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Capítulo 2 - Características
estáticas e dinâmicas
2.1 - Características estáticas
Um sistema de medição, devido aos seus diversos
elementos, sempre apresenta incertezas nos valores
medidos.
Todo sistema de medição está sujeito a incertezas
(erros de medição), o que torna um sistema melhor em
relação ao outro é a diminuição deste erros a níveis que
sejam aceitáveis para a aplicação.
Alta Precisão
Baixa Exatidão
Baixa Precisão
Alta Exatidão
Alta Precisão
Alta Exatidão
Precisão - A precisão de um sistema de medição
representa o quanto as leituras fornecidas por ele se
aproximam do valor médio de uma amostra. O desvio padrão
(erro aleatório) expressa numericamente a precisão de um
sistema de medidas.
A incerteza de um sistema de medição é a combinação
da precisão com a exatidão deste sistema.
Exatidão - A exatidão de um sistema expressa o
quanto as leituras fornecidas por ele se aproximam do valor
real que está sendo medido. O desvio sistemático (bias)
expressa numericamente a exatidão de um sistema de
medidas.
Tolerância - O termo tolerância indica o erro máximo
do sistema de medição
Repetibilidade - Este termo é utilizado para expressar
a capacidade de um sistema de medição em indicar a mesma
saída para uma série de aplicações do mesmo sinal de
entrada, sendo os intervalos de tempo entre as aplicações
relativamente pequenos.
Estabilidade - É a capacidade do sistema em indicar a
mesma saída para uma série de aplicações do mesmo sinal
de entrada, quando os intervalos de tempo entre as
aplicações forem longos.
2.1.1 - Calibração e padrões de medidas
Todo instrumento de medição e conseqüentemente todo
sistema de medição deve ser calibrado ou aferido para que
forneça medidas corretas.
A calibração é o processo de verificação de um sistema
de medição contra um padrão que pode ser primário ou
secundário.
O padrão primário é definido por entidades
especializadas, renomados institutos de pesquisa ou
entidades governamentais especificas de cada país.
Dificilmente se faz na prática a calibração pelo
padrão primário.
INMETRO www.inmetro.gov.br
IPEM www.ipem.pr.gov.br
O padrão secundário é um instrumento que tem
precisão maior que a do sistema que está sendo calibrado.
Os instrumentos que constituem padrão
secundário devem ser constantemente verificados, pois
devido ao uso e às eventuais condições ambientais não
adequadas, alteram-se as suas características
(parâmetros de funcionamento).
Os padrões secundários são calibrados a partir dos
primários com suas devidas certificações feitas pelos
institutos responsáveis.
Existem algumas razões pelas quais um sistema de
medição em uso pode não corresponder à sua calibração.
A maior parte dos sistemas de medição é sensível a
temperatura, e a calibração geralmente é feita apenas para
uma temperatura especificada.
Primeiramente, o sistema pode estar sendo utilizado
sob condições diferentes daquelas em que o instrumento foi
calibrado.
Outras condições do meio ambiente também podem
afetar um instrumento, por exemplo, são afetados por
mudanças na pressão atmosférica, e outros pela umidade
relativa.
2.1.2 - Estatística aplicada em medições
A - Cálculo de incerteza de grandezas com várias medidas :
A.1 - Valor médio das medidas e desvio padrão da amostra:
N
X
X
N
1
i
i



1
N
)
X
X
(
N
1
i
2
i
X






D
U
D
D 

A.2 - Valor da medida e sua incerteza :
D
D
D B
.
3
U 


D
B : Erro sistemático (bias) do instrumento, obtido com
calibração comparada a um padrão rastreável
Exemplo : Medição do diâmetro de uma barra circular :
São efetuadas n medidas em diâmetros diferentes, i=1
até n , e indica-se :
D
U
D
D 

onde:
3 : Parâmetro “t” de Student para 99,7% de confiabilidade.
B - Cálculo da incerteza de grandezas com uma medida :
Utilizando um instrumento que seja confiável ou que
tenha sido aferido contra algum tipo de padrão com menor
divisão da ordem de 10% do valor da menor divisão do
instrumento, podemos adotar:
2
1
UX  Menor divisão do instrumento
Incerteza :
3
UX
X 

Desvio padrão : considerando BX = 0
C - Cálculo da incerteza de grandezas dependentes:
2
G
m
2
G
2
2
G
1
m
1
i
2
G
i
r mi
2
1
i
.
G
r
..
.
G
r
.
G
r
.
G
r

















































 

r = f ( G1, G2, ..., Gm ) = Grandeza dependente
Gi = Desvio-padrão das grandezas independentes
r = Desvio-padrão da grandeza dependente
G1, G2, ..., Gm = Grandezas independentes
Exemplo 1: Área em função do diâmetro
2
D
A .
D
A











D
.
2
A
D
A 


UA = 3.A (BA=0)
UA = ? com D e D conhecidos [m]
2
G
m
2
G
2
2
G
1
m
1
i
2
G
i
r mi
2
1
i
.
G
r
..
.
G
r
.
G
r
.
G
r

















































 

