Embora a água doce seja importante para a vida humana, os oceanos desempenham um papel vital na manutenção da vida no planeta como um todo, regulando o clima e absorvendo dióxido de carbono. Os oceanos contêm a maior parte da água do planeta e influenciam o clima global através de propriedades como seu elevado calor específico e capacidade de armazenar e transportar calor entre regiões.
1. O documento discute diferentes tipos de ventos, classificando-os de acordo com sua origem e características;
2. Inclui os ventos alísios que sopram dos trópicos para o Equador, monções de verão e inverno na Índia, brisas marinhas e continentais, e ventos locais como o minuano no sul do Brasil e o mistral na França;
3. Apresenta as causas meteorológicas para a ocorrência desses ventos, como diferenças de temperatura entre terra e mar.
O documento resume as propriedades dos gases, incluindo sua compressibilidade e expansibilidade, a teoria cinética dos gases e as variáveis de estado. Também descreve as transformações isotérmicas, isobáricas e isovolumétricas dos gases e as leis de Boyle-Mariotte, Charles/Gay-Lussac e a equação de Clapeyron.
Este documento apresenta conceitos sobre os biomas Ambientes Costeiros e Marinhos e Tundra, com foco na biodiversidade, espécies ameaçadas, fragmentação de ecossistemas e unidades de conservação. Inclui informações sobre dunas, praias, estuários e os impactos ambientais nesses ambientes, como a pesca predatória.
O documento discute o conceito de temperatura e como ela é medida. Explica que temperatura é a agitação molecular, e que o equilíbrio térmico ocorre quando corpos têm a mesma temperatura. Detalha as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin usadas para medir temperatura, e fornece a fórmula para conversão entre elas.
O documento discute os principais conceitos da hidrostática, incluindo pressão, massa específica, teorema de Arquimedes, pressão atmosférica e suas variações com a altitude, experimento de Torricelli, variação da pressão com a profundidade, cálculo da pressão no interior de um fluido, princípios de Pascal e Arquimedes, condições para um corpo flutuar, empuxo e densidade do líquido, densímetros e a descoberta do princípio de Arquimedes por Arquimedes.
Uma mistura ocorre quando duas ou mais substâncias são combinadas, podendo ser homogênea com uma fase uniforme ou heterogênea com mais de uma fase. A água é um solvente universal que pode dissolver muitas outras substâncias dependendo de sua solubilidade. Exemplos de misturas incluem tanto misturas homogêneas quanto heterogêneas.
O documento descreve as camadas da atmosfera terrestre, incluindo a troposfera, tropopausa, estratosfera e mesosfera. Detalha os principais parâmetros climáticos como pressão atmosférica, velocidade dos ventos, umidade do ar e temperatura. Explica também os fatores que influenciam o clima como correntes marítimas, altitude, latitude e continentalidade.
1. O documento discute diferentes tipos de ventos, classificando-os de acordo com sua origem e características;
2. Inclui os ventos alísios que sopram dos trópicos para o Equador, monções de verão e inverno na Índia, brisas marinhas e continentais, e ventos locais como o minuano no sul do Brasil e o mistral na França;
3. Apresenta as causas meteorológicas para a ocorrência desses ventos, como diferenças de temperatura entre terra e mar.
O documento resume as propriedades dos gases, incluindo sua compressibilidade e expansibilidade, a teoria cinética dos gases e as variáveis de estado. Também descreve as transformações isotérmicas, isobáricas e isovolumétricas dos gases e as leis de Boyle-Mariotte, Charles/Gay-Lussac e a equação de Clapeyron.
Este documento apresenta conceitos sobre os biomas Ambientes Costeiros e Marinhos e Tundra, com foco na biodiversidade, espécies ameaçadas, fragmentação de ecossistemas e unidades de conservação. Inclui informações sobre dunas, praias, estuários e os impactos ambientais nesses ambientes, como a pesca predatória.
O documento discute o conceito de temperatura e como ela é medida. Explica que temperatura é a agitação molecular, e que o equilíbrio térmico ocorre quando corpos têm a mesma temperatura. Detalha as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin usadas para medir temperatura, e fornece a fórmula para conversão entre elas.
O documento discute os principais conceitos da hidrostática, incluindo pressão, massa específica, teorema de Arquimedes, pressão atmosférica e suas variações com a altitude, experimento de Torricelli, variação da pressão com a profundidade, cálculo da pressão no interior de um fluido, princípios de Pascal e Arquimedes, condições para um corpo flutuar, empuxo e densidade do líquido, densímetros e a descoberta do princípio de Arquimedes por Arquimedes.
Uma mistura ocorre quando duas ou mais substâncias são combinadas, podendo ser homogênea com uma fase uniforme ou heterogênea com mais de uma fase. A água é um solvente universal que pode dissolver muitas outras substâncias dependendo de sua solubilidade. Exemplos de misturas incluem tanto misturas homogêneas quanto heterogêneas.
O documento descreve as camadas da atmosfera terrestre, incluindo a troposfera, tropopausa, estratosfera e mesosfera. Detalha os principais parâmetros climáticos como pressão atmosférica, velocidade dos ventos, umidade do ar e temperatura. Explica também os fatores que influenciam o clima como correntes marítimas, altitude, latitude e continentalidade.
O documento discute a hidrosfera terrestre, explicando que ela é composta por águas oceânicas, continentais e subterrâneas. A hidrosfera é essencial para a vida na Terra e para os processos de transformação da superfície terrestre, como o transporte de materiais e a formação de minerais. O ciclo da água é descrito, mostrando como a água se movimenta entre os oceanos, atmosfera e continentes.
O documento discute termos da termologia, como calor e temperatura. Explica que calor é energia que se transfere entre corpos devido à diferença de temperatura e que temperatura mede a agitação molecular, sendo maior quanto maior a vibração. Também aborda escalas termométricas como Celsius, Fahrenheit e Kelvin e como converter entre elas.
Aula 2 Puberdade, hormônios e reproduçãoAna Filadelfi
Este documento discute a puberdade, os sistemas reprodutores masculino e feminino, e a regulação da reprodução. Ele explica as mudanças físicas e hormonais que ocorrem durante a puberdade e descreve os órgãos reprodutores e como os hormônios controlam o ciclo menstrual e a ovulação. O documento conclui enfatizando a importância de conversas sobre esses tópicos e do conhecimento do próprio corpo para tomar decisões informadas.
1) O documento discute a escassez global de água e como ela afetará a população mundial até 2050;
2) Atualmente, 1,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável e 2,4 bilhões não têm instalações sanitárias adequadas;
3) Doenças transmitidas pela água contaminada causam 80% de todas as doenças no mundo.
O documento discute cadeias alimentares, níveis tróficos e fluxo de energia em ecossistemas. Produtores fixam energia do sol ou de reações químicas. Consumidores se alimentam de produtores ou de outros consumidores, diminuindo a energia disponível a cada nível trófico. Teias alimentares mostram múltiplas cadeias interconectadas, incluindo onívoros.
O documento descreve os diferentes estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso) e as mudanças entre eles através de processos como fusão, solidificação, vaporização, condensação e sublimação. Exemplos específicos incluem o ponto de fusão do gelo a 0°C e o ponto de ebulição da água a 100°C.
O documento descreve os fluxos de energia e circulação de matéria nos ecossistemas. O Sol é a principal fonte de energia, captada pelas plantas através da fotossíntese. As cadeias alimentares representam a transferência de energia entre os níveis tróficos, com apenas 10% passando para o nível seguinte. Uma teia alimentar engloba várias cadeias interligadas.
O documento descreve os diferentes níveis de organização biológica, desde átomos e moléculas até ecossistemas e a biosfera. Ele também lista disciplinas da biologia como bioquímica, citologia e ecologia. Por fim, explica os fatores que causam poluição hídrica como aumento de nutrientes, bactérias e temperatura na água.
O documento explica as unidades de volume e capacidade segundo o Sistema Internacional de Medidas (SI). A unidade básica de volume é o metro cúbico (m3) e é calculada multiplicando-se as dimensões de comprimento, largura e altura de um objeto. A unidade básica de capacidade é o litro (l) e está associada ao volume interno de um recipiente. O documento apresenta conversões entre as unidades de volume e capacidade.
1. O documento discute o processo de fotossíntese realizado pelas plantas, no qual a energia solar é usada para converter dióxido de carbono e água em açúcares e oxigênio.
2. As etapas da fotossíntese incluem a absorção de CO2 pelo ar e água pelo solo, a utilização da clorofila para armazenar energia solar, e a reação da água e CO2 para produzir açúcar e O2.
3. A fotossíntese é essencial para
O documento discute os diferentes estados da matéria e as mudanças entre eles. Fala sobre calor sensível e calor latente, explicando que o calor latente é necessário para mudanças de estado e é representado pela letra L. Também discute os processos de vaporização, evaporação e sublimação, dando exemplos como a água e a roupa no varal.
O carbono é um elemento essencial para a vida na Terra e circula através de ciclos geológicos e biológicos. O ciclo geológico opera em milhões de anos através das rochas, enquanto o ciclo biológico circula o carbono entre a atmosfera, terra e oceanos a cada 20 anos através da fotossíntese e respiração. As atividades humanas têm aumentado as emissões de carbono e ameaçam o equilíbrio desses ciclos, pot
O documento descreve as características de misturas homogêneas e heterogêneas. Uma mistura homogênea tem uma única fase e composição uniforme em qualquer ponto, enquanto uma mistura heterogênea tem duas ou mais fases distintas que podem ser observadas. Exemplos de misturas homogêneas incluem álcool e vinagre, enquanto exemplos de misturas heterogêneas incluem água e areia.
O documento discute a ecologia e seus principais conceitos. Em três frases: (1) A ecologia estuda as relações entre os seres vivos e com o meio ambiente; (2) Um ecossistema é formado pelos organismos, meio físico-químico e suas interações; (3) A biodiversidade representa a variedade de espécies existentes na Terra que estão em constante mudança ao longo do tempo.
