Descrição: Este módulo pretende sintetizar os conteúdos mais importantes do Curso. Depois de uma introdução filosófica que pretende refutar o erro de que apenas a ciência oferece conhecimento verdadeiro, apresenta-se o ponto de vista de Santo Agostinho acerca da relação entre fé e razão. De seguida, reafirma-se a doutrina perene da Igreja Católica de que a razão humana, trabalhando com base na observação da realidade que nos rodeia, consegue demonstrar a existência e principais propriedades de Deus. Na secção seguinte, discute-se o tema "Milagres e Ciência", procurando-se mostrar que a alegada incompatibilidade entre milagres e ciência é uma ideia falsa, radicada numa teologia deficiente e numa compreensão deficiente do conceito de lei científica, ou de "lei da Natureza". Finalmente, termina-se com um caso de estudo: o milagre do Sol, ocorrido em Fátima a 13 de Outubro de 1917.
2. Curso Ciência e Fé
I – Introdução
II – Filosofia Grega e Cosmologia Grega
III – Filosofia Medieval e Ciência Medieval
IV – Inquisição e Ciência
V e VI – O Caso Galileu
VII – A Revolução Científica
VIII – Darwin e a Igreja Católica
IX – Os Argumentos Cosmológico e Teleológico
X – Filosofia da Mente e Inteligência Artificial
XI – Milagres e Ciência
XII – Concordância entre Cristianismo e Ciência
5. Toda a doutrina cristã assenta no conceito cristão de Deus e na existência desse Deus
Do ponto de vista ateísta: a crença na existência de Deus é irracional
Afirma-se que o conceito de Deus é contraditório: é impossível que Deus exista
Mais modestamente, afirma-se que Deus poderia existir, mas não existe
Só se pode dizer que a crença é irracional se se mostrar que é impossível que Deus exista
Do ponto de vista cristão: a crença na inexistência de Deus é irracional
Afirma-se que a razão e a observação levam a que seja impossível que Deus não exista
Mais modestamente, Deus poderia não existir, mas existe (esta posição não é cristã)
Se é impossível que Deus não exista, então o ateísmo é irracional
Introdução
A fé cristã é irracional?
«(…) Deus, a causa primeira (principium) e o fim de todas as coisas, pode, a partir das coisas
criadas, ser conhecido com certeza pelo poder natural da razão humana (…)» - Vaticano I
5
Atenção: dizer que o ateísmo é irracional não é dizer que os ateus são irracionais!
5
7. «O Deus do Antigo Testamento é a personagem mais desagradável de toda a ficção.
Ciumento e orgulhoso disso. Um mesquinho, injusto e impiedoso fanático do controlo.
Um vingativo “limpador étnico” sedento de sangue. Um misógino, homofóbico, racista,
infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalómano, sado-masoquista, caprichoso e
malévolo rufia.»
Palestra em Lynchburg, Virginia (E.U.A.), 2006
Richard Dawkins (1941-)
Este cientista julga que a Ciência
conduz ao ateísmo…
É o mais popular “profeta”
moderno do ateísmo!
Introdução
Estará Dawkins a falar como cientista?
7
Ou estará a usar a sua carreira científica como aval para o seu ateísmo?
8. Introdução
O Deus do Antigo Testamento…
«Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egipto o meu filho. Mas, quanto mais os chamei,
mais eles se afastaram; ofereceram sacrifícios aos ídolos de Baal e queimaram oferendas a estátuas.
Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconheceram que era Eu
quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que
levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer.
Ele [Israel] voltará para o Egipto, e a Assíria será o seu rei, porque recusaram converter-se. A espada
devastará as suas cidades, destruirá as suas defesas e os devorará, por causa dos seus planos.
O meu povo é inclinado a afastar-se de mim; quando se convida a subir ao que está no alto, ninguém
procura elevar-se. Como poderia abandonar-te, ó Efraim? Entregar-te, ó Israel? Como poderia Eu
abandonar-te, como a Adma, ou tratar-te como Seboim? O meu coração dá voltas dentro de mim,
comovem-se as minhas entranhas.
Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem,
sou o Santo no meio de ti, e não me deixo levar pela ira.» - Oseias, 11, 1-9
8
Dawkins não está a falar como cientista, senão verificaria melhor os factos…
8
9. Obstáculos…
Incompreensão do conceito
de Deus:
“Enquanto eu não vir Deus com
os meus olhos não acredito”;
“Mostrem-me Deus” ;
etc.
A Fé cristã seria
incompatível
com a Razão...
Cientista Ateu
Dúvidas sobre a
sinceridade dos cristãos:
“O clero inventou tudo para ter poder”;
“Nem o Papa acredita em Deus”;
etc.
O mito da
incompatibilidade
entre Fé Cristã e
Ciência
(sécs. XVIII e XIX)
Lendas anti-cristãs:
“A Ressurreição foi falsificada”;
“Jesus foi casado com Maria Madalena”;
“Jesus não queria fundar uma Igreja”;
“Constantino «montou» o Novo Testamento”;
“A Igreja é inimiga da sexualidade”;
“A Inquisição matou milhões de pessoas”;
“O Papa Pio XII apoiou o nazismo”;
etc.
Fé = Superstição:
Erro comum, confundir “supra-
racional” com “irracional”
A Fé é “supra-racional”, ou
seja, actua “acima” da razão
Para ser “irracional”, a Fé teria
que estar contra a razão
9
10. 10
1. A Questão de Hoje
2. Introdução e Obstáculos
3. Obscurantista, a Igreja?
4. A dita guerra entre Igreja e Ciência
5. Cientistas e católicos
6. Conclusão
Índice
11. Igreja Católica: a grande inimiga e rival da Ciência e da Razão?
A religião cristã teria mantido a Europa em atraso civilizacional: “a Idade das Trevas”
O caso excepcional de Galileu é apresentado como a “regra” no conflito com a Ciência
Julgamento de Galileu – Cristiano Banti (1857)
Obscurantista, a Igreja?
11
12. Obscurantista, a Igreja?
Como se
explica que…
… tenham sido dois Cardeais, Schömberg e Tiedemann Giese, a pedir a Copérnico para
publicar a sua obra De revolutionibus orbium coelestium (Nuremberga, 1543), em defesa do
modelo heliocêntrico?
O caso Galileu: uma história mal contada?
… a obra de Copérnico tenha sido dedicada pelo autor ao Papa Paulo III, que a autorizou?
Como se
explica que…
… apenas em Fevereiro de 1616, ou seja, 73 anos depois da primeira edição, um grupo de
teólogos do Santo Ofício tenha declarado que o heliocentrismo era herético?
Como se
explica que…
… essa declaração não tenha sido assinada pelo Papa e formalizada para toda a Igreja,
levando apenas a uma proibição do livro de Copérnico?