D
A .
2
D




D
.
A
.
2
.
D
2
.
4
D D
D
2
A






4
D2

A = f (D) =
Exemplo 2: Resistência como função da tensão e da corrente
2
I
2
V
R .
I
R
.
V
R





















UR = 3.R (BR=0)
UR = ? V,I,V e I = conhecidos
2
G
m
2
G
2
2
G
1
m
1
i
2
G
i
r mi
2
1
i
.
G
r
..
.
G
r
.
G
r
.
G
r

















































 

2
I
2
2
V
R .
I
V
.
I
1


















2
I
2
2
V
R
.
I
V
.
I
1
R
1
R


















2
I
2
V
R
I
V
R





 






 


R = f (V,I) = V/I =>
Exemplo 3: Medição de comprimento com uma régua ou trena
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
UL =?
L = f (Li,Lf) = Lf - Li => Lf , Li , L-f , L-i = conhecidos
2
i
L
i
2
f
L
f
L .
L
L
.
L
L
























 

2
G
m
2
G
2
2
G
1
m
1
i
2
G
i
r mi
2
1
i
.
G
r
..
.
G
r
.
G
r
.
G
r

















































 

   2
i
L
2
f
L
L .
1
.
1 
 





2
i
L
2
f
L
L 
 




]
mm
...[
166
,
0
3
5
,
0
i
L
f
L 



 
 ]
mm
..[
236
,
0
L 

]
mm
..[
707
,
0
3
U L
L 


Lf
Li
D - Ajuste de curvas - Método dos mínimos quadrados
Pode-se utilizar este método para vários tipos de
curvas (funções), e aqui apresenta-se uma aplicação para
medidor de vazão tangencial, calibrado através do método
gravimétrico.
Devido a simplicidade dos cálculos e a extensa
aplicabilidade em ajustes de curvas em pontos (regressão
numérica), o método dos mínimos quadrados é largamente
utilizado na calibração estática de sistemas de medição.
Equacionamento:
























xy
y
A
B
x
x
x
n
2
2
2
)
x
(
x
n
y
x
xy
n
A








n
x
A
y
B




QP Qi
l/s l/s
0,09 0,09
0,20 0,20
0,31 0,30
0,39 0,40
0,48 0,50
0,57 0,60
0,65 0,70
0,74 0,80
0,84 0,91
0,93 1,00
Q = 0,902 . Qi + 0,0232
Qi = 1,105 . QP - 0,0246
Qi
QP
2.2 - Características dinâmicas
2.2.1 - Função de transferência
O modelo matemático mais simples e aplicado à este
estudo é o que faz uso equações diferenciais lineares
ordinárias, cuja solução é obtida através de transformadas de
Laplace.
O estudo de características de instrumentos é uma das
aplicações de uma área do conhecimento mais geral,
denominada dinâmica de sistemas.
Seja um sistema de medição representado (em geral
para todos os sistemas analógicos isto é possivel) por uma
única equação diferencial linear do tipo:
)
t
(
e
b
dt
)
t
(
de
b
...
dt
)
t
(
e
d
b
dt
)
t
(
e
d
b
)
t
(
c
a
dt
)
t
(
dc
a
...
dt
)
t
(
c
d
a
dt
)
t
(
c
d
a 0
1
1
m
1
m
1
m
m
m
m
0
1
1
n
1
n
1
n
n
n
n 







 





onde c(t) é a quantidade de saída (sinal de saída) e e(t) é
a quantidade de entrada (grandeza a ser medida), e os
coeficientes ai (i = 0 a n) e bj (j=0 a m) são constantes.
A transformada de Laplace para a equação
anterior, considerando condições iniciais nulas, é:
)
s
(
E
).
b
s
.
b
...
s
.
b
s
.
b
(
)
s
(
C
).
a
s
.
a
...
s
.
a
s
.
a
( 0
1
1
m
1
m
m
m
0
1
1
n
1
n
n
n 







 



Portanto, a função de transferência para o sistema
de medição será:
Esta função de transferência geral permite a análise
dinâmica de qualquer sistema de medição linear, porém
alguns sistemas mais simples, de grande aplicação prática
são destacados nos itens posteriores.
)
a
s
.
a
...
s
.
a
s
.
a
(
)
b
s
.
b
...
s
.
b
s
.
b
(
)
s
(
E
)
s
(
C
0
1
1
n
1
n
n
n
0
1
1
m
1
m
m
m








 



)
t
(
e
b
dt
)
t
(
de
b
...
dt
)
t
(
e
d
b
dt
)
t
(
e
d
b
)
t
(
c
a
dt
)
t
(
dc
a
...
dt
)
t
(
c
d
a
dt
)
t
(
c
d
a 0
1
1
m
1
m
1
m
m
m
m
0
1
1
n
1
n
1
n
n
n
n 







 





