O documento discute:
1) A Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua iniciou uma programação extensa para a trezena em homenagem ao padroeiro, com transmissões online de missas e pregações devido à pandemia.
2) Médicos alertam sobre os riscos da obesidade infantil durante a pandemia e dão dicas para pais manterem hábitos alimentares saudáveis nas crianças.
3) O município de Santo Antônio de Pádua atingiu 136 casos confirmados de
1. R$ 2,00
Atos Oficiais da
Câmara Municipal de
Pádua.
Comprometido
com a Verdade!
Suplemento Especial
Prefeitura Municipal
de Santo Antônio de
Pádua
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Edição: 384 - 03 de Junho de 2020
Toda Semana
nas Bancas
Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua inicia trezena em
Honra ao padroeiro com uma extensa programação
Com as igrejas vazias, todas as celebrações, que sempre reuniram dezenas de fiéis, serão em sua maioria virtual. Haverá missas todos os
dias, e cada dia um sacerdote ou bispo convidado irá fazer a pregação à distância. Saiba mais na Página 02
Em dia de conscientização,
médicos alertam sobre os
riscos da obesidade infantil
em tempos de Covid 19
Atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e
19 anos convivem com o excesso de peso. Saiba mais na Página 03
Teste de vacina de Oxford
contra o novo Covid-19
contará com a participação de
2 mil voluntários brasileiros
Em São Paulo, os testes serão feitos em mil voluntários e
conduzidos pelo Centro de Referência para Imunológicos
Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A Fundação Lemann está financiando a estrutura médica e os
equipamentos da operação. Saiba mais na Página 06
Santo Antonio de Pádua chega a
136 casos confirmados de Covid-19
A Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio de
Pádua, no Noroeste Fluminense, divulgou nesta quarta-feira
(03/06) o boletim epidemiológico nº 61, com os casos de
coronavírus no município. Ao todo, a cidade contabiliza 136
casos confirmados, incluindo três mortes de pessoa
diagnosticada com a doença. Saiba mais na Página 05
2. Edição 384 Jornal Opção do Noroeste
03 de Junho de 2020
02
Igreja Matriz de Santo Antõnio de Pádua inicia trezena em
Honra ao padroeiro com uma extensa programação
A Paróquia Santo Antônio, em
Pádua, no Noroeste Fluminense,
iniciou neste domingo (31/05) a
programação da trezena em honra ao
padroeiro do município de forma
diferente em meio à pandemia de
coronavírus. Com as igrejas vazias,
todas as celebrações, que sempre
reuniram dezenas de fiéis, serão em
sua maioria virtual. Haverá missas
todos os dias, e cada dia um sacerdote
ou bispo convidado irá fazer a
pregação à distância.
A transmissão será através do
canal da paróquia no Youtube e pela
página do Facebook. Nesta segunda
(01/06) a pregação de Dom Luiz
Henrique, será às 18h30. Segundo a
Paróquia, a Trezena e Festa do santo
seguem até 14 de junho. “Como nos
outros anos, teremos o sorteio das
quatro imagens de Santo Antônio
Peregrino, que ficará durante um dia
na casa das quatro famílias sorteadas.
Quem desejar participar do sorteio
deverá mandar o nome completo e
endereço para o WhatsApp da
secretaria paroquial (22) 981659854”
– informou. No domingo (07/06)
haverá um almoço beneficente com
comida mineira por delivery, que será
feito pela chef Carol.
Os tickets do almoço já estão à
venda na secretaria paroquial ou pelo
WhatsApp (2298619854).As vendas
serão até sexta-feira e as entregas
serão a parir das 11h do dia 7, o valor
de R$ 25,00 é de refeição duas
pessoas. A Paróquia ressaltou que as
refeições serão feitas por uma equipe
especializada, seguindo todas as
normas de higiene rigorosa. A
programação terá ainda no dia 11, dia
de Corpus Christi, missa na capela de
São Sebastião e benção sobre a
cidade. Para o Dia dos Namorados
está prevista uma live show, com
artista e horário a serem divulgados.
