O documento discute o desenvolvimento funcional, estético e morfológico dos dentes anteriores. Ele descreve um protocolo de treinamento utilizando modelos de gesso com dentes provisórios em resina para ajustar a função, estética e morfologia. O sucesso depende do conhecimento da biologia dos dentes e comunicação entre a equipe odontológica.
Iso 8859-1''desenvolvimento%20 funcional%2c%20est%e9tico%20e%20morfol%f3gico%20dos%20dentes%20anteriores
1. Desenvolvimento Funcional, Estético e
Morfológico dos Dentes Anteriores.
Dario Adolfi*
A alta qualidade estética exigida em todos os setores da sociedade, não
poderia deixar de ser também bastante exigida na odontologia estética
restauradora. Atualmente com o desenvolvimento dos materiais restauradores
em termos de propriedades mecânicas e ópticas, os mesmos possuem
capacidade de mimetizar e reproduzir de forma natural as estruturas dentais.
Entretanto mesmo com toda a evolução alcançada, este desenvolvimento não
basta para se obter excelência na finalização estética de um caso clínico. Na
maioria das vezes as restaurações anteriores são desenvolvidas de forma
arbitrária e sem nenhuma referência, levando à criação de restaurações com
grande comprometimento estético. (Fig.1)
O sucesso de uma restauração unitária ou de uma reabilitação da
dentição anterior vai depender do conhecimento da biologia ao redor do dente
ou do implante, e uma perfeita comunicação entre o protesista, cirurgião e do
técnico dental para uma perfeita integração funcional, estético e morfológico
desses trabalhos.
A importância do conhecimento das variações morfológicas básicas dos
dentes anteriores (quadrado, triangular e oval) e suas características
individuais, como os sulcos de desenvolvimento, altura das cristas, etc.., não
serão suficientes se não se seguir um protocolo de ajuste funcional, estético e
morfológico com base em um checklist estético1. (Fig.2)
Este artigo vai mostrar todas essas etapas, que podem ser executadas
como forma de treinamento contínuo pelos alunos de graduação, clínicos e
técnicos dentais, independente do sistema ou material restaurador selecionado.
(cerâmica, resina ou cera) Todas as etapas dos trabalhos são executadas
através de uma técnica de redução e acabamento apropriado para se atingir não
só a morfologia natural das restaurações, mas a sua integração estética como
um todo.
2. Adolfi - 2009
Fig.1 – Restaurações anteriores com alto comprometimento estético
Fig.2 – Checklist estético modificado por Adolfi
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3. Adolfi - 2009
Modelo de Treinamento Funcional, Estético e Morfológico
Um modelo mestre de gesso tipo 4, com troqueis removíveis de canino a
canino em resina composta para restaurações provisórias, genericamente
denominada Bis-Acryl (Venus-Heraeus-Kulzer), sem nenhum requisito
estético estabelecido, vai dar toda a oportunidade de se iniciar o
desenvolvimento funcional, estético e morfológico.(Figs.3 a 5) Os modelos
foram montados em um articulador semi-ajustável, sem os dentes anteriores,
pois os mesmos apresentam interferências oclusais e que devem ser ajustados
posteriormente. (fig.6)
Uma coleção de brocas para acabamento de metal (Jota, Ruthi,
Switzerland) foram selecionadas exclusivamente para os ajustes da resina bis-
acryl, não sendo indicadas para os ajustes das restaurações cerâmicas.(Fig.7)
Os procedimentos de ajustes podem ser divididos em 3 categorias: Funcional,
Estético e Morfológico.
Fig.3 – Vista vestibular dos dentes em resina Bis-Acryl com extensão da raiz
para o desenvolvimento da morfologia cervical.
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4. Adolfi - 2009
Fig.4 – Vista palatina
Fig.5 – Modelo de gesso com os contornos gengivais
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5. Adolfi - 2009
Fig.6 – Modelos montados em um articulador semi-ajustável para futuro ajuste
funcional.
Fig.7 – Brocas utilizadas para os procedimentos do ajustes oclusais.
5
6. Adolfi - 2009
Ajustes Funcionais
Os ajustes funcionais visam determinar os contatos oclusais, dimensão
vertical de oclusão, plano e padrão oclusal estabelecido pelas coroas
provisórias como as guias caninas, em grupo anterior, grupo parcial ou total. O
procedimento que fundamenta a reabilitação oral esta fortemente baseado no
restabelecimento da dimensão vertical mediante a correta relação maxilo-
mandibular iniciando o processo reabilitador pelas guias anteriores.
1. Ajuste dos contatos interproximais
Um papel de articulação de 8μm é colocado entre os dentes centrais que
visa checar as interferências interproximais, devendo ser ajustados quando
necessário, (broca CX 23F 023, Jota) estabelecendo a correta posição dos
dentes no modelo mestre.(Figs.8 e 9) O contato deve ser deixado um pouco
mais apertado para garantir a sua estabilidade após as etapas de polimento.