2.2.2 - Função de transferência senoidal
Na análise dinâmica de sistemas de medição utiliza-se
entradas padrões (equivalentes a variação da grandeza a ser
medida), sendo que a entrada senoidal é uma de grande
importância.
Este tipo de entrada permite a avaliação da resposta
dos instrumentos quanto a ruídos, perturbações oscilatórias, e
quanto ao desempenho na medição de grandezas variáveis
no tempo, em altas e baixas frequências.
O método apresentado pode também ser utilizado para
análise de condicionadores de sinais.
A função de transferência senoidal de um sistema
de medição é obtida substituindo a variável complexa s da
função de transferência do sistema por j :
)
a
j
.
a
...
j
.
a
j
.
a
(
)
b
j
.
b
...
j
.
b
j
.
b
(
)
j
(
E
)
j
(
C
0
1
1
n
1
n
n
n
0
1
1
m
1
m
m
m





















Para qualquer  - frequência de entrada, equação acima
fornecerá um número complexo, que poderá ser expresso na
forma polar M .
Pode-se demonstrar que o módulo M do número
complexo é relação entre amplitudes da saída e da entrada,
C0 / E0 , enquanto que o ângulo  é o ângulo de atraso (ou
avanço) entre saída e entrada, em regime estacionário.
C
Im
Re
E
e
E.cose
E.sene
Im
Re
C

E
2.2.3 - Instrumento de ordem zero
onde K é chamado de sensibilidade estática (ou ganho estático). Observa-se
que não haverá nem atraso nem distorção na medição da grandeza e(t) pelo
medidor de ordem zero, representando um instrumento ideal ou perfeito
quanto ao desempenho dinâmico..
)
t
(
e
K
)
t
(
c
ou
K
a
b
)
t
(
e
)
t
(
c
ou
)
t
(
e
b
)
t
(
c
a
0
0
0
0 



Quando todos os coeficientes ai e bj , exceto a0 e b0,
da equação geral são iguais a zero o instrumento é chamado
de instrumento de ordem zero:
Pode-se modelar matematicamente um potenciômetro como um
instrumento de ordem zero, assim como alguns outros medidores, porém
sempre existirá efeitos secundários modificando a característica do
instrumento, que devem ser considerados em conformidade com a aplicação.
2.2.4 - Instrumento de primeira ordem
Um instrumento de primeira ordem segue a seguinte equação:
)
t
(
e
K
)
t
(
c
dt
)
t
(
dc
ou
)
t
(
e
a
b
)
t
(
c
dt
)
t
(
dc
a
a
ou
)
t
(
e
b
)
t
(
c
a
dt
)
t
(
dc
a
0
0
0
1
0
0
1 






Utilizando a transformada de Laplace, obtém-se:
1
s
.
K
)
s
(
E
)
s
(
C



onde K é chamado de sensibilidade estática, e  é a constante de tempo
do instrumento.
Um termômetro de bulbo é um exemplo de um instrumento de
primeira ordem, assim como qualquer medidor de temperatura que
necessite alterar a temperatura de uma massa (de um sensor) para
realizar a medição.
Exemplo: Termômetro de bulbo
T(t)
x(t) Tm(t)
T(t) = e(t) = Sinal de entrada (temperatura do meio)
x(t) = c(t) = Sinal de saída ("nível" de mercúrio)
)
t
(
T
.
A
V
K
)
t
(
x b
S
b
ex

Tb(t) Kex = diferença do coeficiente de expansão térmica
entre mercúrio e o vidro [1/oC]
Vb = volume do bulbo [m3]
As = área seccional do capilar [m2]
)
t
(
T
.
K
)
t
(
x b

o
C
m
S
b
ex
A
V
K
K 
)]
t
(
T
)
t
(
T
[
UA
dt
)
t
(
dT
C
V b
b
b
b 


Ab = área de contato do bulbo [m2]
U = coeficiente global de transferência de calor [W/m2K]
Vb  = massa de mercúrio no bulbo [kg]
C = calor específico do mercúrio [J/kgK]
)
t
(
T
)
t
(
T
dt
)
t
(
dT
b
b


 )
t
(
T
)
t
(
T
dt
)
t
(
dT
b
b



)
t
(
T
.
K
)
t
(
x
dt
)
t
(
dx


 Laplace: )
s
(
KT
)
s
(
X
).
1
s
( 


1
s
K
)
s
(
T
)
s
(
X



]
s
[
b
b
UA
C
V 


Montagem da
Escala do Termômetro
T
x
K
1
Tm 

A) Resposta a função degrau










 /
t
0
/
t
0
0
e
1
K
.
E
)
t
(
c
ou
)
e
1
.(
K
.
E
)
t
(
c
ou
1
s
.
K
.
s
E
)
s
(
C
A transformada de Laplace da função degrau é
E(s)=E0/s, portanto, a medição do instrumento será, para
condições iniciais nulas :
A função degrau representa um aumento (ou
diminuição) brusca da grandeza a ser medida (sinal de
entrada) pelo instrumento, e(t) = E0.1(t), que, após a variação
inicial permanece constante.
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
K
.
E
)
t
(
c
0

/
t
Define-se o erro de medida dinâmica, neste caso, como sendo:
K
)
t
(
c
E
e 0
m 


t
K
.
E
)
t
(
c
0 0
m
E
e
0
m
E
e (%)
0 0,000 1,000
100,0
1 0,632 0,368
36,8
2 0,865 0,135
13,5
3 0,950 0,050
5,0
4 0,982 0,018
1,8
5 0,993 0,007
0,7
10 0,99995 0,00005
0,005


