A peça de teatro começa apresentando o personagem Impertinente, um escritor frustrado que está tentando escrever uma comédia. Ele se encontra com a Consoladora, que o perturba com suas palavras mágicas. Em seguida, Impertinente leva Interpreta, uma jovem de 16 anos, para sua casa, prometendo comida e roupas, mas ela logo percebe que ele está mentindo e vai embora. Impertinente fica frustrado por ter sido "pregado um carão" mais uma vez. A peça continua no Ato
1) A peça de teatro gira em torno de Rapivalho, um homem que finge ser um escritor, mas é confrontado por suas credoras Malhada e Quinquinata.
2) Rapivalho desmaia dramaticamente depois de uma discussão com as mulheres, assustando Manuel e Joanicota.
3) Depois de "ressuscitar", os personagens têm conversas estranhas e dançam, com Mario insinuando de forma inapropriada.
Este documento fornece um resumo de alguns poetas brasileiros importantes, incluindo Vinícius de Moraes, Olavo Bilac e Carlos Drummond de Andrade. O texto descreve brevemente suas biografias e inclui exemplos curtos de seus poemas.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
1. O documento descreve a vida como uma máscara de falsidade onde as pessoas escondem suas verdadeiras personalidades. Fala também sobre como a verdade machuca as almas e como a autora sofre por viver de acordo com a verdade.
2. Contém vários poemas curtos falando sobre temas como sofrimento, solidão, amor, feminilidade e morte.
3. Os poemas expressam sentimentos de tristeza, mágoa e questionamentos sobre a vida e a condição humana.
O documento apresenta um conto sobre um homem ruivo que resgata um passarinho filhote e passa a cuidar dele em uma gaiola. No entanto, o canto do passarinho incomoda sua esposa e filho. Um dia, o homem esquece de fechar a gaiola e o passarinho voa embora, deixando-o profundamente triste.
1. Uma coletânea de poemas curtos sobre temas como amor, saudade, passagem do tempo e reflexões sobre a vida e a arte.
2. Os poemas exploram assuntos como relacionamentos, sentimentos e a condição humana de forma concisa e por vezes enigmática.
3. O documento reúne pequenas obras poéticas de Ana Cristina Cesar que abordam temas universais do ponto de vista singular da autora.
Este documento apresenta poemas de vários autores portugueses como Florbela Espanca, José Régio e António Ramos Rosa. Os poemas abordam temas como o amor, a solidão, a liberdade e a condição humana.
O documento é uma peça teatral de Luigi Pirandello chamada "O Homem da Flor na Boca". A peça apresenta um diálogo noturno entre o Homem da Flor na Boca e um Pacífico Freguês que perdeu o último trem. O Homem da Flor na Boca reflete sobre a vida e a morte de forma sombria e angustiada, enquanto observa a vida dos outros.
1) A peça de teatro gira em torno de Rapivalho, um homem que finge ser um escritor, mas é confrontado por suas credoras Malhada e Quinquinata.
2) Rapivalho desmaia dramaticamente depois de uma discussão com as mulheres, assustando Manuel e Joanicota.
3) Depois de "ressuscitar", os personagens têm conversas estranhas e dançam, com Mario insinuando de forma inapropriada.
Este documento fornece um resumo de alguns poetas brasileiros importantes, incluindo Vinícius de Moraes, Olavo Bilac e Carlos Drummond de Andrade. O texto descreve brevemente suas biografias e inclui exemplos curtos de seus poemas.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
1. O documento descreve a vida como uma máscara de falsidade onde as pessoas escondem suas verdadeiras personalidades. Fala também sobre como a verdade machuca as almas e como a autora sofre por viver de acordo com a verdade.
2. Contém vários poemas curtos falando sobre temas como sofrimento, solidão, amor, feminilidade e morte.
3. Os poemas expressam sentimentos de tristeza, mágoa e questionamentos sobre a vida e a condição humana.
O documento apresenta um conto sobre um homem ruivo que resgata um passarinho filhote e passa a cuidar dele em uma gaiola. No entanto, o canto do passarinho incomoda sua esposa e filho. Um dia, o homem esquece de fechar a gaiola e o passarinho voa embora, deixando-o profundamente triste.
1. Uma coletânea de poemas curtos sobre temas como amor, saudade, passagem do tempo e reflexões sobre a vida e a arte.
2. Os poemas exploram assuntos como relacionamentos, sentimentos e a condição humana de forma concisa e por vezes enigmática.
3. O documento reúne pequenas obras poéticas de Ana Cristina Cesar que abordam temas universais do ponto de vista singular da autora.
Este documento apresenta poemas de vários autores portugueses como Florbela Espanca, José Régio e António Ramos Rosa. Os poemas abordam temas como o amor, a solidão, a liberdade e a condição humana.
O documento é uma peça teatral de Luigi Pirandello chamada "O Homem da Flor na Boca". A peça apresenta um diálogo noturno entre o Homem da Flor na Boca e um Pacífico Freguês que perdeu o último trem. O Homem da Flor na Boca reflete sobre a vida e a morte de forma sombria e angustiada, enquanto observa a vida dos outros.
O documento é uma coletânea de 10 poemas que exploram temas como sofrimento, dor, tentação, pecado e redenção. Os poemas são narrados na primeira pessoa e abordam temas complexos de uma forma sensível e profunda.
Makar Alieksiêievitch escreve uma carta para Varvara Alieksiêievna descrevendo seu novo alojamento, localizado atrás da cozinha. Ele diz estar satisfeito com o quarto por ser barato e ter uma vista para a janela de Varvara. Makar também relata os outros moradores da casa e pede que Varvara continue sinalizando por meio da cortina se está bem e pensando nele.
Este diário descreve o amor proibido entre Inês de Castro e Pedro, o príncipe herdeiro de Portugal. Apesar dos desafios que enfrentam por causa de seu relacionamento secreto, eles tiveram três filhos juntos: Beatriz, João e Dinis. Inês teme por seu futuro com Pedro devido à oposição da sociedade a seu casamento.
1) A história descreve Ana, uma mulher que vive nas ruas de São Paulo com o marido Cícero.
2) Ana tem problemas de visão em um olho devido a uma infecção e espera marcar uma cirurgia para melhorar.
3) Cícero revela que eles vivem nas ruas desde que uma cunhada os expulsou de casa, mas ele não quer deixar Ana sozinha.
Este resumo descreve a peça teatral "O Velho da Horta", de Gil Vicente:
1) Um velho rico se apaixona por uma jovem que visita sua horta em busca de vegetais;
2) Ele gasta toda sua fortuna tentando conquistá-la através de uma alcoviteira;
3) No final, a alcoviteira é açoitada e a jovem casa-se honradamente, enquanto o velho fica desolado em sua horta.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e saudade.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos poetas brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e saudade. O documento também fornece informações biográficas sobre cada poeta.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
O documento discute dois artigos. O primeiro fala sobre encontrar encanto nas pequenas coisas da vida e não aprisionar a beleza. O segundo artigo trata da importância de preservar a história local e cultivar o amor pela terra natal. O terceiro artigo discute a relação entre pais e filhos.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
(1) Ernesto conversa consigo mesmo sobre sua casa e seus princípios de não permitir que seja varejada por outros. (2) Jorge visita sua esposa Eulália, mas ela está zangada com ele por ter saído. Alberto interrompe e os parabeniza. (3) Ernesto sai para passear com Eulália, deixando Alberto responsável pela casa na sua ausência.
