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Título: CONTINUIDADE DO TRATAMENTO NOS
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAIS
INFANTOJUVENIS DE FORTALEZA: DA ANÁLISE
ESPACIAL À DESCRIÇÃO SOCIAL EINSTITUCIONAL
Aluno: Herson Alexandre de S.Meireles
Orientador: Prof. Drª. Ana Paula Soares Gondim - Departamento de Farmácia.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA ODONTOLOGIA EENFERMAGEM
GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
Introdução
• Esse estudo originou-se a partir de um Projeto Guarda-Chuva intitulado “Utilização de psicofármacos em
crianças e adolescentes inseridos na rede pública de saúde mental de Campinas e de Fortaleza”.
• Crianças e os adolescentes com transtornos mentais moderados a graves SUS, obtêm atendimento nos CAPSi,
que têm a missão de oferecer cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial.
• Substituir o modelo hospitalocêntrico, de forma a evitar as internações e favorecer o exercício da cidadania e da
inclusão social dos usuários e de suas famílias.
• Os CAPSi são dispositivos estratégicos para a organização da rede de atenção em saúde mental. Eles devem ser
territorializados, ou seja, devem estar circunscritos no espaço de convívio social.
(BRASIL, 2004)
Introdução
após a criação dos CAPS.
• Aproximadamente 12,6% dos brasileiros entre 6 e 17 anos apresentam sintomas de transtornos mentais
im portantes.
(RODRIGUES, 2006)
• As abordagens terapêuticas adotadas nos CAPSi são: medicamentosas e não medicamentosas.
(ONOCKO, 2005)
• Crescimento do número de indivíduos que adquirem o psicofármaco na farmácia do SUS, principalmente
(ABP, 2008)
• Os tipos de transtornos mentais que mais acometem as crianças são: deficiência mental, autismo, psicose
infantil e transtornos de ansiedade
(SUS; CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2010)
Introdução
• Estudos Ecológicos : As medidas usadas representam características de grupos populacionais.
Portanto a unidade de análise é a população e não o indivíduo.
• Geoprocessamento: Disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais
para o tratamento da informação geográfica.
• As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação
Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao
criar bancos de dados geo-referenciados.
(INPE, 2003)
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
• Analisar os fatores que interferem na continuidade do tratamento de crianças em acompanhamento nos
Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) do município de Fortaleza-CE.
Objetivos Específicos:
• Analisar o fluxo de deslocamento dessas crianças e suas interferências na continuidade do tratamento.
• Caracterizar os usuários em relação aos aspectos demográficos e institucionais destes serviços de saúde
mental infantil.
• Analisar se características demográficas, sociais e institucionais desses pacientes podem estar relacionadas ao
desfecho do tratamento.
Classificação dos transtornos mentais em crianças e sua epidemiologia
• Os transtornos de comportamentos emocionais incluem os transtornos hipercinéticos com distúrbios da
atividade e da atenção e distúrbios de conduta.
• Palavras como histeria, mania e melancolia eram usadas para caracterizar algumas delas. Diversos termos
foram sendo incorporados ao jargão médico, como, por exemplo: loucura circular, catatonia, paranóia, etc.
(GOMES DE MATOS, 2005)
• Atualmente, há duas classificações dos transtornos mentais em pregadas nos serviços de saúde.
International Classification of Disorder-10 (CID-10) e Diagnostic and Statistics Manual V (DSM-V).
(OMS, 2011).
Retardo Mental TDAHTranstornos do desenvolvimento
psicológico
•A OMS (2001) e a CID-10 categorizaram os transtornos mentais na infância em: transtornos do
desenvolvimento psicológico e os transtornos de comportamento e emocionais.
(OMS, 2011).
Classificação dos transtornos mentais em crianças e sua epidemiologia
• Dados epidemiológicos mostram que a prevalência de transtornos psiquiátricos entre crianças e
adolescentes, no mundo, é de 10-15%, no qual os diagnósticos mais frequentes são: Transtorno de
conduta/desafiador-opositivo (7,0%) e Transtornos ansiosos (5,2%).
(SCIVOLETTO, et al.,2010).
• No Brasil, uma pesquisa de base populacional com crianças com a mesma faixa etária indicou a
prevalência dos transtornos mentais, com variação entre 7% e 12,7%.
(GOODMAN; MULLICK, et al., 2005)
• Em um estudo na cidade de São Paulo, registrou o fato de que transtornos de comportamentos e
emocionais são os mais frequentes (21%), seguidos por transtorno do desenvolvimento psicológico
(16,2%) e retardo mental (10,5%) .
(DELFINI, 2009).
• A origem desses problemas estão ligados a: violência (no meio familiar e social), fatores genéticos,
desordens cerebrais, perdas de entes queridos, problemas no desenvolvimento, a rejeição dos pais
biológicos.
(FEITOSA et al.,2011)
Tratamento para transtornos mentais em crianças
• Para que o CAPS possa efetivamente ser um serviço substitutivo ao asilo, a mudança do modelo de atenção deve
ocorrer em todos os processos de trabalho e nos serviços.
na gestão.
(PASSOS; BENEVIDES, 2001).
• As abordagens do tratamento são elaboradas de forma multidisciplinar, com participação de educadores,
profissionais e familiares, realizando intervenções do tipo socioeducativa (comunitária) e farmacológica
(individualizada).
(RIBEIRO, 2007).
• As medidas socioeducativas são uma forma de trabalhar a humanização no tratamento, desenvolvendo a
autonomia do paciente, a sua coresponsabilidade, o protagonismo dos atores envolvidos e participação coletiva
(MORETTO; CONEJO; TERZIS, 2008).
• Os tratamentos farmacológicos, foram importantes no processo de desospitalização, permitindo a esses pacientes
uma redução do número de internações.
(BRASIL, 2001).
• Na infância, a base do tratamento farmacológico, se restringe aos psicofármacos. Tem como objetivo, reduzir o
número de sintomas, bem como facilitar a aplicação de intervenções de psicoterapia.
