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Editorial, Edição de texto e
Colunista: Cíntia Colares
Edição Gráfica: Rosemar Silva Niara
JORNAL
MENTE
ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Editorial
Bem vind@s, leitor@s! Mês de junho tem seu
nome inspirado na deusa Juno. Nessa edição
você vai saber o que originou essa escolha.
Por falar em deusa, apresentamos uma nova
colunista, a escritora Isabete Fagundes, autora
de obras solo e participante de muitas
coletâneas. Mulher empoderada.
Por falar em empoderamento, trazemos uma
coluna sobre autoaceitação e amor próprio. E
outra sobre a força que mulheres que nos
prescederam em nossas famílias nós
transmitem. Pra fortalecer nossas reflexões
temos ainda poesias. Poesia sobre arte,
solidão, amor, saúde, mulher.
Nossa Biblioteca Ativa traz mais uma dica de
leitura. No próximo mês celebraremos o Dia
Mundial da Mulher Afrolatino Caribenha.
Para enriquecer as reflexões sobre essa data
internacional, criei um clube de leitura de
autoras negras com encontros mensais. Fica o
convite para noss@s leitor@s se somarem à
leitura deste mês e às reflexões que a obra vai
provocar. O encontro será no próximo dia 30
de julho, pra você ter tempo de desfrutar da
leitura e somar conosco.
Que a mãe Oxum nos proteja e derrame
muito amor!
Boa leitura!
Cíntia Colares
Jornalista Profissional, poeta e escritora
Mtb11082
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Laicir- 23/06
Um brinde à vida da nossa colunista
aniversariante do mês de Junho!!
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina
Jeane Bordignon
voos.e.palavras
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Filhas de Juno
O mês de junho tem esse nome em
homenagem à deusa Juno, grande mãe e
rainha da mitologia romana.
“Juno teve a honra de ser a protetora, a
padroeira do casamento e de outras
cerimônias tradicionais de passagem na vida
das mulheres. Acreditava-se que esta Deusa
romana assistia e protegia todas as mulheres
– do primeiro ao último suspiro”, nos ensina
o Tarot das Deusas.
Apesar de hoje em dia maio ser considerado
o mês das noivas, durante muito tempo era
junho o preferido pelas moças para selar o
matrimônio, justamente por celebrar a
união sob a energia de Juno.
Mas não quer dizer que se escolhermos uma
vida sem casamento, seremos menos filhas
da deusa. Juno escolhia a monogamia e a
fidelidade, mas não recebia o mesmo de seu
companheiro, Júpiter. As constantes
traições do marido com deusas e mortais a
enfureciam, fazendo com que Juno
provocasse tempestades no mundo
terrestre.
Hoje já entendemos que não precisamos nos
submeter a relações desse tipo, onde o
respeito já não existe. Muitas de nós levam
como lema a frase “antes só do que mal
acompanhada”, e aprenderam que amor
próprio é o mais importante.
A história de Juno nos serve de modelo para
não seguir.
Mesmo assim, que a deusa nos proteja “do
primeiro ao último suspiro”, porque ser
mulher é luta constante. Sigamos, juntas,
fortalecendo umas às outras!
Cíntia Colares
Poeta e Jornalista
profissional ( Mtb 11082)
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Peço licença pra chegar, licença aos mais
velhos, também aos que vieram depois e
sempre bom pedir as bençãos aos protetores.
O mês de julho vem aí e com ele o mês
internacional da mulher afro latino
caribenha.
Pensando nisso, dei início a um grupo de
encontros mensais de leitura de autoras
negras.
As autoras serão negras, @s leitor@s podem
ser tod@s.
Nesse primeiro encontro, elegi a obra "Quem
tem medo do feminismo negro?", da Djamila
Ribeiro.
Quando pensei nesse evento pensei nas
seguintes questões:
E o feminismo negro, hein?
Precisa ter um?
Por quê?
O que propõe de diferente do feminismo como
um todo?
Então, bora lá entender as especificidades que
a mulher negra enfrenta ao estar na base da
pirâmide das opressões. Sim, porque nela
incide o machismo somado ao racismo e o
preconceito econômico. Te digo isso porque,
segundo dados do IBGE, é a que pior é
remunerada mesmo quando consegue exercer
o mesmo cargo que um homem branco, uma
mulher branca ou um homem negro.
Vamos ler autoras negras?
O nosso encontro será online, no dia 30 de
julho, um sábado, à tarde, às 16h. Até lá da
tempo de você adquirir um exemplar,
degustar a leitura e vir nos contar o que
provocou em você.