Esta peça de teatro apresenta um casal, Lindo e Linda, discutindo sobre amor e confiança. Lindo acredita que é a vida enquanto Linda tenta avisá-lo sobre os perigos de confiar em outros. Um rapaz aparece e causa confusão sobre quem Linda pertence. No segundo ato, Lindo encontra Linda vestida de luto e acredita que ela o matou. Ele descobre que a menina é filha deles.
1) O poema descreve as reflexões de um sujeito poético sobre a sua vida vazia e sonhos frustrados, enquanto observa a rua e a tabacaria em frente ao seu quarto.
2) Ele se sente dividido entre a subjetividade dos seus sonhos e a realidade objetiva que o deixa desiludido.
3) No final, há um momento de aceitação da realidade quando o sujeito se despede de um homem que sai da tabacaria.
O documento discute diferentes temas relacionados à representação da mulher em letras de músicas contemporâneas, incluindo o trovadorismo medieval e cantigas de escárnio, amor e amigo. Há também críticas a letras que objetificam ou menosprezam a mulher.
O documento é um resumo de três atos de uma comédia. No primeiro ato, Cário comenta sobre religião e política enquanto come. Florberta canta sobre o destino. No segundo ato, Melquíades reclama das criadas que ainda estão dormindo. Guindaste fala sobre seus problemas de saúde. Galante acha um carrapicho em suas roupas. No terceiro ato, não há detalhes fornecidos.
O documento é um resumo de 3 atos de uma peça de teatro cômica chamada "Um Assovio de Qorpo Santo". O resumo destaca que a peça se passa em Paris e apresenta personagens como Fernando, Gabriel Galdino e sua família. A trama envolve as brigas cômicas entre Fernando e seu criado Gabriel, assim como as interações de Gabriel com sua esposa Luduvina e filha Esméria.
O documento apresenta um diálogo entre nove freiras em uma capela. As freiras confessam pequenas falhas e culpas diárias sob a supervisão da Superiora. A Irmã H questiona o propósito de suas vidas após a maioria da humanidade ter desaparecido em um evento catastrófico.
A peça descreve a história de um misantropo chamado Cnêmon que vive isolado com sua filha. Um jovem chamado Sóstrato se apaixonou pela filha de Cnêmon e envia seu escravo Pírrias para obter informações, porém Cnêmon o expulsa agressivamente de suas terras. Sóstrato planeja se casar com a filha de Cnêmon, porém terá que lidar com o mau humor do misantropo.
A peça de teatro trata da separação de um casal, Esculápio e Farmácia, que discutem constantemente. No primeiro ato, eles brigam sobre os deveres domésticos e o marido sai de casa. Quando ele sai, Farmácia recebe a visita de seu amante Fidélis. Logo, o marido retorna e Fidélis usa uma carta falsa para esconder seu encontro secreto.
O documento é uma coletânea de 10 poemas que exploram temas como sofrimento, dor, tentação, pecado e redenção. Os poemas são narrados na primeira pessoa e abordam temas complexos de uma forma sensível e profunda.
Makar Alieksiêievitch escreve uma carta para Varvara Alieksiêievna descrevendo seu novo alojamento, localizado atrás da cozinha. Ele diz estar satisfeito com o quarto por ser barato e ter uma vista para a janela de Varvara. Makar também relata os outros moradores da casa e pede que Varvara continue sinalizando por meio da cortina se está bem e pensando nele.
Este diário descreve o amor proibido entre Inês de Castro e Pedro, o príncipe herdeiro de Portugal. Apesar dos desafios que enfrentam por causa de seu relacionamento secreto, eles tiveram três filhos juntos: Beatriz, João e Dinis. Inês teme por seu futuro com Pedro devido à oposição da sociedade a seu casamento.
1) A história descreve Ana, uma mulher que vive nas ruas de São Paulo com o marido Cícero.
2) Ana tem problemas de visão em um olho devido a uma infecção e espera marcar uma cirurgia para melhorar.
3) Cícero revela que eles vivem nas ruas desde que uma cunhada os expulsou de casa, mas ele não quer deixar Ana sozinha.
Este resumo descreve a peça teatral "O Velho da Horta", de Gil Vicente:
1) Um velho rico se apaixona por uma jovem que visita sua horta em busca de vegetais;
2) Ele gasta toda sua fortuna tentando conquistá-la através de uma alcoviteira;
3) No final, a alcoviteira é açoitada e a jovem casa-se honradamente, enquanto o velho fica desolado em sua horta.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e saudade.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos poetas brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e saudade. O documento também fornece informações biográficas sobre cada poeta.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
O documento discute dois artigos. O primeiro fala sobre encontrar encanto nas pequenas coisas da vida e não aprisionar a beleza. O segundo artigo trata da importância de preservar a história local e cultivar o amor pela terra natal. O terceiro artigo discute a relação entre pais e filhos.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
O documento apresenta trechos de poemas de diversos autores brasileiros como Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Raul de Leoni. Os poemas abordam temas como amor, solidão, esperança e natureza.
(1) Ernesto conversa consigo mesmo sobre sua casa e seus princípios de não permitir que seja varejada por outros. (2) Jorge visita sua esposa Eulália, mas ela está zangada com ele por ter saído. Alberto interrompe e os parabeniza. (3) Ernesto sai para passear com Eulália, deixando Alberto responsável pela casa na sua ausência.
Esta peça de teatro apresenta um casal, Lindo e Linda, discutindo sobre amor e confiança. Lindo acredita que é a vida enquanto Linda tenta avisá-lo sobre os perigos de confiar em outros. Um rapaz aparece e causa confusão sobre quem Linda pertence. No segundo ato, Lindo encontra Linda vestida de luto e acredita que ela o matou. Ele descobre que a menina é filha deles.
1) O poema descreve as reflexões de um sujeito poético sobre a sua vida vazia e sonhos frustrados, enquanto observa a rua e a tabacaria em frente ao seu quarto.
2) Ele se sente dividido entre a subjetividade dos seus sonhos e a realidade objetiva que o deixa desiludido.
3) No final, há um momento de aceitação da realidade quando o sujeito se despede de um homem que sai da tabacaria.
O documento discute diferentes temas relacionados à representação da mulher em letras de músicas contemporâneas, incluindo o trovadorismo medieval e cantigas de escárnio, amor e amigo. Há também críticas a letras que objetificam ou menosprezam a mulher.
O documento é um resumo de três atos de uma comédia. No primeiro ato, Cário comenta sobre religião e política enquanto come. Florberta canta sobre o destino. No segundo ato, Melquíades reclama das criadas que ainda estão dormindo. Guindaste fala sobre seus problemas de saúde. Galante acha um carrapicho em suas roupas. No terceiro ato, não há detalhes fornecidos.
O documento é um resumo de 3 atos de uma peça de teatro cômica chamada "Um Assovio de Qorpo Santo". O resumo destaca que a peça se passa em Paris e apresenta personagens como Fernando, Gabriel Galdino e sua família. A trama envolve as brigas cômicas entre Fernando e seu criado Gabriel, assim como as interações de Gabriel com sua esposa Luduvina e filha Esméria.
O documento apresenta um diálogo entre nove freiras em uma capela. As freiras confessam pequenas falhas e culpas diárias sob a supervisão da Superiora. A Irmã H questiona o propósito de suas vidas após a maioria da humanidade ter desaparecido em um evento catastrófico.
A peça descreve a história de um misantropo chamado Cnêmon que vive isolado com sua filha. Um jovem chamado Sóstrato se apaixonou pela filha de Cnêmon e envia seu escravo Pírrias para obter informações, porém Cnêmon o expulsa agressivamente de suas terras. Sóstrato planeja se casar com a filha de Cnêmon, porém terá que lidar com o mau humor do misantropo.