Todos os outros dentes devem seguir os mesmos procedimentos de ajuste.
(Figs.10 e 11) Nos casos clínicos um modelo de trabalho troquelizado é
utilizado para esse tipo de ajuste e uma pequena pressão no papel de
articulação, não permitindo que o mesmo se rasque, vai garantir uma boa
qualidade dos contatos interproximais. A correta localização dos contatos
interproximais pode ser observada na Fig.29.
Neste momento não será analisada a importância da posição e a
extensão do contato interproximal, onde a sua influência estética será discutida
durante o desenvolvimento estético e morfológico.
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7. Adolfi - 2009
Fig.8 – Identificando a interferência do contato interproximal com um papel de
articulação de 8μm
Fig.9 – Ajuste da área marcada entre os dentes, iniciando-se o
desenvolvimento do espaço interproximal e a área de transição proximal.
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8. Adolfi - 2009
10 11
Figs.10 e 11 - Ajuste de todos os contatos interproximais
2. Ajuste dos contatos oclusais
O articulador deve ser ajustado através do pino incisal, com os dentes
anteriores fora do modelo mestre, garantindo assim a correta dimensão vertical
de oclusão estabelecida pelos dentes remanescentes posteriores.
As interferências oclusais são detectadas com um papel de articulação de
40μm (Baush, Koln, Germany), iniciando pelos dentes centrais. (Fig.12) O
desgaste deve acompanhar a morfologia da região palatina, e executada com
uma broca em forma de chama no. CX 77MF 023 (Jota). (Fig.13) Esses
desgastes vão estabilizar a posição do dente e a dimensão vertical de oclusão,
que pode ser conferido através do pino incisal do articulador, quando o mesmo
começa a reter a lamina metálica para teste de oclusão.
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9. Adolfi - 2009
Fig.12 – Ajuste oclusal dos dentes centrais utilizando-se um papel de
articulação de 40μm
Fig. 13 – Ajuste dos contatos das cristas marginais palatina com uma broca
em forma de chama.
9
10. Adolfi - 2009
3. Ajuste dos movimentos protrusivos e latero-protrusivos
Os articuladores dentais nesta etapa têm um papel fundamental para a
criação das características individuais das pontas incisais e suas guias incisais
individualizadas, estabelecendo-se as áreas de abrasão freqüentemente
encontrados nos dentes caninos naturais. (Figs.14 e 15)
14 15
Figs.14 e 15 – Observar as diferenças entre as pontas incisais dos dentes
anteriores, que foram individualizadas pela posição dos dentes antagonistas e
os movimentos mandibulares.
As diferenças individuais de cada dente vão estabelecer uma harmonia
sem simetria, altamente influenciada pela disposição dos dentes antagonistas e
dos movimentos mandibulares. A não criação dessas características
individuais, na tentativa de se deixar os dentes simétricos, promoverá
interferências com possível comprometimento das estruturas do periodonto de
proteção e suporte dos dentes ou fraturas do material restaurador.
Com o papel de articulação de 40μm, são identificadas as interferências
nos movimentos de protrusão e latero-protrusão. (Figs.16 e 17) Essas
interferências devem ser ajustadas cuidadosamente para não se perder a
morfologia individualizada dada pelos movimentos mandibulares de protrusão
e latero-protrusão. (Figs.18 e 19) Utilizar o mesmo instrumento de desgaste
da Fig.13 para o ajuste dos movimentos mandibulares, onde o contato cêntrico
deve ser preservado e remodelando somente a trajetória protrusiva
interferente.
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11. Adolfi - 2009
16 17
Figs.16 e 17 - Interferências durante os movimentos mandibulares.
18 19
Figs.18 e 19 – As pontas incisais são individualizadas pelos movimentos
protrusivo e latero-protrusivo.
11
12. Adolfi - 2009
Ajustes Estéticos
Uma das maiores preocupações nas restaurações estéticas está na
manutenção da arquitetura gengival e a presença da papila interdental para
preencher a área de contato interproximal dos dentes adjacentes. A harmonia
da gengiva e do dente depende de algumas considerações estéticas.(Fig.20)
• A posição da gengiva marginal livre comparada com o dente adjacente;
• A espessura do tecido mole ao redor da restauração;
• Topografia gengival, que pode ser plana ou escalopada;
• Textura e a cor do tecido gengival
• A forma do dente que pode variar entre quadrado, triangular e oval;
• O nível da crista óssea com os dentes adjacentes, assim como o seu contorno,
que devem suportar o contorno dos tecidos moles e promover o fechamento
do espaço interdental;
• A correta posição tridimensional do implante, que vai contribuir para o
correto perfil de emergência e contorno gengival.