No dia do padroeiro, terá almoço
delivery e uma carreata com a imagem
do santo pelas ruas do município. Já
no dia 14 acontece o sorteio de uma
TVe um smartphone.Acartela poderá
ser adquirida também na secretaria
paroquial ou encomendada através do
WhatsApp por R$ 5 reais.Asecretaria
está funcionando de segunda a sexta-
feira, das 8h às 17h, com entrada de
uma pessoa por vez para evitarmos
aglomeração e é obrigatório o uso de
máscara. Acesse o Facebook da
Paróquia.
Fonte: SF Notícias
3. Edição 384
03 de Junho de 2020
Jornal Opção do Noroeste 03
03
EDIÇÃO 144
UZADA
Resultados na Página 04
Em dia de conscientização, médicos alertam sobre os riscos
da obesidade infantil em tempos de Covid 19
A obesidade infantil já é considerada
uma epidemia mundial.Além dos fatores
genéticos, responsáveis por 70% das
causas da obesidade, há também o estilo
de vida da criança. As telas dos
smartphones e os vídeogames, aliados à
baixa qualidade nutricional dos alimentos
consumidos e à falta de exercícios físicos,
contribuem para que a obesidade infantil
atinja patamares assustadores.
Segundo dados divulgados pela
Organização Internacional World
Obesity, atualmente cerca de 158 milhões
de crianças e adolescentes entre 5 e 19
anos convivem com o excesso de peso, e
esse número deve aumentar para 254
milhões em 2030 em todo o mundo.
O Dia da Conscientização Contra a
Obesidade Mórbida Infantil, celebrado
neste 3 de junho, pretende alertar sobre
os riscos da doença e os cuidados
necessários para combater esse mal, que
afeta milhares de crianças no mundo.
A endocrinologista Lorena Lima
ressalta que a família precisa ser o grande
aliada para a quebra crescente da
obesidade entre as crianças. “Não é
proibir, mas colocar limites para ficar na
frente da televisão e dos celulares.
Programar atividades com a criança que
gastem energia, como andar de skate,
brincar de pega-pega, o que fazíamos na
nossa época de infância”, lembra a
especialista, que é endocrinopediatra pela
Sociedade Brasileira de Pediatria e
doutora pela Universidade de São Paulo.
Outro ponto que a médica enfatiza é
a questão alimentar. “Salgadinhos, muito
doce, tudo isso é prejudicial. É preciso
oferecer frutas, folhas verdes, legumes.
É uma troca, nem sempre muito bem vista
pela criança, mas que aos poucos faz toda
a diferença na qualidade de vida. E muito
importante: a família deve dar o exemplo
e se comprometer a seguir a mesma
alimentação, já que crianças seguem
exemplos”, explica a médica.
Quarentena pode ser aliada
Com a pandemia de covid-19,
atividade física e alimentação saudável
podem até parecer metas impossíveis.
Porém, podem ser uma boa oportunidade
de criar bons hábitos. “Para muitos pais
que estão em home office, esse pode ser
um momento ideal para se aproximar da
criança e criar hábitos saudáveis e,
consequentemente, estreitar o
relacionamento de parceria e confiança”,
sugere a doutora.
A especialista também dá as
seguintes dicas:
- Criança precisa de rotina, inclusive
na hora de comer. “Horários estabelecidos
para as refeições ajudam a diminuir a
chance de escapar e comer aquele
salgadinho”.
- Até para beber água é
importante ter uma rotina, fique atento a
isso. A água pode inibir a vontade de
comer. Não beber água, pelo menos, 30
minutos antes das refeições.
- Outra estratégia é não comer doces
e salgadinhos direto do pacote. “Coloque
em um pote uma quantidade determinada
para que não haja exagero!”.
- Comer um alimento de desejo de
vez em quando não é o problema, desde
que isso não se torne rotina.
- Deixar frutas à disposição e ao
alcance da criança é uma ótima dica para
incentivar a alimentação saudável.
Pediatras alertam
Com o confinamento, as crianças
acabam se exercitando menos e o
consumo de produtos industrializados
também pode aumentar. Isso poderia nos
levar a um número ainda mais elevado
de casos de obesidade infantil pós-
pandemia, alerta a Sociedade de Pediatria
de São Paulo.
O presidente do Departamento de
Nutrição da Sociedade de Pediatria de
São Paulo, Rubens Feferbaum, concorda
que que essa condição é, na verdade, uma
oportunidade para pais, cuidadores e
ensino escolar a distância de incentivá-
las a terem maior contato com os
alimentos, visando à formação e
manutenção de bons hábitos.
