava-a ainda uma criança!
- Thereza não é uma criança, senhor Guy Rutland. Thereza é já uma
senhora.
Thereza Ray uma senhora! Não pude deixar de rir. Como, então? A minha
pequena benfeitora, a minha mamãzinha... O meu riso devia ter
escandalizado lady Thornton, mas Christina Rutland, que entrou nessa altura
no salão, pôs termo à difícil situação.
No entanto, mais de uma vez naquele dia desatei à gargalhada, ao lembrar-
me do caso. Thereza Ray uma senhora! Que ideia !...
IV
Faltavam ainda cinco ou seis dias para a festa que lady Thornton nos havia
convidado, quando se deu um incidente curioso, que determinou um
conselho de família dos donos da casa, antes do almoço, na biblioteca.
Chegara de Londres uma grande caixa, endereçada a miss Thereza Ray e
quando a abriram depararam um par de muletas.
E que par de muletas! Uma obra de arte no seu género, de madeira
esculpida, com incrustações de madrepérola, aplicações de prata e
almofadas de veludo bordado.
Os senhores de Rutland ficaram assombrados! Quem teria feito aquele
magnífico presente? Quem? E quem, fora de Rutland-Hall, tinha ouvido falar
de Thereza Ray? Recaíram suspeitas em sir Harry, e eu esfreguei as mãos
de contente, rindo perdidamente, ao ter conhecimento do que sucedera.
Mas o grande conselho ponderou ainda sobre o seguinte: Entregariam a
Thereza Ray tão rico presente? De forma alguma; o melhor seria fingir
ignorância. Aquelas muletas não estavam em harmonia com a situação da
órfã e podiam inspirar-lhe ideias absurdas! Apesar das suas novas muletas,
Thereza Ray continuaria prisioneira. Ocultaram a caixa e ninguém falou
sobre a sua existência.
Esperei alguns dias para ver se os senhores de Rutland reconsideravam,
mas tudo foi em vão. O pássaro continuava a definhar na gaiola, sem que
nenhuma mão amiga se mostrasse disposta a abrir-lha, entregando-lhe
novamente a liberdade.
Enquanto toda a família se movia em volta de Thereza Ray, preparando-se
para gozar o convite de lady Thornton, Thereza continuava sentada, fazendo
costuras em aventais para as criadas ou remendando as meias dos
pequenos, que a viam impávidos, arrastando-se pela sala ou deitando os
seus olhares tristes para a janela. Mostravam-lhe os fatos que estreariam na
noite da festa e os laços que lhe adornariam os chapéus. Naquele dia, como
12
13. em todos os restantes do ano, Thereza ficaria só em casa, com o seu
vestidinho preto. Suspirando, Thereza tinha-se despedido daquela festa,
para a qual fora convidada inutilmente, como os que lhe diziam: «despacha-
te, Thereza, que se vai aproximando o dia: ainda é preciso pôr estas fivelas
nos sapatos ou fazer aquele laço para o vestido». Certamente, estas
palavras eram de todo desnecessárias, porque a pobre mamãzinha
trabalhava com a actividade de uma obreira.
A ninguém ocorria perguntar a Thereza:
- E tu, que vestido vais levar?
Como imaginar que Thereza podia ir também com a sua perna coxa e sem
muletas?
Contudo, alguém pensava nisto; alguém tinha dito: um vestido novo de seda
ficaria divinamente em Thereza, e um laço cor-de-rosa ou azul destacar-se-
ia muito bem entre os seus cabelos louros.
No próprio dia da festa tive que tratar de um assunto urgente na cidade
mais próxima, e à tarde, antes de voltar a Rutland-Hall, entrei em casa da
melhor modista para trazer uma grande caixa de cartão.
- Quer ver o vestido da senhora?
Abriram a caixa e desdobraram um vestido de seda com aplicações de
rendas, que não posso descrever nos termos adequados, mas em que
admirei a elegância do corte e a harmonia das cores.
- Desculpe-me, mas afigura-se-me de que a saia está um pouco larga.
- Como o senhor disse que era para uma menina de dezoito anos e as
raparigas vestem agora tal como as senhoras...