O documento discute os conceitos de energia cinética e potencial. A energia cinética é proporcional à massa e velocidade de um corpo em movimento e pode ser calculada usando a equação Ec=1/2mv^2. A energia potencial gravitacional depende da massa de um corpo e sua altura acima do solo, podendo ser calculada por Ep=mgh. Exemplos ilustram como calcular o trabalho e energia em diferentes situações físicas.
O documento discute conceitos fundamentais de cinemática, como movimento, repouso, velocidade e deslocamento. Apresenta exemplos de movimento retilíneo uniforme e exercícios resolvidos sobre o tema.
O documento discute a vida na Terra. Ele explica que a Terra tem água líquida, temperaturas amenas e uma atmosfera protetora que tornam possível a vida. A biodiversidade é definida como a variedade de seres vivos em um ecossistema. Ambientes aquáticos como água doce e salgada e terrestres como planícies e cavernas são discutidos como abrigando vida. Biosfera, litosfera, hidrosfera e atmosfera são introduzidos como camadas do planeta.
O documento discute fenômenos físicos e químicos, definindo-os como transformações da matéria que não modificam ou modificam sua composição, respectivamente. Também define substâncias puras e misturas, explicando que as primeiras possuem propriedades constantes enquanto as segundas têm composição variável. Por fim, resume alguns métodos para separar misturas heterogêneas e homogêneas, como catação, filtração e destilação.
O documento discute diferentes tipos de energia, incluindo química, elétrica, nuclear, solar e térmica. Detalha como cada tipo de energia é gerada e transformada, como no caso da energia química liberada durante reações sendo convertida em energia cinética ou térmica no corpo humano. Também explica os impactos ambientais de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares.
O documento descreve o sistema sanguíneo ABO e o fator Rh, incluindo a descoberta por Karl Landsteiner de que os seres humanos possuem três grupos sanguíneos principais (A, B e O) e a compatibilidade entre eles. Também discute a descoberta do fator Rh e como isso afeta a compatibilidade, bem como doenças como a eritroblastose fetal quando mães Rh- geram filhos Rh+.
O documento discute análise química quantitativa e métodos clássicos. Ele explica o papel da química analítica na indústria, medicina e outras ciências, mencionando exemplos como a determinação de concentrações de gases no sangue e emissões de veículos. O documento também aborda tópicos como nucleação, coloides, adsorção e precipitação.
O documento discute os principais conceitos da hidrosfera, incluindo a rede hidrográfica, bacia hidrográfica e hidrografia. Também aborda a importância da água no mundo, sua classificação como recurso natural e a situação da água no Brasil.
O documento discute a hidrosfera terrestre, explicando que ela é composta por águas oceânicas, continentais e subterrâneas. A hidrosfera é essencial para a vida na Terra e para os processos de transformação da superfície terrestre, como o transporte de materiais e a formação de minerais. O ciclo da água é descrito, mostrando como a água se movimenta entre os oceanos, atmosfera e continentes.
O documento discute termos da termologia, como calor e temperatura. Explica que calor é energia que se transfere entre corpos devido à diferença de temperatura e que temperatura mede a agitação molecular, sendo maior quanto maior a vibração. Também aborda escalas termométricas como Celsius, Fahrenheit e Kelvin e como converter entre elas.
Aula 2 Puberdade, hormônios e reproduçãoAna Filadelfi
Este documento discute a puberdade, os sistemas reprodutores masculino e feminino, e a regulação da reprodução. Ele explica as mudanças físicas e hormonais que ocorrem durante a puberdade e descreve os órgãos reprodutores e como os hormônios controlam o ciclo menstrual e a ovulação. O documento conclui enfatizando a importância de conversas sobre esses tópicos e do conhecimento do próprio corpo para tomar decisões informadas.
1) O documento discute a escassez global de água e como ela afetará a população mundial até 2050;
2) Atualmente, 1,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável e 2,4 bilhões não têm instalações sanitárias adequadas;
3) Doenças transmitidas pela água contaminada causam 80% de todas as doenças no mundo.
O documento discute cadeias alimentares, níveis tróficos e fluxo de energia em ecossistemas. Produtores fixam energia do sol ou de reações químicas. Consumidores se alimentam de produtores ou de outros consumidores, diminuindo a energia disponível a cada nível trófico. Teias alimentares mostram múltiplas cadeias interconectadas, incluindo onívoros.
O documento descreve os diferentes estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso) e as mudanças entre eles através de processos como fusão, solidificação, vaporização, condensação e sublimação. Exemplos específicos incluem o ponto de fusão do gelo a 0°C e o ponto de ebulição da água a 100°C.
O documento descreve os fluxos de energia e circulação de matéria nos ecossistemas. O Sol é a principal fonte de energia, captada pelas plantas através da fotossíntese. As cadeias alimentares representam a transferência de energia entre os níveis tróficos, com apenas 10% passando para o nível seguinte. Uma teia alimentar engloba várias cadeias interligadas.
O documento descreve os diferentes níveis de organização biológica, desde átomos e moléculas até ecossistemas e a biosfera. Ele também lista disciplinas da biologia como bioquímica, citologia e ecologia. Por fim, explica os fatores que causam poluição hídrica como aumento de nutrientes, bactérias e temperatura na água.
O documento explica as unidades de volume e capacidade segundo o Sistema Internacional de Medidas (SI). A unidade básica de volume é o metro cúbico (m3) e é calculada multiplicando-se as dimensões de comprimento, largura e altura de um objeto. A unidade básica de capacidade é o litro (l) e está associada ao volume interno de um recipiente. O documento apresenta conversões entre as unidades de volume e capacidade.
1. O documento discute o processo de fotossíntese realizado pelas plantas, no qual a energia solar é usada para converter dióxido de carbono e água em açúcares e oxigênio.
2. As etapas da fotossíntese incluem a absorção de CO2 pelo ar e água pelo solo, a utilização da clorofila para armazenar energia solar, e a reação da água e CO2 para produzir açúcar e O2.
3. A fotossíntese é essencial para
O documento discute os diferentes estados da matéria e as mudanças entre eles. Fala sobre calor sensível e calor latente, explicando que o calor latente é necessário para mudanças de estado e é representado pela letra L. Também discute os processos de vaporização, evaporação e sublimação, dando exemplos como a água e a roupa no varal.
O carbono é um elemento essencial para a vida na Terra e circula através de ciclos geológicos e biológicos. O ciclo geológico opera em milhões de anos através das rochas, enquanto o ciclo biológico circula o carbono entre a atmosfera, terra e oceanos a cada 20 anos através da fotossíntese e respiração. As atividades humanas têm aumentado as emissões de carbono e ameaçam o equilíbrio desses ciclos, pot
O documento descreve as características de misturas homogêneas e heterogêneas. Uma mistura homogênea tem uma única fase e composição uniforme em qualquer ponto, enquanto uma mistura heterogênea tem duas ou mais fases distintas que podem ser observadas. Exemplos de misturas homogêneas incluem álcool e vinagre, enquanto exemplos de misturas heterogêneas incluem água e areia.
O documento discute a ecologia e seus principais conceitos. Em três frases: (1) A ecologia estuda as relações entre os seres vivos e com o meio ambiente; (2) Um ecossistema é formado pelos organismos, meio físico-químico e suas interações; (3) A biodiversidade representa a variedade de espécies existentes na Terra que estão em constante mudança ao longo do tempo.
O documento discute os conceitos de energia cinética e potencial. A energia cinética é proporcional à massa e velocidade de um corpo em movimento e pode ser calculada usando a equação Ec=1/2mv^2. A energia potencial gravitacional depende da massa de um corpo e sua altura acima do solo, podendo ser calculada por Ep=mgh. Exemplos ilustram como calcular o trabalho e energia em diferentes situações físicas.
O documento discute conceitos fundamentais de cinemática, como movimento, repouso, velocidade e deslocamento. Apresenta exemplos de movimento retilíneo uniforme e exercícios resolvidos sobre o tema.
O documento discute a vida na Terra. Ele explica que a Terra tem água líquida, temperaturas amenas e uma atmosfera protetora que tornam possível a vida. A biodiversidade é definida como a variedade de seres vivos em um ecossistema. Ambientes aquáticos como água doce e salgada e terrestres como planícies e cavernas são discutidos como abrigando vida. Biosfera, litosfera, hidrosfera e atmosfera são introduzidos como camadas do planeta.
O documento discute fenômenos físicos e químicos, definindo-os como transformações da matéria que não modificam ou modificam sua composição, respectivamente. Também define substâncias puras e misturas, explicando que as primeiras possuem propriedades constantes enquanto as segundas têm composição variável. Por fim, resume alguns métodos para separar misturas heterogêneas e homogêneas, como catação, filtração e destilação.
O documento discute diferentes tipos de energia, incluindo química, elétrica, nuclear, solar e térmica. Detalha como cada tipo de energia é gerada e transformada, como no caso da energia química liberada durante reações sendo convertida em energia cinética ou térmica no corpo humano. Também explica os impactos ambientais de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares.
O documento descreve o sistema sanguíneo ABO e o fator Rh, incluindo a descoberta por Karl Landsteiner de que os seres humanos possuem três grupos sanguíneos principais (A, B e O) e a compatibilidade entre eles. Também discute a descoberta do fator Rh e como isso afeta a compatibilidade, bem como doenças como a eritroblastose fetal quando mães Rh- geram filhos Rh+.
O documento discute análise química quantitativa e métodos clássicos. Ele explica o papel da química analítica na indústria, medicina e outras ciências, mencionando exemplos como a determinação de concentrações de gases no sangue e emissões de veículos. O documento também aborda tópicos como nucleação, coloides, adsorção e precipitação.
O documento discute os principais conceitos da hidrosfera, incluindo a rede hidrográfica, bacia hidrográfica e hidrografia. Também aborda a importância da água no mundo, sua classificação como recurso natural e a situação da água no Brasil.