A peça de teatro trata da separação de um casal, Esculápio e Farmácia, que discutem constantemente. No primeiro ato, eles brigam sobre os deveres domésticos e o marido sai de casa. Quando ele sai, Farmácia recebe a visita de seu amante Fidélis. Logo, o marido retorna e Fidélis usa uma carta falsa para esconder seu encontro secreto.
Este documento apresenta trechos de poesias e crônicas de vários autores. A edição contém contribuições de Carl Solomon, Joannes Jesus, Maria Appar. S. Coquemala e outros sobre temas como a condição humana, a arte, sonhos e a busca por sentido. Inclui também uma crônica sobre a polêmica capa do disco "Todos os Olhos" de Tom Zé que levou a tentativas frustradas de fotografar uma modelo imitando partes do corpo.
A peça de teatro apresenta dois irmãos, Antônio e José, em uma conversa cômica. José demonstra confusão ao tentar entender as perguntas de Antônio sobre seu outro irmão, Pedro. Um amigo excêntrico de Antônio, Manuel, interrompe a conversa de forma estranha. O filho de Antônio, Frederico, chega irritado com as injustiças que vê ao seu redor.
Poemas de Manoel Filipe de Sousa contém vários poemas curtos que abordam temas como a morte, a infância, sonhos, religião e mudanças sociais. Os poemas usam linguagem simples para explorar assuntos filosóficos e sociais de forma leve e humorada.
O documento apresenta uma antologia de poemas brasileiros contemporâneos de diversos autores como Arnaldo Antunes, Glauco Mattoso, Paulo Leminski e outros. Os poemas abordam temas como amor, política, existencialismo e natureza de forma concisa e subjetiva.
O documento descreve uma peça de teatro de Menandro chamada O Misantropo. A peça retrata a história de um homem chamado Cnêmon que vive isolado com sua filha. Um jovem chamado Sóstrato se apaixona pela filha de Cnêmon, mas ele se opõe ao casamento. No final, após uma série de eventos, Cnêmon muda de atitude e concorda com o casamento.
1) A peça conta a história de Velho Brás, que encontra Satanás em sua casa e os dois se tornam amigos.
2) Micaela aparece e tenta ajudar Brás quando Satanás tranca os dois em um quarto.
3) O filho de Brás, Ferrabrás, aparece e provoca brigas com insultos a Micaela e seu pai.
O documento resume a segunda fase do Modernismo brasileiro, destacando poetas como Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade. A poesia moderna desta fase caracterizou-se por temas políticos e existenciais, questionamento da realidade e uso do verso livre.
Aula do professor André Guerra sobre a terceira geração modernista. Destaque para a obra Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa, cobrado pelo vestibular da Uesc
Crônicas selecionadas nu, de botas - av2Josi Motta
1) O documento descreve cenas da infância do autor, incluindo brincadeiras no quintal de casa e observações sobre os vizinhos.
2) A família incluía a mãe, empregada doméstica chamada Vanda, e outras 15 crianças da vila.
3) À noite, os sons da máquina de escrever do pai garantiam ao autor que não estava sozinho.
Este documento fornece um resumo de 3 frases ou menos:
O documento contém um esboço para uma comédia que inclui cenas e diálogos entre vários personagens, como Mancília, Esterquilínia e Espertalínio. Nas cenas, os personagens discutem amor, casamento e brincadeiras infantis. A peça sugere temas como relacionamentos, educação e a vida cotidiana de diferentes gerações.
Toma Lá Poesia Folhetos De PromoçãO Do Concurso LiteráRio Prof.ª ConceiçãO ...librarian
1) O poema "Anelo" de Goethe fala sobre uma alma que anseia pela morte e transmutação para escapar da escuridão da terra.
2) O poeta reflete sobre como esqueceu de cumprimentar o rio Tejo ao entrar na sala, assim como as pessoas ignoram Fernando Pessoa.
3) Ele expressa a sensação de ausência no mundo, onde as pessoas vivem suas vidas de forma indiferente e sem propósito, como condenados.
Este documento apresenta a cena inicial de uma peça de teatro que descreve as interações entre Mateus, uma pessoa idosa de 80 anos, sua esposa Mateusa, e suas três filhas, Pêdra, Catarina e Silvestra. A cena começa com Mateus procurando pelas filhas enquanto discute com Mateusa. As filhas entram gradualmente e interagem carinhosamente com o pai, tentando animá-lo.
O documento descreve a vida e obra do dramaturgo brasileiro Jozè Joaquim de Qampos Leão Qorpo-Santo, que nasceu há 179 anos em Triunfo, Rio Grande do Sul. Apesar de ter sido considerado louco e ter sua obra ridicularizada durante sua vida, atualmente é reconhecido como um gênio adiante de seu tempo que retratou de forma crua e realista a sociedade gaúcha do século XIX. Sua obra continua sendo encenada e estudada por abordar temas como homossexualidade de forma pione
1) O documento discute a obra do dramaturgo brasileiro do século XIX Qorpo-Santo, conhecido por suas peças teatrais ousadas e estrutura não convencional.
2) A autora argumenta que a obra de Qorpo-Santo pode ser vista como uma "poética dos borrões", com linguagem multifacetada, incompleta e que desestabiliza os sujeitos.
3) Ela analisa a peça "Eu sou vida; eu não sou morte", que trata de um triângulo amoroso que termina em morte,
Este trabalho investiga a encenação da comédia As Relações Naturais, escrita por Qorpo-Santo em 1866 e encenada em 1968 pelo grupo Teatro Jovem sob a direção de Luiz Carlos Maciel. A encenação gerou polêmica entre Maciel e o crítico Yan Michalski. Analisa-se o contexto político e cultural dos anos 1960 no Brasil e como a obra de Qorpo-Santo foi ressignificada nesse momento. Realiza-se uma análise semiológica do texto da peça e de uma entrevista com Maciel
Este documento é uma dissertação de mestrado que investiga a representação do espaço urbano nas comédias de Qorpo-Santo através da teoria do imaginário social. A dissertação pretende demonstrar como a representação simbólica presente na obra de Qorpo-Santo promove rupturas no imaginário social da época, instaurando uma nova forma de representação do grupo social. O trabalho analisa principalmente a família e a religião como instituições reguladoras do comportamento e do modo de ver dos indivíduos na sociedade representada
Este documento discute a encenação da peça As Relações Naturais, do dramaturgo brasileiro Qorpo-Santo, pelo grupo Teatro Jovem em 1968 no Rio de Janeiro. Apresenta o contexto histórico do século XIX em que a peça foi escrita e da década de 1960 quando foi encenada. Analisa a recepção controversa da encenação e o debate que gerou entre o diretor Luiz Carlos Maciel e o crítico Yan Michalski. Busca entender como esta retomada da obra de Qorpo-Santo reflet
Este documento é uma peça de teatro intitulada "Lanterna de Fogo" composta por 3 atos e 2 quadros. A primeira cena apresenta Robespier procurando um objeto misterioso chamado "Lanterna de Fogo" que seu pai lhe deu antes de morrer. Zeferino o interrompe e discute com ele. Um velho estranho cai morto na casa de Robespier, colocando-o em uma situação difícil.