(RIBEIRO, 2007)
TERRITORIALIZAÇÃO
• Outro foi a instituição da Rede de Atenção Psicossocial, ou RAPS, é criada a partir da Portaria nº 3088 de 23 de
dezembro de 2011.
• A primeira proposta de regionalização organizava os serviços segundo níveis de complexidade tecnológica, em
níveis primário, secundário e terciário. Passando posteriormente a municipalização dos serviços de saúde.
(GONDIM, 2008)
• Passou a ser implementado em 2006 o Pacto pela Saúde, que considerou a regionalização como estratégia
estruturante da gestão do Sistema e definiu região de saúde como “...recortes territoriais inserido em um espaço
geográfico contínuo, identificadas pelos gestores municipais e estaduais a partir de identidades culturais,
econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território”.
(BRASIL, 2006)
• Marco importante para a regionalização da saúde mental a publicação da Portaria de nº 336, 19 de fevereiro de
2002, que reconheceu e ampliou o funcionamento do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), constituídos na
modalidade, CAPS I, CAPS II e CAPS III.
TERRITORIALIZAÇÃO
• CAPS i II – Serviço de atenção psicossocial para atendimentos a crianças e adolescentes, constituindo-se na
referência para uma população de cerca de 200.000 habitantes, ou outro parâmetro populacional a ser
definido pelo gestor local, atendendo a critérios epidemiológicos.
• Existem 1651 CAPS em todo o território brasileiro. Do total, 122 no estado de ceará, destes 14 estão na capital
Fortaleza, sendo 2 CAPSi. (DATASUS, 2014)
• De acordo com estimativas do IBGE, o município de Fortaleza possui uma população de 2.500.194 habitantes,
sendo de 793.064 habitantes na faixa etária de 0 a 19 anos.
ESTUDOS ECOLÓGICOS
• Estudos ecológicos são definidos como aqueles em que a unidade de análise é uma população ou grupo de
pessoas, que geralmente pertence a uma área geográfica definida, uma cidade, e tem como objetivo avaliar
como o contexto social e ambiental pode afetar a saúde de grupos populacionais.
(MEDRONHO, 2009)
• Os principais objetivos são: a identificação de regiões de sobre-risco em relação à média global do processo
estudado e a busca de fatores potencialmente explicativos dos diferenciais de incidência encontrados, seja
no campo da análise exploratória, "mapeando" doenças, ou buscando modelos explicativos, identificando
diferenciais de risco e apontando medidas preventivas.
(CARVALHO, 2005)
ANÁLISE DE DADOS ESPACIAIS E GEOPROCESSAMENTO
• Conhecer as condições de vida e saúde dos diversos grupos populacionais é uma etapa indispensável do
processo de planejamento da oferta de serviços e da avaliação de impacto das ações de saúde.
• A análise da distribuição espacial das doenças e de seus determinantes já era de interesse da
Epidemiologia, no entanto, só recentemente é que um instrumento metodológico especificamente para
este fim começou a ser utilizado de forma sistemática.
(RIPSA/CTI, 2000)
• O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de técnicas computacionais necessárias para
manipularinformações espacialmente referidas.
(Brasil, 2006)
• Dentre os sistemas que o utilizam as técnicas de geoprocessamento, salientam-se os GIS, definido por
Sanson, 1991, como uma estrutura de processamento eletrônico de dados, que permite capturar,
armazenar, analisar e demonstrardados referenciados geograficamente.
Metodologia
• Tipo de Estudo: Ecológico e Descritivo.
• População: Foram realizadas 292 entrevistas com os responsáveis das crianças e adolescentes em
acompanhamento do CAPSi no ano de 2012, por ocasião do projeto guarda-chuva. Destes, 243 se
enquadraram nos critérios de seleção e fizeram parte da amostra.
• Local de estudo: Os dois CAPSi do município de Fortaleza, Ceará. Um localizado no bairro de Fátima e
nomeado “Maria Ileuda Verçosa”, referência para o atendimento das Secretarias Executivas Regionais II,
IV e VI.
• O segundo, nomeado “Estudante Nogueira Jucá”, está localizado no bairro Rodolfo Teófilo, pelo
atendimento das Secretarias Executivas Regionais I, III e V.
Metodologia
• Critérios de inclusão e exclusão: Ter participação: ter participado do projeto guarda-chuva; apresentado
prontuário com todas as informações de interesse preenchidas e ter assinado o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
• Foram excluídas do estudo as crianças que não possuíam as variáveis de interesse preenchidas no
prontuário, que residiam em outro município; as que já haviam participado da entrevista ou as que não
tiveram seu prontuário localizado.
• Coleta de dados: Os dados foram coletados com base nas informações apresentadas nos prontuários dos
pacientes. Os números desses prontuários foram obtidos através das informações contidas no projeto
guarda-chuva. A coleta dos dados foi realizada no período de março a setembro de 2014.
Metodologia
 Descrição das variáveis analisadas
 Características sociais e demográficasda criança:
• Idade - estabelecida em anos; sexo - masculino ou feminino; meio de transporte utilizado – coletivo ou individual;
idade, distância da moradia ao CAPSi.
 Características institucionais quanto ao diagnóstico e tratamento da criança:
• Diagnóstico; medicamento prescrito; desfecho do tratamento (alta, continua e descontinua).
Metodologia
 Análise dos Resultados:
• Os dados foram armazenados e analisados utilizando o programa estatístico STATA, versão 09.
• Para a construção dos mapas temáticos e cálculo das distâncias foi utilizado o SIG Quantum GIS 2.2.0 (QGIS).
• Para elaboração do mapa de calor, foi utilizado o pro programa TerraView 4.2.1 (INPE), utilizando o estimador
de intensidade de kernel. A malha digital cartográfica do município de Fortaleza, foi obtida junto ao IBGE.
• O plano de análise dos dados incluiu a obtenção de frequências simples com todas as variáveis do estudo. A
variável dependente reconhecida como desfecho do tratamento, com as variáveis independentes: sexo, idade,
meio de transporte, distância ao CAPS , quantidade de medicamentos utilizados e diagnóstico.