 /
t
0
m
e
E
e
)
e
1
(
E
E /
t
0
0





Ou, em outra condição, o tempo de espera para uma
medição com precisão melhor do que 5% é de três vezes a
constante de tempo ou mais.
A tabela mostra que para obter uma medida com 0,7%
de precisão de um instrumento de primeira ordem deve-se
“aguardar” cinco vezes o valor da constante de tempo (após
a variação da grandeza a ser medida).
B) Resposta em frequência














 
0
0
1
2 E
C
]
)
(
tan
[
1
)
(
K
1
)
j
.(
K
)
j
(
E
)
j
(
C
1
)
(
1
E
.
K
C
2
0
0



1
)
j
.(
K
)
j
(
E
)
j
(
C






1
j
.
1
j
.
.
1
j
.
K
)
j
(
E
)
j
(
C












 
 










1
)
1
(
1
j
.
K
)
j
(
E
)
j
(
C
2
 
     
j
1
K
1
K
1
j
1
K
)
j
(
E
)
j
(
C
2
2
2















   
2
2
2
2
2
1
K
1
K
M 



















 
 
    1
1
K
1
1
.
K
M 2
2
2
2
2
2
2








1
)
(
1
E
.
K
C
2
0
0


 )
(
tan 1



 
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
B
(%)
E
.
K
C
M
0
0



Exemplo: Determine a resposta em freqüência de um
instrumento de primeira ordem com constante de tempo igual a
0,2 s e sensibilidade estática igual a 1, quando sujeito a uma
entrada do tipo E(t) = sen(2t) + 0,3 sen(20t).
A resposta em freqüência do instrumento será
a soma das respostas aos sinais de entrada (princípio
da superposição de sistemas lineares) :
20
20
2
2
1
j
.
K
)
j
(
E
)
j
(
C
e
1
j
.
K
)
j
(
E
)
j
(
C




















]
)
2
,
0
x
2
(
tan
[
1
)
2
,
0
x
2
(
1
)
j
(
E
)
j
(
C 1
2
2





 


)
9
,
75
(
242
,
0
)
j
(
E
)
j
(
C
e
)
8
,
21
(
928
,
0
)
j
(
E
)
j
(
C
20
2














]
)
2
,
0
x
20
(
tan
[
1
)
2
,
0
x
20
(
1
)
j
(
E
)
j
(
C 1
2
20





 


)
9
,
75
t
20
(
sen
242
,
0
)
3
,
0
(
)
8
,
21
t
2
(
sen
928
,
0
)
1
(
)
t
(
C 



(em regime permanente)
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
0 2 4 6 8 10
C
2.2.5 - Instrumento de segunda ordem
)
t
(
e
a
b
)
t
(
c
dt
)
t
(
dc
a
a
dt
)
t
(
c
d
a
a
ou
)
t
(
e
b
)
t
(
c
a
dt
)
t
(
dc
a
dt
)
t
(
c
d
a
0
0
0
1
2
2
0
2
0
0
1
2
2
2 





0
0
a
b
K  = sensibilidade estática
2
0
n
a
a

 = freqüência natural, rd/s
2
0
1
a
a
2
a

 = coeficiente de amortecimento
)
t
(
e
.
K
)
t
(
c
dt
)
t
(
dc
2
dt
)
t
(
c
d
1
n
2
2
2
n






2
n
n
2
2
n
s
.
2
s
K
)
s
(
E
)
s
(
C






A transformada de Laplace da equação acima é:
)
s
(
E
.
K
)
s
(
C
)
s
(
C
.
s
2
)
s
(
C
.
s
1
n
2
2
n






Re-arranjando a equação:
)
s
(
E
.
K
)
s
(
C
.
)
s
2
s
(
2
n
2
n
n
2






Obtemos a função de transferência :
0
f(t)
x(t)
)
t
(
f
)
t
(
x
.
K
dt
)
t
(
dx
B
dt
)
t
(
x
d
M M
A
2
2
O 


Exemplo: Balança de mola
(ou dinamômetro)

O
M

A
B

M
K
Massa do prato e da haste
Coeficiente de atrito entre haste e parte fixa
Constante da mola
)
t
(
x
.
K
dt
)
t
(
dx
B
)
t
(
f
dt
)
t
(
x
d
M M
A
2
2
O 


)
t
(
F
dt
)
t
(
x
d
M
)
t
(
a
M res
2
2
O
O 

)
t
(
f
)
t
(
x
.
K
dt
)
t
(
dx
B
dt
)
t
(
x
d
M M
A
2
2
O 


= sensibilidade estática
= freqüência natural, rd/s
= coeficiente de amortecimento
M
K
1
K 
O
M
n
M
K


O
M
A
M
K
2
B


A transformada de Laplace da equação acima é:
)
s
(
F
)
s
(
X
K
)
s
(
X
.
s
B
)
s
(
X
.
s
M M
A
2
O 