Como se
explica que…
… que a obra que causou a ruína de Galileu, o Diálogo (Florença, 1632), tenha sido
impressa com permissão do Inquisidor de Florença?
Como se
explica que…
… o Papa Urbano VIII, outrora grande amigo de Galileu, o tenha condenado em 1633, por
causa de uma obra aprovada pelas autoridades eclesiásticas?
Como se
explica que…
… em Março de 1638, em prisão domiciliária em Florença, Galileu peça ao Santo Ofício
permissão para ir à missa em dias festivos?
Como se
explica que… 12
13. “Tenho duas fontes de perpétuo conforto: primeiro, que nos meus
escritos não se pode encontrar a mais ténue sombra de
irreverência em relação à Santa Igreja; e segundo, o testemunho
da minha própria consciência, que apenas eu e Deus no Céu
conhecemos. E Ele sabe que nesta causa pela qual eu sofro,
apesar de que muitos podem ter falado dela com mais erudição,
ninguém, nem mesmo os antigos Padres, falou com mais
piedade ou como maior zelo pela Igreja do que eu”
Carta de Galileu a Nicolò Fabri di Peiresc, de 21 de Fevereiro de 1635.
Obscurantista, a Igreja?
13
O caso Galileu: uma história mal contada?
14. Obscurantista, a Igreja?
Porque razão estava Giovanni Lembo, amigo de
Galileu, em Lisboa, em 1614, no colégio jesuíta
de Santo Antão, a ensinar na Aula da Esfera a
construção de telescópios galileanos?
Porque razão o Padre Jesuíta Manuel Dias
divulgou na China, em 1614, as descobertas
astronómicas de Galileu Galilei?
Galileu, Sidereus Nuncius, Veneza, 1610 Manuel Dias, Tianwenlüe, Pequim, 1614
14
O caso Galileu: uma história mal contada?
15. Obscurantista, a Igreja?
Ou o oposto?
«The Roman Catholic Church gave more financial and social support
to the study of astronomy for over six centuries, from the recovery of
ancient learning during the late Middle Ages into the Enlightenment,
than any other, and, probably, all other, institutions (p. 3).»
«During the sixteenth and seventeenth centuries the Catholic Church
supported a great many cultivators of science. A systematic study of
the niches they occupied, the infrastructure they moved through, and
the roles they fulfilled does not exist. The courts and households of
the big ecclesiastical patrons, the popes and cardinals, afforded many
openings for the learned. The great orders, especially the Jesuits,
supported some of their brethren as writers, mathematicians,
architects and engineers” (pp. 21-22).»
J. L. Heilbron,
The Sun in the Church. Cathedrals
as Solar Observatories
(Harvard University Press, 1999)
15
16. Obscurantista, a Igreja?
Ou o oposto?
«The single most important contributor to the
support of the study of physics in the
seventeenth century was the Catholic Church
and, within it, the Society of Jesus» (p. 2)
«O mais importante contribuidor para o apoio do
estudo da física no séc. XVII foi a Igreja Católica
e, nela, a Companhia de Jesus» (p. 2).
J. L. Heilbron,
Electricity in the 17th and 18th
Centuries
16
16
18. «A Teologia representada em Roma pelos Santos Padres, seus
legítimos intérpretes, não só não se encontrou nunca, em tempo
algum, de acordo com a ciência e com a razão do homem, mas
esteve sempre em conflito, em contradição e em hostilidade com a
razão e com a ciência.»
Ramalho Ortigão, “As Farpas”
– carta a Monsenhor Pinto de Campos
Ramalho Ortigão (1836-1915)
A dita guerra entre Igreja e Ciência
18
19. A dita guerra entre Igreja e Ciência
Os pioneiros da tese do conflito
John William Draper (1811-1882)
“History of the Conflict between Religion and
Science” (1875)
Cientista, médico e professor universitário (NYU)
Presidente da American Chemical Society
Fundador da NY University School of Medicine
Obra escrita num tom anticatólico
Andrew Dickinson White (1832-1918)
“A History of the Warfare of Science with
Theology in Christendom“ (1896, 2 vols.)
Fundador (com Ezra Cornell) e primeiro
Presidente da Universidade Cornell (EUA)
White pretendia combater a “teologia” e não
a “religião”: a Ciência vista como purificadora
da religião organizada
19
20. A dita guerra entre Igreja e Ciência
A história quase completa desta “guerra”…
1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000
1600: Giordano Bruno
queimado em Roma pela
Inquisição
… mas por magia: ele não
era cientista!
1633: Galileu condenado a
prisão domiciliária
Na sequência da publicação da
sua obra Diálogo, por
desobedecer a uma ordem que
(presumidamente) lhe fora dada
em 1616 pelo Cardeal Bellarmino
1720: John Toland lança o
mito moderno de Hipátia
Filósofa alexandrina do século
V, assassinada em 415
1788/89: “History of the
Decline and Fall of the
Roman Empire”, vol. VI
Edward Gibbon culpa os
cristãos pela morte de Hipátia
(p. 17) e pela destruição da
Biblioteca de Alexandria (que já
não existia na altura, p. 420)
2009: O mito de Hipátia
chega às salas de cinema
“Ágora” do realizador Alejandro
Amenábar
«Ao antigo saber científico dos pagãos
seguiu-se a Idade das Trevas do cristianismo» 20
1980: “Cosmos”
Carl Sagan ecoa
Gibbon: culpa os
cristãos pela
morte de Hipátia e
pelo fim da
Biblioteca de
Alexandria (p.365)
21. Judeo-cristianismo: Cosmos estável, estruturado e
inteligível, obra de um Deus racional e fiel
Investigar a Natureza é “ler” a obra racional de Deus
Criado à imagem e semelhança de Deus, o Homem é
capaz de inteligir o Cosmos criado por Deus
Distinção entre Criador e Criação: a Natureza tem as
suas próprias “leis” definidas por Deus
Deus valoriza a Criação e o Homem porque Deus Se
fez Homem em Jesus Cristo
Desaparece o Cosmos pagão: eterno e necessário
(autossuficiente, auto-existente)
Surge o Cosmos cristão: criado “ex nihilo” (do nada) e
contingente (dependente de algo para existir)
O Cosmos cristão podia não existir! Se existe…
Porque é que existe? O que o fez existir?
Cristianismo: o berço da Ciência
Porque razão a Ciência apenas prosperou no
Ocidente cristão?
Tu, porém, regulaste tudo com
medida, número e peso.