Some conosco!
Sou Cíntia Colares,
sou Flor de Lótus!
Mtb 11082
Simone Mello
Poeta
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Terapia
Como estou doutor, esta medicação é pra dor?
A quimioterapia, a radioterapia vão acabar
com a minha alegria?
Quero pular, brincar, jogar bola,
quero poder voltar para a escola,
ver meus colegas, ver a professora
também sinto saudades das bronquinhas da
diretora.
Doutor fale comigo, estou aqui nesta cama
com o meu anjo amigo. Aprendi a orar.
Agradeço doutor por esta equipe, pelo
cuidado, dedicação, amor e solidariedade.
No hospital do bem, fiz muitos amigos
sorri, chorei, não desanimei.
Realizei a terapia para a cura da minha
enfermidade.
Isabete Fagundes Almeida, de Porto Alegre/RS.
Formação superior em pedagogia na Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) e pós graduada em Neuropsicopedagogia.
Artesã, poetisa, escritora e coordenadora do grupo Haja Luz – Acervo
Cultural Afrodescendente. Possui curso de extensão ERER e Saúde da
população negra. Participa do CEN- Coletivo dos Escritores Negros.
Patrona da primeira feira do livro da escola de samba Protegidos da
Princesa Isabel de Novo Hamburgo.
Autora dos livros: Passeio Poético, editora Agbara edições 2020 e Abrindo
o Baú, editora INDE 2021.
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Apresentação das Colunistas
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Pensando e compondo,
Vou produzindo meus versos.
Entre livros e folhas vou escrevendo,
Lembranças e fatos diversos.
Valorizando sempre as sabedorias dos mais
velhos, vejo "Ana Cruz" em seus guardados da
memória ou buscando visibilidade na nossa fala
no ativismo de Beatriz Nascimento vou fazendo
reflexões do "existir" nas escrevivências de
"Conceição Evaristo".
Deleitando nas interpretações marcantes...e
lindas!
Me sinto um artista que contracena e faz
poemas, protagonizando, "Elisa Lucinda".
Descortinando as paisagens me transbordo na
poerotisa de Ana dos Santos, vendo a vida
pulsar no ciclo rítmico de Lílian Rocha.
Não! Não é só papo é sarau e as composições de
Delma Gonçalves e Fátima Farias, divas da
poesia.
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Cheio de personalidades como Camila de
Moraes, Marietti Fialho, Glau Barros e Silvia
Duarte!
São as Negras em canto!
E a militância de Malu Viana "Flor do Gueto"
pela juventude nas comunidades periféricas.
Passeio poético
Isabete Fagundes Almeida
Poetisa, escritora
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É muita poesia!
Nesse emaranhados de gostos.
Os poemas muitas vezes têm rostos.
Alguns alegres outros carregados de desgostos
Reivindicam, conscientizam, sensibilizam!
Num impacto inequívoco de querer passar suas
mensagens.
Mariana Delphino
Artista Visual
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Arteterapia e a rebeldia na
autoaceitação e amor-próprio
A arteterapia com seus múltiplos recursos criativos
e teóricos apoiada na Psicologia Analítica segundo
Jung, mobiliza conteúdos psíquicos através de
materiais expressivos e técnicas artísticas. Faz isso
em sintonia com a disponibilidade do participante
em se permitir acompanhar no seu exercício como
protagonista de seu processo de autoconhecimento.
Na busca de sua alma e do sentido de sua vida
compreendendo o que embasou suas escolhas
descobrindo os novos caminhos que levam à sua
interioridade, com suavidade e respeito tanto pelas
palavras quanto pelos silêncios compartilhados.
Elaboramos a continuidade das sessões no processo
em arteterapia, refletindo sobre para quem, o que,
para quê e por que propor determinada ação;
buscamos sentir, como será recebida a atividade.
Analisamos as crenças que se converteram em
barreiras para o autoconhecimento, a autoaceitação
e amor-próprio.
A arteterapia faz com que reconheçamos nossa
história e trajetória de vida na sua singularidade e
ao mesmo tempo coincidente com as histórias, fatos
e temas constantes na experiência coletiva, pois
afetamos e somos afetados na formação do caráter
individual.
Portanto despertar as forças guerreiras da rebeldia,
de insubordinação aos rótulos e lugares sociais
preestabelecidos, partindo do exemplo da Doutora
Nise da Silveira, psiquiatra, é a postura mais
saudável e o caminho natural para a autoaceitação
e amor-próprio.