Uma pequena apresentação realizada por alunos do IFRN sobre análise gravimétrica, definição, tipos de análise gravimétrica, explicação de cada uma, aplicação na industria e exercícios resolvidos.
Este documento apresenta um plano de aula sobre Química e o mercado de trabalho. O plano inclui um breve histórico da química, profissões relacionadas, e uma entrevista com um pedagogo empresarial sobre a importância da química na escolha da profissão.
A hidrosfera compreende todas as águas do planeta, incluindo rios, lagos, mares, águas subterrâneas e glaciais. Ela representa 71% da superfície terrestre e abriga diversos organismos aquáticos. O ciclo da água envolve a troca contínua de vapor d'água entre a atmosfera, solo, corpos d'água e plantas. Rios desempenham um papel importante no ciclo hidrológico, transportando água coletada de diversas fontes. A esc
1) A química estuda a constituição da matéria, suas propriedades e transformações.
2) A matéria pode ser classificada como elementos, compostos ou misturas.
3) Transformações químicas envolvem rearranjos de átomos e mudanças nas propriedades, ao contrário de transformações físicas.
Este documento apresenta informações sobre um curso de Química Geral e Inorgânica ministrado pela professora Daiane Fossatti Dall'Oglio entre setembro de 2013 e janeiro de 2014. O curso terá carga horária de 75 horas e abordará tópicos como a origem da química, classificação da matéria, moléculas e compostos moleculares, e propriedades físicas e químicas. Os alunos serão avaliados por meio de provas escritas e produção de materiais ped
A Química estuda as propriedades e reações das substâncias da natureza. Ao longo da história, químicos descobriram metais, vidros e remédios que beneficiaram a humanidade. Atualmente, a Química é essencial para entender o mundo e desenvolver soluções para problemas ambientais e sociais.
1) Os ciclos biogeoquímicos reciclam elementos químicos entre os organismos e o meio ambiente de forma dinâmica.
2) A água circula entre a atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera através da evaporação, precipitação e escoamento.
3) As rochas são destruídas, transformadas em sedimentos e eventualmente recristalizadas em novas rochas através do ciclo das rochas.
Este documento apresenta um resumo de 10 aulas sobre química ambiental. A primeira aula discute os recursos hídricos, incluindo sua classificação em águas doces, salobras e salgadas, e sua distribuição no Brasil e no mundo. As aulas subsequentes cobrem tópicos como contaminação de recursos hídricos, tratamento de águas, solos, resíduos sólidos, química atmosférica e poluição do ar. A última aula trata da legislação ambiental brasile
Este documento discute as propriedades e papéis da água nas plantas. Apresenta a estrutura molecular da água e como suas propriedades, como alta capacidade térmica e formação de pontes de hidrogênio, são essenciais para o funcionamento das plantas. Também descreve os principais mecanismos de transporte de água nas plantas, incluindo fluxo em massa, difusão e osmose.
Oceanos - Área de Integração
Serão aprofundados temas tais como, a influência da Lua nas marés, as ondas, a corrente Termohalina e também a importância dos oceanos para o equilíbrio do clima.
O documento discute as transformações físicas e químicas, dando exemplos de cada uma delas na natureza. Ele também explica o ciclo da água na Terra e as propriedades especiais da água que tornam possível a vida, como ser um solvente, regular a temperatura e ter a forma sólida menos densa que a líquida.
O documento descreve os ciclos da água, do carbono e do nitrogênio. O ciclo da água envolve a evaporação da água dos oceanos e sua precipitação em forma de chuva. O ciclo do carbono envolve a fixação de carbono pelas plantas através da fotossíntese e sua liberação pelos organismos através da respiração. O ciclo do nitrogênio envolve a fixação biológica do nitrogênio atmosférico por bactérias e plantas.
O documento descreve a origem da água na Terra primitiva, quando a atmosfera era composta principalmente por vapor d'água resultante da atividade vulcânica. Explica que a água se encontra nos estados líquido, sólido e gasoso na natureza, integrando o ciclo hidrológico responsável pela manutenção da vida. Também aborda a importância da água para os seres vivos e seu estado em diferentes organismos como humanos, peixes e plantas.
O documento descreve o ciclo da água, no qual a água circula continuamente entre os oceanos, continentes e atmosfera, sendo impulsionada pela energia solar e gravidade e passando pelos estados físicos de sólido, líquido e gasoso. A evaporação leva a água para a atmosfera, onde pode se condensar e cair como precipitação, infiltrando-se no solo ou escoando para rios e mares, reiniciando o ciclo.
Condições da Terra que permitiram o desenvolvimento e a manutenção da vida.docxsonia afonso
O documento descreve as condições essenciais para a vida na Terra, incluindo sua distância do Sol, a Lua e planetas gigantes, e a evolução da atmosfera com o oxigênio que permitiu a vida fora da água. Também discute o efeito estufa natural e como as atividades humanas estão aumentando os níveis de gases do efeito estufa, com consequências ainda incertas.
O documento descreve o ciclo da água, explicando seu processo natural de evaporação, condensação e precipitação e como a ação humana vem alterando-o através da poluição e construção de barragens.
O documento discute os recursos hídricos, especificamente a hidrosfera e o ciclo hidrológico. Explica que a hidrosfera é composta por rios, lagos e oceanos e que a água circula entre a atmosfera e a superfície terrestre por meio do ciclo hidrológico. Também aborda os problemas relacionados à poluição das águas e à distribuição desigual dos recursos hídricos no Brasil.
1. A introdução descreve a geoquímica da água como uma disciplina nova e importante, com aplicações em diversas áreas como geologia, engenharia e prospecção de recursos.
2. O documento destaca autores e obras importantes sobre o tema, e ressalta a necessidade de um compêndio sobre geoquímica da água em português para preencher uma lacuna.
3. A autora agradece a contribuições de diversos professores na revisão e edição do texto.
Características Físicas e Químicas da Água.pdflucasjunges3
O documento discute as propriedades físicas e químicas da água, incluindo sua estrutura molecular, estados físicos, temperatura vs densidade, pontes de hidrogênio, calor específico, e capacidade de dissolução. Explica como essas propriedades únicas tornam a água essencial para a vida e ecossistemas.
O documento discute a importância da água para a vida na Terra e descreve o ciclo da água. A água é essencial para todos os seres vivos, ecossistemas e processos naturais como o clima. O ciclo da água envolve a evaporação, condensação e precipitação da água entre a atmosfera, corpos d'água e terra. A gestão sustentável da água é crucial dado seu papel central para a vida e meio ambiente.
O documento descreve o ciclo da água na Terra, no qual a água evapora dos oceanos e outros corpos d'água, forma nuvens, e cai de volta na forma de chuva, alimentando rios e lagos. O ciclo da água é afetado pelas atividades humanas e pode apresentar desequilíbrios.
O documento discute a variação do nível do mar ao longo do tempo geológico. As três principais causas de variação são: 1) mudanças no volume da bacia oceânica devido à tectônica de placas, 2) variações no volume de água no oceano pelo derretimento de geleiras, e 3) expansão da água devido ao aumento da temperatura. O documento também discute os efeitos das variações no nível do mar, incluindo impactos no clima, erosão, sedimentação e organismos.
Apostila - Aula Interdisciplinar - Planeta ÁguaBIOGERALDO
O documento descreve as propriedades da água e sua importância para os seres vivos. A água é essencial para a vida e cobre cerca de 75% da superfície terrestre. Sua estrutura molecular polar permite que ela atue como um excelente solvente, dissolvendo diversas substâncias importantes para os seres vivos. A maior parte da massa dos seres vivos é água, que desempenha funções vitais como transporte de nutrientes e remoção de resíduos.
O ciclo da água é o movimento contínuo e circular da água entre os oceanos, atmosfera e terra através dos processos de evaporação, condensação e precipitação, e é essencial para a vida na Terra. A poluição humana ameaça esse processo natural.
As amostras de gelo da Antártida revelam que os níveis de CO2 e metano na atmosfera eram menores antes da era industrial e têm variado juntamente com as mudanças climáticas ao longo dos últimos 650.000 anos. Análises dos isótopos de oxigênio nas amostras também permitem determinar temperaturas passadas com precisão. Mudanças climáticas extremas e rápidas ocorreram no último período glacial, indicando a sensibilidade do clima a variações nos gases de efeito estufa
O documento discute sistemas de tratamento de esgotos, incluindo tratamento preliminar, tratamento primário, tratamento secundário e tratamento terciário para remover poluentes de efluentes antes de serem liberados no meio ambiente ou corpos d'água.
Radicais livres e os principais antioxidantes da dietaSilenezé Souza
O documento discute radicais livres, espécies reativas de oxigênio formadas durante o metabolismo celular, e os principais antioxidantes da dieta que ajudam a proteger as células contra danos causados por esses radicais. Radicais livres podem causar danos a moléculas biológicas e estão implicados em várias doenças humanas. A dieta rica em antioxidantes como vitaminas C e E, β-caroteno, flavonóides e outros compostos vegetais pode reduzir os riscos dessas doenças.
Apresentação slaides ômega 3 na prevenção no mal de alzheimerSilenezé Souza
O documento discute o papel da vitamina ômega 3 na prevenção da doença de Alzheimer. Ele explica que a doença causa demência ao longo do tempo devido a depósitos de proteínas no cérebro. A vitamina ômega 3 encontrada em peixes e sementes pode ajudar a prevenir os danos ao cérebro ao equilibrar os radicais livres e inibir a acumulação de proteínas associadas à doença. Uma dieta rica em ômega 3 e exercícios físicos pode
Este documento discute os benefícios da vitamina ômega-3 na prevenção da doença de Alzheimer. A doença de Alzheimer causa perda de memória e destruição de neurônios no cérebro. Estudos mostram que o ômega-3, encontrado em peixes e sementes, pode prevenir e diminuir os sintomas da doença de Alzheimer ao fortalecer as membranas cerebrais e reduzir o estresse oxidativo. Uma dieta rica em ômega-3 e atividade física podem ajud
Este documento fornece informações sobre diferentes biomas, incluindo a tundra, taiga, savanas, deserto gelado do Polo Norte e floresta mediterrânea. Resume as características-chave de cada bioma, como a vegetação, clima e fauna associada.
