O documento discute o surgimento da economia do desenvolvimento como disciplina autônoma no século XX, após a crise do modelo liberal. A década de 1940 marcou o início de um novo consenso sobre desenvolvimento, com foco nos problemas da Ásia, África e América Latina. A teoria do desenvolvimento dos anos 1950 se baseava na oferta ilimitada de mão-de-obra e no crescimento impulsionado pela acumulação de capital. A heterodoxia latino-americana, liderada pela CEPAL, herdou essa estrutura teó
Este documento discute o debate sobre desenvolvimento econômico na tradição heterodoxa brasileira. Apresenta as teorias originais da Cepal sobre acumulação e como Celso Furtado contribuiu com sua teoria da estagnação e subdesenvolvimento. Também discute críticas à hipótese da estagnação e como a tradição incorporou o princípio da demanda efetiva, formando a Escola da Unicamp. Por fim, analisa a interação entre distribuição de renda e desenvolvimento segundo diferentes abordagens teóricas.
O presente trabalho tem como objetivo resgatar o debate sobre desenvolvimento
econômico dentro da tradição heterodoxa brasileira. São examinadas as
teorias originais da acumulação cepalina e a forma como essas teorias foram depois utilizadas por Furtado para avançar suas hipóteses de estagnação e mais especificamente sua teoria do subdesenvolvimento. Apresentamos algumas críticas sobre a hipótese da estagnação tendo como base o trabalho de Conceição Tavares e Serra, mostrando como a tradição heterodoxa brasileira passou e incorporar o princípio da demanda efetiva em seus modelos de crescimento. Essa mudança teórica é o fundamento da chamada Escola da Unicamp. Utilizamos a discussão de ambas as abordagens para avançar na análise da interação entre distribuição de renda e desenvolvimento segundo diferentes abordagens de acumulação: a leitura clássica e a abordagem da demanda efetiva.
O documento discute o Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil, que surgiu durante o regime militar (1964-1985) em resposta às limitações do modelo tradicional importado dos EUA. O movimento buscava adequar a profissão à realidade brasileira e estabelecer uma identidade própria através da renovação dos conceitos e métodos. Isso resultou em reformas curriculares e na defesa dos direitos dos trabalhadores no Código de Ética, rompendo com a neutralidade e estabelecendo vínc
1. plano de curso história econômica ii. 1º sem.2015. eduardo carneiroEduardo Carneiro
Este documento apresenta o plano de curso da disciplina História Econômica II ministrada na Universidade Federal do Acre. O plano descreve a ementa, objetivos, conteúdo programático, metodologia e avaliação da disciplina, que aborda temas como a transição do feudalismo para o capitalismo, o capitalismo como modo de produção, o socialismo e a economia dos séculos XX e XXI.
Plano de curso. história econmia, política, social (ciências sociais. 2016)Eduardo Carneiro
Este documento apresenta o plano de curso para a disciplina de História Econômica, Política e Social Geral no curso de Geografia da Universidade Federal do Acre. O plano descreve o conteúdo programático organizado em três unidades temáticas abordando a transição do feudalismo para o capitalismo, a expansão marítima europeia, e o triunfo e crises do capitalismo até a era pós-moderna. A avaliação dos alunos inclui diários reflexivos, apresentações orais e trabalhos escritos sobre os temas estudados.
Este documento apresenta um resumo sobre o conceito de novas esquerdas. Discute como os tradicionais eixos que definiam a distinção entre esquerda e direita perderam validade diante das mudanças no mundo contemporâneo, como a queda do socialismo e a globalização. Apresenta brevemente as perspectivas de pensadores como Habermas, que enfatiza a necessidade de novas utopias para a esquerda que não se baseiem apenas no trabalho, diante da crise do modelo social-democrata.
Introdução à história econômica para economistas (Parte 2)Eduardo Carneiro
O documento discute diversas abordagens e perspectivas da história econômica, incluindo: 1) a história econômica como estudo dos modos de produção e fatos econômicos ao longo do tempo; 2) as divergências entre diferentes correntes como a história econômica materialista dialética versus a idealista; 3) a importância de considerar tanto fatores econômicos quanto extraeconômicos na análise histórica.
1. Os primeiros relatos sobre a economia brasileira foram escritos por colonizadores portugueses e focavam nos recursos naturais para exploração econômica de Portugal.
2. No século 19, poucos autores brasileiros escreveram sobre história econômica, em geral para promover atividades industriais. O principal problema era a escravidão.
3. Autores do final do século 19 iniciaram uma análise mais sistemática da economia brasileira, focando nas finanças públicas e produzindo relatóri
Este documento discute o debate sobre desenvolvimento econômico na tradição heterodoxa brasileira. Apresenta as teorias originais da Cepal sobre acumulação e como Celso Furtado contribuiu com sua teoria da estagnação e subdesenvolvimento. Também discute críticas à hipótese da estagnação e como a tradição incorporou o princípio da demanda efetiva, formando a Escola da Unicamp. Por fim, analisa a interação entre distribuição de renda e desenvolvimento segundo diferentes abordagens teóricas.
O presente trabalho tem como objetivo resgatar o debate sobre desenvolvimento
econômico dentro da tradição heterodoxa brasileira. São examinadas as
teorias originais da acumulação cepalina e a forma como essas teorias foram depois utilizadas por Furtado para avançar suas hipóteses de estagnação e mais especificamente sua teoria do subdesenvolvimento. Apresentamos algumas críticas sobre a hipótese da estagnação tendo como base o trabalho de Conceição Tavares e Serra, mostrando como a tradição heterodoxa brasileira passou e incorporar o princípio da demanda efetiva em seus modelos de crescimento. Essa mudança teórica é o fundamento da chamada Escola da Unicamp. Utilizamos a discussão de ambas as abordagens para avançar na análise da interação entre distribuição de renda e desenvolvimento segundo diferentes abordagens de acumulação: a leitura clássica e a abordagem da demanda efetiva.
O documento discute o Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil, que surgiu durante o regime militar (1964-1985) em resposta às limitações do modelo tradicional importado dos EUA. O movimento buscava adequar a profissão à realidade brasileira e estabelecer uma identidade própria através da renovação dos conceitos e métodos. Isso resultou em reformas curriculares e na defesa dos direitos dos trabalhadores no Código de Ética, rompendo com a neutralidade e estabelecendo vínc
1. plano de curso história econômica ii. 1º sem.2015. eduardo carneiroEduardo Carneiro
Este documento apresenta o plano de curso da disciplina História Econômica II ministrada na Universidade Federal do Acre. O plano descreve a ementa, objetivos, conteúdo programático, metodologia e avaliação da disciplina, que aborda temas como a transição do feudalismo para o capitalismo, o capitalismo como modo de produção, o socialismo e a economia dos séculos XX e XXI.
Plano de curso. história econmia, política, social (ciências sociais. 2016)Eduardo Carneiro
Este documento apresenta o plano de curso para a disciplina de História Econômica, Política e Social Geral no curso de Geografia da Universidade Federal do Acre. O plano descreve o conteúdo programático organizado em três unidades temáticas abordando a transição do feudalismo para o capitalismo, a expansão marítima europeia, e o triunfo e crises do capitalismo até a era pós-moderna. A avaliação dos alunos inclui diários reflexivos, apresentações orais e trabalhos escritos sobre os temas estudados.
Este documento apresenta um resumo sobre o conceito de novas esquerdas. Discute como os tradicionais eixos que definiam a distinção entre esquerda e direita perderam validade diante das mudanças no mundo contemporâneo, como a queda do socialismo e a globalização. Apresenta brevemente as perspectivas de pensadores como Habermas, que enfatiza a necessidade de novas utopias para a esquerda que não se baseiem apenas no trabalho, diante da crise do modelo social-democrata.
Introdução à história econômica para economistas (Parte 2)Eduardo Carneiro
O documento discute diversas abordagens e perspectivas da história econômica, incluindo: 1) a história econômica como estudo dos modos de produção e fatos econômicos ao longo do tempo; 2) as divergências entre diferentes correntes como a história econômica materialista dialética versus a idealista; 3) a importância de considerar tanto fatores econômicos quanto extraeconômicos na análise histórica.
1. Os primeiros relatos sobre a economia brasileira foram escritos por colonizadores portugueses e focavam nos recursos naturais para exploração econômica de Portugal.
2. No século 19, poucos autores brasileiros escreveram sobre história econômica, em geral para promover atividades industriais. O principal problema era a escravidão.
3. Autores do final do século 19 iniciaram uma análise mais sistemática da economia brasileira, focando nas finanças públicas e produzindo relatóri
Esta disciplina de História Econômica I abordará as sociedades pré-capitalistas a partir da teoria marxista de Modos de Produção. Os alunos compreenderão as economias pré-capitalistas e compararão a explicação marxista com outras teorias. A avaliação incluirá atividades, debates e provas sobre unidades temáticas como comunidades primitivas, formação social asiática, escravismo greco-romano e feudalismo.
O BRASIL ESTÁ SE DESINDUSTRIALIZANDO? - UMA ANÁLISE DO DEBATE EM TORNO DO TEMALeonardo Campos
O presente trabalho tem por objetivo o estudo da seguinte questão: O Brasil está se desindustrializando? Dentro dos limites da proposta de elaboração do artigo como atividade de avaliação final da disciplina Formação Econômica e Social do Brasil II – FESB II, pretendeu-se realizar uma pequena introdução ao tema a partir de breve revisão bibliográfica, inserindo-o na bibliografia comum ao último período histórico analisado no curso (1985-2014). Este trabalho fez uso ainda de dados econômicos e estatísticos que contribuíram para a elucidação do tema, auxiliando na compreensão da
teoria exposta.
O documento apresenta um livro que avalia os governos Lula de 2003 a 2010 através de artigos de diversos autores. Aborda temas como a macroeconomia, política industrial, infraestrutura, BNDES, agronegócio, trabalho e desigualdade social. O livro busca fornecer uma análise crítica balanceada dos anos Lula e discutir os desafios futuros do Brasil.
O documento discute as idéias do livro "Estados e moedas no desenvolvimento das nações", que adota uma perspectiva antiortodoxa para analisar o papel dos Estados e sistemas monetários internacionais no desenvolvimento desigual entre nações. A introdução apresenta uma crítica às visões liberais do século XIX e mostra como as desigualdades aumentaram nesse período. Dois ensaios subsequentes aprofundam a análise do papel do Estado e das relações entre potências dominantes e nações periféricas nos arran
introdução à história econômica para economistasEduardo Carneiro
1) A história econômica evoluiu de uma visão positivista para interpretações mais críticas e subjetivas, onde não há verdades neutras.
2) Existem diferentes concepções sobre o que é economia, variando de um estudo objetivo de leis a uma ciência política e ideológica.
3) A figura do "Homo Economicus" como agente racional que busca maximizar prazer e minimizar dor é questionada por ignorar aspectos sociais e inconscientes no comportamento humano.
Eduardo carneiro. plano curso. história do brasil (ciencias sociais)Eduardo Carneiro
Este plano de curso descreve a disciplina de História Econômica, Política e Social do Brasil ministrada no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre. O curso tem duração de um semestre letivo e abordará a formação histórica do Brasil através de 7 unidades temáticas, com ênfase na análise crítica de diferentes interpretações historiográficas. A avaliação dos alunos incluirá discussões em grupo, apresentações e seminários sobre os temas abordados.
Este documento analisa o movimento operário português durante a Revolução dos Cravos entre 1974-1975. Descreve a evolução do movimento desde as greves de Maio de 1974, passando pelo período entre as manifestações de 12 de Setembro de 1974 e 7 de Fevereiro de 1975, até à afirmação de uma via socialista para a revolução em 1975. Analisa vários casos significativos de lutas operárias e o papel desempenhado por vanguardas revolucionárias.
O documento discute como as políticas econômicas do governo Lula entre 2003-2010 levaram a um "nacional-desenvolvimentismo às avessas", com a inversão dos pilares do desenvolvimentismo brasileiro. Isso incluiu a desindustrialização, a dessubstituição de importações e a reprimarização das exportações, resultando em maior dependência externa e vulnerabilidade econômica.
O documento descreve a ditadura militar no Brasil entre 1964-1984, quando o governo alinhou a economia ao capitalismo e reprimiu opositores. Reformas educacionais nesse período visaram formar mão de obra para o sistema produtivo e foram influenciadas por técnicos dos EUA, enfraquecendo a educação crítica.
1) O documento discute a longevidade do campesinato no capitalismo, contrariando previsões de Marxistas de sua rápida decomposição.
2) É apresentado o modo de produção camponês como um conjunto coerente de forças produtivas e relações de produção que se insere em diferentes formações econômicas.
3) O campesinato continua a se reproduzir com seus próprios princípios de existência mesmo dentro de economias capitalistas e socialistas.
