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NOÇÕES GERAIS SOBRE METROLOGIA 
Curso de Pós-Graduação em Energia Nuclear - UFMG 
13 de Novembro 2007 
Professor: Paulo César C. Pinheiro. 
INTRODUÇÃO 
A metrologia é a ciência que cuida do estabelecimento e reprodução das unidades de 
medidas sob a forma de padrões e do desenvolvimento de métodos e meios de medidas. 
Um dos principais problemas na metrologia é verificar a precisão dos instrumentos e 
meios de medidas e testa-los para um funcionamento confiável. 
A medição é um meio de conhecimento da natureza. Sem dúvida, a rentabilidade da 
produção e a qualidade dos produtos industriais dependem da certeza da medição obtida no 
processo tecnológico. 
A indústria energética, química e metalúrgica (entre outras) são inconcebíveis sem o 
emprego de modernos aparelhos de medição. O controle de processos torna-se cada vez mais 
importante a fim de melhorar a qualidade dos produtos industriais e elevar o rendimento da 
produção. 
MEDIÇÕES 
Medição é a comparação entre uma grandeza sujeita a medição e um certo valor adotado 
como unidade de referência. O resultado da medição é um número concreto, consistindo de uma 
unidade de medida e de um número que mostra quantas vezes esta unidade é contida na 
grandeza medida. 
Grandeza = Valor numérico X Unidade de medida 
A unidade de medida deve ser reprodutível de uma forma real de modo a ter um alto nível 
de precisão e perfeição como um padrão absoluto. 
Medição direta é aquela cujo resultado é obtido diretamente dos dados experimentais. O 
valor da grandeza procurado é obtido comparando diretamente com padrões ou através de 
instrumentos de medida graduados segundo as unidades respectivas. (Ex: Medida do 
comprimento com uma régua, temperatura através de um termômetro, pressão através de um 
manômetro). 
Medição indireta é aquela cujo resultado é obtido através de medições diretas de outras 
grandezas, ligadas por uma dependência conhecida com a grandeza procurada. São utilizadas 
quando é difícil medir diretamente a grandeza procurada, ou quando a medição indireta produz 
resultados mais precisos. (Ex: Medida de vazão através da queda de pressão em uma placa de 
orifícios). 
Principio de medição é o conjunto de fenômenos físicos sobre os quais é baseada a
medição. (Ex: Medição de temperatura através do efeito termoelétrico). 
Método de medição é o conjunto de procedimentos relacionados com a aplicação dos 
princípios e os métodos técnicos de medição. 
APARELHOS TÉCNICOS DE MEDIÇÃO 
São instrumentos construídos de modo a produzir o resultado da medição de uma 
maneira acessível à percepção direta do usuário. 
Eles podem ser analógicos (quando as indicações são uma função contínua da grandeza 
medida) ou digitais (quando as indicações são sinais discretos e numéricos da grandeza medida). 
Aparelhos registradores são aqueles dotados do registro da medida. Quando o aparelho 
só permite a visualização da medida chama-se aparelho indicador. Quando a grandeza medida é 
submetida a uma integração no tempo é chamado aparelho integrador. 
Transdutores ou convertedores são os aparelhos destinados a produzir, transmitir e/ou 
adaptar o sinal de medida, sem contudo submete-lo à percepção do usuário. 
Transdutor primário ou sensor é aquele submetido à grandeza a ser medida. É o primeiro 
elemento da cadeia de medição. 
Transdutor intermediário ou transmissor é o aparelho destinado a converter o sinal de 
medida a fim de transmiti-lo à distância. 
Aparelhos de medição são aqueles dotados de sensor, transmissor e indicador (ou 
registrador). 
Aparelhos padrões de medida são os aparelhos e os transdutores primários destinados a 
verificar e a calibrar os aparelhos de medição de uso comum. O erro admissível de um dispositivo 
padrão deve ser no mínimo 4 a 5 vezes menor do que o do aparelho em ensaio. 
ERROS DE MEDIÇÃO 
Erro de medição é a divergência entre o valor medido e o valor real da grandeza medida. 
Por maior que seja o esmêro na medição sempre existirá um erro de medição. Este erro pode ser 
devido à utilização de métodos e equipamentos impróprios ou defeituosos, à variações nas 
condições de medição, entre outras causas. O valor real da grandeza medida é sempre uma 
incógnita, e por isto só podemos obter uma avaliação aproximada do erro de medição. Muitos 
autores preferem o termo "incerteza" ao erro neste caso. 
Erro absoluto é a diferença entre o valor obtido durante a medição e o valor real da 
grandeza medida. Erro relativo é a razão da diferença obtida e o valor real da medida. 
Erro aleatório é aquele que varia casualmente ao se repetir várias vezes uma mesma 
