Mattos, marcelo badaró . varela, raquel. história do povo na revolução portuguesa (1974 75). lisboa, bertrand editora, 2014.. revista mundos do trabalho, v. 6, p. 283, 2015
Este documento resume um livro sobre o papel dos trabalhadores na Revolução Portuguesa de 1974-1975. O livro analisa como as lutas dos trabalhadores, como greves e ocupações de fábricas, impulsionaram a revolução adiante, levando a uma situação de duplo poder entre os trabalhadores e o Estado. O livro também argumenta que as lutas anticolonias na África desencadearam a revolução em Portugal e que a democracia representativa acabou com a revolução, não a deu origem.
Este documento discute como as revoluções industriais foram acompanhadas por novas tecnologias sociais de organização do trabalho, não apenas por avanços tecnológicos. A produção medieval era realizada em casa e controlada pelos trabalhadores, enquanto o sistema de fábricas expropriou seu tempo, ferramentas e criatividade. Os trabalhadores inicialmente resistiram com revoltas e valores tradicionais, mas logo desenvolveram teorias socialistas utópicas para defender seus direitos.
Este documento é um livro organizado por Jörn Schütrumpf sobre a vida e obra da revolucionária socialista Rosa Luxemburgo. O livro contém uma introdução biográfica sobre Luxemburgo, artigos de diferentes autores analisando seus principais escritos e textos originais dela mesma.
1. O documento resume um capítulo da obra de Roger Chartier que analisa as origens culturais da Revolução Francesa.
2. Chartier critica interpretações anteriores que viam o Iluminismo como causa direta da Revolução, propondo uma análise mais plural das origens culturais.
3. Ele argumenta que as origens são heterogêneas e complexas, incluindo fatores como o classicismo, a política literária e as diversas interpretações das ideias entre grupos sociais diferentes.
Como nasceu e como morreu o marxismo ocidentalCésar Pereira
O documento discute como o "marxismo ocidental" falhou em reconhecer as questões coloniais e a violação dos direitos humanos nos países capitalistas e liberais. Isso levou a uma visão idealizada desses sistemas e uma incapacidade de criticá-los adequadamente. Autores como Mao e Ho Chi Minh, por outro lado, reconheceram a opressão racial e colonial nesses países. Essa remoção da questão colonial contribuiu para o declínio do marxismo ocidental.
O artigo discute a evolução da História do Trabalho de uma abordagem nacional para uma perspectiva global. A Nova História do Trabalho introduziu uma renovação ao contextualizar as lutas dos trabalhadores, embora ainda focasse nos países desenvolvidos. Recentemente, a disciplina expandiu-se geograficamente com estudos de outros continentes. Isso revelou limitações da abordagem "insular" de obras como A Formação da Classe Operária Inglesa de E.P. Thompson, que ignorou conexões transnacionais e o colonialismo.
Trotsky, leon. classe, partido e direçãoCarla Antunes
Este documento discute a derrota da Revolução Espanhola de 1936. Em 3 frases:
1) Critica um jornal francês chamado "Que Faire?" por dar explicações superficiais para a derrota, culpando a "imaturidade das massas" e falta de liderança adequada.
2) Argumenta que as massas operárias espanholas lutaram corretamente, mas não puderam romper a coligação entre os partidos de esquerda e a burguesia devido à traição da liderança.
3) Def
Este documento discute como as revoluções industriais foram acompanhadas por novas tecnologias sociais de organização do trabalho, não apenas por avanços tecnológicos. A produção medieval era realizada em casa e controlada pelos trabalhadores, enquanto o sistema de fábricas expropriou seu tempo, ferramentas e criatividade. Os trabalhadores inicialmente resistiram com revoltas e valores tradicionais, mas logo desenvolveram teorias socialistas utópicas para defender seus direitos.
Este documento é um livro organizado por Jörn Schütrumpf sobre a vida e obra da revolucionária socialista Rosa Luxemburgo. O livro contém uma introdução biográfica sobre Luxemburgo, artigos de diferentes autores analisando seus principais escritos e textos originais dela mesma.
1. O documento resume um capítulo da obra de Roger Chartier que analisa as origens culturais da Revolução Francesa.
2. Chartier critica interpretações anteriores que viam o Iluminismo como causa direta da Revolução, propondo uma análise mais plural das origens culturais.
3. Ele argumenta que as origens são heterogêneas e complexas, incluindo fatores como o classicismo, a política literária e as diversas interpretações das ideias entre grupos sociais diferentes.
Como nasceu e como morreu o marxismo ocidentalCésar Pereira
O documento discute como o "marxismo ocidental" falhou em reconhecer as questões coloniais e a violação dos direitos humanos nos países capitalistas e liberais. Isso levou a uma visão idealizada desses sistemas e uma incapacidade de criticá-los adequadamente. Autores como Mao e Ho Chi Minh, por outro lado, reconheceram a opressão racial e colonial nesses países. Essa remoção da questão colonial contribuiu para o declínio do marxismo ocidental.
O artigo discute a evolução da História do Trabalho de uma abordagem nacional para uma perspectiva global. A Nova História do Trabalho introduziu uma renovação ao contextualizar as lutas dos trabalhadores, embora ainda focasse nos países desenvolvidos. Recentemente, a disciplina expandiu-se geograficamente com estudos de outros continentes. Isso revelou limitações da abordagem "insular" de obras como A Formação da Classe Operária Inglesa de E.P. Thompson, que ignorou conexões transnacionais e o colonialismo.
Trotsky, leon. classe, partido e direçãoCarla Antunes
Este documento discute a derrota da Revolução Espanhola de 1936. Em 3 frases:
1) Critica um jornal francês chamado "Que Faire?" por dar explicações superficiais para a derrota, culpando a "imaturidade das massas" e falta de liderança adequada.
