Este documento analisa os fatores mais importantes na decisão de investimento em robotização na indústria brasileira de autopeças. Por meio de entrevistas com especialistas e análise de dados de empresas, concluiu-se que os aspectos financeiros relacionados a custos e retorno a longo prazo são os fatores primordiais, enquanto aspectos como tecnologia e qualidade têm importância secundária. A estratégia de manufatura das empresas amostradas parece subordinada à estratégia financeira.
Inovação Tecnológica e Desempenho Competitivo em Empresas IndustriaisJeovan Figueiredo
Este documento analisa a relação entre inovação tecnológica e desempenho competitivo em empresas industriais de motores, bombas e equipamentos. Ele descreve os objetivos, métodos e dimensões analisadas, incluindo os resultados da inovação e parcerias tecnológicas. Conclui que a inovação é importante para a competitividade, mas que as parcerias com universidades poderiam ser aprofundadas para melhorar os resultados inovadores.
Estudo de caso de um condomínio industrial na indústria automobilística caso ...jhlg2000
O documento descreve um estudo de caso sobre o condomínio industrial da General Motors no Brasil. O condomínio industrial é um modelo inovador onde fornecedores compartilham responsabilidades e custos com a montadora na montagem de veículos. O estudo analisa como este modelo ajuda a GM a gerenciar sua cadeia de suprimentos de forma eficaz, reduzindo custos e agregando valor aos produtos.
1) O documento descreve uma pesquisa sobre a identificação e análise do desempenho de grupos estratégicos no setor de confecções brasileiro.
2) Foram analisadas 510 empresas usando métodos como eficiência técnica, análise de cluster e análise discriminante para identificar três grupos estratégicos.
3) Os resultados mostraram que o grupo composto principalmente por grandes empresas teve melhor desempenho, enquanto o grupo composto principalmente por pequenas e médias empresas teve pior desempenho.
A construção de modelos macroeconômicos está apoiada no pressuposto da existência de um padrão único de comportamento dos agentes econômicos que delineiam cada agregado macroeconômico. O modelo apresentado neste artigo não foge a regra. No entanto, a adoção desse pressuposto não é aplicada a todas as equações do modelo. O princípio evolucionário da diversidade dos padrões de mudança tecnológica e de concorrência no âmbito da indústria é introduzido neste modelo, o que implica a adoção de um conjunto de distintas equações de competitividade, cada uma delas referente a um grupo setorial específico.
As equações relativas aos determinantes dos gastos de consumo e de investimento que serão utilizadas no modelo de simulação foram elaboradas dentro dos preceitos da abordagem kaldoriana, sendo, portanto, compatíveis com o pressuposto descrito acima. As equações de exportação e de importação, por sua vez, seguem o princípio evolucionário da diversidade. De acordo com a abordagem evolucionária, a diversidade em termos dos determinantes do nível de competitividade de cada indústria ou setor produtivo é reflexo da diversidade dos regimes de acumulação tecnológica que prevalece dentro de cada ramo da atividade produtiva.
O ponto central desta pesquisa reside, portanto, nas análises teóricas que permitem associar o conceito de regime tecnológico aos fatores de seleção das indústrias nacionais no mercado externo. A seção 2 foi elaborada para este fim. A estrutura matemática do modelo de simulação, que será apresentada na seção 3, pode ser resumida nos seguintes aspectos: pelo conceito de regime tecnológico, serão formados quatro grupos setoriais. Esses grupos estão ligados entre si pelos coeficientes técnicos da produção e cada um deles apresenta especificidades em termos dos fatores determinantes do nível de competitividade. Com isso, as análises das interações micro e macroeconômicas associadas à competitividade externa e ao crescimento econômico serão realizadas tendo por base um modelo de simulação do tipo insumo-produto, em que os gastos de consumo e de investimento são endogenamente determinados pelo nível de renda, enquanto as exportações e as importações ficam submetidas às mudanças do nível de renda externa e interna, respectivamente, e ao nível de competitividade da indústria nacional, cujo market share é regido pelo princípio de Fisher (replicator equation).
Para que essas análises tenham alguma relevância teórica e empírica, os valores da maior parte dos parâmetros e das variáveis exógenas do modelo, assim como os valores iniciais de suas variáveis endógenas, foram atribuídos de acordo com as estatísticas oficiais referentes à economia brasileira de 2003. Não obstante, este modelo apresenta algumas lacunas – entre elas a ausência
Mudança tecnológica e competitividade industrial são dois conceitos fundamentais que integram os modelos evolucionários e kaldorianos de crescimento para economias abertas1. Em ambos os modelos são incorporados os efeitos interativos ou a causação circular entre crescimento industrial, inovações tecnológicas e competitividade das exportações. O princípio da demanda efetiva é outro elemento comum entre os dois modelos. Ambos compartilham a afinidade com as abordagens das vantagens construídas ou das capacitações. Enquanto alguns aspectos fundamentais da mudança tecnológica e da competitividade industrial compõem o objeto de análise da abordagem evolucionária, o tratamento mais consistente dos aspectos macroeconômicos das economias abertas é um dos méritos da abordagem kaldoriana.
Com tantas similaridades e complementaridades, fica claro que a integração dessas abordagens representa uma linha de pesquisa mais condizente com a realidade das economias para as quais não se pode negligenciar o papel dinamizador do comércio exterior. Obviamente, essa integração aumenta o grau de complexidade dos modelos de crescimento econômico, os quais deverão tratar simultaneamente da diversidade microeconômica, da causalidade circular e da composição macroeconômica. Por conta dessa complexidade, esses modelos deverão ser do tipo multissetorial, contemplando as conexões intersetoriais que definirão os parâmetros e as interações micro-macroeconômicos do modelo.
Este artigo decorre do esforço de uma pesquisa teórica que tem por objetivo integrar as abordagens evolucionárias e kaldorianas para analisar as relações de causalidade entre inovações tecnológicas, competitividade industrial e crescimento econômico. No presente momento, esse esforço está voltado para o desenvolvimento de um modelo teórico com o qual se pretende analisar os fundamentos normativos das políticas industriais e tecnológicas de promoção do crescimento econômico via comércio exterior. Em vista das complexas relações de determinação que emergem de uma abordagem em que são contempladas a diversidade setorial e a causalidade circular (feedback loop) entre as variáveis micro e macroeconômicas, as inferências empíricas desse modelo requerem uma estrutura de modelagem apropriada à realização dos exercícios e testes de simulação. Contudo, no estágio atual desta pesquisa, ainda não foi possível a realização desses exercícios.
Na ausência de estudos empíricos, todos as seções deste artigo apresentam análises de natureza teórica. A primeira seção é dedicada às análises dos conceitos de competitividade e de inovação. O propósito dessas análises é delimitar o campo da pesquisa em torno das teorias das vantagens construídas ou das capacitações, as quais enfatizam a importância do comércio intra-industri
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...Alexandre Bento
1) O documento discute a estratégia de apropriabilidade neoschumpteriana e como a vantagem competitiva está relacionada ao tempo de lançamento no mercado (lead time). 2) Analisa a relação entre projetos de convergência tecnológica e o lead time organizacional, que é um mecanismo de apropriabilidade. 3) Realizou uma pesquisa com empresas em Curitiba e mostrou que existe uma relação entre convergência tecnológica e apropriabilidade via redução do lead time, validando que a convergência tecnológica mel
Este documento discute as etapas necessárias para a implantação de um Sistema de Gestão Integrado (SGI) em empresas. Primeiro, apresenta os conceitos e benefícios dos sistemas de gestão da qualidade, meio ambiente e integrada. Em seguida, descreve oito casos de empresas que implementaram SGI com sucesso e as etapas utilizadas. O objetivo é fornecer um guia para empresas que desejam implantar um SGI.
Inovação Tecnológica e Desempenho Competitivo em Empresas IndustriaisJeovan Figueiredo
Este documento analisa a relação entre inovação tecnológica e desempenho competitivo em empresas industriais de motores, bombas e equipamentos. Ele descreve os objetivos, métodos e dimensões analisadas, incluindo os resultados da inovação e parcerias tecnológicas. Conclui que a inovação é importante para a competitividade, mas que as parcerias com universidades poderiam ser aprofundadas para melhorar os resultados inovadores.
Estudo de caso de um condomínio industrial na indústria automobilística caso ...jhlg2000
O documento descreve um estudo de caso sobre o condomínio industrial da General Motors no Brasil. O condomínio industrial é um modelo inovador onde fornecedores compartilham responsabilidades e custos com a montadora na montagem de veículos. O estudo analisa como este modelo ajuda a GM a gerenciar sua cadeia de suprimentos de forma eficaz, reduzindo custos e agregando valor aos produtos.
1) O documento descreve uma pesquisa sobre a identificação e análise do desempenho de grupos estratégicos no setor de confecções brasileiro.
2) Foram analisadas 510 empresas usando métodos como eficiência técnica, análise de cluster e análise discriminante para identificar três grupos estratégicos.
3) Os resultados mostraram que o grupo composto principalmente por grandes empresas teve melhor desempenho, enquanto o grupo composto principalmente por pequenas e médias empresas teve pior desempenho.
A construção de modelos macroeconômicos está apoiada no pressuposto da existência de um padrão único de comportamento dos agentes econômicos que delineiam cada agregado macroeconômico. O modelo apresentado neste artigo não foge a regra. No entanto, a adoção desse pressuposto não é aplicada a todas as equações do modelo. O princípio evolucionário da diversidade dos padrões de mudança tecnológica e de concorrência no âmbito da indústria é introduzido neste modelo, o que implica a adoção de um conjunto de distintas equações de competitividade, cada uma delas referente a um grupo setorial específico.
As equações relativas aos determinantes dos gastos de consumo e de investimento que serão utilizadas no modelo de simulação foram elaboradas dentro dos preceitos da abordagem kaldoriana, sendo, portanto, compatíveis com o pressuposto descrito acima. As equações de exportação e de importação, por sua vez, seguem o princípio evolucionário da diversidade. De acordo com a abordagem evolucionária, a diversidade em termos dos determinantes do nível de competitividade de cada indústria ou setor produtivo é reflexo da diversidade dos regimes de acumulação tecnológica que prevalece dentro de cada ramo da atividade produtiva.
O ponto central desta pesquisa reside, portanto, nas análises teóricas que permitem associar o conceito de regime tecnológico aos fatores de seleção das indústrias nacionais no mercado externo. A seção 2 foi elaborada para este fim. A estrutura matemática do modelo de simulação, que será apresentada na seção 3, pode ser resumida nos seguintes aspectos: pelo conceito de regime tecnológico, serão formados quatro grupos setoriais. Esses grupos estão ligados entre si pelos coeficientes técnicos da produção e cada um deles apresenta especificidades em termos dos fatores determinantes do nível de competitividade. Com isso, as análises das interações micro e macroeconômicas associadas à competitividade externa e ao crescimento econômico serão realizadas tendo por base um modelo de simulação do tipo insumo-produto, em que os gastos de consumo e de investimento são endogenamente determinados pelo nível de renda, enquanto as exportações e as importações ficam submetidas às mudanças do nível de renda externa e interna, respectivamente, e ao nível de competitividade da indústria nacional, cujo market share é regido pelo princípio de Fisher (replicator equation).