• Os mapas foram elaborados com base nos valores absolutos, não levando em consideração as taxas e a
densidade demográfica das regiões.
Metodologia
 Aspectos éticos
• O protocolo de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza e aprovado
com o n° 189/2011. Foram respeitados os direitos dos entrevistados ao anonimato e à autonomia.
• Em todos os casos, os indivíduos foram devidamente informados sobre os objetivos do estudo, importância da
sua participação e o caráter confidencial das informações.
• A permissão para inclusão do CAPS como local de pesquisa foi realizada por meio do termo de Autorização de
Fiel Depositário.
Resultados
 Distribuição espacial das crianças acompanhadasnos centros de apoio psicossocial infantojuvenil :
• Das 243 crianças que atenderam os critérios de inclusão do estudo, 150 pertencem ao CAPSi Estudante Nogueira
Jucá, localizado na SER III, e 93 crianças pertencem ao CAPSi Maria Fleuda Verçosa, na SER IV.
Figura 1: Distribuição da amostra das crianças acompanhadas nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis.
Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Características demográficas e sociais das crianças
12 15 6,17
Tabela 1: Distribuição do número de crianças acompanhadas tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis, de
acordo com as variáveis (sexo, idade, meio de transporte e distância). Fortaleza-CE. Março a novembro, 2014.
VVaarriiáávveeiiss NN %% MMédéidaia DDeessvviiooPPaaddrrããoo
STeraxnosp(no=rt2e43)
MInadsicvuidliunaol 12781 117,24,5
FCemolientivno 21652 882,85,5
IDdiasdtâen(caiano(sm)etros) 5.8089 2.724,26
165 –31.604 151 6,02,41
1.6054– 3.044 2124 95,76
3.0455– 4.484 3273 159,2,47
4.4856– 5.924 5276 231,04,70
5.9257– 7.364 3399 161,61,05
7.3658– 8.804 3318 121,58,64
8.805 –910.244 2311 81,72,76
10.2451–011.684
11.6851–113.124
1381 71,42,76
325 11,20,29
Características institucionais do diagnóstico das crianças
CID 10 Hipótese Diagnóstica n %
F00 - F09
Transtornos
sintomáticos.
mentais orgânicos, inclusive os
4 1,4
F10 – F19
Transtornos mentais e comportamentais devidos
ao uso de substância psicoativa.
0
F20 – F29
Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e
transtornos delirantes.
10 3,3
F30 – F39 Transtornos do humor [afetivos] 16 5,3
F40 – F48
Transtornos neuróticos, transtornos relacionados
com o estresse e transtornos somatoformes.
17 5,6
F50 – F59
Síndromes comportamentais associadas a
disfunções fisiológicas e a fatores físicos.
0
F60 – F69
Transtornos da personalidade e do comportamento
do adulto.
0
F70 – F79 Retardo mental 99 32,5
F80 – F89 Transtornos do desenvolvimento psicológico. 35 11,5
F90 – 99
Transtornos do comportamento e transtornos
emocionais que aparecem habitualmente durante a
infância ou aadolescência.
123 40,4
Tabela 2: Distribuição das crianças atendidas nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis, segundo o diagnóstico. Fortaleza-CE. Março a
novembro, 2014.
Características institucionais do tratamento das crianças
Tabela 3: Distribuição das crianças atendidas nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis, segundo as características institucionais do
tratamento. Fortaleza-CE. Março a novembro, 2014.
Variáveis N % Média Desvio Padrão
Continuidade
Sim 186 76,5
Não 48 19,8
Alta 9 3,7
Quantidade de medicamentos 1,4 0,8
0 23 9,4
1 123 50,7
2 75 30,9
3 22 9
Medicamento
Risperidona 75 30,8
Imipramina 22 9
Carbamazepina 22 9
Haloperidol 21 8,6
Fatores relacionados a continuidade do tratamento
Sexo: 0,458
Masculino 7 77,7
166 89,2 40 85,1 9 100
VVaarriiáávveeiiss
Tabela 4: Distribuição das crianças com parando o desfecho do tratamento e variáveis sociais, demográficas e
institucionais tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Desfecho doDTesrfaetcahmoednotoTratamento
Valor pContinCuoantinua DescontinuaDescontinuAalta ValoArlpta
N N % %N %N N % % N %
Quantidade de medicamento 0,000
Femini
0
o
9 16,7 6 66,7
- -
03
,709
33,3
1n
Transport2e
(n=242) 3
135 72,6
51 95 27,4
63
19
39
4,8
51,19
33,9
10,2
81,2
8
182,88
9
3
2 58,322,3
18,8
6,2 - -
DistCânocliaet(imvoetros) 0,651
165 – 1.604 9 4,9 6 12,5 - -
1I.n6d05iv–id3u.0a4l4 20 16 10,8 8,67 145,9 - 10,4 - 1 11,1
Faix3a.0e4t5ár–ia4.(4a8n4os) 29 15,6 7 14,6 01,843 11,1
4.4835––75.924
5.9825––172.364
80
106
41
29
43
57
2220
15,268
411,36
588,4
3
6
27,133,3
16,766,7
3
2
33,4
22,2
7.365 – 8.804 26 14 3 6,2 2 22,2
8.805 – 10.244 20 10,7 1 2,1 - -
10.245 – 11.684 14 7,5 4 8,3 - -
11.685 – 13.124 2 1,1 1 2,1 - -
Análise espacial das variáveis
Figura 2: Distribuição da amostra das crianças que continuam o tratamento nos centros de atenção psicossociais
infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Análise espacial das variáveis
Figura 3: Distribuição da amostra das crianças que descontinuaram o tratamento nos centros de
atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Análise espacial das variáveis
Figura 4: Distribuição da amostra das crianças que receberam alta nos centros de atenção
psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Análise espacial das variáveis
Figura 5:Distribuição da amostra das crianças que não fazem uso de medicamentos nos centros
de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de2014.
