1. E-book e livro impresso: duelo ou parceria?
Com a rápida disseminação dos e-books no mundo, paira no ar uma pergunta: está decretada
a extinção do livro impresso? Confira o que especialistas pensam sobre o futuro da leitura. Página 7
Das 25 unidades de prevenção e tratamen-
to de Aids e outras DSTs de São Paulo, 11
estão na Zona Leste. O serviço é gratuito e
abrange bairros como Mooca, Vila Pruden-
te, São Mateus e Sapopemba. Página 6
Tratamento de DSTs
na Zona Leste
A Lei Seca, que tem como objetivo a pre-
venção e redução dos acidentes provocados
por motoristas embriagados, aumentou a
rigidez da fiscalização e legislação em 2012.
Página 3
Entenda o funcionamento da
Lei Seca Mídia sensacionalista?
Durante a cobertura da im-
prensa no incêndio da boate
Kiss, diversos meios de co-
municação do Brasil foram
acusados de se aproveitarem
da tragédia para aumentar a
audiência. Página 2
O som ao redor
Viver em uma cidade baru-
lhenta como São Paulo pode
causar diversos problemas à
saúde auditiva e psicológica.
Confira em detalhes esses
males. Página 4.
Cidade mais limpa: Ecopontos ampliam funcionamento
Após a privatização em 2011 pela prefeitura de São Paulo, os Ecopontos ampliam seus serviços
com funcionamento todos os dias da semana. Recebendo pequenos volumes de entulho, resídu-
os recicláveis e grandes objetos, os Ecopontos tornam-se uma alternativa para evitar o descarte
na natureza. Página 5
Um pedaço da Rússia na Zona Leste
Para preservar o folclore russo na cidade de São Paulo, o Grupo Volga enfrentou represálias e
censura durante as ditaduras no Brasil. Conheça a história da associação pioneira dessa cultura,
como esses imigrantes chegaram ao nosso país e todas as dificuldades que encontraram em sua
trajetória. Página 8
Yulika Ganizev
Mayara Marim
Stella Antoniassi
Jornal-laboratório produzido pelos alunos de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul
Ano XIV - Número 43 - Maio de 2013
2. Imprensa é acusada de sensacionalismo
Mídia brasileira não exagera durante cobertura do incêndio na boate Kiss, segundo jornalistas
DE OLHO NA IMPRENSAPÁGINA 2 - MAIO DE 2013
Leonardo Pereira
No dia 27 de Janeiro, aconteceu
na cidade de Santa Maria, Rio Gran-
de do Sul, o incêndio na boate Kiss,
que deixou 240 pessoas mortas e
mais de 100 feridos. Segundo tes-
temunhas, durante a apresentação
da Banda Gurizada Fandanguei-
ra, o vocalista do grupo musical,
Marcelo de Jesus dos Santos, teria
acendido um sinalizador de uso ex-
terno, que soltou faíscas e atingiu o
teto da boate, dando início ao in-
cêndio que tomou conta do local.
O evento e sua cobertura jor-
nalística promoveram uma série de
repercussões éticas debatidas pela
sociedade civil. Nesta edição, o Jor-
nal Cidadão mostra reflexões sobre
o ocorrido. Inicialmente se discutiu
a pertinência do termo “catástrofe”
na cobertura de Santa Maria, tendo
em vista que a denominação é mais
apropriada para eventos naturais.
Nos jornais impressos o sen-
sacionalismo da imprensa ga-
nhou a primeira página dos três
principais jornais do país: Folha
de S. Paulo, O Globo e O Esta-
do de S. Paulo. A manchete não
poderia ser outra, a tragédia de
Santa Maria, tomou conta de pá-
ginas e mais páginas, com dados
desencontrados e sem apuração.
Para Mauro San Martin, editor
da revista Buzz, não houve sensa-
cionalismo na cobertura. “O fato
foi apresentado de todos os ân-
gulos possíveis pela mídia”. Celso
Arnaldo Araújo, editor-chefe da
revista Go´Where, concorda com
o colega de profissão. Para ele,
a cobertura de um evento com
240 mortes dispensa qualquer
modalidade de sensacionalismo.
Em se tratando de televisão, a
Rede Globo foi a primeira emisso-
ra a noticiar o fato em rede nacio-
nal. É o que a imprensa denomina
“furo jornalístico”. A partir daí, as
principais concorrentes noticiaram
o ocorrido de uma forma intensa
e até repetitiva. Durante o dia da
tragédia, um domingo, boa parte
da programação das emissoras foi
modificada para a cobertura do in-
cêndio. Repórteres foram enviados
para o local com o objetivo de atua-
lizar as informações em tempo real.
A exploração do tema foi tamanha
que programas de entretenimento
como Domingo Legal e Eliana, no
SBT, foram interrompidos a todo
o momento para divulgar mais in-
formações sobre o caso. Na Rede
Record, o Programa do Gugu e
o Domingo Espetacular também
dedicaram atenção especial à tra-
gédia. A cada domingo, o Fantás-
tico, da Rede Globo, apresentava
reportagens a respeito do acidente.