Este trabalho analisa o romance Cães da Província de Luiz Antonio de Assis Brasil, publicado em 1987. O livro tem como protagonista o dramaturgo José Joaquim Campos de Leão, conhecido como Qorpo-Santo, e se passa na cidade de Porto Alegre das últimas décadas do século XIX. O romance apresenta elementos instigantes como a frequente utilização da intertextualidade com a obra de Qorpo-Santo. Pretende-se abordar as características do novo romance histórico presentes na obra,
1) A Ensiqlopèdia de Qorpo-Santo pretende ser uma obra enciclopédica no estilo da Encyclopédie iluminista do século XVIII, reunindo uma variedade infinita de assuntos sobre diversos campos do saber.
2) Contudo, diferentemente da Encyclopédie, a obra de Qorpo-Santo não segue um critério ordenado e metódico, apresentando textos de forma aleatória e desordenada em meio a bilhetes, anúncios e outros pequenos textos.
3) Essa desorgan
Este documento analisa o projeto enciclopédico de José Joaquim de Campos Leão na obra Ensiqlopèdia ou seis meses de uma enfermidade. Argumenta que a narrativa está ligada a uma metamorfose que transforma quem escreve e alcança um exterior à linguagem. Também discute como a obra inaugura uma demonstração de um "saber-fazer" que ultrapassa os limites da linguagem.
Este documento apresenta a 14a edição da revista Terra Roxa e outras terras, com nove artigos acadêmicos sobre o processo de modernização do drama ocidental e brasileiro entre os séculos XIX e XX. A comissão editorial agradece a colaboração de autores, revisores e agências de fomento na publicação deste volume especializado.
Este documento é uma peça de teatro escrita por José Joaquim de Campos Leão Qorpo-Santo que retrata as dificuldades enfrentadas por um credor da Fazenda Nacional para receber o pagamento de dívidas do governo. A peça mostra o credor indo repetidamente à repartição pública em vão e sua frustração crescendo a cada nova promessa não cumprida. Em um momento, outro homem na mesma situação ameaça incendiar os documentos da repartição em protesto.
O documento propõe transformar a área alagadiça da Várzea em um parque público com jardins, árvores e fontes para recreação dos habitantes da cidade. No entanto, reconhece que os cofres municipais precisam priorizar outras necessidades nos próximos 20 anos. A nota contextualiza que a proposta visionária de Qorpo-Santo acabou se concretizando no atual Parque Farroupilha, aberto após a drenagem completa da área em 1935.
O documento descreve uma cena de um baile campestre no Brasil no século XIX, com danças, bebidas e interações entre os participantes. Há menções a brigas, danças exageradas e comportamentos grosseiros. No final, as escravas limpam o local sujo e fedorento deixado pelos participantes do baile.
O documento apresenta um trecho da peça teatral "Mateus e Mateusa", de José Joaquim de Campos. A cena retrata um diálogo entre o velho Mateus e suas três filhas, Pêdra, Catarina e Silvestra. As meninas tentam alegrar e confortar o pai idoso, cantando e dançando para ele.
Este documento apresenta o início de uma peça de teatro cômica intitulada "A Impossibilidade da Santificação; ou a Santificação Transformada". A obra contém uma lista de personagens e uma breve explicação situando o contexto da história, que envolve um homem divino cuja vida é marcada por dificuldades com sua esposa e empregada. O primeiro ato da peça é então iniciado, com cenas envolvendo o personagem C-s e outras pessoas, como um caixeiro e o dono de uma loja.
Este resumo em três frases:
1) A peça de teatro gira em torno de Mário, um velho que gosta de tomar rapé e discute ir à missa com sua filha.
2) Sua filha o convence a ir passear trocando suas roupas sujas por novas e limpas.
3) A filha pede permissão para se casar com quem quiser em troca de agradar o pai com as novas roupas.
Este documento apresenta uma biografia de Qorpo Santo e discute as principais interpretações de sua obra teatral ao longo dos anos. A dramaturgia de Qorpo Santo permaneceu desconhecida por cerca de 100 anos até começar a receber atenção na década de 1960. O documento explora o contexto histórico e geográfico em que Qorpo Santo viveu e escreveu.
Triunfo defende seu patrimônio históricoGladis Maia
Triunfo, no Rio Grande do Sul, preservou com sucesso seu patrimônio histórico arquitetônico, apesar da resistência inicial dos moradores mais velhos. Líderes locais lançaram um projeto de restauração na década de 1970 e educaram as novas gerações sobre a importância da preservação, enquanto a administração municipal restaurou vários prédios históricos. A burocracia do órgão federal de patrimônio histórico dificulta mais restaurações.
O artigo descreve o sucesso do Carnaval em Triunfo e como o Centro Cultural Qorpo Santo está se tornando uma Fundação Cultural. A Fundação foi aprovada em uma assembléia geral e um Grupo Gestor foi escolhido, incluindo uma Coordenadora Geral e coordenadores de áreas como Administração, Finanças e Cultura.
2. PERSONAGENS: 1
Impertinente
Consoladora
Interpreta, 16 anos.
Júlia
Marca mulheres da vida.
Mildona
Um indivíduo
Truquetruque
Mariposa
Inesperto, criado.
Malherbe
Rapazes.
3. ATO PRIMEIRO
Cena Primeira
IMPERTINENTE Já estava admirado; e consultando a mim
mesmo, já me parecia grande felicidade para
esta freguesia o não dobrarem os sinos. . . E
para eu mesmo não ouvir os tristes sons do
fúnebre bronze! Estava querendo sair a pas-
seio; fazer uma visita; e já que a minha ingrata
e nojenta imaginação tirou-me um jantar, pre-
tendia ao menos conversar com quem m'o
havia oferecido Entretanto não sei se o farei!
Não sei porém o que me inspirou continuar
no mais improfícuo trabalho! Vou levantar-
me; continuá-lo; e talvez escrever em um
morto: talvez nesse por quem agora os ecos
que inspiram pranto e dor despertam2 nos
corações dos que os ouvem, a oração pela
alma desse a cujos dias Deus pôs termo com
a sua Onipotente voz ou vontade!
E será esta a comédia em 4 atos, a que deno-
minarei — As Relações Naturais.
(Levanta-se-se; aproxima-se de uma mesa;
pega uma pena; molha em tinta; e começa a
escrecever.)
São hoje 14 de maio de 1866. Vivo na ci-
dade de Porto Alegre, capital da Província de
S. Pedro do Sul; e para muitos, — Império
do Brasil... Já se vê pois que é isto uma
verdadeira comédia! (Atirando com a pena,
grita:) Leve o diabo esta vida de escritor! É
melhor ser comediante! Estou só a escrever,
a escrever; e sem nada ler; sem nada ver
(muito zangado). Podendo estar em casa de
4. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
alguma bela gozando, estou aqui me incomo-
dando! Levem-me trinta milhões de diabos
para o Céu da pureza, se eu pegar mais em
pena antes de ter. .. Sim! Sim! Antes de ter
numerosas moças com quem passe agradavel-
mente as horas que eu quiser. (Mais brabo'1
ainda.) Irra! Irra! Com todos os diabos! Vivo
qual burro de carga a trabalhar! A trabalhar!
Sempre a me incomodar! E sem nada gozar!
Não quero mais! Não quero mais! E não quero
mais! Já disse! Já disse! E hei de cumpri-lo!
Cumpri-lo! Sim! Sim! Está dito! Aqui escrito
(pondo a mão na testa); está feito; e dentro
do peito! (Pondo a mão neste.) Vou portanto
vestir-me, e sair para depois rir-me; e concluir
este meu útil trabalho! (Caminha de um para
outro lado; coça a cabeça; resmunga: toma
tabaco ou rapé; e sai da sala para um quarto;
veste-se; e sai o mais jocosamente que é pos-
sível.) Estava (ao aparecer) eu já ficando
ansiado de tanto escrever, e por não ver a
pessoa que ontem me dirigiu as mais afetuosas
palavras! (Ao sair, encontra uma mulher rica-
mente vestida, chamada Consoladora.)