Este documento resume a teoria econômica de Joseph Schumpeter em 3 frases:
1) Schumpeter acreditava que o capitalismo tenderia à autodestruição devido ao processo de "destruição criadora", onde novas inovações destroem mercados existentes.
2) Ele definia empresários como agentes de inovação e mudança, e via o desenvolvimento econômico como um processo de transformação impulsionado por novas combinações de recursos implementadas por empresários.
3) Sua teoria do desenvolvimento econômico enfatizava os pap
O documento discute as principais teorias sobre a industrialização brasileira desde as décadas de 1920 até 1960. Apresenta as visões de intelectuais como Octávio Brandão, Raul Simonsen e Caio Prado Jr. sobre o processo de industrialização no Brasil. Também descreve as três principais teorias defendidas pelas esquerdas brasileiras sobre a economia e industrialização do país: a teoria da CEPAL, a teoria da dependência e a teoria dos ciclos econômicos. Por fim, detalha os principais pontos da teoria da CEPAL
José D’Assunção. História Econômica: considerações sobre um campo disciplinareduardo carneiro
Este documento discute a História Econômica como um campo historiográfico. Apresenta uma breve história da História Econômica, desde suas origens no século XIX até se constituir como campo autônomo no século XX. Também define alguns conceitos fundamentais da História Econômica, como "sistema econômico", e discute a abordagem deste campo em examinar conjuntos coerentes de fatos econômicos em determinadas sociedades.
48735318 fundamentos-historicos-teoricos-e-metodologicos-do-servico-socialJorge Oscar Miranda
1) O documento discute a perspectiva da modernização conservadora do Serviço Social no Brasil pós-1964. 2) Neste período, o governo militar apoiou grandes empresas de capital internacional e modificou a sociedade brasileira para beneficiar os interesses do "grande capital". 3) Isto levou a uma renovação do Serviço Social brasileiro que se desenvolveu de forma a apoiar o projeto econômico do governo militar.
Jornalismo de posição a tarde e o golpe de 1964UNEB
Este documento apresenta um artigo acadêmico sobre o jornal A Tarde e seu posicionamento em relação ao golpe militar de 1964 no Brasil. O artigo analisa editoriais do jornal seis meses antes e seis meses depois do golpe para perceber as ideologias e posições defendidas sobre o governo de João Goulart e o novo regime militar. O estudo busca preencher lacunas sobre a ditadura militar na Bahia e o papel da imprensa em momentos decisivos da história brasileira.
1) O documento apresenta a biografia do economista Joseph Alois Schumpeter, destacando sua carreira acadêmica e produção intelectual.
2) Schumpeter publicou obras fundamentais em economia ainda quando jovem, como "A Natureza e a Essência da Economia Política Teórica" e "Teoria do Desenvolvimento Econômico".
3) Leccionou em diversas universidades européias e americanas e exerceu cargos públicos na Áustria, mas acabou se estabelecendo definitivamente nos EUA.
Movimento de Reconceituação do S.S. na América LatinaIlana Fernandes
O documento descreve o contexto histórico e político da América Latina na década de 1960, marcado por movimentos estudantis e protestos contra ditaduras militares. Vários países sofreram golpes militares apoiados pelos EUA em um cenário de Guerra Fria, com influência de Cuba e China a financiarem grupos de esquerda. Na década de 1960-1970, o serviço social tradicional foi questionado, dando início ao processo de reconceituação profissional visando adequar a atuação aos anseios sociais da
Este documento apresenta o plano de ensino para o curso de História Contemporânea em uma Faculdade de Comunicação Social. O curso abordará a história da modernidade desde a Revolução Industrial até os dias atuais, com foco nos processos de formação do capitalismo, imperialismo, guerras mundiais, Guerra Fria e globalização. Serão utilizados livros, filmes e seminários com o objetivo de analisar criticamente o sistema mundial colonial-moderno e seus problemas contemporâneos.
1) O documento resume a obra Teoria do Desenvolvimento Econômico de Joseph Alois Schumpeter, que propõe uma teoria sobre o processo de desenvolvimento capitalista.
2) Schumpeter foi um economista austríaco que publicou essa obra seminal em 1911, na qual formulou suas ideias sobre inovação e destruição criativa no capitalismo.
3) A obra teve grande influência no pensamento econômico e estabeleceu Schumpeter como um importante teórico do desenvolvimento econômico.
Rômulo almeida mentor da modernização do brasil, do nordeste e da bahia2Fernando Alcoforado
Rômulo Almeida foi um importante mentor da modernização do Brasil, Nordeste e Bahia no século XX. Ele contribuiu para o planejamento econômico brasileiro e criação de instituições como Petrobras e BNB. Na Bahia, elaborou o PLANDEB, o maior plano de desenvolvimento já realizado, que impulsionou a industrialização e urbanização do estado.
Este documento presenta una Ayuda Hipermedial Dinámica (AHD) para apoyar el aprendizaje basado en problemas en proyectos de aula con tecnologías de la información y la comunicación. La AHD incluye protocolos con actividades, recursos como diagramas y videos, sistemas de evaluación, estrategias de comunicación, y criterios para su actualización y mejora continua. El objetivo es construir conocimiento de manera colaborativa aplicando las tecnologías en el aula.
Este documento presenta un mapa mental sobre la evolución de la tecnología educativa como parte de los requisitos de la licenciatura en Farmacia en la Benemérita Universidad Autónoma de Puebla en octubre de 2014.
Esta disciplina de História Econômica I abordará as sociedades pré-capitalistas a partir da teoria marxista de Modos de Produção. Os alunos compreenderão as economias pré-capitalistas e compararão a explicação marxista com outras teorias. A avaliação incluirá atividades, debates e provas sobre unidades temáticas como comunidades primitivas, formação social asiática, escravismo greco-romano e feudalismo.
O BRASIL ESTÁ SE DESINDUSTRIALIZANDO? - UMA ANÁLISE DO DEBATE EM TORNO DO TEMALeonardo Campos
O presente trabalho tem por objetivo o estudo da seguinte questão: O Brasil está se desindustrializando? Dentro dos limites da proposta de elaboração do artigo como atividade de avaliação final da disciplina Formação Econômica e Social do Brasil II – FESB II, pretendeu-se realizar uma pequena introdução ao tema a partir de breve revisão bibliográfica, inserindo-o na bibliografia comum ao último período histórico analisado no curso (1985-2014). Este trabalho fez uso ainda de dados econômicos e estatísticos que contribuíram para a elucidação do tema, auxiliando na compreensão da
teoria exposta.
O documento apresenta um livro que avalia os governos Lula de 2003 a 2010 através de artigos de diversos autores. Aborda temas como a macroeconomia, política industrial, infraestrutura, BNDES, agronegócio, trabalho e desigualdade social. O livro busca fornecer uma análise crítica balanceada dos anos Lula e discutir os desafios futuros do Brasil.
O documento discute as idéias do livro "Estados e moedas no desenvolvimento das nações", que adota uma perspectiva antiortodoxa para analisar o papel dos Estados e sistemas monetários internacionais no desenvolvimento desigual entre nações. A introdução apresenta uma crítica às visões liberais do século XIX e mostra como as desigualdades aumentaram nesse período. Dois ensaios subsequentes aprofundam a análise do papel do Estado e das relações entre potências dominantes e nações periféricas nos arran
introdução à história econômica para economistasEduardo Carneiro
1) A história econômica evoluiu de uma visão positivista para interpretações mais críticas e subjetivas, onde não há verdades neutras.
2) Existem diferentes concepções sobre o que é economia, variando de um estudo objetivo de leis a uma ciência política e ideológica.
3) A figura do "Homo Economicus" como agente racional que busca maximizar prazer e minimizar dor é questionada por ignorar aspectos sociais e inconscientes no comportamento humano.
Eduardo carneiro. plano curso. história do brasil (ciencias sociais)Eduardo Carneiro
Este plano de curso descreve a disciplina de História Econômica, Política e Social do Brasil ministrada no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre. O curso tem duração de um semestre letivo e abordará a formação histórica do Brasil através de 7 unidades temáticas, com ênfase na análise crítica de diferentes interpretações historiográficas. A avaliação dos alunos incluirá discussões em grupo, apresentações e seminários sobre os temas abordados.
Este documento analisa o movimento operário português durante a Revolução dos Cravos entre 1974-1975. Descreve a evolução do movimento desde as greves de Maio de 1974, passando pelo período entre as manifestações de 12 de Setembro de 1974 e 7 de Fevereiro de 1975, até à afirmação de uma via socialista para a revolução em 1975. Analisa vários casos significativos de lutas operárias e o papel desempenhado por vanguardas revolucionárias.
O documento discute como as políticas econômicas do governo Lula entre 2003-2010 levaram a um "nacional-desenvolvimentismo às avessas", com a inversão dos pilares do desenvolvimentismo brasileiro. Isso incluiu a desindustrialização, a dessubstituição de importações e a reprimarização das exportações, resultando em maior dependência externa e vulnerabilidade econômica.
O documento descreve a ditadura militar no Brasil entre 1964-1984, quando o governo alinhou a economia ao capitalismo e reprimiu opositores. Reformas educacionais nesse período visaram formar mão de obra para o sistema produtivo e foram influenciadas por técnicos dos EUA, enfraquecendo a educação crítica.
1) O documento discute a longevidade do campesinato no capitalismo, contrariando previsões de Marxistas de sua rápida decomposição.
2) É apresentado o modo de produção camponês como um conjunto coerente de forças produtivas e relações de produção que se insere em diferentes formações econômicas.
3) O campesinato continua a se reproduzir com seus próprios princípios de existência mesmo dentro de economias capitalistas e socialistas.
Este documento resume a teoria econômica de Joseph Schumpeter em 3 frases:
1) Schumpeter acreditava que o capitalismo tenderia à autodestruição devido ao processo de "destruição criadora", onde novas inovações destroem mercados existentes.
2) Ele definia empresários como agentes de inovação e mudança, e via o desenvolvimento econômico como um processo de transformação impulsionado por novas combinações de recursos implementadas por empresários.
3) Sua teoria do desenvolvimento econômico enfatizava os pap
O documento discute as principais teorias sobre a industrialização brasileira desde as décadas de 1920 até 1960. Apresenta as visões de intelectuais como Octávio Brandão, Raul Simonsen e Caio Prado Jr. sobre o processo de industrialização no Brasil. Também descreve as três principais teorias defendidas pelas esquerdas brasileiras sobre a economia e industrialização do país: a teoria da CEPAL, a teoria da dependência e a teoria dos ciclos econômicos. Por fim, detalha os principais pontos da teoria da CEPAL
José D’Assunção. História Econômica: considerações sobre um campo disciplinareduardo carneiro
Este documento discute a História Econômica como um campo historiográfico. Apresenta uma breve história da História Econômica, desde suas origens no século XIX até se constituir como campo autônomo no século XX. Também define alguns conceitos fundamentais da História Econômica, como "sistema econômico", e discute a abordagem deste campo em examinar conjuntos coerentes de fatos econômicos em determinadas sociedades.
48735318 fundamentos-historicos-teoricos-e-metodologicos-do-servico-socialJorge Oscar Miranda
1) O documento discute a perspectiva da modernização conservadora do Serviço Social no Brasil pós-1964. 2) Neste período, o governo militar apoiou grandes empresas de capital internacional e modificou a sociedade brasileira para beneficiar os interesses do "grande capital". 3) Isto levou a uma renovação do Serviço Social brasileiro que se desenvolveu de forma a apoiar o projeto econômico do governo militar.
Jornalismo de posição a tarde e o golpe de 1964UNEB
Este documento apresenta um artigo acadêmico sobre o jornal A Tarde e seu posicionamento em relação ao golpe militar de 1964 no Brasil. O artigo analisa editoriais do jornal seis meses antes e seis meses depois do golpe para perceber as ideologias e posições defendidas sobre o governo de João Goulart e o novo regime militar. O estudo busca preencher lacunas sobre a ditadura militar na Bahia e o papel da imprensa em momentos decisivos da história brasileira.
1) O documento apresenta a biografia do economista Joseph Alois Schumpeter, destacando sua carreira acadêmica e produção intelectual.
2) Schumpeter publicou obras fundamentais em economia ainda quando jovem, como "A Natureza e a Essência da Economia Política Teórica" e "Teoria do Desenvolvimento Econômico".
3) Leccionou em diversas universidades européias e americanas e exerceu cargos públicos na Áustria, mas acabou se estabelecendo definitivamente nos EUA.