A Arteterapia desacomoda com uma proposta de
interação pela leveza numa dinâmica, que ao
tangenciar o lúdico conecta com a criança em
nosso interior, sua curiosidade, rebeldia, estado de
presença, vontade de crescer e ao mesmo tempo,
desejo de brincar a vida.
Arte - Mariana Pimentas
Estudos: "Complexo Materno"
Acrílica sobre tela
Márcia Tavares de Mattos
Consteladora Familiar
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
As coisas que mamãe me ensinou
Vou apresentar para vocês a mulher mais forte que
conheci, Reny Tavares de Mattos, filha de João
Manuel da Silva Tavares e Ida Di Giorgio Tavares.
Foi a 6 filha de uma prole de 15, nascida em 28 de
junho de 1938. Foi possível a ela estudar até a
quarta série e depois o curso de costura e bordado
foram oferecidos, porém Reny percebeu que podia
mais e começou a trabalhar na Associação
Ferroviários Sul - Riograndese. No trajeto para o
seu trabalho passava pela loja João Carlos de
Mattos trabalhava e de tantas idas e vindas pintou
uma paquera, namoro e vieram a se casar em 6 de
maio de 1961. Sou a terceira filha, primeiro o Julio
Cesar 1964, depois Roberto Carlos 1966 nascido veio
a óbito no mesmo ano, e em 1968 veio a Márcia.
Com o nascimento do primogênito Reny resolveu
parar de trabalhar.
A partir de lembranças e relatos das tias penso que
pode ser possível celebrar a vida todos os dias ou
em dias em que a gratidão enche o coração. O maior
presente que recebemos foi a partir de um encontro
entre o pai e a mãe, onde houve a fecundação- Ela
A Mãe hospeda em seu ventre- A primeira morada
onde a temperatura esta ok, mesmo sem ar
condicionado, a alimentação disponível, a música
ambiente vem do ritmo do seu coração. A Reny
cedeu o seu corpo, para meu desenvolvimento.
Todo o conforto proporcionado a mim nesses nove
meses, para ela talvez não tenha sido tão
confortável assim, o seu corpo mudando, dores,
varizes, estrias. Quando sai por parto normal-
Primeiro meu movimento para a vida e as novas
possibilidades.
A música do seu coração vinha na hora da
nutrição, colo de mãe é sinônimo de aconchego.
Durante meu desenvolvimento ela sorria com os
olhos, questionava quando preciso. Sempre
presente sem cobranças, digo tinha uma forma
sutil de mostrar o limite. E em todos os meus
projetos ela sempre deu seu estimulo e torcida,
preciso destacar que quando ingressei na
Universidade ela retornou ao trabalho, mostrando
sua força e disposição para o novo. Em relação aos
meus projetos quando não davam certo eu sentia
a sua frustração, porém nunca o desamparo. Neste
mês estaria de aniversario completando 84 anos.
Vou listar rapidamente alguns aprendizados que
trago comigo: o amor se demonstra através do
cuidado e respeito, a cortar a cebola miudinha e
evitar desperdício (eu tento), escutar samba e boa
música, valorizar as amizades, estudo e trabalho e
nunca desistir sejam quais forem os desafios.
Agradeço a vida e sigo com a força que vem de
vocês.
Sugestão de Álbum
As Coisas Que Mamãe Me Ensinou
Leci Brandão
Josemara Fogaça
Colunista Convidada
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Poema meu
Arte é o pulsar,
é a onda leve,
a brisa num verão,
a folha que cai no outono,
a arte não tem dono,
é pureza,
é luz na imensidão do mundo.
A arte liga o palpável ao etéreo.
A arte é uma divindade a guiar passos, sons,
cores... Na terra,
há arte até no que não vemos.
Há arte no amanhecer e no entardecer do dia,
no som do quebrar da onda, no desenho das
nuvens,
arte é o derradeiro mirar de um conceito em
constante transformação.
A arte ativa, reorganiza, inicia, descobre os
sentidos....
arte é o próprio sentido. Quem vive sem música,
sem vídeos, sem imagens, sem atuação, sem
dança?
A arte é o que nos alcança
e dentre tantas
as que podemos perceber:
o nascer, o amar e o viver,
a natureza humana mais profunda.
Nosso ser mais elevado,
a arte fala, expressa e toca tendo ou não mãos.
A arte é o religar,
o conectar na imensidão.
Josemara Fogaça, mulher, preta
(orgulhosa de minhas ancestralidades
negra e indígena), feminista, defensora
dos direitos humanos, da vida e da
natureza, admiradora das artes em geral.