Re-arranjando a equação:
M
A
2
O K
s
B
s
M
1
)
s
(
F
)
s
(
X


 2
n
n
2
2
n
s
.
2
s
K
)
s
(
E
)
s
(
C






A) Resposta a função degrau
0
0.5
1
1.5
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B
)
t
(
f
.
K
)
t
(
x
nt
=2,0
=1,0
=0,8
=0,4
=0,2
=0
=0,1
B) Resposta em freqüência
A função de transferência senoidal para instrumento
de segunda ordem será:
2
n
n
2
2
n
)
j
.(
.
.
2
)
j
(
)
j
(
E
.
K
)
j
(
C











  























 
/
/
2
tan
)
/
(
4
)
/
(
1
1
)
j
(
E
.
K
)
j
(
C
n
n
1
2
n
2
2
2
n
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
0 0.5 1 1.5 2 2.5
B
/n
0
0
E
.
K
C
=2,0 =1,0
=0,8
=0,6
=0,4
=0,2
=10-6
=0,1
Relação entre amplitude de saída (dividida pela
sensibilidade estática) e entrada em função da relação
frequência de entrada e frequência natural:
-180
-150
-120
-90
-60
-30
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
B
/n

=2,0
=1,0
=0,8
=0,6 =0,4
=0,2
=10-6
=0,1
ângulo de fase entre entrada e saída em função da
relação frequência de entrada e frequência natural:
Os gráficos anteriores mostram que o instrumento
de segunda ordem tem comportamento semelhante ao de
primeira ordem para coeficientes de amortecimento maior
ou igual a 1.
Esta semelhança deixa de existir para valores
menores que 1, fazendo com que o instrumento tenha uma
resposta em ressonância M (módulo da relação saída /
entrada)   quando   n para   0 .
Quando o instrumento tem pouco amortecimento e
quando a freqüência da grandeza a ser medida se
aproxima da freqüência natural do instrumento, existirá
ressonância.