Movimento de Reconceituação do S.S. na América LatinaIlana Fernandes
O documento descreve o contexto histórico e político da América Latina na década de 1960, marcado por movimentos estudantis e protestos contra ditaduras militares. Vários países sofreram golpes militares apoiados pelos EUA em um cenário de Guerra Fria, com influência de Cuba e China a financiarem grupos de esquerda. Na década de 1960-1970, o serviço social tradicional foi questionado, dando início ao processo de reconceituação profissional visando adequar a atuação aos anseios sociais da
Este documento apresenta o plano de ensino para o curso de História Contemporânea em uma Faculdade de Comunicação Social. O curso abordará a história da modernidade desde a Revolução Industrial até os dias atuais, com foco nos processos de formação do capitalismo, imperialismo, guerras mundiais, Guerra Fria e globalização. Serão utilizados livros, filmes e seminários com o objetivo de analisar criticamente o sistema mundial colonial-moderno e seus problemas contemporâneos.
1) O documento resume a obra Teoria do Desenvolvimento Econômico de Joseph Alois Schumpeter, que propõe uma teoria sobre o processo de desenvolvimento capitalista.
2) Schumpeter foi um economista austríaco que publicou essa obra seminal em 1911, na qual formulou suas ideias sobre inovação e destruição criativa no capitalismo.
3) A obra teve grande influência no pensamento econômico e estabeleceu Schumpeter como um importante teórico do desenvolvimento econômico.
Rômulo almeida mentor da modernização do brasil, do nordeste e da bahia2Fernando Alcoforado
Rômulo Almeida foi um importante mentor da modernização do Brasil, Nordeste e Bahia no século XX. Ele contribuiu para o planejamento econômico brasileiro e criação de instituições como Petrobras e BNB. Na Bahia, elaborou o PLANDEB, o maior plano de desenvolvimento já realizado, que impulsionou a industrialização e urbanização do estado.
Este documento presenta una Ayuda Hipermedial Dinámica (AHD) para apoyar el aprendizaje basado en problemas en proyectos de aula con tecnologías de la información y la comunicación. La AHD incluye protocolos con actividades, recursos como diagramas y videos, sistemas de evaluación, estrategias de comunicación, y criterios para su actualización y mejora continua. El objetivo es construir conocimiento de manera colaborativa aplicando las tecnologías en el aula.
Este documento presenta un mapa mental sobre la evolución de la tecnología educativa como parte de los requisitos de la licenciatura en Farmacia en la Benemérita Universidad Autónoma de Puebla en octubre de 2014.
The document provides information and instructions for finding someone who has been arrested and detained in New York City or New York State jails. It lists websites to search for inmates in NYC jails, NY state jails, immigration detention, and federal jails. It encourages remaining calm and contacting the law firm Pardalis & Nohavicka LLP at 718-777-0400 for legal assistance in understanding the steps needed to get a loved one released from jail.
Mango is an online language learning tool available through the library that allows users to learn vocabulary, grammar, and listen to native speakers through audio and video lessons. It tracks user progress and includes tests to check skills. While not a substitute for communicating with real people, Mango is praised as an excellent resource for learning language fundamentals through its interactive content and modules.
The document discusses mega-events, which are large international events like the Olympics or World Cup that increase tourism, media coverage, and economic impact. It then outlines the many teams involved in planning a successful event, from venue managers and stage managers to security, catering, and ticketing operations. The presentation emphasizes developing the event concept based on its theme, venue, audience, resources, timing, and team skills before analyzing the finalized concept and any competition.
Este documento presenta un cronograma de actividades para que los estudiantes aprendan a crear su propio sitio web utilizando Wix. El objetivo general es que los estudiantes sean capaces de comunicar información sobre un tema de su interés a una audiencia específica a través de un sitio web claro y preciso. Se establecen tres objetivos específicos: 1) comprender los conceptos básicos de Wix, 2) reconocer las herramientas de Wix y crear su propio sitio web, y 3) establecer el sitio web
Este documento proporciona instrucciones para crear una consulta de farmacia en una tabla, incluyendo los pasos para agregar campos con nombre, tipo de datos y precios de medicamentos, y luego agregar cálculos automáticos de IVA y total. También incluye un breve párrafo sobre la química del amor y la atracción entre personas.
Spicejet aviation technical analysis, fundamental indicators #investment anal...Yash Dave
This document provides an overview of understanding stock market trading and analyzing stocks. It discusses various technical indicators that can be used to analyze stock trends, including the 10-day and 30-day simple moving averages, Bollinger Bands, relative strength index, moving average convergence divergence, momentum, average directional index, and Bollinger %B. It also covers fundamentals like international market performance, foreign institutional investor sentiment, and analyzing company financials and stock performance. The goal is to help investors understand how to use these tools to select stocks and time their entry and exit from the market.
Soalan Percubaan UPSR 2012 Negeri Melaka Soalan Matematik Kertas 2ar-rifke.com
Soalan Percubaan UPSR 2012 Negeri Melaka Soalan Matematik Kertas 2 ini telah di upload di http://www.sistemguruonline.my/2014/11/soalan-trial-upsr-2012-negeri-melaka.html
Soalan Percubaan UPSR 2012 Negeri Melaka Soalan Bahasa Melayu Pemahamanar-rifke.com
Soalan Percubaan UPSR 2012 Negeri Melaka Soalan Bahasa Melayu Pemahaman ini telah di upload oleh Edu Web SGO di http://www.sistemguruonline.my/2014/11/soalan-trial-upsr-2012-negeri-melaka.html
El documento presenta 6 objetivos para mejorar el negocio: 1) capacitar a nuevos trabajadores y vendedores puerta a puerta, 2) conseguir un proveedor de materia prima de calidad, 3) entregar el producto a tiempo y de buena calidad, 4) disminuir fallas de calidad, 5) acordar precios con vendedores mayoristas.
Este documento define el ensayo como una composición escrita en prosa que expresa una interpretación personal de un tema. Explica que existen varios tipos de ensayos como el filosófico, descriptivo, literario, personal y académico. Además, señala que el ensayo debe estar controlado por una idea central llamada oración de tesis, la cual debe ser una opinión expresada en una oración completa. Finalmente, detalla las partes principales de un ensayo como la introducción, desarrollo y conclusión.
Este documento presenta una Ayuda Hipermedial Dinámica (AHD) para apoyar el aprendizaje basado en problemas en proyectos de aula con tecnologías de la información y la comunicación. La AHD incluye una evaluación inicial, actividades organizadas en protocolos, recursos como diagramas y videos, un sistema de evaluación, estrategias comunicativas, y criterios para complementar y transformar la AHD. El objetivo es construir conocimiento de manera conjunta entre estudiantes y docentes para resolver problemas.
Soalan Percubaan UPSR 2012 Negeri Melaka Soalan Matematik Kertas 1ar-rifke.com
Round off 8 494 0l I to the nearest million. The answer is 8.5 million.
Find the value of P = Q. The value of P is 6.
Calculate the total number of shirts produced by the factory. The total number is 133600.
Calculate the percentage of the shaded region in the diagram. The percentage is 45%.
This document discusses the process of decision making which includes identifying a problem, determining decision criteria relevant to resolving the problem, allocating weights to criteria based on importance, developing alternatives, analyzing and selecting alternatives, and implementing the selected alternative. It defines a decision as a choice between two or more alternatives and the act of deciding or making a judgment. It also describes identifying a problem as an obstacle making achievement difficult or a difference between expectations and reality.
El documento discute las alternativas organizacionales adoptadas por grupos indígenas en México en respuesta a problemas como la imposición de modelos políticos y económicos, el deterioro ambiental y la violación de derechos humanos. Muchos grupos indígenas se han organizado para lograr mayor autonomía política, económica y social, y proponer soluciones alternativas. La revista presenta proyectos de investigación sobre estas alternativas organizacionales indígenas en México con el fin de generar un diálogo sobre el tema.
Piero srafa produção de mercadorias por meio de mercadoriascosmonina
1) O documento apresenta resumos de textos de economistas como Sraffa, Robinson e Singer, discutindo suas análises e contribuições para a teoria econômica, especialmente no que se refere à teoria do valor-trabalho.
2) O livro de Sraffa "A Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias" é destacado como tendo aberto novos horizontes conceituais ao demonstrar que os preços, salários e lucros são determinados pelo tempo de trabalho.
3) Joan Robinson é elogiada por sua trajetória intelectual que a
Piero srafa produção de mercadorias por meio de mercadoriaLorraine Piovani
1) O documento apresenta resumos de textos de Piero Sraffa e Joan Robinson, economistas que desafiaram a ortodoxia marginalista.
2) Sraffa publicou seu livro "A Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias" em 1960, no qual introduziu o conceito de "mercadoria-padrão" para determinar preços relativos de forma consistente.
3) Joan Robinson inicialmente apoiou Keynes, mas posteriormente se interessou pela crítica marxista ao capitalismo, tentando tornar a teoria marxista compreensível para economistas
1) O documento discute as ideias do economista E.F. Schumacher sobre o desenvolvimento econômico sustentável.
2) Schumacher criticou o pensamento econômico tradicional e propôs conceitos como descentralização, tratamento sustentável dos recursos naturais e tecnologia apropriada ao estágio de desenvolvimento de cada país.
3) O artigo analisa essas ideias de Schumacher e sua importância ainda atual para tornar a economia mais humana e centrada nas pessoas.
Ricardo Cesar Costa - Usos e abusos da exclusão social como conceito explicativoRicardo Costa
1) O documento discute o contexto histórico e teórico do conceito de exclusão social no capitalismo mundial desde as crises de 1970.
2) A crise levou à mundialização financeira, flexibilização do trabalho e destruição do Estado de bem-estar social, aumentando o desemprego e a pobreza.
3) Isso configurou um quadro de "barbárie" no século 21 com conflitos, desigualdades e ameaças ambientais.
Este documento resume a trajetória acadêmica de Carlos Aguiar de Medeiros, desde quando ele ingressou na UFRJ como aluno de graduação em 1971 até se tornar Coordenador da Pós-Graduação do Instituto de Economia Industrial (IEI) entre 1993-1996. Ele destaca suas influências iniciais como aluno, sua produção como professor e pesquisador, e seu papel na reestruturação da pós-graduação do IEI.
1. O documento apresenta a edição comemorativa de 50 anos do livro "Formação Econômica do Brasil", escrito por Celso Furtado.
2. A introdução descreve a trajetória intelectual de Celso Furtado, desde seu interesse inicial em história até a escrita do livro, passando por sua tese de doutorado e outros trabalhos.
3. A apresentação contextualiza a redação de "Formação Econômica do Brasil", explicando como o autor aproveitou seu ano sabático em Cambridge para reescrever
1. A teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter enfatiza o papel do empreendedor e da inovação no processo dinâmico e descontínuo de desenvolvimento capitalista.
2. Schumpeter reconhece a influência de fatores sociais, culturais e institucionais no desenvolvimento econômico, ao contrário dos economistas neoclássicos que enxergavam o processo de forma mais estreita.
3. Sua teoria procura explicar a variação econômica ao longo do tempo, ao invés de assumir
Este documento apresenta diferentes abordagens para o estudo da vida econômica mundial na época moderna, incluindo: 1) os sistemas-mundo de Fernand Braudel e Immanuel Wallerstein; 2) o capitalismo comercial de Caio Prado Jr. e Celso Furtado; 3) o antigo sistema colonial; e 4) a história atlântica e global. O documento também discute conceitos como economia-mundo, capitalismo histórico e a divisão centro-periferia.
Ricardo Vélez Rodríguez - Coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa”, da UFJF. Coordenador do Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos da UFJF. Rive2001@gmail.com
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO E SEUS EFEITOS SOBRE A ECONOMIA MUNDIAL AO...Fernando Alcoforado
1. O documento descreve a evolução do pensamento econômico ao longo da história, incluindo o mercantilismo, liberalismo clássico, marxismo, liberalismo neoclássico e neoliberalismo.
2. Discutiu como cada escola de pensamento surgiu para combater a anterior e como afetou o desenvolvimento econômico global ao longo dos séculos.
3. Também analisou pensadores-chave de cada escola, como Adam Smith, Karl Marx, Friedrich Hayek e John Maynard Keynes, e como suas ideias moldaram
CAUSAS DO FRACASSO DO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO NO BRASIL E NO MUNDO E COMO...Fernando Alcoforado
Este artigo tem por objetivo apresentar os fatores que levaram ao fracasso do nacional desenvolvimentismo adotado no Brasil e no mundo e mostrar como resgatá-lo na era contemporânea. Entende-se por nacional desenvolvimentismo o esforço encetado por vários governos no mundo após a 2ª Guerra Mundial no sentido de fazer com que seus países alcançassem o mesmo nível de desenvolvimento dos países capitalistas desenvolvidos. A identificação dos fatores ou causas que levaram ao fracasso do nacional desenvolvimentismo vai possibilitar resgatá-lo com os devidos ajustes que, no caso específico do Brasil, é muito importante que aconteça porque foi, com o nacional desenvolvimentismo de 1930 a 1980, que o país alcançou o mais elevado nível de desenvolvimento econômico e social de sua história. O que se pretende, também, neste artigo é, identificando as reais causas do fracasso do nacional desenvolvimentismo, contribuir para mostrar os caminhos que levem à emancipação econômica e social da grande maioria dos países do mundo.