Atualmente professora de educação
física no estado de Santa Catarina.
josemfogaca@gmail.com


#ForaBolsonaroGenocida
Luciana Tibúrcio Campos Gonçalves
Escritora, Jornalista e Advogada
(34)99106-7780
lucianatiburcioadvocacia@gmail.com
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Mulher
Mulher
Não cruzes tuas pernas
Nem torças teus braços
Não vês que no teu ventre
A vida se nutre nas seivas
Nas tuas vasculadas teias
Colos que conduzem o alimento
Ao ser gigante que há aí dentro?
Mulher
Nunca duvides de que de tuas mãos
Nascem galhos, folhas, frutos
Daquela semente que plantastes
Entre pedras de amor e dor
Mas que regastes a orvalho bruto
Suas raízes fincaram profundo
Teus sonhos de um florido futuro
Mulher
Não pendas tua cabeça abaixo
Sustentes teu pescoço forte
Confiaste tua esperança num norte
Por que então envergonha-te o olhar?
Ah, eu te entendo…
É que de há muito é inverno
E já não sabes mais se vestir de sol
Entendo porque mostras o ventre
Que a ninguém repulsa
Colhes daí a admiração
Para que não choques o outro
Com tua sede de perfeição
Mas tente, só por um dia
Fingir que há harmonia
Entre tua agonia
E a vontade de despir-se
Quer saber?
Finjas não…
Não entalhes tua madeira
Com formão que não te queiras
Fiques como estás
Bases cruzadas
Braços alongados
Cabeça tombada pelo pensamento
Transpiração de doído sofrimento
Lenhosa sina de quem vê o advento
De um transcendente momento
Que enfim chegará
És mulher… sabes bem o que há…
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Biblioteca Ativa:
SINOPSE
Este livro faz um passeio através da poesia, resgatando algumas figuras negras
que tiveram seu protagonismo negado na história. Muito de nossos negros e
negras foram invisibilizados, pois não eram eles que escreviam suas trajetórias,
motivo pelo qual até hoje, século XXI, seus feitos não estão nos livros escolares.
Todos temos o direito de conhecer a verdadeira história e os verdadeiros heróis
na construção do nosso país.
Valor do livro: 30,00
Contato Whatsapp 51 984795628
Cíntia Colares
Poeta e Jornalista
profissional ( Mtb 11082)
JORNAL MENTE ATIVA
Junho de 2022 - 20º edição
Mês de junho. Mês d@s namorad@s e da
visibilidade LGBTQIA+. Convenções à parte,
sempre bom celebrar o amor, mas também
precisamos falar sobre a solidão da mulher negra,
culturalmente cultivada por estereótipos e a
hipersensensualização dessas mulheres. Podemos
falar também sobre amor preto, amor
afrocentrado, que cura ao unir corpos e almas que
compreendem no olhar suas dores cotidianas que
o racismo estutural lhes impõe. E sempre bom
lembrar que pessoas gostam de pessoas. Que não
cabe a terceiros "aceitar" uma relação pois essa
escolha não está sob nossa ingerência e se não
conseguirmos ver a beleza de duas pessoas se
amando, devemos, ao menos, respeitar.
Então vamos de poesia sobre amor em seus
diversos prismas e expressões.
Asé!
Uma mulher negra só
Só não quer ser útil para uma usada só
Uma mulher negra só
Só quer ser respeitada.
Só quer ser valorizada.
Só quer ser sentida.
Vista
Tocada
mas não somente em seu sexo
Quer ser tocada em seu coração
Enquanto espera, procura ou é achada
muitas lágrimas derruba enquanto arrisca
mais uma vez
e mais uma e mais uma vez
só...
Uma mulher negra só
Quando deita pra transar
Deita acompanhada
Acorda só
Uma mulher negra só
Só queria um sexo que tivesse um enredo
que tivesse um longo depois
e não somente um breve antes
uma mulher negra só
queria não se sentir
uma mulher negra só
(Sou FLOR DE LÓTUS, sou Cintia Colares)
É lá no céu que acontece
Faz o que eu quero, amor.
E o que eu quero é você lentamente dentro de
mim...
me invadindo no ritmo desse som...
me puxando pra você...
a gente virando um só até me fazer uivar e o teu
prazer ferver em mim.
Meu preto,você me catapulta às estrelas.
E depois ainda faz teus braços me puxarem de
volta lá do céu.