2) Argumenta que as massas operárias espanholas lutaram corretamente, mas não puderam romper a coligação entre os partidos de esquerda e a burguesia devido à traição da liderança.
3) Def
Este documento discute as filosofias de resistência em Michel Foucault e Gilles Deleuze: (1) Foucault vê o poder como produtivo ao invés de apenas repressivo, gerando novos sujeitos; (2) Deleuze destaca a "linha de fuga" como forma de resistência que escapa da representação; (3) O autor propõe comparar Foucault e Deleuze para pensar modos de resistência fora da negatividade.
Surgimento e Breve perspectiva histórica do anarquismo - Felipe CorrêaBlackBlocRJ
Este documento apresenta uma breve história do surgimento e desenvolvimento do anarquismo desde 1868 até os dias atuais. Ele define o anarquismo e suas correntes, discute o contexto histórico que levou ao surgimento do anarquismo e apresenta uma perspectiva histórica em cinco ondas, abordando os principais acontecimentos em cada região do mundo. O objetivo é mapear os eventos fundamentais envolvendo o anarquismo ao longo de 150 anos e indicar referências bibliográficas para estudos futuros mais aprofundados.
Marx karl.-contribuição-à-crítica-da-economia-políticaMayara Dos Santos
Este documento é a segunda edição da tradução para o português da obra "Contribuição à Crítica da Economia Política", de Karl Marx, feita por Florestan Fernandes. Apresenta o prefácio e o capítulo 1, que discute o conceito de mercadoria, além de anexos com textos introdutórios sobre a obra de Marx.
O documento apresenta um resumo de atividades avaliativas realizadas por Willianne de Deus Oliveira sobre os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social no Polo 577 da Universidade Anhanguera em outubro de 2011.
EXPERIÊNCIA OPERÁRIAOPERÁRIOS NO PALCO – O TEATRO ANARQUISTA NA PRIMEIRA REPÚ...Emerson Mathias
A abolição da escravidão em 1888 lançou no mercado de trabalho uma classe desamparada que precisava competir com imigrantes. Na Primeira República, surgiu o proletariado e ideologias como socialismo e anarquismo. Os anarquistas usavam o teatro para propagar suas ideias e formar uma consciência de classe, denunciando problemas como exploração no trabalho.
O documento resume o livro "Costumes em Comum" de Edward P. Thompson, que analisa os costumes da classe trabalhadora inglesa no século XVIII. Thompson argumenta que os costumes só podem ser compreendidos no contexto histórico e que representavam formas de resistência das classes populares às mudanças impostas pelas elites. O livro examina como os trabalhadores usavam tradições e rituais para negociar suas condições e defender seus interesses frente às classes dominantes.
O documento discute os movimentos literários do Realismo, Naturalismo e Parnasianismo que surgiram na Europa no século XIX, influenciados pelas transformações socioeconômicas da época como a Revolução Industrial e o pensamento de autores como Marx e Darwin. É apresentado o contexto histórico desses movimentos e suas principais características na literatura e poesia.
O documento resume o livro "Sobre História" de Eric Hobsbawm, que reúne 22 ensaios escritos entre 1968 e 1997 sobre a natureza da história. O documento também discute a carreira de Hobsbawm como um dos mais importantes historiadores marxistas, e como seus ensaios fornecem reflexões sobre o papel do historiador e os desafios atuais do socialismo.
Esquerdismo, doença infantil do comunismoUJS_Maringa
O documento descreve a história do bolchevismo na Rússia entre 1903-1920, destacando três pontos:
1) O bolchevismo surgiu em 1903 com base no marxismo e teve uma história de 15 anos de experiências ricas que forjaram sua disciplina férrea.
2) Essa disciplina foi fundamental para os bolcheviques manterem o poder na Rússia revolucionária.
3) A história do bolchevismo é dividida em etapas: anos preparatórios (1903-1905), período entre revoluções (1905-
Este artigo discute como a classe média se dividiu em duas categorias distintas em países da Europa do Sul e América Latina. A classe média mais baixa tem se juntado à classe trabalhadora devido à austeridade, enquanto a classe média mais alta busca manter seu status. No Brasil, os movimentos populares perderam força, deixando as duas classes médias sem um projeto de esquerda capaz de uní-las.
1) O autor critica o uso da categoria de conflito como instrumento de análise sociológica nos países subdesenvolvidos.
2) Ele argumenta que a teorização do subdesenvolvimento à base do conflito esconde uma falha metodológica ao personificar grupos sociais.
3) Também critica o uso da categoria de conflito como linha de ação ideológica para exacerbar tensões sociais e minar estruturas, vendo isso como um anacronismo num mundo que precisa de solidariedade.
Este documento discute a economia geopolítica do pós-guerra. Primeiramente, argumenta que a economia política tradicional separa excessivamente economia e poder, enquanto a geopolítica negligencia as contradições de classe. Em seguida, propõe uma abordagem que integre poder e dinheiro como variáveis centrais para entender o mundo contemporâneo. Por fim, sugere que os Estados Unidos usaram a economia como arma geopolítica, induzindo crises em outros países para conquistar poder durante a Guerra Fria.
O documento discute o surgimento da economia do desenvolvimento como disciplina autônoma no século XX, após a crise do modelo liberal. A década de 1940 marcou o início de um novo consenso sobre desenvolvimento, com foco nos problemas da Ásia, África e América Latina. A teoria do desenvolvimento dos anos 1950 se baseava na oferta ilimitada de mão-de-obra e no crescimento impulsionado pela acumulação de capital. A heterodoxia latino-americana, liderada pela CEPAL, herdou essa estrutura teó
Este documento é uma dissertação de mestrado apresentada por Laura Vianna Vasconcellos ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2009. A dissertação analisa a trajetória política e o pensamento de Alberto Pasqualini e seu papel na elaboração e desenvolvimento do trabalhismo no Brasil.