Análise espacial das variáveis
• Figura 6: Distribuição da amostra das crianças que utilizam um medicamento nos centros de
atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Análise espacial das variáveis
Figura 7: Distribuição da amostra das crianças que utilizam dois medicamentos tratamento nos
centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Análise espacial das variáveis
Figura 8: Distribuição da amostra das crianças que utilizam três medicamentos tratamento nos
centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
Discussão
• Um dos principais achados desse estudo, foi investigar a relação entre as características demográficas, sociais e
institucionais com o desfecho do tratamento entre as crianças acompanhadas nos CAPSi de Fortaleza-CE, no qual
encontrou uma relação estatisticamente significante entre a quantidade de medicamentos e o desfecho do tratamento.
• Este estudo identificou que as variáveis idade, sexo, meio de transporte e distância não foram estatisticamente
significante, mas se mostraram importante nos desfechos clínicos.
• Uma das principais limitações presentes nesse estudo estão relacionadas ao tipo de dado utilizado para elaboração dos
mapas, pois foram aplicados valores absolutos, não levando em consideração as taxas de prevalência, que leva em
consideração a densidade demográfica de cada região em análise, então, corre o risco da análise apenas representar o
padrão de distribuição da população. Embora o estudo se proponha a romper o entendimento absoluto da descrição dos
estudos ecológicos, por partir de uma população conhecida.
• No estudo, a maioria das crianças acompanhadas nos CAPSi são do sexo masculino, que corrobora com os resultados de
estudos realizados em outros CAPSi do País. Segundo Hoffman (2008), as crianças do sexo masculino também eram
predominantes (62,8%), com média de 11,1 anos e Delfini et al. (2009), encontraram um percentual similar (61,2%) de
crianças do sexo masculino e uma média de idade de 9,4 anos.
Discussão
•Neste estudo, foi encontrado o desenvolvimento de abordagens terapêuticas e não terapêuticas, contudo, a abordagem
terapêutica foi a mais adotada. Logo, observa-se que o tratamento dos transtornos mentais ainda ocorre baseado na
medicalização.
• Quanto continuidade do tratamento, um estudo realizado por Romaro (2003), identificou em uma população infantil
de um serviço de psicologia, que 72% de pacientes da faixa etária compreendida de 0 a 14 anos, continuaram o
tratamento, porcentagem compatível com a encontrada neste estudo.
• Entre os antipsicóticos, risperidona e haloperidol são os mais prescritos em crianças nos CAPSi de Fortaleza. Em um
estudo realizado na Espanha, os antidepressivos são uma das classes mais prescritas em crianças, juntamente com
ansiolíticos, antipsicóticos e estimulantes (TORO; 2006).
• O diagnóstico mais identificado nesse serviço de saúde mental infantojuvenil de Fortaleza foi transtorno de
comportamento. Esse resultado corrobora estudo realizado por Hoffmann (2008), onde prevaleceu também esse
grupo de transtorno. No entanto, o achado foi destoante quanto ao diagnóstico de retardo mental, que encontrou
uma baixa frequência no diagnóstico deste transtorno (5,7%), devido ao distúrbio ser registrado em muitos casos
como um diagnóstico secundário, associado a outros transtornos.
Discussão
• Apesar do presente estudo não encontrar relação significante entre as variáveis e sua influência na continuidade do
tratamento, autores como Palermo (2005), reconhecem a acessibilidade geográfica, como um dos fatores delimitantes
da acessibilidade aos serviços de saúde, definindo-a como a distância média entre o indivíduo e o serviço de saúde.
• Com relação aos medicamentos, Ribeiro (2006) avaliou os fatores associados ao abandono do tratamento em saúde
mental, encontrou na abordagem exclusivamente farmacológica uma associação ao não abandono. Em contraponto,
Edlund (2002), encontrou em seu estudo, que taxas mais baixas de abandono ocorreriam com tratamento combinado,
o farmacológico e o não farmacológico.
Conslusão
• Levando em consideração a primeira questão formulada nesse estudo, será que a distância da moradia das crianças
acompanhadas nos CAPSi e a localização dos serviços de saúde mental infantojuvenil influenciam no desfecho do
tratamento? O estudo responde essa questão de forma positiva. A segunda questão, fatores além dos geográficos como
características demográficas, podem estar influenciando os desfechos dos tratamentos realizados nesses centros de
atenção? Indicou que outros influenciam nesse desfecho.
• Questões ligadas ao acesso dos serviços de saúde estão sendo cada vez mais exploradas. Por isso, faz-se necessário a
exploração mais aprofundada dos fatores determinantes na continuidade do tratamento desses pacientes, promovendo
então a equidade nesse acesso e consequência, a melhora na qualidade de vida dessas crianças com transtornos mentais.
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leptospirose no Rio Grande do Sul, Brasil: recuperando a ecologia dos estudos ecológicos. Cad. Saúde Pública [online]. 2003, vol.19, n.5, pp. 1283-
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6, 1996
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• PEREIRA. Maurício G. Métodos empregados em epidemiologia. In: . Epidemiologia: teoria e prática. Cap. 12, p. 269-287. Rio de Janeiro,
Guanabara Koogan, 1995.
• ROCHA, Gibsi P.; BATISTA, Bianca H. and NUNES, Magda L.. Use of psychoactive and antiepileptic drugs: guidelines for pediatricians. J. Pediatr.
(Rio J.) [online]. 2004, vol.80, n.2, suppl., pp. 45-55. ISSN0021-7557.
• RODRIGUES, Maria Aparecida P; FACCHINI, Luiz Augusto and LIMA, Maurício Silva de. Modifications in psychotropic drug use patterns in a
Southern Brazilian city. Rev. Saúde Pública [online]. 2006, vol.40, n.1, pp. 107-114. ISSN0034-8910.