Trabalho segurança do trabalho fausto sileneSilenezé Souza
O documento discute conceitos gerais sobre segurança e medicina do trabalho, incluindo responsabilidades, acidentes de trabalho, normas regulamentadoras e jurisprudência sobre infrações a normas de segurança no trabalho.
O documento descreve o método de infiltração rápida para tratamento de esgoto, no qual o efluente é infiltrado alternadamente em leitos para permitir oxigenação durante períodos de repouso. A manutenção é feita através de mecanismos naturais como secagem e mineralização da matéria orgânica. O método representa uma otimização de sistemas antigos de disposição de esgoto no solo, com maiores cargas aplicadas e necessidade de pré-tratamento.
Benefícios do ômega 3 (ω-3) na doença de alzheimerSilenezé Souza
O documento discute os benefícios do ômega-3 na Doença de Alzheimer. A doença causa declínio cognitivo e demência em idosos. Estudos mostram que o consumo de ômega-3, encontrado em peixes, está associado a menores riscos e sintomas da doença, possivelmente devido ao papel do ômega-3 na proteção das membranas cerebrais e redução do estresse oxidativo. No entanto, mais pesquisas são necessárias para estabelecer as recomendações diárias ideais de
O documento descreve o processo de fermentação alcoólica na produção de bebidas. Inclui a chegada do caldo clarificado e adição de mel, o tratamento da levedura, e as três fases da fermentação: preliminar, tumultuosa e complementar.
O documento descreve o processo de fermentação alcoólica em uma destilaria. Inclui a chegada do caldo clarificado e adição de mel, o tratamento da levedura em cubas, e as três fases da fermentação: preliminar, tumultuosa e complementar. As dornas primárias e secundárias são usadas na fase preliminar, enquanto a fase tumultuosa apresenta grande formação de espuma.
O documento descreve as diversas fases do processo de produção do vinho, incluindo a fase do fruto, transformação, maturação, guarda e consumo. Detalha etapas como poda, fermentação, clarificação e envelhecimento, necessárias para criar vinhos de diferentes tipos e qualidades.
O documento discute as propriedades e classificações de ácidos, com ênfase nos ácidos importantes como o ácido sulfúrico. O ácido sulfúrico é descrito como um ácido forte com larga aplicação industrial e na produção de baterias de automóveis e outros produtos químicos. Classificações de ácidos incluem se são orgânicos ou inorgânicos e o número de hidrogênios ionizados.
O documento discute processos de separação por membranas, incluindo osmose reversa e eletrodiálise. Ele define os processos, descreve as características das membranas orgânicas e inorgânicas, e discute a classificação e função das membranas como barreiras seletivas.
O documento descreve a química forense como um ramo importante da ciência forense que utiliza métodos analíticos para investigar evidências coletadas em cenas de crime. A química forense ajuda a elucidar crimes através de análises de amostras biológicas, impressões digitais, vestígios de disparos e outras provas. O documento também discute as principais técnicas utilizadas por peritos químicos como cromatografia, espectroscopia e exames de DNA.
Este documento descreve um procedimento para determinar a concentração de íons cloreto numa amostra através da precipitação com íons prata, secagem e pesagem do produto. O procedimento envolve pipetar a amostra, adicionar ácido nítrico e solução de nitrato de prata, aquecer para coagular o precipitado, filtrar, lavar com ácido nítrico diluído, secar e pesar para calcular a porcentagem e concentração de cloreto.
O documento discute processos de separação por membranas, incluindo eletrodiálise, osmose reversa e tipos de membranas. Osmose reversa usa pressão para reverter o fluxo natural de água através de uma membrana semipermeável de uma solução concentrada para uma diluída. Membranas podem ser orgânicas ou inorgânicas, com membranas poliméricas sendo mais amplamente usadas. Processos de separação por membranas permitem fracionar solutos dissolvidos ou separar misturas gasosas
A biorremediação usa organismos vivos como microrganismos e plantas para reduzir ou remover contaminações no meio ambiente de forma natural e regenerar o equilíbrio ecológico original. Ela funciona introduzindo processos biológicos onde bactérias convertem contaminantes em dióxido de carbono e água ao se alimentarem de substratos orgânicos e inorgânicos como carbono.
1. Aspectos relevantes da biogeoquímica
18
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola N° 5 – Novembro 2003
Maria Lúcia A. M. Campos e Wilson F. Jardim
Este artigo apresenta uma visão geral da química da hidrosfera, considerando aspectos da biologia, física e geologia.
Os oceanos são abordados como ponto de partida na discussão sobre a transferência de matéria e energia em
distintos ecossistemas, sendo destacado seu papel vital como regulador climático e mantenedor da vida na Terra.
oceanos, mudanças climáticas, ciclo do carbono
Tabela 1: Inventário dos estoques de água nos vários reservatórios do planeta Terra
Reservatório Volume/(106
km3
) Porcentagem
Oceanos 13200000 97,2400
Geleiras 29,2000 2,1400
Águas subterrâneas 8,3000 0,6100
Lagos 0,1250 0,0100
Mares 0,1040 0,0080
Solos 0,0670 0,0050
Atmosfera 0,0130 0,0010
Rios 0,0012 0,0001
TOTAL 1358 100
Adaptado de Grassi (2001)
Aspectos
relevantes da
biogeoquímica da
Introdução
O planeta Terra é, na verdade, uma
enorme esfera com 2/3 de sua super-
fície coberta de água, flutuando como
uma grande bola azul no espaço. A
hidrosfera (nome dado ao reservató-
rio que agrega todos os tipos de água
existentes no planeta), contém aproxi-
madamente 1,4 x 109
km3
de água,
sendo os oceanos o mais velho (3,8
bilhões de anos de existência) e o
maior (97,3%) dos reservatórios, con-
forme mostrado na Tabela 1.
A ciclagem da água entre os reser-
vatórios (ciclo hidrológico) é um pro-
cesso conhecido, muito dinâmico,
movido basicamente pela energia so-
lar, e que movimenta cerca de 1 km3
de água por ano apenas entre a
hidrosfera e a atmosfera, fazendo com
que o tempo de residência da água na
atmosfera seja pequeno, tipicamente
de 10 dias (veja o quadro sobre tem-
po de residência).
Embora para os seres humanos a
água doce tenha uma importância ime-
diata na manutenção da vida, os oce-
anos têm um papel vital na manuten-
ção da vida no planeta Terra como um
todo, apesar de se saber sobre a su-
perfície da Lua ou de Marte do que
sobre o fundo dos oceanos. Este “uni-
verso”, ainda obscuro hoje, pode ser
visto como um grande potencial
energético a ser explorado, como uma
fonte de alimentos a ser sustentada e,
também, como um importante aliado
que ameniza o efeito estufa, por meio
da absorção de grandes quantidades
de dióxido de carbono da atmosfera.
Um dos desafios atuais da comu-
nidade científica é prever como um
possível aquecimento global poderia
influenciar a circulação oceânica e,
conseqüentemente, o balanço da
transferência de calor na Terra. Outros
estudos vêm avaliando como as emis-
sões de partículas de aerossóis e de
gases pelos oceanos podem influen-
ciar a composição química da atmos-
fera e até mesmo o clima global.
Propriedades da água e suas
implicações
As fortes interações dipolo-dipolo
entre as moléculas de água formam as
chamadas ligações de hidrogênio, que
conferem à água características físicas
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0018
2. Aspectos relevantes da biogeoquímica
19
N° 5 – Novembro 2003Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
Uma idéia da quantidade de energia associada às águas
Para ter uma idéia da quantidade de energia liberada em um evento de chuva,
assuma o seguinte cenário: a precipitação de 20 mm (chuva moderada no
Brasil) sobre uma área de 1 hectare (10.000 m2
). Multiplicando a área pela
altura da lâmina de água de chuva, tem-se um volume de 200.000 L de água.
Se no processo de condensação, cada grama de água libera 540 cal, haverá
a liberação de cerca de 108 x 106
kcal nessa área. Esta quantidade de calor é
equivalente à energia liberada na explosão de cerca de 100 toneladas de dina-
mite.
Tabela 2: Concentração dos íons
majoritários em água salgada e água doce
(mmol L-1
)
Íon Água doce Água salgada
Na +
0,23 470
Mg 2+
0,14 53
K +
0,03 10
Ca 2+
0,33 10
HCO3
-
0,85 2
SO4
2-
0,09 28
Cl -
0,16 550
Si 0,16 0,1
Adaptado de Andrews et al., 1996.
muito peculiares. Estas ligações de hi-
drogênio são responsáveis por confe-
rir à água líquida o elevado calor espe-calor espe-calor espe-calor espe-calor espe-
cíficocíficocíficocíficocífico (ou capacidade calorífica espe-
cífica) de 1,0 cal g -1 o
C -1
. Isto significa
que é necessário fornecer uma grande
quantidade de energia na forma de ca-
lor (1 cal) para poder elevar a tempera-
tura de 1 g de água líquida em 1 o
C. A
energia que seria consumida para au-
mentar a movimentação das molécu-
las é inicialmente absorvida para que-
brar as ligações de hidrogênio e, por-
tanto, a água absorve energia sem au-
mentar sua temperatura drasticamente
(Open University, 1995a).
Este elevado calor específico da
água reflete diretamente no clima e na
vida do nosso planeta. Primeiramente,
o alto calor específico previne variações
rápidas de temperatura da água, que
podemos observar quando vamos à
praia. Muitas vezes, no
meio do dia, sentimos
a areia queimando
nossos pés, enquanto
que a água do mar
permanece fria, visto
que a areia tem um ca-
lor específico muito
mais baixo que o da
água, isto é, o calor
que a areia absorve
eleva eficientemente
sua temperatura, gerando gradientes
de temperatura na areia ao longo de um
dia.