Cena Segunda
CONSOLADORA — Onde vai, meu caro Sr.? Não lhe preveni eu
de que hoje teria em seu palácio a mais bela
das damas de São. . .
IMPERTINENTE — Ora, ora, Sra. Não vê que eu já estou abor-
recido das mulheres! (Ã parte:) É preciso
dizer-lhe o contrário do que penso! Como a
sra. se abalança ainda a falar em damas na
minha presença!? Só se são damas de fol-
gar. . . São?
CONSOLADORA (mostrando-se indignada, e batendo um pé no
assoalho) — Bárbaro! Cruel! Não vives a
pedir uma mulher jovem, formosa, asseada e
bela para tua companhia?! Pensas que ignoro
o que pensas; o que fazes!? Não vês; não
sabes; não conheces que sou mágica!? Atre-
vido! Não te lembras que ainda ontem ou
anteontem olhaste4 para mim, e achaste5 que
5. AS RELAÇÕES NATURAIS
eu era no Céu o mais lindo, o mais belo e
mais agradável planeta que lá habitava? Não
me pediste 6 que eu guiasse teus passos; tuas
ações; tuas palavras, Audaz!7 Pensas que eu
não sei que ias atrás de mulheres! Para que
queres mulher!? Não vives tão bem, não co-
mes, não bebes, não dormes tão descansado?!
IMPERTINENTE (virando-se para o público) — Já se viu que
sarna gálica me atormenta! Cruzes! (Benzen-
do-a.) Cruzes! Eu te desconjuro!8
CONSOLADORA — Já disse: o Sr. não sai daqui! (Pega uma
cadeira e põe perto da porta de sair.)
IMPERTINENTE — Senhora,0 se continua deste modo, fique certa
que me mato! É preciso ter juízo! Ao contrá-
rio, nem serei eu, nem a Sra. minha!
CONSOLADORA — Ah! (levantando-se) Sim: quer ir! Pois vá;
mas há de ir sem casaca! (Avança-se™ a ele, e
tira-lhe a casaca; ficando ele de sobrecasaca).
IMPERTINENTE — Ah! Ainda deixa-me a sobrecasaca! Pois irei
com ela (Faz uma cortesia a ela e quer sair.)
CONSOLADORA — Sim! Ficou ainda vestido! Pois há de ir sem
chapéu. (Avança-se a ele para o tirar; e de-
pois de alguns saltos, consegue jazê-lo; fica-lhe
um boné de forma piramidal. Olha, e diz-)
Este homem é o diabo! Tiro-lhe as calças. . .
(Vai dirigir-se para tal fim; ele agarra com
uma mão em cada perna; e sai aos pulos
dizendo): Se és planeta, eu sou cometa!
CONSOLADORA (muito triste) — E não foi o tal cometa bri-
lhar noutro hemisfério! Nunca mais atendo às
petições de amparo, guia, ou proteção a mais
cometa algum.
Cena Terceira
(Entra ele com uma menina de 16 anos a
quem conhecemos por Interpreta pelo braço.)
IMPERTINENTE (para ela, ao transpor a porta") — Cuidado!
Não se pise nestes tapetes, que já estão um
tanto velhos! (Para o público, andando para
6. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
a frente:) Já se vê que a escolha que fiz hoje,
e que pretendo fazer de uma em cada mês,
é a. . . (Para ela.) Digo? Digo?
INTERPRETA — Se quiser, pode dizer!
IMPERTINENTE — É uma das melhores que se podia encontrar
nos maiores rebanhos desta. . .
— Pois chama rebanho às famílias que habitam
esta cidade!?
IMPERTINENTE12 — Pois o que é mais triste que um grande reba-
nho de ovelhas merinas!?
INTERPRETA — Eu sempre considerei de outro modo: sempre
entendo que a mulher como o homem é um
ente que deve ser por todos respeitado, como
a segunda primorosa obra do Criador; e que
assim não sendo, só milhares de males e trans-
tornos se observarão na marcha geral da hu-
manidade!
IMPERTINENTE — Hã! Hã! Hã!13 A menina está no mundo da
lua! Ainda crê nas caraminholas que lhe en-
caixam na cabeça, de seu avô torto, visto que
segundo as últimas participações espirituais
que tivemos, o direito há muito que é morto!
INTERPRETA (à parte) — Em que caí eu, acompanhando
este mono! Isto é um monte de carne, sem
lei, sem moral, sem religião! Mas ainda é tem-
po! Quando menos pensar, desapareço de sua
presença, como a escuridão ao brilhar da lua!
Não me logras, velho enjoado!
IMPERTINENTE (para ela) — Minha queridinha! Temos aqui
um quarto cheio de roupa! (Apontando) Àli
um outro repleto de comestíveis! Acolá um
guarda-louça; naquele canto a cozinha.
INTERPRETA (aproximando-se; olha; e nada vê; voltando-
se para ele) — Sabes que mais? Eu nunca me
sustentei de palavras, e muito menos de men-
tiras! (Sai.)
IMPERTINENTE (querendo pegá-la) — Meu anjo! Minha
deusa! Aonde vai! Venha cá!
7. AS RELAÇÕES NATURAIS
INTERPRETA — Já lhe disse: — vou-me embora; e aqui não
entro mais; o Sr. enganou-me: quis enganar-
me; mas enganou-se a si próprio! (Sai)14
IMPERTINENTE (voltando-se) — É a trigésima, vigésima e
décima vez15 que me prega estes carões! Diabo!
Diabo! e Diabo!
8. ATO SEGUNDO
Cena Primeira
TRUQUETRUQUE (batendo em uma porta) •— Estará ou não
em casa? A porta está fechada10, não vejo
(vigia no buraco da chave) se é por dentro
se é por fora que está a chave; o caso é (cian-
do com a cabeça), e verdadeiro, que a Sra.
D. Gertrudes Guiomar da Costa Cabral Mota
e Melo, se está é às escuras! Sem dúvida a
esta hora, noite de teatro, noite de retreta,
noite de novena, — não é possível deixar de
ter ido a alguns destes divertimentos: se à
Igreja, já se sabe — por devoção! Se ao Tem-
plo, por oração!17 E finalmente, s e . . . não
digo (Caminhando para o centro). Para que
hei de mostrar (abrindo os braços) que sou
um grande dialeta, retórico, filósofo! Etc. Etc.
Pode ser que ficassem depois com inveja; e
em vez de alimento para eu continuar a brilhar
com o meu grande talento a todo o momento,
darem-me envenenamento! Com o qual eu,
muito contra a minha vontade e vontade san-
tíssima! possa ir fazer a viagem. . . eterna ao
fundo de algum dos maiores infernos que lá
por baixo da terra devem existir! Ainda se me
metessem aqui, e eu sairá lá no ponto oposto
onde habitam os nossos. . . tãobém não sei se
são nossos, ou se são só meus! (Para o públi-
co:) Como chamam estes cujos pés têm as
solas dos sapatos, se não andam de botas, vol-
tadas para a sala dos nossos? Hein? Anfíbios,
não! Isto é cousa que anda no mar, e em terra!
Hermafroditos! não; isto tãobém é outra cou-
sa, é o que é macho e fêmea! Cabrito não é.