Livro da Sabedoria, c. 11, v. 20
21
22. Palestra de Bento XVI na Aula Magna de Regensburg,
12 de Setembro de 2006: "Fé, Razão e Universidade":
"E no entanto a razão moderna, própria das ciências
naturais, com a sua dimensão platónica intrínseca traz
consigo (...) uma questão que a transcende a ela
juntamente com as suas possibilidades metódicas"
"Ela própria tem simplesmente de aceitar a estrutura
racional da matéria e a correspondência entre o
nosso espírito e as estruturas racionais operativas
na natureza como um dado de facto, sobre o qual se
baseia o seu percurso metódico"
"Mas a pergunta sobre o porquê deste dado de facto
existe e deve ser confiada pelas ciências naturais a
outros níveis e modos do pensar – à filosofia e à
teologia"
Cristianismo: o berço da Ciência
Quais são os pressupostos filosóficos e
teológicos da Ciência moderna?
22
O trabalho do cientista pressupõe um Cosmos racional e inteligível!
23. A eficácia da Matemática em Ciência: de onde vem?
Eugene Wigner (1902-1995), físico e matemático ateu
Prémio Nobel da Física (1963)
The Unreasonable Effectiveness of Mathematics in
the Natural Sciences (1960)
«(…) fundamentalmente, não sabemos porque é que as
nossas teorias funcionam tão bem. Por isso, a sua precisão
pode não provar a sua verdade e consistência. (...)
O milagre da apropriedade da linguagem da matemática à
formulação das leis da física é um dom maravilhoso, que
nós nem entendemos nem merecemos. Deveríamos estar
agradecidos por ele, e esperar que se mantenha válido em
pesquisas futuras (...)»
23
Cristianismo e Ciência: profundamente concordantes
25. Cientistas e cristãos
Padre secular e professor na Universidade de Paris
Jean Buridan (c.1295-1358)
Nascido em Béthune, na Picardia, de origem humilde
Desenvolveu a teoria do ímpeto: os corpos em movimento tendem a mantê-lo
Lançou as bases para o trabalho de Newton na dinâmica dos corpos
25
Pioneiro, na Europa medieval, de Física não aristotélica
Bolseiro no Colégio Lemoine em Paris, Mestre em Artes e Professor na Universidade de Paris
«depois de abandonar o braço do lançador, o projéctil move-se graças a um ímpeto que lhe é dado
pelo lançador, e este continuará a mover-se enquanto o ímpeto permanecer mais forte do que a
resistência, e seria de infinita duração se não fosse diminuído ou corrompido por uma força contrária
que lhe resistisse ou por algo inclinado a um movimento contrário» (QM XII.9: 73ra)
26. Cientistas e cristãos
Matemático, economista, físico, astrónomo, filósofo, musicólogo, teólogo
Nicole Oresme, Bispo de Lisieux (c.1320-1382)
Forte crítico das “manipulações monetárias” por parte do poder temporal
Forte crítico da astrologia, e do seu uso por parte dos governantes
Criador de um grande número de termos científicos em francês
Demonstrou, séculos antes de Galileu, as leis do movimento uniforme
Primeiro método de cálculo para potências irracionais
Primeira teoria da propagação de ondas de som e luz por via energética
“Tratado do aperfeiçoamento das espécies”: pai da Teoria dos Sistemas, propõe evolução
biológica pela adaptação do indivíduo ao ambiente, cinco séculos antes de Lamark e Darwin
26
27. Cientistas e cristãos
Filósofo, matemático e inventor francês, natural de Clermont-Ferrand
Entre 1642 e 1645, Pascal desenvolveu cerca de 50 protótipos de calculadora
A “Pascaline” foi apresentada ao público em 1645:
Pascal construiu cerca de 20 calculadoras, das quais sobreviveram apenas 9
Hidrostática: determinação da relação entre a altitude e a pressão atmosférica (lei de Pascal)
Inventor: prensa hidráulica, seringa, roleta (forma primitiva)
O nome de Pascal foi dado a uma unidade do sistema SI (pressão) e a uma linguagem de programação
Pensées, a obra-prima de Pascal, não foi terminada: o título original: Apologia da religião cristã
Blaise Pascal (1623-1662)
27
27
28. Cientistas e cristãos
Dinamarquês, natural de Copenhaga
Niels Stensen (1638-1686)
Anatomista, investigou o sistema muscular e o sistema nervoso
Pioneiro em Geologia e Estratigrafia (fundou-a em 1669)
Foi o primeiro a afirmar que os fósseis derivam de organismos vivos
Converteu-se do luteranismo ao catolicismo em 1666
Em 1667 dissecou um tubarão
Em 1677 foi ordenado Bispo
Morreu em 1686
- Em 1987, o Papa João Paulo II proclamou-o Beato
28
29. Sacerdote jesuíta, matemático, físico, astrónomo, filósofo, teólogo, poeta
e diplomata, nascido em Dubrovnik (hoje Croácia)
Em Setembro de 1725, abandona Dubrovnik e segue para Roma
Inicia o noviciado jesuíta em 1731, em Sant’Andrea delle Frate, onde estuda
Matemática e Física, revelando-se um aluno brilhante
Em 1740 é nomeado professor de Matemática do colégio
Em 1758 publica em Veneza a sua obra mais importante, Teoria da filosofia natural derivada da
única lei de forças existente na Natureza, que contém as suas importantes teoria atómica (não
rígida) e teoria de forças, ambas baseadas na física newtoniana
É o fundador do Observatório Astronómico de Brera (Milão), em 1764
Em 1773, Clemente XIV extingue a Companhia de Jesus; nesse ano de incertezas, Bošković
aceita a oferta de Luís XV para ir para Paris, como director de óptica militar na Marinha Real
Em 1783 está de volta a Itália; passa dois anos em Bassano, e muda-se para Brera em 1786
Nos últimos anos da sua vida dedica-se por inteiro à óptica e à astronomia
Cientistas e católicos
Ruđer Bošković (1711-1787)
29
30. Cientistas e católicos
Matemática, linguista e filósofa italiana, nascida em Milão
Maria Gaetana Agnesi (1718-1799)
Aos 5 anos já falava francês
Aos 9 anos, fez um discurso em latim sobre o direito das mulheres à educação
Aos 13 anos era fluente em, Grego, Hebreu, Castelhano, Alemão, Latim
Aos 20 anos, publica os ensaios Propositiones Philosophicae e pede ao pai para entrar num convento
Com a recusa do pai, prossegue os estudos de Matemática e aos 30 anos, publica Instituzioni
analitiche ad uso della gioventù italiana, um livro que usou como manual para instruir os irmãos
Em 1750, Bento XIV nomeia-a lente de Matemática, Filosofia Natural e Física em Bolonha
É a primeira mulher nomeada professora numa Universidade (mas não terá exercido o cargo)
Após a morte do pai em 1752, dedica-se ao estudo da Teologia e da Patrística e a obras de