Em uma de suas edições che-
gou a produzir uma maquete em
tamanho real do local do acidente.
Segundo Martin, não há repe-
tição porque sempre que há algo
novo em notícia, todas as informa-
ções são passadas para situar o lei-
tor que não acompanhou a cobertu-
ra do fato. “O assunto é explorado
até se esgotar e a mídia fala do fato
em si, as opiniões, análises, conse-
quências e sempre há algo novo”.
No rádio, as principais emisso-
ras aproveitam a instantaneidade do
veículo para noticiar o evento com
boletins durante a programação.
Na internet os principais por-
tais do país deram destaque ao
incêndio em suas páginas iniciais,
com dados imprecisos e imagens
que exploravam o sentimentalismo
e a tristeza no fato. Araújo consi-
dera que, é impossível à mídia ig-
norar ou até mesmo minimizar ou
relativizar um evento desse porte.
O caso de Santa Maria, como
ficou conhecido, expõe a neces-
sidade de jornalistas formados
com sólidas bases éticas e mo-
rais; o que valida a relevância
do diploma de ensino superior
para o exercício da profissão.
O mosaico acima mostra a capa dos principais jornais e revistas do país noticiando a tragédia de Santa Maria
Seja bem-vindo (a) à presente
edição do Jornal Cidadão;
uma publicação realizada
integralmente pelos alunos do
4°/5° semestre de Jornalismo
do campus Anália Franco da
Universidade Cruzeiro do Sul. Da
pautaàdiagramação,osestudantes
estiveram envolvidos com as
notícias de maior relevância para
a região da Zona Leste. Logo
de cara, na editoria De olho na
imprensa (p.2) você encontra um
intenso debate sobre a possível
abordagem sensacionalista da
grande mídia durante a cobertura
da tragédia de Santa Maria. Em
seguida, temos Infografando
(p.3), uma ilustração dinâmica
que aborda o endurecimento
da lei seca; mostrando assim,
as consequências e a reação dos
motoristas diante de uma blitze.
Saibamaiscomoapoluiçãosonora
pode interferir na qualidade de
vida em uma grande metrópole
através da nossa editoria
Urbano (p.4). Você já conhece o
Ecoponto? Leia na editoria Meio
ambiente (p.5) o que a prefeitura
de São Paulo criou para legalizar
o descarte do entulho e outros
resíduos específicos. Já em Saúde
e bem-estar (p.6), os portadores
de Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs) têm uma
nova esperança no tratamento
oferecido gratuitamente por
centros especializados. Para
descontrair, mergulhamos no
mundo dos E-books na Páginas
midiáticas (p.7) desta edição.
Entendacomoestanovidadepode
incentivar o interesse na leitura.
Não só de italianos e japoneses
São Paulo é composta, entre tantas
etnias e culturas, destacamos na
editoria Memória (p.8) o Grupo
Volga que representa a colônia
russa na Zona Leste. Vale dizer
que esta publicação foi produzida
sob a orientação do corpo
docente composto por: Regina
Tavares, Danielle Gaspar e Josué
Makoto. Além da ajuda mais
que bem-vinda dos monitores:
Maris Landim e Rafael Biazão.
Agradecemos à todos e também
à Universidade Cruzeiro do Sul,
por ter nos proporcionado essa
grande experiência. Esperamos
que goste e uma boa leitura!
Editorial
GuilhermeCerveira
Reitora
Profª. Dra. Sueli Cristina Marquesi
Pró-Reitor de Graduação
Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral
Pró-Reitor de Pós Graduação e Pesquisa
Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte
Pró-Reitor de Extensão e
Assuntos Comunitários
Profª. Dra. Janice Valia de Los Santos
Coordenador dos Cursos de Comunicação
Social - Jornalismo - Publicidade e Propaganda
- Relações Públicas - Rádio, TV e Internet
Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro
Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da
Universidade Cruzeiro do Sul
Ano XIV - Número 43 - Maio de 2013
Telefone para contato: (11) 2037-5706
Tiragem: 1.500 exemplares
Impressão: Jornal ùltima Hora (11) 4226-7272
Diagramação Final: Rafael Biazão
Professores Orientadores:
Ms. Danielle Gaspar, Ms. Josué Kuwano Makoto
e Ms. Regina TavaresAcesse e confira as notícias feitas pelos alunos
de jornalismo.
3. 1
2
3
4
5
6
INFOGRAFANDO MAIO DE 2013 - PÁGINA 3
Lei Seca: entenda seu funcionamento
A rigidez da legislação diminuiu 12,9% os acidentes de trânsito em comparação à janeiro de 2012
Criada em junho de 2008, a Lei 11.705 surge para coibir a utilização do álcool associada à direção. Seu
endurecimento, em dezembro de 2012, adotou a tolerância zero para esse tipo de infração. Esta mu-
dança tem como objetivo a prevenção e redução dos acidentes provocados por motoristas embriaga-
dos no Brasil. A pessoa que dirigir sob o efeito de álcool pagará uma multa no valor de R$ 1915,00, per-
derá a carteira de habilitação e o direito de dirigir por um ano. Em alguns casos, o infrator pode ser preso.