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Análise da continuidade do tratamento em CAPSis de Fortaleza

  • 1. Título: CONTINUIDADE DO TRATAMENTO NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAIS INFANTOJUVENIS DE FORTALEZA: DA ANÁLISE ESPACIAL À DESCRIÇÃO SOCIAL EINSTITUCIONAL Aluno: Herson Alexandre de S.Meireles Orientador: Prof. Drª. Ana Paula Soares Gondim - Departamento de Farmácia. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE FARMÁCIA ODONTOLOGIA EENFERMAGEM GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
  • 2. Introdução • Esse estudo originou-se a partir de um Projeto Guarda-Chuva intitulado “Utilização de psicofármacos em crianças e adolescentes inseridos na rede pública de saúde mental de Campinas e de Fortaleza”. • Crianças e os adolescentes com transtornos mentais moderados a graves SUS, obtêm atendimento nos CAPSi, que têm a missão de oferecer cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial. • Substituir o modelo hospitalocêntrico, de forma a evitar as internações e favorecer o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias. • Os CAPSi são dispositivos estratégicos para a organização da rede de atenção em saúde mental. Eles devem ser territorializados, ou seja, devem estar circunscritos no espaço de convívio social. (BRASIL, 2004)
  • 3. Introdução após a criação dos CAPS. • Aproximadamente 12,6% dos brasileiros entre 6 e 17 anos apresentam sintomas de transtornos mentais im portantes. (RODRIGUES, 2006) • As abordagens terapêuticas adotadas nos CAPSi são: medicamentosas e não medicamentosas. (ONOCKO, 2005) • Crescimento do número de indivíduos que adquirem o psicofármaco na farmácia do SUS, principalmente (ABP, 2008) • Os tipos de transtornos mentais que mais acometem as crianças são: deficiência mental, autismo, psicose infantil e transtornos de ansiedade (SUS; CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2010)
  • 4. Introdução • Estudos Ecológicos : As medidas usadas representam características de grupos populacionais. Portanto a unidade de análise é a população e não o indivíduo. • Geoprocessamento: Disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica. • As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo-referenciados. (INPE, 2003)
  • 5. OBJETIVOS Objetivo Geral: • Analisar os fatores que interferem na continuidade do tratamento de crianças em acompanhamento nos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) do município de Fortaleza-CE. Objetivos Específicos: • Analisar o fluxo de deslocamento dessas crianças e suas interferências na continuidade do tratamento. • Caracterizar os usuários em relação aos aspectos demográficos e institucionais destes serviços de saúde mental infantil. • Analisar se características demográficas, sociais e institucionais desses pacientes podem estar relacionadas ao desfecho do tratamento.
  • 6. Classificação dos transtornos mentais em crianças e sua epidemiologia • Os transtornos de comportamentos emocionais incluem os transtornos hipercinéticos com distúrbios da atividade e da atenção e distúrbios de conduta. • Palavras como histeria, mania e melancolia eram usadas para caracterizar algumas delas. Diversos termos foram sendo incorporados ao jargão médico, como, por exemplo: loucura circular, catatonia, paranóia, etc. (GOMES DE MATOS, 2005) • Atualmente, há duas classificações dos transtornos mentais em pregadas nos serviços de saúde. International Classification of Disorder-10 (CID-10) e Diagnostic and Statistics Manual V (DSM-V). (OMS, 2011). Retardo Mental TDAHTranstornos do desenvolvimento psicológico •A OMS (2001) e a CID-10 categorizaram os transtornos mentais na infância em: transtornos do desenvolvimento psicológico e os transtornos de comportamento e emocionais. (OMS, 2011).
  • 7. Classificação dos transtornos mentais em crianças e sua epidemiologia • Dados epidemiológicos mostram que a prevalência de transtornos psiquiátricos entre crianças e adolescentes, no mundo, é de 10-15%, no qual os diagnósticos mais frequentes são: Transtorno de conduta/desafiador-opositivo (7,0%) e Transtornos ansiosos (5,2%). (SCIVOLETTO, et al.,2010). • No Brasil, uma pesquisa de base populacional com crianças com a mesma faixa etária indicou a prevalência dos transtornos mentais, com variação entre 7% e 12,7%. (GOODMAN; MULLICK, et al., 2005) • Em um estudo na cidade de São Paulo, registrou o fato de que transtornos de comportamentos e emocionais são os mais frequentes (21%), seguidos por transtorno do desenvolvimento psicológico (16,2%) e retardo mental (10,5%) . (DELFINI, 2009). • A origem desses problemas estão ligados a: violência (no meio familiar e social), fatores genéticos, desordens cerebrais, perdas de entes queridos, problemas no desenvolvimento, a rejeição dos pais biológicos. (FEITOSA et al.,2011)
  • 8. Tratamento para transtornos mentais em crianças • Para que o CAPS possa efetivamente ser um serviço substitutivo ao asilo, a mudança do modelo de atenção deve ocorrer em todos os processos de trabalho e nos serviços. na gestão. (PASSOS; BENEVIDES, 2001). • As abordagens do tratamento são elaboradas de forma multidisciplinar, com participação de educadores, profissionais e familiares, realizando intervenções do tipo socioeducativa (comunitária) e farmacológica (individualizada). (RIBEIRO, 2007). • As medidas socioeducativas são uma forma de trabalhar a humanização no tratamento, desenvolvendo a autonomia do paciente, a sua coresponsabilidade, o protagonismo dos atores envolvidos e participação coletiva (MORETTO; CONEJO; TERZIS, 2008). • Os tratamentos farmacológicos, foram importantes no processo de desospitalização, permitindo a esses pacientes uma redução do número de internações. (BRASIL, 2001). • Na infância, a base do tratamento farmacológico, se restringe aos psicofármacos. Tem como objetivo, reduzir o número de sintomas, bem como facilitar a aplicação de intervenções de psicoterapia. (RIBEIRO, 2007)
  • 9. TERRITORIALIZAÇÃO • Outro foi a instituição da Rede de Atenção Psicossocial, ou RAPS, é criada a partir da Portaria nº 3088 de 23 de dezembro de 2011. • A primeira proposta de regionalização organizava os serviços segundo níveis de complexidade tecnológica, em níveis primário, secundário e terciário. Passando posteriormente a municipalização dos serviços de saúde. (GONDIM, 2008) • Passou a ser implementado em 2006 o Pacto pela Saúde, que considerou a regionalização como estratégia estruturante da gestão do Sistema e definiu região de saúde como “...recortes territoriais inserido em um espaço geográfico contínuo, identificadas pelos gestores municipais e estaduais a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território”. (BRASIL, 2006) • Marco importante para a regionalização da saúde mental a publicação da Portaria de nº 336, 19 de fevereiro de 2002, que reconheceu e ampliou o funcionamento do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), constituídos na modalidade, CAPS I, CAPS II e CAPS III.