Para que essas análises tenham alguma relevância teórica e empírica, os valores da maior parte dos parâmetros e das variáveis exógenas do modelo, assim como os valores iniciais de suas variáveis endógenas, foram atribuídos de acordo com as estatísticas oficiais referentes à economia brasileira de 2003. Não obstante, este modelo apresenta algumas lacunas – entre elas a ausência
Mudança tecnológica e competitividade industrial são dois conceitos fundamentais que integram os modelos evolucionários e kaldorianos de crescimento para economias abertas1. Em ambos os modelos são incorporados os efeitos interativos ou a causação circular entre crescimento industrial, inovações tecnológicas e competitividade das exportações. O princípio da demanda efetiva é outro elemento comum entre os dois modelos. Ambos compartilham a afinidade com as abordagens das vantagens construídas ou das capacitações. Enquanto alguns aspectos fundamentais da mudança tecnológica e da competitividade industrial compõem o objeto de análise da abordagem evolucionária, o tratamento mais consistente dos aspectos macroeconômicos das economias abertas é um dos méritos da abordagem kaldoriana.
Com tantas similaridades e complementaridades, fica claro que a integração dessas abordagens representa uma linha de pesquisa mais condizente com a realidade das economias para as quais não se pode negligenciar o papel dinamizador do comércio exterior. Obviamente, essa integração aumenta o grau de complexidade dos modelos de crescimento econômico, os quais deverão tratar simultaneamente da diversidade microeconômica, da causalidade circular e da composição macroeconômica. Por conta dessa complexidade, esses modelos deverão ser do tipo multissetorial, contemplando as conexões intersetoriais que definirão os parâmetros e as interações micro-macroeconômicos do modelo.
Este artigo decorre do esforço de uma pesquisa teórica que tem por objetivo integrar as abordagens evolucionárias e kaldorianas para analisar as relações de causalidade entre inovações tecnológicas, competitividade industrial e crescimento econômico. No presente momento, esse esforço está voltado para o desenvolvimento de um modelo teórico com o qual se pretende analisar os fundamentos normativos das políticas industriais e tecnológicas de promoção do crescimento econômico via comércio exterior. Em vista das complexas relações de determinação que emergem de uma abordagem em que são contempladas a diversidade setorial e a causalidade circular (feedback loop) entre as variáveis micro e macroeconômicas, as inferências empíricas desse modelo requerem uma estrutura de modelagem apropriada à realização dos exercícios e testes de simulação. Contudo, no estágio atual desta pesquisa, ainda não foi possível a realização desses exercícios.
Na ausência de estudos empíricos, todos as seções deste artigo apresentam análises de natureza teórica. A primeira seção é dedicada às análises dos conceitos de competitividade e de inovação. O propósito dessas análises é delimitar o campo da pesquisa em torno das teorias das vantagens construídas ou das capacitações, as quais enfatizam a importância do comércio intra-industri
A Estratégia de Apropriabilidade Neoschumpteriana Como Vantagem Competitiva: ...Alexandre Bento
1) O documento discute a estratégia de apropriabilidade neoschumpteriana e como a vantagem competitiva está relacionada ao tempo de lançamento no mercado (lead time). 2) Analisa a relação entre projetos de convergência tecnológica e o lead time organizacional, que é um mecanismo de apropriabilidade. 3) Realizou uma pesquisa com empresas em Curitiba e mostrou que existe uma relação entre convergência tecnológica e apropriabilidade via redução do lead time, validando que a convergência tecnológica mel
Este documento discute as etapas necessárias para a implantação de um Sistema de Gestão Integrado (SGI) em empresas. Primeiro, apresenta os conceitos e benefícios dos sistemas de gestão da qualidade, meio ambiente e integrada. Em seguida, descreve oito casos de empresas que implementaram SGI com sucesso e as etapas utilizadas. O objetivo é fornecer um guia para empresas que desejam implantar um SGI.
Depois de analisar de que maneira sua empresa deve se comportar nas redes sociais, é necessário montar um plano de monitoramento dos canais e produzir relatórios de análise e resultados.
El documento describe el uso de la técnica de los 6 sombreros para pensar sobre la propuesta de una moneda única para América Latina llamada SUCRE. Los participantes usan cada sombrero (blanco, negro, verde, rojo, amarillo y azul) para dar sus perspectivas sobre la moneda. Algunos argumentan que la integración necesaria aún no existe, mientras que otros ven beneficios como evitar la dolarización y promover el comercio. Actualmente el SUCRE solo se usa entre países del ALBA, pero podría expandirse en el
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa eleitoral realizada em Recife entre os dias 16 e 17 de abril de 2012 com 816 entrevistados. A pesquisa investigou o perfil sociodemográfico dos entrevistados, suas preferências eleitorais para prefeito, e avaliações sobre políticos e administrações locais e nacionais.
Este documento describe cómo personalizar páginas de Facebook e integrarlas con Blogger. Explica que las páginas de Facebook se pueden personalizar mediante aplicaciones gratuitas que agregan valor, como agregar contenido HTML estático o canales de YouTube. También cubre cómo promocionar la página de Facebook a través de amigos, anuncios o botones en el blog. Finalmente, detalla cómo integrar Facebook con Blogger mediante gadgets que permiten compartir contenido del blog en Facebook.
O documento descreve a TV Minuto RS, uma mídia digital fora de casa veiculada em monitores nos trens e estações de Porto Alegre. A TV Minuto RS atinge mais de 4 milhões de usuários mensalmente e teve bons resultados comerciais e de engajamento do público, como a localização de adolescentes desaparecidos em parceria com o DECA.
Este estudo analisa a importância dos contratos de serviços de manutenção para uma empresa de máquinas e equipamentos. O autor identifica a sazonalidade como um problema e sugere aumentar o faturamento de serviços através de contratos de manutenção. O estudo avalia modelos de diferenciação e precificação para melhorar os serviços de manutenção e aumentar os negócios recorrentes. O autor conclui que a diferenciação é necessária para o crescimento do negócio de serviços e propõe agregar novos serviços no processo de cri
Bom Dia, Boa Tarde e Boa Noite Pessoal vou estar publicando para vocês um resumo do que é Blog.
Novamente vou publicar sobre uma coisa que não tem nada a ver com o assunto do blog.
Venho explicar a vocês que faço curso ainda então o blog é o meu trabalho no curso, então as vezes postarei sobre coisas nada a ver com o blog.
Então é só isso, espero que gostem e Agradeço desde já.
Este estudo examina a viabilidade e benefícios da implementação de gestão de processos de negócios (BPM) e uso de software de gestão de processos de negócios (BPMS) em uma grande empresa. O estudo de caso analisa como a empresa ABC Telecomunicações alinhou seus processos através da metodologia BPM, resultando em ganhos de eficiência. A conclusão é que a viabilidade de BPM depende de atender às necessidades e realidade da organização.
1) O documento discute a aplicação da gestão de projetos no desenvolvimento de produtos para o setor automotivo de reposição.
2) Apresenta o ciclo de vida de produtos e projetos, assim como os processos e ferramentas da gestão de projetos.
3) Realiza um estudo de caso de uma empresa do setor para exemplificar como a abordagem da gestão de projetos é importante para o sucesso e competitividade no desenvolvimento de novos produtos.
HIZQUI - Análise de Maturidade e Governança de TICguest156b14
A HIZQUI tem como missão proporcionar serviços e implementar soluções, com recursos e profissionais que contribuam diretamente para o sucesso das estratégias dos negócios e competitividade de nossos Clientes. Criando constantemente soluções alinhadas com as necessidades atuais e futuras, ajudando nossos parceiros de negócios a inovar e a se tornarem cada vez mais aguerridos.
Análise de Maturidade e Governança de TICJorge Castro
A HIZQUI tem como missão proporcionar serviços e implementar soluções, com recursos e profissionais que contribuam diretamente para o sucesso das estratégias dos negócios e competitividade de nossos Clientes. Criando continuamente soluções alinhadas com as necessidades atuais e futuras, ajudando nossos parceiros de negócios a inovar e a se tornarem cada vez mais aguerridos.
O documento discute o modelo GTP (Tecnologia, Gestão e Pessoas) para avaliar a competitividade empresarial. O modelo sugere que a gestão, tecnologia e pessoas são elementos estratégicos cruciais para o sucesso organizacional e que a alocação de recursos nessas áreas determina as capacidades e desempenho competitivo da empresa. O diagnóstico e alinhamento desses fatores é essencial para reduzir gaps entre as expectativas dos clientes e a percepção da empresa e impulsionar a inovação.
O documento discute a importância da competitividade e estratégias concorrenciais para o sucesso de empresas. Analisa como a estrutura de mercado, conduta e desempenho afetam a competitividade e como a formação de redes e sistemas industriais podem gerar eficiência e vantagem competitiva. Conclui que as decisões das empresas dependem mais de suas próprias ações do que de fatores externos.
O documento discute os principais entraves às exportações brasileiras de acordo com uma pesquisa realizada com empresas exportadoras. A taxa de câmbio e a burocracia alfandegária/aduaneira foram apontadas como os dois principais problemas. Outros entraves significativos incluem a burocracia tributária, greves na movimentação de cargas e condições deficientes de infraestrutura e logística. A pesquisa sugere que é necessário reduzir custos, simplificar procedimentos e melhorar a eficiência para aumentar a competitividade
O documento discute a aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos em empresas do setor de máquinas e implementos agrícolas no Brasil. Uma pesquisa com questionários foi realizada em 4 empresas do interior de São Paulo. Os resultados mostraram que: 1) As empresas aplicam parcialmente ferramentas de gerenciamento de projetos; 2) A função de gerente de projetos não é bem definida em todas; 3) Há planejamento parcial dos projetos, porém falta de processos bem estabelecidos.
1) O documento propõe um plano de ação para aumentar o nível de implementação da manufatura enxuta em uma empresa de confecções e calçados através de um diagnóstico do estágio atual usando o modelo de avaliação de Sebrosa (2008).
2) É feita uma revisão bibliográfica sobre manufatura enxuta e modelos de avaliação do nível de implementação.
3) O diagnóstico identificou áreas para melhoria e gerou um plano de ação para implementar práticas de manufatura enxuta na
O documento discute os determinantes de custos, que são fatores que influenciam a estrutura de custos de uma empresa. Estes podem ser estruturais, como tecnologia e modelo de gestão, ou operacionais, como grau de utilização da capacidade e qualidade. A análise dos determinantes permite aos gestores tomarem decisões estratégicas para reduzir custos e aumentar a competitividade.
Depois de analisar de que maneira sua empresa deve se comportar nas redes sociais, é necessário montar um plano de monitoramento dos canais e produzir relatórios de análise e resultados.