StellaAntoniassi
Dados de janeiro a abril de 2013
da capital paulista
Allyne Pires
Gabriela Ferraz
1
16.982 pessoas fo-
ram fiscalizadas pela
blitze da Lei Seca na
capital paulista.
2
40 pessoas se recu-
saram a fazer o teste
do bafômetro*.
3
971 pessoas subme-
tidas ao bafômetro
estavam dirigindo
na via pública sob
influência de álcool.
4
93 pessoas foram
presas em flagrante.
5
706.200 pessoas
foram fiscalizadas
pela blitze da Lei
Seca na capital pau-
lista desde seu surgi-
mento, em 2008.
6
Ao todo 2.856
pessoas recusaram
fazer o teste do ba-
fômetro.
Lei Seca adverte:
Se beber não dirija!
*O etilômetro,
conhecido como bafômetro,
foi criado em 1954, nos Estados
Unidos, pelo médico Robert Borke-
nsten, do Departamento de Polícia de
Indiana.
É um equipamento utilizado por
policiais para identificar o nível de
álcool no organismo do indivíduo.
A sua presença e quantidade são detec-
tadas a partir da análise do ar expelido
pelos pulmões.
Além do teste do bafômetro,
podem ser feitos exames clínicos e de
sangue, se houver determinação da
autoridade policial.
AllynePires
4. Ruídos urbanos pertubam sono e ouvidos
PÁGINA 4 - MAIO DE 2013 URBANO
Viver em uma cidade turbu-
lenta como São Paulo pode causar
diversos problemas à saúde. A po-
luição sonora proveniente dos sons
que estão em excesso no ambiente
por trânsito barulhento, ruídos da
construção civil, bares, restaurantes,
shows e baladas causam desconfor-
to e interferem na qualidade de vida
dos habitantes das grandes metró-
poles.
Estudo realizado pelo Programa
de Doutorado em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano da Uni-
versidade Federal do Paraná identi-
fica o ruído público como respon-
sável por causar distúrbios na vida
de milhares de pessoas. A pesquisa
constata que no interior das residên-
cias em apenas 7% o nível de ruído
estava abaixo de 40 dB (decibéis),
em 86% o nível era superior a 65 dB.
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), ruídos acima de 55
dB são considerados prejudiciais a
saúde urbana.
A fonoaudióloga Drª. Regina
Vasconcelos descreve alguns sin-
tomas que pessoas submetidas à
poluição sonora podem apresentar.
“Além de comprometer a audição,
os ruídos podem causar outros da-
nos à saúde. A exposição contínua à
poluição sonora pode gerar proble-
mas como dificuldade para dormir,
estresse, depressão, agressividade,
dor de cabeça, entre outras”, declara
a especialista.
As pessoas que utilizam apare-
lho auditivo também são prejudica-
das. O aparelho acaba amplificando
não só o som da voz do interlocutor,
mas todo o som do meio ambiente.
Segundo a Drª. Regina, existem apa-
relhos muito modernos que tentam
filtrar o ruído de fundo, mas ainda
não são acessíveis para a maioria das
pessoas.
Leandro da Silva é deficiente au-
ditivo e explica como é a sensação
de estar com ou sem o aparelho au-
ditivo em lugares barulhentos e mo-
vimentados. “Aparelhos auditivos
ligados em um lugar com grandes
aglomerações são sinônimos de fácil
desconcentração, dores de cabeça
frequentes e náuseas. No trabalho
procuro mantê-los desligados quan-
do é algo que exige minha atenção”.
Sabrina Braga relata que come-
çou a ter a audição comprometida
ainda quando pequena; ela não ou-
via sons agudos, apenas graves e
descreve como é usar o aparelho
auditivo pela primeira vez. “A sen-
sação é estranha, ao colocar o apa-
relho, consegui escutar muitos sons
agudos. Passei a escutar mais alto.
Às vezes, o aparelho me atrapalha,
mas me ajuda a ouvir pessoas que
falam muito baixo”.
A poluição sonora é crime con-
tra o meio ambiente, tipo penal pre-
visto na Lei de Crimes Ambientais
(Lei 9.605/98). A degradação da
qualidade ambiental resultante de
atividades que prejudiquem a saúde,
a segurança e o bem-estar da popu-
lação também é protegida pelo Ar-
tigo 3° da Lei 6.938. Qualquer po-
luidor, seja pessoa física ou júridica,
de direito público ou privado, será
responsável em caso de atividade
causadora de degradação ambiental.