1. Inclinação da Linha Mediana e Eixo dos Dentes
A inclinação da linha mediana deve ser transferida para o modelo
mestre através de uma guia de silicone, tendo como referência a posição das
coroas provisórias. O eixo vertical da linha mediana é mais importante do que
o seu deslocamento. As linhas medianas facial e dental coincidem em 70% das
pessoas, as linhas mediana dos dentes superior e inferior não coincidem em
quase três quartos da população2, mas a sua inclinação é que vai determinar
uma aparência desagradável em termos estéticos, onde somente um grande
deslocamento é que vai contribuir como um fator antiestético.(Figs.21 e 22)
O eixo dos dentes tem diferentes angulações, os dentes laterais e
caninos têm angulações cada vez mais acentuadas para distal, isto é, uma
angulação positiva quando comparado com os dentes centrais. O contrário
ocorre com as inclinações, onde a partir dos incisivos centrais superiores, elas
diminuem em direção aos caninos.3,4(Fig.23)
12
13. Adolfi - 2009
Fig.20 – Considerações estéticas para a harmonia da gengiva e do dente
21 22
Figs. 21 e 22 – Aspecto antiestético devido a um forte deslocamento da linha
mediana.
Fig.23 – A correta inclinação da linha mediana e do eixo dos dentes devem
estabelecer o inicio da composição estética.
13
14. Adolfi - 2009
2. Espaço Interdental
O espaço interdental é preenchido pela papila interdental, prevenindo o
depósito de placa bacteriana e protegendo o tecido periodontal das infecções.
A papila interdental apresenta uma forma cônica ou piramidal e evita a
impacção de restos de alimento. Uma das principais razões para a ausência da
papila interdental é a perda de suporte periodontal associado a lesões
promovidas pela placa bacteriana, assim como a forma alterada da morfologia
dos dentes e o contorno inadequado das restaurações e procedimentos de
higiene traumáticos.5
Os estudos de Tarnow6 sobre a observação da papila interdental mostra
que quando a base do contato interdental esta a uma distância de 5 mm da
crista óssea alveolar, em 98% dos casos tem-se a presença da papila
interdental. Com as distâncias de 6 mm e 7 mm, somente 56% e 27% vão
garantir a presença da papila interdental respectivamente.(Fig.24)
Quando da ausência da papila interdental, na fase de confecção das
restaurações provisórias, o clínico deve desenvolver um suporte gengival,
através de um sobrecontorno dessas coroas e localizando a base do contato
interdental o mais cervical possível, evitando-se assim o buraco negro.
(Figs.25 e 26)
O modelo troquelizado é incapaz de fornecer uma perfeita orientação ao
técnico para a construção do perfil de emergência, contorno cervical e o
posicionamento da base do contato interdental das restaurações definitivas. O
modelo de trabalho com a presença da morfologia gengival vai fornecer
informações importantes para ajudar a orientar o técnico no desenvolvimento
desses requisitos. (Figs.27 e 28)7
A avaliação final de todos esses requisitos deve ser feita pelo clínico
durante a fase de prova das restaurações definitivas. Fotografias intra-bucais
também podem contribuir para uma comunicação, principalmente para a
correta posição da base do contato interdental pelo técnico, evitando a
presença do buraco negro.
14
15. Adolfi - 2009
Fig.24 – Correta localização da base do contato interdental para se prevenir o
buraco negro.
25 26
Figs.25 e 26 – Situação inicial (esquerda) comparada com as restaurações
provisórias (direita) mostrando o restabelecendo do correto posicionamento
do contato interproximal.
27 28
Figs.27 e 28 – Modelo de gesso troquelizado sem nenhuma informação do
tecido gengival (esquerda) comparado com o modelo com gengiva (direita)
que vai permitir restaurar adequadamente o perfil de emergência e a posição
da base do contato interdental.
15
16. Adolfi - 2009
3. Contato Interproximal
O contato interdental é uma área que se estende da ponta incisal até a
sua posição mais apical nos dentes anteriores.(Fig.29)
A posicão incisal dos contatos interdentais tem diferentes localizações e
essas posições se localizam cada vez mais para cervical nos laterais e caninos,
quando comparado com os dentes centrais. (Figs.30 a 32)
O contorno dos dentes deve ser executado sem se desgastar a longa área
de contato determinado, assim como o contorno abaixo do mesmo9.
Determinado a localização dos contatos interproximais, uma atenção
especial deve ser dada nas aberturas dos espaços interdentais, onde numa vista
incisal podemos observar que estes se alargam onde A<B<C, e os espaços
interdentais por palatino também se alargam sendo c<b<a. Fig.33
A partir da posição incisal dos contatos interdentais serão desenvolvidos
os ângulos mesio-incisal e disto-incisal.
Fig.29 Durante o seu ajuste nos dentes anteriores, na região da papila
interdental, o contato interdental deve ser mantido a uma distância de 2.0-3.0
mm acima da linha de terminação do preparo, principalmente quando as
informações da papila interdental no modelo de gesso não estão fielmente
reproduzidas.
16
17. Adolfi - 2009
30
31 32
Figs.30 a 32 - A correta localização dos contatos interproximais vão definir a
extensão vertical desses contatos, onde essas áreas vão diminuindo a partir dos
dentes centrais devido a mudança da área de contato para o centro do dente e
se alarga no sentido vestibulo-palatino como resultado da mudança na
proporção largura-espessura dos dentes.