caridade; em 1771, é nomeada directora do Pio Instituto Trivulzio, onde fica até morrer em 1799 30
30
31. Cientistas e cristãos
Ordenado sacerdote, e com estudos em Ciências Naturais
Gregor Mendel (1822-1884)
Mendel é o “pai” da Genética
No mosteiro de Brno (Áustria), faz experiências de cruzamento de espécies usando ervilhas
Formula as Leis da Hereditariedade (1866), sem no entanto usar ainda o termo “gene”
O seu trabalho apenas foi descoberto pela comunidade científica em 1900
O neo-darwinismo é a síntese moderna da evolução darwiniana por selecção natural com a
genética mendeliana
31
32. Cientistas e cristãos
Físico, matemático, filósofo de Ciência e professor de Física
Pierre Duhem (1861-1916)
1872: perde uma irmã e um irmão devido a uma epidemia de difteria
1872-1882: prossegue os seus estudos no Colégio Stanislas, em Paris
1882: entra na École Normale Supérieure (Paris); foi o melhor aluno de Ciências em todos os anos
1884-1885: apresenta a Tese de Doutoramento: “Le potentiel thermodynamique et ses applications
à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques”
O painel de tendências anticlericais, Lippmann, Hermite e Picard, rejeita a Tese de um aluno
brilhante, mas católico; para mais, Duhem refutara o Princípio do Trabalho Máximo, a “glória” de
Marcelin Berthelot, figura eminente do meio científico, e de quem Lippmann era amigo
32
1890: casa-se com Adèle Chayet de quem tem a filha Hélène (1891)
Berthelot usará a sua influência para lhe fechar as portas a uma carreira docente em Paris; em
Outubro de 1887 obtém uma colocação de docente na Faculdade de Ciências de Lille
Outubro de 1888: obtém o Doutoramento numa Tese sobre magnetismo por indução; o painel era
composto por Bouty, Darboux e Poincaré
32
33. Cientistas e cristãos
Físico, matemático, filósofo de Ciência e professor de Física
Pierre Duhem (1861-1916)
1892: a sua mulher morre ao dar à luz o seu segundo filho, que também morre
Outubro de 1893: muda-se de Lille para Rennes; mantém a expectativa de ir para Paris
Outubro de 1894: é recolocado em Bordéus, onde permanecerá até ao fim da sua carreira
1903: Durante as pesquisas para a sua obra sobre as origens da estática, descobre a ciência
medieval, e a obra científica de autores como Buridan e Oresme (“doctores parisienses”)
É o pioneiro na demonstração da continuidade entre ciência medieval e ciência moderna
33
1916: Com a sua morte, deixa a obra interrompida no décimo volume (incompleto)
1906-1913: Trabalha na sua obra em três volumes, “Études sur Léonard de Vinci”; o terceiro
volume recebe o título “Les précurseurs parisiens de Galilée”
1914-1916: Trabalha na sua obra-prima (pensada para doze volumes), “Le Système du Monde”
33
34. Cientistas e cristãos
Georges Lemaître (1894-1966)
Padre belga, astrónomo, físico e professor de Física
Pioneiro na aplicação da Relatividade Geral à Cosmologia
1927: contesta o modelo estático de Einstein
Defende um Universo em expansão e estima a “constante de Hubble”, dois anos antes do próprio
1931: apresenta a “Teoria do Átomo Primordial” e publica-a
num artigo na “Nature”
É o verdadeiro “pai” da teoria conhecida como “Big Bang”
(expressão de Fred Hoyle - 1949)
Um dos primeiros cientistas a trabalhar com computadores
(1958, com o Burroughs E101)
Lemaître distinguia o conceito teológico de Criação do conceito
científico de “início dos tempos”
Defensor da autonomia entre Ciência e Teologia
(sem admitir contradição entre ambas) 34
35. Cientistas e cristãos
Padre beneditino húngaro, teólogo, filósofo, físico, professor de Física
Stanley L. Jaki (1924-2009)
Doutorado em Teologia (Instituto Pontifício de Sto. Anselmo, Roma, 1950)
Doutorado em Física (Universidade de Fordham, EUA , 1957)
Estudou com o Prémio Nobel da Física, Victor Hess
Leccionou as Gifford Lectures, em Edimburgo, de 1974 a 1976
35
Prémio Templeton em 1987
Primeiro a tirar as consequências dos Teoremas da Incompletude de Gödel para a “teoria de tudo”
Autor de uma explicação meteorológica para o milagre do Sol, em Fátima
35
36. Cientistas e cristãos
Donald Knuth (1938–)
36
Norte-americano, matemático e cientista de computadores
1963: Doutoramento em Matemática (Caltech)
Nesse ano, torna-se professor assitente no Caltech e inicia a obra “The Art of Computer Programming”
1968: é editado o primeiro volume (de sete) da obra “The Art of Computer Programming”
Nesse ano, torna-se professor na Universidade de Stanford
1992: abandona o cargo de professor para se dedicar à sua obra-prima
A parte A do volume 4 já foi editada; o volume 5 está estimado para 2020
Knuth é luterano, e nos tempos livres dedica-se à actividade de organista
37. Cientistas e cristãos
Médico-geneticista norte-americano
Francis Collins (1950–)
Doutorado em Química, na Universidade de Yale (1974)
Doutorado em Medicina, na Universidade da Carolina do Norte (1977)
De 1993-2008, Director do National Center for Human Genome Research
Liderou o Consórcio Internacional de Sequenciamento do Genoma Humano
(concluído em 2003)
37
No decorrer da sua carreira médica, passou de ateu a cristão evangélico
A 14 de Outubro de 2009, o Papa Bento XVI fê-lo membro da Pontifícia Academia das Ciências
37
38. Cientistas e cristãos
Matemático francês, natural de Antony
Laurent Lafforgue (1966-)
2000: Director de Investigação no CNRS
2002: Recebe a Medalha Fields em Pequim
2003: Membro da Academia das Ciências de Paris
Católico devoto, tem-se dedicado à causa da Educação Pública em França
38
«Tenho que afirmar publicamente o meu reconhecimento, a minha fidelidade e o meu
amor filial à Igreja Católica, que nunca me fez senão o bem e que me deu em
abundância o tesouro mais precioso, que jamais encontrei noutro lugar»
39. 39
Resumo dos autores abordados(1)
Séc. XIX-XX Pierre Duhem
Séc. XX Stanley L. Jaki
Séc. XIV Nicole Oresme
Séc. XVIII Maria Gaetana Agnesi
Séc. XX- XXI Laurent Lafforgue
Séc. XVII Niels Stensen
Séc. XIX Gregor Mendel
Séc. XX-XXI Francis Collins
Séc. XIII-XIV Jean Buridan
Séc. XIV Nicole Oresme
Séc. XIX-XX Georges Lemaître
Séc. XIX-XX Pierre Duhem
Áreas do saber
científico
Medicina,
Anatomia,
Genética
Física ,
Química
Matemática
História da
Ciência
Cientistas e cristãos
Ao longo dos tempos inúmeros cristãos contribuíram para a evolução da
Ciência nas diversas áreas do saber científico.