Pesquisa identifica a poluição sonora como responsável por causar distúrbios na vida das pessoas
Uso excessivo de fones pode causar surdez
O fone de ouvido é um dos principais vilões modernos da audição.
Outro problema que assola a
audição dos jovens é o uso fre-
quente de fones de ouvido. O que
era para ser uma forma de diversão
e benefício para a saúde e o bem-es-
tar, se não for utilizado moderada-
mente, pode ocasionar graves lesões
auditivas.
A fonoaudióloga Drª. Regina
Vasconcelos alerta para o hábito
de ouvir música alta durante o des-
locamento de casa para o trabalho.
“Se a pessoa tem o hábito de usar o
transporte público ouvindo música
Uso de aparelho auditivo em aglomerações prejudica a concentração.
alta nos fones de ouvido, em médio
prazo, poderá desenvolver uma per-
da auditiva”.
“As alterações auditivas depen-
dem do tempo de uso do fone de
ouvido, intensidade e frequência dos
ruídos que as pessoas usualmente
estão expostas”, ratifica a doutora.
O primeiro sintoma de perda
de audição é quando a pessoa não
consegue ouvir claramente o amigo
em uma conversa, e pede para repe-
tir constantemente o que ele havia
dito. Escutar constantemente zum-
bidos, aumentar demasiadamente o
volume da televisão ou do rádio, são
BrunaRegina
outros sinais de degradação auditiva.
Nossos ouvidos estão propen-
sos a aguentar uma intensidade so-
nora de até 75 decibéis sem sofrer
qualquer dano. Segundo a Sociedade
Brasileira de Otologia, a 85 decibéis,
o tempo máximo de exposição por
dia é de oito horas. Conforme o vol-
ume aumenta, esse tempo permitido
para a exposição é diminuído.
Um aparelho reprodutor musical
pode chegar a 120 decibéis quando
utilizado no volume máximo. A in-
tensidade chega a ser maior do que
o barulho de britadeira (equivalente
a 110 dB), e semelhante ao ruído de
uma turbina de avião (aproximada-
mente 130 dB).
Existem vários tipos de fones de
ouvido disponíveis no comércio. Os
acessórios dos tipos Intra-auricular
e Earbud são os mais ecônomicos,
eles isolam o som ambiente, mas
por estarem em contato direto com
o canal auditivo podem causar uma
série de problemas aos ouvidos. Os
fones dos tipos Supra-auricular e
Circoauricular são mais confortáveis
e agridem menos aos ouvidos. Os
fones do tipo Esportista são os mais
indicados aos praticantes de ativi-
dades físicas, causam menos incô-
modo em dias quentes. Por último,
os fones do tipo Headset que con-
tam com a presença de microfones
embutidos é o mais indicado para
utilização em computadores.
BancodeImagens
Andressa Volpini
Bruna Regina
Felipe Mendes
Leandro Correia
Felipe Mendes
“A exposição contínua
à poluição sonora pode
gerar problemas como
dificuldade para
dormir, estresse,
depressão, agressividade
e dor de cabeça”
O decibel (dB) é a uni-
dade logarítmica utiliza-
da para medir a pressão,
potência e intensidade de
um som.
A medição é efetuada
por um aparelho Me-
didor de Nível de Pres-
são Sonora (MNPS),
também chamado de
Decibelímetro.
5. MAIO DE 2013 - PÁGINA 5MEIO AMBIENTE
Ecopontosrecebemmaislixocomprivatização
Os consórcios Soma e Inova administram os 51 ecopontos espalhados pela cidade de São Paulo
VerônicaHonorato
Fernanda Chiarato
A quantidade de entulho deixada
nos ecopontos da cidade de São Pau-
lo cresceu após a sua privatização,
por dois consórcios, em dezembro
de 2011. O aumento é atribuído à
alteração dos dias de atendimento
dos postos, que passaram a abrir
todos os dias da semana.
A gestão do ex-prefeito Gilberto
Kassab sancionou a lei Mudanças
Climáticas e um dos pontos aborda-
dos foi a quantidade de materiais que
normalmente são descartados na
rua. Com isso, houve o surgimento
de ecopontos por toda a cidade de
São Paulo.
A iniciativa é necessária para que
esses detritos não sejam descartados
em locais inapropriados e a privati-
zação auxiliou no aumento de dias
para que a população faça o descarte.
Nos ecopontos, existem ca-
çambas reservadas aos pequenos
volumes de entulho que podem ter,
no máximo, 1m³ e locais reservados
para a entrega de móveis velhos,
lixo reciclável, poda de árvores
etc. Privatizados, os ecopontos são
administrados por dois consórcios,
Soma e Inova. A Zona Leste é re-
presentada pelo Soma que possui
33 dos 51 pontos de atendimento
destinados à entrega de resíduos.
Os consórcios também são respon-
sáveis pelo projeto
‘Varrição de Ruas’.
Condu z idos
pelas novas em-
presas, os postos
de atendimento fi-
cam abertos todos
os dias, incluindo
finais de semana
e feriados, o que
antes não ocorria.