A logica cultural do capitalismo contemporâneo a partir da obra de Fredric Ja...Nina Endo
O artigo apresenta as interfaces entre cultura e economia na atual fase do capitalismo sob a
perspectiva de Fredric Jameson, crítico marxista norte-americano que afirma ser o pós-modernismo a
lógica cultural do capitalismo contemporâneo. Além de contextualizar a emergência histórica do pósmodernismo,
o artigo caracteriza a cultura como elemento constitutivo determinante do modo de
vida contemporâneo, marcado pelo individualismo e pelo consumismo. Demonstra de que maneira a
lógica cultural expressa pelo pós-modernismo contribuiu para a consolidação do regime de
acumulação flexível e fortaleceu o capitalismo em sua fase de financeirização.
Uma polêmica sobre as frentes "antineoliberais" e os "partidos amplos anticap...Alessandro de Moura
O documento discute as estratégias de partidos de esquerda no contexto da ofensiva neoliberal. A autora argumenta que partidos "amplos" e "anticapitalistas" não são suficientes para superar experiências falidas como o PT, uma vez que não delimitam claramente suas classes ou objetivos revolucionários. Ela defende que um partido marxista deve ter táticas transitórias que aproximem os trabalhadores da independência de classe e da revolução social.
1. plano de curso história econômica ii. 1º sem.2014Eduardo Carneiro
Este plano de curso apresenta:
1) O objetivo geral de apresentar os principais temas da História Econômica II de forma introdutória através de metodologias apresentadas;
2) O conteúdo programático estruturado em 5 unidades temáticas que abordam tópicos como a transição do feudalismo para o capitalismo, a Revolução Industrial, o imperialismo, o socialismo e a globalização;
3) Os procedimentos metodológicos que incluem aulas expositivas, leituras, debates e anál
Temporalidade política em daniel bensaïdCARLOS BRETA
1) O documento discute a trajetória intelectual e política de Daniel Bensaïd, filósofo marxista francês, e como ele incorporou os ensinamentos de Walter Benjamin em seu pensamento após os anos 1980.
2) Bensaïd inicialmente defendia uma abordagem mais voluntarista inspirada em Lênin, mas passou a enfatizar a especificidade da temporalidade política em relação à história após as transformações daquele período.
3) Sua análise da nova onda de lutas sociais iniciada pelo Zapat
ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA/AGROPECUÁRIA E ESTUDANTE DE DIRE...Antonio Inácio Ferraz
1) O documento apresenta uma introdução sobre a obra de Max Weber "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", considerada uma das mais importantes do século XX. 2) Weber buscou vincular o conteúdo doutrinário do protestantismo com a economia capitalista, demonstrando uma afinidade entre ambos. 3) O resumo irá apresentar as principais ideias de Weber sobre as raízes protestantes do capitalismo e o conceito de vocação.
Este documento discute a filosofia brasileira da segunda metade do século XX em 3 frases:
1) A filosofia brasileira passou por novos rumos a partir da década de 1950, quando a sociedade brasileira ganhou maior consciência de sua complexidade cultural e da necessidade de inserção no processo de modernização.
2) Importantes correntes filosóficas foram transplantadas para o Brasil nesse período, como o marxismo, existencialismo e filosofia analítica, enquanto a música popular brasileira,
Este documento discute a filosofia brasileira da segunda metade do século XX em 3 frases:
1) A filosofia brasileira passou por novos rumos a partir da década de 1950, quando a sociedade brasileira ganhou maior consciência de sua complexidade cultural e da necessidade de inserção no processo de modernização.
2) Importantes correntes filosóficas como o marxismo, o hegelianismo e a filosofia analítica ganharam destaque nas universidades brasileiras neste período, enquanto a música
O documento resume os principais pontos sobre a disciplina de Economia Política no curso de Direito da FCAT. Apresenta uma introdução sobre o objeto de estudo da Economia Política e sua abordagem teórica. Também descreve a evolução histórica do pensamento econômico, desde a Antiguidade até as escolas clássicas e neoclássicas.
Semelhante a O Debate do Desenvolvimento na Tradição Heterodoxa Brasileira (20)
Atualmente, diversos economistas das mais variadas origens e tendências argumentam que o Banco Central deve imprimir dinheiro para financiar o déficit público e zerar a taxa básica de juros para fazer políticas monetárias não convencionais, chamadas lá fora de Quantitative Easing (QE) e que consistem na compra de ativos privados e talvez até divida pública de prazos mais longos.
1) O artigo discute a evolução do conceito de Lei de Say no pensamento econômico, desde a versão original de Jean Baptiste Say até as interpretações clássicas, neoclássicas e da escola de Cambridge.
2) A versão original de Say tratava da identidade entre produção e consumo, onde toda produção gera demanda equivalente através dos salários pagos e do poder de compra gerado. Isso pressupunha a neutralidade da moeda e ausência de entesouramento.
3) Posteriormente, interpretações cl
The purpose of this paper is to contribute to an interpretation of Ricardo’s theory of foreign trade following the lead of Sraffa ́s own 1930 critique of Ricardo ́s alleged error and recently developed by other Sraffians. We argue that Ricardo assumed that trade happened at natural prices in each country. And once we take the process of gravitation towards those prices into account it follows that : (i) Ricardo’s theory is not incomplete, but fully determined so there is no need for price elastic demand functions, contrary to what John Stuart Mill argued; and (ii) in the simple cases of the examples of chapter 7 of Ricardo ́s Principles, the terms of trade are determined by the ratio of the given actually traded levels of reciprocal effectual demands.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This document analyzes Brazilian National Treasury primary auctions from the 2000s using a Modern Monetary Theory interpretation. It finds that:
1) The Brazilian government was always able to sell its treasury bonds and was not pressured into higher interest rates by bond markets or rating downgrades.
2) Downgrades by international rating agencies did not cause persistent pressure on auction rates or changes in bond sales volumes.
3) The Central Bank ensured liquidity for treasury bonds through repo operations, maintaining interest rate targets and guaranteeing demand for government bonds.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo's results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo´s results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
Thirlwall’s law, given by the ratio of the rate of growth of exports to the income elasticity of imports is a key result of Balance of Payments (BOP) constrained long run growth models with balanced trade. Some authors have extended the analysis to incorporate long run net capital flows. We provide a critical evaluation on these efforts and propose an alternative approach to deal with long run external debt sustainability, based on two key features. First, we treat the external debt to exports ratio as the relevant indicator for the analysis of external debt sustainability. Second, we include an external credit constraint in the form of a maximum acceptable level of this ratio. The main results that emerge are that sustainable long run capital flows can positively affect the long run level of output, but not the rate of growth compatible with the BOP constraint, as exports must ultimately tend to grow at the same rate as imports. Therefore, Thirlwall’s law still holds.
(1) O documento discute a análise de Lara Resende sobre as ideias da Teoria Monetária Moderna (MMT) e propõe um arcabouço teórico alternativo baseado na abordagem do excedente.
(2) A análise de Lara Resende aceita o modelo do Novo Consenso, mas reconhece que não há restrições monetárias ou fiscais. No entanto, suas implicações de política econômica não decorrem desse modelo.
(3) O arcabouço teórico alternativo propõe
1. O documento apresenta um modelo matemático para analisar sistemas econômicos representados por matrizes que indicam insumos e horas de trabalho necessárias para a produção.
2. É definido o conceito de matrizes redutíveis e irredutíveis e apresentados teoremas sobre propriedades de matrizes irredutíveis como tendo um autovalor máximo único.
3. Explica como representar sistemas de preços com e sem excedente usando esse modelo, encontrando soluções relacionadas a autovalores e autovetores das matriz
1) O documento é uma tese de doutorado apresentada à Universidade Federal do Rio de Janeiro que analisa o crescimento liderado pela demanda na economia norte-americana nos anos 2000 a partir da abordagem do supermultiplicador sraffiano com inflação de ativos.
2) No primeiro capítulo, a tese faz uma crítica à abordagem da macroeconomia dos três saldos proposta por W. Godley, argumentando que ela tem inconsistências contábeis.
3) Em seguida, a tese apresenta o arcabouço teórico do
1) O documento discute as contribuições teóricas de Piero Sraffa à teoria do valor e distribuição.
2) Sraffa propôs retomar a abordagem clássica do excedente e criticou a abordagem marginalista neoclássica.
3) Ele mostrou que há uma relação inversa entre salário real e taxa de lucro para qualquer número de bens, confirmando os resultados clássicos.
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa criticamente os modelos neo-kaleckianos sobre como a competitividade internacional influencia a taxa de crescimento de uma economia aberta. O autor argumenta que esses modelos restringem excessivamente a relação entre taxa de câmbio e distribuição de renda e omitem fontes alternativas de desvalorização cambial. Além disso, eles podem permitir déficits comerciais permanentes sem mecanismos de ajuste e sugerem que a desvalorização pode piorar o déficit comercial.
1) O documento discute modelos pós-keynesianos de crescimento e distribuição de renda, comparando-os com a teoria da distribuição de Cambridge.
2) Nos modelos iniciais, o nível de produção e utilização da capacidade dependem negativamente da parcela de lucros, enquanto a taxa de lucro realizada é constante.
3) A teoria de Cambridge argumenta que a parcela de lucros é determinada endogenamente no longo prazo, variando positivamente com o grau de utilização da capacidade.
(1) Keynes criticou a suposição neoclássica de que a taxa de juros é flexível, argumentando que ela é determinada monetariamente e não se ajusta automaticamente para manter o pleno emprego. (2) Sraffa criticou a ideia de que há sempre substituição entre fatores, mostrando que com capital heterogêneo a intensidade do uso de um fator não se correlaciona necessariamente com seu preço. (3) Ambas as críticas questionam se os mecanismos propostos pela teoria neoclássica são suficientes para garant
This paper examines the semiconductor’s industry growing importance
as a strategic technology in the modern industrial system and in contemporary war
-
fare. It also analyzes this industry’s evolution in China and the Chinese semiconduc-
tor industrial policy over the last years. We review the Chinese interpretation of the
‘revolution in military affairs’ and China’s perception of its backwardness as well as
the possibilities of catch-up and evolution in the most sophisticated segments of this
productive chain through domestic firms and indigenous innovation.
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
A Hipótese de Estagnação Secular nas teorias do crescimento econômico: um lab...
O Debate do Desenvolvimento na Tradição Heterodoxa Brasileira
1. 1
O Debate do Desenvolvimento na Tradição Heterodoxa Brasileira
Introdução
O cenário político e econômico mundial das primeiras décadas do século XX foi
crucial para o surgimento da economia do desenvolvimento como um tópico autônomo
dentro da teoria econômica. A economia clássica tinha como objeto central o
desenvolvimento; no entanto, este não havia se firmado como uma disciplina distinta,
com um corpo teórico próprio. O período que se segue ao da hegemonia teórica clássica,
com o surgimento da ortodoxia Neoclássica, teve como uma de suas características o
abandono da problemática do desenvolvimento econômico em favor da análise da
alocação, tendo como suposto a escassez e como mecanismo fundamental o princípio da
substituição.
O fim da chamada Era Liberal do século XIX com a crise de 1929 e as
experiências, a partir daí, vivenciadas por vários países no período que vai do fim da
Primeira Grande Guerra até a Segunda Guerra Mundial foram os propulsoras do debate
profundo sobre o desenvolvimento econômico, que se assistiria ao final da década de
1940 e na década de 1950. Este período é chamado por Meier (1984) como “the
pioneering period” para a nova economia do desenvolvimento, que tem como foco os
problemas de desenvolvimento da Ásia, África e América Latina. O desenvolvimento
econômico como tema de debate acadêmico foi uma resposta a uma situação histórica
particular. Este debate se torna ainda mais premente, demandando a proposição de
políticas aplicadas específicas, devido ao estabelecimento da descolonização e da
Guerra Fria no pós-guerra. As idéias desenvolvimentistas respondiam a uma
necessidade sócio-política de propor medidas que favorecessem o crescimento
acelerado, ou seja, de catch up, a países “novos” ou não, dentro da luta por supremacia
político-ideológica entre Estados Unidos e URSS.
Assim, as décadas de 1940 e 1950 marcam uma mudança na perspectiva
intelectual até então dominante, com a emergência de um novo consenso, o “consenso
do desenvolvimento”, que prevalecerá no cenário econômico e ideológico até os anos de
1970. Ilustrativa deste “consenso” foi a declaração, por parte das Nações Unidas (ONU)
e do Governo dos Estados Unidos, da década de 1960 como a “década do
desenvolvimento”. A adoção de políticas desenvolvimentistas recebeu o apoio explícito
de órgãos internacionais oficiais e as Comissões Regionais da ONU assumiram um
2. papel ativo no exame dos problemas do desenvolvimento, sendo a Comissão Econômica
para a América Latina (CEPAL), criada em 1948, a comissão mais proeminente. (Meier,
1984)
É nesse centro que se formam intelectualmente os principais economistas
brasileiros que a partir da década de 1950 passaram a exercer papel central no debate e
na proposição de política econômica dentro de uma perspectiva heterodoxa.