  • 10. TERRITORIALIZAÇÃO • CAPS i II – Serviço de atenção psicossocial para atendimentos a crianças e adolescentes, constituindo-se na referência para uma população de cerca de 200.000 habitantes, ou outro parâmetro populacional a ser definido pelo gestor local, atendendo a critérios epidemiológicos. • Existem 1651 CAPS em todo o território brasileiro. Do total, 122 no estado de ceará, destes 14 estão na capital Fortaleza, sendo 2 CAPSi. (DATASUS, 2014) • De acordo com estimativas do IBGE, o município de Fortaleza possui uma população de 2.500.194 habitantes, sendo de 793.064 habitantes na faixa etária de 0 a 19 anos.
  • 11. ESTUDOS ECOLÓGICOS • Estudos ecológicos são definidos como aqueles em que a unidade de análise é uma população ou grupo de pessoas, que geralmente pertence a uma área geográfica definida, uma cidade, e tem como objetivo avaliar como o contexto social e ambiental pode afetar a saúde de grupos populacionais. (MEDRONHO, 2009) • Os principais objetivos são: a identificação de regiões de sobre-risco em relação à média global do processo estudado e a busca de fatores potencialmente explicativos dos diferenciais de incidência encontrados, seja no campo da análise exploratória, "mapeando" doenças, ou buscando modelos explicativos, identificando diferenciais de risco e apontando medidas preventivas. (CARVALHO, 2005)
  • 12. ANÁLISE DE DADOS ESPACIAIS E GEOPROCESSAMENTO • Conhecer as condições de vida e saúde dos diversos grupos populacionais é uma etapa indispensável do processo de planejamento da oferta de serviços e da avaliação de impacto das ações de saúde. • A análise da distribuição espacial das doenças e de seus determinantes já era de interesse da Epidemiologia, no entanto, só recentemente é que um instrumento metodológico especificamente para este fim começou a ser utilizado de forma sistemática. (RIPSA/CTI, 2000) • O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de técnicas computacionais necessárias para manipularinformações espacialmente referidas. (Brasil, 2006) • Dentre os sistemas que o utilizam as técnicas de geoprocessamento, salientam-se os GIS, definido por Sanson, 1991, como uma estrutura de processamento eletrônico de dados, que permite capturar, armazenar, analisar e demonstrardados referenciados geograficamente.
  • 13. Metodologia • Tipo de Estudo: Ecológico e Descritivo. • População: Foram realizadas 292 entrevistas com os responsáveis das crianças e adolescentes em acompanhamento do CAPSi no ano de 2012, por ocasião do projeto guarda-chuva. Destes, 243 se enquadraram nos critérios de seleção e fizeram parte da amostra. • Local de estudo: Os dois CAPSi do município de Fortaleza, Ceará. Um localizado no bairro de Fátima e nomeado “Maria Ileuda Verçosa”, referência para o atendimento das Secretarias Executivas Regionais II, IV e VI. • O segundo, nomeado “Estudante Nogueira Jucá”, está localizado no bairro Rodolfo Teófilo, pelo atendimento das Secretarias Executivas Regionais I, III e V.
  • 14. Metodologia • Critérios de inclusão e exclusão: Ter participação: ter participado do projeto guarda-chuva; apresentado prontuário com todas as informações de interesse preenchidas e ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. • Foram excluídas do estudo as crianças que não possuíam as variáveis de interesse preenchidas no prontuário, que residiam em outro município; as que já haviam participado da entrevista ou as que não tiveram seu prontuário localizado. • Coleta de dados: Os dados foram coletados com base nas informações apresentadas nos prontuários dos pacientes. Os números desses prontuários foram obtidos através das informações contidas no projeto guarda-chuva. A coleta dos dados foi realizada no período de março a setembro de 2014.
  • 15. Metodologia  Descrição das variáveis analisadas  Características sociais e demográficasda criança: • Idade - estabelecida em anos; sexo - masculino ou feminino; meio de transporte utilizado – coletivo ou individual; idade, distância da moradia ao CAPSi.  Características institucionais quanto ao diagnóstico e tratamento da criança: • Diagnóstico; medicamento prescrito; desfecho do tratamento (alta, continua e descontinua).
  • 16. Metodologia  Análise dos Resultados: • Os dados foram armazenados e analisados utilizando o programa estatístico STATA, versão 09. • Para a construção dos mapas temáticos e cálculo das distâncias foi utilizado o SIG Quantum GIS 2.2.0 (QGIS). • Para elaboração do mapa de calor, foi utilizado o pro programa TerraView 4.2.1 (INPE), utilizando o estimador de intensidade de kernel. A malha digital cartográfica do município de Fortaleza, foi obtida junto ao IBGE. • O plano de análise dos dados incluiu a obtenção de frequências simples com todas as variáveis do estudo. A variável dependente reconhecida como desfecho do tratamento, com as variáveis independentes: sexo, idade, meio de transporte, distância ao CAPS , quantidade de medicamentos utilizados e diagnóstico. • Os mapas foram elaborados com base nos valores absolutos, não levando em consideração as taxas e a densidade demográfica das regiões.
  • 17. Metodologia  Aspectos éticos • O protocolo de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza e aprovado com o n° 189/2011. Foram respeitados os direitos dos entrevistados ao anonimato e à autonomia. • Em todos os casos, os indivíduos foram devidamente informados sobre os objetivos do estudo, importância da sua participação e o caráter confidencial das informações. • A permissão para inclusão do CAPS como local de pesquisa foi realizada por meio do termo de Autorização de Fiel Depositário.