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  • 1. Capítulo 2 - Características estáticas e dinâmicas
  • 2. 2.1 - Características estáticas Um sistema de medição, devido aos seus diversos elementos, sempre apresenta incertezas nos valores medidos. Todo sistema de medição está sujeito a incertezas (erros de medição), o que torna um sistema melhor em relação ao outro é a diminuição deste erros a níveis que sejam aceitáveis para a aplicação.
  • 3. Alta Precisão Baixa Exatidão Baixa Precisão Alta Exatidão Alta Precisão Alta Exatidão
  • 4. Precisão - A precisão de um sistema de medição representa o quanto as leituras fornecidas por ele se aproximam do valor médio de uma amostra. O desvio padrão (erro aleatório) expressa numericamente a precisão de um sistema de medidas. A incerteza de um sistema de medição é a combinação da precisão com a exatidão deste sistema. Exatidão - A exatidão de um sistema expressa o quanto as leituras fornecidas por ele se aproximam do valor real que está sendo medido. O desvio sistemático (bias) expressa numericamente a exatidão de um sistema de medidas.
  • 5. Tolerância - O termo tolerância indica o erro máximo do sistema de medição Repetibilidade - Este termo é utilizado para expressar a capacidade de um sistema de medição em indicar a mesma saída para uma série de aplicações do mesmo sinal de entrada, sendo os intervalos de tempo entre as aplicações relativamente pequenos. Estabilidade - É a capacidade do sistema em indicar a mesma saída para uma série de aplicações do mesmo sinal de entrada, quando os intervalos de tempo entre as aplicações forem longos.
  • 6. 2.1.1 - Calibração e padrões de medidas Todo instrumento de medição e conseqüentemente todo sistema de medição deve ser calibrado ou aferido para que forneça medidas corretas. A calibração é o processo de verificação de um sistema de medição contra um padrão que pode ser primário ou secundário. O padrão primário é definido por entidades especializadas, renomados institutos de pesquisa ou entidades governamentais especificas de cada país. Dificilmente se faz na prática a calibração pelo padrão primário.
  • 8. O padrão secundário é um instrumento que tem precisão maior que a do sistema que está sendo calibrado. Os instrumentos que constituem padrão secundário devem ser constantemente verificados, pois devido ao uso e às eventuais condições ambientais não adequadas, alteram-se as suas características (parâmetros de funcionamento). Os padrões secundários são calibrados a partir dos primários com suas devidas certificações feitas pelos institutos responsáveis.
  • 9. Existem algumas razões pelas quais um sistema de medição em uso pode não corresponder à sua calibração. A maior parte dos sistemas de medição é sensível a temperatura, e a calibração geralmente é feita apenas para uma temperatura especificada. Primeiramente, o sistema pode estar sendo utilizado sob condições diferentes daquelas em que o instrumento foi calibrado. Outras condições do meio ambiente também podem afetar um instrumento, por exemplo, são afetados por mudanças na pressão atmosférica, e outros pela umidade relativa.
  • 10. 2.1.2 - Estatística aplicada em medições A - Cálculo de incerteza de grandezas com várias medidas : A.1 - Valor médio das medidas e desvio padrão da amostra: N X X N 1 i i    1 N ) X X ( N 1 i 2 i X       D U D D  
  • 11. A.2 - Valor da medida e sua incerteza : D D D B . 3 U    D B : Erro sistemático (bias) do instrumento, obtido com calibração comparada a um padrão rastreável Exemplo : Medição do diâmetro de uma barra circular : São efetuadas n medidas em diâmetros diferentes, i=1 até n , e indica-se : D U D D   onde: 3 : Parâmetro “t” de Student para 99,7% de confiabilidade.
  • 12. B - Cálculo da incerteza de grandezas com uma medida : Utilizando um instrumento que seja confiável ou que tenha sido aferido contra algum tipo de padrão com menor divisão da ordem de 10% do valor da menor divisão do instrumento, podemos adotar: 2 1 UX  Menor divisão do instrumento Incerteza : 3 UX X   Desvio padrão : considerando BX = 0
  • 13. C - Cálculo da incerteza de grandezas dependentes: 2 G m 2 G 2 2 G 1 m 1 i 2 G i r mi 2 1 i . G r .. . G r . G r . G r                                                     r = f ( G1, G2, ..., Gm ) = Grandeza dependente Gi = Desvio-padrão das grandezas independentes r = Desvio-padrão da grandeza dependente G1, G2, ..., Gm = Grandezas independentes
  • 14. Exemplo 1: Área em função do diâmetro 2 D A . D A            D . 2 A D A    UA = 3.A (BA=0) UA = ? com D e D conhecidos [m] 2 G m 2 G 2 2 G 1 m 1 i 2 G i r mi 2 1 i . G r .. . G r . G r . G r                                                     D A . 2 D     D . A . 2 . D 2 . 4 D D D 2 A       4 D2  A = f (D) =
  • 15. Exemplo 2: Resistência como função da tensão e da corrente 2 I 2 V R . I R . V R                      UR = 3.R (BR=0) UR = ? V,I,V e I = conhecidos 2 G m 2 G 2 2 G 1 m 1 i 2 G i r mi 2 1 i . G r .. . G r . G r . G r                                                     2 I 2 2 V R . I V . I 1                   2 I 2 2 V R . I V . I 1 R 1 R                   2 I 2 V R I V R                  R = f (V,I) = V/I =>