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail BakuninBlackBlocRJ
Este documento discute a Comuna de Paris de 1871 e a noção de Estado. O autor descreve como a Comuna representou uma negação do Estado ao rejeitar a autoridade central de Versalhes e estabelecer um governo descentralizado e autogerido em Paris. Ele argumenta que a Comuna inaugurou uma nova era de emancipação popular e solidariedade internacional.
As ideias absolutistas no Socialismo - Rudolf RockerBlackBlocRJ
Este documento é a introdução de uma edição digital do livro "As Idéias Absolutistas no Socialismo" de Rudolf Rocker. Contém informações sobre o autor, o editor, uma nota sobre a edição e um prefácio de Maurício Tragtenberg sobre a relevância das ideias de Rocker para as discussões atuais entre correntes socialistas.
1) O documento discute a visão de Marx e Engels sobre a cidade e os problemas urbanos, reunindo textos dispersos nas obras dos autores.
2) Em 1845, Engels publicou "A Situação da Classe Operária na Inglaterra", onde descreve o surgimento do capitalismo e das grandes cidades industriais na Inglaterra no século XVIII, devido à revolução industrial e concentração do capital.
3) Engels atribui importância aos fenômenos urbanos, apontando a tendência do capitalismo para a concentração demográ
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012Elisio Estanque
Este artigo discute os movimentos sociais recentes, particularmente os protestos de 2011, e como eles refletem a insatisfação crescente de segmentos da classe média. Analisa como os movimentos dos anos 1960 influenciaram as sociedades ocidentais e como os novos movimentos sociais enfrentam desafios como identidades difusas e adversários abstratos. Também discute como a classe média portuguesa foi afetada nessa época e como os protestos atuais unem estudantes e trabalhadores precários.
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...Alessandro de Moura
O documento discute as estratégias de partidos de esquerda no contexto da ofensiva neoliberal. A autora argumenta que partidos "amplos" e "anticapitalistas" não são suficientes para superar experiências falidas como o PT, uma vez que não delimitam claramente suas classes ou objetivos revolucionários. Ela defende que um partido marxista deve ter táticas transitórias que aproximem os trabalhadores da independência de classe e da revolução social.
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsCarlo Romani
O documento discute a teoria da história após a Revolução de 1848. A revolução levou a uma reorientação dos objetivos burgueses de democracia revolucionária para um liberalismo de compromisso. Isso levou a uma revisão das concepções de progresso histórico, com ênfase na evolução linear em vez do conflito dialético. Muitos historiadores e escritores adotaram visões a-históricas, negando a transformação social. Isso influenciou os romances históricos da época, como Salammbô de
[1] Roger Chartier é um importante historiador francês cuja vasta obra sobre história cultural ainda é parcialmente conhecida no Brasil. [2] Suas principais linhas de pesquisa incluem a história da educação, das práticas de leitura e impressão, e da cultura política. [3] Além disso, Chartier se dedica à reflexão sobre a prática da historiografia e à divulgação de uma "nova história cultural".
Este documento discute as filosofias de resistência em Michel Foucault e Gilles Deleuze: (1) Foucault vê o poder como produtivo ao invés de apenas repressivo, gerando novos sujeitos; (2) Deleuze destaca a "linha de fuga" como forma de resistência que escapa da representação; (3) O autor propõe comparar Foucault e Deleuze para pensar modos de resistência fora da negatividade.
Surgimento e Breve perspectiva histórica do anarquismo - Felipe CorrêaBlackBlocRJ
Este documento apresenta uma breve história do surgimento e desenvolvimento do anarquismo desde 1868 até os dias atuais. Ele define o anarquismo e suas correntes, discute o contexto histórico que levou ao surgimento do anarquismo e apresenta uma perspectiva histórica em cinco ondas, abordando os principais acontecimentos em cada região do mundo. O objetivo é mapear os eventos fundamentais envolvendo o anarquismo ao longo de 150 anos e indicar referências bibliográficas para estudos futuros mais aprofundados.
Marx karl.-contribuição-à-crítica-da-economia-políticaMayara Dos Santos
Este documento é a segunda edição da tradução para o português da obra "Contribuição à Crítica da Economia Política", de Karl Marx, feita por Florestan Fernandes. Apresenta o prefácio e o capítulo 1, que discute o conceito de mercadoria, além de anexos com textos introdutórios sobre a obra de Marx.
O documento apresenta um resumo de atividades avaliativas realizadas por Willianne de Deus Oliveira sobre os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social no Polo 577 da Universidade Anhanguera em outubro de 2011.
EXPERIÊNCIA OPERÁRIAOPERÁRIOS NO PALCO – O TEATRO ANARQUISTA NA PRIMEIRA REPÚ...Emerson Mathias
A abolição da escravidão em 1888 lançou no mercado de trabalho uma classe desamparada que precisava competir com imigrantes. Na Primeira República, surgiu o proletariado e ideologias como socialismo e anarquismo. Os anarquistas usavam o teatro para propagar suas ideias e formar uma consciência de classe, denunciando problemas como exploração no trabalho.
O documento resume o livro "Costumes em Comum" de Edward P. Thompson, que analisa os costumes da classe trabalhadora inglesa no século XVIII. Thompson argumenta que os costumes só podem ser compreendidos no contexto histórico e que representavam formas de resistência das classes populares às mudanças impostas pelas elites. O livro examina como os trabalhadores usavam tradições e rituais para negociar suas condições e defender seus interesses frente às classes dominantes.