medida. Este tipo de erro é provocado por fatores não determinados e sobre os quais é 
impossível um controle rígido. Os erros aleatórios são inconstantes tanto em valor como em sinal.
Eles não podem ser determinados separadamente e provocam um imprecisão no resultado da 
medição. 
Erro sistemático é aquele que permanece constante ou varia de uma maneira previsível 
ao se repetir várias vezes uma mesma medida. Estes erros podem ser corrigidos. São seguintes 
os erros sistemáticos: 
Erros instrumentais são aqueles que dependem dos aparelhos de medidas empregados. 
Todos os aparelhos devem ser submetidos a um controle sistemático periódico, a fim de 
se determinar as variações possíveis dos erros instrumentais, devido à desregulagem dos 
aparelhos, do desgaste ou de outras causas. 
Erro do método de medição é aquele decorrente do método de medição. Este tipo de erro 
surge com freqüência ao serem empregados novos métodos, bem como ao serem 
aplicadas equações aproximadas da dependência real entre as grandezas. 
Erro subjetivo é aquele devido às particularidades individuais do usuário. Ex: leitura 
atrasada, interpolação incorreta, paralaxe. Erro de paralaxe é o erro de leitura que ocorre 
ao se observar a agulha do instrumento em uma direção não perpendicular à superfície do 
mostrador. 
Erro de instalação é aquele devido à instalação incorreta do instrumento ou de seus 
ajustes. 
Erro metódico é aquele determinado a partir da metodologia de medição de uma 
grandeza; e não depende da precisão dos instrumentos utilizados. 
Ao efetuar uma medição é necessário ter em mente que os erros sistemáticos podem 
alterar consideravelmente os resultados da mesma. Por isto, antes de começar uma medição 
tem-se que verificar todas as fontes de erros sistemáticos e tomar precauções a fim de elimina-los 
ou determina-los. 
Correção é o valor adicionado à medição a fim de se eliminar o erro sistemático 
conhecido. 
Erro grave é aquele que supera em muito o erro estimado para determinadas condições. 
Deve ser descartado imediatamente. 
Erro dinâmico é aquele que surge durante uma medição cujos valores variam com o 
tempo, além dos erros acima mencionados. 
De modo geral, quando desejamos uma alta confiabilidade na medida, utilizamos 
aparelhos de alta precisão e repetimos várias vezes a mesma medição. Repetindo as medições 
reduzimos a influência dos erros aleatórios e por conseqüência aumentamos a confiabilidade da 
medida. 
Os métodos de obtenção destes valores devem obrigatoriamente seguir normas e 
procedimentos estabelecidos por organismos internacionais, de modo que os resultados obtidos 
tenham como lastro um padrão internacionalmente aceito. A isto se dá o nome de rastreabilidade, 
requisito das normas ISO-9000.
Existem três maneiras de se obter esta informação: 
1) Trabalhar com fornecedores de sensores que possuam capacitação tecnológica para a 
realização dos procedimentos de calibração. Isto significa que o fabricante deve manter um 
laboratório de medidas credenciado junto ao INMETRO e rastreável aos padrões nacionais, com 
pleno controle do processo de fabricação dos sensores, desde a seleção dos componentes à 
montagem final e aferição, com posterior emissão do certificado que acompanha cada sensor. 
2) O próprio usuário adquirir equipamentos de comprovada eficácia, para que ele mesmo realize 
os procedimentos de calibração. 
3) O usuário enviar os sensores de sua propriedade, não aferidos, para calibração em um 
laboratório credenciado. 
CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS DOS INSTRUMENTOS 
Legibilidade (readbility) é um indicativo (qualitativo) da distância em que a escala do 
instrumento pode ser lida. 
Limite de sensibilidade (least count) ou tempo morto (dead band) é a menor variação no 
valor da grandeza medida que pode ser detectada pelo instrumento. É expresso em valor 
absoluto. 
Sensibilidade (sensitivity) é a razão entre a resposta linear ou angular de um instrumento 
analógico e a variação da grandeza medida que provocou esta resposta. 
Fundo de escala é o valor máximo que pode ser medido pelo aparelho. 
Precisão (accuracy) é o erro admissível de um aparelho na transmissão ou medição de 
uma grandeza. Define os limites de erros instrumentais cometidos quando o aparelho é utilizado 
em condições normais. Normalmente expresso em % do fundo de escala. 
Classe de precisão de um aparelho é um número que mostra o seu limite superior de erro 
instrumental relativo (%), sob condições normais de operação. Todos os instrumentos de medida 
estão em uma das seguintes classes de precisão: 0.2, 0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 4.0. Os 
