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O ballet


       Na vila de Cuba vivia um casal que gostava muito de passear.
       Ele, o Manel, era um homem muito bem-disposto, e quando saia, levava sempre a sua
samarra e o seu chapéu.
        A sua esposa, a Maria, era muito amiga do divertimento, e também não largava o xaile e o
lenço na cabeça, porque costumavam dizer:
        - O que tapa do frio, tapa do calor.
        Um dia, resolveram apanhar o comboio e ir até Lisboa.
       Durante a viagem, iam apreciando a paisagem. Mal chegaram ao seu destino começaram a
mirar tudo a sua volta.
       - Ai Manel, que casas tao altas! – exclamou a mulher.
        - Ó Maria, e já viste tantos automóveis? – perguntou o marido muito divertido.
       – Ai homem, até já estou tonta!
       Enquanto se maravilhavam de tudo que havia em Lisboa, viram um cartaz que anunciava “
Grande ballet às 15:00h no pavilhão de Lisboa”
        - Ó Maria, já viste isto? Nós nunca fomos a nenhum espetáculo de ballet, pois não?
        - Não, ainda não fomos! Queres ir? Assim até aproveitava e descansava um bocadinho, dói-
me tanto as pernas!
      Como não tinham carro para ir ver o ballet, lembraram-se que podiam ir de metro.
      Quando começou o espetáculo, a Maria de tão cansada que estava deixou-se dormir e acabou
por não ver a primeira parte.
     - Ai homem eu nem acredito que me deixei dormir, as pessoas deram por mim?- indagou a
mulher, estremunhada.
     - As pessoas não sei,-explicou-lhe o marido- mas as meninas do palco, tão simpáticas, desde
que tu começaste a dormir que só andam de bicos nos pés! Deve ser para não te acordarem.


                                                                                  Beatriz Campos
                                                                                     Thais Maciel
                                                                                 Margarida Rolim
                                                                                    Raquel Batista
Os avejões
       Há muitos, muitos anos, segundo contam as pessoas mais velhas, as ruas de Cuba eram
pouco iluminadas, quase não havia luz.
       Os habitantes pouco saiam de casa. Muitos trabalhavam no campo e saiam de casa muito
cedo só regressando depois do sol se pôr. Mas também havia um outro motivo e este muito forte,
para se manterem nas suas habitações. É que tinham um medo terrível dos avejões. Andavam
vestidos completamente de branco, com a cara tapada, traziam correntes amarradas ao corpo e
faziam um barulho tão assustador, tão assustador que o povo, às vezes, até dizia:
       - Fujam, fujam! Anda ai um avejão.
       Ao ouvir esta frase, todas as pessoas: homens, mulheres e crianças ficavam cheias de medo
e, aterrorizadas, permaneciam nas suas casas, muito em silêncio.
       E assim ficavam até parar o barulho.
       Esta situação arrastou-se durante muito tempo e os cubenses cada vez tinham mais medo de
sair ao entardecer.
       Passado algum tempo, alguns habitantes de Cuba pensaram que esta situação não podia
continuar e resolveram resolver o mistério.
       Assim, numa noite, cheios de coragem, puseram-se à coca para ver se apanhavam um
avejão. Se assim o pensaram melhor o fizeram. Escondidos numa esquina escura, mal ouviram o
barulho das correntes, atiraram-se a ele e imediatamente o destaparam. Qual não foi o espanto,
quando viram que o tal avejão não era mais nem menos do que um rapazote que logo confessou
porque estava assim disfarçado. É que tinha uma namorada, cujos pais não consentiam no namoro e,
disfarçado daquela maneira, podia ir ter com ela, sem ser reconhecido.
       Afinal, os avejões eram alguns rapazes que combinavam ir namorar com algumas raparigas
e vestiam-se daquela maneira para afastar as pessoas.
       A partir de então, de tempos a tempos, ouvia-se dizer nas ruas de Cuba:
       - Olhe, já nasceu mais um avejanito.
       E todos se fartavam de rir…
                                                                                    Marco Imaginário
                                                                                         João Orelha
                                                                                    Gabriel Guerreiro
O almoço do pai


