O documento descreve a trajetória do artista Nunca na arte do grafite e suas principais influências e obras, desde quando começou a pintar na rua aos 12 anos até trabalhos recentes para grandes marcas. Detalha suas referências como a cultura indígena brasileira e artistas que documentaram o Brasil colonial, e grandes painéis públicos que criou em diversas cidades.
2. Nunca começou a intervir na rua com 12 anos de idade,através da
pixação,e conseqüentemente,o graffiti. Pintava simplesmente por
prazer, pela vontade de colocar seu nome na rua. Lia muitas
revistas em quadrinhos e livros que continham artistas da Pop Art.
17. Em entrevista ao crítico Régis Bonvicino,o artista Nunca fala um pouco
sobre suas influências e referências:
‘’Hoje em dia, minhas referências estão fora do âmbito do grafite.
Ultimamente, pesquiso e estudo artistas que vinham ao Brasil para
catalogar o que era visto aqui na época dos conquistadores. Um
desses artistas foi Maximilian Wied-Neuwied, um príncipe que, a
convite de dom Pedro II, veio ao Brasil pra catalogar as espécies de
plantas e animais e os povos indígenas. Estudo também Debret e
tenho pesquisado, há algum tempo, sobre a cultura indígena brasileira.
Tenho ouvido muito a Orquestra Afro-brasileira e lido e relido o O tao
da física ‘’ Nunca
Maximilian Wied-Neuwied
18. Debret, Jean-Baptiste (1768-1848), pintor francês que esteve no
Brasil com a Missão Artística Francesa, nasceu em Paris, a 18 de
abril de 1768 e faleceu na mesma cidade a 11 de junho de 1848.
Em suas telas retratou não apenas a paisagem, mas sobretudo a
sociedade brasileira, não esquecendo de destacar a forte presença
dos escravos. Foi iniciativa sua a realização da primeira exposição
de arte no país,em 1829.
Um jantar brasileiro, 1827 Serradores. 1822
20. Quatro grafiteiros
brasileiros foram
escolhidos para participar
de um projeto que está
chamando a atenção do
mundo todo. Nina, Nunca
e a dupla Os Gêmeos
começaram no dia 12 de
maio a colorir as paredes
do Castelo de Kelburn,
na Escócia. O projeto,
que vai durar um mês, foi
idealizado por Alice e
David Boyle, filhos do
Conde de Glasgow, que
vive na residência
construída em 1200.
Fonte: Ana Carolina
Ralston
23. A idéia do maior painel da mostra TRANSFER _ cultura urbana. arte contemporânea.
transferências. transformações, surgiu por meio de um recente episódio que estampou as
páginas dos principias jornais do país. Um sobrevôo de um dos coordenadores da Funai
resultou nas fotografias de índios de uma das quatro etnias isoladas que vivem na fronteira
do Acre com o Peru. As mulheres e suas crianças fugiram para a floresta em busca de
proteção, enquanto os guerreiros da tribo se posicionaram e reagiram atirando flechas no
avião. Essa imagem está retratada no trabalho do artista Nunca, que ocupa uma parede de
15x8 metros, concluído esta semana, após a abertura da exposição. O público pôde
acompanhar a criação da obra neste período.
Para Nunca “o fato foi determinante para idealizar e realizar o trabalho, pois a tradição da
cultura indígena repudia a modernidade”. Fonte: Assessoria de Imprensa Sul
24.
25. Mural 23 de Maio
(Radial Leste)
São Paulo - SP
26. Desenho feito pelo artista. Representação de um homem,com
uma corrente no pescoço e relógio no pulso,fumando uma
arvore.
27. Nunca em ação
Os artistas trabalharam durante 2 semanas,12 horas por dia,para poder
concluir o mural a tempo.
36. Neste painel Nunca representa o que é comum nesta área da cidade:
Ambulantes (Camelôs) vendendo seus produtos,como
óculos,roupas,tênis,todos de marcas famosas,porém falsificadas.
40. Com base na sua cultura e experiência artística, Nunca desenvolveu
desenhos para a coleção True Colors da Nike,representando o
Brasil. O artista desenvolveu os números,letras e símbolos ,com
influencia da tipografia da pixação brasileira.
42. O painel que fica em frente a Galeria 24 de Maio,no centro
de São Paulo, faz alusão aos camelôs que povoam a área
com cópias falsificadas da marca Nike,assim como outros
trabalhos do artista que também levam símbolos de marcas
famosas no mundo inteiro. Isso chamou a atenção dos
americanos,e foi um dos motivos para Nunca ser
selecionado para representar o Brasil na coleção True
Colors,da Nike,em função da Copa do Mundo de 2010.
45. ‘’ Sempre fui avesso a trabalhar com grandes marcas. A
representação delas no desenho,tal como um homem
vestindo um terno,é para questionar essa transformação
cultural.’’ diz o artista no vídeo promocional da Nike
46. Nunca pinta na parede um
tênis da Nike,em sua viagem
à Milão,para lançamento da
coleção. Porém continua
escrevendo NAIQUE.
Até que ponto
um artista
defende seus
ideais?