Era já tarde quando voltei a Rutland-Hall e vi partir as carruagens cheias de
alegres convidados. Subi rapidamente aos aposentos dos pequenos com a
minha caixa debaixo do braço e encontrei Thereza só com Jenny, a fronte
apoiada na mão, contemplando melancolicamente a alcatifa coberta de
pedacinhos de gaze e de seda.
Ao ver-me, o seu rosto iluminou-se.
- Ah! - disse-me, pensei que tinha ido com os outros.
- Ainda não, mas não tardarei a reunir-me a eles e venho buscá-la.
- A mim! - exclamou tristemente; bem sabe que não posso ir, porque
mesmo que tivesse muletas nada tinha que vestir.
- Um amigo mandou-lhe um vestido e eu sei, também, arranjar-lhe as
muletas. Jenny tome conta desta caixa e ajude a vestir a menina Thereza,
pois a carruagem espera-nos.
Thereza ruborizou-se e os seus olhos marejaram-se de lágrimas; depois
empalideceu, sufocada pela comoção, enquanto Jenny, a quem eu tinha feito
um bom presente de Natal, se extasiava diante do vestido que tirara da
caixa.
- Thereza, disse-lhe pela segunda vez, não podemos perder tempo, estarei
de volta para vir buscá-la dentro de dez minutos.
13
14. E deixei-a trémula e docemente emocionada, entregue a Jenny, que
começou imediatamente a vesti-la.
Thereza estava já pronta quando entrei com as muletas incrustadas de prata
e madrepérola.
Quando afirmo que Thereza estava vestida não quero dizer que encontrei
uma menina com o trajo próprio das que vão a uma festa de crianças, mas
que o vestido tinha transformado a minha mamãzinha, a minha pequena
benfeitora numa jovem elegante, que, vendo a sua imagem no espelho, se
assombrava da metamorfose.
Da Thereza de há pouco, apenas conservava a linda cabeça de expressão
cândida... Quanto ao resto... agora compreendia porque lady Thornton falara
verdade quando me dissera que a órfã era já uma senhora.
Jenny, que até esta altura tinha tratado Thereza como uma criança, não era
a menos assombrada dos três, e eu ignoro o indefinível sentimento que
sucedeu à minha surpresa, porque era um misto de medo e de satisfação.
Quando entreguei as muletas a Thereza, Jenny olhou-me como se eu fosse
algum desses príncipes possuidores do talismã das Mil e uma noites.
Thereza experimentou as muletas e imediatamente atravessou a sala com
passo seguro descendo a escada até ao vestíbulo. As muletas desapareciam
entre as pregas da saia e as aplicações de tule que lhe envolviam os ombros
alvos.
Com que satisfação me lembrei, naquele momento de certa bolsinha e de
certo guinéu que ainda estavam ocultos na velha mala que tinha escolhido
para ir passar uns dias em Rutland-Hall!
A carruagem esperava-nos. Era já tarde para me arrepender daquela acção
preparada tão discretamente, apesar de me sentir muito mais tímido do que
tinha previsto, ao ver-me frente a frente com a actriz, a quem até então
tinha atribuído um papel tão passivo.
Não descreverei o que se passou naquela memorável noite, nem a sensação
que produziu a nossa entrada em casa de lady Thornton. Lady Thornton,
deixando os hóspedes entregues à sua mortificação, aproximou-se de mim e
disse-me ao ouvido maliciosamente:
- Estou ansiosa por ver o desenlace de tudo isto.
Thereza, sem reflectir no caso, entregara-se desde o primeiro momento ao
prazer de proporcionar uma surpresa aos seus amigos; mas não tardaram
nela os receios de ter ofendido os senhores de Rutland. Mais de uma vez
tremeu nos momentos mais alegres da festa, pensando na tempestade que
mais tarde ou mais cedo se desencadearia sobre a sua cabeça. Meu primo
Jorge e sua mulher não dissimulavam o seu desgosto, e quando chegou a
hora do regresso a Rutland-Hall, tivemos a sorte de encontrar ainda a
carruagem em que tínhamos vindo, porque não nos ofereceram lugar nos
carros da família.