       Há muitos anos, cá na Cuba, o compadre Manuel era muito trabalhador e passava os dias no
campo na sua labuta: gradava a terra, semeava trigo e girassol, ceifava, podava, tratava das
árvores… enfim, fazia todos os trabalhos que havia para fazer no campo. De tão entretido que
andava, muitas vezes se esquecia do almoço.
       Na sua modesta casa na vila, a sua mulher cuidava dos filhos e tratava da casa. Como já era
hábito chegou a hora do almoço e o marido não aparecia. Os filhos já estavam cheios de fome e, já
fartos de esperar, a mãe disse para um deles:
       - Joaquim, vai ao campo levar o almoço ao teu pai!
       - Tenho fome! Já vou depois de almoçar – respondeu o filho.
       - Vai já que depois almoças descansado! – insistiu a mãe.
        Contrariado, o Joaquim lá foi até ao campo onde o pai andava a limpar a cortiça dos
chaparros, perto da vila.
        Como ia cheio de fome, o rapaz, no caminho, não se aguentou e …sentando-se numa pedra,
destapou a panela e comeu a carne que lá havia, deixando apenas o caldo.
       Já de barriga cheia, continuou o seu caminho até que avistou o pai.
       - Pai, pai! Venho-lhe trazer o almoço.
       - Ainda bem, Joaquim, estou esfomeado. Dá cá já a panela.
       Quando o compadre Manel destapou a panela ficou embasbacado pois viu que só lá estava o
caldo e, muito zangado disse:
       - Mas o que é isto Joaquim? O que é feito da carne?
       O filho, muito atrapalhado, tentou explicar, mentindo:
       - No caminho encalhei numa pedra, deixei cair a panela e caiu a carne toda ficando só o
caldo – desculpou-se o guloso do filho.
       O pai, duvidando da conversa, deu-lho logo um raspanete:
       - Ai só ficou o caldo? Duvido, seu garganeiro! Pensas que me enganas?
       E o filho raspou-se direito à vila com medo do que o pai pudesse fazer.




                                                                                     Rui Carvalho
                                                                                  António Galinha