O pioneiro e fundador dessa tradição foi Celso Furtado. Furtado não apenas teve
contribuição central no debate intelectual desde a década de 1950, produzindo, entre
outras obras, o clássico “Formação Econômica do Brasil”, como participou ativamente
como policy maker através do relatório CEPAL –BNDES, da fundação da SUDENE e
da proposta e início da execução do Plano Trienal em 1963. Sua carreira como policy
maker foi interrompida pelo golpe militar de 1964, mas sua produção acadêmica
continuou até sua morte. Dentro dessa tradição heterodoxa brasileira podemos também
destacar a economista Maria da Conceição Tavares que sendo formada pela CEPAL,
publicou obras centrais dentro dessa tradição, como o livro “Da Substituição de
Importações ao Capitalismo Financeiro: Ensaios sobre a Economia Brasileira”, mas que
no decorrer do seu percurso intelectual avançou sua reflexão incorporando novos
paradigmas teóricos que acabaram por conformar a interpretação da economia brasileira
da Escola da UNICAMP.
O pensamento heterodoxo desenvolvimentista Latino Americano em geral, e
brasileiro em particular, nasce das idéias e do ambiente intelectual desenvolvimentista
mundial dos anos 1940 e evolui com a incorporação de outras contribuições
heterodoxas, principalmente de autores de alguma forma ligados a tradição de
Cambridge como Kalecki, Kaldor, Joan Robinson1 e outros como Steindel, Labini,
Minsky. Essa trajetória, entretanto não foi linear, envolvendo debates, controvérsias,
revisões de posições por diferentes autores e mesmo divergências nunca sanadas.
Infelizmente, a reação liberal, que se solidificou a partir da década de 1990, contrapôs-se
a essa tradição rotulando-a de forma caricata como “intervencionista”, “estatista”,
“protecionista”. Tais qualificativos, embora não sejam necessariamente incorretos, além
de carregados de juízos de valores supostamente negativos são nocivos à tradição
heterodoxa ao homogeneíza-la, através de palavras-chave, ofuscando debates e
1 Nunca é demais lembrar que o pioneiro Furtado escreve sua obra-prima, Formação Econômica do
Brasil, em Cambridge e nesta universidade freqüenta seminários de todos os grandes economistas ligados
a esta instituição como Kaldor, Joan Robinson e Sraffa.Ver Furtado (1997) p. 327-332.
2
3. divergências dentro deste campo que, em grande medida, permanecem atuais. O
objetivo deste trabalho é revisitar um desses grandes debates da tradição heterodoxa
brasileira: o debate sobre a desaceleração do crescimento econômico no início dos anos
1960 que estava por trás das idéias, então percebidas, como de esgotamento do modelo
de substituição de importações, tendência à estagnação e subdesenvolvimento (no
conceito Furtadiano, como precisaremos à frente). Esse debate e, em alguns aspectos,
sua superação envolve a compreensão das próprias mudanças analíticas do pensamento
heterodoxo brasileiro bem como a discussão de temas até hoje centrais para o
desenvolvimento, como a relação entre crescimento e distribuição de renda.
Tais tópicos serão desenvolvidos com uma discussão inicial sobre os
fundamentos clássicos da teoria do desenvolvimento dos anos 1950. Na seção seguinte
discute-se como essa abordagem se relaciona à interpretação Cepalina, e principalmente
Furtadiana, da economia brasileira. Apresentamos também a crítica de Conceição
Tavares a essa leitura e sua contribuição para a formação da Escola da UNICAMP. Na
ultima seção são feitas algumas observações buscando sintetizar as interpretações
divergentes apresentadas no decorrer do trabalho.
3
2 A Teoria do Desenvolvimento Cepalino e o Paradigma Clássico2
A teoria do desenvolvimento nascida nos anos 1940 é caracterizada como a
teoria econômica com oferta ilimitada de mão de obra. A expressão está inclusive no
título do trabalho seminal de Arthur Lewis em 1954, “O desenvolvimento econômico
com oferta ilimitada de mão-de-obra”, o qual lhe valeu um Prêmio Nobel em 1979. Esse
era um ponto central da sua argumentação, sendo claramente enunciado logo nas duas
primeiras páginas de seu artigo, questionando assim o pressuposto básico da teoria
neoclássica, qual seja, o princípio da escassez, ou neste caso específico, que existe
limitação na oferta de mão-de-obra3. Esta observação empírica já havia sido constatada
2 O termo Teoria Clássica é usado neste artigo de forma distinta daquela encontrada na maioria dos livros
textos de macroeconomia, que usualmente apresentam o modelo de determinação do produto marginalista
com a denominação de “modelo clássico”. Utilizamos aqui o conceito de “economia política clássica,
“...criado por Marx que determinava seu começo com Sir William Petty na Inglaterra e Pierre le Pesant de
Boisguilbert terminava com David Ricardo e J.-C.-L. Simonde de Sismondi” (Aspromourgos 1996, p. 2)
e que tem como princípio unificador o conceito de excedente econômico. Particularmente nos interessa a
noção dos autores dessa escola de que existe uma relação direta entre tal excedente econômico e a
acumulação de capital. Tal noção é central no nexo causal entre poupança e investimento dos autores do
desenvolvimento dos anos 1950.
3 Para uma análise do papel central da escassez de mão de obra no funcionamento do modelo neoclássico
de crescimento ver Serrano e Cesaratto (2002).
4. por diversos autores4 mas Lewis explicitou suas conseqüências para mostrar como a
teoria neoclássica5 era inadequada para vários países que apresentavam excedente de
mão-de-obra. A partir das hipóteses de oferta ilimitada de mão-de-obra, remunerada
com salários de subsistência, e de que a produção aumenta com o decorrer do tempo
através da crescente acumulação de capital, Lewis formulou um modelo seguindo a
tradição Clássica.
O nível de subsistência é que determina o preço do trabalho e, nas palavras do
autor, “a oferta de trabalho é, portanto, ‘ilimitada’ porquanto a oferta, a este preço,
excede a demanda.”(Lewis,1954, p.409) O nível de subsistência define-se através de
uma convenção acerca do mínimo necessário para subsistir ou pode ser determinado
como o produto médio per capita na agricultura mais uma certa margem.
O setor capitalista6 é definido como a parte da economia que utiliza capital
reproduzível e visa ao lucro, com trabalhadores assalariados, enquanto o setor de
subsistência é toda a parte da economia que não utiliza capital reproduzível e o objetivo
principal da atividade econômica é a manutenção do consumo, como seria o caso de
camponeses e empregados por conta própria7. O produto per capita no setor de
subsistência é menor do que no setor capitalista, pois “não é frutificado pelo capital”,
daí chamar-se improdutivo. (Lewis,1954, p. 414)
Dessa forma, o setor de subsistência estabelece o mínimo, mas os salários no
setor capitalista serão maiores e, de acordo com a disponibilidade de capital, mais
trabalhadores podem ser levados do setor de subsistência para o capitalista, elevando o
4 Em artigo de 1947, Mandelbaum destacava a presença de sobrepopulação, ocupações de baixa
produtividade e de desemprego rural disfarçado nos países atrasados; em 1951, o Relatório “Measures for
the economic development of under-developed countries” elaborado por um grupo de especialistas sob o
patrocínio da ONU, com a participação de Lewis, destacava o grande número de trabalhadores na
agricultura que poderiam ser deslocados para outras ocupações, sem redução na produção agrícola. A este
respeito ver Meier (1984)
5 Para Lewis, a teoria de Keynes também era inadequada por pressupor não só oferta ilimitada de mão-de-obra
4
como oferta ilimitada de capital e de terra.
6 O termo capitalista não se refere apenas ao setor privado, mas também ao Estado capitalista, que pode
utilizar os lucros do setor capitalista e o que conseguir extrair através de impostos do setor de subsistência
para acumular capital. Também não é correto associar diretamente o setor moderno capitalista
exclusivamente ao setor industrial (ver nota 7)
7 É importante destacar que o modelo original de Lewis não tem como hipótese central a idéia de que o
setor de subsistência seja necessariamente o agrícola. Esse é uma interpretação que acabou surgindo de
leituras neo-clássicas como as de Fei e Ranis (1963) (ver Figueroa 2004). Para Lewis “Other writers, with
different purposes, have made different divisions. A now popular division is between industry and
agriculture, but capitalist production cannot be identified with manufacturing . . . The model is intended
to work equally well whether the capitalists are agriculturalists or industrialists . . . indeed in its first
version . . . the model presupposes that the capitalist sector is self-sufficient and contains every kind of
economic activity… In the model, the noncapitalist sector serves for a time as a reservoir from which the
capitalist sector draws labor. ” (citado por Figueroa 2004, p. 739)
5. produto per capita. A mão-de-obra será empregada no setor capitalista até o ponto em
que o salário se torne igual à produtividade marginal. Assim a teoria do
desenvolvimento se apresenta como uma crítica limitada à ortodoxia neoclássica, um
“caso particular” teórico respondendo a condições histórico-empíricas específicas cuja
validade se encerra na medida que essas peculiaridades são eliminadas pelo próprio
desenvolvimento econômico.
A heterodoxia Latino Americana, que se funda com os relatórios pioneiros de
Raul Prebisch para a CEPAL (Prebisch, 1949), herda dessa abordagem a sua estrutura
teórica geral8. Dentro dessa estrutura está a determinação da renda pela Lei de Say. Essa
característica em termos macroeconômicos se expressa pela relação causal poupança-investimento:
uma maior poupança implicará num maior nível de investimento. Nessa
abordagem teórica o produto, ou seu crescimento, não é restrito pela demanda e sim
pela oferta. Economias cresceriam menos porque a poupança potencial máxima é
limitada, gerando uma restrição ao investimento e conseqüentemente ao crescimento
mais acelerado do produto potencial.
No modelo de Lewis há uma visão “otimista” sobre as possibilidades do
crescimento seguindo a abordagem clássica. Dado que os salários são determinados
basicamente pelo nível de subsistência, o emprego em setores modernos de mais
elevada produtividade gerariam um montante de lucros, e conseqüentemente, poupança
potencial ampliados. A ruptura da armadilha da não industrialização liberaria forças, em
termos de elevação da poupança através do crescimento da produtividade do trabalho
não acompanhada pelos salários. Essa poupança ampliada seria capaz de acelerar o
crescimento econômico, terminando por eliminar o mercado dual de trabalho, ou o
próprio excedente estrutural da mão de obra.
8 Não iremos discutir aqui o ponto que mais facilmente é reconhecido como a marca da CEPAL, ou seja,
a tendência a deterioração dos termos de troca, nem se essa impressão generalizada é acurada (para uma
revisão crítica ver Ocampo e Parra 2007). Vale, entretanto, destacar que mesmo a tendência a
deterioração dos termos de troca necessita, para sua explicação, de condições específicas no mercado de
trabalho para que os frutos do progresso técnico sejam absorvidos ou não, resultando nas trajetórias
distintas dos preços de bens agrícolas e industrializados. Mercados de trabalho onde há excesso de oferta
de mão de obra e pouca organização trabalhista, ou seja, os mercados de trabalho dos países primário
exportadores, tendem a repassar ganhos de produtividade para os preços, reduzindo-os frente aos dos
países produtores de bens industrializados ver Prebisch (1949). Lewis (1977) desenvolve um modelo de
deterioração dos termos de troca onde essa relação é também resultado da evolução do salário geral da
economia, que entretanto é determinado no setor de subsistência. Uma baixa produtividade nesse setor
resultaria em baixos salários e deterioração dos termos de troca contra os países com tal característica. A
despeito de tais considerações teóricas Boianovsky (2007, p. 12) apresenta uma correspondência entre
Furtado e Juan Noyola onde a origem comum das idéias Cepalinas e de Lewis são reconhecidas
explicitamente por Furtado.
5
6. Ainda que seguindo as premissas teóricas fundamentais contidas no trabalho de
Lewis, alguns autores centrais na teoria do desenvolvimento como Rosenstein-Rodan e,
principalmente Nurkse, entendem que a ruptura do “círculo vicioso” de baixa
produtividade, reduzidas dimensões do mercado e baixa acumulação, acontece com o
estabelecimento de um conjunto, ou bloco de investimentos, que seja capaz de gerar
fortes externalidades com impactos positivos sobre as decisões de investimento
individuais (ver Nurkse, por exemplo, 1951 e 1953).
No pensamento Cepalino, a despeito da sua clara filiação clássica, tal otimismo é
desde início mitigado pela hipótese de que o excedente gerado no setor capitalista da
economia pode não se tornar poupança/investimento dado o excessivo consumo
capitalista, ou mais geralmente, o consumo conspícuo das minorias de renda mais alta.