El documento describe el uso de la técnica de los 6 sombreros para pensar sobre la propuesta de una moneda única para América Latina llamada SUCRE. Los participantes usan cada sombrero (blanco, negro, verde, rojo, amarillo y azul) para dar sus perspectivas sobre la moneda. Algunos argumentan que la integración necesaria aún no existe, mientras que otros ven beneficios como evitar la dolarización y promover el comercio. Actualmente el SUCRE solo se usa entre países del ALBA, pero podría expandirse en el
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa eleitoral realizada em Recife entre os dias 16 e 17 de abril de 2012 com 816 entrevistados. A pesquisa investigou o perfil sociodemográfico dos entrevistados, suas preferências eleitorais para prefeito, e avaliações sobre políticos e administrações locais e nacionais.
Este documento describe cómo personalizar páginas de Facebook e integrarlas con Blogger. Explica que las páginas de Facebook se pueden personalizar mediante aplicaciones gratuitas que agregan valor, como agregar contenido HTML estático o canales de YouTube. También cubre cómo promocionar la página de Facebook a través de amigos, anuncios o botones en el blog. Finalmente, detalla cómo integrar Facebook con Blogger mediante gadgets que permiten compartir contenido del blog en Facebook.
O documento descreve a TV Minuto RS, uma mídia digital fora de casa veiculada em monitores nos trens e estações de Porto Alegre. A TV Minuto RS atinge mais de 4 milhões de usuários mensalmente e teve bons resultados comerciais e de engajamento do público, como a localização de adolescentes desaparecidos em parceria com o DECA.
Este estudo analisa a importância dos contratos de serviços de manutenção para uma empresa de máquinas e equipamentos. O autor identifica a sazonalidade como um problema e sugere aumentar o faturamento de serviços através de contratos de manutenção. O estudo avalia modelos de diferenciação e precificação para melhorar os serviços de manutenção e aumentar os negócios recorrentes. O autor conclui que a diferenciação é necessária para o crescimento do negócio de serviços e propõe agregar novos serviços no processo de cri
Bom Dia, Boa Tarde e Boa Noite Pessoal vou estar publicando para vocês um resumo do que é Blog.
Novamente vou publicar sobre uma coisa que não tem nada a ver com o assunto do blog.
Venho explicar a vocês que faço curso ainda então o blog é o meu trabalho no curso, então as vezes postarei sobre coisas nada a ver com o blog.
Então é só isso, espero que gostem e Agradeço desde já.
Este estudo examina a viabilidade e benefícios da implementação de gestão de processos de negócios (BPM) e uso de software de gestão de processos de negócios (BPMS) em uma grande empresa. O estudo de caso analisa como a empresa ABC Telecomunicações alinhou seus processos através da metodologia BPM, resultando em ganhos de eficiência. A conclusão é que a viabilidade de BPM depende de atender às necessidades e realidade da organização.
1) O documento discute a aplicação da gestão de projetos no desenvolvimento de produtos para o setor automotivo de reposição.
2) Apresenta o ciclo de vida de produtos e projetos, assim como os processos e ferramentas da gestão de projetos.
3) Realiza um estudo de caso de uma empresa do setor para exemplificar como a abordagem da gestão de projetos é importante para o sucesso e competitividade no desenvolvimento de novos produtos.
HIZQUI - Análise de Maturidade e Governança de TICguest156b14
A HIZQUI tem como missão proporcionar serviços e implementar soluções, com recursos e profissionais que contribuam diretamente para o sucesso das estratégias dos negócios e competitividade de nossos Clientes. Criando constantemente soluções alinhadas com as necessidades atuais e futuras, ajudando nossos parceiros de negócios a inovar e a se tornarem cada vez mais aguerridos.
Análise de Maturidade e Governança de TICJorge Castro
A HIZQUI tem como missão proporcionar serviços e implementar soluções, com recursos e profissionais que contribuam diretamente para o sucesso das estratégias dos negócios e competitividade de nossos Clientes. Criando continuamente soluções alinhadas com as necessidades atuais e futuras, ajudando nossos parceiros de negócios a inovar e a se tornarem cada vez mais aguerridos.
O documento discute o modelo GTP (Tecnologia, Gestão e Pessoas) para avaliar a competitividade empresarial. O modelo sugere que a gestão, tecnologia e pessoas são elementos estratégicos cruciais para o sucesso organizacional e que a alocação de recursos nessas áreas determina as capacidades e desempenho competitivo da empresa. O diagnóstico e alinhamento desses fatores é essencial para reduzir gaps entre as expectativas dos clientes e a percepção da empresa e impulsionar a inovação.
O documento discute a importância da competitividade e estratégias concorrenciais para o sucesso de empresas. Analisa como a estrutura de mercado, conduta e desempenho afetam a competitividade e como a formação de redes e sistemas industriais podem gerar eficiência e vantagem competitiva. Conclui que as decisões das empresas dependem mais de suas próprias ações do que de fatores externos.
O documento discute os principais entraves às exportações brasileiras de acordo com uma pesquisa realizada com empresas exportadoras. A taxa de câmbio e a burocracia alfandegária/aduaneira foram apontadas como os dois principais problemas. Outros entraves significativos incluem a burocracia tributária, greves na movimentação de cargas e condições deficientes de infraestrutura e logística. A pesquisa sugere que é necessário reduzir custos, simplificar procedimentos e melhorar a eficiência para aumentar a competitividade
O documento discute a aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos em empresas do setor de máquinas e implementos agrícolas no Brasil. Uma pesquisa com questionários foi realizada em 4 empresas do interior de São Paulo. Os resultados mostraram que: 1) As empresas aplicam parcialmente ferramentas de gerenciamento de projetos; 2) A função de gerente de projetos não é bem definida em todas; 3) Há planejamento parcial dos projetos, porém falta de processos bem estabelecidos.
1) O documento propõe um plano de ação para aumentar o nível de implementação da manufatura enxuta em uma empresa de confecções e calçados através de um diagnóstico do estágio atual usando o modelo de avaliação de Sebrosa (2008).
2) É feita uma revisão bibliográfica sobre manufatura enxuta e modelos de avaliação do nível de implementação.
3) O diagnóstico identificou áreas para melhoria e gerou um plano de ação para implementar práticas de manufatura enxuta na
O documento discute os determinantes de custos, que são fatores que influenciam a estrutura de custos de uma empresa. Estes podem ser estruturais, como tecnologia e modelo de gestão, ou operacionais, como grau de utilização da capacidade e qualidade. A análise dos determinantes permite aos gestores tomarem decisões estratégicas para reduzir custos e aumentar a competitividade.
1) O documento analisa a gestão financeira e estratégica de um grupo de empresas varejistas do setor farmacêutico em Belo Horizonte, Brasil.
2) Foi observado que os gestores enfrentam dificuldades em estabelecer metas e objetivos para as empresas do grupo e medir o desempenho das operações.
3) Isso prejudica a gestão financeira e estratégias dos gestores devido à falta de controle dos custos e receitas futuras.
Projeto Aplicado Realizar - Vison Backcasting PneusolaCinara Miranda
1. O documento apresenta um projeto de pesquisa aplicada sobre a empresa de reforma de pneus Pneusola, com o objetivo de analisar e propor soluções para coordenar, gerir e organizar suas operações para obter maior desempenho e qualidade.
2. Utilizou-se o planejamento estratégico de Visão Backcasting, com definição de visão e futuros desejáveis validados por pesquisa qualitativa com clientes, funcionários e fornecedores da empresa.
3. O problema identificado foi a falta de visão
Sucesso corporativo-na-engenharia-construcaoRicardo Novo
Este documento fornece um guia para profissionais de engenharia e construção sobre como ter sucesso na carreira. Ele discute os desafios atuais do mercado, como a crise econômica e escândalos de corrupção, e apresenta oportunidades em nichos emergentes e no exterior. Também resume leis do sucesso corporativo, como gerenciar líderes, colegas e equipes, e a importância da capacitação contínua.
O documento discute o cenário de inovação no setor automotivo brasileiro após a implementação do programa Inovar-Auto, com vários investimentos confirmados de montadoras. Ele também fornece três reflexões iniciais sobre como empresas podem se preparar para aproveitar as oportunidades, como identificar requisitos, projetar P&D e desenvolver planos técnicos.
O documento descreve um modelo proposto para alinhar a tecnologia da informação aos negócios de pequenas empresas de software de forma simplificada. O modelo baseia-se no Balanced Scorecard e no modelo de Fernandes & Alves para traduzir a estratégia da empresa em objetivos e medidas tangíveis considerando quatro perspectivas: financeira, cliente, processos internos e aprendizado/crescimento.
Planejamento estratégico e gestão ambiental relato práticoFrancisco Alves
O documento discute como o planejamento estratégico e a gestão ambiental podem ser integrados no contexto de uma organização industrial. Ele resume alguns aspectos do processo de planejamento estratégico e como a adoção de um sistema de gestão ambiental pode ser incorporada à estratégia de uma empresa. Além disso, descreve os principais elementos de um sistema de gestão ambiental bem-sucedido, incluindo o estabelecimento de compromissos, políticas e programas ambientais.
Este documento discute as etapas necessárias para a implantação de um Sistema de Gestão Integrado (SGI) em empresas. Primeiro, apresenta os conceitos e benefícios dos sistemas de gestão da qualidade, meio ambiente e integrada. Em seguida, descreve oito casos de empresas que implementaram SGI com sucesso e as etapas utilizadas. O objetivo é fornecer um guia para empresas que desejam implantar um SGI.
Este documento discute a reestruturação produtiva e como ela leva empresas a buscarem maior flexibilidade e integração. Aborda mudanças organizacionais como a terceirização, redução de níveis hierárquicos, integração de áreas e enfoque no processo produtivo. Também discute mudanças na organização da produção como células de produção e sistemas enxutos para aumentar a rotatividade e reduzir estoques.
1) O documento discute os resultados de um estudo sobre a correlação entre automação flexível e flexibilidade de manufatura em 16 empresas do setor eletrônico brasileiro.
2) O estudo analisou a relação entre automação flexível, percepção gerencial da flexibilidade, variedade de produtos, frequência de mudança nos processos de máquinas e aumento da variedade de produtos.
3) O objetivo foi verificar se gerentes que percebem a importância da flexibilidade estão efetivamente usando flexibilidade e explorando sua utilização nesse
Este documento discute o processo de criação de conhecimento em projetos de alta tecnologia com diferentes graus de inovação. Analisa três projetos de uma empresa de automação industrial para identificar como o grau de inovação influencia as características do processo criativo.
Este documento descreve um estudo de caso realizado em uma empresa de automação industrial chamada PROJE-AUTO para investigar a gestão de projetos de automação. O estudo analisou dois projetos da empresa usando a metodologia do PMI e identificou desafios e oportunidades de melhoria. O documento defende que uma abordagem flexível de gestão de projetos que considere aprendizagem organizacional pode trazer maiores benefícios do que a aplicação isolada de uma única metodologia.