Me recebe do meu êxtase me fazendo pousar no
teu peito. Naquele momento só existe o ao redor
do nosso abraço.
Faz o que eu quero, amor.
Vem...você sabe...começamos bem e terminamos
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Sou Cíntia Colares,
Sou Flor de Lótus

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Jornal Mente Ativa 20

  • 1. Editorial, Edição de texto e Colunista: Cíntia Colares Edição Gráfica: Rosemar Silva Niara JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição
  • 2. JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Editorial Bem vind@s, leitor@s! Mês de junho tem seu nome inspirado na deusa Juno. Nessa edição você vai saber o que originou essa escolha. Por falar em deusa, apresentamos uma nova colunista, a escritora Isabete Fagundes, autora de obras solo e participante de muitas coletâneas. Mulher empoderada. Por falar em empoderamento, trazemos uma coluna sobre autoaceitação e amor próprio. E outra sobre a força que mulheres que nos prescederam em nossas famílias nós transmitem. Pra fortalecer nossas reflexões temos ainda poesias. Poesia sobre arte, solidão, amor, saúde, mulher. Nossa Biblioteca Ativa traz mais uma dica de leitura. No próximo mês celebraremos o Dia Mundial da Mulher Afrolatino Caribenha. Para enriquecer as reflexões sobre essa data internacional, criei um clube de leitura de autoras negras com encontros mensais. Fica o convite para noss@s leitor@s se somarem à leitura deste mês e às reflexões que a obra vai provocar. O encontro será no próximo dia 30 de julho, pra você ter tempo de desfrutar da leitura e somar conosco. Que a mãe Oxum nos proteja e derrame muito amor! Boa leitura! Cíntia Colares Jornalista Profissional, poeta e escritora Mtb11082
  • 3. JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Laicir- 23/06 Um brinde à vida da nossa colunista aniversariante do mês de Junho!! A vida tem duas faces: Positiva e negativa O passado foi duro mas deixou o seu legado Saber viver é a grande sabedoria Que eu possa dignificar Minha condição de mulher, Aceitar suas limitações E me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando. Nasci em tempos rudes Aceitei contradições lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo Aprendi a viver. Cora Coralina
  • 4. Jeane Bordignon voos.e.palavras JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Filhas de Juno O mês de junho tem esse nome em homenagem à deusa Juno, grande mãe e rainha da mitologia romana. “Juno teve a honra de ser a protetora, a padroeira do casamento e de outras cerimônias tradicionais de passagem na vida das mulheres. Acreditava-se que esta Deusa romana assistia e protegia todas as mulheres – do primeiro ao último suspiro”, nos ensina o Tarot das Deusas. Apesar de hoje em dia maio ser considerado o mês das noivas, durante muito tempo era junho o preferido pelas moças para selar o matrimônio, justamente por celebrar a união sob a energia de Juno. Mas não quer dizer que se escolhermos uma vida sem casamento, seremos menos filhas da deusa. Juno escolhia a monogamia e a fidelidade, mas não recebia o mesmo de seu companheiro, Júpiter. As constantes traições do marido com deusas e mortais a enfureciam, fazendo com que Juno provocasse tempestades no mundo terrestre. Hoje já entendemos que não precisamos nos submeter a relações desse tipo, onde o respeito já não existe. Muitas de nós levam como lema a frase “antes só do que mal acompanhada”, e aprenderam que amor próprio é o mais importante. A história de Juno nos serve de modelo para não seguir. Mesmo assim, que a deusa nos proteja “do primeiro ao último suspiro”, porque ser mulher é luta constante. Sigamos, juntas, fortalecendo umas às outras!