Podemos observar os diferentes tamanhos das áreas dos contatos
interdentais, onde a > b > c
espaços interdentais ponto de contato
Fig.33 - Vista incisal dos espaços interdentais; os espaços interdentais se
alargam onde A<B<C, e os espaços interdentais por palatino também se
alargam sendo c<b<a.
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4. Ângulos Interincisais
Nas pontes fixas, um disco diamantado flexível em baixa rotação é
bastante adequado para a criação dos ângulos interincisais.
O ângulo mesial de todos os dentes é menor e agudo do que o ângulo
distal, enquanto o ângulo distal é caracteristicamente arredondado e largo.
Após a demarcação com um lápis da posição dos contatos interproximais,
inicia-se o desgaste dos ângulos interincisais com uma broca de tungstênio a
partir dos dentes centrais.(Figs.34 e 35)
Com o desgaste de um dos lados, já é possível se notar as diferenças e a
individualização dos dentes entre os dois lados. (Fig.36) Esses ângulos tem
uma configuração de um “v” invertido estreito entre os centrais, “v” invertido
assimétrico entre o central e o lateral e “v” invertido amplo entre o lateral e o
canino.8 (Figs.37 e 38)
34 35
Figs.34 e 35 – Após a demarcação do ponto de contato interproximal incisal
com um lápis, uma broca Jota no. CX 23F 023 é utilizada para o ajuste dos
ângulos interincisais, começando pelos incisivos centrais.
18
19. Adolfi - 2009
Fig.36 - Observar a individualização dos dentes do lado esquerdo com a
criação dos ângulos interincisais quando comparado com o lado oposto.
37
38
Figs.37 e 38 – Individualização dos ângulos interincisais segundo Magne e
Belser.
19
20. Adolfi - 2009
5. Posição da Borda Incisal
A posição da borda incisal determina o trespasse horizontal e o
trespasse vertical com uma medida média de 2 a 4 mm.
O trespasse horizontal é a projeção dos dentes sobre os seus
antagonistas no plano horizontal. (Fig.39)
O trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre seus antagonistas
no plano vertical. (Figs.40 e 41) Um profundo trespasse vertical interfere na
abertura, protrusão, nos movimentos laterais e é potencialmente prejudicial à
articulação temporomandibular na dentição permanente.9
A posição da borda incisal deve ser definida durante a fase das coroas
provisórias. Uma discrepância de 0,5mm é o máximo tolerável para a
reconstrução anterior das coroas definitivas, onde clinicamente os fatores
fonéticos e as linhas dos lábios inferiores vão contribuir para definir a correta
posição vestíbulo lingual da borda incisal.10
O modelo das coroas provisórias é extremamente útil para se copiar a
posição da borda incisal, que deve ser montado contra o modelo inferior e uma
guia de silicone é feita com os modelos em oclusão.(Fig.42)
Fig.39 – O trespasse horizontal é a projeção dos dentes sobre
seus antagonistas no plano horizontal.
20
21. Adolfi - 2009
40 41
42
Fig.40 e 41 – O trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre seus
antagonistas no plano vertical, que podem sofrer variações de 2.0 a 4.0 mm.
Fig.42 – Guia de silicone para a orientação da posição do trespasse vertical e
horizontal.
21
22. Adolfi - 2009
6. Configuração da Ponta Incisal
As diferentes alturas entre os dentes centrais, laterais e caninos, onde os
laterais estão abaixo dos centrais e caninos com variações entre 0,5 mm e
1,5mm, vão dar uma configuração com uma forma de “asa de gaivota”11,
tornando assim um sorriso mais jovem e esteticamente agradável.(Fig.43)
O movimento de protrusão e latero-protrusão ajudam a definir estas
alturas com o estabelecimento da guia anterior.
Fig.43 – Agradável configuração da ponta incisal onde os laterais se
apresentam mais baixos que os centrais e caninos
22
23. Adolfi - 2009
7. Posição Tridimensional do Implante
Adequada altura óssea, volume de tecido mole, posição tridimensional
do implante e seu desenho, são alguns dos fatores que devem ser considerados
antes do início do tratamento.9
Algumas distâncias devem ser respeitadas para que no aspecto
tridimensional, o implante possa restabelecer todos os requisitos estéticos
desejados. (Fig.44) O conhecimento da morfologia do contorno cervical dos
dentes naturais é imprescindível para o correto desenvolvimento do perfil de
emergência e contorno cervical das restaurações sobre implantes.(Figs.45e
46)12
A colocação errada do implante na região anterior pode “mutilar” do
ponto de vista estético um paciente para o resto da sua vida.
Fig.44 – Ideal posição tridimensional do implante.
45 46
Figs.45 e 46 – O sucesso da restauração na região anterior depende da alta
qualidade das restaurações provisórias e a sua duplicação nas restaurações
definitivas.