Luís Carlos Pejon
mora no bairro
Vila Carrão e afirma que agora
consegue utilizar os ecopontos.
“Só consigo fazer o descarte dos
materiais inutilizáveis nos finais de
semana. Agora eu consigo acumular
todo o lixo reciclado que fica na
minha casa para jogar em um lugar
adequado”, diz Pe-
jon. A fiscalização
é realizada pelas
subprefeituras atra-
vés da SLP (Super-
visão de Limpeza
Pública). Miguel
Malvone, funcio-
nário da subprefei-
tura Aricanduva/
Formosa/Carrão,
explica que a ins-
peção funciona
regularmente. A subprefeitura Ari-
canduva fiscaliza dois ecopontos,
um localizado na Rua Astarte e o
outro na Avenida Aricanduva.
De acordo com o funcionário do
“Os ecopontos
podem ser grandes
aliados da
limpeza urbana”
Cada morador pode descartar até 1m³ de pequenos entulhos por dia nas caçambas reservadas. Os ecopontos também possuem locais para outros descartes.
Soma, Reginaldo Moura, o ecoponto
localizado na Rua Astarte é o mais
movimentado da cidade, principal-
mente nos finais de semana. “Se
você passar um sábado inteiro aqui
vai ver a movimentação intensa de
carros saindo e entrando. Isso daqui
não para”, afirma Moura.
Rita Frenedozo, professora de
ecologia e ecossistemas, explica
que o mau descarte de entulhos
acarreta em enchentes, entupimento
de bueiros, infestações de pragas,
ou seja, grandes malefícios ao meio
ambiente. A professora também in-
forma sobre o lixo orgânico, como
podas de árvores, que podem virar
adubo. “Os ecopontos podem ser
grandes aliados da limpeza urbana”,
conclui Rita.
FernandaChiarato
BeatrizPrieto
CristianDrovas/FelipeMotta
O Soma possui 33 pontos de atendimento na Zona Leste.
Flagra - Descarte ilegal próximo ao ecoponto da rua Astarte.
6. ZLtem11unidadesparatratamentodeDSTs
Moradores podem realizar tratamento gratuito, que vai desde prevenção até assistência e acompanhamento
Ataide Aquino
Joy Agoston
Juliana Costa
Mayara Marim
Murillo Magaroti
Willian Maffezoli
A Zona Leste de São Paulo tem
11 unidades para prevenção e trata-
mento de DSTs. Essas unidades de
saúde oferecem tratamento gratuito
e exclusivo para DSTs, desde o tra-
balho de prevenção até assistência
ao portador e acompanhamento de
um psicólogo, quando necessário.
A unidade Serviços de Assis-
tência Especializada (SAE) Herbert
de Souza, no Sapopemba, oferece,
além dos serviços de prevenção, o
acompanhamento ao paciente. “O
paciente que adere ao tratamento
[da Aids] é seguido pelo resto da
vida nessa unidade, inclusive por
dentista, educadores físicos, nutri-
cionistas, terapeutas ocupacionais
e psicólogos”, esclarece Elisa Fer-
reira, coordenadora do Centro de
Testagem e Aconselhamento (CTA)
de São Mateus, uma das unidades
que realiza o primeiro atendimento
e encaminha o paciente aos SAEs.
Ao todo, a cidade de São Pau-
lo tem 25 centros para prevenção
e tratamento de DSTs. Os outros
bairros da Zona Leste que contam
com unidades são: São Miguel, Itaim
Paulista, Cidade Tiradentes, Cidade
Líder, Mooca, Penha, Vila Fidélis,
Vila Prudente e Vila Chabilândia.
BETINHO - Primeiro SAE de São Paulo leva o nome de ativista em prol de portadores de HIV
Trabalho pioneiro
.
Com o surgimento da Aids,
no início dos anos 80, alguns
grupos da sociedade civil passa-
ram a se encontrar para discutir
e entender a doença. Um des-
ses grupos deu
origem ao Gapa
(Grupo de Apoio
à Prevenção à
Aids).
O Gapa é
uma ONG fun-
dada em 1985 e
pioneira na Amé-
rica Latina a se
preocupar com
os problemas
que a Aids pode trazer à socie-
dade. A atual vice-presidente da
entidade, Wildney Feres Contre-
ra, no Gapa desde 1989, acredi-
ta que as ONGs tiveram papel
fundamental no final da década
de 80 e nos anos 90. “O trabalho
das ONGs ajudou a repercurtir
em todo o país o que é a doença”
explica.
Para Wildney, é fundamental
tratar a doença como epidemia e
as campanhas de prevenção de-
vem ser constantes. “Os números
caem, às vezes, mas
voltam a aumentar em
grupos vulneráveis,
como mulheres, crian-
ças e pessoas da ter-
ceira idade”, analisa.