“A criança pode participar do
processo de elaboração das refeições,
desde a higienização até o preparo final
– atividades que podem ser feitas por
diferentes faixas etárias, sob a
coordenação de um adulto, e que
incentivam práticas alimentares mais
saudáveis”, diz o pediatra.
A Sociedade de Pediatria de São
Paulo alerta para o que não deve ser feito
na alimentação infantil:
- Obrigar ou forçar a criança a
comer, o que pode gerar conflitos.
- Chantagear a criança. Exemplo:
“se comer todo o legume, vai ganhar a
sobremesa”.
- Substituir o alimento recusado por
outro de preferência da criança.
- Desistir de oferecer o alimento
após poucas tentativas.
- Substituir a refeição por pães,
biscoitos, leite, em caso de inapetência.
- Obrigar o filho a terminar o prato
quando ele não quer mais ou não permitir
que ele repita algo, quando pede mais.
Fonte: Agência Brasil
4. Edição 384 Jornal Opção do Noroeste
03 de Junho de 2020
04
RESULTADO PALAVRA CRUZADA
E m I t a p e r u n a n o v o C o v i - 1 9
infecta ao todo 197 e leva óbito 4 ,
55 já se encontram recuperados
O município de
Itaperuna, no Noroeste
Fluminense, chegou a 197
casos confirmados do novo
coronavírus, segundo
boletim divulgado pela
Secretaria Municipal de
Saúde na noite desta
segunda-feira (01/06). Os
casos foram registrados no
período de 11 de março até
ontem. São, ao todo, 55
pessoas recuperadas,
deixando o município com
142 casos confirmados ainda
ativos. Desse total, de acordo
com a secretaria, um caso
segue internado no Hospital
São José doAvaí e os demais
(141) se encontram em
isolamento domiciliar. A
cidade registra quatro mortes
de pacientes diagnosticados
com coronavírus, e há ainda
dois óbitos.
Fonte: SF Notícias
5. Edição 384
03 de Junho de 2020
Jornal Opção do Noroeste 05
Santo Antonio de Pádua chega a 136 casos confirmados de Covid-19
A Secretaria Municipal de
Saúde de Santo Antônio de Pádua,
no Noroeste Fluminense, divulgou
nesta quarta-feira (03/06) o boletim
epidemiológico nº 61, com os casos
de coronavírus no município. Ao
todo, a cidade contabiliza 136 casos
confirmados, incluindo três mortes
de pessoa diagnosticada com a
doença.Adivisão de casos por faixa
etária é: oito de 02 a 9 anos; oito de
10 a 19; trinta e oito de 20 a 29 anos;
trinta e cinco de 30 a 39; treze de 40
a 49, quatorze de 50 a 59, onze de
60 a 69 anos, quatro de 70 a 79 e
cinco de 80 á 89. Os casos estão
distribuídos pelos bairros Cidade
Nova (8), Cehab (2), Centro (6),
Ferreira (4), Mirante (1), Beira Rio
(4), Farol (7), Gabry (5),Tavares (1),
Loteamento Eccard (2), São Luiz
(15), Mangueirão (2), São Félix (1),
Glória (12), Dezessete (15) e
Alequicis (9),Arraialzinho (5), Santa
Afra (10), Parque das Águas
(2),Aeroporto (3), Campo Alegre
(1), Chácara (1), Caixa d’água (1),
Santa Luzia (1) além dos distritos
de Monte Alegre (3), Baltazar (1)
Recanto das Garças (4), Ibitinema
(1), Paraoquena (1), Trajano (7). Um
caso é de fora do município. Santo
Antônio de Pádua tem 136 casos
confirmados, sendo três morte. O
município contabiliza ainda 164
casos suspeitos, 415 casos
descartados e 38 pessoas já
recuperadas da doença. Entre casos
suspeitos e pessoas ainda infectadas
na cidade, nove estão em isolamento
hospitalar e 333 em isolamento
domiciliar. Até o momento a
Secretaria de Estado de Saúde
contabiliza 117 casos confirmados
em Pádua.