23
24. Adolfi - 2009
Ajustes Morfológicos
Devemos ter em mente a morfologia dos dentes naturais e as suas
características de superfície que serão desenvolvidos, assim como as suas
diferenças básicas.
Para isto, é imperativo que os estudantes de odontologia, dentistas e
técnicos de prótese denta, durante o período de graduação e durante a sua vida
profissional, pratiquem técnicas de escultura com perfeição baseados nos
dentes naturais.
Os profissionais devem estar visualmente treinados e para isto os dentes
naturais devem servir como um objeto direto de observação, portanto os
modelos de gesso de dentes naturais são mais efetivos para esse tipo de
treinamento do que usar os próprios dentes naturais como modelo. O ato de
contornar o dente, essencialmente, reduz-se a um treinamento visual para
apreciar os dentes naturais e treinar as mãos para expressar o que os olhos
vêem13. É importante ressaltarmos que a visão que temos dos dentes
observados isoladamente, principalmente laterais e caninos, é diferente de
quando observamos esses mesmos dentes numa vista frontal.
Uma coletânea de modelos dos dentes naturais superiores e inferiores
com diferentes morfologias e características, é extremamente útil para se
arquivar e ter à disposição importantes informações quanto ao arranjo e a
morfologia da estética natural.14
O estudo antecipado dos trabalhos através do enceramento de
diagnóstico e confecção de restaurações provisórias de alta qualidade, prevê
um perfeito arranjo, padrão oclusal e adequada morfologia das restaurações
definitivas.(Figs.47 a 49). A partir do enceramento de diagnóstico são
produzidas guias de silicone para confecção das infra-estruturas com duplo
escaneamento e controle dos trespasses horizontal e vertical.(Figs.50 e 51)
24
25. Adolfi - 2009
47 48 49
50
51
Figs.47 a 49 – Importância do enceramento de diagnóstico para o
planejamento, arranjo e a morfologia das restaurações definitivas.
Figs. 50 e 51 – Guias de silicones são produzidas a partir do
enceramento de diagnóstico.
25
26. Adolfi - 2009
Podemos classificar os dentes em três morfologias básicas:
Quadrado, Triangular e Oval.
A observação das características de superfície das formas básicas dos
dentes nas diferentes vistas, é muito útil para o seu desenvolvimento
morfológico e a diferenciação de cada um.13(Fig.52)
Fig.52 – Três morfologias básicas e suas características de superfície
26
27. Adolfi - 2009
Um enceramento de diagnóstico de alta qualidade baseado nos
provisórios após a moldagem para a confecção das restaurações definitivas,
vai dar ao técnico dental um total controle para a confecção dessas
restaurações.
O intercâmbio do enceramento pela infra-estrutura permite executar a
reabilitação como coroas unitárias uma a uma, pois o enceramento de todos os
outros dentes vai manter todas as informações necessárias como o trespasse
horizontal, trespasse vertical, dimensão vertical, padrão oclusal e distância
mésio-distal entre os dentes. (Figs.53 e 54)
A partir de agora podemos começar a desenvolver as morfologias
tridimensionais dos dentes anteriores.
53
54
Figs.53 e 54 - O enceramento de diagnóstico contribui para a alta qualidade
das reabilitações através da construção individualizada de cada dente.
27
28. Adolfi - 2009
O desenvolvimento da morfologia dos dentes anteriores será executado
de uma forma prática e objetiva, independente do tipo morfológico, nas
seguintes etapas:
1. Ponta Incisal
2. Contorno do Plano Vestibular
3. Contorno das Cristas Marginais Vestibulares e Superfícies de Transição
Proximal
4. Linha Cervical
5. Concavidade Cervical Vestibular
6. Contorno das Cristas Marginais da Região Palatina
1. Ponta Incisal
A ponta incisal no incisivo central é reta, onde as suas cristas terminam
quase no mesmo nível. Nos dentes lateral e canino, a crista central é mais alta
quando comparada com as mesial e distal e vai se tornando cada vez mais
afinada quando comparada com o central. A crista mesial dos dentes anteriores
é sempre mais alta quando comparada com a distal. Essa morfologia
praticamente já foi desenvolvida com o ajuste dos contatos oclusais, posição
dos contatos interproximais, criação dos ângulos interincisais e dos
movimentos mandibulares em protrusão e latero-protrusão. (Figs.55).
Fig.55 – Diferentes alturas das cristas mesial e distal do lateral e canino,
quando comparada com o central.