(1) Contribuições mais significativas
41. Conclusão
Albert Einstein (1879-1955)
Nunca encontrei uma expressão melhor do que “religiosa” para esta
confiança na natureza racional da realidade e da sua peculiar acessibilidade
à mente humana. Quando esta confiança falta, a ciência degenera num
procedimento sem inspiração. O Diabo que se preocupe se os padres
capitalizam isso. Não há remédio para isso [não há outra opção].
I have never found a better expression than “religious” for this trust in the
rational nature of reality and of its peculiar accessibility to the human mind.
Where this trust is lacking science degenerates into an uninspired
procedure. Let the devil care if the priests make capital out of this. There is
no remedy for that.
Albert Einstein, Lettres a Maurice Solovine reproduits en facsimile et traduits en français
(Paris :Gauthier-Vilars, 1956), pp. 102-103.
4141
42. Conclusão
Albert Einstein (1879-1955)
É certo que uma convicção, semelhante a um sentimento religioso, acerca
da racionalidade ou inteligibilidade do mundo se encontra por detrás de
todos os trabalhos científicos de alto nível … Esta crença profunda, uma
crença unida a um sentimento profundo, numa mente superior que se revela
no mundo da experiência, representa a minha concepção de Deus.
Certain it is that a conviction, akin to religious feeling, of the rationality or
intelligibility of the world lies behind all scientific work of a higher order…
This firm belief, a belief bound up with deep feeling, in a superior mind that
reveals itself in the world of experience, represents my conception of God.
Albert Einstein, Ideas and Opinions, trad. Sonja Bargmann (New York: Dell, 1973), p. 255.
4242
43. Conclusão
Albert Einstein (1879-1955)
Todos os que estão seriamente empenhados na busca da ciência ficam
convencidos que as leis da natureza manifestam a existência de um espírito
muito superior ao dos homens, um [espírito] diante do qual nós com as
nossas modestas capacidades nos devemos sentir humildes.
Every one who is seriously engaged in the pursuit of science becomes
convinced that the laws of nature manifest the existence of a spirit vastly
superior to that of men, and one in the face of which we with our modest
powers must feel humble.
Albert Einstein. In: Max Jammer, Einstein and Religion (Princeton NJ: Princeton University
Press, 1999), p. 93.
4343
44. Conclusão
O Ateu afirma:
• O Universo é racional e
compreensível pelos nossos
intelectos racionais
• Todavia, não foi criado por um
Intelecto racional
O Cristão afirma:
• O Universo é racional e
compreensível porque foi criado
por uma entidade racional e
inteligente
• "Res naturalis inter duos
intellectus constituta est" –
São Tomás, De veritate (I,2).
Paradoxo!
O Ateu diz que o Universo
racional provém da matéria
/ energia, que não é uma
entidade inteligente
O Cristão diz que o Universo
racional provém de um ente
racional e inteligente
Explicação mais racional!
44
45. Conclusão
Para o diálogo entre Fé
cristã e Ciência:
• Respeito pelas verdades da Fé
cristã
• Respeito pelas verdades da
Ciência
O que deve ser
evitado…
• Falta de rigor científico,
filosófico e teológico
• Falta de confiança no trabalho
dos cientistas
• Falta de confiança no
Magistério doutrinal da Igreja
• A ideia impossível da “dupla
verdade”
Nenhuma verdade da Fé cristã contradiz uma verdade de
Ciência (e vice-versa).
45
46. Conclusão
«A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas
quais o espírito humano se eleva para a contemplação da
verdade.»
Papa João Paulo II (encíclica Fides et Ratio, 1998)
46
47. Bibliografia recomendada
Thomas E. Woods,
O que a Civilização Ocidental
deve à Igreja Católica
(Lisboa: Alêtheia, 2009)
Francis S. Collins,
A linguagem de Deus
(Lisboa: Presença, 2007)
Alister McGrath,
O Deus de Dawkins
(Lisboa: Alêtheia, 2008)
Antony Flew,
Deus existe
(Lisboa: Alêtheia, 2010)
Títulos em Português
47
48. Bibliografia recomendada
Edward Feser,
The Last Superstition – A
refutation of the new atheism
(St. Augustine’s Press, 2010)
Edward Feser,
Aquinas – A begginner’s
guide
(Oneworld, 2009)
David S. Oderberg,
Real Essentialsm
(Routledge, 2008)
Alvin Plantinga
Where the conflict
really lies – Science,
religion and naturalism
(Oxford University
Press, 2011)
Títulos em Inglês - Filosofia
48
49. Bibliografia recomendada
James Hannam,
God’s Philosophers
(Icon Books, 2010)
James Hannam,
The Genesis of Science
(Regnery, 2011)
Stanley L. Jaki
Bible and Science
(Christendom Press,
2004)
Stanley L. Jaki
The Relevance of
Physics
(Scottish Academic
Press, 1992)
Títulos em Inglês – História da Ciência
49
50. Bibliografia recomendada
Duas obras importantes...
Coord. William Lane Craig, J.P. Moreland
Argumentos para a existência de Deus
Argumentos para a imaterialidade da mente
Anthony Rizzi
Físico teórico, trabalha no LIGO
O livro conjuga ciência com São Tomas de Aquino
A inscrição em latim: "divinarum veritatum splendor, animo exceptus, ipsam juvat intelligentiam", é da encíclica de Leão XIII, Aeterni Patris
http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_04081879_aeterni-patris_en.html
“O esplendor das verdades divinas, recebido na alma, ajuda a inteligência”
Notas:
A citação do Vaticano I vem da Sessão 3 (24 April 1870), que definiu a Constituição Dogmática da Fé Católica, do capítulo 3:
The same holy mother church holds and teaches that God, the source and end of all things,
can be known
with certainty from the consideration of created things,
by the natural power of human reason : ever since the creation of the world, his invisible nature has been clearly perceived in the things that have been made. [13]
Vale muito a pela ler o Capítulo 3 dessa Constituição, que se intitula “Sobre Fé e Razão”:
Chapter 4. On faith and reason
The perpetual agreement of the catholic church has maintained and maintains this too: that
there is a twofold order of knowledge, distinct
not only as regards its source,
but also as regards its object.
With regard to the source,
we know at the one level by natural reason,
at the other level by divine faith.
With regard to the object,
besides those things to which natural reason can attain,
there are proposed for our belief mysteries hidden in God
which, unless they are divinely revealed, are incapable of being known.