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Histórias de cuba

  • 1. O ballet Na vila de Cuba vivia um casal que gostava muito de passear. Ele, o Manel, era um homem muito bem-disposto, e quando saia, levava sempre a sua samarra e o seu chapéu. A sua esposa, a Maria, era muito amiga do divertimento, e também não largava o xaile e o lenço na cabeça, porque costumavam dizer: - O que tapa do frio, tapa do calor. Um dia, resolveram apanhar o comboio e ir até Lisboa. Durante a viagem, iam apreciando a paisagem. Mal chegaram ao seu destino começaram a mirar tudo a sua volta. - Ai Manel, que casas tao altas! – exclamou a mulher. - Ó Maria, e já viste tantos automóveis? – perguntou o marido muito divertido. – Ai homem, até já estou tonta! Enquanto se maravilhavam de tudo que havia em Lisboa, viram um cartaz que anunciava “ Grande ballet às 15:00h no pavilhão de Lisboa” - Ó Maria, já viste isto? Nós nunca fomos a nenhum espetáculo de ballet, pois não? - Não, ainda não fomos! Queres ir? Assim até aproveitava e descansava um bocadinho, dói- me tanto as pernas! Como não tinham carro para ir ver o ballet, lembraram-se que podiam ir de metro. Quando começou o espetáculo, a Maria de tão cansada que estava deixou-se dormir e acabou por não ver a primeira parte. - Ai homem eu nem acredito que me deixei dormir, as pessoas deram por mim?- indagou a mulher, estremunhada. - As pessoas não sei,-explicou-lhe o marido- mas as meninas do palco, tão simpáticas, desde que tu começaste a dormir que só andam de bicos nos pés! Deve ser para não te acordarem. Beatriz Campos Thais Maciel Margarida Rolim Raquel Batista
  • 2. Os avejões Há muitos, muitos anos, segundo contam as pessoas mais velhas, as ruas de Cuba eram pouco iluminadas, quase não havia luz. Os habitantes pouco saiam de casa. Muitos trabalhavam no campo e saiam de casa muito cedo só regressando depois do sol se pôr. Mas também havia um outro motivo e este muito forte, para se manterem nas suas habitações. É que tinham um medo terrível dos avejões. Andavam vestidos completamente de branco, com a cara tapada, traziam correntes amarradas ao corpo e faziam um barulho tão assustador, tão assustador que o povo, às vezes, até dizia: - Fujam, fujam! Anda ai um avejão. Ao ouvir esta frase, todas as pessoas: homens, mulheres e crianças ficavam cheias de medo e, aterrorizadas, permaneciam nas suas casas, muito em silêncio. E assim ficavam até parar o barulho. Esta situação arrastou-se durante muito tempo e os cubenses cada vez tinham mais medo de sair ao entardecer. Passado algum tempo, alguns habitantes de Cuba pensaram que esta situação não podia continuar e resolveram resolver o mistério. Assim, numa noite, cheios de coragem, puseram-se à coca para ver se apanhavam um avejão. Se assim o pensaram melhor o fizeram. Escondidos numa esquina escura, mal ouviram o barulho das correntes, atiraram-se a ele e imediatamente o destaparam. Qual não foi o espanto, quando viram que o tal avejão não era mais nem menos do que um rapazote que logo confessou porque estava assim disfarçado. É que tinha uma namorada, cujos pais não consentiam no namoro e, disfarçado daquela maneira, podia ir ter com ela, sem ser reconhecido. Afinal, os avejões eram alguns rapazes que combinavam ir namorar com algumas raparigas e vestiam-se daquela maneira para afastar as pessoas. A partir de então, de tempos a tempos, ouvia-se dizer nas ruas de Cuba: - Olhe, já nasceu mais um avejanito. E todos se fartavam de rir… Marco Imaginário João Orelha Gabriel Guerreiro
  • 3. O almoço do pai Há muitos anos, cá na Cuba, o compadre Manuel era muito trabalhador e passava os dias no campo na sua labuta: gradava a terra, semeava trigo e girassol, ceifava, podava, tratava das árvores… enfim, fazia todos os trabalhos que havia para fazer no campo. De tão entretido que andava, muitas vezes se esquecia do almoço. Na sua modesta casa na vila, a sua mulher cuidava dos filhos e tratava da casa. Como já era hábito chegou a hora do almoço e o marido não aparecia. Os filhos já estavam cheios de fome e, já fartos de esperar, a mãe disse para um deles: - Joaquim, vai ao campo levar o almoço ao teu pai! - Tenho fome! Já vou depois de almoçar – respondeu o filho. - Vai já que depois almoças descansado! – insistiu a mãe. Contrariado, o Joaquim lá foi até ao campo onde o pai andava a limpar a cortiça dos chaparros, perto da vila. Como ia cheio de fome, o rapaz, no caminho, não se aguentou e …sentando-se numa pedra, destapou a panela e comeu a carne que lá havia, deixando apenas o caldo. Já de barriga cheia, continuou o seu caminho até que avistou o pai. - Pai, pai! Venho-lhe trazer o almoço. - Ainda bem, Joaquim, estou esfomeado. Dá cá já a panela. Quando o compadre Manel destapou a panela ficou embasbacado pois viu que só lá estava o caldo e, muito zangado disse: - Mas o que é isto Joaquim? O que é feito da carne? O filho, muito atrapalhado, tentou explicar, mentindo: - No caminho encalhei numa pedra, deixei cair a panela e caiu a carne toda ficando só o caldo – desculpou-se o guloso do filho. O pai, duvidando da conversa, deu-lho logo um raspanete: - Ai só ficou o caldo? Duvido, seu garganeiro! Pensas que me enganas? E o filho raspou-se direito à vila com medo do que o pai pudesse fazer. Rui Carvalho António Galinha