Este documento analisa o desempenho de quatro sensores de velocidade em diferentes superfícies. Os sensores testados foram dois modelos de radar, um sensor GPS e um sensor óptico. Os resultados mostraram que os sensores de radar foram influenciados por superfícies com cobertura vegetal, enquanto o sensor GPS apresentou atraso nos valores de velocidade durante acelerações e desacelerações. Para superfícies asfálticas com velocidade constante, os sensores não apresentaram diferenças significativas.
Este documento propõe o uso de redes neurais auto-associativas e do teste seqüencial da razão de probabilidade para monitoramento e diagnóstico on-line de múltiplos sensores industriais, permitindo a detecção de falhas e a correção dos sinais dos sensores problemáticos com baixo erro. O modelo é avaliado em dados reais de sensores de um motor de caminhão de mineração.
1) O documento discute o ensino dos fundamentos de redes de sensores sem fio usando um sistema simples, abordando conceitos como propagação de ondas eletromagnéticas, antenas e ganho.
2) É apresentado um modelo genérico de um nó de rede de sensores sem fio composto por um microcontrolador, transmissor/receptor de rádio frequência, fonte de energia e sensores.
3) O artigo descreve como equipamentos simples construídos com emissores e receptores acoplados a sistemas de medição podem
Este documento apresenta uma revisão sobre a mecanização no preparo de amostras utilizando fornos de microondas. Discute os princípios fundamentais da interação das microondas com a matéria, os princípios básicos da construção de equipamentos de microondas e a hipernezação de fornos de microondas com sistemas de análise por injeção em fluxo ou robótica. Além disso, aborda algumas dificuldades metodológicas e soluções para sua implementação.
1) O documento propõe um sistema de medição de desempenho para a gestão da mecanização agrícola adaptando o modelo Balanced Scorecard. 2) O sistema foi desenvolvido através de um estudo de caso em uma usina canavieira e inclui indicadores financeiros, de clientes, processos internos e inovação/aprendizado. 3) O modelo auxiliou na elaboração de indicadores que fornecem uma visão sistêmica da empresa associada aos seus objetivos estratégicos de redução de custos e sustentabilidade.
Este artigo apresenta uma metodologia para coordenar os atuadores das pernas de robôs móveis usando aprendizado por reforço para maximizar a velocidade frontal do robô. A posição dos atuadores é descrita por funções periódicas que são determinadas iterativamente. Dois casos de estudo são simulados e implementados em robôs reais: um quadrúpede e um trípede.
Este documento descreve um caso de cirurgia robótica minimamente invasiva para correção de comunicação interatrial em uma paciente de 24 anos. A paciente apresentava cansaço e palpitações e exames revelaram comunicação interatrial tipo ostium secundum. A cirurgia foi realizada com sucesso utilizando o sistema robótico DaVinci, com tempo de circulação extracorpórea de 63 minutos. A paciente teve boa recuperação pós-operatória sem complicações.
1) O estudo investigou o coeficiente de atrito estático entre fios de aço inoxidável e beta-titânio com braquetes de aço inoxidável, braquetes estéticos com slot de aço e braquetes estéticos convencionais.
2) A combinação com menor coeficiente de atrito foi fio de aço inoxidável com braquete de aço, e a maior foi fio de beta-titânio com braquete estético convencional.
3) O fio de beta-titânio apresentou coeficiente de atrito maior que o f
Este trabalho aborda três etapas essenciais para o desenvolvimento de um sistema robótico para operações de um mini-helicóptero em ambientes internos: (1) localização do helicóptero usando uma combinação de visão estéreo e sensores inerciais via filtragem de Kalman, (2) modelagem dinâmica do helicóptero usando identificação de parâmetros a partir de sinais de comando e estados estimados, e (3) controle automático dos graus de liberdade do helicóptero usando controladores PID clássicos
1. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
Fatores determinantes no processo de
decisão de investimentos em robotização na
indústria brasileira de autopeças
Main factors on robotics investments decision
in the brazilian autoparts industry
Rene Meira Medina1
Sérgio Feliciano Crispim1
Resumo: A desverticalização do processo produtivo na indústria automobilística implicou na migração de parte da
produção de sistemas e subsistemas dos veículos para a indústria de autopeças. Essa migração trouxe inovações no
desenvolvimento de produtos e processos e novos padrões de qualidade. Dentre as inovações de processo destaca-se a
robotização industrial, que conquista espaço crescente nas linhas de produção sob o argumento corrente relacionado
aos ganhos de qualidade, além de vantagens ergonômicas, mas que demanda investimentos relativamente altos. Sendo
esse um setor com baixa atratividade sob a ótica da rentabilidade e do retorno do capital, as decisões de investimentos
em robotização revestem-se de importância relativamente elevada porque, além de impactarem significativamente
os resultados financeiros, são decisões de natureza estratégica que influenciam a competitividade das empresas.
Dado este contexto, esta pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar quais são os fatores mais importantes no
processo de decisão de investimento em robotização industrial nas empresas de autopeças brasileiras. Com base em
entrevistas com especialistas dos fabricantes de robôs e de autopeças e em uma análise fatorial exploratória realizada
com empresas de autopeças, concluiu-se que os aspectos financeiros relacionados a custos e retorno a longo prazo
são os fatores de maior importância. Aspectos como tecnologia, qualidade e produtividade associadas à robotização
têm uma importância secundária e, neste sentido e em relação a esta decisão, a estratégia de manufatura nas empresas
de autopeças amostradas pode ser considerada subordinada à estratégia financeira, devendo a ela estar alinhada.
Palavras-chave: Robótica. Estratégia de manufatura. Decisão de investimentos. Autopeças.
Abstract: The deverticalization of the production process in the automotive industry has resulted in a migration
of part of the production of vehicles systems and subsystems to the autoparts industry. Such migration has brought
not only new quality standards, but also innovations in the development of products and processes and the increase
in the effectiveness and competition to the supply chain. Amongst the innovations in process, there is the industrial
robotization, which has conquered increasingly more space in the production lines due to its benefits regarding
quality and ergonomic aspects. The decisions related to robotization are of strategic importance and demand high
investments, and thus they are taken only by the top management of the autoparts companies. This industry presents
low profitability and attractiveness under the return of investment point of view, which means that those companies
have great responsibility for their results which, in turn, are directly influenced by the degree of competitiveness
derived from the adopted strategic options. This study aims at analyzing the methods adopted in Brazilian autoparts
companies by the people those responsible for investments in robotization and the correlation with manufacturing and
financial strategies. A quantitative exploratory research was carried out on a nonprobabilistic sample of autoparts
companies indicating that the costs of investments are more important during the investment decision, and that the
manufacturing strategy depends upon the financial strategy.
Keywords: Robotics. Manufacturing strategy. Investments decision. Autoparts.
1 Introdução
A desverticalização do processo produtivo de
autoveículos, no âmbito mundial, estimulou o
desenvolvimento da indústria de autopeças, que hoje
é autônoma, segmentada e orientada para a indústria
1
automobilística. Paralelamente, a consolidação do
modelo de estratégia de manufatura priorizou fatores
como redução de custos, melhoria da qualidade,
redução e confiabilidade dos prazos de entrega e
Programa de Mestrado em Administração, Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS, Campus II, Rua Santo
Antônio, 50, CEP 09521-160, São Caetano do Sul – SP, Brasil, E-mails: rene.medina@gmail.com; scrispim@uol.com.br
Recebido em 7/7/2009 — Aceito em 28/6/2010
Suporte financeiro: Nenhum.
2. 568 Medina et al.
flexibilidade produtiva (SKINNER, 1969; HAYES;
WHEELWRIGHT, 1984; HILL, 2000). O processo
de desverticalização caracteriza-se pela realocação
de atividades ao longo da cadeia de suprimentos
do setor automobilístico, que tem implicado em
crescente transferência de tarefas das montadoras
para os fabricantes de autopeças que tornam-se
gradualmente montadores de sistemas automotivos.
Este movimento tem criado a necessidade de uma
maior e melhor interação entre os atores da cadeia
logística, além de mudanças nos aspectos tecnológicos
da indústria de autopeças (DI SERIO; SAMPAIO;
PEREIRA, 2006).
No processo de redefinição da cadeia de suprimento
da indústria automobilística e de busca de maior
competitividade das empresas, a robotização industrial
de várias atividades produtivas assume importância
crescente na estratégia de manufatura. No Brasil, a
robotização industrial foi implementada inicialmente
pelas empresas montadoras de automóveis, que
trouxeram essa tecnologia de suas matrizes para plantas
antigas e novas, criando um cenário de modernidade
no setor principalmente a partir do final da década
de 90. Paralelamente, foram implantados no Brasil
os escritórios comerciais das empresas fabricantes
de robôs industriais, tendo como responsabilidade
a pós-venda de seus produtos. Gradualmente a
robotização avançou para a indústria de autopeças,
e outros setores.
O investimento em robotização industrial nas
empresas de autopeças do Brasil tem crescido nos
últimos anos e, por representar valores relativamente
elevados e ter importância estratégica, geralmente
é decidido nos níveis hierárquicos mais altos.
A formulação e implementação da estratégia de
manufatura relacionada à robotização, que subordina-se
à mais abrangente estratégia de negócio, é complexa
e desafiadora devido a esse elevado investimento, que
implica em análises técnicas e financeiras rigorosas e
que precisa ser decidido à luz de fortes pressões das
empresas montadoras que têm interesse na robotização
de seus fornecedores. Esta situação alinha-se à
argumentação de que as métricas convencionais de
avaliação de investimento em geral não são mais
apropriadas para as decisões de natureza estratégica
(KAYALI, 2006).
Parte da lucratividade de uma empresa reflete
diretamente a atratividade relacionada a fatores
estruturais do setor em que está inserida, segundo Hitt,
Ireland e Koskisson (2005), e no caso da indústria
de autopeças e montadoras também, a atratividade é
baixa sob a ótica da rentabilidade e do retorno sobre o
investimento: em uma média de 5 anos terminados em
2008, o lucro líquido do setor automobilístico global
foi de 3,4% e o retorno sobre o capital investido foi
de 4,8%, enquanto, na média das 500 empresas que
compõem o índice S&P-Standard & Poors, estes
Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
coeficientes foram, respectivamente, de 11,8% e
12,4% (MSN, 2009). Mas, é importante destacar que
além da atratividade setorial, de natureza externa,
o resultado das empresas é influenciado por suas
estratégia e ações, que definem sua competitividade
face aos concorrentes, e que possibilita a obtenção
de retornos superiores à média da indústria. Neste
sentido, a robotização assume importância estratégica
à medida que pode influenciar a competitividade das
empresas de autopeças.
Dado este contexto, esse artigo tem por objetivo
identificar os fatores determinantes no processo
de decisão de investimentos em robotização na
indústria de autopeças brasileira. Adicionalmente,
busca contribuir para a compreensão da inserção
da robotização nas estratégias de manufatura e suas
relações com a competitividade.