São inúmeras as
ONGs que atualmen-
te trabalham para o
controle da epidemia,
cada uma em uma
frente. O Gapa visa
garantir a preservação dos di-
reitos humanos e integração das
pessoas portadoras do vírus. O
grupo sobrevive de doações e
trabalho voluntário. Informações
de como doar e/ou se volunta-
riar no site www.gapabrsp.org.br.
“O trabalho das
ONGs ajudou
a repercutir em
todo país o que
é a doença “
Murillo Magaroti
Renata Vieira
Jornalista faz da Aids sua causa
BATALHA - Portador de HIV
luta por igualdade
Juliana Costa
Paulo Giacomini, 51 anos, é
ativista em prol dos portadores
de Aids desde 1994,
quando descobriu
ter contraído o vírus
após a morte de um
namorado, em 1984.
Em uma época
em que os grupos de
risco eram formados por prostitu-
tas, usuários de drogas injetáveis e
homossexuais, sofreu preconceito e
discriminação por parte da família,
perdeu amigos e emprego por conta
de sua condição. Apesar das dificul-
dades, ingressou na faculdade Cás-
per Líbero para cursar Jornalismo.
Especialista em comunicação
em Aids, Giacomini faz parte de
grupos de ajuda para
novos infectados, os
orientando em sua
nova condição, e é
engajado em proje-
tos e movimentos em
prol da causa. Seus
planos para o futuro são iniciar o
doutorado e viver. “Pelo dinheiro
gasto [com o tratamento], não só
meu, mas também da sociedade
que paga impostos, o mínimo que
posso fazer é seguir em frente”, diz.
MayaraMarim
BancodeImagens
SAÚDE E BEM-ESTARPÁGINA 6 - MAIO DE 2013
“O mínimo que
posso fazer é
seguir em frente”
Distribuição dos serviços municipais
de DST na Zona Leste
Descobertas
científicas
As últimas descober-
tas científicas que podem
mostrar o caminho para a
cura da Aids datam de janei-
ro e março deste ano. Em
janeiro, na Austrália, um ci-
entista, David Harrich do
Instituto de Pesquisa Médi-
ca de Queensland, disse ter
conseguido barrar a proteína
que tem a função de multi-
plicação do vírus HIV. Nos
Estados Unidos, em março,
uma equipe de virologistas
anunciou a cura funcional de
um bebê, que nasceu com o
HIV transmitido pela mãe.
Entende-se por cura funcio-
nal a não manifestação do
vírus e seus sintomas, mes-
mo tendo ainda o vírus no
corpo. Especialistas alerta-
vam, porém, que a cura fun-
cional em um adulto estava
ainda distante. Uma semana
depois do anúncio, um es-
tudo realizado na França re-
velou que 14 adultos ficaram
funcionalmente curados.
Para mais informações:
http://www10.prefeitura.sp.gov.br/dstaids
1 - CTA Cidade Tiradentes
R.Luis Bordose, 96
Cohab Cidade Tiradentes
Telefone(s): 2282-7055 / 2964-0784
2 - CTA Dr. Sérgio Arouca
R. Valente Novais, 131
Itaim Paulista
Telefone(s): 2561-3052 / 2563-0019
3 - CTA São Mateus
Av. Mateo Bei, 838
São Mateus
Telefone(s): 2919-0697
4 - CTA São Miguel
R. Eng. Manoel Osório, 151
São Miguel Paulista
Telefone(s): 2297-6052 / 2031-2701
5 - CTA Guaianases
R. Centralina, 168
Vila Princesa Izabel – Guaianases
Telefone: 2554-5312
6 - SAE DST/AIDS Cidade
Líder R. Médio Iguaçu, 86
Cidade Líder
Telefone(s): 2748-0255 / 2748-1139
7 - SAE DST/AIDS Fidélis
Ribeiro
R. Peixoto 100
Vila Fidélis Ribeiro
Telefone(s): 2622-0123 / 2621-4753
8 - AE Vila Prudente
Pça Centenário de Vl. Prudente, 108
Vila Prudente
Telefone(s): 2061-7836 / 2273-1665
9 - CR DST/AIDS Penha
Praça Nossa Senhora da Penha, 55
Penha
Telefone(s): 2092-4020 / 2295-0391
10 - CTA Mooca
Rua Taquari, 549
Mooca
Telefone(s): 2694-3338
11 - SAE DST/AIDS Herbert
de Souza - Betinho
Av. Arquiteto Vilanova Artigas, 515
Sapopemba
Telefone(s): 2704-3341 / 2704-0833
7. E-book não compromete espaço do livro impresso
Relação comercial entre mídia eletrônica e tradicional fortalece os dois formatos de leitura
Ana Mendonça
Gabriel Bonafé
Lívia Donadeli
Yulika Ganizev
YulikaGanizev
O surgimento de novas mídias
tecnológicas, fortemente alimenta-
das pela crescente abrangência da
internet, deixa a sociedade a par
de inúmeros benefícios. O e-book
é um dos exemplos. Em formato
digital, obras literárias podem ser
lidas em diversos aparelhos eletrô-
nicos, como celulares, computado-
res e e-readers (leitor eletrônico).