9. AS RELAÇÕES NATURAIS
Não me posso lembrar. Enfim dizia eu que
se lá fosse habitar quando entre na terra com
esses cujos pés estão virados para os nossos,
que teria muito prazer; mas como é de supor
que a minha habitação por envenenamento18
seja a mais completa e trivial destruição —
declaro que não aceito, que não quero; que
não concordo!
Cena Segunda
Abre-se de repente uma porta; aparecem por
ela, e por diversas outras, três ou quatro mu-
lheres, umas em saias, outras com os cabelos
desgrenhados; pés no chão, etc.
UMA DELAS (para um indivíduo)19 — Que quer o Sr.
aqui?
OUTRA (puxando-o por um braço) — O que faz?
OUTRA Quem o mandou cá?
OUTRA Não sabe que sempre foi um homem honesto
quanto a. . . e que nós somos todas — pros-
titutas!? É um tolo! Safe-se daqui para fora,
Sr. maroto, Senão, olhe (mostrando-lhe o pu-
nho) — havemos de esmurrá-lo com esta mão
de pilão!
ELE Minhas santinhas; (com muita humildade)
minhas santinhas, eu queria dormir com vocês
esta noite.
ELAS (dando uma grande gargalhada) — Ah! ah!
ah!20
UMA (para outra) — Não queres ver, Mana, o
desaforo, a petulância deste estúrdio!? Querer
passar conosco a noite, quando nós sabemos
que ele é conde e tem filhos carnais!
OUTRA Ah! ah! ah! Se fossem só os carnais era nada
(batendo no ombro da que primeiro fala) —
os espirituais é que é; que não têm conta.
OUTRA Ele já está esquecido que os discípulos o
fizeram padre eterno; c que por isso não deve
tocar em carne.
10. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
TODAS (apontando com o mostrador)21 — Já, seu
maroto, rua! senão. . .
ELE Isto é o diabo! Estas mulheres chamam-me
com o espírito quando estou em casa; e quan-
do saio à rua, com as palavras, com as mãos
com os dedos, com a cabeça, com os olhos,
e se as encontro fora, então é até com seus
remexidos! Mas se lhes venho à casa, é isto
que se vê! Cruzes! (Cuspindo em todas elas.)
Abrenúncio! Eu as desconjuro para nunca
mais as ver! Não olharei mais para estas tigras'
(Sai.)
Cena Terceira
UMA DELAS (olhando-se) — Ora; ora; ainda agora é que
reparo! Estou quase em fraldas de camisa!
Vejam este maluco como me pôs tãobem ma-
luca!
OUTRA (alisando os cabelos) — E eu com os cabe-
los todos desgrenhados! Se ele cair em vir cá
outra vez, hei de enforcá-lo com uma destas
tranças, e pendurá-lo no vácuo deste salão.
OUTRA E que bonito ele há de ficar, mana, se qual
lontra aqui o pusermos! Havemos de enchê-lo
de livros; será... — um centro! Como um
sol que dardejará seus raios para todos os
cantos desta casa, como o verdadeiro espalha
para todos os cantos do hemisfério que alu-
mia!
OUTRA Mas isto é dar muita importância a esse Ju-
das, fazê-lo centro de tudo.
AS PRIMEIRAS — O que tem? Esse diabo já o tem sido de luz
espiritual, agora que o seja tãobém de luz
•material!
UMA DELAS Sabem o que mais? — Vamos vestirmo-nos
e pôrmo-nos-2 às janelas à espera de vermos
os nossos namorados!
TODAS Apoiado! Não percamos nossos costumes por
causa de um maluco! Vamos! Vamos! (En-
tram todas para os quartos d'onde23saíram.)
11. AS RELAÇÕES NATURAIS
Cena Quarta
VELHA MARIPOSA Centrando toda cheia de dengosidade, pegan-
do os vestidos como quem quer dançar, e
comete outros numerosos atos, que indicam a
pregoeira gaiata da presente época) — Ainda
há cinco minutos, era esta sala um teatro de
moças quase nuas! Acompanhadas de certo
indivíduo de meia idade, que parece mais um
velho bem doente, que um homem são, va-
lente e cheio de. . . certa cousa. . . certa força
que eu não quero dizer, porque não é tão
decente como convém a tão ilustre assembleia!
(Olhando para diversos lados.) Onde estão
estas meninas? Júlia! Júlia!
JÚLIA Sra.? Sra.?
MARIPOSA Vem cá, menina! Chama as tuas Irmãs!
JÚLIA Ora, Mamãe; eu ainda não estou vestida!
MARIPOSA Entra, chama uma das tuas Irmãs!
JÚLIA Está bom,24 Mamãe; eu já vou.
MARIPOSA Muito custa a25 criar filhas! Ainda mais26
acomodar; muito mais-7 casar; e ainda pior
aturá-las!25 Pilham-se moças, e o que querem
é namorar!
JÚLIA (entrando -e sacudindo os vestidos) — Aca-
bava eu agora mesmo. . .
MARIPOSA Já sei; acabas de. . . Basta; não prossigas!
Tu és, eu sei o quê!
JÚLIA (pondo as mãos) 29 — Por piedade, minha
querida Mãe! Não faça de mim o menor mau
juízo! Sabe que sempre fui uma de suas me-
lhores filhas, obediente e respeitosa, e mais
que tudo — amorosa!
MARCA (irmã de Júlia, entrando mui ligeiramente, ou
jazendo alguns passos de dança até chegar
perto da Mãe; ao chegar, ajoelha-se, pega-lhe
na mão e beija-a) — Minha — mais que todas
as mulheres, Querida Mãe! Eis-me prostrada
12. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
a seus pés, para pedir-lhe perdão de quantos
pecados hei cometido, ou guisados hei comi-
do! Perdoa, Mamãezinha, perdoa, sim?
MARIPOSA Sim; sim. Está perdoada; pode levantar-se.
Mas não torne a cair em outra! Eu conheço
seus crimes.
MARCA (levantando-se) — Sim; sim. Quanto sou
feliz! A minha querida mãe quanto é boa!
Ainda pela quinta vez quis perdoar à sua
mais desobediente, cruel, ou mesmo — tirana
filha!
MARCA Eu não sei deles. Vossa Mercê bem sabe que
moro sozinha no meu quarto; a mana é que
há de saber!
MARIPOSA Onde estão? Não me diz? Ainda não me vie-
ram tomar a bênção, sendo entretanto mais de
oito horas! (Entram os outros filhos.)
ELES (estendendo as mãos) Sua bênção, minha
Mãe.
MARIPOSA (fazendo sinal com a mão) — Deus abençoe
a todos, que eu o faço em particular a cada
um. Sim, meninas, são horas de missa; vamos
cobrir nossos véus, e sigamos a orar ao Se-
nhor — por nós e por nossos avós!
TODOS Prontos a obedecê-la, a segui-la. (Saem
todos.)
13. ATO TERCEIRO
Cena Primeira
INESPERTO (criado) — Por mais que arrume (atirando
com uma bota para um lado; com um livro
para outro; com uma bandeja no chão; com
um espanador para um canto; e assim com tu-
do o mais que se achava arrumado), sempre
encontro esta sala, este quarto, ou como o qui-
serem chamar. . . câmara, dormitório, ou não
sei que mais — desarrumado! Nada, nada,
isto não pode continuar assim! Ou hei de dei-
xar de ser criado desta casa, ou as cousas hão
de conservar-se nos lugares em que eu arrumo!
São honras que a ninguém eu c e d o . . . O que
porém é mais notável é que além de me não
respeitarem, nem obedecerem — não pagam-
me tãobém nem a quinta parte dos salários
comigo contratados! Mas nada me hão de
ficar a dever! Quando retirar-me, hei de levar
o dobro do que houver licitamente ganho, a
fim de que paguem-me os prêmios, pois não
estou resolvido a perdê-los!