Fonte: Ascom Sec de Saúde Pádua
Texto: Afonso Pena
6. Edição 384 Jornal Opção do Noroeste
03 de Junho de 2020
06
Teste de vacina de Oxford contra o novo Covid-19 contará
com a participação de 2 mil voluntários brasileiros
Dois mil brasileiros participarão dos testes
para vacina contra a Covid-19 desenvolvida
pela Universidade de Oxford. A estratégia faz
parte de um plano de desenvolvimento global, e o
Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a
começar a testar a eficácia da imunização contra
o Sars CoV-2.
O procedimento foi aprovado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o
apoio do Ministério da Saúde. Em São Paulo, os
testes serão feitos em mil voluntários e conduzidos
pelo Centro de Referência para Imunológicos
Especiais (Crie) da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp). A Fundação Lemann está
financiando a estrutura médica e os equipamentos
da operação.
Os voluntários serão pessoas na linha de
frente do combate ao coronavírus, com uma
chance maior de exposição ao Sars CoV-2. Eles
também não podem ter sido infectados em outra
ocasião. Os resultados serão importantes para
conhecer a segurança da vacina.
Testes já começaram no Reino Unido
Com a previsão otimista de ficar pronta
ainda em 2020, a vacina desenvolvida pela
Universidade de Oxford ofereceu proteção em um
estudo pequeno com seis macacos, resultado que
levou ao início de testes em humanos no final de
abril.
Em humanos, os testes têm apenas 50% de
chance de sucesso. Adrian Hill, diretor do Jenner
Institute de Oxford, que se associou à farmacêutica
AstraZeneca para desenvolver a vacina, disse que
os resultados da fase atual, envolvendo milhares
de voluntários, podem não garantir que a
imunização seja eficaz e pede cautela.
A vacina já está sendo aplicada em 10 mil
voluntários no Reino Unido. A dificuldade para
provar a possível eficácia está no fato de os
cientistas dependerem da continuidade da
circulação do vírus entre a população para que os
voluntários sejam expostos ao coronavírus Sars-
Cov-2.
Doutora pelo Instituto Butantan, a cientista
Daniela Ferreira coordena um dos centros que testa
a vacina de Oxford e trabalha para que o esforço
não seja em vão e termine arquivado nos fundos
dos freezers de laboratórios.
“É uma situação um pouco bizarra, porque
você quer que o coronavírus desapareça, não quer
que as infecções continuem”, diz a chefe do
departamento de ciências clínicas da Escola de
Medicina Tropical de Liverpool.
Outras vacinas em andamento
Relatório publicado no site da Organização
Mundial de Saúde (OMS) com dados até esta terça-
feira (2) mostra que estão em desenvolvimento
pelo menos 133 candidatas a vacina, sendo que
dez delas estão na fase clínica, ou seja, sendo
testadas em humanos.
Embora os estudos avancem em todo o
planeta, muitos especialistas acreditam que a vacina
não estará disponível em 2020. Projeções otimistas
falam num prazo de 12 a 18 meses, que já seria
recorde. A vacina mais rápida já criada, a da
caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar
pronta.
Outra hipótese contra a qual todos os
pesquisadores lutam é a de que uma vacina efetiva
e segura nunca seja encontrada. O vírus do HIV,
que causa aAids, é conhecido há cerca de 30 anos,
mas suas constantes mutações nunca permitiram
uma vacina.
“Está todo mundo muito otimista, mas estudo
de vacina é algo muito complicado.Amaioria deles
para na fase 3, de testes clínicos, pelos problemas
que aparecem. É importante discutir essa
possibilidade (de não se ter uma vacina)”, admite
Álvaro Furtado Costa, médico infectologista do
HC-FMUSP.
Gustavo Cabral, imunologista que lidera um
estudo na USP e no Incor concorda: “A vacina é o
melhor caminho profilático (preventivo), mas não
é o único caminho, há também os tratamentos. Para
o HIV não há vacina e as pessoas que têm o vírus
podem ter uma vida normal. Sabemos que
aproximadamente 80% das pessoas infectadas com
o Sars-CoV-2 não desenvolvem a Covid-19 ou têm
sintomas leves. O problema são os outros 20% e o
risco de fatalidade, hoje de 6%. Mas há centenas
de estudos sobre medicamentos neste momento”,
disse.