instrumentos das classes 0.5 a 2.0 são os mais utilizados. Os instrumentos das classes 2.5 a 4.0 
praticamente não são mais fabricados atualmente, devido à sua baixa precisão. 
Faixa de medida (range) é a faixa de valores que podem ser medidos pelo aparelho. 
Alcance (span) é o intervalo entre os valores máximo e mínimo que o sistema é capaz de 
medir. É expresso em valor absoluto. 
Equação de transferência é a dependência matemática entre o sinal de saída do 
equipamento e a grandeza medida em um regime estável. De modo geral ela é descrita por uma 
equação linear: 
Saída = a + k * (grandeza) 
O coeficiente "k" é chamado coeficiente de transmissão.
Erro de Linearidade é o desvio máximo entre a curva real de resposta do sistema e a 
equação de transferência (reta teórica). 
Repetibilidade (precision) é a concordância entre as curvas representativas da resposta 
do sistema. É obtida através de uma série de medições consecutivas dos mesmos valores da 
grandeza medida, sob condições idênticas; variando-se toda a extensão da faixa de medição, no 
mesmo sentido de variação. 
Permanência é a capacidade de retenção do valor medido por um longo período de 
tempo. 
Histerese é a diferença máxima entre os valores medidos de uma mesma grandeza, 
quando se percorre a escala do instrumento nos sentidos ascendente e descendente. A histerese 
pode ser resultado de atrito mecânico, efeitos magnéticos, deformação elástica ou efeitos 
térmicos. 
Supressão do zero é o valor inicial da faixa do instrumento que supera o valor zero da 
grandeza medida. 
CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS DOS INSTRUMENTOS 
Fidelidade é a precisão dinâmica do aparelho. 
Constante de tempo de qualquer sensor é definido como o tempo necessário para que o 
sensor atinja a 63,2% de seu sinal de saída total (diferença entre o valor inicial e o regime 
permanente), quando submetido a uma variação instantânea da grandeza medida (variação 
degrau). A variação degrau pode ser tanto um aumento ou diminuição da grandeza medida. 
Cinco constantes de tempo são necessárias para que o sensor atinja 99% de sua variação total. 
CORREÇÃO DOS INSTRUMENTOS 
Calibração é a determinação da correlação entre o valor real da grandeza medida e o 
valor indicado pelo instrumento de medida. A calibração pode ser feita de modo direto ou indireto. 
Ajustagem é a regulagem do sistema de medição com o objetivo de fazer coincidir, da 
melhor forma possível, o valor medido com o valor real da grandeza medida. 
Aferição é o ensaio e a certificação de instrumentos de medida segundo normas e 
exigências legais, por uma entidade credenciada para a tarefa. Através da aferição é determinado 
se o instrumento tem suas características dentro dos limites tolerados pelas normas. Através de 
um certificado o instrumento é qualificado para uso, admitindo-se que assim permanecerá sob 
condições normais de uso, por um período determinado. 
ANÁLISE DE INCERTEZA 
Exceto em casos triviais, não se conhece a princípio o valor exato de uma medição. 
Assim, uma medição é um valor numérico aproximado de uma grandeza física, obtido por 
comparação com uma escala adotada. A convenção de algarismos significativos não é
satisfatória para a representação dos erros de medição, uma vês que o erro na medição pode ser 
maior ou menor que a significância do último dígito. 
O resultado de uma medição deve ser representado da forma: 
x ± u(x) 
onde "x" representa a medição, e "u(x)" a incerteza da medição. É recomendável manter a 
expressão numérica entre parênteses. 
A incerteza é um número que excede o valor do erro na maioria das vezes. Assim, "u(x)" é 
a magnitude do erro no ponto de vista estatístico: 
u(x) = k σ 
onde "k" é uma constante e "σ" o desvio padrão do erro. Normalmente utiliza-se k = 2, o que torna 
a consistência da incerteza igual a 95% no intervalo de confidência. 
Esta expressão de incerteza é mais flexível que a convenção de algarismos significativos 
porque não se restringe a ±5 no último significativo. 
Podem ser desenvolvidas regras de manipulação dos valores de incerteza a partir da 
fórmula de propagação de variância. Para sua correta aplicação a incerteza deve ser uma 
variável aleatória independente. Isto é normalmente verdade nas medições, onde nenhuma forma 
de distribuição de probabilidade é imposta. 
Aplicando a somas e diferenças a fórmula é: 
u( x + x + ...+ x )={[u( x ) ] +[u( x ) ] +...+[u( x ) ]2 }1/2 
Assim, a incerteza na soma ou diferença de medidas é a soma dos quadrados das 
incertezas de cada medida. 
Para produtos e divisões a regra é: seja 
Assim; 
 