2 Competitividade e
estratégia na manufatura
A manufatura afeta a estratégia corporativa e a
estratégia corporativa afeta a manufatura. A estratégia
de manufatura deve alinhar-se à estratégia corporativa
de forma a agregar competitividade ao negócio de
forma geral. Neste sentido, uma operação eficiente,
de baixo custo e com qualidade por si só não gera
valor se não houver mercado para seus produtos e
serviços (SKINNER, 1969; WHEELWRIGHT, 1984;
CAGLIANO; CANIATO; SPINA, 2006).
Segundo Porter (1996), estratégia é a busca de uma
posição exclusiva e valiosa, envolvendo diferentes
conjuntos de atividades e pode ser definida em três
níveis que correspondem a uma sequência hierárquica:
estratégia corporativa, de negócio e funcional. A
estratégia corporativa relaciona-se a duas importantes
definições: os negócios em que a empresa irá competir
e a forma de captação e alocação dos recursos entre
estes negócios (WHEELWRIGHT, 1984). No nível de
cada unidade corporativa, são definidas as estratégias
de negócio, que podem ser formuladas de forma
independente no sentido de buscar competitividade
estratégica e retornos acima da média em cada
mercado (HITT; IRELAND; KOSKISSON, 2005).
Dois componentes fundamentais da estratégia no
nível de negócio, segundo Treacy e Wiersema (1999),
são a proposição básica de valor a ser oferecido
aos clientes e o modelo operacional que viabiliza
esta proposição. Os valores propostos podem ser
reduzidos a três estratégias alternativas: solução de
menor custo para os clientes, produtos diferenciados
e com qualidade superior, ou “intimidade com o
cliente”. Os modelos operacionais a estas proposições
alinhados devem reforçar as disciplinas interna de
valor: excelência operacional, liderança de produto
e intimidade com os clientes. As disciplinas de
valor, excelência operacional e liderança de produto,
3. Fatores determinantes no processo de decisão de investimentos em robotização...
propostas por Treacy e Wiersema (1999), podem ser
equiparadas às estratégias genéricas propostas por
Porter (2004), nas quais os temas centrais são liderança
de custo ou diferenciação, independente do enfoque
de mercado escolhido. Porém, a disciplina de valor
“intimidade com o cliente” corresponde a um novo
tipo de estratégia de negócios em que a customização
total, serviço superior e relacionamento com o cliente
definem a vantagem competitiva.
Subordinada a cada estratégia de negócio, temos as
estratégias funcionais. As estratégias funcionais devem
ser desenvolvidas e operacionalizadas no sentido de
dar suporte às estratégias de negócios e classicamente
são: finanças, pesquisa e desenvolvimento, marketing,
recursos humanos e manufatura. Dependendo do tipo
de negócio, outras estratégias funcionais também
podem ser definidas, como: serviços pós-venda,
qualidade assegurada e logística. A estratégia funcional
especifica como a função irá suportar a vantagem
competitiva definida na estratégia de negócio e
como será integrada às outras estratégias funcionais
(WHEELWRIGHT, 1984; HILL, 2000).
É no nível funcional que se enquadra a estratégia de
manufatura. Segundo Skinner (1969), um dos pioneiros
neste tema, manufatura é parte de um conceito
estratégico que relaciona as forças e os recursos da
empresa ao mercado. Estratégia de manufatura é
uma arma no arsenal competitivo de uma empresa.
As decisões sobre os recursos da empresa refletem
os trade-offs a elas associados, em que, ao ganhar de
um lado, perde-se de outro, e, neste sentido, o ganho
de qualidade normalmente correlaciona-se à perda
de competitividade em custos. Para Wheelwright
(1984), estratégia de manufatura consiste em uma
sequência de decisões que habilitam a empresa a
alcançar a vantagem competitiva desejada, e essas
decisões podem ser organizadas em oito categorias:
capacidades; utilidades; tecnologia; verticalização de
processos; qualificação da mão de obra; qualidade;
planejamento da produção e controle de materiais;
e organização.
A estratégia de manufatura é o alicerce do sucesso
estratégico e o motor competitivo da empresa e deve
ser apropriada, abrangente, coerente, consistente
no tempo e acreditável (SLACK; LEWIS, 2008). O
desenvolvimento de uma estratégia de manufatura
alinhada à estratégia de negócio, e consistente com toda
a estrutura de decisões corporativas, pode, segundo
Hill (2000), ser dividida em 5 passos: definição dos
objetivos corporativos; determinação das estratégias
de marketing para atingir os objetivos; julgamento dos
produtos mais qualificados para os mercados face à
concorrência; desenvolvimento do processo apropriado
para a manufatura desses produtos; e provimento de
da infraestrutura para suportar a produção.
A estratégia de manufatura abrange também os
conceitos cedidos principalmente pelas empresas
569
japonesas a partir da década de 80, como just-intime, total quality management, melhoria contínua,
controle estatístico de processo, engenharia simultânea
e produção enxuta (SCHONBERGER, 1986;
CLARK, 1996). Esse novo paradigma, chamando
de world class manufacturing, ou manufatura de
classe mundial, é baseado na análise das práticas
implementadas por empresas japonesas, americanas
e alemãs que apresentavam rendimento notável em
suas indústrias (HAYES; WHEELWRIGHT, 1984;
SCHONBERGER, 1986; HAYES; PISANO, 1996).
A inovação nos meios produtivos tem se tornado a
base para o alcance desse novo paradigma, gerando
maior competitividade estratégica em mercados globais
(PRAJOGO et al., 2007). Voss (1995) afirma que
as best practices (melhores práticas) baseiam-se no
conceito de manufatura de classe mundial mas também
abrangem outras áreas da empresa que contribuem
para o aumento da competitividade. Os vários padrões
de estratégia de manufatura possuem vantagens
e desvantagens, e o desejável seria a utilização
integrada de diferentes padrões, sendo importante
que os resultados da estratégia de manufatura sejam
monitorados por índices de desempenho visando uma
realimentação e a melhoria contínua (VOSS, 1995).
A dinâmica dos novos produtos, bem como a
diminuição do seu ciclo de vida, faz com que os
Sistemas de Manufatura Flexível (FMS – Flexible
Manufacturing System) sejam desenhados para tal
propósito, possibilitando que a troca de produtos
(setups) se torne automática e independente do volume
a ser produzido. Com isso, há uma otimização dos
recursos investidos, porém, apenas em famílias de
produtos (HILL, 2000). A vantagem competitiva para
a manufatura pode ser delineada pelas dimensões
custo, qualidade, confiabilidade, flexibilidade e
inovação. Estas dimensões devem ser aplicadas a
linhas de produtos e tecnologias de produção em
função do ambiente competitivo. No intuito de ser
competitivo no mercado, a melhoria contínua dessas
dimensões deve ser perseguida visando superar
os concorrentes. Com as dimensões delineadas, o
próximo passo é a definição dos padrões de decisão
com base na posição e no grau da competição do
mercado (WHEELWRIGHT; BOWEN, 1996). Além
da melhoria contínua e integração dos processos
internos, o aumento da competitividade fundamenta-se
cada vez mais na integração e no alinhamento de
processos entre as empresas de uma cadeia de valor
(CAGLIANO; CANIATO; SPINA, 2006).
3 Decisão de investimento
em robotização
Mais do que qualquer outro elemento da manufatura,
a tecnologia do processo define a natureza da operação
(SLACK; LEWIS, 2008). Muitas decisões no nível dos
4. 570 Medina et al.
negócios para produção são exclusivamente baseadas
em tecnologia, e a consequência disso é que acabam
sendo tomadas pelos engenheiros e especialistas de
processo, que são os conhecedores de tecnologia. Essa
perspectiva pode criar situações para a manufatura
e os negócios nas quais o enfoque adotado por cada
um isoladamente dificulta o desenvolvimento de
uma estratégia integrada geral (SKINNER, 1969;
HILL, 2000).
Skinner (1969) e Hill (2000) explicitam que
manufatura não é uma função relacionada à tecnologia
diretamente, mas sim uma função relacionada aos
negócios. A escolha apropriada para a manufatura
de um produto deve levar em conta o que será
fabricado internamente e o quanto será terceirizado, a
identificação das alternativas tecnológicas apropriadas
para cada etapa de manufatura do produto e a escolha
do melhor processo tecnológico, considerando todas
as etapas e áreas envolvidas dentro da companhia.
Para o processo tecnológico, Slack e Lewis (2008)
inferem que mesmo nos mais dominantes tipos de
tecnologia sempre há um grau de escolha. Deve-se
analisar três dimensões: (i) tamanho; (ii) grau de
automação; e (iii) grau de integração. A automação
em qualquer tipo de processo pode economizar em
mão de obra e reduz a variabilidade no sistema de
manufatura. Normalmente justifica-se a automação
com base na economia de mão de obra, mas, a
invariabilidade do processo automatizado traz ganhos
mais significativos. A escolha tecnológica também
deve ser adequada ao perfil do produto. Investimentos
em robotização industrial têm sido justificados com
base em sua eficácia e em sua eficiência, mas, além do
retorno sobre investimento e valor presente do fluxo
de caixa descontado, fatores como flexibilidade de
volume, qualidade e confiabilidade também devem
ser avaliados na decisão de processo (SLACK;
LEWIS, 2008).
Segundo a International Federation of Robotics
(2007), de todos os robôs instalados no mundo,
70% são robôs articulados instalados em indústrias
manufatureiras, existem seis classificações para os
robôs industriais conforme a estrutura mecânica,
sendo elas: robô cartesiano, robô cilíndrico, robô
esférico, robô Scada, robô articulado e robô paralelo.
Os robôs articulados industriais são utilizados em
diferentes tipos de aplicações. Entre as aplicações
mais utilizadas e sua participação relativa, conforme
International Federation of Robotics (2007) e dados
da United Nations Economic Commission for Europe,
estão a solda ponto (26%), solda arco (24%),
manipulação (37%), paletização (6%), montagem
(2%), outras aplicações diversas (5%). Dentre as
aplicações diversas, pode-se destacar a solda laser,
a solda plasma, moldes plásticos, usinagem, pintura
e revestimento, fundição e inspeção e testes. No
mundo, e considerando-se todas as indústrias, o
Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
Japão está em primeiro lugar em número de robôs
instalados. Na indústria automobilística do Japão, a
densidade de robôs instalados em relação à mão de
obra é de 1 robô para cada 10 trabalhadores. Dos
999.100 robôs instalados no mundo até 2007, o Japão
possuia 40%, seguido pela Alemanha com 14%. O
Brasil tem cerca de 0,3% dos robôs instalados ao redor
do mundo. A introdução do sistema de manufatura
flexível e a robotização trazem necessidades de
especialização de mão de obra, que deve ser orientada
para ambientes computadorizados, aos quais, os
trabalhadores mais novos, com idade inferior a 40 anos,
normalmente adaptam-se com maior facilidade
(CHONG; SALVENDY, 1999). A utilização de robôs
pode prover flexibilidade na produção e rápidas
respostas às necessidades de adequação da produção
ao mercado. Robôs são reprogramáveis e, portanto,
podem ser reutilizados, trazem redução de mão de
obra e benefícios em custos, incluindo aumento da
produção, redução de custos operacionais, aumento
na qualidade do produto, eliminação de perigos para a
segurança e saúde, alta precisão, operação em turnos
sem paradas e redução do espaço fabril no chão de
fábrica (MILLS et al., 1999).