  • 16. Exemplo 3: Medição de comprimento com uma régua ou trena 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 UL =? L = f (Li,Lf) = Lf - Li => Lf , Li , L-f , L-i = conhecidos 2 i L i 2 f L f L . L L . L L                            2 G m 2 G 2 2 G 1 m 1 i 2 G i r mi 2 1 i . G r .. . G r . G r . G r                                                        2 i L 2 f L L . 1 . 1         2 i L 2 f L L        ] mm ...[ 166 , 0 3 5 , 0 i L f L        ] mm ..[ 236 , 0 L   ] mm ..[ 707 , 0 3 U L L    Lf Li
  • 17. D - Ajuste de curvas - Método dos mínimos quadrados Pode-se utilizar este método para vários tipos de curvas (funções), e aqui apresenta-se uma aplicação para medidor de vazão tangencial, calibrado através do método gravimétrico. Devido a simplicidade dos cálculos e a extensa aplicabilidade em ajustes de curvas em pontos (regressão numérica), o método dos mínimos quadrados é largamente utilizado na calibração estática de sistemas de medição.
  • 19. 2.2 - Características dinâmicas 2.2.1 - Função de transferência O modelo matemático mais simples e aplicado à este estudo é o que faz uso equações diferenciais lineares ordinárias, cuja solução é obtida através de transformadas de Laplace. O estudo de características de instrumentos é uma das aplicações de uma área do conhecimento mais geral, denominada dinâmica de sistemas.
  • 20. Seja um sistema de medição representado (em geral para todos os sistemas analógicos isto é possivel) por uma única equação diferencial linear do tipo: ) t ( e b dt ) t ( de b ... dt ) t ( e d b dt ) t ( e d b ) t ( c a dt ) t ( dc a ... dt ) t ( c d a dt ) t ( c d a 0 1 1 m 1 m 1 m m m m 0 1 1 n 1 n 1 n n n n                onde c(t) é a quantidade de saída (sinal de saída) e e(t) é a quantidade de entrada (grandeza a ser medida), e os coeficientes ai (i = 0 a n) e bj (j=0 a m) são constantes.
  • 21. A transformada de Laplace para a equação anterior, considerando condições iniciais nulas, é: ) s ( E ). b s . b ... s . b s . b ( ) s ( C ). a s . a ... s . a s . a ( 0 1 1 m 1 m m m 0 1 1 n 1 n n n              Portanto, a função de transferência para o sistema de medição será: Esta função de transferência geral permite a análise dinâmica de qualquer sistema de medição linear, porém alguns sistemas mais simples, de grande aplicação prática são destacados nos itens posteriores. ) a s . a ... s . a s . a ( ) b s . b ... s . b s . b ( ) s ( E ) s ( C 0 1 1 n 1 n n n 0 1 1 m 1 m m m              ) t ( e b dt ) t ( de b ... dt ) t ( e d b dt ) t ( e d b ) t ( c a dt ) t ( dc a ... dt ) t ( c d a dt ) t ( c d a 0 1 1 m 1 m 1 m m m m 0 1 1 n 1 n 1 n n n n               
  • 22. 2.2.2 - Função de transferência senoidal Na análise dinâmica de sistemas de medição utiliza-se entradas padrões (equivalentes a variação da grandeza a ser medida), sendo que a entrada senoidal é uma de grande importância. Este tipo de entrada permite a avaliação da resposta dos instrumentos quanto a ruídos, perturbações oscilatórias, e quanto ao desempenho na medição de grandezas variáveis no tempo, em altas e baixas frequências. O método apresentado pode também ser utilizado para análise de condicionadores de sinais.
  • 23. A função de transferência senoidal de um sistema de medição é obtida substituindo a variável complexa s da função de transferência do sistema por j : ) a j . a ... j . a j . a ( ) b j . b ... j . b j . b ( ) j ( E ) j ( C 0 1 1 n 1 n n n 0 1 1 m 1 m m m                      Para qualquer  - frequência de entrada, equação acima fornecerá um número complexo, que poderá ser expresso na forma polar M . Pode-se demonstrar que o módulo M do número complexo é relação entre amplitudes da saída e da entrada, C0 / E0 , enquanto que o ângulo  é o ângulo de atraso (ou avanço) entre saída e entrada, em regime estacionário.
  • 25. 2.2.3 - Instrumento de ordem zero onde K é chamado de sensibilidade estática (ou ganho estático). Observa-se que não haverá nem atraso nem distorção na medição da grandeza e(t) pelo medidor de ordem zero, representando um instrumento ideal ou perfeito quanto ao desempenho dinâmico.. ) t ( e K ) t ( c ou K a b ) t ( e ) t ( c ou ) t ( e b ) t ( c a 0 0 0 0     Quando todos os coeficientes ai e bj , exceto a0 e b0, da equação geral são iguais a zero o instrumento é chamado de instrumento de ordem zero: Pode-se modelar matematicamente um potenciômetro como um instrumento de ordem zero, assim como alguns outros medidores, porém sempre existirá efeitos secundários modificando a característica do instrumento, que devem ser considerados em conformidade com a aplicação.
  • 26. 2.2.4 - Instrumento de primeira ordem Um instrumento de primeira ordem segue a seguinte equação: ) t ( e K ) t ( c dt ) t ( dc ou ) t ( e a b ) t ( c dt ) t ( dc a a ou ) t ( e b ) t ( c a dt ) t ( dc a 0 0 0 1 0 0 1        Utilizando a transformada de Laplace, obtém-se: 1 s . K ) s ( E ) s ( C    onde K é chamado de sensibilidade estática, e  é a constante de tempo do instrumento. Um termômetro de bulbo é um exemplo de um instrumento de primeira ordem, assim como qualquer medidor de temperatura que necessite alterar a temperatura de uma massa (de um sensor) para realizar a medição.
  • 27. Exemplo: Termômetro de bulbo T(t) x(t) Tm(t) T(t) = e(t) = Sinal de entrada (temperatura do meio) x(t) = c(t) = Sinal de saída ("nível" de mercúrio) ) t ( T . A V K ) t ( x b S b ex  Tb(t) Kex = diferença do coeficiente de expansão térmica entre mercúrio e o vidro [1/oC] Vb = volume do bulbo [m3] As = área seccional do capilar [m2] ) t ( T . K ) t ( x b  o C m S b ex A V K K 