Este consumo das elites se basearia nos padrões de consumo, ou culturais, dos países de
renda per capita mais elevada9. Esse é um ponto central para a reflexão de Furtado e vai
perpassar sua obra em vários momentos, quase como um guia condutor de sua crítica ao
padrão de desenvolvimento implantado no Brasil a partir dos anos 1950.
Antes avançar, entretanto, deve-se anotar que a preocupação Cepalina quanto às
possibilidades de sucesso do processo de industrialização na América Latina não se
cingia à questão de falta de poupança por excessivo consumo de luxo10. Uma outra
limitação ao crescimento econômico seria uma relação capital/produto excessivamente
elevada. Com uma relação capital produto muito alta um mesmo montante de
poupança/investimento resultaria numa taxa de crescimento menor. As fórmulas
abaixo11 nos permitem explicitar essas duas relações com maior clareza:
9 Ver Serrano (2001) para análise dessa questão.
10 É importante destacar que o consumo de luxo, como veremos elemento central no pensamento
Furtadiano também já havia sido alvo de reflexão por parte de autores da teoria do desenvolvimento de
tradição anglo-saxã. Ver Nurske (1953) ao afirmar que “...As grandes e crescentes diferenças entre os
níveis de renda de diferentes países, aliados a uma consciência maior do fato, podem vir a elevar a
propensão geral ao consumo das nações mais pobres, a reduzir sua capacidade de poupança ... o contato e
conhecimento de esquemas de consumo superiores dão asas a imaginação criando novas necessidades ... a
tendência a copiar os padrões de consumo americano tende a limitar a oferta de fundos de inversão.”(p.
271/272). Antes da publicação de seu trabalho mais conhecido em 1953, Nurkse apresentou em 1951 seis
palestras no Rio de Janeiro onde esse ponto foi exaustivamente analisado. Tais palestras foram alvo de
uma réplica por parte de Furtado, na qual fica explícita a convergência de idéias entre os dois autores em
relação ao “problema do consumo de luxo”. Para um resumo de tal debate ver Bastos (2008)
11 O desenvolvimento aqui apresentado segue Serrano (2005)
6
7. 7
I
* =
D = D =
D = =
1 S
1
(1)
1
*
*
K
I
Y
* * *
s
v
g
Y v
Y v
Y
v
v
Y
v
Y K
=
, onde v é relação capital produto, s a propensão a poupar e g a taxa de crescimento do
produto correspondente à plena utilização de capital, ou taxa garantida.
Supondo, por simplificação que os trabalhadores não poupam:
P
k
Y
= -
s s
s s (1 w) (2)
k
=
, onde sk é a propensão a poupar dos capitalistas, P os lucros e w a participação dos
salários na renda. Substituindo (2) em (1), obtêm-se:
= - = -
(1 )
(1 )
Y
s w
(1 ) (3)
g s w R
K
s w
v
g
k
k
k
= -
Um maior consumo “capitalista” implicaria num menor sk e, como vemos em
(3), conseqüentemente, um menor crescimento econômico. Podemos observar também
que uma maior relação capital/produto, ou alternativamente uma menor Taxa Máxima
(R), também causaria uma redução do crescimento econômico. Raul Prebisch em seus
estudos pioneiros já apontava para o problema de uma relação capital produto elevada
como entrave ao crescimento econômico, ou uma desvantagem dos países não
industrializados vis-à-vis aos países desenvolvidos:
“Nos países desenvolvidos a técnica produtiva exige um alto
grau de capital per capita, mas o desenvolvimento paulatino da
produtividade, que se deve justamente a essa técnica, permitiu
que esses países tivessem elevada renda per capita, mediante a
qual realizaram a poupança necessária para formar o capital
requerido. Inversamente, na maior parte dos países Latino
Americanos, a poupança é escassa, em decorrência do baixo
nível de renda. Quando os que hoje são grandes centros
industriais estavam em situação comparável à que agora se
apresenta nos países periféricos, e quando a renda per capita
era relativamente pequena, técnica produtiva também exigia
8. 8
um capital per capita relativamente exíguo.”(Prebisch 1949, p.
163)
Uma vez entendido o esquema analítico clássico seguido pelos autores da teoria
do desenvolvimento que surge a partir da década de 1940, na qual se inclui a reflexão
teórica de autores Latino Americanos como Prebisch e Furtado, podemos ver como se
relacionam acumulação, seus supostos problemas e limitações, e distribuição de renda.
3 Acumulação, Estagnação, Subdesenvolvimento e Distribuição de Renda
Como lembrado anteriormente, Furtado não apenas participou da formulação da
teoria do desenvolvimento na América Latina como também teve atuação destacada
como policy maker diretamente ligado ao executivo e formulador de planos de
desenvolvimento quando ligado a Cepal12. Entretanto, na entrada dos anos 1960, ou
seja, após o bem sucedido, pelo menos em termos de cumprimento de suas metas
quantitativas gerais e setoriais, período do Plano de Metas, Furtado adota um tom mais
“pessimista” em sua reflexão. Nos referimos, especificamente, a hipótese central à
teoria do desenvolvimento de que a industrialização seria capaz de eliminar a dualidade
básica da economia, com a absorção do excedente estrutural de mão de obra no setor
moderno e de maior produtividade per capita da economia. Na descrição de Furtado
(1963):
“... a resultante foi quase sempre à criação de estruturas
híbridas, uma parte das quais tendia a comportar-se como um
sistema capitalista,a outra, a manter-se dentro de uma estrutura
preexistente. Este tipo de economia dualista constitui,
especificamente, o fenômeno do subdesenvolvimento
contemporâneo. O subdesenvolvimento é, portanto, um
processo histórico autônomo e não uma etapa pela qual,
necessariamente, tenham passado as economias que já
alcançaram grau superior de desenvolvimento”(p. 180)
Deve-se destacar que com essa formulação Furtado rompe com uma leitura
linear, Rostowiana, do desenvolvimento, ou seja, que este seria composto de etapas
vencidas paulatinamente até o destino final de eliminação da heterogeneidade dual. O
subdesenvolvimento, nesta formulação de Furtado é uma estrutura estável que
conviveria e, mais do que isso, seria uma conseqüência do padrão de desenvolvimento
12 Como formulador de políticas aplicadas ao desenvolvimento relacionadas especificamente com o
Brasil, a grande contribuição de Furtado no seu período junto a Cepal nos anos 1950 foi a redação do
relatório do Grupo Misto BNDE-CEPAL, “Análise e Projeções do Desenvolvimento Econômico” em
1953. Este relatório teria grande importância para as propostas levadas a cabo no Plano de Metas do
governo JK.
9. adotado no Brasil desde os anos 1950. É importante destacar que essa visão pessimista
quanto às perspectivas da continuação do processo de desenvolvimento no início dos
anos 1960 era compartilhada por outros autores da tradição Cepalina como Maria da
Conceição Tavares.
Tavares (1963) identifica perda de dinamismo, entre 1958 e 1961, nas indústrias
de base, principalmente nas indústrias mecânicas e de material elétrico, o que estaria
relacionado ao avanço do processo de substituição de importações para faixas de maior
intensidade de capital e à redução da reserva interna do mercado para substituição.
Segundo a autora, “...o modelo de desenvolvimento recente conduziu a
economia brasileira a um dos tipos mais acabados de economia dual dentro da própria
América Latina.” (1963, p.110) Há não só desníveis absolutos de produtividade como
uma tendência à disparidade aumentar.
Tal tendência decorre do avanço da industrialização para faixas com densidade
de capital mais alta e/ou a introdução de técnicas poupadoras de mão-de-obra, o que
impediu que houvesse uma maior absorção de mão-de-obra e do fato da estrutura
produtiva do setor primário não ter se alterado, o que impossibilitou a incorporação da
população ao mercado consumidor.
Tavares também prossegue na problemática de Furtado (e Prebisch) citada
anteriormente da elevada relação capital-produto derivada do tipo de tecnologia
adotada, o que representa um grande esforço de acumulação com pouca geração de
emprego, ao longo do processo de crescimento. Além disso, surgem problemas quando
o processo avança para faixas que exigem maior escala e são de maior complexidade
tecnológica, o que representa um freio à diversificação e à integração do sistema
produtivo industrial, dado o montante de capital necessário, a dimensão do mercado e o
know how requeridos.
A transferência da população das áreas rurais para as urbanas não teve o mesmo
sentido do modelo de Lewis e de outros modelos históricos de alguns países
desenvolvidos13, tendo crescido a população marginal e o desemprego disfarçado nas
cidades. O setor industrial aumentou seu grau de diversificação e nível de
produtividade, mas o estágio de desenvolvimento alcançado não é equilibrado.
Em termos sociais, os desequilíbrios se agravaram no processo de
desenvolvimento, tendo aumentado a população marginal e o desnível de renda da
9
13 A autora não diz a que países está se referindo, mas em outra passagem o caso do Estados Unidos é
citado.
10. população ocupada entre o setor primário e o secundário, o que se deve, em grande
parte, ao fato dos setores dinâmicos da economia não terem absorvido a população em
idade economicamente ativa em ritmo satisfatório. Ao mesmo tempo, tem-se um
desequilíbrio social dentro da própria região mais desenvolvida, indicado pela
concentração econômica no setor industrial14.
Pode-se ver pelos argumentos listados acima que havia uma clara percepção por
parte de importantes autores da tradição Cepalina que o período de crescimento
acelerado do início dos anos 1950 havia no mínimo chegado a pontos de
estrangulamento e desequilíbrios macroeconômicos, setoriais e sociais. Essa percepção
inspirou em Furtado o nascimento de conceito teórico particular: o subdesenvolvimento.
Entretanto, este mesmo autor em seu livro, Subdesenvolvimento e Estagnação na
América Latina, avança uma hipótese mais radical: a de que o processo de
desenvolvimento como levado a cabo até então levaria inexoravelmente a estagnação
econômica.
A crítica teórica a essa tese de Furtado foi feita em detalhe por Tavares e Serra
(1970 p.159-167). Utilizaremos aqui apenas uma formulação muito simples a fim de
mostrar inicialmente alguns problemas internos ao argumento Furtadiano.
Após essa radicalização com a formulação da tese estagnacionista, Furtado, de
certa forma, retorna a uma formulação mais “branda” que dá sustento a sua tese sobre
Subdesenvolvimento, como será mostrado à frente.
O ponto inicial do argumento estagnacionista de Furtado é a, já citada, elevação
da relação capital-produto à medida que o processo de substituição de importação vai
atingindo seus estágios mais complexos15. Como pode-se verificar na equação (3) acima
uma elevação da relação capital produto (ou uma redução da produtividade do capital),
uma vez mantidas a distribuição de renda e a propensão a poupar dos capitalistas,
resultaria numa menor taxa de crescimento econômico.
14 A esses elementos mais estruturais da forma de constituição do processo de industrialização acrescenta,
Conceição Tavares, o caráter regressivo das políticas públicas que não apenas não mitigam como,
outrossim, potencializam a natureza excludente do processo de desenvolvimento por ela analisado.
15 Por estágio mais complexo ou avançado Furtado entende a implementação de industrias de bens de
consumo durável.
10
11. A primeira qualificação que deve ser feita a essa hipótese é anotar que a relação
capital produto normal ou de longo prazo16 é um resultado da interação entre duas
variáveis, as relações capital per capita e produto per capita:
11
Y = (4)
L
L
K
Y
K
onde L é a mão de obra
Pode-se observar que para que Y/K diminua, ou para que a relação capital-produto se
eleve, é necessário que se faça uma hipótese muito particular entre os ganhos de
produtividade do trabalho e a maior mecanização da economia, ou seja, é necessário que
os ganhos de produtividade não compensem a maior utilização de capital por
trabalhador.
Mas mesmo supondo-se que isso ocorra, não decorre daí uma redução do
crescimento da economia, dentro dos limites teóricos da teoria clássica do investimento
que norteia a reflexão Furtadiana.
Na argumentação de Furtado (1965), o autor parte do conjunto de circunstâncias,
já descritos acima, que supostamente levariam a elevação da relação capital produto da
economia17. Como vemos na fórmula abaixo a elevação da relação capital produto tem
como contrapartida um aumento da produtividade do trabalho. Dado que b, o salário
real, num modelo tradicional da teoria do desenvolvimento aqui analisada, é constante e
exogenamente determinado, pode-se ver os dois efeitos contrários de uma maior
mecanização da economia na expressão para a taxa de lucro em (5)18:
Y
= -
L
b
(5) 1
Y
K
r
Na realidade, dada uma taxa de salário constante à medida que se aumenta a
capitalização de uma economia ocorre um aumento na massa de lucros vis-a-vis a
parcela dos salários, ou seja, uma mudança na distribuição de renda que tem um efeito
16 Não se discute aqui a diferença entre relação capital-produto efetiva e normal, a qual depende do grau
de utilização da economia. Esse ponto é discutido em Tavares e Serra (1973), p. 161-162. Para uma
exposição sintética desse ponto, ver Scherer (2007),p. 50 51.