  • 18. Resultados  Distribuição espacial das crianças acompanhadasnos centros de apoio psicossocial infantojuvenil : • Das 243 crianças que atenderam os critérios de inclusão do estudo, 150 pertencem ao CAPSi Estudante Nogueira Jucá, localizado na SER III, e 93 crianças pertencem ao CAPSi Maria Fleuda Verçosa, na SER IV. Figura 1: Distribuição da amostra das crianças acompanhadas nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 19. Características demográficas e sociais das crianças 12 15 6,17 Tabela 1: Distribuição do número de crianças acompanhadas tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis, de acordo com as variáveis (sexo, idade, meio de transporte e distância). Fortaleza-CE. Março a novembro, 2014. VVaarriiáávveeiiss NN %% MMédéidaia DDeessvviiooPPaaddrrããoo STeraxnosp(no=rt2e43) MInadsicvuidliunaol 12781 117,24,5 FCemolientivno 21652 882,85,5 IDdiasdtâen(caiano(sm)etros) 5.8089 2.724,26 165 –31.604 151 6,02,41 1.6054– 3.044 2124 95,76 3.0455– 4.484 3273 159,2,47 4.4856– 5.924 5276 231,04,70 5.9257– 7.364 3399 161,61,05 7.3658– 8.804 3318 121,58,64 8.805 –910.244 2311 81,72,76 10.2451–011.684 11.6851–113.124 1381 71,42,76 325 11,20,29
  • 20. Características institucionais do diagnóstico das crianças CID 10 Hipótese Diagnóstica n % F00 - F09 Transtornos sintomáticos. mentais orgânicos, inclusive os 4 1,4 F10 – F19 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa. 0 F20 – F29 Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes. 10 3,3 F30 – F39 Transtornos do humor [afetivos] 16 5,3 F40 – F48 Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos somatoformes. 17 5,6 F50 – F59 Síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos. 0 F60 – F69 Transtornos da personalidade e do comportamento do adulto. 0 F70 – F79 Retardo mental 99 32,5 F80 – F89 Transtornos do desenvolvimento psicológico. 35 11,5 F90 – 99 Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que aparecem habitualmente durante a infância ou aadolescência. 123 40,4 Tabela 2: Distribuição das crianças atendidas nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis, segundo o diagnóstico. Fortaleza-CE. Março a novembro, 2014.
  • 21. Características institucionais do tratamento das crianças Tabela 3: Distribuição das crianças atendidas nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis, segundo as características institucionais do tratamento. Fortaleza-CE. Março a novembro, 2014. Variáveis N % Média Desvio Padrão Continuidade Sim 186 76,5 Não 48 19,8 Alta 9 3,7 Quantidade de medicamentos 1,4 0,8 0 23 9,4 1 123 50,7 2 75 30,9 3 22 9 Medicamento Risperidona 75 30,8 Imipramina 22 9 Carbamazepina 22 9 Haloperidol 21 8,6
  • 22. Fatores relacionados a continuidade do tratamento Sexo: 0,458 Masculino 7 77,7 166 89,2 40 85,1 9 100 VVaarriiáávveeiiss Tabela 4: Distribuição das crianças com parando o desfecho do tratamento e variáveis sociais, demográficas e institucionais tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014. Desfecho doDTesrfaetcahmoednotoTratamento Valor pContinCuoantinua DescontinuaDescontinuAalta ValoArlpta N N % %N %N N % % N % Quantidade de medicamento 0,000 Femini 0 o 9 16,7 6 66,7 - - 03 ,709 33,3 1n Transport2e (n=242) 3 135 72,6 51 95 27,4 63 19 39 4,8 51,19 33,9 10,2 81,2 8 182,88 9 3 2 58,322,3 18,8 6,2 - - DistCânocliaet(imvoetros) 0,651 165 – 1.604 9 4,9 6 12,5 - - 1I.n6d05iv–id3u.0a4l4 20 16 10,8 8,67 145,9 - 10,4 - 1 11,1 Faix3a.0e4t5ár–ia4.(4a8n4os) 29 15,6 7 14,6 01,843 11,1 4.4835––75.924 5.9825––172.364 80 106 41 29 43 57 2220 15,268 411,36 588,4 3 6 27,133,3 16,766,7 3 2 33,4 22,2 7.365 – 8.804 26 14 3 6,2 2 22,2 8.805 – 10.244 20 10,7 1 2,1 - - 10.245 – 11.684 14 7,5 4 8,3 - - 11.685 – 13.124 2 1,1 1 2,1 - -
  • 23. Análise espacial das variáveis Figura 2: Distribuição da amostra das crianças que continuam o tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 24. Análise espacial das variáveis Figura 3: Distribuição da amostra das crianças que descontinuaram o tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 25. Análise espacial das variáveis Figura 4: Distribuição da amostra das crianças que receberam alta nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 26. Análise espacial das variáveis Figura 5:Distribuição da amostra das crianças que não fazem uso de medicamentos nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de2014.
  • 27. Análise espacial das variáveis • Figura 6: Distribuição da amostra das crianças que utilizam um medicamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 28. Análise espacial das variáveis Figura 7: Distribuição da amostra das crianças que utilizam dois medicamentos tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 29. Análise espacial das variáveis Figura 8: Distribuição da amostra das crianças que utilizam três medicamentos tratamento nos centros de atenção psicossociais infantojuvenis. Fortaleza-CE. Março a novembro de 2014.