Outro apecto importante destacado por Mills et al.
(1999) é a viabilidade técnica da robotização. Uma
produção robotizada deve prever se seus produtos são
projetados de modo que possam ser manipulados por
robôs, se os tempos de ciclo das células de produção
atendem ao especificado e se há segurança na operação.
Outro aspecto importante é a cultura organizacional da
empresa na utilização de robôs. A implementação de
robôs deve envolver todas as áreas da empresa como
engenharia de manufatura, manutenção, engenharia de
produtos e finanças. De acordo com Soska (1999), a
estratégia para implantação de projetos de robotização
deve conter quatro elementos: mudança de paradigmas,
comunicação interna na empresa, esforços coordenados
dos setores e parcerias com fornecedores.
Uma parte relevante do processo estratégico
é a medição e o controle dos resultados gerados
pela sua implementação, segundo Sellitto e Walter
(2006), e no caso da estratégia de manufatura existem
dois denominadores para medição de rendimento e
controle: o primeiro é baseado no tempo e o segundo
denominador é baseado nos custos (HILL, 2000). Além
disso, o tamanho da empresa e a relação da estratégia
geral com a de manufatura traz impactos diferenciados
na performance financeira da organização (KAZAN;
ÖZER; ÇETIN, 2006).
Um dos mais importantes critérios na elaboração da
estratégia de manufatura é a decisão de investimentos
e o processo de decisão pode ser dividido em
quatro elementos principais: estruturação, coleta
de informações, conclusões e aprendizado (HILL,
2000). A estruturação significa definir o que deve
ser decidido e determinar os critérios de preferência
5. Fatores determinantes no processo de decisão de investimentos em robotização...
entre as opções. A coleta de informações é a busca de
fatos e seu reconhecimento para a tomada de decisão.
Nas conclusões, estruturam-se as informações e
adicionam-se aspectos qualitativos que definem a
decisão. O aprendizado se dá com o armazenamento e
realimentação das informações para futuras decisões
(RUSSO; SCHOEMAKER, 1993). Segundo Hill
(2000), as organizações possuem recursos limitados
e, por isso, tais decisões são tomadas com cautela e
baseadas em profunda análise. O argumento de que o
investimento deve trazer um rápido retorno (payback) é
atraente sob a ótica financeira, entretanto, considerado
de forma isolada pode levar a decisões equivocadas
quando o objetivo é melhorar a competitividade
estratégica.
Especificamente em relação aos investimentos em
ativos na manufatura, Slack e Lewis (2008) afirmam
que a principal medida de desempenho é o retorno
financeiro sob a forma de retorno sobre investimento,
ou ROI (return on investiment). Mas o investimento
em manufatura é estratégico à medida que afeta a
competitividade da empresa e influencia a operação
em termos de qualidade, velocidade, confiabilidade
e flexibilidade. Se for considerado somente o ROI,
os investimentos podem ser inviáveis e, por isso,
precisam ser considerados parâmetros de natureza
estratégica também (SLACK; LEWIS, 2008). Em
relação aos custos, um critério mais abrangente de
avaliação crescentemente utilizado é o Custo Total
de Propriedade (TCO – Total Cost Ownership), ou
seja, os custos desde a compra do equipamento até
o seu descarte (BIERMA; WATERSTRAAT, 2004).
Por meio do TCO projeta-se, além do custo direto de
aquisição do equipamento, os custos indiretos, ou seja,
os custos futuros que o equipamento demandará em
seu ciclo de vida, como peças de reposição, custos de
manutenção, treinamentos especiais e consumíveis
(WILD; HERGES, 2000).
Para Mills et al. (1999), e Lander e Bayou (1992),
investimentos em robotização e manufatura flexível
têm potencial para redução de custos, aumento da
flexibilidade e qualidade, e aumento da produtividade,
mas justificar tais investimentos se torna difícil caso
sejam considerados apenas aspectos econômicos e
financeiros, e, neste sentido, a decisão em robotização
deve ser iniciada com uma análise não econômica.
Os motivos para a robotização não relacionam-se
apenas à substituição de mão de obra por robôs e as
análises que suportam decisões de investimentos em
robotização devem considerar a comparação entre o
custo de capital e os custos de operação da instalação
de robôs, levando em conta também fluxo de caixa
projetado. Na fase de análise de custo, deve-se
determinar os custos e benefícios na instalação de
robôs industriais, seu custo de investimento, vendas
projetadas, lucro e ganhos operacionais. Nessa análise
deve se incluir não só o custo do robô industrial como
571
também o custo de ferramental acoplado, dispositivos
de transferência para outras células de produção,
equipamentos de segurança para os operadores, custos
de manutenção e treinamento do pessoal. Todos os
ganhos operacionais também devem ser incluídos
tais como ganhos de mão de obra, consumíveis,
tempo efetivo de operação, redução de afastamento
de pessoal devido a problemas de ergonomia, como
LER – Lesão por Esforço Repetitivo –, e redução de
sucata (MILLS et al., 1999).
A compra de bens de capital de alta tecnologia
se diferencia da compra de itens gerais de consumo.
Bens de capital de alta tecnologia possuem um
longo ciclo de vida de operação que demanda peças
de reposição bem como serviços. Neste sentido, a
decisão de investimento em robotização também
deve levar em conta aspectos como a parceria com o
fornecedor de robôs. Peças de reposição são itens de
alto valor agregado e deve-se considerar as alternativas
de fazer investimento direto ou consignação com
o fornecedor de robôs. Parceria com fornecedor
significa também evitar a inclusão de diferentes
marcas de robôs em uma mesma planta pois diferentes
marcas necessitam de diferentes treinamentos para os
operadores, diferentes peças de reposição e eventual
dificuldade de comunicação entre equipamentos
(SOSKA, 1999).
4 Metodologia da pesquisa
na indústria de autopeças
No sentido de identificar os fatores determinantes no
processo de decisão de investimentos em robotização
na indústria brasileira de autopeças, foi desenvolvida
uma pesquisa de campo em três etapas junto às
empresas de autopeças brasileiras no período de
09/07/2008 a 20/08/2008.
Na primeira etapa da pesquisa, foram realizadas
entrevistas com os diretores gerais de quatro fabricantes
de robôs sediados no Brasil, visando obter informações
sobre o perfil das pessoas que decidem ou influenciam
a decisão sobre robotização nas empresas de autopeças,
que podem ser diretores, gerentes ou analistas, e que
foram os sujeitos da pesquisa.
Na segunda etapa da pesquisa, foram entrevistados
seis especialistas do setor de autopeças no sentido
de obter informações sobre a tomada de decisão
em robotização que subsidiassem o posterior
desenvolvimento do formulário de pesquisa. Durante
as entrevistas abertas com especialistas, foram
questionados quais são os pontos mais importantes
a serem considerados na tomada de decisão de
investimentos em robotização (Quadro 1).
Com base nas duas primeiras etapas qualitativas,
e na bibliografia explorada, foi construído um
instrumento de pesquisa, delineado de forma
qualitativa, com 27 variáveis dispostas por meio de
6. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
572 Medina et al.
Quadro 1. Pontos importantes para a tomada de decisão em robotização.
Especialistas
1
2
3
4
Tempo de experi ncia
ê
14 anos
7 anos
12 anos
11 anos
Custo
×
×
×
×
Produtividade
×
×
–
×
Qualidade
×
×
×
×
Flexibilidade
×
–
×
×
Tecnologia
–
×
–
–
Estratégia
–
×
–
–
Desenvol imento de produto
v
–
×
–
–
Confiabilidade
×
–
–
–
Ergonomia
×
–
–
–
Fonte: Elaborado pelos autores com base em pesquisa de campo.
assertivas e uma escala Likert de 5 níveis variando
entre Discordo totalmente (1) até Concordo totalmente
(5), conforme o Quadro 2.
Finalmente, na terceira etapa, foi realizada uma
pesquisa exploratória quantitativa, caracterizada
como levantamento, junto às empresas associadas
ao Sindipeças, que formam uma população de
488 empresas, e são responsáveis por 95% da
produção local destinada às montadoras, ao segmento
de reposição e ao mercado externo (SINDICATO
NACIONAL DA INDÚSTRIA DE COMPONENTES
PARA VEÍCULOS AUTOMOTORES, 2008). Foram
enviados 329 instrumentos de pesquisa que resultaram
em amostra de 119 formulários respondidos e tabulados
para análise, ou 24,4% da população. A amostra
abrange todos os segmentos da indústria: plásticos,
borrachas, conjuntos estampados, conjuntos soldados,
usinagem seriada, forjados e fundidos.
5 Análise dos resultados
A análise dos dados extraídos dos 119 formulários
deu-se por meio de análise fatorial exploratória, e os
respondentes (98,3% do sexo masculino) atuavam
diretamente na área de manufatura em posições que os
qualificava para responder às perguntas formuladas:
diretores (7%), gerentes (35%), engenheiros de
manufatura (42%), compradores (9%) e manutenção
(7%). Embora não fosse uma pré condição para
participar da pesquisa, que foi orientada também
para empresas que pretendiam robotizar, o nível de
robotização das empresas pesquisadas é relativamente
alto, dado que apenas 25% não tinham robôs; 35%,
até dez robôs; e 40% tinham mais de dez robôs.
Inicialmente foi aplicado o teste de aderência à
distribuição normal de Kolmogorov-Smirnov que,
segundo Siegel (1979), aplica-se a amostras superiores
a 50 unidades. O resultado do teste de KolmogorovSmirnov obteve uma significância inferior a α = 0,05
5
7 anos
×
–
×
–
–
–
–
–
×
6
6 anos
×
–
×
×
×
×
–
–
–
(Asymp. Sig < 0,05), configurando uma amostra que
não apresenta uma distribuição normal, mas, segundo
Hair et al. (2005), para análise fatorial exploratória
não há necessidade de uma normalidade na amostra.
Dada a não normalidade da distribuição, deve-se
aplicar análises não paramétricas à amostra.
Os dados de uma matriz devem possuir correlações
suficientes para a aplicação de análise fatorial. Duas
maneiras para determinar a adequação de uma análise
fatorial é analisar a correlação da matriz inteira ou as
correlações parciais de cada variável (HAIR et al.,
2005). Para o teste de correlação para a matriz inteira,
aplicou-se o teste Bartlett de esfericidade e medida
de adequação da amostra (MSA) de Kaiser-MeyerOlkin (KMO). A medida de adequação da amostra
KMO apresentou um valor de 0,631. De acordo com
Hair et al. (2005), valores entre 0,6 e 0,7 apresentam
um correlação aceitável, porém, com suficiente
intercorrelação entre as variáveis. Valores abaixo
de 0,5 são considerados inaceitáveis; de 0,5 a 0,6,
ruins; acima de 0,7, as intercorrelações tornam-se
medianas; e acima de 0,8, admiráveis.