O elevado calor específico da água
faz com que apenas 2,5 m de coluna
d’água do oceano seja equivalente à
toda capacidade calorífica da atmos-
fera que está sobre o oceano (Libes,
1992). Em outras palavras, o oceano
retém cerca de 1100 vezes mais calor
que a atmosfera. Durante o verão, o
calor é estocado nos oceanos e, du-
rante o inverno, parte desse calor é
transferido de volta para a atmosfera
amenizando, assim, a temperatura do
ar. Apenas compreendendo o signifi-
cado do elevado calor específico da
água, somado ao seu grande volume,
já podemos perceber porque o ocea-
no age como moderador climático, di-
minuindo a amplitude das variações de
temperatura entre as estações do ano,
e transferindo calor das regiões tropi-
cais para as sub-tropicais e polares por
meio das correntes marinhas. Se não
fossem os oceanos, nosso planeta te-
ria dias muito quentes e noites muito
frias.
Outras propriedades físicas da
água, importantes para entendermos a
importância do oceano no clima global
são: calor latente de fusão e vaporiza-
ção. Calor latente de fusãoCalor latente de fusãoCalor latente de fusãoCalor latente de fusãoCalor latente de fusão é a quanti-
dade de calor necessá-
ria para transformar 1 g
de uma substância do
estado sólido para o es-
tado líquido (ou vice-ver-
sa). De forma análoga, o
calor latente de vapori-calor latente de vapori-calor latente de vapori-calor latente de vapori-calor latente de vapori-
zaçãozaçãozaçãozaçãozação refere-se à transi-
ção entre o estado líqui-
do e gasoso. O elevado
calor latente de fusão da
água (80 cal), provoca
um efeito termostático no ponto de con-
gelamento, pois uma grande quantida-
de de energia precisa ser emitida ou ab-
sorvida para que haja mudança de es-
tado, evitando a rápida formação de
gelo na coluna d’água. A presença de
sais na água do mar (cerca de 35 g kg-1
)
diminui seu ponto de congelamento
para -1,9 o
C e, por isto, a água do mar
nunca atinge temperaturas inferiores a
este valor (Libes, 1992).
Quando moléculas de água pas-
sam do estado líquido para o gasoso,
estas “carregam” grandes quantida-
des de energia, devido ao elevado ca-
lor latente de vaporização (540 cal g-1
).
Portanto, quando há transferência de
água do oceano para a atmosfera há,
também, transferência de calor. Uma
vez na atmosfera, o vapor d’água é
transportado para outras regiões do
planeta e, quando este se condensa
na forma de chuva, ocorre a liberação
desse calor latente. A mesma quanti-
dade de energia absorvida no proces-
so de vaporização é liberada para a
atmosfera. Isto significa que o calor é
transportado de uma região do plane-
ta para outra na forma de calor latente
de vaporização, o que é muito impor-
tante para a distribuição de calor e
estabilização do sistema climático glo-
bal.
Um outro ponto importante refere-
se à composição química da água pre-
sente na hidrosfera. Alguns destes
íons, como o cloreto (abundante em
águas de alta salinidade), são chama-
dos de conservativosconservativosconservativosconservativosconservativos, pois sendo
muito pouco reativos, suas concentra-
ções dependem apenas dos proces-
sos de mistura. Outros, como o íon bi-
carbonato e o íon H+
são não-conser-
vativos, pois podem ser consumidos
ou gerados no corpo aquático, e suas
concentrações variam independente-
mente dos processos de mistura. As
águas salgadas têm altas concentra-
ções de íons quando comparadas
àquelas encontradas tipicamente em
águas doces (Tabela 2). Além disso,
as águas salgadas têm uma compo-
sição química muito mais homogênea
em todo o planeta do que as águas
subterrâneas, de rios e lagos. Frente a
esta distinta composição, é de se es-
Embora para os seres
humanos a água doce
tenha uma importância
imediata na manutenção
da vida, os oceanos têm
um papel vital na
manutenção da vida no
planeta Terra como um
todo.
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0019
3. Aspectos relevantes da biogeoquímica
20
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola N° 5 – Novembro 2003
O estuário como um grande reator químico
O estuário é a conexão entre o continente e o oceano, sendo caracterizado
por uma região de mistura de águas com distintas composições químicas. As
regiões estuarinas caracterizam-se pela diluição da água salgada, gerando
grande variação na salinidade (e, conseqüentemente, na força iônica), isto é,
de salinidade 35 na faixa oceânica (equivalente a cerca de 35 g de sais por kg
de solução), até virtualmente zero de salinidade no interior do rio. Na zona de
mistura de águas em estuários, o material coloidal é desestabilizado por ação
do gradiente de íons, flocula e acaba precipitando, fenômeno este que ocorre
principalmente em salinidades oscilando de zero até 5 formando, assim, zo-
nas de alta turbidez. Por ação das marés e da vazão do rio, este material
particulado é ressuspenso num processo cíclico. Os estuários são caracteri-
zados como sendo regiões de grande diversidade biológica, devido à riqueza
da composição química das águas ali encontradas. Uma das maneiras clássi-
cas de se investigar os processos químicos com respeito à conservação ou
não de espécies de interesse em regiões estuarinas é analisar como varia a
concentração desta espécie em função da salinidade, a qual é usada como
referência de diluição por se tratar de uma propriedade conservativa.
Obs: É importante notar que a salinidade não tem unidade, pois atualmente
esta é avaliada pela razão de condutividade entre a amostra e uma solução
padrão.
Exemplo de como calcular tempo de residência
A concentração média do íon sódio (Na+
) em água doce é de 0,23 x 10-3
mol L-1
(Tabela 2). Assumindo-se que o volume de água doce lançado no oceano em
todo o planeta seja de 3,6 x 1016
L ano-1
, qual o tempo de residência deste íon
na água do mar?
Sabendo-se que τ = A/F, será necessário calcular o estoque de sódio no oce-
ano e dividir este valor pelo fluxo (aporte) oriundo da água doce.
A = 1,4 x 1021
L (volume do oceano) x 0,47 mol L-1
(concentração média) = 644
x 1018
mol
F= 3,6 x 1016
L ano-1
x 0,23 x 10-3
mol L-1
= 8,28 x 1012
mol ano-1
τ = 644 x 1018
mol/8,28 x 1012
mol ano-1
= 78 x 106
anos
Este tempo de residência elevado permite que a concentração de sódio seja
homogênea em todo o oceano, independentemente da sua localização.
perar que as regiões estuarinas, ou
seja, no encontro das águas interiores
(doce) com o oceano (água salgada)
sejam caracterizadas por uma dinâmi-
ca complexa sob o aspecto químico.
Estima-se que o volume de água que
os rios lançam nos oceanos a cada
ano seja da ordem de 3,6 x 1016
L, para
um volume de águas oceânicas de 1,4
x 1021
L.
O tempo de residência de um íon
majoritário num dado reservatório ser-
ve como indicador para se entender
os ciclos que atuam na coluna d’água
e suas interfaces, além de poder ser
usado como traçador de alterações
antrópicas, ou seja, aquelas causadas
pelo homem. O tempo de residência
de uma dada substância ou espécie
química (íon) em um corpo aquático,
τ, é definido como sendo:
τ = A/F
onde τ é o tempo de residência (uni-
dade de tempo), A é o estoque da es-
pécie de interesse no corpo aquático
(em massa) e F é o fluxo de aporte (Fin
)
ou da retirada (Fout
) da espécie no sis-
tema sob estudo (em unidades de
massa/tempo), sendo que no estado
estacionário, Fin
= Fout
. O quadro abai-
xo traz alguns exemplos do cálculo do
tempo de residência no oceano.
A circulação dos oceanos e a
transferência de calor
A circulação dos oceanos é
provocada pela energia do sol, de for-
ma direta e indireta, e pela rotação da
Terra. Os ventos transferem sua ener-
gia para os oceanos, causando a mo-
vimentação das águas da superfície.
Portanto, podemos dizer que a circula-
ção na superfície dos oceanos é domi-
nada por ventos que afetam uma ca-
mada de água de até algumas cente-
nas de metros levando, primariamen-
te, à circulação horizontal, ou circula-circula-circula-circula-circula-
ção geostróficação geostróficação geostróficação geostróficação geostrófica (Open University,
1995b). Esta circulação oceânica ilus-
tra muito bem a forte interação que há
entre oceano e atmosfera. Como os
ventos e as águas na superfície se mo-
vem relativamente devagar, o movimen-
to de rotação da Terra contribui para
provocar a circulação da atmosfera e
do oceano. Essa força de rotação da
Terra, que interfere na direção das cor-
rentes, é chamada de força de Coriolis.
A Figura 1 mostra as principais cor-
rentes marinhas quentes e frias na su-
perfície dos oceanos. É muito impor-
tante enfatizar que as correntes mos-
tradas nesta figura são baseadas nas
médias de observações realizadas por
períodos muito longos, e que variações
locais são muito freqüentes. Vemos
que tanto no norte do Atlântico como
no Pacífico as correntes seguem o sen-
tido horário, enquanto que no hemis-
fério sul, o sentido da circulação é anti-
horário (isto se deve à força de
Coriolis). No Oceano Índico, a circula-
ção é complicada pelas variações sa-
zonais dos importantes ventos Mon-
ções. Observando a Figura 1 fica evi-
dente, por exemplo, que a Corrente do
Golfo leva águas mornas da região da
Flórida para o norte-nordeste do Atlân-
tico transportando, assim, uma gran-
de quantidade de calor, que vem ame-
nizar o clima do oeste Europeu.
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0020
4. Aspectos relevantes da biogeoquímica
21
N° 5 – Novembro 2003Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
Figura 1: Principais correntes na superfície dos oceanos.
Figura 2: Representação da grande circulação oceânica, com a cor clara representando
temperaturas mais elevadas na superfície das águas, enquanto a cor escura representa a
circulação profunda, com temperaturas mais baixas.