O documento discute os movimentos literários do Realismo, Naturalismo e Parnasianismo que surgiram na Europa no século XIX, influenciados pelas transformações socioeconômicas da época como a Revolução Industrial e o pensamento de autores como Marx e Darwin. É apresentado o contexto histórico desses movimentos e suas principais características na literatura e poesia.
O documento resume o livro "Sobre História" de Eric Hobsbawm, que reúne 22 ensaios escritos entre 1968 e 1997 sobre a natureza da história. O documento também discute a carreira de Hobsbawm como um dos mais importantes historiadores marxistas, e como seus ensaios fornecem reflexões sobre o papel do historiador e os desafios atuais do socialismo.
Esquerdismo, doença infantil do comunismoUJS_Maringa
O documento descreve a história do bolchevismo na Rússia entre 1903-1920, destacando três pontos:
1) O bolchevismo surgiu em 1903 com base no marxismo e teve uma história de 15 anos de experiências ricas que forjaram sua disciplina férrea.
2) Essa disciplina foi fundamental para os bolcheviques manterem o poder na Rússia revolucionária.
3) A história do bolchevismo é dividida em etapas: anos preparatórios (1903-1905), período entre revoluções (1905-
Este artigo discute como a classe média se dividiu em duas categorias distintas em países da Europa do Sul e América Latina. A classe média mais baixa tem se juntado à classe trabalhadora devido à austeridade, enquanto a classe média mais alta busca manter seu status. No Brasil, os movimentos populares perderam força, deixando as duas classes médias sem um projeto de esquerda capaz de uní-las.
1) O autor critica o uso da categoria de conflito como instrumento de análise sociológica nos países subdesenvolvidos.
2) Ele argumenta que a teorização do subdesenvolvimento à base do conflito esconde uma falha metodológica ao personificar grupos sociais.
3) Também critica o uso da categoria de conflito como linha de ação ideológica para exacerbar tensões sociais e minar estruturas, vendo isso como um anacronismo num mundo que precisa de solidariedade.
Este documento discute a economia geopolítica do pós-guerra. Primeiramente, argumenta que a economia política tradicional separa excessivamente economia e poder, enquanto a geopolítica negligencia as contradições de classe. Em seguida, propõe uma abordagem que integre poder e dinheiro como variáveis centrais para entender o mundo contemporâneo. Por fim, sugere que os Estados Unidos usaram a economia como arma geopolítica, induzindo crises em outros países para conquistar poder durante a Guerra Fria.
O documento discute o surgimento da economia do desenvolvimento como disciplina autônoma no século XX, após a crise do modelo liberal. A década de 1940 marcou o início de um novo consenso sobre desenvolvimento, com foco nos problemas da Ásia, África e América Latina. A teoria do desenvolvimento dos anos 1950 se baseava na oferta ilimitada de mão-de-obra e no crescimento impulsionado pela acumulação de capital. A heterodoxia latino-americana, liderada pela CEPAL, herdou essa estrutura teó
Este documento é uma dissertação de mestrado apresentada por Laura Vianna Vasconcellos ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2009. A dissertação analisa a trajetória política e o pensamento de Alberto Pasqualini e seu papel na elaboração e desenvolvimento do trabalhismo no Brasil.
A Comuna de Paris e o Estado - Mikhail BakuninBlackBlocRJ
Este documento discute a Comuna de Paris de 1871 e a noção de Estado. O autor descreve como a Comuna representou uma negação do Estado ao rejeitar a autoridade central de Versalhes e estabelecer um governo descentralizado e autogerido em Paris. Ele argumenta que a Comuna inaugurou uma nova era de emancipação popular e solidariedade internacional.
As ideias absolutistas no Socialismo - Rudolf RockerBlackBlocRJ
Este documento é a introdução de uma edição digital do livro "As Idéias Absolutistas no Socialismo" de Rudolf Rocker. Contém informações sobre o autor, o editor, uma nota sobre a edição e um prefácio de Maurício Tragtenberg sobre a relevância das ideias de Rocker para as discussões atuais entre correntes socialistas.
1) O documento discute a visão de Marx e Engels sobre a cidade e os problemas urbanos, reunindo textos dispersos nas obras dos autores.
2) Em 1845, Engels publicou "A Situação da Classe Operária na Inglaterra", onde descreve o surgimento do capitalismo e das grandes cidades industriais na Inglaterra no século XVIII, devido à revolução industrial e concentração do capital.
3) Engels atribui importância aos fenômenos urbanos, apontando a tendência do capitalismo para a concentração demográ
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012Elisio Estanque
Este artigo discute os movimentos sociais recentes, particularmente os protestos de 2011, e como eles refletem a insatisfação crescente de segmentos da classe média. Analisa como os movimentos dos anos 1960 influenciaram as sociedades ocidentais e como os novos movimentos sociais enfrentam desafios como identidades difusas e adversários abstratos. Também discute como a classe média portuguesa foi afetada nessa época e como os protestos atuais unem estudantes e trabalhadores precários.
Mov sociais a nova rebelião da classe media eesne_sup2012
Semelhante a Mattos, marcelo badaró . varela, raquel. história do povo na revolução portuguesa (1974 75). lisboa, bertrand editora, 2014.. revista mundos do trabalho, v. 6, p. 283, 2015
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...Alessandro de Moura
O documento discute as estratégias de partidos de esquerda no contexto da ofensiva neoliberal. A autora argumenta que partidos "amplos" e "anticapitalistas" não são suficientes para superar experiências falidas como o PT, uma vez que não delimitam claramente suas classes ou objetivos revolucionários. Ela defende que um partido marxista deve ter táticas transitórias que aproximem os trabalhadores da independência de classe e da revolução social.