Após o teste de correlação, observa-se na matriz de
correlação, fornecida pelo SPSS 13.0 para Windows,
os valores individuais das variáveis para identificar
quais variáveis possuem valores abaixo de 0,5,
consideradas inaceitáveis para a aplicação de análise
fatorial. Esses valores devem ser observados nas
diagonais da matriz de correlação Anti-imagem. As
variáveis v1, v5 e v11 possuiam valores inferiores a
0,5 na diagonal da matriz. Devido a essas variáveis,
nessa amostra, obterem baixa intercorrelação com
as outras variáveis, foram eliminadas da análise
fatorial. Aplicaram-se novamente testes de Bartlett
de esfericidade e medida de adequação da amostra
(MSA) de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), obtendo os
resultados positivos e indicando que os dados estão
preparados para a análise fatorial.
7. Fatores determinantes no processo de decisão de investimentos em robotização...
573
Quadro 2. Instrumento de pesquisa e suas variáveis.
Variável
Assertiva
v1
A robotização industrial deve ser feita apenas para produtos desenhados para processos robotizados.
v2
O investimento em robotização industrial deve levar em conta sua flexibilidade de aplicação em
diversos tipos de processos antes de uma análise financeira do investimento.
v3
A busca de competitividade da empresa não passa sempre pelo setor produtivo, independente da
estratégia da empresa.
v4
A análise financeira do robô industrial e do sistema (célula) ao qual o robô está inserido deve estar
associada ao ciclo de vida do produto.
v5
Para trabalhos que ofereçam perigo para o ser humano, devem ser aplicados robôs independentemente
do retorno financeiro do investimento.
v6
As tecnologias de produção das empresas de autopeças devem estar alinhadas com as tecnologias de
produção das montadoras de veículos.
v7
Investir em robôs industriais é importante, pois se trata de tecnologia de última geração, independente
dos custos.
v8
As decisões de investimento em tecnologia de produção devem ser feitas exclusivamente por
engenheiros e especialistas de processo.
v9
A estratégia de manufatura não deve estar sempre subordinada à estratégia principal da empresa.
v10
O aumento de qualidade dos produtos produzidos por robôs é suficiente para justificar seu
investimento, independente do retorno financeiro e pay-back.
v11
A grande dificuldade das análises de investimento em robotização industrial não é o custo de
aquisição de um robô, mas o custo do sistema em que o robô está inserido.
v12
Na composição da estratégia de investimento em equipamentos, tecnologia é mais importante que o
retorno de investimento.
v13
Deve-se investir em robotização industrial somente se houver retorno financeiro e pay-back, de acordo
com a política da empresa.
v14
Mesmo sem retorno de investimento, utilizar robôs é importante devido à qualidade que estes trazem
para a produção.
v15
O uso de uma análise financeira como retorno sobre investimento não se aplica a robôs industriais,
pois esses são bens duráveis flexíveis utilizados em outros projetos.
v16
Independente do custo de investimento em tecnologias na produção, tais investimentos devem ser
feitos, se for solicitação do cliente final (por ex. montadora).
v17
No cálculo de retorno de investimento em robôs industriais não se deve levar em conta a redução de
mão de obra que este irá trazer.
v18
Investir em robôs industriais é importante, independente do retorno financeiro, porque mostra aos
clientes um parque industrial moderno.
v19
O robô deve estar associado ao ciclo de vida do produto e, por isso, seu custo de aquisição deve ser o
menor possível para viabilizar o investimento.
v20
Nem sempre se deve analisar índices financeiros antes de se definir o tipo de tecnologia de produção.
v21
A robotização industrial é eficaz porque basicamente reduz mão de obra.
v22
Não importa a estratégia de manufatura, novas tecnologias de produção devem estar em primeiro plano.
v23
O robô industrial deve ser considerado como um bem durável não só para um projeto, mas para
projetos futuros, como um investimento a longo prazo.
v24
Investimento em robotização deve contemplar apenas o custo de aquisição. Não é necessário análise
de investimento em robôs levando em conta desde a compra do equipamento até o seu descarte e
peças de reposição.
v25
Analisar um investimento em robotização industrial deve ser feito a longo prazo, considerando a
flexibilidade de aplicação de um robô.
v26
Os investimentos em robôs industriais não devem estar associados ao ciclo de vida do produto que
este irá produzir.
v27
O aumento de produtividade em robotização justifica seus investimentos, independente do pay-back
exigido pela empresa.
Fonte: Elaborado pelos autores.
8. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
574 Medina et al.
A análise de componentes principais e a análise
de fatores comuns são modelos para obtenção de
soluções fatoriais. A análise de componentes principais
considera a variância total e determina fatores que
contêm pequenas proporções de variância única, e
esses fatores, com as respectivas cargas das variáveis,
identificarão a estrutura latente (HAIR et al., 2005).
A determinação dos fatores da pesquisa será dada
pela análise de componentes principais. A extração de
fatores utilizando o autovalor torna-se confiável em
um conjunto de variáveis entre 20 e 50 unidades (27
no instrumento de pesquisa). Esse critério é chamado
de critério da raiz latente. Cada fator individual deve
explicar a variância de pelo menos uma variável, ou
seja, cada variável contribui com valor 1 do autovalor
total e os autovalores inferiores a 1 são descartados
(HAIR et al., 2005).
Ainda segundo Hair et al. (2005), outro critério para
extração de fatores seria o critério da percentagem
de variância. Em ciências sociais, 60% da variância
total pode ser considerada como satisfatória, devido
às informações serem menos precisas se comparadas
com ciências naturais.A ordem de importância dos
fatores foi caracterizada conforme a percentagem
de variância de cada um. A matriz não rotacionada
contém os 8 fatores extraídos e as cargas fatoriais
para cada variável em cada fator. Para a obtenção
de um padrão fatorial mais significativo, deve-se
rotacionar a matriz fatorial buscando-se uma melhor
redistribuição da variância entre os fatores.
Na análise, foi feita uma rotação ortogonal, ou
seja, 90 graus entre os fatores. O método de rotação
utilizado foi o Varimax, que, segundo Hair et al. (2005),
maximiza a soma de variâncias de cargas exigidas
da matriz fatorial. Para as cargas fatoriais, Hair et al.
(2005) afirmam que, no caso de amostras maiores
que 100, as cargas maiores que +/- 0,30 atingem o
nível mínimo, acima de +/- 0,40 são consideradas
importantes, e acima de +/- 0,50 com significância
prática. Para a análise, devemos associar cada variável
a apenas um fator, com isso, para cada variável será
assumido o fator em que ela possui maior carga
fatorial. Na Tabela 1 pode-se observar o resultado
da matriz rotacionada, mantendo-se a maior carga
fatorial de cada variável.
Tabela 1. Matriz de componentes rotacionada (variáveis com maior carga).
1
2
3
v2
–
–
–
v3
–
–
–
v4
–
–
–
v6
–
–
0,6196
v7
0,5135
–
–
v8
–
–
–
v9
–
0,4420
–
v10
0,5037
–
–
v12
0,5174
–
–
v13
–
–
–
v14
0,5473
–
–
v15
–
0,6880
–
v16
–
0,7561
–
v17
–
–
v18
–
0,6151
–
v19
–
–
–
v20
–
–
–
v21
0,6487
–
–
v22
0,7335
–
–
v23
–
–
v24
–
–
0,7114
v25
–
–
–
v26
–
–
–
v27
–
–
0,6186
Fonte: Pesquisa de campo e SPSS.
Componentes
4
5
–
–
–
–
0,7064
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
0,8078
–
–
–
–
–
–
–
–
0,7899
–
–
0,8217
-0,6031
–
–
–
6
–
–
–
–
–
–
–
–
–
-0,8059
–
–
–
0,5078
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
7
0,5084
0,7391
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
8
–
–
–
–
–
-0,6794
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
0,6707
–
–
–
–
–
–
–
Comunalidades
Extração
0,4945
0,6511
0,5865
0,5986
0,5883
0,7002
0,4645
0,6893
0,6262
0,6759
0,5048
0,5894
0,7244
0,5571
0,5908
0,7284
0,5472
0,5760
0,6393
0,6724
0,5589
0,7255
0,6940
0,5894
9. Fatores determinantes no processo de decisão de investimentos em robotização...
Na Tabela 2, podemos observar os fatores e suas
respectivas variáveis.
Antes da análise dos fatores, faz-se necessária
uma avaliação do grau de consistência entre as
medidas das variáveis, ou seja, a confiabilidade do
instrumento de pesquisa. O coeficiente mais utilizado
segundo Hair et al. (2005) é o alfa de Cronbach. O
alfa de Cronbach é um índice normalizado que varia
de 0 a 1, sendo aceitáveis valores acima de 0,6 para
pesquisas exploratórias. Aplicado o coeficiente alfa
de Cronbach de confiabilidade e feita a inversão dos
escores das variáveis v8, v13, v26, a fim de evitar
uma neutralização de cargas positivas e negativas no
teste, observou-se que os fatores 3, 6, 7 e 8 foram
considerados abaixo do nível aceitável. Por se tratarem
de fatores com variáveis relevantes à pesquisa, apenas
os fatores 7 e 8 serão descartados da análise final
por estarem muito abaixo do limite inferior de 0,6.
No sentido de analisar os fatores e as variáveis
individualmente, foi realizada uma análise de tendência
entre discordância e concordância com base no
agrupamento das frequências das respostas em três
níveis: discordância, indiferença e concordância, com
base na Tabela 3. Ao analisar-se o fator 1, observou-se
nele a maior correlação entre as variáveis. O robô
industrial possui um alto valor agregado, ou seja, um
alto valor no custo de aquisição. De acordo com Slack
e Lewis (2008), se considerarmos apenas o retorno
de investimento (ROI) como critério de análise para a
tomada de decisão em investimentos de robotização,
estes tornam-se proibitivos, por isso, deve-se avaliar o
investimento conforme sua viabilidade, aceitabilidade
e vulnerabilidade. O resultado da pesquisa, entretanto,
mostrou que, mesmo com a associação qualidade e
tecnologia, os custos aparecem como principal item do
trinômio. A pesquisa identificou que, diferentemente
do que Slack e Lewis (2008) diz, os investimentos
em manufatura não se fundamentam unicamente
em tecnologia, mas essencialmente, nas análises
financeiras e, conforme a variável 21, nos recursos
humanos necessários a uma robotização. De acordo
com Mills et al. (1999), robotizar não significa
apenas substituir mão de obra por robôs, e isso foi
Tabela 2. Fatores × variáveis.
Fator (construto)
Fator 1
Fator 2
Fator 3
Fator 4
Fator 5
Fator 6
Fator 7
Fator 8
Variável
v7; v10; v12; v14; v21; v22
v9; v15; v16; v18
v6; v24; v27
v4; v19; -v26
v23; v25
-v13; v17
v2; v3
-v8; v20
Fonte: Pesquisa de campo e SPSS.
575
confirmado na pesquisa, porém eles também afirmam
que investimentos em robotização e manufatura
flexível têm potencial de redução de custos, mas tais
investimentos tornam-se difíceis se considerados
apenas por análises econômicas.