À medida que a massa d’água da
Corrente do Golfo vai sendo transpor-
tada para o norte, vai se tornando mais
fria e mais densa, e acaba afundando
até grandes profundidades (1000 –
2000 m) provocando, assim, a movi-
mentação das águas profundas. Este
tipo de corrente é chamada de circu-circu-circu-circu-circu-
lação termohalinalação termohalinalação termohalinalação termohalinalação termohalina, que é resultado do
gradiente de densidade que, por sua
vez, é conseqüência da combinação
entre a temperatura (“termo”) e a
salinidade (“haleto”) da água. A circu-
lação de águas profundas forma um
enorme “Cinturão Oceânico” (do inglês
Conveyor Belt), que move todo o oce-
ano (Figura 2; Millero, 1996). As cor-
rentes superficiais e profundas são as
grandes responsáveis pela distribuição
de calor nos oceanos e, conseqüen-
temente, em todo o planeta.
Sabemos que a temperatura média
do planeta vem aumentando, e se esta
subir o suficiente para derreter grandes
quantidades de gelo na região do Árti-
co, poderia haver um decréscimo na
salinidade da água do mar naquela re-
gião. Levando em conta também o fato
das temperaturas estarem mais eleva-
das, isto poderia provocar uma diminui-
ção na densidade das massas de água
que atingem o norte do Atlântico. Devi-
do à sua baixa densidade, estas águas
poderiam deixar de afundar, enfraque-
cendo a circulação termohalina. Segun-
do modelos matemáticos realizados
por pesquisadores da Universidade de
East Anglia na Inglaterra (http://
www.cru.uea.ac.uk/cru/info/thc), caso
haja um colapso da circulação
termohalina, em 30 anos poderia haver
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0121
5. Aspectos relevantes da biogeoquímica
22
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola N° 5 – Novembro 2003
Figura 3: Isotermas das águas do Oceano Pacífico na longitude de 150o
W, iniciando em latitude de
aproximadamente 63 o
S (perto da Antártida – km zero) e finalizando em cerca de 55o
N, já próximo do
Alaska (~13.500 km de percurso).
um decréscimo de cerca de 8 o
C na re-
gião da Groenlândia e cerca de 2 o
C
em grande parte da Europa. Isto pode-
ria ser traduzido em um decréscimo de
3 a 5 o
C na temperatura, o que seria
equivalente a 30 ou até 50% da queda
de temperatura que ocorreu nas maio-
res glaciações que já houve. Desta for-
ma, fica estabelecido um paradoxo,
pois um aquecimento global poderia
levar a um clima mais frio.
Vemos portanto que os oceanos,
além de terem uma enorme capacida-
de térmica (devido ao alto calor espe-
cífico da água), são os principais res-
ponsáveis pelo transporte de calor ao
redor do planeta (calor latente de va-
porização e correntes marinhas), o que
vem demonstrar sua grande importân-
cia na estabilização do nosso sistema
climático.
Distribuição da temperatura nos
corpos aquáticos
Já discutimos sobre a distribuição
de calor na superfície dos oceanos,
mas agora temos que entender como
é a distribuição do calor nas águas à
medida que “mergulhamos” em dire-
ção ao fundo dos corpos aquáticos. A
Figura 3 mostra a temperatura das
águas de acordo com a profundidade
em uma seção do Oceano Pacífico,
que vai desde a região da Antártida até
perto do Alaska (fonte: http://
probbins.ucsd.edu/sio210/yr2001/
thermo/p16_ptem.gif).
É muito fácil entendermos que a
temperatura da água em qualquer cor-
po aquático profundo
decresce com a profun-
didade, visto que a con-
dução de calor ocorre
de forma muito lenta.
Portanto, as camadas
superiores de água, que
recebem maior insola-
ção, mantém uma tem-
peratura mais elevada
que as camadas infe-
riores, com exceção das regiões pola-
res, onde a insolação é muito baixa.
Além da temperatura, a ação dos ven-
tos é também de suma importância
para manter a camada superior de
água bem misturada, formando assim
a chamada camada de misturacamada de misturacamada de misturacamada de misturacamada de mistura. Este
fenômeno não é exclusivo dos ocea-
nos, e ocorre de modo muito similar
em lagos relativamente profundos
(> 10 m), ou naqueles que, embora
rasos, ficam protegidos da mistura
causada pelo vento.
Abaixodacamadademistura,atem-
peraturadecrescerapidamenteatéapro-
ximadamente 1000 m de profundidade,
formando a chamada termotermotermotermotermoclinaclinaclinaclinaclina (Figu-
ra4).Emlatitudesmaisbaixas(trópicos),
onde a variação de
temperatura atmosféri-
ca durante o ano é re-
lativamentepequena,a
termoclinaépermanen-
te, isto é, há uma estra-
tificaçãopermanenteda
coluna d’água, que im-
pede a mistura entre
as camadas de água
(poisestasapresentam
densidades distintas). Abaixo da
termoclina (zona profundazona profundazona profundazona profundazona profunda) a tempera-
tura decresce muito lentamente até o
leito do oceano. Essa pequena variação
de temperatura nas águas profundas
ocorre em todo o oceano e independe
da estação do ano.
Com a entrada do outo-
no nas regiões temperadas,
a camada de água da su-
perfície começa a resfriar,
levando a um aumento da
sua densidade. Tal aumen-
to da densidade faz com
que essa massa de água
afunde, provocando então
uma mistura da coluna
d’água, com conseqüente
quebra parcial da termo-
clina (Figura 4). No inverno,
além das grandes turbulên-
cias provocadas pelas tem-
pestades, a densidade da
água superficial chega a
seu máximo (devido à gran-
de perda de calor), afun-
dando para profundidades
ainda maiores (100 – 300
m), atingindo assim o má-
ximo de quebra da ter-
moclina sazonal (Open
Univesity, 1995a). Note que
este tipo de circulação ver-
tical é bastante distinto dos
outros tipos de circulação
anteriormente menciona-
O elevado calor
específico da água faz
com que apenas 2,5 m
de coluna d’água do
oceano seja equivalente
à toda capacidade
calorífica da atmosfera
que está sobre o oceano.
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0122
6. Aspectos relevantes da biogeoquímica
23
N° 5 – Novembro 2003Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
dos. A circulação verticalcirculação verticalcirculação verticalcirculação verticalcirculação vertical ocorre de
forma sazonal, e restringe-se a apenas
algumas centenas de metros nas
regiões oceânicas temperadas, pois
são nessas regiões que ocorrem as
grandes variações anuais de tempe-
ratura.
Produtividade primária, distribuição
de nutrientes e oxigênio na hidrosfera
Embora vários elementos sejam
necessários para manter a vida, o ter-
mo “nutrientesnutrientesnutrientesnutrientesnutrientes” tem sido tradicional-
mente utilizado para designar nitrogê-
nio, fósforo e silício. Estes nutrientes
são também chamados de biolimi-
tantes, isto é, limitantes da vida.
A grande maioria dos organismos
vegetais microscópicos que compõem
o primeiro elo da cadeia alimentar em
águas é chamada de fitoplânctonfitoplânctonfitoplânctonfitoplânctonfitoplâncton.
Uma série de micronutrientes conten-
do, por exemplo, ferro, cobre e zinco,
também são es-
senciais para o
m e t a b o l i s m o
adequado do fito-
plâncton. Nitrato
e fosfato, além de
dióxido de carbo-
no e água, são in-
corporados pelo
fitoplâncton du-
rante o processo
de fotossíntese,
que transforma compostos
inorgânicos dissolvidos na água, em
matéria orgânica particulada, isto é, em
tecido vegetal. Foi observado que o
tecido do fitoplâncton marinho possui
em média a proporção atômica C:N:P
de 106:16:1, chamada de razão de
Redfield, o qual propôs a seguinte
estequiometria de reação para o pro-
cesso de fotossíntese:
106 CO2
+16NO3
-
+ HPO4
2-
+ 122 H2
O
+ 18 H+
+ luz
⇔⇔⇔⇔⇔ C106
H263
O110
N16
P + 138 O2
Esta reação no sentido inver-
so representa o processo de res-
piração ou de decomposição da
matéria orgânica. Silicato é utili-
zado por alguns organismos,
particularmente diatomáceas
(fitoplâncton) e radiolárias
(zooplânctonzooplânctonzooplânctonzooplânctonzooplâncton – pequenos ani-
mais sem locomoção própria)
para a formação do esqueleto ou
conchas (Libes, 1992).
A fotossíntesefotossíntesefotossíntesefotossíntesefotossíntese pode ser
definida como o processo
físico-químico pelo qual
plantas, algas e certas
espécies de bactérias usam
energia solar para sintetizar
compostos orgânicos. É o
processo de fotossíntese que
fornece a energia necessária
para a manutenção de pra-
ticamente toda a vida na
Terra. Até mesmo os com-
bustíveis fósseis, que são tão indis-
pensáveis hoje para fornecer energia
para as atividades antrópicas, foram
produzidos por organismos fotos-
sintéticos há milhões de anos. A
produtividade primáriaprodutividade primáriaprodutividade primáriaprodutividade primáriaprodutividade primária refere-se ao
acúmulo de biomassa de plantas com
o tempo, que ocorre pelo processo
fotossintético. Portanto, a produtividade
primária é quantificada pela massa de
carbono orgânico fixado em uma
determinada área (no caso de plantas
terrestres) ou volume de água, dentro
de um certo período de tempo. Nós
veremos mais adiante que a produ-
tividade primária tem grande influência
sobre a atmosfera e o clima da Terra.