28
29. Adolfi - 2009
2. Contorno do Plano Vestibular
A superfície vestibular é composta por 3 planos: Plano Incisal, Plano
Médio e Plano Cervical. O plano médio é relativamente extenso e reto, e seu
tamanho corresponde a 2/4 da extensão do plano vestibular. O plano incisal e
cervical são inclinados e ocupam 1/4 cada da extensão do plano
vestibular.Fig.56 As referências estéticas como a linha de sorriso e o plano
oclusal servem como guia desde que não interfira no esquema oclusal.14
Com um lápis demarcar os três planos, e com uma broca de maior
tamanho executar desgastes rápidos e precisos. O primeiro desgaste deve ser
iniciado pelo quarto incisal e posteriormente pelo quarto cervical, criando-se
naturalmente o plano médio. Numa vista proximal, o plano incisal tem
diferentes inclinações, tornando-se cada vez mais inclinados no lateral e
canino quando comparado com o central. O limite entre os planos cervical e
médio é denominado de linha de inspeção, e a sua posição muda de forma
significativa entre os dentes anteriores, com um deslocamento para incisal no
lateral e canino quando comparado com o central, tanto por vestibular como
por palatino (Figs.57 e 58)
56
29
30. Adolfi - 2009
57
58
Fig.56 – Demarcação do plano vestibular para a criação dos três planos
Fig.57 - Etapas de desgaste para a criação dos três planos vestibulares, onde a
linha que divide o plano médio e o cervical é denominada de linha de
inspeção.
Fig.58 – Diferentes inclinações dos planos incisais onde A>B>C e suas linhas
de inspeção com deslocamentos para incisal onde c>b>a (Adaptado de
Nishimura)15
30
31. Adolfi - 2009
3. Contorno das Cristas Marginais Vestibulares e Superfícies de
Transição Proximal
A partir do incisivo central, as cristas marginais mesial e distal mudam
para baixo e se deslocam cada vez mais em direção às superfícies de contato.
A superfície que vai da crista marginal vestibular até toda extensão do
contato interproximal é denominada de superfície de transição proximal, e que
possuem tamanhos variados. A área compreendida entre as cristas marginais
mesial e distal é denominada de área plana. (Fig.59)
Todas as superfícies dos dentes devem estar uniformes antes de se
definir as cristas marginais e que são identificadas através das linhas de
reflexão. Essas linhas de reflexão ou cristas marginais já existentes são
evidenciadas com um lápis de cor vermelho, riscando-se de incisal para
cervical e que deve estar posicionado com uma inclinação aproximada de 20
graus. Com um lápis de cor azul serão definidas as cristas marginais
adequadas ao caso em questão e com uma broca CX 23F 023 desgastar as
linhas vermelhas, deixando somente as linhas azuis. (Fig.60) Muitas vezes
devemos criar cristas marginais e áreas planas diferentes nos dentes
homólogos, por uma diferença de largura entre eles, onde através de ilusão
ótica pode se disfarçar essas diferenças. A partir das cristas marginais os
desgastes devem ser feitos na direção da região proximal de forma cuidadosa,
sem tocar a área do contato interproximal previamente ajustada, criando–se
assim as superfícies de transição proximal. Determinada as cristas
marginais, a união dos pontos extremos dessas cristas vão gerar pontos de
referências através de uma reta, que são transferidos para os dentes
homólogos, ajudando a determinar a localização das cristas marginais,
superfícies de transição e áreas planas nesses dentes.(Fig.61)
31
32. Adolfi - 2009
área plana
Fig.59 – Cristas marginais vestibulares, superfícies de transição e áreas planas,
responsáveis pelo aspecto tridimensional dos dentes naturais.
Fig.60 – Linhas de referência para a criação das cristas marginais.
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33. Adolfi - 2009
cristas marginais vestibulares
pontos de referência
Fig.61 – Pontos de referência para a criação das cristas marginais nos dentes
homólogos.
33
34. Adolfi - 2009
4. Linha Cervical
A linha cervical é a linha que separa a coroa anatômica da raiz, onde
numa vista vestibular ela é quase horizontal no incisivo central e gradualmente
se curva para baixo no incisivo lateral e canino. (Fig.62)
Numa vista proximal, a partir do incisivo central, a linha cervical se
torna progressivamente mais horizontal no incisivo lateral e canino, devido à
proporção da extensão vestíbulo-palatino para a extensão mesio-distal
(proporção largura- espessura) se tornar larga.
As linhas cervicais são delineadas 2 mm abaixo do nível gengival e
gentilmente desenvolvidas com a broca no. CX 30 MF 023, Jota, ao redor do
dente com diferentes alturas, onde a<b<c. (Figs.63 a 65)
Fig.62 – Diferentes alturas das linhas cervicais observadas por vestibular.
(Adaptado de Nishimura)15
34
35. Adolfi - 2009
63
64 65
Figs.63 a 65 – O nível gengival é contornado com um lápis ao redor de todo o
dente e uma segunda linha é feita 2mm abaixo do nível gengival para se criar
as linhas cervicais.
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5. Concavidade Cervical Vestibular
A concavidade na área cervical é uma curva que vai em direção ao
centro do dente. A concavidade cervical distal esta localizada mais para
cervical e com maior concavidade e invadindo a área proximal quando
comparada com a mesial. Essa concavidade é mais evidente nos dentes laterais
e caninos e a sua configuração torna a torção dos dentes cada vez mais
evidente.