No fator 2, de acordo com a pesquisa, a estratégia de
manufatura deve estar subordinada a uma estratégia de
negócios, confirmando Skinner (1969), Wheelwright
(1984) e Cagliano, Caniato e Spina (2006). Assim
como observado no fator 1, os investimentos em
robotização industrial não são baseados somente
em tecnologia e manufatura, mas sim, atrelados à
estratégia financeira, também de forma divergente
de Slack e Lewis (2008).
Santos e Pinhão (2000) afirmam que qualidade,
máquinas especiais de produção e sistemas de logística
são pré-requisitos para fornecimento de sistemas
modulares às montadoras. Os robôs industriais são
máquinas especiais para a produção e podemos
entender que a forma como a assertiva foi colocada,
evidenciando a montadora como cliente, mostra que
a estratégia de manufatura e a estratégia financeira
da empresa, cedem espaço uma a outra, conforme a
natureza da relação de fornecimento entre a autopeça
e a montadora. Temos no fator 3 a corroboração de
que as tecnologias de produção das empresas de
autopeças devem estar alinhadas com as tecnologias
das montadoras. A produtividade das linhas das
autopeças devem seguir os mesmos preceitos das
linhas das montadoras, por meio de tecnologia e
qualidade, porém, somente se houver paralelos retornos
financeiros, ou seja, o alinhamento tecnológico deve
respeitar os critérios de análise financeira da estratégia
de negócio da empresa de autopeças.
Associar investimentos ao ciclo de vida do produto
reduz riscos segundo Hill (2000) e Mills et al. (1999),
e o fator 4 nos mostrou que os respondentes das
autopeças associam a robotização industrial e seus
investimentos ao ciclo dos produtos que estes irão
produzir, reduzindo riscos. Podemos observar que não
só o robô industrial mas seus componentes (célula e
ferramenta) também devem estar associados ao ciclo
do produto em consonância com Soska (1999), que
afirma que o investimento em robotização não se
resume à compra apenas do robô industrial, mas sim
a todo um sistema ao qual ele está inserido.
Em uma análise de investimento em robô industrial
paralela ao ciclo de produto, temos no fator 5 o
investimento em robotização como um investimento
a longo prazo. Esse investimento deve estar atrelado
às metas gerenciais e analisado a longo prazo, sob
risco da aquisição tornar-se inviável. Na análise de
tendência do fator 5, observou-se que mais de 60%
dos respondentes concordam que os investimentos
em robotização devem ser feitos a longo prazo. Esse
fato acaba por contradizer o fator 4 no qual temos os
investimentos em robotização atrelados ao ciclo de
10. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
576 Medina et al.
Tabela 3. Análise de tendência por variável.
Fator Variável
1
v7
Assertiva
Investir em robôs industriais é importante, pois trata-se de
tecnologia de ponta, independente dos custos.
v10
O aumento de qualidade dos produtos produzidos por robôs
é suficiente para justificar seu investimento, independente
do retorno financeiro e pay-back.
v12
Na composição da estratégia de investimento em
equipamentos, tecnologia é mais importante que o retorno
de investimento.
v14
Mesmo sem retorno de investimento, utilizar robôs é
importante devido à qualidade que estes trazem para a
produção.
v21
A robotização é eficaz porque basicamente reduz mão de
obra.
v22
Não importa a estratégia de manufatura, novas tecnologias
de produção devem estar em primeiro plano.
2
v9
A estratégia de manufatura não deve estar sempre
subordinada à estratégia principal da empresa.
v15
O uso de uma análise financeira como retorno sobre
investimento não se aplica a robôs industriais, pois esses são
bens duráveis flexíveis utilizados em outros projetos.
v16
Independente do custo de investimento em tecnologias
na produção, tais investimentos devem ser feitos se for
solicitação do cliente final (por ex. montadora).
v18
Investir em robôs industriais é importante, independente do
retorno financeiro, porque mostra aos clientes um parque
industrial moderno.
3
v6
As tecnologias de produção das empresas de autopeças
devem estar alinhadas com as tecnologias de produção das
montadoras.
v24
Investimento em robotização deve contemplar apenas o
custo de aquisição. Não é necessário análise de investimento
levando em conta desde a compra do equipamento até o seu
descarte.
v27
O aumento de produtividade em robotização justifica seus
investimentos, independente do pay-back exigido pela
empresa.
4
v4
A análise financeira do robô industrial e de seu sistema deve
estar associada ao ciclo de vida do produto.
v19
O robô deve estar associado ao ciclo de vida do produto e
por isso seu custo de aquisição deve ser o menor possível
para viabilizar o investimento.
-v26 Os investimentos em robôs industriais não devem estar
associados ao ciclo de vida do produto que este irá produzir.
5
v23
O robô industrial deve ser considerado como um bem
durável não só para um projeto, mas para projetos futuros,
como um investimento de longo prazo.
v25
Analisar um investimento em robotização industrial deve
ser feito a longo prazo, considerando a flexibilidade de
aplicação do robô.
6
-v13 Deve-se investir em robotização industrial somente se
houver retorno financeiro e pay-back, de acordo com a
política da empresa.
v17
No cálculo de retorno de investimento em robôs industriais
não se deve levar em conta a redução de mão de obra que
trará.
Fonte: Elaborada pelos autores com base em pesquisa de campo e SPSS.
Discorância Indiferença Concordância
(%)
(%)
(%)
66,4
29,4
4,2
65,5
26,9
7,6
69,7
23,5
6,7
52,1
33,6
14,3
53,8
30,3
16,0
51,3
29,4
19,3
63,9
15,1
21,0
68,9
18,5
12,6
49,6
16,0
34,5
73,1
21,8
5,0
10,9
23,5
65,5
85,7
4,2
10,1
58,8
21,0
20,2
16,8
18,5
64,7
31,1
26,1
42,9
31,1
21,0
47,9
10,1
21,8
68,1
10,1
21,0
68,9
52,1
27,7
20,2
79,0
10,9
10,1
11. Fatores determinantes no processo de decisão de investimentos em robotização...
Quadro 3. Fatores.
Fator
Descrição
(construto)
Fator 1
Tecnologia, qualidade e custos
Fator 2
Estratégia funcional e investimentos
Fator 3
Produtividade e cliente
Fator 4
Robotização associada ao produto
Fator 5
Investimento a longo prazo
Fator 6
Robotizar independente dos custos
Fonte: Elaborado pelo autores.
vida do produto, e o tempo de vida dos veículos está
cada vez menor. Neste sentido, Mills et al. (1999)
afirmam que produtos projetados para fabricação
utilizando robôs industriais trazem flexibilidade
na produção. A associação dos investimentos em
robotização a longo prazo com produtos com ciclo de
vida cada vez menores deve-se à intermodularidade
dos vários produtos e modelos das montadoras, que
se reflete nos modelos das autopeças.
Para Mills et al. (1999), aspectos intangíveis
devem ser considerados na decisão em robotização
e a decisão em robotização deve ser iniciada com
uma análise não econômica. No fator 6, a maioria
dos respondentes (52%) discordou de que se deve
investir em robotização industrial somente se houver
retorno financeiro e pay-back, de acordo com a
política da empresa, contrapondo o resultado das
variáveis do fator 1, no qual o retorno de investimento
é mais importante que resultados como qualidade.
Essa assertiva não possui um trade-off entre custos
e outras características, o que pode ter sugestionado
os respondentes a discordarem. Slack e Lewis (2008)
afirmam que a seleção de processos tecnológicos
deve levar em conta, além de outros itens, o grau
de automação, ou seja, o equilíbrio ente máquinas
e mão de obra direta, em um sistema. Mesmo com
economia em redução de mão de obra, a robotização
deve levar em conta a redução da variabilidade em um
sistema de manufatura. Com isso, ao analisarem-se
as respostas no fator 6, constata-se que a pesquisa
coincide com as afirmações de Mills et al. (1999) e
Slack e Lewis (2008).
Com base na análise efetuada, nomearam-se
os fatores de acordo com suas características e
correlações, conforme o Quadro 3.
6 Considerações finais
As montadoras de veículos, condicionadas por forte
concorrência global que impõe contínua inovação
e melhoria de qualidade, associadas à redução de
custos, criam novas demandas para seus principais
fornecedores, que são as empresas de autopeças.
Algumas destas demandas relacionam-se diretamente
a investimentos em bens de capital, que têm papel
577
central nas estratrégias de manufatura e impactam a
competitividade das empresas. Entre os investimentos
em bens de capital destaca-se a robotização, que teve
início nas montadoras, é crescentemente adotada pela
empresas de autopeças e dissemina-se por várias
outras indústrias no Brasil.
As decisões de investimento acerca da robotização
industrial, embora impactando mais diretamente a
área de manufatura, são de natureza estratégica e
interfuncional. Os investimentos em robotização
são relativamente altos e se dão, além do nível dos
ativos tangíveis, em uma série de fatores intangíveis
como o realinhamento organizacional, processos e
formação de recursos humanos. Outros aspectos
intangíveis inerentes à robotização, como redução
de trabalhos tediosos e repetitivos da mão de obra,
ergonomia e redução de afastamentos por LER (Lesão
por Esforço Repetitivo) também revestem as decisões
de investimento.
O resultado da pesquisa realizada junto às empresas
de autopeças do Brasil identificou que o custo e o
retorno a longo prazo relacionados à robotização
industrial são os fatores mais importantes em uma
tomada de decisão de investimentos desse tipo. Outros
fatores como tecnologia, qualidade e produtividade
possuem uma importância secundária se não estiverem
alinhados com a estratégia financeira do negócio. Em
relação especificamente à robotização desta indústria
identificou-se, portanto, que a estratégia de manufatura
está subordinada à estratégia financeira, a despeito
da interfuncionalidade inerente à área. A robotização
industrial é entendida como um investimento a longo
prazo que deve ser analisado à luz do ciclo de vida
de produtos a ele associado e, embora os aspectos
intangíveis de uma robotização sejam conhecidos
e valorizados no senso comum, de acordo com os
resultados da pesquisa realizada, não têm importância
significativa na tomada de decisão em robotização
na indústria de autopeças brasileira. A estratégia de
manufatura de cada empresa determina que tipo de
modelo e análise de inventimento está associado à
robotização.
Pesquisas complementares poderiam estudar
a hipótese de que o elevado peso de aspectos
financeiros na decisões em robotização no Brasil
estão correlacionados às altas taxas de juros reais que
inibem os investimentos em bens de capital em geral.
Em países como Japão e Alemanha, com a maior taxa
global de robotização da indústria automobilística, e
que têm baixas taxas de juros e custo de mão de obra
elevados, a importância dos fatores de investimento
em robotização deve ser bastante diferente. Haveria,
portanto, uma perspectiva de significativa mudança no
quadro de robotização industrial do Brasil à medida
que o custo de capital ficasse mais equiparado ao dos
países desenvolvidos.
12. 578 Medina et al.
Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 3, p. 567-578, 2010
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