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsCarlo Romani
O documento discute a teoria da história após a Revolução de 1848. A revolução levou a uma reorientação dos objetivos burgueses de democracia revolucionária para um liberalismo de compromisso. Isso levou a uma revisão das concepções de progresso histórico, com ênfase na evolução linear em vez do conflito dialético. Muitos historiadores e escritores adotaram visões a-históricas, negando a transformação social. Isso influenciou os romances históricos da época, como Salammbô de
[1] Roger Chartier é um importante historiador francês cuja vasta obra sobre história cultural ainda é parcialmente conhecida no Brasil. [2] Suas principais linhas de pesquisa incluem a história da educação, das práticas de leitura e impressão, e da cultura política. [3] Além disso, Chartier se dedica à reflexão sobre a prática da historiografia e à divulgação de uma "nova história cultural".
Este artigo discute as relações entre a Tropicália e a esquerda política nos anos 1960 no Brasil. Apesar de a esquerda da época defender que a arte deve refletir a realidade brasileira e estar associada à luta revolucionária, a Tropicália compartilhava desta visão geral, mas oferecia uma perspectiva mais complexa da realidade brasileira ao apontar a combinação entre o moderno e o arcaico, ao invés de enxergar apenas o arcaico como a esquerda. A noção de revolução defendida pela esquerda
O documento discute as transformações no significado da palavra "revolução" entre os séculos XVIII e XIX, quando passou a significar rupturas políticas e sociais ao invés de movimentos circulares. Isso ocorreu após as Revoluções Americana e Francesa terem iniciado novas ordens e dado origem ao conceito moderno de revolução.
A independência do brasil como uma revolução história e atualidade de um tem...Flavio Toledo DE Souza
Este documento discute a independência do Brasil como uma revolução. Primeiramente, analisa como o conceito de revolução era entendido no início do século XIX e como foi utilizado pelos protagonistas da independência para descrever o processo. Em seguida, resume brevemente as principais interpretações historiográficas dos séculos XIX e XX sobre o tema. Por fim, discute contribuições mais recentes que reconhecem o caráter revolucionário do processo de independência brasileiro.
1. O livro discute se a "Nova História" é herdeira do movimento dos Annales, concluindo que não, já que abandonou o projeto de reconstrução da totalidade histórica e a peculiaridade da história como disciplina.
2. A "Escola dos Annales" nunca teve um eixo teórico claro, com diferenças entre Bloch e Febvre. O que os unia era se opor à história "evenementielle".
3. O "efeito Braudel" ajudou a passagem de um projeto anti-positivista para
1) A História Social Inglesa surgiu da contribuição de historiadores marxistas ligados ao Partido Comunista Inglês após a Segunda Guerra Mundial;
2) Esses historiadores se voltaram para uma concepção de história materialista e preocupada com as classes trabalhadoras e comuns;
3) A História do Trabalho dialoga com múltiplas áreas, buscando explorar como questões políticas, econômicas, culturais e sociais influenciam a vida dos trabalhadores.
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdfElisaCaetano12
O artigo discute como as proposições de Foucault transformaram as concepções de história, levando os historiadores a focar nas bases epistemológicas dos discursos em vez dos fatos. Isso porque Foucault via o passado como discursos que constituíam campos de poder, não uma verdade documental. Embora provocando reações, seu trabalho influenciou a historiografia brasileira a considerar novos temas e abordagens como a genealogia e o simbólico.
O documento discute as diferentes versões historiográficas sobre o golpe militar de 1964 e a ditadura no Brasil. Questiona a visão de que Castelo Branco foi moderado e discute a produção recente que contesta essa interpretação. Também aborda a transição da memorialística para abordagens historiográficas profissionais do período.
Aquilo que verdadeiramente distingue a Imprensa, como órgão de comunicação social, é a sua capacidade de interferência pública e de consciencialização das massas. Em certos momentos da História da Humanidade, essas capacidades transformaram-se em elementos catalizadores, isto é, em princípios revolucionários conducentes à irrupção de uma nova ordem social. A implantação da República em Portugal, o regime republicano e a democracia plena, muito devem à força e perseverança da imprensa, nomeadamente dos órgãos regionais que propagandearam os novos ideais. É desses jornais e dessa luta pela conquista da liberdade que vamos tratar neste artigo, aqui colocado ao dispôr do grande público.
Resenha do texto historia das mentalidades e historia cultural r vainfasSandra Kroetz
1) O autor discute a história das mentalidades no contexto da Escola dos Annales francesa, que buscava estudar as mentalidades e modo de vida das massas, em contraposição à história focada em eventos políticos e militares.
2) É apresentada a evolução da Escola dos Annales em três fases, com ênfase inicial na economia e, posteriormente, no estudo das mentalidades.
3) O conceito de mentalidades é debatido, com dificuldades em sua definição e delimitação conceitual, contribuindo para seu de
O documento discute a redescoberta da fraternidade no século XX após a Revolução Francesa de 1789. A fraternidade foi um princípio revolucionário esquecido por muito tempo, mas ganhou nova atenção com o bicentenário de 1789. Estudos importantes nessa época exploraram a relação da fraternidade com a maçonaria e rastrearam seu uso na literatura francesa ao longo de dois séculos.
A palestra discute a importância histórica da Revolução Russa de 1917 e seus ensinamentos para a luta do socialismo nos dias de hoje. O palestrante argumenta que (1) a Revolução Russa inaugurou um período de transição do capitalismo para o socialismo e marcou a abertura de uma nova época na história; (2) a Revolução Russa deve ser vista como um "ensaio geral" da revolução mundial, com lições valiosas para os revolucionários de hoje; e (3) diferentemente de revoluções anteriores, a
1. O documento resume um livro que analisa a cultura política do Antigo Regime francês e como os princípios revolucionários se desenvolveram nesse contexto.
2. O autor, Keith Michael Baker, estuda eventos políticos como meio de entender a construção gradual da cultura política do período e suas contradições.