17 Dentro dos elementos que levariam a essa tendência pode-se sublinhar que, segundo Furtado (1965),
uma das principais seria uma elevação do preço dos bens de capital (absoluta e relativa, frente a outros
bens) em conseqüência de problemas de escala mínima de produção, eficiência e know how. Furtado
(1965) também inclui entre esses fatores questões relacionadas à desvalorização cambial e compra de
máquinas no exterior.
18 Em Furtado (1965) p.74-79 a fórmula para taxa de lucro r, ainda que apresentada de forma literária, é
Y
-
=
K
L
b
L
r
que pode ser facilmente transformada (4) dividindo-se ambos os termos da fração por L e re-arranjando
os seus termos.
12. positivo sobre o crescimento econômico dentro de um modelo clássico. Essa relação é
explicitada na equação (3) acima. Se multiplicarmos a taxa máxima, R, pela fração dos
lucros na renda teremos a taxa de lucro da economia, como em (6):
g s r (6) k =
Assim uma elevação da relação capital produto não tem impacto no crescimento
a menos que haja uma redução da taxa de lucro na economia. Dada uma propensão a
poupar constante dos capitalistas a queda da taxa de lucro é a única condição para se
gerar uma tendência à estagnação.
Esse fenômeno, entretanto, se insere numa discussão muito mais ampla que o
modelo Furtadiano, sendo um tema extremamente controverso e pertencente à tradição
Marxista. A ocorrência de tal tendência prescinde de qualquer referência específica à
condição periférica de uma determinada economia, ou seja: seria uma tendência inerente
ao processo de acumulação capitalista. A apresentação da vasta polêmica sobre essa
questão escapa inteiramente ao escopo deste trabalho, no entanto é a esta que se deve
referir para situar corretamente as hipóteses estagnacionistas Furtadianas.
Da apresentação anterior pode-se concluir que a hipótese da elevação da relação
capital produto está longe de ser facilmente comprovada como sugere Furtado. Além
disso, seguindo a teoria clássica da determinação do produto, e dado um salário real
constante, o aumento da produtividade do trabalho levaria a uma concentração de renda,
sendo esta funcional no sentido de evitar a redução da taxa de crescimento econômico
em função de uma possível elevação da relação capital produto.
Essa observação é importante na medida que o artigo de Tavares e Serra (1973)
não apenas apresenta uma crítica teórica à hipótese de Furtado. Tavares e Serra no
início dos anos 1970 estão não apenas fazendo uma crítica abstrata à hipótese
estagnacionista de Furtado, mas também explicando o fato de ter ocorrido exatamente o
oposto do previsto por esse autor: a forte aceleração do crescimento econômico no
período do Milagre Econômico.
Entretanto, ao fazerem tal crítica, o fundamento clássico da teoria do
investimento, ou seja, aquela que apresenta uma relação direta entre concentração de
renda e maior acumulação, é abandonado. Esses autores utilizam-se de um instrumental
analítico Kaleckiano, ou de demanda efetiva, onde a trajetória do crescimento deve ser
explicada pelo comportamento das variáveis de demanda e onde a restrição ao
crescimento se dá pela eventual debilidade dessas variáveis e não uma restrição pelo
lado da poupança. Assim, a relação entre concentração de renda e crescimento não mais
12
13. se determina de forma direta e unívoca, na qual a primeira é condição lógica para
explicar o segundo, seja em relação a sua aceleração (hipótese da poupança forçada)
seja na crítica a estagnação (hipótese da elevação da relação capital produto).
Nesse debate reside um ponto central cujo esclarecimento nos parece importante
não apenas numa perspectiva do estudo da evolução da interpretação econômica
brasileira como por iluminar um tema recorrente, e algumas vezes mal compreendido,
que é a relação entre concentração de renda e crescimento econômico no Brasil.
A recuperação do Milagre se fez com concentração de renda ainda que esta
tenha sido resultado de uma política anti-inflacionária que usou o salário nominal, e
consequentemente, o salário real, como variável distributiva a ser controlada para
reduzir a inflação gradualmente. Entretanto, tal concentração de renda ao contrário da
interpretação usual da poupança forçada19, ou seguindo logicamente o modelo de
Furtado (1965), não é funcional por gerar uma poupança necessária para um
crescimento mais acelerado. Dentro da perspectiva do Princípio da Demanda Efetiva,
uma maior concentração de renda, efeito colateral da política de estabilização adotada e
do novo balanço de forças políticas do regime militar, pode ter um efeito circunstancial,
ou conjuntural, de reforçar a adequação da estrutura da oferta e a demanda efetiva mas
não determina através da elevação das taxas de lucro e da poupança agregada, o
investimento em máquinas e equipamentos. Para analisar essa eventual adequação deve-se
retroceder até o período de industrialização acelerada do final da década de 1950.
Na implantação do Plano de Metas optou-se pela industrialização substitutiva
que refletia uma distribuição de renda regressiva existente, dando-se prioridade a certas
indústrias de bens de consumo duráveis mais sofisticadas tecnologicamente. Assim,
assistiu-se a implantação de unidades industriais que tinham como exigência
tecnológica uma escala mínima o que normalmente, cria, e efetivamente criou, uma
capacidade instalada à frente da demanda corrente. Isso requereria um crescimento
persistente da demanda agregada, e particularmente do poder de compra dos setores de
classe média e alta. Esta evolução do poder de compra ficou comprometida pela
exacerbação da desaceleração cíclica esperada do início dos anos 1960 em consequência
da grave crise econômica e política que se instalou a partir de 196120.
19 Para uma revisão crítica teórica da importância da poupança forçada ver Serrano 2001. Para uma
revisão crítica da literatura brasileira bem como uma reavaliação empírica dessa hipótese ver Bastos e
Pereira (2006)
20 O período que vai do fim do Governo Kubitshek até a instalação do regime militar em 1964 é repleto
de graves crises políticas que afetam diretamente as variáveis de gasto privado e público. Nesse sentido, é
13
14. Assim, num momento em que tal estrutura de oferta se encontra operando com
uma capacidade ociosa elevada, como ocorreu no início da segunda metade dos anos
1960 não só em consequência dos problemas econômico políticos pré-1964 como
também em razão de algumas medidas restritivas dos primeiros governos militares21,
uma mudança na direção de maior concentração da distribuição funcional/pessoal de
renda, pode ter uma contribuição positiva “circunstancial” à adequação da composição
de demanda e oferta da economia.
Entretanto, o ponto mais importante da contribuição de Tavares e Serra (1970)
foi, certamente, o destaque dado às reformas financeiras implementadas pelo regime
militar e o impacto positivo desse fato sobre os componentes de demanda autônoma
como consumo de bens duráveis e construção civil22. Nas palavras dos autores, ainda
que se referindo apenas a demanda de duráveis:
14
“A política do novo governo militar criou condições para uma
reorganização do esquema redistributivo ‘conveniente’ ao
sistema, ...[e]sta redistribuição teve início primeiro ao nível do
gasto, mediante novos esquemas ampliados de financiamento
de bens duráveis ...”(Tavares e Serra, p. 201)
Claramente essa é uma inflexão teórica já que a recuperação cíclica se faz pelo
lado do crédito/demanda autônoma e não baseada numa maior poupança que teria
surgido de uma limitação ao consumo induzido em conseqüência da queda dos salários.
Temos um caso de superposição histórico/teórica no qual não apenas o padrão
de acumulação está em transição (com o crescimento do crédito para consumo de
duráveis, por exemplo) como, também, a própria reflexão teórica de alguns autores,
como é o caso de Conceição Tavares.
Apesar do ensaio “Além da Estagnação”, de 1970, já representar uma ruptura
com relação à visão estagnacionista, a sua interpretação geral seguia filiada a concepção
de que a industrialização se dava através dos impulsos gerados pelo estrangulamento
externo, em um processo de substituição de importações. Uma citação um pouco
extensa, mas central, esclarece como a partir de Tavares (1974) desenvolve-se uma nova
abordagem teórica, a qual resultará em nova periodização e denominação para o
muito difícil distinguir, em relação à queda na taxa de crescimento do produto do início da década, os
elementos normais relacionados ao funcionamento do acelerador do investimento e aqueles que são
conseqüências da grave conjuntura sócio-política. Para uma tentativa de integração destes dois vetores ver
Melo, Bastos e Araújo (2006)
21 Lara-Resende 1982, p. 802-803 sublinha que sendo a política de controle do salário nominal a principal
medida do plano anti-inflacionário do PAEG as políticas restritivas implementadas após 1964 respondiam
as limitações impostas pela restrição externa.
22 Para uma referência teórica desse ponto ver Serrano (2001)
15. processo de desenvolvimento no Brasil, que apresenta claramente as mudanças no
pensamento da autora radicalizando a interpretação da dinâmica econômica da
industrialização brasileira como inserida dentro de um mesmo marco teórico geral da
demanda efetiva:
Assim, minha própria análise do período de industrialização do pós-guerra,
principalmente para a etapa chamada “intensiva”, só se sustenta teoricamente
em termos formais, como correspondente a um período do processo de
substituição de importações, se for tomada exclusivamente do ponto de vista
da dinâmica contraditória dos estrangulamentos sucessivos do setor externo.
A abordagem teórica do processo ‘parcial e fechado’ de desenvolvimento em
seus aspectos relevantes e corretos sobre problemas da estrutura de
crescimento e diversificação ‘vertical’ do mercado não se deriva, porém,
analiticamente, da dinâmica ‘externa-interna’, como na proposição originária
e central do pensamento cepalino.
Esta derivação não me parece, hoje, ‘viável’ teoricamente, à luz de uma
reflexão mais cuidadosa sobre os ‘modelos’ ou visões de dinâmica
econômica. Com efeito, todas as teorias dinâmicas requerem algum esquema
‘endógeno’ de movimento, como suporte analítico, a partir do qual o seu
modo de funcionamento possa ser ‘aberto’ ou expandido à totalidade do
sistema, dependendo da abordagem aos problemas a ser feita do ponto de
vista da periferia ou do centro.
Nossa proposição alternativa (...) privilegia, pois, os aspectos internos do
movimento de acumulação de capital, pondo ênfase no andamento cíclico
característico de estruturas industriais que incorporam empresas nacionais,
públicas e estrangeiras com poder desigual de acumulação. A partir dessa
análise é que se podem compreender de forma integrada os problemas de
‘abertura externa’ da economia brasileira e de sua articulação ‘dependente’
com o sistema internacional. (Tavares, 1974, p.101 e 102)
Conforme a autora, as interpretações baseadas na idéia de substituição de
importações ou na idéia de dependência, não “...são suficientes para esclarecer
satisfatoriamente a especificidade histórica e teórica do desenvolvimento.”
(Tavares,1974, p.110) A denominação de substituição de importações é abandonada por
ser considerada:
...completamente inadequada do ponto de vista analítico, ainda que
formalmente ela possa ser adotada à medida que o coeficiente importado da
oferta final de bens industriais esteve caindo, mesmo para as indústrias de
bens de consumo duráveis, que esgotam a reserva de mercado pré-existente
em seu primeiro e curto período de expansão. (Tavares, 1974, p.114)
A inadequação do termo Substituição de Importações para descrever o processo
de industrialização brasileiro é ainda mais acentuada na medida em que este é
contraposto, criticamente, por interpretes liberais, ao crescimento liderado pelas
exportações, que tem como suposto exemplo de maior sucesso a Coréia do Sul. Tal
dicotomia é inteiramente inadequada já que tanto na Coréia houve um processo de
substituição de importações como no Brasil, a partir dos anos 1970, ocorreu forte
expansão da exportação de industrializados. Os componentes de demanda autônomo
15
16. centrais a cada processo de acumulação refletem tanto condições estruturais de cada
pais quanto suas diferentes inserções geo-econômicas e geo-políticas. 23
Essa mudança de paradigma analítico não apenas é importante para a análise das
perspectivas do desenvolvimento como também para uma re-interpretação, ou re-periodização,
da industrialização do Brasil, que se refletiu na obra clássica da Escola de
16
Campinas, “O Capitalismo Tardio” de João Manoel Cardoso de Mello.
Entretanto, em relação aos objetivos deste trabalho o que se deve sublinhar é que
a mudança de perspectiva teórica muda também o foco analítico para outras questões
como: financiamento, estrutura produtiva à nível microeconômico e sua capacidade de
gerar processos de inovação de produto com conseqüente diferenciação do consumo das
classes médias e altas, capacidade de geração de progresso técnico endógeno como
força determinante do investimento endógeno etc....