6. Contorno das Cristas Marginais da Região Palatina
Uma observação da superfície palatina mostra que o incisivo central
tem cristas incisais proximais bem desenvolvidas e cristas central e secundária
pouco desenvolvidas. As cristas central e secundária se tornam cada vez mais,
melhor desenvolvidas e claramente visíveis no incisivo lateral e canino.
(Fig.65)
Fig.65 – Desenvolvimento das cristas na face palatina dos dentes anteriores.
Adaptado de Nishimura15.
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Pontos Importantes para o Desenvolvimento Anatômico
dos Dentes Anteriores
Toda esta etapa do trabalho será baseada no trabalho do técnico dental, o
Sr. Yoshimi Nishimura15. Existe um padrão das anatomias dos dentes anteriores
que mudam gradualmente do incisivo central para o incisivo lateral e para o
canino. A compreensão dessas modificações em pontos específicos irá
contribuir para o sucesso da integração estética da restauração.
Serão destacados dez pontos importantes, seis nas superfícies vestibulares
e quatro nas superfícies linguais, onde os pontos de 1 até 4 e 7 até 10
determinam a escultura da cúspide da ponta incisal, quando os dentes são
observados por vestibular. Os pontos 5 e 6 determinam a constrição e torção do
contorno cervical.(Figs 66 a 68)
66
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67
68
Figs.66 a 68 – 6 pontos vestibulares, 4 pontos palatinos e todos os 10 pontos
observados por incisal para o desenvolvimento morfológico dos dentes
anteriores. (Adaptado de Nishimura)15
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1. Pontos Importantes Na Superfície Vestibular
Pontos de 1 até 4 marcam as posições do sulco em forma de V na
superfície vestibular do dente, e pontos de 5 até 6 corresponde às linhas
côncavas mesial e distal (Figs.66 e 68). Para o incisivo lateral e canino, os
pontos de 1 a 4 devem ser esculpidos de forma que eles se espalhem para mesial
e distal, então eles se tornarão mais baixos na ponta incisal mesial e lingual
enquanto se curvam na direção proximal. Pontos de 1 até 4 devem ser
esculpidos mais profundos nos dentes anteriores que se afastam da linha
mediana e para se dar um maior destaque das cristas centrais, os pontos 2 e 3
devem ser esculpidos ainda mais profundos em relação aos pontos 1 e 4.
Com a broca no CX 138F 023, Jota, desgastar entre os pontos marcados de
forma que se deve sempre identificar a localização e profundidade desses pontos
quando temos dentes homólogos a serem copiados.
Com a mesma broca são desgastados os pontos 5 e 6, que são responsáveis pela
constrição e expressará a torção dos dentes na região cervical das coroas
anatômicas. A escultura dos pontos 5 é realizada primeiramente nas superfícies
de transição proximal mesial e os pontos 6 têm uma localização mais cervical e
são esculpidos mais profundos nos dentes que se afastam da linha mediana.
Observar a diferença nos modelos de trabalho antes e depois dos desgastes.
(Figs.69 e 70)
69 70
Fig.69 – Áreas que devem ser desgastadas entre os pontos 1 e 2 , 3 e 4, para a
criação dos “Vs” vestibulares e as áreas dos pontos 5 e 6, responsáveis pela
constrição e torção da região cervical .
Fig.70 – Modelo de trabalho após o desgaste dos seis pontos vestibulares
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40. Adolfi - 2009
2. Pontos Importantes Na Superfície Palatina
Pontos de 7 a 10 marcam a posição dos sulcos em forma de “V” na
superfície palatina dos dentes No incisivo central eles se encontram
praticamente no mesmo nível, no lateral e canino eles têm diferentes alturas,
sendo os pontos 7 e 10 localizados mais abaixo quando comparados com o
incisivo central.(Fig.71) No incisivo lateral e canino, os pontos 1, 7, 4 e 10,
nessa ordem, são esculpidos profundos na direção vestíbulo lingual.
Uma broca em forma de chama de vela é ideal para o desgaste dos pontos
demarcados na face palatina pelo natural desenvolvimento da sua morfologia.
(Fig.72)
71 72
Figs.71 e 72 – Desenvolvimento anatômico da face palatina para a criação dos
“Vs” palatinos. Observar o resultado após os desgastes na fig.72
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Textura de Superfície
As diversas irregularidades dos dentes naturais vão criar diferentes
características superficiais que vão depender da idade, posicionamento dos
dentes e dureza do esmalte. A queima do glaze é uma importante etapa para a
reprodução e manutenção da textura de superfície quando o material utilizado
é a porcelana. (Figs.73 e 74)
A textura de superfície é uma das etapas mais difíceis de serem
realizadas porque exige um intenso treinamento visual e o resultado final,
também depende muito da sensibilidade do operador durante os desgastes na
correta utilização das brocas de acabamento.