A busca pela vacina
Para chegar a uma vacina efetiva, os
pesquisadores precisam percorrer diversas etapas
para testar segurança e resposta imune. Primeiro
há uma fase exploratória, com pesquisa e
identificação de moléculas promissoras
(antígenos). O segundo momento é de fase pré-
clínica, em que ocorre a validação da vacina em
organismos vivos, usando animais (ratos, por
exemplo). Só então é chegada à fase clínica, em
humanos, em três fases de testes:
· Fase 1: avaliação preliminar com poucos
voluntários adultos monitorados de perto;
· Fase 2: testes em centenas de
participantes que indicam informações sobre doses
e horários que serão usados na fase 3. Pacientes
são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e
são bem controlados;
· Fase 3: ensaio em larga escala (com
milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma
avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever
eventos adversos; só então há um registro sanitário.
Depois disso, as agências reguladoras
precisam aprovar o produto, liberar a produção e
distribuição. Das dez vacinas em testes em fase
clínica, algumas aparecem em estágio mais
avançado, como a desenvolvida por Oxford, em
fase 3.
A vacina do Reino Unido é produzida a partir
de um vírus (ChAdOx1), que é uma versão
enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado
em chimpanzés. A esse imunizante foi adicionado
material genético usado para produzir a a proteína
Spike do SARS-Cov-2 (que ele usa para invadir
as células), induzindo a criação de anticorpos.
A empresa AstraZeneca já fechou com EUA
e Reino Unido para cuidar da produção em escala
mundial. O CEO da farmacêutica disse à rede
britânica BBC, no domingo, que a população pode
ter acesso a 100 milhões de doses da vacina já em
setembro.
“De forma prática: é possível que uma vacina
fique disponível em cerca de 18 meses por causa
do investimento no mundo inteiro. O mundo parou.
Mas eu diria que é impossível até setembro”, opina
o brasileiro Gustavo Cabral.
Álvaro Furtado Costa também recomenda
cautela com anúncios muito otimistas sobre
vacinas. Ele acredita que não se pode desprezar,
por exemplo, que uma novidade nesse campo
impulsiona as ações da empresa que a anuncia.
“Quando se começa um estudo de vacina, a
fase 1 tem resultados bem preliminares e rápidos,
para começar a avaliar se é segura, se não tem
grandes efeitos adversos, mas você testa pouca
gente. Nas fases 2 e 3 você testa 10 mil, 20 mil
pessoas, isso é mais demorado. Aí você vê se
realmente protege. O mundo testou vacinas de
HIV que chegaram à fase 3 e aí falharam. É preciso
ter calma”, disse Costa.
As iniciativas brasileiras
Duas pesquisas feitas no Brasil aparecem
na fase pré-clínica no relatório da OMS.
Um dos projetos é liderado por cientistas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP) e pelo Laboratório de Imunologia
do Instituto do Coração (Incor). A pesquisa é
financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp).
Pesquisador responsável pelo estudo,
Gustavo Cabral é imunologista pela USP e pós-
doutor pela Universidade Oxford e na
Universidade de Berna, na Suíça. Seu grupo
trabalha com plataforma de vacina baseada em
partículas semelhantes ao vírus (VLP, em inglês).
Já há testes com animais.
Quando um vírus entra nosso corpo, o
sistema imunológico ataca. Não queremos utilizar
o vírus, queremos usar partículas semelhantes ao
vírus. Fizemos com chikungunya, Streptococcus
e agora Covid-19. Essas partículas são apenas uma
base que estimula o sistema imunológico. Nele, a
gente coloca alguns pedaços do coronavírus,
fragmentos proteicos ou proteína inteira, dando
estímulo ao sistema imunológico para produzir
anticorpo.”
Também em fase pré-clínica está uma vacina
pesquisada pelo INCTV (Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia em Vacinas), que tem base
técnica elaborada pelo Grupo de Imunologia de
Doenças Virais da Fundação Oswaldo Cruz-MG.
“Nossa técnica consiste em usar o vírus da
influenza como vetor vacinal. Como se trata de
um vírus defectivo para a multiplicação, ele não
causa a doença, mas gera produção de anticorpos.
Com esse processo, uma das possibilidades é
desenvolver uma vacina bivalente, que possa ser
usada contra influenza e contra o coronavírus”,
explica o pesquisador Ricardo Gazzinelli, líder
do Grupo de Imunopatologia da Fiocruz Minas e
coordenador do INCTV.
Fonte: G1