 
 
 
+...+ u( x ) 
 
+  
u( x ) 
 
u(y) = y  
u( x ) 
n 
2 
1 
A incerteza relativa em um produto ou divisão é a raiz quadrada da soma das incertezas 
RELATIVAS de cada medição. 
A regra geral para as incertezas, em uma função geral f(x1, 
x2,...,xn), onde x são as incertezas é dada por 
n 
2 
2 
2 
1 _ 2 _ _ n 1 
y= x1* ÷ x2* ÷...* ÷ xn 
  
 
  
 
 
 
 
 
 
 
x 
x 
x 
n 
2 
2 
2 
1 
2 1/2
 
  
 
n 2 
u(f) = f i 
  
 
  
 
∂ 
∂ Σ u( x ) 
  
x 
i 
i=1 
1/2 
A utilização da fórmula da propagação da variância no cálculo da propagação da incerteza 
não é sempre correta, pois depende da linearização da função envolvida. Assim, a fórmula de 
soma e diferenças de incertezas é exata, mas a do o produto ou divisão de qualquer função não 
linear é aproximada. A aproximação é satisfatória se o erro relativo de x não for muito grande 
(u(x) < 20% u). 
Exemplos: 
(42,63±0,21)-(1,0±0,05)+(14,0±0,3) 
= 42,63-1,0+14,0 ± (0,212 + 0,052 + 0,32)1/2 
= (55,63 ± 0,37) 
2 π (10,623±0,500)÷ 129±15 
2(3,141593)(10,623) 2 2 1/2 
129 
= (0,5174 ± 0,0649) 
 
  
 
 
1+ 0,500 
  
 
 
  
 
 
 
  
 
 
+  
15 
 
 
 
129 
10,623 
_ 
É necessário realizar uma análise preliminar das incertezas experimentais para efetuar a 
seleção de instrumentos apropriados a fim de atingir aos objetivos do experimento. Estimar a 
incerteza ajuda no planejamento do experimento, e evitando experimentos desnecessários. 
BIBLIOGRAFIA 
[1] REILLY P.M. A statistical Look at Significant Figures. Chemical Engineering Education, 
summer 1992, p.152-155. 
[2] METH I.M. ROSENTHAL L. An Experimental Approach to Teaching of The Theory of 
Measurement Erros. IEEE Trans. Education, v.E9, n.3, p.142-148, Setembro 1966. 
[3] KINIBROUGH D.P. MEGLEN R.R. A Simple Laboratory Experiment Using Popcorn to Illustrate 
Measurement Erros. Journal of Chemical Education, v.71, n.6. p.519-520, Julho 1994. 
[4] LEIBOVICI C.F. VERNEUIL V.S. YANG P. Improve Prediction With Data Reconciliation. 
Hydrocarbon Processing, v.72, n.10, p.79-84, Outubro 1993. 
[5] NORDSTROM B. Measuring Scales. Changing Celsius to Kelvin Is Not Just a Unit Conversion. 
Journal of Chemical Education, v.70, n.10, p.827, Outubro 1993.