Wherefore, when the Apostle, who witnesses that God was known to the gentiles from created things [29] , comes to treat of the grace and truth which came by Jesus Christ [30] , he declares: We impart a secret and hidden wisdom of God, which God decreed before the ages for our glorification. None of the rulers of this age understood this. God has revealed it to us through the Spirit. For the Spirit searches everything, even the depths of God [31] . And the Only-begotten himself, in his confession to the Father, acknowledges that the Father has hidden these things from the wise and prudent and revealed them to the little ones [32] .
Now reason,
does indeed
when it seeks persistently, piously and soberly,
achieve
by God's gift
some understanding,
and that most profitable,
of the mysteries,
whether by analogy from what it knows naturally,
or from the connexion of these mysteries
with one another and
with the final end of humanity;
but reason
is never rendered capable of penetrating these mysteries
in the way in which it penetrates those truths which form its proper object.
For
the divine mysteries,
by their very nature,
so far surpass the created understanding
that, even when a revelation has been given and accepted by faith,
they remain covered by the veil of that same faith and wrapped, as it were, in a certain obscurity,
as long as in this mortal life we are away from the Lord,
for we walk by faith, and not by sight [33] .
Even though faith is above reason, there can never be any real disagreement between faith and reason, since
it is the same God
who reveals the mysteries and infuses faith, and
who has endowed the human mind with the light of reason.
God cannot deny himself, nor can truth ever be in opposition to truth.
The appearance of this kind of specious contradiction is chiefly due to the fact that either
the dogmas of faith are not understood and explained in accordance with the mind of the church, or
unsound views are mistaken for the conclusions of reason.
Therefore we define that every assertion contrary to the truth of enlightened faith is totally false [34] .
Furthermore the church which,
together with its apostolic office of teaching,
has received the charge of preserving the deposit of faith,
has
by divine appointment
the right
and duty
of condemning
what wrongly passes for knowledge,
lest anyone be led astray by philosophy and empty deceit [35] .
Hence all faithful Christians
are forbidden to defend as the legitimate conclusions of science those opinions which are known to be contrary to the doctrine of faith,
particularly if they have been condemned by the church; and furthermore they
are absolutely bound to hold them to be errors which wear the deceptive appearance of truth.
Not only can faith and reason never be at odds with one another but they mutually support each other, for
on the one hand right reason
established the foundations of the faith
and, illuminated by its light, develops the science of divine things;
on the other hand, faith
delivers reason from errors and
protects it and furnishes it with knowledge of many kinds.
Hence, so far is the church from hindering the development of human arts and studies, that in fact she assists and promotes them in many ways. For
she is neither ignorant nor contemptuous of the advantages which derive from this source for human life, rather
she acknowledges that those things flow from God, the lord of sciences, and, if they are properly used, lead to God by the help of his grace.
Nor does the church forbid these studies to employ, each within its own area, its own proper principles and method:
but while she admits this just freedom,
she takes particular care that they do not
become infected with errors by conflicting with divine teaching, or,
by going beyond their proper limits, intrude upon what belongs to faith and
engender confusion.
For the doctrine of the faith which God has revealed is put forward
not as some philosophical discovery capable of being perfected by human intelligence,
but as a divine deposit committed to the spouse of Christ to be faithfully protected and infallibly promulgated.
Hence, too,that meaning of the sacred dogmas is ever to be maintained which has once been declared by holy mother church, and there must never be any abandonment of this sense under the pretext or in the name of a more profound understanding.
May understanding, knowledge and wisdom increase as ages and centuries roll along, and greatly and vigorously flourish, in each and all, in the individual and the whole church: but this only in its own proper kind, that is to say, in the same doctrine, the same sense, and the same understanding [36] .
Fonte: http://www.papalencyclicals.net/Councils/ecum20.htm
Este trio de autores é peça-chave na construção do mito moderno que é veiculado no Código Da Vinci.
A obra do trio aparenta ter erudição, e os autores tentam passar a ideia de honestidade e de seriedade, com relativo sucesso.
Recentemente, dois dos elementos do trio, os autores Baigent e Leigh, moveram um processo contra a Random House (Doubleday Books) pelo que consideram ser um plágio da obra de Dan Brown.
Pode ser lido um artigo noticioso londrino sobre este processo nas folhas que vos foram distribuídas.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/John_William_Draper
http://en.wikipedia.org/wiki/Andrew_Dickson_White
http://en.wikipedia.org/wiki/Conflict_thesis
Andrew Dickinson White
“History of the Warfare…” : “aid…in the gradual and healthful dissolving of this mass of unreason, that the stream of ‘religion pure and undefiled’ may flow on broad and clear, a blessing to humanity.”
Obras totalmente desacreditadas pelos Historiadores de Ciência
No entanto, a influência do legado destes autores perdura até aos dias de hoje, sobretudo no pensamento popular
Carl Sagan, Daniel Boorstin
A tese do conflito vive também na propaganda de alguns neo-ateístas (p.ex. Richard Dawkins)
São Cirilo, bispo de Alexandria, é culpabilizado (erro)
Hipátia não foi morta por causa do seu trabalho científico, mas sim por razões políticas (conflito entre Orestes e Cirilo)
David Bentley Hart (p. 47) recorre a Gibbon, que descreve a catarse social em jogo com a destruição dos templos pagãos, em particular do Serapeum (391 d.C.):
«A estátua colossal de Serápis estava envolta na ruína do seu templo e religião. Um grande número de chapas de diferentes metais, juntas artificialmente, compunha a figura majestática da divindade, que tocava em ambos os lados as paredes do santuário. O aspecto de Serápis, a sua postura sentada, e o ceptro, que ele tinha na sua mão esquerda, eram extremamente similares às representações típicas de Júpiter. Ele distinguia-se de Júpiter pelo cesto colocado na sua cabeça, pelo emblemático monstro que ele tinha na sua mão direita, e pela cabeça e corpo de uma serpente bifurcada em três caudas, que estavam por sua vez terminadas por cabeças triplas de um cão, um leão e um lobo.Afirmava-se com convicção que se alguma mão ímpia se atrevesse a violar a majestade do deus, os céus e a terra regressariam instantaneamente ao caos original. Um soldado intrépido, animado pelo zelo, e armado com um machado de guerra pesado, subiu a escada; e até a multidão cristã esperava, com alguma ansiedade, o evento do combate. Ele desferiu um golpe vigoroso contra a bochecha de Serápis; a bochecha caiu no chão; o trovão manteve-se silencioso, e ambos os céus e a terra continuaram a manter a sua ordem e tranquilidade costumeiras.O soldado vitorioso repetiu os seus golpes: o gigantesco ídolo foi derrubado e partido em pedaços; e os membros de Serápis foram arrastados ignominiosamente pelas ruas de Alexandria. A sua carcaça desfigurada foi queimada no Anfiteatro, por entre os gritos da populaça; e várias pessoas atribuíram a sua conversão à descoberta da impotência da sua divindade titular.» - Edward Gibbon, History Of The Decline And Fall Of The Roman Empire, cap. 28.