  • 5. Cíntia Colares Poeta e Jornalista profissional ( Mtb 11082) JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Peço licença pra chegar, licença aos mais velhos, também aos que vieram depois e sempre bom pedir as bençãos aos protetores. O mês de julho vem aí e com ele o mês internacional da mulher afro latino caribenha. Pensando nisso, dei início a um grupo de encontros mensais de leitura de autoras negras. As autoras serão negras, @s leitor@s podem ser tod@s. Nesse primeiro encontro, elegi a obra "Quem tem medo do feminismo negro?", da Djamila Ribeiro. Quando pensei nesse evento pensei nas seguintes questões: E o feminismo negro, hein? Precisa ter um? Por quê? O que propõe de diferente do feminismo como um todo? Então, bora lá entender as especificidades que a mulher negra enfrenta ao estar na base da pirâmide das opressões. Sim, porque nela incide o machismo somado ao racismo e o preconceito econômico. Te digo isso porque, segundo dados do IBGE, é a que pior é remunerada mesmo quando consegue exercer o mesmo cargo que um homem branco, uma mulher branca ou um homem negro. Vamos ler autoras negras? O nosso encontro será online, no dia 30 de julho, um sábado, à tarde, às 16h. Até lá da tempo de você adquirir um exemplar, degustar a leitura e vir nos contar o que provocou em você. Some conosco! Sou Cíntia Colares, sou Flor de Lótus! Mtb 11082
  • 6. Simone Mello Poeta JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Terapia Como estou doutor, esta medicação é pra dor? A quimioterapia, a radioterapia vão acabar com a minha alegria? Quero pular, brincar, jogar bola, quero poder voltar para a escola, ver meus colegas, ver a professora também sinto saudades das bronquinhas da diretora. Doutor fale comigo, estou aqui nesta cama com o meu anjo amigo. Aprendi a orar. Agradeço doutor por esta equipe, pelo cuidado, dedicação, amor e solidariedade. No hospital do bem, fiz muitos amigos sorri, chorei, não desanimei. Realizei a terapia para a cura da minha enfermidade.
  • 7. Isabete Fagundes Almeida, de Porto Alegre/RS. Formação superior em pedagogia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pós graduada em Neuropsicopedagogia. Artesã, poetisa, escritora e coordenadora do grupo Haja Luz – Acervo Cultural Afrodescendente. Possui curso de extensão ERER e Saúde da população negra. Participa do CEN- Coletivo dos Escritores Negros. Patrona da primeira feira do livro da escola de samba Protegidos da Princesa Isabel de Novo Hamburgo. Autora dos livros: Passeio Poético, editora Agbara edições 2020 e Abrindo o Baú, editora INDE 2021. JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Apresentação das Colunistas
  • 8. JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Pensando e compondo, Vou produzindo meus versos. Entre livros e folhas vou escrevendo, Lembranças e fatos diversos. Valorizando sempre as sabedorias dos mais velhos, vejo "Ana Cruz" em seus guardados da memória ou buscando visibilidade na nossa fala no ativismo de Beatriz Nascimento vou fazendo reflexões do "existir" nas escrevivências de "Conceição Evaristo". Deleitando nas interpretações marcantes...e lindas! Me sinto um artista que contracena e faz poemas, protagonizando, "Elisa Lucinda". Descortinando as paisagens me transbordo na poerotisa de Ana dos Santos, vendo a vida pulsar no ciclo rítmico de Lílian Rocha. Não! Não é só papo é sarau e as composições de Delma Gonçalves e Fátima Farias, divas da poesia. Passeio na música, dança e arte Cheio de personalidades como Camila de Moraes, Marietti Fialho, Glau Barros e Silvia Duarte! São as Negras em canto! E a militância de Malu Viana "Flor do Gueto" pela juventude nas comunidades periféricas. Passeio poético Isabete Fagundes Almeida Poetisa, escritora isabete.fagundes É muita poesia! Nesse emaranhados de gostos. Os poemas muitas vezes têm rostos. Alguns alegres outros carregados de desgostos Reivindicam, conscientizam, sensibilizam! Num impacto inequívoco de querer passar suas mensagens.