3. A análise da cultura política do Antigo Regime pode esclarecer as origens da Revolução Francesa e como ela criou uma nova cultura política moderna.
O documento discute a importância da disciplina do Partido Bolchevique para o sucesso da revolução russa. Afirma que a ditadura do proletariado exige uma luta implacável contra a burguesia, o que só é possível com uma centralização e disciplina rigorosas do proletariado. Argumenta que a história do bolchevismo desde 1903 explica como ele forjou tal disciplina através de sua justa política, estratégia e tática comprovadas na prática pelas massas.
O caráter popular das Revoluções e o sentido da liberdadeEmerson Mathias
Este documento discute como as ideias de liberdade surgiram nas revoluções populares, particularmente nas Revoluções Inglesas e Francesa. Apesar de heróis e líderes receberem crédito, foram as massas populares que impulsionaram essas revoluções em busca de melhores condições de vida e direitos. No entanto, após as revoluções, as elites dominantes passaram a definir "liberdade" de acordo com seus próprios interesses capitalistas.
José D’Assunção. História Econômica: considerações sobre um campo disciplinareduardo carneiro
Este documento discute a História Econômica como um campo historiográfico. Apresenta uma breve história da História Econômica, desde suas origens no século XIX até se constituir como campo autônomo no século XX. Também define alguns conceitos fundamentais da História Econômica, como "sistema econômico", e discute a abordagem deste campo em examinar conjuntos coerentes de fatos econômicos em determinadas sociedades.
Este documento discute o projeto do Estado Novo português para criar um "homem novo" através da doutrinação ideológica. Defende que o regime tentou de forma autoritária e totalizante inculcar valores nacionalistas nas pessoas por meio da propaganda, educação, lazer e outras áreas, a fim de moldar os comportamentos segundo seu ideário. Analisa os principais mitos ideológicos do regime, como a regeneração nacional após o liberalismo e a essência imperial e organicista da nação portuguesa.
Semelhante a Mattos, marcelo badaró . varela, raquel. história do povo na revolução portuguesa (1974 75). lisboa, bertrand editora, 2014.. revista mundos do trabalho, v. 6, p. 283, 2015 (20)
Telepsiquismo Utilize seu poder extrassensorial para atrair prosperidade (Jos...fran0410
Joseph Murphy ensina como re-apropriar do pode da mente.
Cada ser humano é fruto dos pensamentos e sentimentos que cria, cultiva e coloca em pratica todos os dias.
Ótima leitura!
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em Cristo, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
UFCD_10145_Enquadramento do setor farmacêutico_indice.pdf
Mattos, marcelo badaró . varela, raquel. história do povo na revolução portuguesa (1974 75). lisboa, bertrand editora, 2014.. revista mundos do trabalho, v. 6, p. 283, 2015
3. Revista Mundos do Trabalho | vol. 6 | n. 11 | janeiro-junho de 2014| p. 283-287
Os trabalhadores e a revolução
Marcelo Badaró Mattos*
VARELA, Raquel. História do povo na Revolução Portuguesa (1974-75). Lisboa,
Bertrand Editora, 2014.
Palavras-chave: Revolução Portuguesa; História do Trabalho; controle operário.
Keywords: Portuguese Revolution; Labor History; worker’s control.
No ano em que se comemora o quadragésimo aniversário do 25 de Abril,
golpe militar que derrubou a ditadura Salazarista e abriu caminho para o mais
profundo processo revolucionário vivido pela Europa no Pós-Guerra, o mercado
editorial português está repleto de lançamentos e relançamentos em torno ao
tema. Para os historiadores e, mais ainda, para os historiadores do trabalho, a obra
de Raquel Varela é dos mais importantes entre todos esses.
Antes de qualquer comentário sobre o conteúdo, cabe destacar que se trata
deumaediçãomuitobemcuidada,comesclarecedorprefáciodeRicardoAntunese
contando mais de 500 páginas, ricamente ilustradas, com fotografias, reproduções
de capas de jornais, quadros e tabelas. Indo além da aparência e iniciando a leitura
do livro, constata-se que a obra possui uma dupla lógica de organização. Por um
lado, a autora organiza os capítulos tendo em vista uma sequência cronológica
de acontecimentos e processos, conforme uma periodização original, à qual
farei referência adiante. Por outro lado, os 16 capítulos (mais introdução) estão
organizados conforme uma lógica temática, abordando diferentes modalidades
de conflitos sociais, como as greves, ocupações de casas, lutas pela terra, arte
revolucionária etc.
Do ponto de vista do ofício do historiador, o livro é exemplar como exercício
daquele “diálogo entre conceito e evidência, um diálogo conduzido por hipóteses
sucessivas, de um lado, e a pesquisa empírica, do outro”, o qual o historiador
inglês E. P. Thompson definiu como sendo a “lógica da História”.1
Como já
estamos acostumados a ler em obras de historiadores portugueses, o trabalho é
solidamente apoiado em pesquisa empírica. São muitas e de diferentes naturezas
as fontes primárias pesquisadas, como: periódicos; entrevistas de história oral;
reportagens e documentários televisivos e cinematográficos; documentos oficiais;
panfletos e comunicados das organizações políticas, entre muitas outras. A autora
não despreza o acúmulo de trabalhos precedentes e, felizmente, não se propõe a
reinventar a roda, pois utiliza muito bem as análises e as informações da literatura
especializada, mesmo em se tratando de autores(as) cujas teses centrais se
* Professor titular de História do Brasil da UFF e bolsista de produtividade do CNPq.