As vantagens que ele oferece ao
público são muitas, como mobili-
dade, portabilidade, leitura no es-
curo e outros.
Em meio a todos esses méritos,
o único prejudicado seria o livro
impresso. Submetido a tal concor-
rência, ele pode ser suprimido pelo
formato digital. Evidências não
faltam quando se fala do triunfo
do meio tecnológico sobre o tra-
dicional. Recentemente, o serviço
de locação virtual de filmes, por
exemplo, ocasionou o declínio
das videolocadoras. Até mesmo
o desuso de cartões postais está
atrelado à tecnologia, que oferece
meios de comunicação mais práti-
cos e instantâneos.
Apesar desses fatores, Arnaud
Vin, diretor de tecnologia do Gru-
po Editorial Autêntica, diz que
prever um ambiente hostil entre a
mídia digital e impressa seria impre-
ciso, já que um completa o outro.
“Não se lança mais um livro im-
presso hoje sem lançar sua versão
digital. Se não ao mesmo tempo,
poucos meses depois. Isso é fato
consumado”, afirma Vin.
O diretor de tecnologia fala que
é possível usar o mercado de livro
digital no Brasil como estratégia de
vendas para os livros impressos.
“Podemos lançar primeiro a versão
digital e, dependendo da resposta; a
versão impressa”, explica Vin. Ele
até brinca e diz que a relação das
duas mídias é um dos raros exem-
plos de ‘casamento para sempre’.
Vin ainda argumenta que ao
lado das vantagens, sempre existe
uma desvantagem. Ele exemplifica
essa frase com a liberdade edito-
rial que o livro eletrônico oferece.
“Qualquer um pode ganhar o Prê-
mio Nobel de Literatura. Em com-
pensação, temos que arcar com um
volume de lixo eletrônico avassala-
dor”, adverte ele.
Para Marisa Myashiro, bibliote-
cária há 18 anos na Lenyra Fraca-
rolli (Vila Manchester, Zona Leste
de São Paulo), o crescimento da lei-
tura, independente do meio, fortale-
ce o posicionamento dos livros. “O
avanço dos e-books pode despertar
o interesse pela leitura de quem não
tem costume de ler livros. Quanto
mais meios existirem para divulgar
a literatura, melhor”, justifica ela.
Embora Marisa tenha uma vi-
são positiva sobre a relação entre
livro digital e impresso, ela não dei-
xa de ressaltar que cada mídia tem
seus pontos positivos. Em relação
ao e-book, a bibliotecária mencio-
na a possibilidade de carregar uma
ou vinte obras sem alterar o peso.
“No impresso, não se consegue
carregar essa quantidade de obras”,
“Não se lança mais um
livro impresso hoje sem
lançar sua versão digital”
compara Marisa. Entretanto, ela
explica que prefere o material im-
presso devido ao cansaço que o
brilho da tela proporciona para os
olhos e pela sua intimidade com o
formato tradicional. “A sensação
de folhear um livro e de senti-lo
é muito relevante. Por maior que
“Quanto mais meios
existirem para divulgar a
literatura, melhor”
seja o desenvolvimento das tecno-
logias, essa sensação é única”, des-
taca Marisa.
Com a ascensão da internet, o
fator inovação se tornou uma ne-
cessidade internacional. Entretan-
to, o surgimento de novos meios
não deve ser tratado como confli-
to, mas sim como oportunidade
de reinvenção, identificação e for-
talecimento das especificidades.
Seguindo essa ideia, os dois lados
ganham: o público e as mídias.
E-READER - Aparelho eletrônico desenvolvido exclusivamente para leitura de e-books
LADO A LADO - Livro impresso e eletrônico exploram suas especificidades e evitam conflitos
YulikaGanizev
PÁGINA 7 - MAIO DE 2013PÁGINAS MIDIÁTICAS
8. Grupo Volga: presença russa em São Paulo
A associação resistiu a ameaças, repressões e censura para manter viva a cultura russa no Brasil
JUVENTUDE - O Grupo se destaca pela presença de jovens integrantes em suas apresentações de danças russas
Mayara Almeida
Raíssa Fernandes
Vinícius Buzzetti
Sobrevivente de períodos con-
turbados no Brasil, o Grupo Vol-
ga de Folclore Russo representa a
grande comunidade na cidade de
São Paulo. Com sede na Vila Ze-
lina - Zona Leste, o grupo realiza
eventos com o objetivo de man-
ter as tradições culturais russas
por meio de danças, cantos, ex-
posições de artesanato, culinária
e atividades esportivas. O Volga
tem como principal característica
a presença de jovens que revitali-
zam a cultura desses antepassados.