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Noções de Metrologia em

  • 1. NOÇÕES GERAIS SOBRE METROLOGIA Curso de Pós-Graduação em Energia Nuclear - UFMG 13 de Novembro 2007 Professor: Paulo César C. Pinheiro. INTRODUÇÃO A metrologia é a ciência que cuida do estabelecimento e reprodução das unidades de medidas sob a forma de padrões e do desenvolvimento de métodos e meios de medidas. Um dos principais problemas na metrologia é verificar a precisão dos instrumentos e meios de medidas e testa-los para um funcionamento confiável. A medição é um meio de conhecimento da natureza. Sem dúvida, a rentabilidade da produção e a qualidade dos produtos industriais dependem da certeza da medição obtida no processo tecnológico. A indústria energética, química e metalúrgica (entre outras) são inconcebíveis sem o emprego de modernos aparelhos de medição. O controle de processos torna-se cada vez mais importante a fim de melhorar a qualidade dos produtos industriais e elevar o rendimento da produção. MEDIÇÕES Medição é a comparação entre uma grandeza sujeita a medição e um certo valor adotado como unidade de referência. O resultado da medição é um número concreto, consistindo de uma unidade de medida e de um número que mostra quantas vezes esta unidade é contida na grandeza medida. Grandeza = Valor numérico X Unidade de medida A unidade de medida deve ser reprodutível de uma forma real de modo a ter um alto nível de precisão e perfeição como um padrão absoluto. Medição direta é aquela cujo resultado é obtido diretamente dos dados experimentais. O valor da grandeza procurado é obtido comparando diretamente com padrões ou através de instrumentos de medida graduados segundo as unidades respectivas. (Ex: Medida do comprimento com uma régua, temperatura através de um termômetro, pressão através de um manômetro). Medição indireta é aquela cujo resultado é obtido através de medições diretas de outras grandezas, ligadas por uma dependência conhecida com a grandeza procurada. São utilizadas quando é difícil medir diretamente a grandeza procurada, ou quando a medição indireta produz resultados mais precisos. (Ex: Medida de vazão através da queda de pressão em uma placa de orifícios). Principio de medição é o conjunto de fenômenos físicos sobre os quais é baseada a
  • 2. medição. (Ex: Medição de temperatura através do efeito termoelétrico). Método de medição é o conjunto de procedimentos relacionados com a aplicação dos princípios e os métodos técnicos de medição. APARELHOS TÉCNICOS DE MEDIÇÃO São instrumentos construídos de modo a produzir o resultado da medição de uma maneira acessível à percepção direta do usuário. Eles podem ser analógicos (quando as indicações são uma função contínua da grandeza medida) ou digitais (quando as indicações são sinais discretos e numéricos da grandeza medida). Aparelhos registradores são aqueles dotados do registro da medida. Quando o aparelho só permite a visualização da medida chama-se aparelho indicador. Quando a grandeza medida é submetida a uma integração no tempo é chamado aparelho integrador. Transdutores ou convertedores são os aparelhos destinados a produzir, transmitir e/ou adaptar o sinal de medida, sem contudo submete-lo à percepção do usuário. Transdutor primário ou sensor é aquele submetido à grandeza a ser medida. É o primeiro elemento da cadeia de medição. Transdutor intermediário ou transmissor é o aparelho destinado a converter o sinal de medida a fim de transmiti-lo à distância. Aparelhos de medição são aqueles dotados de sensor, transmissor e indicador (ou registrador). Aparelhos padrões de medida são os aparelhos e os transdutores primários destinados a verificar e a calibrar os aparelhos de medição de uso comum. O erro admissível de um dispositivo padrão deve ser no mínimo 4 a 5 vezes menor do que o do aparelho em ensaio. ERROS DE MEDIÇÃO Erro de medição é a divergência entre o valor medido e o valor real da grandeza medida. Por maior que seja