Cena Segunda
MALHERBE (amo muito espantado, entrando) — Que é
isto, Judas? Enlouqueceste30, Inesperto? Onde
está tua Ama?
INESPERTO Qual enlouqueci. . . Todos os dias arrumo
esta casa; e em todos os dias nela acho que
arrumar; e ainda pergunta-me por minha ama,
mulher feia, velha e má! Se há de ainda ir
ver as moças, este tagarela, é isto todos os
d i a s . . . Ainda mais mol,31 mais ruim, que
14. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
este meu amo (para o amo, dando com a
mão): Vá-se embora daqui para fora, senão
— o matam, seu Judeu Errante!
MALHERBE — Este diabo está hoje com o demo nas tri-
pas!.. . O' Judas, dize-me: o que comeste 32
hoje? Bebeste33 vinho? champanha, vinagre,
água-forte? Que diabo tens tu hoje? Estás
bêbado?
INESPERTO — Qual bêbado, nem [meio] bêbado: nunca
estive eu em meu tão perfeito estado de juízo
ou de mais completa saúde!
MARIPOSA (Entrando) — Ih!. . . que espalhafato fez o
Judeu hoje! (Querendo arrumar tudo; para o
marido:) Senhor, tome juízo; despeça esse
maldito, que não faz senão o que está vendo!
O Sr. parece-me cego. Embalde (metendo os
dedos nos olhos do marido) tem dois fogões
nesta cara; tu não enxergas. ..
MALHERBE — Tu, teu criado, e tuas filhas, não são entes
da espécie humana. São malditas feras que
aqui habitam para flagelar-me! (Para ambos:)
Fora daqui! Se demoram pego em tudo isto
(agarrando as mesas) e penduro quais rosá-
rios nas cabeças de vocês dois!. . .
MARIPOSA (para o criado) — Sabes o que convém fazer:
é safarmo-nos!-34O homem hoje está resoluto
a matar, ou mostrar-nos que é Senhor desta
casa.
INESPERTO — Diz bem, minh'ama; vamos nós saindo em
boa paz! (Enfia o braço na ama.) É melhor
— velha, feia, má, que nenhuma! (Abanando
com a mão.) Adeus, Sr. estúrdio! Adeus, até
mais ver! (Saem.)
Cena Terceira
MALHERBE (só) — Estes diabos têm tentado devorar-me
por todos os modos! Mas eu os hei de pôr
no estado o mais deplorável que se pode ima-
ginar! Deixemos, deixemos; eles para cá hão
de vir (dando alguns passeios, coçando a
barba, compondo o cabelo etc.)
15. AS RELAÇÕES NATURAIS
MILDONA (entrando) — Que saudades eu tinha de meu
querido Pai!
MALHERBE Ah! és tu, minha querida Mildona? Quanto é
doce vermos feitos de nossos trabalhos de
longos anos!35 Um abraço, minha estimadíssi-
ma, minha mesmo queridíssima filha!
MILDONA O Sr. não reparou bem; eu não sou a sua
encantadora filha; mas a jovem a quem o Sr.
em vez de amizade, sempre há confessado
tributar amor!
ELE Ah! onde estava eu!? Sonhava; pensava em
ti; via, e não te enxergava! Sim, sois minha;
és minha; e serás sempre minha por todos os
séculos dos séculos, Amém! (Saem.)
Cena Quarta
O CRIADO (entrando, pé-ante-pé) — Amolei tudo! Não
pensem que farão espadas, facas, punhais ou
lanças! Mas os amáveis que desprezando todos
os direitos dos cidadãos brasileiros matavam
e roubavam a seu belo prazer! O1 tal meu
amo entendia que cada botina que comprava,
e que calçava, era uma mulher que condenava
ao matadouro dos seus desejos! E a tal minha
ama procedia do mesmo modo quanto ao cha-
les 30 que a cobria; dizia (pegando, e pondo
um chales.) isto é masculino, está portanto
relacionado com um homem; é novo; e por
isso, assim como eu me cubro com ele, tão-
bém há de me cobrir esta noite um bom moço!
E assim é que não havia Pai, nem filho; Mãe
ou filha que pudesse, nem por cinco minutos,
ter descanso e tranquilidade em suas habita-
ções!
MALHERBE (entrando de bengala) — Ah! ainda estás
aqui! Toma! (Dá-lhe com a bengala até que
sai disparando por uma das portas, gritando:)
Não quero mais servi-lo! Não quero! Não que-
ro! já disse.
Cena Quinta
(A 'moça [Mildona] sai do quarto; e entra
apressadamente na sala; para o amigo:) —
16. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
Que é isto, que é isto, Sr.? Que é isto. .!
Entrou aqui algum ladrão! Algum assassino!
O Sr., de bengala, gritando e dando pancada!
MALHERBE (muito terno) — Não é cousa alguma, me-
nina; foi apenas uma lição que quis dar a este
mariola, que tem o título de meu criado: quis
fazer-se de amo! Agora porém que já lecionei,
podemos gozar tranquilos de uma existência
feliz! (Dão dons ou três passeios pela sala, e
sentam-se em um sofá; conversam sobre várias
cousas; ouvem baver; levanta-se a moça; vai à
porta, e foge espavorida entra assim para um
dos quartos. Levanta-se ele cheio de espanto;
chega tãobém à porta, dá um grito de dor,
diz:) São eles! São eles! São eles! (Cai desfa-
lecido, e assim termina o segundo ato. Milha-
res de luzes descem e ocupam o espaço do
cenário.)
17. ATO QUARTO
Cena Primeira
Tudo corre; tudo grita (mulher; filhos; mari-
do; criado, que por um dia foi amo do amo).
Incêndio! Incêndio! Incêndio! Venham bom-
bas! Venha água! (E um labirinto, que nin-
guém se entende, 'mas o fogo, a fumaça que
se observa, não passa, ou o incêndio não real,
mas aparente).
Pegam em barris d'água, em canecas e outros
vasos; e todos atiram água para o ar; chega
uma bomba pequena, e com ela tãobém atiram
água, por espaço de alguns minutos; mas o
incêndio parece lavrar com mais força até que
se extingue ou desaparece.
MALHERBE (depois de todos tranquilos) — Sempre a
desordem nas casas sem ordem! Sempre as
perdas; os desgostos; os incómodos de todas
as espécies! Santo Deus! por que não cruci-
ficais aqueles que desrespeitam vossos santos
preceitos!? Mas, que digo? Se continuo, estas
mulheres são capazes de — pendurar-me na-
quela travessa, e aqui deixarem-me exposto,
por não querer acompanhá-las em seus modos
de pensar e de julgar! O melhor é retirar-me!
Vou descansar por alguns minutos. (Sai.)
Cena Segunda
ELAS (umas para as outras) — Preparemo-nos
para pregar um susto neste mariola! Já que
ele não quer obedecer aos nossos chamados
espirituais, e aos das outras mulheres; já que
18. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
é preguiçoso, vaidoso, ou orgulhoso; ao menos
preguemos-lhe um susto!
TODAS — Apoiado! Apoiadíssimo! Ou ele há de ser
obediente às Leis, ou havemos de enforcá-lo,
ainda que seja só por alguns momentos e di-
vertimento! Deixemos ele vir 37 .