Imagens de Serapis: Nouveau Larrouse Illustré, 1894: http://en.wikipedia.org/wiki/File:SerapisHellenistic.jpg
http://www.donaldtyson.com/serapis.html
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/File:God_the_Geometer.jpg
Ver ainda Jeremias 31, v. 35 e ss.:
35 Assim fala o SENHOR, que estabelece o Sol para iluminar o dia; que manda à Lua e às estrelas que iluminem a noite; que agita o mar e as suas ondas rugem. O seu nome é SENHOR do universo: 6 «Se algum dia deixarem de subsistir estas leis diante de mim, então também a linhagem de Israel deixará de ser diante de mim um povo» oráculo do SENHOR.37 Isto diz o SENHOR: «Se se podem medir os céus nas alturas e perscrutar os fundamentos da terra em profundidade, então também Eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por causa de tudo o que fizeram»
http://www.paroquias.org/biblia/?c=Jr+31
Fontes:
http://plato.stanford.edu/entries/buridan/
http://en.wikipedia.org/wiki/Jean_Buridan
“after leaving the arm of the thrower, the projectile would be moved by an impetus given to it by the thrower (…) and would continue to be moved as long as the impetus remained stronger than the resistance, and would be of infinite duration were it not diminished and corrupted by a contrary force resisting it or by something inclining it to a contrary motion” (QM XII.9: 73ra)
Buridan, John: 1509, Subtilissimae Quaestiones super octo Physicorum libros Aristotelis, Paris. Rpr. 1964, as Kommentar zur Aristotelischen Physik, Minerva, Frankfurt a. M. [QM]
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal
Outras áreas de trabalho: teoria probabilística (correspondência com Pierre de Fermat), geometria projectiva
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Arts_et_Metiers_Pascaline_dsc03869.jpg
Pascaline:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pascaline
Lei de Pascal:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pascal%27s_law
In the physical sciences, Pascal's law or the Principle of transmission of fluid-pressure states that "pressure exerted anywhere in a confined incompressible fluid is transmitted equally in all directions throughout the fluid such that the pressure ratio (initial difference) remains the same."
Pensées:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pens%C3%A9es
http://www.ub.uni-freiburg.de/referate/04/pascal/pensees.pdf
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ru%C4%91er_Bo%C5%A1kovi%C4%87
Observatório Astronómico de Brera, a mais antiga instituição científica de Milão: http://www.merate.mi.astro.it/
Sobre a teoria atómica de Boskovic, ver “Cohesion: a scientific history of intermolecular forces”, de John Shipley Rowlinson, pp. 49-51:
http://books.google.com/books?id=HaKlJ5Zm51gC&pg=PA49&dq=roger+boscovich&lr=&sig=ACfU3U2KCg1QS4N5hw05fph6i_4SZHiEdA#v=onepage&q=roger%20boscovich&f=false
Rowlinson refere o antagonismo existente entre Boskovic e Lagrange, Laplace e d’Alembert (pp. 50-51).
Novo cargo de Boskovic em Paris, “Optique Militaire de la Marine Royale de France”: http://www.croatianhistory.net/etf/et111.html
Foto de Tesla:http://en.wikipedia.org/wiki/File:Teslathinker.jpg
Nikola Tesla, with Rudjer Boscovich's book "Theoria Philosophiae Naturalis", in front of the spiral coil of his high-voltage transformer at East Houston St., New York
Tesla era natural da (hoje) Croácia, como Boskovic, filho de um padre ortodoxo da Igreja Ortodoxa Sérvia, e genro de outro padre ortodoxo. Apesar de não constar que fosse ateu, tendo mantido uma fé em Deus desde criança, Tesla tinha uma fé heterodoxa. Preocupante também a sua adesão entusiasta, durante os anos 30, às ideias eugenistas.
Fontes:
http://instructional1.calstatela.edu/sgray/Agnesi/Nun/Nun.html
http://www.agnesscott.edu/lriddle/women/agnesi.htm
http://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Maria_Gaetana_Agnesi
http://en.wikipedia.org/wiki/Maria_Gaetana_Agnesi
http://it.wikipedia.org/wiki/Maria_Gaetana_Agnesi
Discurso em latim aos nove anos: "Oratio qua ostenditur artium liberalium studia femineo sexu neutiquam abhorrere" (impresso em Milão, 1727).
Não é certo se terá sido freira… Fala-se da sua vontade em se tornar freira, mais especificamente Agustiniana. Todavia, isso colocá-la-ia em problemas com a extinção dessa ordem em 1782.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pierre_Duhem
http://www.archive.org/search.php?query=pierre%20duhem
Le potentiel thermodynamique et ses applications à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques, Paris, A. Hermann, 1886 [lire en ligne]
Des corps diamagnétique, 1889 (notice BNF no FRBNF30370599m)
Cours de physique mathématique et de cristallographie de la Faculté des sciences de Lille. Hydrodynamique, élasticité, acoustique : I. Théorèmes généraux, corps fluides ; II. Les Fils et les membranes, les corps élastiques, l'acoustique, A. Hermann, 1891(notice BNF no FRBNF303706000)
Leçons sur l'électricité et le magnétisme : I. Les Corps conducteurs à l'état permanent ; II. Les Aimants et les corps diélectriques ; III. Les Courants linéaires, Paris, Gauthier-Villars et fils, 1891 [lire en ligne](notice BNF no FRBNF30370608r)
Introduction à la mécanique chimique, Paris, G. Carré, 1893 [lire en ligne]
Sur les déformations permanentes et l'"hysteresis", Bruxelles, impr. de Hayez, 1894 [lire en ligne]
Les Théories de la chaleur, 1895
Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Les mélanges doubles : statique chimique générale des systèmes hétérogènes, Paris, A. Hermann, 1897 [présentation en ligne]
Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Faux équilibres et explosions, Paris, A. Hermann, 1898 (1re éd. 1897) [lire en ligne]
Le Mixte et la combinaison chimique. Essai sur l'évolution d'une idée, 1902
L'Évolution de la mécanique, 1902
Les Origines de la statique, 1903
La Théorie physique. Son objet, sa structure, 1906 (réimp. Vrin, 2007). [3]
Sauver les phénomènes. Essai sur la notion de théorie physique de Platon à Galilée. Sozein ta phainomena, Bibliothèque des Textes Philosophiques, Paris, Vrin, 2005 (publications précédentes : en 1908 aux éd. Hermann, en 1992 dans la collection "Mathesis" aux éditions Vrin), isbn 978-2711616084
Traité d'énergétique, 1911
Le Système du Monde. Histoire des Doctrines cosmologiques de Platon à Copernic, 10 vol., (1913—1959). Texte en ligne :
volume I : La cosmologie hellénique (L'astronomie pythagoricienne, La cosmologie de Platon, Les sphères homocentriques, La physique d'Aristote, Les théories du temps, du lieu et du vide après Aristote ...)[4]
volume II : La cosmologie hellénique, suite. L'astronomie latine au Moyen-Âge (Les dimensions du monde, Physiciens et astronomes...) [5]
volume III : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [6] [7]
volume IV : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [8]
volume V : La crise de l'aristotélisme [9]
volume VI : Le reflux de l'aristotélisme (Henri de Gand, Duns Scot, l'essentialisme, les deux vérités...)