o esmêro na medição sempre existirá um erro de medição. Este erro pode ser devido à utilização de métodos e equipamentos impróprios ou defeituosos, à variações nas condições de medição, entre outras causas. O valor real da grandeza medida é sempre uma incógnita, e por isto só podemos obter uma avaliação aproximada do erro de medição. Muitos autores preferem o termo "incerteza" ao erro neste caso. Erro absoluto é a diferença entre o valor obtido durante a medição e o valor real da grandeza medida. Erro relativo é a razão da diferença obtida e o valor real da medida. Erro aleatório é aquele que varia casualmente ao se repetir várias vezes uma mesma medida. Este tipo de erro é provocado por fatores não determinados e sobre os quais é impossível um controle rígido. Os erros aleatórios são inconstantes tanto em valor como em sinal.
  • 3. Eles não podem ser determinados separadamente e provocam um imprecisão no resultado da medição. Erro sistemático é aquele que permanece constante ou varia de uma maneira previsível ao se repetir várias vezes uma mesma medida. Estes erros podem ser corrigidos. São seguintes os erros sistemáticos: Erros instrumentais são aqueles que dependem dos aparelhos de medidas empregados. Todos os aparelhos devem ser submetidos a um controle sistemático periódico, a fim de se determinar as variações possíveis dos erros instrumentais, devido à desregulagem dos aparelhos, do desgaste ou de outras causas. Erro do método de medição é aquele decorrente do método de medição. Este tipo de erro surge com freqüência ao serem empregados novos métodos, bem como ao serem aplicadas equações aproximadas da dependência real entre as grandezas. Erro subjetivo é aquele devido às particularidades individuais do usuário. Ex: leitura atrasada, interpolação incorreta, paralaxe. Erro de paralaxe é o erro de leitura que ocorre ao se observar a agulha do instrumento em uma direção não perpendicular à superfície do mostrador. Erro de instalação é aquele devido à instalação incorreta do instrumento ou de seus ajustes. Erro metódico é aquele determinado a partir da metodologia de medição de uma grandeza; e não depende da precisão dos instrumentos utilizados. Ao efetuar uma medição é necessário ter em mente que os erros sistemáticos podem alterar consideravelmente os resultados da mesma. Por isto, antes de começar uma medição tem-se que verificar todas as fontes de erros sistemáticos e tomar precauções a fim de elimina-los ou determina-los. Correção é o valor adicionado à medição a fim de se eliminar o erro sistemático conhecido. Erro grave é aquele que supera em muito o erro estimado para determinadas condições. Deve ser descartado imediatamente. Erro dinâmico é aquele que surge durante uma medição cujos valores variam com o tempo, além dos erros acima mencionados. De modo geral, quando desejamos uma alta confiabilidade na medida, utilizamos aparelhos de alta precisão e repetimos várias vezes a mesma medição. Repetindo as medições reduzimos a influência dos erros aleatórios e por conseqüência aumentamos a confiabilidade da medida. Os métodos de obtenção destes valores devem obrigatoriamente seguir normas e procedimentos estabelecidos por organismos internacionais, de modo que os resultados obtidos tenham como lastro um padrão internacionalmente aceito. A isto se dá o nome de rastreabilidade, requisito das normas ISO-9000.