1 THOMPSON, E. P. A miséria da teoria, ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser.
Rio de Janeiro: Zahar, 1981, pp. 56-57.
http://dx.doi.org/10.5007/1984-9222.2014v6n11p283
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diferenciam das suas. É preciso reconhecer também que o livro apresenta uma
impressionante sistematização de dados quantitativos, desenvolve narrativas
detalhadas que reconstituem para o leitor determinados acontecimentos e
processos, mas antes de tudo, investe muito bem em análises qualitativas
inovadoras sobre o papel da classe trabalhadora na revolução portuguesa.
No entanto, não se trata apenas de uma enciclopédia de dados, e muito
menos de uma narrativa pitoresca. A obra é inovadora em sua análise não
apenas porque um número muito grande de fontes lhe permitiu chegar a novas
interpretações, mas especialmente porque tais fontes foram interrogadas à luz de
questões formuladas desde um determinado debate teórico.
Aliás, alguns debates teóricos, entre os quais identifico, pelo menos, três. O
primeiro deles relaciona-se à noção, que foi constitutiva da renovação da história
social inglesa desde os anos 1960, com fortes influências sobre todos nós, de uma
história feita a partir de baixo, uma história dos de baixo, na vertente da people’s
history, que tem em Howard Zinn a inspiração assumida pela autora para batizar
o livro. Tal perspectiva identifica como foco de análise o “povo revolucionário,
rebelde, resistente, (o)s que desafiam a ordem estabelecida, que em geral é uma
desordem de desemprego, subnutrição, analfabetismo e ignorância, repressão
aos trabalhadores, conscrição para a guerra...” (p. 17)
Outro debate central para o livro é o da teoria da revolução. Partindo dos
clássicos do marxismo a autora incorpora também o modelo analítico de Valério
Arcary,2
de forma a distinguir revoluções políticas de revoluções sociais, para
captar melhor a dinâmica dos processos revolucionários.
Não menos importante é o contato da autora com as recentes discussões
da chamada História Global do Trabalho e suas propostas de ruptura com o
“nacionalismo metodológico” (que aceita as fronteiras do Estado-Nação como
limites naturais da pesquisa histórica) e o eurocentrismo. Essa perspectiva teórico/
metodológica explica o olhar privilegiado que Raquel Varela lança sobre a África
e as lutas de libertação nacional, através de guerras de guerrilha fortemente
ancoradas no suporte de trabalhadores rurais e camponeses das antigas colônias
portuguesas no continente. Assim como sua atenção para a forma como a
Revolução Portuguesa influiu no processo de fim da ditadura na Espanha.
A autora enfrenta com elegância, porém firmeza, o debate historiográfico
sobre o sentido da revolução. Suas principais contribuições articulam-se ao
redor de três eixos. O primeiro deles é justamente a afirmação de que as lutas
nos territórios africanos que ainda se mantinham sob jugo colonial português
tiveram papel desencadeador do processo revolucionário, não apenas porque o
MFA (Movimento das Forças Armadas, grupo militar que desencadeou o golpe)
se constitui reunindo uma oficialidade intermédia farta da guerra. Mas também
porque as “revoluções anticoloniais” em África, como Raquel insiste corretamente
em localizar, deram o exemplo para lutas em Portugal e estabeleceram bases de
apoio por lá (das deserções às manifestações pela independência), que foram
importantes para o crescimento de novos setores de esquerda, especialmente
os que Raquel define como “esquerda radical” (às vezes também definida com
os termos da época como “extrema-esquerda”), que basicamente reuniria os
grupos à esquerda do Partido Comunista Português, de referências maoístas,
trotsquistas, entre outras. E, feita a revolução, cresce o apoio do povo português
2 ARCARY, Valério. As esquinas perigosas da História. Situações revolucionárias em perspectiva marxista. São
Paulo: Xamã, 2004.
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à independência das colônias, que se torna uma tarefa do processo desencadeado
pelo 25 de Abril.
Por outro lado, é investindo nesse nexo, que Raquel desmonta as teses
de uma “revolução sem mortos”, mostrando a brutalidade da atuação das
forças militares portuguesas em África, que perderam cerca de 8 mil soldados,
mas mataram pelo menos 100 mil africanos, entre civis e guerrilheiros. Daí a
afirmativa categórica de que: “A revolução é determinada pela combinação da
luta anticolonial com a irrupção das lutas na metrópole, e vice-versa, a situação
na metrópole reforça a legitimidade dos movimentos de libertação nas colônias e
precipita a independência destas num curto espaço de tempo.” (p.98)
Um segundo eixo central de articulação da obra é o que se sustenta na tese
de que houve uma revolução, não uma transição da ditadura à democracia. Esta é
a resposta clara de Raquel aos que procuram diminuir o sentido revolucionário dos
acontecimentos de 1974/75. Uma revolução nem sempre é vitoriosa em superar a
ordem anteriormente existente do ponto de vista mais amplo das relações sociais
fundamentais. Ainda assim, revoluções incompletas ou derrotadas são revoluções.
E neste debate sobre a relação entre a revolução e a democracia, Raquel também
é enfática em negar a ideia de que a primeira tenha sido a parteira da segunda,
defendendo a perspectiva de que a democracia representativa foi, na verdade,
a coveira da revolução, ou seja, de que, notadamente desde novembro de 1975,
acelera-se a marcha da contrarrevolução, em sua modalidade democrática. Ou nas
palavrasdaprópriaautora:“ademocraciadiretaéfilhadarevoluçãoeademocracia
representativa é filha da contrarrevolução.” (p. 485)
Tais eixos já seriam por si suficientes para caracterizar a importância do livro
e das polêmicas que ele já vem despertando entre os historiadores portugueses.
No entanto, ainda é preciso mencionar um último, que articula a tese central do
livro, que é a do protagonismo da classe trabalhadora no processo revolucionário.