volume VII : La physique parisienne au XIV° siècle
volume VIII : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (Le vide et le mouvement dans le vide, L'horreur du vide, le mouvement des projectiles, La chute accélérée des graves, L'astrologie chrétienne, Les adversaires de l'astrologie) [10]
volume IX : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (La théorie des marées, L'équilibre de la terre et des mers, Les petits mouvements de la Terre et les origines de la géologie, La rotation de la Terre, La pluralité des mondes [11]
volume X : La cosmologie du XV° siècle. Ecoles et universités au XV° siècle, Les Universités de l'Empire au XV° siècle (L'Université de Paris au XV° siècle, Nicolas de Cues, L'école astronomique de Vienne, La pensée italienne au XIV° siècle, Paul de Venise. Table générale des matières de l'ouvrage) [12]
Études sur Léonard de Vinci, ceux qu'il a lus, ceux qui l'ont lu, 3 vol., Hermann, Paris (1906—1913)
Première série : Ceux qu'il a lu et ceux qui l'ont lu, 1906 [13]
Deuxième série [14]
Troisième série : Les précurseurs parisiens de Galilée, 1913 [15]
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pierre_Duhem
http://www.archive.org/search.php?query=pierre%20duhem
Le potentiel thermodynamique et ses applications à la mécanique chimique et à l'étude des phénomènes électriques, Paris, A. Hermann, 1886 [lire en ligne]
Des corps diamagnétique, 1889 (notice BNF no FRBNF30370599m)
Cours de physique mathématique et de cristallographie de la Faculté des sciences de Lille. Hydrodynamique, élasticité, acoustique : I. Théorèmes généraux, corps fluides ; II. Les Fils et les membranes, les corps élastiques, l'acoustique, A. Hermann, 1891(notice BNF no FRBNF303706000)
Leçons sur l'électricité et le magnétisme : I. Les Corps conducteurs à l'état permanent ; II. Les Aimants et les corps diélectriques ; III. Les Courants linéaires, Paris, Gauthier-Villars et fils, 1891 [lire en ligne](notice BNF no FRBNF30370608r)
Introduction à la mécanique chimique, Paris, G. Carré, 1893 [lire en ligne]
Sur les déformations permanentes et l'"hysteresis", Bruxelles, impr. de Hayez, 1894 [lire en ligne]
Les Théories de la chaleur, 1895
Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Les mélanges doubles : statique chimique générale des systèmes hétérogènes, Paris, A. Hermann, 1897 [présentation en ligne]
Traité élémentaire de mécanique chimique fondée sur la thermodynamique. Faux équilibres et explosions, Paris, A. Hermann, 1898 (1re éd. 1897) [lire en ligne]
Le Mixte et la combinaison chimique. Essai sur l'évolution d'une idée, 1902
L'Évolution de la mécanique, 1902
Les Origines de la statique, 1903
La Théorie physique. Son objet, sa structure, 1906 (réimp. Vrin, 2007). [3]
Sauver les phénomènes. Essai sur la notion de théorie physique de Platon à Galilée. Sozein ta phainomena, Bibliothèque des Textes Philosophiques, Paris, Vrin, 2005 (publications précédentes : en 1908 aux éd. Hermann, en 1992 dans la collection "Mathesis" aux éditions Vrin), isbn 978-2711616084
Traité d'énergétique, 1911
Le Système du Monde. Histoire des Doctrines cosmologiques de Platon à Copernic, 10 vol., (1913—1959). Texte en ligne :
volume I : La cosmologie hellénique (L'astronomie pythagoricienne, La cosmologie de Platon, Les sphères homocentriques, La physique d'Aristote, Les théories du temps, du lieu et du vide après Aristote ...)[4]
volume II : La cosmologie hellénique, suite. L'astronomie latine au Moyen-Âge (Les dimensions du monde, Physiciens et astronomes...) [5]
volume III : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [6] [7]
volume IV : L'astronomie latine au Moyen-Âge, suite [8]
volume V : La crise de l'aristotélisme [9]
volume VI : Le reflux de l'aristotélisme (Henri de Gand, Duns Scot, l'essentialisme, les deux vérités...)
volume VII : La physique parisienne au XIV° siècle
volume VIII : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (Le vide et le mouvement dans le vide, L'horreur du vide, le mouvement des projectiles, La chute accélérée des graves, L'astrologie chrétienne, Les adversaires de l'astrologie) [10]
volume IX : La physique parisienne au XIV° siècle, suite (La théorie des marées, L'équilibre de la terre et des mers, Les petits mouvements de la Terre et les origines de la géologie, La rotation de la Terre, La pluralité des mondes [11]
volume X : La cosmologie du XV° siècle. Ecoles et universités au XV° siècle, Les Universités de l'Empire au XV° siècle (L'Université de Paris au XV° siècle, Nicolas de Cues, L'école astronomique de Vienne, La pensée italienne au XIV° siècle, Paul de Venise. Table générale des matières de l'ouvrage) [12]
Études sur Léonard de Vinci, ceux qu'il a lus, ceux qui l'ont lu, 3 vol., Hermann, Paris (1906—1913)
Première série : Ceux qu'il a lu et ceux qui l'ont lu, 1906 [13]
Deuxième série [14]
Troisième série : Les précurseurs parisiens de Galilée, 1913 [15]
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Stanley_Jaki
http://www.sljaki.com/publications.html
Artigo científico publicado com o Nobel Victor Hess: “A Study of the Distribution of Radon, Thoron, and Their Decay Products above and below the Ground.” Jointly with Victor F. Hess. Journal of Geophysical Research 63 (1958), pp. 373-390.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Donald_Knuth
http://www-cs-faculty.stanford.edu/~uno/
The Art of Computer Programming:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Art_of_Computer_Programming
http://www.amazon.com/Computer-Programming-Volumes-1-4A-Boxed/dp/0321751043/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1318630818&sr=8-1
http://en.wikipedia.org/wiki/TeX
http://en.wikipedia.org/wiki/METAFONT
Órgão: http://www-cs-faculty.stanford.edu/~uno/organ.html