Assim, fica clara a direção tomada por Tavares em seus estudos posteriores que
buscam examinar em detalhe questões financeiras, aí incluindo a condições de
financiamento do Estado e da capacidade inovativa das empresas nacionais, esta por sua
vez também ligada a sua escala de produção e capacidade financeira (ver Miranda e
Tavares 1999).
Esse desenvolvimento teórico-interpretativo que se consubstancia na chamada
Escola da Unicamp nunca foi acompanhado por Furtado em sua obra a partir de 1970,
demarcando-se uma clara cisão entre representantes centrais do pensamento heterodoxo
no Brasil. Furtado (1972) em grande medida acaba por subscrever o papel exercido pelo
crédito na recuperação do Milagre Econômico, mas sua interpretação central continua
apontando para a inviabilidade da combinação entre desenvolvimento econômico na
periferia e o padrão de consumo de uma parcela populacional minoritária com
participação desproporcionalmente elevada na renda nacional.
Esse tipo de preocupação chega a um grau de “radicalidade” bem mais amplo
em Furtado (1974) ao criticar o próprio conceito de desenvolvimento econômico à luz
23 Cárdenas, Ocampo e Thorp (2000) apresentam com muita clareza essa questão defendendo a utilização
dos termos “industrialização liderada pelo Estado” ou “industrialização acelerada” como mais adequados
para descrever a experiência de desenvolvimento no pós Segunda Guerra de alguns países Latino
Americanos: “... ‘import substituting industrialization’, ....is not a very helpful label, since it is as much
about a new and expanded role of the state as it is about import substitution. ... ‘Import substitution’ is an
imperfect label for many additional reasons. in some medium and large countries, export promotion was
introduccd as an essential component of the development strategy at some stage of the induslrializalion
process, which in these cases thus became a'mixed model' that combined import substitution with export
promotion. ... Therefore, the essence of the [post Second World War] period ... is best expressed as 'state-led
industrialization' or 'accelerated industrialízation', a process accompanied by a thorough
transformation of the particular economies and societies.(p. 2 - 3)”
17. das limitações físicas/ecológicas do planeta. Furtado critica o relatório do Clube de
Roma por partir de uma premissa equivocada para avançar suas previsões pessimistas
quanto ao esgotamento futuro dos recursos naturais. Para Furtado, a premissa
equivocada é possibilidade do padrão de desenvolvimento dos países avançados ser
estendido aos países pobres, ou seja, uma expansão linear do uso de recursos naturais
pela maioria dos países a partir do padrão de consumo dos países desenvolvidos. Ainda
nessa clave menos economicista Furtado em algumas obras de maturidade, como
Furtado (1984, 2002), argumenta que a ruptura desse padrão de consumo fisicamente
inviável só se fará com mudanças drásticas e profundas político-culturais.
Em termos de mecanismos estritamente econômicos em uma obra dos anos
1960, “Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico”, mas que foi re-editada e
revista pelo próprio autor em 2000, Furtado (2000), mantêm-se o uso da palavra
estagnação ainda que não exatamente como o fenômeno da cessação do crescimento
econômico mas como a sua não aceleração ou um certo “entorpecimento” que resultaria
de uma “baixa eficiência dos investimentos ... [com o] processo de industrialização
reduz[indo] seu poder de transformação das estruturas sociais.”(p. 294)
Furtado tenta assim mostrar como os padrões de oferta e demanda da economia
brasileira se reforçam para gerar uma dinâmica de desaceleração do crescimento
econômico. Entretanto, o lado da demanda é entendido por Furtado como o padrão de
consumo existente (e não como o montante de bens demandado). A estrutura produtiva
correspondente a tal padrão, teria impacto sobre a demanda agregada através da baixa
capacidade de geração de emprego e renda. A limitada geração do emprego deprimiria
os salários com impactos concentradores sobre a distribuição de renda e crescimento
econômico, e, finalmente, sobre a própria estrutura de oferta, compatível com tal
distribuição de renda. Essas ligações fechariam os nexos do seu modelo de “causação
circular” (Furtado, 1965, p. 86).
Como visto anteriormente, aspectos de demanda estão nas economias modernas
ligados a padrões de consumo diversificado e a capacidade de financiamento, ou
fornecimento de crédito, de tal consumo, como sublinhado pela obra de Conceição
Tavares a partir dos anos 1970. Ademais, a hipótese de uma persistente elevação da
relação capital produto além de depender de hipóteses muito particulares sobre
progresso técnico (ver equação (4) acima) supõe que setores produtores de bens de luxo
sejam necessariamente mais capital intensivo que os de bens de consumo popular. A
generalização dessa hipótese parece problemática, existindo uma série de contra-
17
18. exemplos facilmente enumeráveis. Como exemplo poderíamos citar que o consumo de
luxo moderno incorpora cada vez mais bens “artesanais”, ou personalizados, com uso
intensivo de mão de obra. Já alguns bens populares, como calçados de plástico ou
borracha, por exemplo, são em toda a sua cadeia de produção altamente intensivos em
capital.
Por outro lado, se é verdade que o processo de industrialização é poupador de
mão de obra só a hipótese, utilizando-se o princípio da demanda efetiva, da
desaceleração do ritmo de crescimento da demanda faria cair o ritmo da acumulação de
capital e consequentemente do emprego como um todo. Deve-se considerar que o
crescimento com elevação do nível de renda per capita e diversificação do consumo
também gera empregos em setores estruturalmente mais intensivos em mão de obra
como o terciário formal e funcional.
Finalmente, ainda que seja razoável supor que haja uma relação inversa entre
salário real e as condições de oferta e demanda no mercado de trabalho, esta não é
certamente trivial nem automática. Ainda que um excesso de oferta permanente de mão
de obra, seguindo a lógica de causalidade proposta por Furtado, pressione para baixo os
salários reais, outros fatores como estabelecimento de um salário mínimo mais ou
menos elevado ou as condições políticas mais favoráveis à organização do trabalho
também desempenham um papel muito importante. Outra hipótese não explorada por
Furtado é desenvolvida por Lewis (1977), onde o salário real básico depende da
produtividade do setor de subsistência, por exemplo. Certamente, a leitura Furtadiana
parece adequada para o setor informal urbano que absorve uma imensa massa de
trabalhadores sem qualquer perspectiva de trabalho formal, exercendo uma pressão
depressiva sobre a remuneração dos trabalhadores nesse setor.
18
Considerações Finais
A literatura e idéias discutidas neste trabalho cobrem um período de
aproximadamente 30 anos, se estendendo da década de 1950 ate a década de 1970. Essa
temporalidade não é fruto de um recorte histórico ou analítico previamente definido
neste trabalho. Ao final dos anos 1970 a América Latina e o Brasil, em particular, são
varridos por uma violenta crise externa que não apenas encerrou o ciclo de crescimento
acelerado iniciado nos anos 1950 como, em boa medida, interrompeu o debate sobre o
próprio tema do desenvolvimento. A crise da década de 1980 e, principalmente, o
fenômeno da alta/hiper inflação que se instala nessa época deslocam o debate de
19. crescimento, e perspectivas da economia no longo prazo, para o curto-prazismo e o
debate sobre estabilização econômica. Quando ocorre o retorno do Brasil ao mercado
voluntário financeiro internacional, no início dos anos 1990, permitindo a estabilização
da economia, o pensamento desenvolvimentista heterodoxo já se encontrava na
defensiva, sofrendo os ataques da onda ideológica neoliberal internacional.
Essa inter-relação entre as idéias, as ondas ideológicas internacionais, e as
condições materiais historicamente determinadas dos anos 1980, acabaram por
interromper não apenas o debate como a própria validação/contestação de opiniões
divergentes sustentadas pelos autores heterodoxos pelo teste da realidade histórica. O
Brasil foi vitima de um choque exógeno de enormes proporções que o levou a quase
estagnação com alta inflação. Tal choque ocorreu de forma inteiramente independente
tanto dos prognósticos negativos Furtadianos sobre a interação entre composição de
demanda, estrutura de oferta e concentração de renda, quanto das limitações ao ciclo
endógeno encontrados nos trabalhos de maturidade de Conceição Tavares24.
A aparente reversão do ciclo ascendente neoliberal nessa entrada do século XXI
vem colocando de novo as questões do desenvolvimento em posição de destaque no
debate econômico, principalmente no que diz respeito ao problema do crescimento e
distribuição de renda. A re-leitura desse debate no campo heterodoxo brasileiro torna-se
um ponto importante para o avanço das idéias sem que se incorra na repetição de
debates já superadas no passado.
Nesse sentido um primeiro ponto fundamental é identificar com clareza o
princípio teórico básico que organiza cada interpretação sobre a acumulação de capital.
Em teorias clássicas, nas quais a parcela do excedente destinada à poupança determina a
velocidade da acumulação, a concentração de renda, ou seja, uma maior participação
dos lucros na renda, tem um efeito positivo sobre o crescimento. Em uma interpretação
teórica possível, seguindo o princípio da demanda efetiva, é a variação dos gastos
autônomos (seja ele o investimento autônomo ou os gastos autônomos que não criam
capacidade produtiva como consumo de duráveis, construção civil, gasto do governo e
exportações) que determina a velocidade da acumulação. Uma melhora da distribuição
de renda tem um efeito positivo de nível sobre o produto, do tipo once and for all
24 É verdade que a despeito de suas diferenças teóricas esses autores, no front político, se uniram na
tentativa de pressionar o governo brasileiro para uma negociação mais soberana da dívida externa logo no
início da crise de 1982. Como isso não ocorreu, a trajetória de inflação com estagnação era tanto,
praticamente, inelutável quanto independente, como já dito, das análises que apontavam distintas
restrições, ou limitações, ao padrão de industrialização brasileiro.
19
20. através do multiplicador, mas não altera a taxa de crescimento no longo prazo25. Uma
piora da distribuição de renda teria então um efeito inverso, ainda que em circunstâncias
particulares, como parece ter sido o caso do início do período do Milagre Econômico,
possa ter colaborado para compatibilizar a estrutura de oferta e demanda da economia.
O importante é lembrar que em tais teorias os dois fenômenos são causalmente
separados podendo se observar combinações múltiplas de crescimento alto ou baixo
com maior ou menor concentração de renda.
No caso brasileiro fica claro que o modelo de desenvolvimentismo partiu de um
perfil de distribuição de renda concentrado tendo como conseqüência um padrão de
consumo consistente com tal distribuição. Instalaram-se indústrias produtoras de certos
produtos de mais elevado valor unitário, compatível com a demanda de uma fração
minoritária da população que detinha, entretanto uma parcela da renda e muito superior
a tal proporção26. Essa demanda era atendida por importações já que a indústria
instalada no Brasil se concentrava em produtos de baixo valor unitário e de baixa
complexidade tecnológica. Assim, o processo de industrialização dos anos 1950
responde a uma demanda correspondente a um perfil distributivo concentrado. A
industrialização, como posta em prática no Brasil teria não apenas cristalizado esse
quadro como também reproduzido de forma ampliada essa característica estrutural.
Infelizmente, num momento histórico em que se ensaiaram reformas estruturais que,
talvez, pudessem interromper tal trajetória havia forte radicalização política interna e
principalmente externa, com a guerra fria atingindo seu momento mais aquecido no
continente.
Não deixa de ser interessante relembrar que Tavares (1963) encerra seu ensaio
construindo cenários, um dos quais repousaria no investimento autônomo
governamental, mas com mudança em sua composição, com inversões no setor
primário, com financiamento e estímulo ao investimento nas regiões subdesenvolvidas,
de forma a elevar o emprego e a produtividade no “setor menos desenvolvido” e ampliar
o mercado do “setor capitalista”. No curto prazo seriam favorecidas as indústrias de
bens de produção (que atenderiam à demanda da agricultura e das pequenas e médias
indústrias das áreas subdesenvolvidas) e as indústrias tradicionais (devido ao aumento
extensivo da renda no setor desenvolvido, gerado pelos investimentos que elevam a
20
25 Para uma formalização simples desses pontos ver Freitas e Serrano (2004).
26 Furtado avaliava em cerca de 5% a proporção de tal população (ver Furtado 1965, p. 59).
21. produtividade de alguns setores e pelo aumento do gasto e emprego no setor
subdesenvolvido).
Anos mais tarde, algumas das propostas de Conceição Tavares ainda são atuais,
ainda que a melhora de certas condições estruturais, como a expressiva elevação da
produtividade do setor de produção de alimentos nos anos 1980, permitam vislumbrar
perspectivas re-distributivistas com olhos bem mais otimistas (ver Medeiros 2001).
Essas são questões de mais de 40 anos ainda não resolvidas. Quem sabe o
recente relaxamento da restrição externa a partir de 2002 e o fim da inação intelectual
dos anos 1990 não permitam finalmente à sociedade voltar a discuti-las e mesmo
superá-las ?
21
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