Trata-se da história do povo na revolução portuguesa – povo naquele sentido
preciso a que já aludimos –, porque foi esse povo trabalhador quem moveu adiante
o processo revolucionário, através de lutas sociais generalizadas e massivas e do
exercício de formas diretas e organizadas desde a base de poder democrático.
Lutas sociais como as greves, minuciosamente estudadas em mais de um capítulo
dolivro,mastambémasocupaçõesdecasas,alutapelareformaagrária,asdisputas
em torno de uma arte engajada com os objetivos da revolução etc. Lutas que foram
reprimidas, por diferentes governos depois do 25 de Abril, mas que resultaram,
no médio prazo em conquistas substanciais, do “saneamento” dos colaboradores
(essa feliz expressão portuguesa para o afastamento dos colaboradores do
regime ditatorial de seus empregos públicos e também das empresas privadas)
aos fundamentos do Estado Social em Portugal, notadamente com a conquista do
direito ao trabalho.
Taislutasnemsempreforamapoiadaspelospartidoscombaseeleitoralentre
os trabalhadores, na maior parte das vezes comprometidos com a sustentação
da estabilidade dos governos ou da produção econômica nacional em bases
capitalistas. Delas, entretanto, teria surgido um outro poder, um poder de base,
no local de trabalho, criando situações de controle operário das empresas, assim
como nos locais de moradia ou regiões agrícolas. Daí uma outra tese central do
livro seja aquela que afirma que entre 1974-75 vive-se uma situação de dualidade de
poderes, agravada em setembro de 1975, com a dualidade de poderes envolvendo
os soldados das Forças Armadas, naquele contexto que Raquel caracterizará como
de “crise revolucionária”. Nas palavras da autora:
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“Nasce neste chão de fábrica um outro poder, emerge uma situação de
dualidade de poderes. É um poder que não aceita, em grande parte dos
casos, os sucessivos pedidos do governo, do Partido Comunista e do
Partido Socialista, para pararem as greves anárquicas. O governo chega
mesmo a reprimir algumas greves (…) com armas.” (p. 67)
A dualidade de poderes significa também que, do lado do Estado, o regime
ditatorial salazarista caiu, mas não o poder de classe da burguesia, pois o Estado
manteve-se ao longo do processo com sua característica de Estado capitalista/
burguês. Entre o poder que nascia das fábricas e o poder de Estado continuou
existindo uma barreira, posta não apenas pelo potencial coercitivo das forças
policiaisemilitares,mastambémpelafragilidadeefragmentaçãodasorganizações
de trabalhadores (a “esquerda radical”) que atuavam na democracia direta dos
conselhos de base e pelo compromisso com a ordem daquelas que atuavam no
plano institucional/eleitoral.
Tendo em vista o protagonismo dos trabalhadores (com as ondas de greves
e ocupações a puxar o barco das mobilizações sociais) e a questão da dualidade
de poderes, Raquel Varela propõe uma periodização original do processo
revolucionário. Os dois marcos balizadores da análise seriam aqueles que, de
acordo com o argumento da autora, evidenciaram rupturas profundas no processo
político português – o golpe de 25 de abril de 1974, que pôs fim à ditadura e iniciou
a revolução e o golpe de 25 de novembro de 1975, que iniciou a contrarrevolução
pela via da instalação de uma dada configuração da democracia representativa.
Entre eles, a autora identifica quatro fases: 1) de abril a setembro de 1974, com
uma primeira onda significativa de greves e conquista das liberdades civis; 2) de
setembro de 1974 a fevereiro de 1975, quando cresce a luta contra demissões e
ocorrem muitas ocupações de fábricas, em meio ao aprofundamento da crise
econômica; 3) de fevereiro a setembro de 1975, período marcado pelo controle
operário em boa parte da atividade econômica portuguesa; 4) de setembro a
novembro de 1975, teria se instalado a crise revolucionária, em que as bases do
poder de classe do Estado capitalista se viram potencialmente ameaçadas, mas o
novo golpe pôs fim à ameaça.
Em suas últimas páginas, o livro alça voos maiores no tempo, estabelecendo
balizas para a análise do nascimento à crise do Estado de Bem-Estar Social em
Portugal, relacionando tal processo à revolução e à sua derrota, avaliada na longa
duração. Trata-se de uma ponte entre essa obra de Raquel (que também escreveu
uma história do PCP na Revolução dos Cravos)3
e seus trabalhos de intervenção
no debate político português recente, nos quais exercita forte crítica às políticas
econômicas e sociais levadas adiante pelos últimos governos, especialmente após
a crise iniciada em 2008.4
Por fim, como historiador brasileiro resenhando o trabalho de uma colega
portuguesa, registro que deveríamos buscar mais conhecimento e intercâmbio
com uma história do trabalho que gera frutos com a qualidade e abrangência deste
estudo de Raquel Varela. E lendo seu livro, sentimos ainda mais falta, na história
brasileira recente, do impacto de processos de superação da ditadura “a partir de
baixo”, para não falar da revolução em si. Raquel Varela sabe disso, pois seu livro
3 VARELA, Raquel. A história do PCP na Revolução dos Cravos. Lisboa: Bertrand Editora, 2011.
4 VARELA, Raquel (coord.). A segurança social é sustentável. Trabalho, Estado e segurança social. Lisboa:
Bertrand Editora, 2013.
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se inicia com a letra da canção de Chico Buarque em homenagem à Revolução
dos Cravos lançada em 1974/75, na qual o músico pede: “Manda urgentemente um
cheirinho de alecrim”. Ao fim do livro, lemos a letra alterada da mesma canção,
diante da derrota do processo revolucionário, com uma proposta cada vez mais
atual, em Portugal como no Brasil.
“Manda novamente algum cheirinho de alecrim”.
Recebido em: 05/07/2014
Aprovado em: 08/08/2014