  • 9. Mariana Delphino Artista Visual JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Arteterapia e a rebeldia na autoaceitação e amor-próprio A arteterapia com seus múltiplos recursos criativos e teóricos apoiada na Psicologia Analítica segundo Jung, mobiliza conteúdos psíquicos através de materiais expressivos e técnicas artísticas. Faz isso em sintonia com a disponibilidade do participante em se permitir acompanhar no seu exercício como protagonista de seu processo de autoconhecimento. Na busca de sua alma e do sentido de sua vida compreendendo o que embasou suas escolhas descobrindo os novos caminhos que levam à sua interioridade, com suavidade e respeito tanto pelas palavras quanto pelos silêncios compartilhados. Elaboramos a continuidade das sessões no processo em arteterapia, refletindo sobre para quem, o que, para quê e por que propor determinada ação; buscamos sentir, como será recebida a atividade. Analisamos as crenças que se converteram em barreiras para o autoconhecimento, a autoaceitação e amor-próprio. A arteterapia faz com que reconheçamos nossa história e trajetória de vida na sua singularidade e ao mesmo tempo coincidente com as histórias, fatos e temas constantes na experiência coletiva, pois afetamos e somos afetados na formação do caráter individual. Portanto despertar as forças guerreiras da rebeldia, de insubordinação aos rótulos e lugares sociais preestabelecidos, partindo do exemplo da Doutora Nise da Silveira, psiquiatra, é a postura mais saudável e o caminho natural para a autoaceitação e amor-próprio. A Arteterapia desacomoda com uma proposta de interação pela leveza numa dinâmica, que ao tangenciar o lúdico conecta com a criança em nosso interior, sua curiosidade, rebeldia, estado de presença, vontade de crescer e ao mesmo tempo, desejo de brincar a vida. Arte - Mariana Pimentas Estudos: "Complexo Materno" Acrílica sobre tela
  • 10. Márcia Tavares de Mattos Consteladora Familiar JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição As coisas que mamãe me ensinou Vou apresentar para vocês a mulher mais forte que conheci, Reny Tavares de Mattos, filha de João Manuel da Silva Tavares e Ida Di Giorgio Tavares. Foi a 6 filha de uma prole de 15, nascida em 28 de junho de 1938. Foi possível a ela estudar até a quarta série e depois o curso de costura e bordado foram oferecidos, porém Reny percebeu que podia mais e começou a trabalhar na Associação Ferroviários Sul - Riograndese. No trajeto para o seu trabalho passava pela loja João Carlos de Mattos trabalhava e de tantas idas e vindas pintou uma paquera, namoro e vieram a se casar em 6 de maio de 1961. Sou a terceira filha, primeiro o Julio Cesar 1964, depois Roberto Carlos 1966 nascido veio a óbito no mesmo ano, e em 1968 veio a Márcia. Com o nascimento do primogênito Reny resolveu parar de trabalhar. A partir de lembranças e relatos das tias penso que pode ser possível celebrar a vida todos os dias ou em dias em que a gratidão enche o coração. O maior presente que recebemos foi a partir de um encontro entre o pai e a mãe, onde houve a fecundação- Ela A Mãe hospeda em seu ventre- A primeira morada onde a temperatura esta ok, mesmo sem ar condicionado, a alimentação disponível, a música ambiente vem do ritmo do seu coração. A Reny cedeu o seu corpo, para meu desenvolvimento. Todo o conforto proporcionado a mim nesses nove meses, para ela talvez não tenha sido tão confortável assim, o seu corpo mudando, dores, varizes, estrias. Quando sai por parto normal- Primeiro meu movimento para a vida e as novas possibilidades. A música do seu coração vinha na hora da nutrição, colo de mãe é sinônimo de aconchego. Durante meu desenvolvimento ela sorria com os olhos, questionava quando preciso. Sempre presente sem cobranças, digo tinha uma forma sutil de mostrar o limite. E em todos os meus projetos ela sempre deu seu estimulo e torcida, preciso destacar que quando ingressei na Universidade ela retornou ao trabalho, mostrando sua força e disposição para o novo. Em relação aos meus projetos quando não davam certo eu sentia a sua frustração, porém nunca o desamparo. Neste mês estaria de aniversario completando 84 anos. Vou listar rapidamente alguns aprendizados que trago comigo: o amor se demonstra através do cuidado e respeito, a cortar a cebola miudinha e evitar desperdício (eu tento), escutar samba e boa música, valorizar as amizades, estudo e trabalho e nunca desistir sejam quais forem os desafios. Agradeço a vida e sigo com a força que vem de vocês. Sugestão de Álbum As Coisas Que Mamãe Me Ensinou Leci Brandão