Originalmente com o nome
Kalinka, a primeira versão do gru-
po surgiu no ano de 1972, sendo
extinta três anos depois devida a
grande represália que os imigran-
tes russos enfrentavam no Brasil
naquela época. Tamara Gers Dimi-
trov, fundadora do Grupo Volga,
se lembra da ameaça proferida por
um militar na ocasião. “Para vossa
saúde, nós aconselhamos vocês a
acabarem com essas atividades”.
Outros grupos folclóricos e clubes
russos também foram fechados e
sofreram censura cultural e literá-
ria pelo fato da Rússia estar rela-
cionada ao comunismo. “Qualquer
grupo russo criado nos anos 70 era
tido como associação política e não
cultural”, relembra a fundadora.
Esta, porém, não foi a primeira
vez que os imigrantes russos fo-
ram perseguidos. De acordo com
a Profª Drª Ana Bárbara Pederiva,
docente do curso de História da
Universidade Cruzeiro do Sul, os
imigrantes já sofriam perseguição
desde o início de sua vinda ao Bra-
sil. A suposição é que teriam trazido
as ideologias que ganhavam força
na Europa, como o Comunismo e
a Anarquia. Durante o período his-
tórico no Brasil, conhecido como
Era Vargas, essa perseguição se
intensificou. Os imigrantes russos
sofreram pela ligação do país com
a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS) e o Comunismo.
“A perseguição foi até mais dura
que no período militar, na década
de 60. Muitos de nós, foram presos
e torturados apenas pela Rússia ser
comunista”, nos revela Vera Gers
Dimitrov, diretora cultural do gru-
po. Segundo Bárbara, naquela épo-
ca, bastava ser estrangeiro para ser
considerado comunista ou perigoso.
As igrejas cristãs ortodoxas fo-
ram essenciais na sobrevivência da
cultura russa. Apesar da forte repres-
são desses períodos, ainda existia
uma pequena liberdade de rito. No
quintal de uma dessas igrejas, o Gru-
po Volga iniciou seus primeiros en-
saios. A culinária e a convivência em
comunidade também foram impor-
tantes na preservação dos costumes
e após seis anos, a Rússia novamen-
te voltou a ter sua cultura publica-
mente manifestada em nosso país.
Com o apoio de Victor Gers
Junior e Nicolay Chocianowicz, Ta-
mara Gers Dimitrov fundou no ano
de 1981 a Associação Cultural Gru-
po Volga de Folclore Russo. “Minha
amiga Samara me mostrou a apre-
sentação dos letonianos. Como os
russos estavam sem representação,
consultei um coronel que concor-
dou com a criação de um grupo
russo”. O nome da instituição foi
escolhido em referência ao rio Vol-
ga, o mais extenso da Europa. A
intenção era representar o país em
eventos culturais, incentivando a
participação de crianças e adoles-
centes de uma maneira que ajudasse
a manter viva a cultura dos russos
que hoje representa cerca de cinco
mil dos quinze mil habitantes da
Vila Zelina, bairro sede do grupo.
Atualmente, o grupo oferece au-
las gratuitas de dança e coral típicos
do país. Os eventos são disponíveis
tanto para descendentes quanto para
Conheça como os russos chegaram ao Brasil
1905: A primeira imigração oficial para o
BrasilocorreuapósaRevoluçãoRussade1905.
Os russos descontentes com as renovações promovidas
pela igreja Russa resolveram deixar o país no intuito
de manterem suas crenças religiosas.
1918: Segunda imigração. Esta foi compos-
ta por refugiados da revolução bolchevista e era formada
por representantes de diversas classes profissionais e sociais
da monarquia russa deposta, que chegou ao Brasil com
auxílio do governo americano.
1926: Nessa época, a imigração para o Brasil tinha um incentivo maior, pois, a política imigratória
do Estado de São Paulo privilegiava a vinda de camponeses e pessoas habituadas ao trabalho pesado na agri-
cultura. Descontentes e perseguidos em seu próprio país, os russos não hesitaram em dissimular sua instrução e
cultura para aproveitar esta oportunidade e sair da Rússia de qualquer maneira, fugindo do regime bolchevista.
1945: Famílias refugiadas do regime comu-
nista em países vizinhos da Rússia, durante a década
de 20, imigraram para o Brasil. Começaram a
chegar por aqui, navios de refugiados russos mais uma
vez em busca de um novo lar e de paz.
Osimigrantesforamabrigadosemhospedariasda
cidade de São Paulo. As imigrações foram intensas
até a década de 1950. Os dados sobre a imigração
russa registram a entrada no país de 123.727 russos
no período de 1919 a 1947. Fonte: News Of Russia
AcervoGrupoVolga
MEMÓRIAPÁGINA 8 - MAIO DE 2013
pessoas de outras origens que se
interessem em conhecer e partici-
par da cultura russa. Todos os en-
saiossãogratuitoseacontecemaos
domingos a partir das 14h, na Rua
Frei Antônio de Guadalupe, por-
tão da quadra azul, Vila Zelina.