73
74
Figs. 73 e 74 - Diferentes texturas de superfície observada nos dentes naturais
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42. Adolfi - 2009
O desenvolvimento da textura de superfície dos dentes anteriores será
executado, nas seguintes etapas:
1. Cristas Transversais
2. Sulcos Transversais
3. Microtexturas Superficiais
4. Periquimáceas ou Linhas Circunferenciais
5. Trincas Superficiais
6. Brilho Superficial
1. Cristas Transversais
As cristas transversais devem ser desenvolvidas em baixa rotação com uma
pedra Shofu Dura Green n° TC4 nos materiais cerâmicos, de forma que elas
mantenham uma largura e localização compatível com o dente contra-lateral
(homólogo). As cristas transversais são desenvolvidas de uma superfície
proximal a outra, de forma sinuosa e mantendo–se paralelas umas com as
outras.
2. Sulcos Transversais
Os sulcos transversais são desenvolvidos de cervical para incisal com uma
pedra Dura Green n° TC1 nos materiais cerâmicos com a ponta plana e com
inclinações diferentes umas das outras para se criar diferentes larguras e
profundidades desses sulcos.
Os sulcos transversais vão se tornando cada vez mais largos e menos
profundos à medida que caminham para incisal.
3. Microtexturas Superficiais
As microtexturas superficiais são bastante variadas e uma observação
cuidadosa dos dentes através de fotografias digitais e modelos de gesso
obtidos de moldagens com alta qualidade, assim como a posição adequada de
uma luminária, são informações bastante efetivas para o desenvolvimento das
microtexturas superficiais. Uma broca diamantada n° 701 é bastante útil para
esta etapa.
Neste ponto todas as características superficiais devem ser suavizadas
com uma pedra Shofu Dura Green para um melhor efeito ótico da restauração.
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4. Periquimáceas ou Linhas Circunferenciais
As periquimáceas são sutis sulcos circunferencias que circundam todo
o dente e que são criadas utilizando- se uma pedra Shofu Dura Green n° TC1
modificada com um disco diamantado rígido para ficar com uma forma de
bala. As periquimáceas são mais evidentes nos dentes jovens e vão
desaparecendo à medida que esses dentes sofrem um processo de abrasão. A
partir da região central incisal e com a pedra praticamente paralela à face
vestibular, pequenos círculos são descritos e que a medida que caminham
para a região cervical, tornam-se cada vez mais paralelas. (Fig.75) Nas resinas
uma broca resina CX 23 F 023, Jota, deve ser utilizada com os mesmos
princípios aplicados com as brocas para cerâmica.
Fig.75 – Posicionamento da broca para resina CX 23 F 023, Jota, paralela à
face vestibular.
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5. Trincas Superficiais
As trincas superficiais são pequenas depressões localizadas somente no
esmalte dental e que correm a superfície do dente de cervical para incisal.
(Fig.76)
Nos materiais cerâmicos se utiliza uma broca diamantada n° 701 com
um motor de peça de mão em alta velocidade, correr somente a ponta da broca
de cervical para incisal de forma bastante delicada e com pouca pressão. Nas
resinas Bis-Acryl é utilizada a broca CX 23F 023, Jota (Fig.77) Quando
observamos essas trincas, elas são pouco perceptíveis, e se destacam após a
queima do glaze, quando se utiliza um sistema cerâmico.
76 77
Fig.76 – Delicada trinca superficial observada nos dentes naturais e que
geralmente não avançam para a região incisal.
Fig.77 – Desenvolvimento das trincas superficiais na resina Bis-Acryl com
uma broca apropriada.
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6. Brilho Superficial
Além da textura superficial, o brilho superficial constitui um dos fatores
mais importantes para a natural integração das restaurações. O polimento
superficial pode ser classificado como de alto brilho, médio brilho e baixo
brilho, onde esse controle pode ser obtido através de um polimento com
borrachas abrasivas, roda de feltro com pedra pomes e pasta
diamantada.(Figs.78 e 79)
Se a textura de superfície e o brilho superficial não forem precisamente
reproduzidos, a reflexão e a transmissão da luz terão um comportamento
diferente ao dos dentes naturais e vão ter uma aparência artificial mesmo
quando a forma e a cor estiverem satisfatórias.16
Para o polimento da resina Bis-Acryl, diferentes rodas de polimento são
utilizados como observado nas Fig.80. O resultado final pode ser observado
nas Figs.81 a 83
78 79
Figs.78 e 79 – Diferentes brilhos superfíciais nos dentes naturais
Figs.80 – Diferentes rodas de polimento para um adequado brilho superficial.
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81
82 83
Conclusão
Devemos considerar a importância de se ter uma harmonia entre os
critérios funcionais, estéticos e morfológicos, para se melhorar a qualidade das
reabilitações dos dentes anteriores.
Com a utilização da resina Bis-Acryl, é possível de uma forma
organizada e objetiva desenvolver todos os requisitos estéticos morfológicos e
funcionais e utilizar essas informações nos materiais de reconstrução
definitiva.
Somente através de uma educação e treinamento contínuo, tanto do
clínico como do técnico dental, e uma boa comunicação entre eles, poderá se
produzir restaurações de alta qualidade.
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