Se para ocorrer a fotossíntese é in-
dispensável a presença de luz, então é
óbvio que este processo só poderá
ocorrer na zona fóticazona fóticazona fóticazona fóticazona fótica (ou eufótica, com
luz) que vai de 100 a 200 m de profun-
didade no oceano, e até 10-20 m em
águas interiores. É nessa zona que
ocorre grande consumo de nutrientes
pelo fitoplâncton. É interessante obser-
var que os oceanos são relativamente
pobres em nitrogênio, enquanto que
águas doces têm deficiência de fósfo-
ro. Como mostrado na Figura 5a, em
águas oceânicas, nas primeiras deze-
nas de metros da coluna d’água, parte
dos nutrientes “retorna” para a forma
dissolvida pelo processo de decompo-
sição do ma-
terial morto e
dejetos mas,
visto que a
reciclagem
de nutrientes
na zona fótica
não é 100%
eficiente, uma
parte da ma-
téria orgânica
particulada afunda para águas mais
profundas (zona afóticazona afóticazona afóticazona afóticazona afótica- sem luz). Por-
tanto, a concentração de nutrientes vai
aumentando com a profundidade, pois
na zona afótica estes já não são mais
consumidos, predominando apenas o
processo de decomposição da maté-
ria orgânica. Uma pequena quantida-
de de material particulado atinge as re-
giões mais profundas, e por isto a con-
centração de nutrientes não continua
aumentando indefinidamente. A ausên-
cia do processo fotossintético na zona
afótica impede a produção de oxigê-
nio, restando apenas o processo de
Figura 4: Detalhe da quebra gradual da termoclina em regiões temperadas, de acordo
com o mês do ano no Hemisfério Norte.
A Corrente do Golfo leva
águas mornas da região
da Flórida para o norte-
nordeste do Atlântico,
transportando, assim,
uma grande quantidade
de calor, que vem
amenizar o clima do
oeste Europeu.
Caso haja um colapso da
circulação termohalina,
em 30 anos poderia
haver um decréscimo de
cerca de 8 o
C na região
da Groenlândia e cerca
de 2 o
C em grande parte
da Europa.
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0123
7. Aspectos relevantes da biogeoquímica
24
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola N° 5 – Novembro 2003
Figura 5: Ilustração esquemática da: a) produção e mineralização da matéria orgânica no oceano com a profundidade e b) reciclagem e
transporte de carbono orgânico fixado para o sedimento marinho.
b
a
Quanto maior a
exportação de carbono
orgânico para o
sedimento, maior será
consumo de CO2
da
coluna d’água e,
conseqüentemente, mais
CO2
da atmosfera poderá
ser dissolvido nos
oceanos por simples
difusão.
consumo de oxigênio durante a oxida-
ção da matéria orgânica (Figura 5a). O
processo de fotossíntese nos oceanos
é responsável pela supersaturação de
oxigênio na água em cerca de 3% nos
primeiros metros da coluna d’água, atin-
gindo cerca de 10% de supersaturação
em 50-70 m de profundidade (Millero,
1996), mas em água doce pode atingir
facilmente 150% na superfície de cor-
pos hipereutrofizados.
A Figura 5b mostra que para cada
100 unidades de carbono fixado na
forma de carbono orgânico, 10 unida-
des atingem profundidades maiores,
e menos de 1% é “enterrado” no sedi-
mento (Open University, 1995a). Ain-
da que pareça pequena, esta exporexporexporexporexpor-----
taçãotaçãotaçãotaçãotação de carbono orgânico para o se-
dimento é de suma importância, pois
este carbono se refere ao CO2
que es-
tava dissolvido na água da superfície
do oceano. Quanto maior a exporta-
ção de carbono orgânico para o sedi-
mento, maior será o consumo de CO2
da coluna d’água e, conseqüentemen-
te, mais CO2
da atmosfera poderá ser
dissolvido nos oceanos por simples di-
fusão.
Como nenhuma reciclagem é 100%
eficiente, uma fração
dos nutrientes produzi-
dos também “escapa”
da zona fótica, e é
transportada na forma
particulada para águas
mais profundas. Este
nutriente vai sendo
redissolvido e, no inver-
no, nas regiões tempe-
radas, o aumento da
densidade da água na
superfície provoca a
mistura das águas su-
perficiais (quebra da termoclina), pro-
movendo a reintrodução de nutrientes
para a zona fótica (Figura 6; Libes,
1992). Porém, nesta época do ano, o
crescimento fitoplanctônico é limitado
pela baixa quantidade de luz disponí-
vel. Como a população de fitoplâncton
é baixa, isto também irá limitar a po-
pulação de zooplâncton. Quando a in-
tensidade luminosa aumenta no início
da primavera, a taxa de crescimento
do fitoplâncton é bastante rápida (cha-
mada de floração), provocando tam-
bém o crescimento da
população de zooplânc-
ton (consumidores). Du-
rante o verão, a produti-
vidade primária é bas-
tante baixa, apesar da
abundância de luz, devido ao esgota-
mento de nitrogênio (primeiro nutrien-
te a ser esgotado). Na chegada do ou-
tono, a temperatura at-
mosférica começa a
declinar e, com as tem-
pestades, a termoclina
é parcialmente destruí-
da. Assim, há uma pe-
quena injeção de nutri-
entes de volta para a
zona fótica, causando
uma segunda floração
do fitoplâncton (porém
menos intensa), pois
ainda há luz suficiente.
Com a entrada do in-
verno, o nível de luz cai drasticamen-
te, levando a uma grande diminuição
da taxa de crescimento do fitoplâncton.
Em águas interiores, este fenôme-
no também ocorre, mas com algumas
peculiaridades. Em lagos profundos ou
mesmo naqueles mais protegidos de
ventos, a estratificação térmica faz com
que as águas do fundo, quase sempre
mantidas no escuro, também sejam re-
novadas por convecção no início do ou-
tono, quando as temperaturas mais bai-
xas resfriam as camadas superiores
destes corpos aquáticos, conforme já
discutido. A água mais fria (e mais den-
sa) afunda, trazendo as águas do fun-
do do lago agora ricas em nutrientes
que foram exportados pelo sedimento,
o qual está normalmente sob anoxia. E
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0124
8. Aspectos relevantes da biogeoquímica
25
N° 5 – Novembro 2003Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
assim, o ciclo biológico de assimilação
de carbono ocorre em todos os reser-
vatórios da hidrosfera abertos para a at-
mosfera, com grande quantidade de flu-
xo de matéria nesta interface.
Neste exemplo, ilustrado na Figura
6, podemos perceber claramente que
o fenômeno físico de diminuição da
temperatura levou a uma drástica mu-
dança na composição química das
águas daquela região oceânica (dis-
tribuição de nutrientes) que, por sua
vez, causou grande alteração no ciclo
biológico. Vemos que não é possível
entender a composição química da
água do mar (ou dos sedimentos ma-
rinhos) sem considerar os processos
biológicos. Já podemos entender
como o fluxo de carbono orgânico
(produzido biologicamente) para o fun-
do do oceano pode controlar a con-
centração de CO2
na atmosfera. A prin-
cipal explicação para as baixas con-
centrações de CO2
na atmosfera du-
rante os períodos glaciais é, justamen-
te, maior exportação de carbono para
o sedimento.
A produtividade primária líquidaprodutividade primária líquidaprodutividade primária líquidaprodutividade primária líquidaprodutividade primária líquida
refere-se à diferença entre o carbono
fixado pela fotossíntese e aquele emi-
tido pela respiração. Hoje, estima-se
que a produtividade primária líquida
total (marinha e terrestre) é
de 105 GtC (gigatonelada de
carbono) por ano, sendo que
46% se refere à produtivida-
de oceânica (Field et al.,
1998).Dosestimados5,5 GtC
emitidos para a atmosfera a
cada ano por meio da quei-
ma de combustíveis fósseis,
os oceanos são responsá-
veis pela absorção de cerca
de 35% deste total. Porém,
nos oceanos, a produtivida-
de primária é muito variável.
Visto que a costa oceânica
recebe grandes incrementos
de nutrientes pelo transporte
de águas fluviais ricas em nu-
trientes, e como estas águas
permanecem bem mistura-
das o ano todo, nessa região
há uma elevada produtivida-
de primária (Figura 7).
Em águas tropicais e
equatoriais, a baixa produtivi-
dade é praticamente uniforme
durante todo o ano (Andrews et al.,
1996). Isto ocorre porque a estra-
tificação térmica não é quebrada duran-
te o ano, causando uma deficiência de
nutrientes permanente. Uma exceção a
esta regra ocorre na região equatorial
do Pacífico, próximo à costa do Peru.
Ali existe um fenômeno hidrodinâmico
(ressurgência) que bombeia águas pro-
fundas para a superfície, promovendo
um enriquecimento nutritivo dessas
águas, que eleva a atividade biológica.
À medida que a latitude aumenta, po-
demos observar um incremento na pro-
dutividade primária devido à quebra sa-
zonal da termoclina em regiões tempe-
radas e à ausência total da termoclina
nas regiões polares.
Fluxos na interface água-ar
A interface água-ar é uma região
muito dinâmica, onde a troca de ener-
gia e de matéria ocorrem continuamen-
te. Muito embora para todos nós a per-
cepção do fluxo de energia nesta
Figura 6: Variações sazonais na concentração relativa de nutrientes, fitoplâncton e de
consumidores heterótrofos (bactérias, protozoários e zooplâncton) em águas oceânicas
temperadas.
Figura 7: Distribuição da produtividade primária média nos oceanos em 1998, obtida pelo satélite
SeaWiFES. (fonte: NASA)
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0125
9. Aspectos relevantes da biogeoquímica
26
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola N° 5 – Novembro 2003
interface seja algo muito natural (vide
a luz solar e a fotossíntese, por exem-
plo), o fluxo de espécies gasosas tem
sido muito pouco estudado. Gases
biogênicos, gerados ou consumidos
por atividade biológica (respiração e
fotossíntese, por exemplo) como o CO2
e O2
, causam um desequilíbrio de con-
centração na fase aquosa, fato este
que se reflete na trans-
ferência de massa nes-
ta interface.