  • 4. Existem três maneiras de se obter esta informação: 1) Trabalhar com fornecedores de sensores que possuam capacitação tecnológica para a realização dos procedimentos de calibração. Isto significa que o fabricante deve manter um laboratório de medidas credenciado junto ao INMETRO e rastreável aos padrões nacionais, com pleno controle do processo de fabricação dos sensores, desde a seleção dos componentes à montagem final e aferição, com posterior emissão do certificado que acompanha cada sensor. 2) O próprio usuário adquirir equipamentos de comprovada eficácia, para que ele mesmo realize os procedimentos de calibração. 3) O usuário enviar os sensores de sua propriedade, não aferidos, para calibração em um laboratório credenciado. CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS DOS INSTRUMENTOS Legibilidade (readbility) é um indicativo (qualitativo) da distância em que a escala do instrumento pode ser lida. Limite de sensibilidade (least count) ou tempo morto (dead band) é a menor variação no valor da grandeza medida que pode ser detectada pelo instrumento. É expresso em valor absoluto. Sensibilidade (sensitivity) é a razão entre a resposta linear ou angular de um instrumento analógico e a variação da grandeza medida que provocou esta resposta. Fundo de escala é o valor máximo que pode ser medido pelo aparelho. Precisão (accuracy) é o erro admissível de um aparelho na transmissão ou medição de uma grandeza. Define os limites de erros instrumentais cometidos quando o aparelho é utilizado em condições normais. Normalmente expresso em % do fundo de escala. Classe de precisão de um aparelho é um número que mostra o seu limite superior de erro instrumental relativo (%), sob condições normais de operação. Todos os instrumentos de medida estão em uma das seguintes classes de precisão: 0.2, 0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 4.0. Os instrumentos das classes 0.5 a 2.0 são os mais utilizados. Os instrumentos das classes 2.5 a 4.0 praticamente não são mais fabricados atualmente, devido à sua baixa precisão. Faixa de medida (range) é a faixa de valores que podem ser medidos pelo aparelho. Alcance (span) é o intervalo entre os valores máximo e mínimo que o sistema é capaz de medir. É expresso em valor absoluto. Equação de transferência é a dependência matemática entre o sinal de saída do equipamento e a grandeza medida em um regime estável. De modo geral ela é descrita por uma equação linear: Saída = a + k * (grandeza) O coeficiente "k" é chamado coeficiente de transmissão.
  • 5. Erro de Linearidade é o desvio máximo entre a curva real de resposta do sistema e a equação de transferência (reta teórica). Repetibilidade (precision) é a concordância entre as curvas representativas da resposta do sistema. É obtida através de uma série de medições consecutivas dos mesmos valores da grandeza medida, sob condições idênticas; variando-se toda a extensão da faixa de medição, no mesmo sentido de variação. Permanência é a capacidade de retenção do valor medido por um longo período de tempo. Histerese é a diferença máxima entre os valores medidos de uma mesma grandeza, quando se percorre a escala do instrumento nos sentidos ascendente e descendente. A histerese pode ser resultado de atrito mecânico, efeitos magnéticos, deformação elástica ou efeitos térmicos. Supressão do zero é o valor inicial da faixa do instrumento que supera o valor zero da grandeza medida. CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS DOS INSTRUMENTOS Fidelidade é a precisão dinâmica do aparelho. Constante de tempo de qualquer sensor é definido como o tempo necessário para que o sensor atinja a 63,2% de seu sinal de saída total (diferença entre o valor inicial e o regime permanente), quando submetido a uma variação instantânea da grandeza medida (variação degrau). A variação degrau pode ser tanto um aumento ou diminuição da grandeza medida. Cinco constantes de tempo são necessárias para que o sensor atinja 99% de sua variação total. CORREÇÃO DOS INSTRUMENTOS Calibração é a determinação da correlação entre o valor real da grandeza medida e o valor indicado pelo instrumento de medida. A calibração pode ser feita de modo direto ou indireto. Ajustagem é a regulagem do sistema de medição com o objetivo de fazer coincidir, da melhor forma possível, o valor medido com o valor real da grandeza medida. Aferição é o ensaio e a certificação de instrumentos de medida segundo normas e exigências legais, por uma entidade credenciada para a tarefa. Através da aferição é determinado se o instrumento tem suas características dentro dos limites tolerados pelas normas. Através de um certificado o instrumento é qualificado para uso, admitindo-se que assim permanecerá sob condições normais de uso, por um período determinado. ANÁLISE DE INCERTEZA Exceto em casos triviais, não se conhece a princípio o valor exato de uma medição. Assim, uma medição é um valor numérico aproximado de uma grandeza física, obtido por comparação com uma escala adotada. A convenção de algarismos significativos não é