(Preparam uma corda; e tudo o mais que as
pode auxiliar para tal fim; conversam sobre
os resultados >e consequências de sua empresa,
e o que farão depois; entretanto entra o criado
com ele em figura forte de papelão, abraçado
para poder acompanhá-lo; e é esta a 3ª Ce-
na.)
Cumprimentam-se todos muito alegremente; e
conversam.
UMA DELAS (para o criado)38 — Ora muito bem! Já se vê
quanto é bom viver conforme as relações
naturais. Eu gosto de mingau de araruta ou
de sagu, por exemplo — como; e porque está
relacionado com certo jovem a quem amo; ele
aqui me aparece, e eu o gozo! Já se vê pois
que, vivendo conforme elas, é em duplicata!
OUTRA — É verdade, mana; eu, como a comida de que
mais gosto é coco; e porque este se relaciona
com certo amigo de meu Pai, ele aqui também
virá, e o meu prazer não será só de paladar,
mas também aquele que provém do amar!
OUTRA — Pois eu, como o que mais aprecio é chocolate,
bebê-lo-ei, bebê-lo-ei; e por idênticas razões
gozarei dele e de quem não quero dizer! Mas
o diabo é que assim ficam sem cousa alguma!
MARIPOSA — Pois eu, como gosto muito do meu criado, e
ele é mel de abelha, já se sabe o que eu de
hoje em diante hei de sempre comer ou beber!
(Para o marido de papelão:) E o Sr., Sr.
Tralhão' 9 , que não quis acompanhar-nos nas
relações naturais, importando-se sempre com
direitos; não vendo que o próprio direito auto-
riza, dizendo que cada um pode viver como
quiser e com quem quiser; há de ficar aqui
pendurado para eterna glória das mulheres, e
19. AS RELAÇÕES NATURAIS
exemplo final dos homens malcriados! Conta-
mos (para o criado) com teu auxílio.
INESPERTO — Não precisamos ter trabalho, porque ele está
dormindo, com certa flor que lhe dei a cheirar!
ELAS — Oh! então melhor! Venham as cordas! (Para
o criado:) Vê uma escada; trepa lá; sobe na-
quela trave; leva esta corda, que nós cá o
amarremos pelo pescoço, e depois tu o sun-
gas.
INESPERTO — Sim; mas como diabo há de ser! Ah! é preciso
a Sra. pegar nele para não cair.. .
MARIPOSA — Eu seguro!
INESPERTO (pega a escada, põe em lugar próprio, sobe,
levando a corda, e depois desce. À parte.)
— Estas mulheres não vêem — que não se
pode ainda andar com as relações naturais;
que se umas querem, outras não querem; que
se umas podem, outras não podem; que. . .
enfim, são o diabo! Mas elas agora vão conhe-
cer que eu sou homem, e que por isso mesmo
hei de defender e amparar aqueles a quem elas
quiserem crucificar! (Amarra a corda ao pes-
coço da figura; e diz:) Está bem atada! Agora
vou sungá-lo! (Sobe a escada, monta na trave,
e puxando:) Pesa como o diabo! Não terá dez
arrobas? Mas quinze eu juro que pesa! Irra!
(Puxando.) Irra! Arriba! Agora, agora já
está seguro!
ELAS (umas para as outras) — Há de ficar pen-
durado! Ah! ah! ah! Há de, há de! (Balem
palmas.) Que triunfo! Viva! Viva! Agora,
maninha; já enforcamos este, havemos de
enforcar tãobém, certo grilo; e andar com as
relações à vontade dos corações!
TODAS — Apoiado! Apoiado! Enforquemos tudo quanto
é autoridade que nos quer estorvar de gozar,
como se estivéssemos em uma paraíso terreal!
INESPERTO (depois de haver prendido o corpo da figura
na trave) — Pois não! Não vê que meu amo
havia de ser enforcado, para as Sras. fazerem
20. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
quando quisessem! Boas! Lá vai bala! Rela-
ções, metralha. (Arranca um braço, atira nu-
ma delas.)
— Ah! traidor! (Encolhe-se.)
INESPERTO — Lá vai um estilhaço. Toma relação! (Atira
outro braço noutra).
JÚLIA — Bárbaro! Louco!
INESPERTO — Mais outro! (Arranca a cabeça, ou o chapéu,
e atira em outra, dizendo:) Querem mais!? Se
quiserem, venham buscar cá em cima, que eu
vou juntar-me ao meu muito respeitável amo.
(Levanta-se em cima da trave, -e sai ou desa-
parece .)
ELAS (uma para as outras a enxugarem os olhos)
— Que tirano! Que cruel! Que bárbaro! Que
assassino! De modo que assim sendo, se pode
ainda hoje fazer. . . Cantemos todas;
1º
— Não nos meteremos
Mais com relações;
Maridos procuremos;
Pois temos corações!
2º
A nenhum mais tentaremos
Destruir seus sentimentos!
A um só nós serviremos,
P'ra não ter duros tormentos!
3º
Com nenhum nos contentarmos,
Ou a todos não querermos;
E assim querer matar-nos,
Pondo todos quase enfermos.
4°
Tenhamos pois juízo!
Cada qual com seu esposo!
— Se não, não há paraíso!
Tudo inferno! — nenhum gozo!
21. AS RELAÇÕES NATURAIS
5º
Para comermos;
Para bebermos,
Não precisamos
De certos dramas!
6º
De andar,
Sempre a matar,
Os corações
Com as relações!
7º
Os que só querem
(Que desesperem!)
Por relações
São veros ladrões!
8°
Basta o trabalho,
Certo, não falho;
Para vivermos;
E mil gozos termos.
Fim do 4º ato, e da comédia escrita em 14 de maio de
1866, por José Joaquim de Campos Leão, Qorpo-Santo,
em a cidade de Porto Alegre, sala nº 21, no Beco do
Rosário.
NOTAS
1. No texto: Impertinente, Consoladora e outros Completamos a
relação das personagens.
2. despertem?
3. Assim no texto.
4. No texto: olhastes.
5. No texto: achastes.
6. No texto: pedistes.
7. Assim no texto.
8. Assim no texto. O mesmo que esconjuro.
9. Assim no texto.
22. JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO
10. Regência hoje desusada, encontradiça nos clássicos, dentre os
quais Vieira.
11. transpor a porta figura no texto depois de braço.
12. Daqui até ao fim da cena não aparecem os nomes das perso-
nagens, mas apenas Ele e Ela.
13. Está: Há! há! há! Nossa leitura interpreta a interjeição como
indicativa de admiração.
14. Na fala de Interpreta, antes desta, já consta a mesma rubrica.
15. Assim no texto.
16. No texto: feichada.
17. Assim no texto.
18. Assim no texto.
19. para um indivíduo está no fim da rubrica anterior.
20. Está Ha, ha, ha.
21 . O mesmo que dedo indicador.
22. Está vestirmos-nos e pormos-nos.
23. Assim no texto.
24. Assim no texto.
25. Custa a criar — regência tachada de incorreta pelos puristas,
mas encontradiça em bons escritores.
26. Está: a acomodar.
27. Está: a casar.
28. Está: a aturá-las.
29. Assim no texto.
30. No texto: enlouquecestes.
31. No texto: mol, lusismo prosódico, por mole.
32. No texto: comestes.
33. No texto: bebestes.
34. No texto: sajar-nos.
35. Parece faltar algo a esta fala.
36. Por xale.
37. Sintaxe corrente na linguagem coloquial brasileira, foi adotada
por Q . - S . em outras peças.
38. Está assim no texto: Ora muito bem! já se vê (Uma delas para
o criado) . . . etc.
39. Tralhão ou taralhão = intrometido, metediço.