Quando chegámos fomos avisados de que os senhores de Rutland nos
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15. esperavam na biblioteca, onde os encontrámos. A senhora de Rutland
encarregou-se de Thereza, deixando-me entregue a seu marido.
Não quero entrar nos detalhes desta história.
- Cavalheiro, disse-me o meu amável primo ao terminar, sofremos
demasiado tempo a tua insolente intervenção, e peço-te que te retires daqui
amanhã.
- Primo Jorge, respondi; não tenho inconveniente em partir já amanhã, mas
com a condição de Thereza Ray me acompanhar se assim o desejar.
Olhou-me surpreendido.
- Sabes, que se trata de uma órfã sem um «penny», que recolhi por
caridade?
- Quero fazer dela minha mulher, se tiver a felicidade de Thereza aceitar a
minha mão, afirmei com solenidade.
- E uma vez casados, disse-me com ironia: Como pensam viver? Do ar ou
então à custa da família?
- Podes ter a certeza de que não será à tua custa - respondi-lhe, deitando-
lhe um olhar que nada tinha de humilde. Conheço-te muito bem, Jorge
Rutland.
- Palavras, isso não passa de palavras! Pois bem, não te esqueças de que eu
lavo as minhas mãos relativamente ao que possa suceder-te e a Thereza
Ray.
- Amen - respondi, e rodando sobre os calcanhares, retirei-me para o meu
quarto.
No dia seguinte muito cedo, bati à porta que dava ingresso aos aposentos
das crianças, pedi a Jenny que acordasse miss Ray para lhe dizer que eu a
esperava no jardim.
Era no dia de Natal, dia de paz e de amor e embora não possa dizer que a
paz reinava no meu coração quando abracei com o olhar a paisagem branca
de neve, devo confessar que nessa altura não sentia ódio a ninguém.
Thereza não tardou, mas pareceu-me a mesma Thereza que vira com o seu
vestidinho preto e um tanto envergonhada das suas novas muletas. Senti
uma enorme alegria ao vê-la assim, porque a linda rapariga que eu
surpreendera na noite anterior causara-me medo. Contudo, quanto mais a
olhava mais me via obrigado a reconhecer que não era já a simples Thereza
a quem eu tratara como uma criança antes da metamorfose. Mudara muito,
ou talvez fosse em mim que a mudança se tivesse operado... ou então nos
dois... Apesar de tudo, essa mudança nada tinha de desagradável.
Saímos juntos do jardim e tomámos por um dos nossos atalhos favoritos, e
aí abrimos os nossos corações. Quando voltámos a casa, disse a Thereza;
- Em conclusão, Thereza, não receia viver comigo na miséria? Consente em
correr esse perigo?
Thereza respondeu movendo a linda cabecinha.
- Prepare-se, pois, para sairmos daqui depois do almoço. Não traga nada,
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16. Thereza. Ainda me resta algum dinheiro do troco do guinéu e com ele
compraremos tudo o que for necessário.
Thereza foi buscar o chapéu e voltou. Partimos e ao cabo de uma hora
estávamos casados. Rezámos juntos na igreja, um ao lado do outro, e
depois voltámos a Rutland-Hall para fazermos as nossas despedidas.
Eu creio que nos tomaram a mim por um doido varrido e a ela por
estouvada, pelo menos até meu primo Jorge receber a carta-ordem que eu
lhe enviei no dia seguinte contra um banqueiro de Londres, para que
cobrasse a importância da despesa feita por minha mulher na sua casa.
Daí em diante e pelo que me dizia respeito, começaram a mudar de opinião.
Percorri o continente com minha mulher. A enfermidade dela não era
incurável: o tempo e os cuidados inteligentes tornaram inúteis as muletas.
Ninguém, pois, estranhara que ao voltarmos a Inglaterra os nossos parentes
tivessem dificuldade em reconhecer Thereza na senhora Guy Rutland,
casada com um milionário. Lady Thornton acolheu-nos com a sua graciosa
amabilidade... Mostrei-lhe o milagroso guinéu, que ainda tenho muito bem
guardado e a que chamo o dote de Thereza. Será necessário dizer que as
preciosas muletas incrustadas de prata e madrepérola não tinham sido um
presente de sir Harry?
Também as conservo ainda com amor, como uma relíquia de família.
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