  • 6. satisfatória para a representação dos erros de medição, uma vês que o erro na medição pode ser maior ou menor que a significância do último dígito. O resultado de uma medição deve ser representado da forma: x ± u(x) onde "x" representa a medição, e "u(x)" a incerteza da medição. É recomendável manter a expressão numérica entre parênteses. A incerteza é um número que excede o valor do erro na maioria das vezes. Assim, "u(x)" é a magnitude do erro no ponto de vista estatístico: u(x) = k σ onde "k" é uma constante e "σ" o desvio padrão do erro. Normalmente utiliza-se k = 2, o que torna a consistência da incerteza igual a 95% no intervalo de confidência. Esta expressão de incerteza é mais flexível que a convenção de algarismos significativos porque não se restringe a ±5 no último significativo. Podem ser desenvolvidas regras de manipulação dos valores de incerteza a partir da fórmula de propagação de variância. Para sua correta aplicação a incerteza deve ser uma variável aleatória independente. Isto é normalmente verdade nas medições, onde nenhuma forma de distribuição de probabilidade é imposta. Aplicando a somas e diferenças a fórmula é: u( x + x + ...+ x )={[u( x ) ] +[u( x ) ] +...+[u( x ) ]2 }1/2 Assim, a incerteza na soma ou diferença de medidas é a soma dos quadrados das incertezas de cada medida. Para produtos e divisões a regra é: seja Assim;     +...+ u( x )  +  u( x )  u(y) = y  u( x ) n 2 1 A incerteza relativa em um produto ou divisão é a raiz quadrada da soma das incertezas RELATIVAS de cada medição. A regra geral para as incertezas, em uma função geral f(x1, x2,...,xn), onde x são as incertezas é dada por n 2 2 2 1 _ 2 _ _ n 1 y= x1* ÷ x2* ÷...* ÷ xn             x x x n 2 2 2 1 2 1/2
  • 7.     n 2 u(f) = f i       ∂ ∂ Σ u( x )   x i i=1 1/2 A utilização da fórmula da propagação da variância no cálculo da propagação da incerteza não é sempre correta, pois depende da linearização da função envolvida. Assim, a fórmula de soma e diferenças de incertezas é exata, mas a do o produto ou divisão de qualquer função não linear é aproximada. A aproximação é satisfatória se o erro relativo de x não for muito grande (u(x) < 20% u). Exemplos: (42,63±0,21)-(1,0±0,05)+(14,0±0,3) = 42,63-1,0+14,0 ± (0,212 + 0,052 + 0,32)1/2 = (55,63 ± 0,37) 2 π (10,623±0,500)÷ 129±15 2(3,141593)(10,623) 2 2 1/2 129 = (0,5174 ± 0,0649)      1+ 0,500              +  15    129 10,623 _ É necessário realizar uma análise preliminar das incertezas experimentais para efetuar a seleção de instrumentos apropriados a fim de atingir aos objetivos do experimento. Estimar a incerteza ajuda no planejamento do experimento, e evitando experimentos desnecessários. BIBLIOGRAFIA [1] REILLY P.M. A statistical Look at Significant Figures. Chemical Engineering Education, summer 1992, p.152-155. [2] METH I.M. ROSENTHAL L. An Experimental Approach to Teaching of The Theory of Measurement Erros. IEEE Trans. Education, v.E9, n.3, p.142-148, Setembro 1966. [3] KINIBROUGH D.P. MEGLEN R.R. A Simple Laboratory Experiment Using Popcorn to Illustrate Measurement Erros. Journal of Chemical Education, v.71, n.6. p.519-520, Julho 1994. [4] LEIBOVICI C.F. VERNEUIL V.S. YANG P. Improve Prediction With Data Reconciliation. Hydrocarbon Processing, v.72, n.10, p.79-84, Outubro 1993. [5] NORDSTROM B. Measuring Scales. Changing Celsius to Kelvin Is Not Just a Unit Conversion. Journal of Chemical Education, v.70, n.10, p.827, Outubro 1993.