  • 28. )] t ( T ) t ( T [ UA dt ) t ( dT C V b b b b    Ab = área de contato do bulbo [m2] U = coeficiente global de transferência de calor [W/m2K] Vb  = massa de mercúrio no bulbo [kg] C = calor específico do mercúrio [J/kgK] ) t ( T ) t ( T dt ) t ( dT b b    ) t ( T ) t ( T dt ) t ( dT b b    ) t ( T . K ) t ( x dt ) t ( dx    Laplace: ) s ( KT ) s ( X ). 1 s (    1 s K ) s ( T ) s ( X    ] s [ b b UA C V    Montagem da Escala do Termômetro T x K 1 Tm  
  • 29. A) Resposta a função degrau            / t 0 / t 0 0 e 1 K . E ) t ( c ou ) e 1 .( K . E ) t ( c ou 1 s . K . s E ) s ( C A transformada de Laplace da função degrau é E(s)=E0/s, portanto, a medição do instrumento será, para condições iniciais nulas : A função degrau representa um aumento (ou diminuição) brusca da grandeza a ser medida (sinal de entrada) pelo instrumento, e(t) = E0.1(t), que, após a variação inicial permanece constante.
  • 30. 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 K . E ) t ( c 0  / t
  • 31. Define-se o erro de medida dinâmica, neste caso, como sendo: K ) t ( c E e 0 m    t K . E ) t ( c 0 0 m E e 0 m E e (%) 0 0,000 1,000 100,0 1 0,632 0,368 36,8 2 0,865 0,135 13,5 3 0,950 0,050 5,0 4 0,982 0,018 1,8 5 0,993 0,007 0,7 10 0,99995 0,00005 0,005    / t 0 m e E e ) e 1 ( E E / t 0 0     
  • 32. Ou, em outra condição, o tempo de espera para uma medição com precisão melhor do que 5% é de três vezes a constante de tempo ou mais. A tabela mostra que para obter uma medida com 0,7% de precisão de um instrumento de primeira ordem deve-se “aguardar” cinco vezes o valor da constante de tempo (após a variação da grandeza a ser medida).
  • 33. B) Resposta em frequência                 0 0 1 2 E C ] ) ( tan [ 1 ) ( K 1 ) j .( K ) j ( E ) j ( C 1 ) ( 1 E . K C 2 0 0    1 ) j .( K ) j ( E ) j ( C       1 j . 1 j . . 1 j . K ) j ( E ) j ( C                           1 ) 1 ( 1 j . K ) j ( E ) j ( C 2         j 1 K 1 K 1 j 1 K ) j ( E ) j ( C 2 2 2                    2 2 2 2 2 1 K 1 K M                             1 1 K 1 1 . K M 2 2 2 2 2 2 2        
  • 34. 1 ) ( 1 E . K C 2 0 0    ) ( tan 1      -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 B (%) E . K C M 0 0   
  • 35. Exemplo: Determine a resposta em freqüência de um instrumento de primeira ordem com constante de tempo igual a 0,2 s e sensibilidade estática igual a 1, quando sujeito a uma entrada do tipo E(t) = sen(2t) + 0,3 sen(20t). A resposta em freqüência do instrumento será a soma das respostas aos sinais de entrada (princípio da superposição de sistemas lineares) : 20 20 2 2 1 j . K ) j ( E ) j ( C e 1 j . K ) j ( E ) j ( C                    
  • 38. 2.2.5 - Instrumento de segunda ordem ) t ( e a b ) t ( c dt ) t ( dc a a dt ) t ( c d a a ou ) t ( e b ) t ( c a dt ) t ( dc a dt ) t ( c d a 0 0 0 1 2 2 0 2 0 0 1 2 2 2       0 0 a b K  = sensibilidade estática 2 0 n a a   = freqüência natural, rd/s 2 0 1 a a 2 a   = coeficiente de amortecimento
  • 39. ) t ( e . K ) t ( c dt ) t ( dc 2 dt ) t ( c d 1 n 2 2 2 n       2 n n 2 2 n s . 2 s K ) s ( E ) s ( C       A transformada de Laplace da equação acima é: ) s ( E . K ) s ( C ) s ( C . s 2 ) s ( C . s 1 n 2 2 n       Re-arranjando a equação: ) s ( E . K ) s ( C . ) s 2 s ( 2 n 2 n n 2       Obtemos a função de transferência :
  • 40. 0 f(t) x(t) ) t ( f ) t ( x . K dt ) t ( dx B dt ) t ( x d M M A 2 2 O    Exemplo: Balança de mola (ou dinamômetro)  O M  A B  M K Massa do prato e da haste Coeficiente de atrito entre haste e parte fixa Constante da mola ) t ( x . K dt ) t ( dx B ) t ( f dt ) t ( x d M M A 2 2 O    ) t ( F dt ) t ( x d M ) t ( a M res 2 2 O O  
  • 41. ) t ( f ) t ( x . K dt ) t ( dx B dt ) t ( x d M M A 2 2 O    = sensibilidade estática = freqüência natural, rd/s = coeficiente de amortecimento M K 1 K  O M n M K   O M A M K 2 B   A transformada de Laplace da equação acima é: ) s ( F ) s ( X K ) s ( X . s B ) s ( X . s M M A 2 O    Re-arranjando a equação: M A 2 O K s B s M 1 ) s ( F ) s ( X    2 n n 2 2 n s . 2 s K ) s ( E ) s ( C      
  • 42. A) Resposta a função degrau 0 0.5 1 1.5 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B ) t ( f . K ) t ( x nt =2,0 =1,0 =0,8 =0,4 =0,2 =0 =0,1
  • 43. B) Resposta em freqüência A função de transferência senoidal para instrumento de segunda ordem será: 2 n n 2 2 n ) j .( . . 2 ) j ( ) j ( E . K ) j ( C                                        / / 2 tan ) / ( 4 ) / ( 1 1 ) j ( E . K ) j ( C n n 1 2 n 2 2 2 n
  • 44. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 0 0.5 1 1.5 2 2.5 B /n 0 0 E . K C =2,0 =1,0 =0,8 =0,6 =0,4 =0,2 =10-6 =0,1 Relação entre amplitude de saída (dividida pela sensibilidade estática) e entrada em função da relação frequência de entrada e frequência natural:
  • 45. -180 -150 -120 -90 -60 -30 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 B /n  =2,0 =1,0 =0,8 =0,6 =0,4 =0,2 =10-6 =0,1 ângulo de fase entre entrada e saída em função da relação frequência de entrada e frequência natural:
  • 46. Os gráficos anteriores mostram que o instrumento de segunda ordem tem comportamento semelhante ao de primeira ordem para coeficientes de amortecimento maior ou igual a 1. Esta semelhança deixa de existir para valores menores que 1, fazendo com que o instrumento tenha uma resposta em ressonância M (módulo da relação saída / entrada)   quando   n para   0 . Quando o instrumento tem pouco amortecimento e quando a freqüência da grandeza a ser medida se aproxima da freqüência natural do instrumento, existirá ressonância.