De acordo com a
Lei de HenryLei de HenryLei de HenryLei de HenryLei de Henry, todo cor-
po aquático tende a
entrar em equilíbrio
com a atmosfera exis-
tente sobre ele, o que
implica em dizer que os
gases presentes na
fase gasosa irão se dis-
solver na fase aquosa, sendo que a
concentração esperada na fase líqui-
da é dada por:
CA
= KH
pA
onde CA
é a concentração (atividade)
da espécie A na fase líquida, KH
é a
constante de Henry e pA
é a pressão
parcial da espécie A. É intuitivo assu-
mir que se um gás está sendo gerado
na fase líquida e esta vai se tornando
super-saturada com respeito a este gás,
o mesmo tende a fluir para a atmosfe-
ra, num fluxo chamado evasivo (com
respeito ao corpo aquático). No entan-
to, se num corpo iluminado a fotos-
síntese consome muito do CO2
dissol-
vido, a fase aquosa tende a ficar insa-
turada com respeito a este gás, e é de
se esperar que, para compensar esta
insaturação, haja um fluxo invasivo do
gás para a fase aquosa. De acordo com
a primeira lei de difusão molecular delei de difusão molecular delei de difusão molecular delei de difusão molecular delei de difusão molecular de
FickFickFickFickFick, o fluxo de massa na interface
água-ar é movido pela diferença de
concentração, de acordo com:
F = -K (Catm
/KH
– Caq.
)
onde F é o fluxo de massa numa dada
área e num período de tempo, o sinal
menos indica que o mesmo ocorre no
sentido ar-água, K é a chamada cons-
tante de transferência (função da
temperarura, turbulência na interface,
etc), Catm
- a concentração da espécie
na atmosfera, Caq
- a concentração da
espécie na água e KH
, a constante de
Henry. A Tabela 3 mostra alguns resul-
tados de fluxo de CO2
obtidos nos re-
servatórios de três usinas hidrelétricas
do Estado de São Paulo. Estas medi-
das são quase sempre feitas com o
auxílio de câmaras colocadas sobre a
superfície da água, monitorando-se o
gás de interesse no in-
terior da mesma, em
intervalos de tempo
pré-estabelecidos.
É interessante ob-
servar que, enquanto
os reservatórios de
Bariri e Barra Bonita são
corpos emissores de
dióxido de carbono, o
reservatório de Promis-
são atua como um
absorvedor (sumidouro ou túmulo) de
CO2
. Esta diferença de comportamen-
to quanto ao CO2
é fruto da atividade
biológica existente nos reservatórios,
onde a predominância da respiração
sobre a fotossíntese gera corpos aquá-
ticos super-saturados com respeito a
este gás.
A fertilização dos oceanos por ferro
Com base na Figura 7, vemos que
há uma elevada produtividade primá-
ria nas regiões polares, porém, desde
os anos 20 foi observado que, nessas
regiões, há concentra-
ção suficientemente
elevada de nutrientes
para manter uma pro-
dutividade muito mai-
or, ainda que levando
em consideração as li-
mitações impostas pela luz e pela
pressão dos consumidores. Já nos
anos 30 foi levantada a hipótese de
que a produtividade, abaixo do espe-
Tabela 3: Fluxos de CO2
medidos em reservatórios de usinas hidrelétricas no Estado de
São Paulo. O total de CO2
emitido foi estimado pelo produto do fluxo médio pela área da
represa.
Reservatório Fluxo Médio Total Emitido
(mg CO2
m-2
dia –1
) (toneladas de CO2
dia-1
)
Barra Bonita + 4.080 + 1265
Promissão – 1328 – 704
Bariri + 6.117 + 385
Adaptado de Furtado, 2001.
rado, poderia ser causada pela escas-
sez de elementos traços ou compos-
tos orgânicos. Mas, só no final da dé-
cada de 80 (com o avanço da Quími-
ca Analítica), é que foi levantada a hi-
pótese de que o elemento ferro pode-
ria ser o micronutriente limitante. Foi
então estabelecida pelo cientista ame-
ricano John H. Martin, a chamada “hi-hi-hi-hi-hi-
pótese do ferropótese do ferropótese do ferropótese do ferropótese do ferro” (Boyd e Law, 2001).
Em 1986 ele disse a célebre frase: “Dê-
me meio cargueiro de ferro que eu te
darei uma nova era glacial”. A partir
desta data, vários experimentos in vitro
e in situ foram idealizados para se tes-
tar esta hipótese.
Os primeiros experimentos em lar-
ga escala foram o IronEx I e IronEx II
(abreviação de Iron Experiement), rea-
lizados nas águas do Pacífico Equato-
rial, onde foram introduzidas algumas
toneladas de sulfato ferroso, acompa-
nhando as respostas química e bioló-
gica que se seguiram. Sete dias após
a introdução de ferro (IronEx II), a con-
centração de CO2
na superfície da
águas decresceu de 530 µatm para
aproximadamente 420 µatm devido à
atividade fotossintética, ou em outras
palavras, a adição de meia tonelada
de ferro resultou na retenção de 100
toneladas de CO2
(Coale et al., 1996).
Em fevereiro de 1999 foi realizado
o experimento “SSSSSouthern OOOOOcean IIIIIron
RERERERERElease EEEEExperiment” (SOIREESOIREESOIREESOIREESOIREE) nas
águas próximas do continente Antárti-
co, cuja concentração
inicial de ferro era de
0,08 nmol L-1
(Boyd e
Law, 2001). Neste ex-
perimento, em uma
área de 50 km2
foram
adicionadas 4 tonela-
das de FeSO4
(correspondente a 3,8
nmol L-1
Fe na camada de mistura de
65 m) e depois mais 1,5 toneladas no
3o
, 5o
, e 7o
dia do experimento. No 13o
Dos estimados 5,5 GtC
emitidos para a
atmosfera a cada ano por
meio da queima de
combustíveis fósseis, os
oceanos são
responsáveis pela
absorção de cerca de
35% deste total.
“Dê-me meio cargueiro
de ferro que eu te darei
uma nova era glacial”.
John H. Martin
3-03-hidrosfera.p65 17/10/03, 08:0126
10. Aspectos relevantes da biogeoquímica
27
N° 5 – Novembro 2003Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
dia, a biomassa fitoplanctônica aumen-
tou 6 vezes, e houve uma importante
alteração na distribuição da população
de diferentes espécies de fitoplâncton
na região. Neste experimento, houve
a remoção de 2000 toneladas de CO2
da atmosfera, sendo que depois de
mais de 40 dias da fertilização, a
biomassa fitoplanctônica ainda era ele-
vada. Poderíamos então dizer que or-
ganismos microscópicos dos oceanos
poderiam regular o sistema climático
do nosso planeta?
A grande questão que ainda não foi
respondida é: este carbono orgânico
fixado durante a floração do fitoplâncton
vai ser enterrado no fundo do oceano,
ou vai apenas ser reciclado na coluna
d’água? Embora no início do experi-
mento tenha sido observado que o
crescimento do fitoplâncton foi mais efi-
ciente do que o crescimento do zoo-
plâncton, havendo um desequilíbrio, em
um tempo maior es-
pera-se que o equilí-
brio seja novamente
atingido, e todo o
fitoplâncton produzido
seja consumido. Por
este motivo, alguns ci-
entistas acreditam
que, mesmo que haja
um aumento da produtividade primá-
ria, haverá um aumento da pastagem
(consumo) pelo zooplâncton na mes-
ma proporção, apenas aumentando a
quantidade de nutrientes reciclados,
sem necessariamente aumentar a ex-
portação de carbono para o sedimen-
to. Portanto, o efeito da fertilização por
ferro nos oceanos po-
deria ser apenas tran-
sitório, sem resultar na
perda efetiva de CO2
da atmosfera. Mode-
los matemáticos ela-
borados a partir dos
resultados observados
no SOIREE sugerem
que, se o carbono in-
corporado pelo fito-
plâncton naquele ex-
perimento permanecer na superfície do
oceano, em cerca de 12 meses este
retornará na forma de CO2
para a at-
mosfera.
Conclusões
Fica evidente que o nosso planeta
tem um estoque imenso de água, um
composto tão simples
sob o ponto de vista quí-
mico, mas muito impor-
tante no controle de vári-
os parâmetros que afe-
tam diretamente a nossa
qualidade de vida. Muito
embora a água doce seja
essencial para a manu-
tenção da nossa vida, seu estoque no
planeta é pequeno, e tem dado mos-
tras de que embora seja um recurso
renovável, não pode ser confundido
com um recurso inesgotável. O desca-
so com a preservação da qualidade das
Nas águas próximas ao
continente Antártico, a
adição de 4 toneladas de
ferro levou à remoção de
2000 toneladas de CO2
da atmosfera.
Impossível pensar num
desenvolvimento
harmonioso, em termos
de sustentabilidade, sem
pensar na preservação e
na exploração racional
de todos os recursos
hídricos no nosso
planeta.
águas superficiais faz com que a cada
dia diminua o número de mananciais
que podem ser usados
para suprir a demanda
imposta pela crescente
população, aumentando
os custos para torná-la
adequada aos seus vá-
rios usos.
Por outro lado, o
oceano confina mais do
que 97% da água da
Terra, mas para os se-
res humanos o fato des-
ta água não poder ser usada tal qual
devido à sua alta salinidade, faz com
que este reservatório seja relegado a
um segundo plano no tocante a sua
conservação. No entanto, foi mostra-
do que seu papel é fundamental na
manutenção e no controle do clima
planetário, seja pelas correntes mari-
nhas ou pelo aprisionamento do car-
bono, além de ser o grande responsá-
vel pelo estoque de biomassa que su-
pre grande parte das necessidades de
alimentos para a humanidade. Impos-
sível pensar num desenvolvimento har-
monioso, em termos de sustentabili-
dade, sem pensar na preservação e
na exploração racional de todos os re-
cursos hídricos no nosso planeta.
Maria Lúcia A. M. Campos é professora Doutora do
Departamento de Química, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de
São Paulo, 14040-901, Ribeirão Preto, SP.
lcampos@ffclrp.usp.br. Wilson F. Jardim - Instituto de
Química, UNICAMP. Caixa Postal 6154, 13084-971
Campinas, SP.
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