  • 11. Josemara Fogaça Colunista Convidada JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Poema meu Arte é o pulsar, é a onda leve, a brisa num verão, a folha que cai no outono, a arte não tem dono, é pureza, é luz na imensidão do mundo. A arte liga o palpável ao etéreo. A arte é uma divindade a guiar passos, sons, cores... Na terra, há arte até no que não vemos. Há arte no amanhecer e no entardecer do dia, no som do quebrar da onda, no desenho das nuvens, arte é o derradeiro mirar de um conceito em constante transformação. A arte ativa, reorganiza, inicia, descobre os sentidos.... arte é o próprio sentido. Quem vive sem música, sem vídeos, sem imagens, sem atuação, sem dança? A arte é o que nos alcança e dentre tantas as que podemos perceber: o nascer, o amar e o viver, a natureza humana mais profunda. Nosso ser mais elevado, a arte fala, expressa e toca tendo ou não mãos. A arte é o religar, o conectar na imensidão. Josemara Fogaça, mulher, preta (orgulhosa de minhas ancestralidades negra e indígena), feminista, defensora dos direitos humanos, da vida e da natureza, admiradora das artes em geral. Atualmente professora de educação física no estado de Santa Catarina. josemfogaca@gmail.com #ForaBolsonaroGenocida
  • 12. Luciana Tibúrcio Campos Gonçalves Escritora, Jornalista e Advogada (34)99106-7780 lucianatiburcioadvocacia@gmail.com JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Mulher Mulher Não cruzes tuas pernas Nem torças teus braços Não vês que no teu ventre A vida se nutre nas seivas Nas tuas vasculadas teias Colos que conduzem o alimento Ao ser gigante que há aí dentro? Mulher Nunca duvides de que de tuas mãos Nascem galhos, folhas, frutos Daquela semente que plantastes Entre pedras de amor e dor Mas que regastes a orvalho bruto Suas raízes fincaram profundo Teus sonhos de um florido futuro Mulher Não pendas tua cabeça abaixo Sustentes teu pescoço forte Confiaste tua esperança num norte Por que então envergonha-te o olhar? Ah, eu te entendo… É que de há muito é inverno E já não sabes mais se vestir de sol Entendo porque mostras o ventre Que a ninguém repulsa Colhes daí a admiração Para que não choques o outro Com tua sede de perfeição Mas tente, só por um dia Fingir que há harmonia Entre tua agonia E a vontade de despir-se Quer saber? Finjas não… Não entalhes tua madeira Com formão que não te queiras Fiques como estás Bases cruzadas Braços alongados Cabeça tombada pelo pensamento Transpiração de doído sofrimento Lenhosa sina de quem vê o advento De um transcendente momento Que enfim chegará És mulher… sabes bem o que há…
  • 13. JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Biblioteca Ativa: SINOPSE Este livro faz um passeio através da poesia, resgatando algumas figuras negras que tiveram seu protagonismo negado na história. Muito de nossos negros e negras foram invisibilizados, pois não eram eles que escreviam suas trajetórias, motivo pelo qual até hoje, século XXI, seus feitos não estão nos livros escolares. Todos temos o direito de conhecer a verdadeira história e os verdadeiros heróis na construção do nosso país. Valor do livro: 30,00 Contato Whatsapp 51 984795628
  • 14. Cíntia Colares Poeta e Jornalista profissional ( Mtb 11082) JORNAL MENTE ATIVA Junho de 2022 - 20º edição Mês de junho. Mês d@s namorad@s e da visibilidade LGBTQIA+. Convenções à parte, sempre bom celebrar o amor, mas também precisamos falar sobre a solidão da mulher negra, culturalmente cultivada por estereótipos e a hipersensensualização dessas mulheres. Podemos falar também sobre amor preto, amor afrocentrado, que cura ao unir corpos e almas que compreendem no olhar suas dores cotidianas que o racismo estutural lhes impõe. E sempre bom lembrar que pessoas gostam de pessoas. Que não cabe a terceiros "aceitar" uma relação pois essa escolha não está sob nossa ingerência e se não conseguirmos ver a beleza de duas pessoas se amando, devemos, ao menos, respeitar. Então vamos de poesia sobre amor em seus diversos prismas e expressões. Asé! Uma mulher negra só Só não quer ser útil para uma usada só Uma mulher negra só Só quer ser respeitada. Só quer ser valorizada. Só quer ser sentida. Vista Tocada mas não somente em seu sexo Quer ser tocada em seu coração Enquanto espera, procura ou é achada muitas lágrimas derruba enquanto arrisca mais uma vez e mais uma e mais uma vez só... Uma mulher negra só Quando deita pra transar Deita acompanhada Acorda só Uma mulher negra só Só queria um sexo que tivesse um enredo que tivesse um longo depois e não somente um breve antes uma mulher negra só queria não se sentir uma mulher negra só (Sou FLOR DE LÓTUS, sou Cintia Colares) É lá no céu que acontece Faz o que eu quero, amor. E o que eu quero é você lentamente dentro de mim... me invadindo no ritmo desse som... me puxando pra você... a gente virando um só até me fazer uivar e o teu prazer ferver em mim. Meu preto,você me catapulta às estrelas. E depois ainda faz teus braços me puxarem de volta lá do céu. Me recebe do meu êxtase me fazendo pousar no teu peito. Naquele momento só existe o ao redor do nosso abraço. Faz o que eu quero, amor. Vem...você sabe...começamos bem e terminamos ainda melhores. Sou Cíntia Colares, Sou Flor de Lótus