  • 30. Discussão • Um dos principais achados desse estudo, foi investigar a relação entre as características demográficas, sociais e institucionais com o desfecho do tratamento entre as crianças acompanhadas nos CAPSi de Fortaleza-CE, no qual encontrou uma relação estatisticamente significante entre a quantidade de medicamentos e o desfecho do tratamento. • Este estudo identificou que as variáveis idade, sexo, meio de transporte e distância não foram estatisticamente significante, mas se mostraram importante nos desfechos clínicos. • Uma das principais limitações presentes nesse estudo estão relacionadas ao tipo de dado utilizado para elaboração dos mapas, pois foram aplicados valores absolutos, não levando em consideração as taxas de prevalência, que leva em consideração a densidade demográfica de cada região em análise, então, corre o risco da análise apenas representar o padrão de distribuição da população. Embora o estudo se proponha a romper o entendimento absoluto da descrição dos estudos ecológicos, por partir de uma população conhecida. • No estudo, a maioria das crianças acompanhadas nos CAPSi são do sexo masculino, que corrobora com os resultados de estudos realizados em outros CAPSi do País. Segundo Hoffman (2008), as crianças do sexo masculino também eram predominantes (62,8%), com média de 11,1 anos e Delfini et al. (2009), encontraram um percentual similar (61,2%) de crianças do sexo masculino e uma média de idade de 9,4 anos.
  • 31. Discussão •Neste estudo, foi encontrado o desenvolvimento de abordagens terapêuticas e não terapêuticas, contudo, a abordagem terapêutica foi a mais adotada. Logo, observa-se que o tratamento dos transtornos mentais ainda ocorre baseado na medicalização. • Quanto continuidade do tratamento, um estudo realizado por Romaro (2003), identificou em uma população infantil de um serviço de psicologia, que 72% de pacientes da faixa etária compreendida de 0 a 14 anos, continuaram o tratamento, porcentagem compatível com a encontrada neste estudo. • Entre os antipsicóticos, risperidona e haloperidol são os mais prescritos em crianças nos CAPSi de Fortaleza. Em um estudo realizado na Espanha, os antidepressivos são uma das classes mais prescritas em crianças, juntamente com ansiolíticos, antipsicóticos e estimulantes (TORO; 2006). • O diagnóstico mais identificado nesse serviço de saúde mental infantojuvenil de Fortaleza foi transtorno de comportamento. Esse resultado corrobora estudo realizado por Hoffmann (2008), onde prevaleceu também esse grupo de transtorno. No entanto, o achado foi destoante quanto ao diagnóstico de retardo mental, que encontrou uma baixa frequência no diagnóstico deste transtorno (5,7%), devido ao distúrbio ser registrado em muitos casos como um diagnóstico secundário, associado a outros transtornos.
  • 32. Discussão • Apesar do presente estudo não encontrar relação significante entre as variáveis e sua influência na continuidade do tratamento, autores como Palermo (2005), reconhecem a acessibilidade geográfica, como um dos fatores delimitantes da acessibilidade aos serviços de saúde, definindo-a como a distância média entre o indivíduo e o serviço de saúde. • Com relação aos medicamentos, Ribeiro (2006) avaliou os fatores associados ao abandono do tratamento em saúde mental, encontrou na abordagem exclusivamente farmacológica uma associação ao não abandono. Em contraponto, Edlund (2002), encontrou em seu estudo, que taxas mais baixas de abandono ocorreriam com tratamento combinado, o farmacológico e o não farmacológico.
  • 33. Conslusão • Levando em consideração a primeira questão formulada nesse estudo, será que a distância da moradia das crianças acompanhadas nos CAPSi e a localização dos serviços de saúde mental infantojuvenil influenciam no desfecho do tratamento? O estudo responde essa questão de forma positiva. A segunda questão, fatores além dos geográficos como características demográficas, podem estar influenciando os desfechos dos tratamentos realizados nesses centros de atenção? Indicou que outros influenciam nesse desfecho. • Questões ligadas ao acesso dos serviços de saúde estão sendo cada vez mais exploradas. Por isso, faz-se necessário a exploração mais aprofundada dos fatores determinantes na continuidade do tratamento desses pacientes, promovendo então a equidade nesse acesso e consequência, a melhora na qualidade de vida dessas crianças com transtornos mentais.
  • 34. Referências • Abordagens espaciais na saúde pública / Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz; Simone M.Santos, Christovam Barcellos, organizadores. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. • ARCE, Vladimir Andrei Rodrigues; SOUSA, Maria Fátima de and LIMA, Maria da Glória. A práxis da Saúde Mental no âmbito da Estratégia Saúdeda Família: contribuições para a construção de um cuidado integrado. Physis [online]. 2011, vol.21, n.2, pp. 541-560. ISSN 0103-7331. • BARCELLOS, Christovam; LAMMERHIRT, Célia Beatriz; ALMEIDA, Marco Antonio B. de and SANTOS, Edmilson dos. Distribuição espacial da leptospirose no Rio Grande do Sul, Brasil: recuperando a ecologia dos estudos ecológicos. Cad. Saúde Pública [online]. 2003, vol.19, n.5, pp. 1283- 1292. ISSN 0102-311X. • BAROATI, M. Uso de psicofármacos em crianças e adolescentes. Disponível em: http://www.viversaude.com.br/uso-de-psicofarmacos-em-criancas-e- adolescentes/. Acessado em 15 de out. 2013. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Departamento de Apoio à Descentralização. Regionalização solidária e cooperativa: orientações para sua implementação no SUS / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Departamento de Apoio à Descentralização. – Brasília : Ministério da Saúde, 2007 • Câmara G, Anatomia de umGIS. Fator GIS, 4: 11-5, 1994. • CARVALHO, Marilia Sá and SOUZA-SANTOS, Reinaldo. Análise de dados espaciais em saúde pública: métodos, problemas, perspectivas. Cad.Saúde Pública [online]. 2005, vol.21, n.2, pp. 361-378. ISSN 0102-311X. • CASTILLO-SALGADO, C. Uso de los Sistemas de Información Geográfica en Epidemiología (SIG-Epi). Boletín Epidemiológico, OPAS. v.17, n. 1, p. 1- 6, 1996 • DPI INPE. Divisão de Processamento de Imagens. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/gilberto/tutoriais/analise/cap1.pdf. Acesso em: 19/10/2013
  • 35. Referências • FEITOSA, Helvécio Neves et al. A saúde mental das crianças e dos adolescentes: considerações epidemiológicas, assistenciais ebioéticas. Revista Bioética, Fortaleza-ce, n. , p.259-276, 06 mar. 2011. • Gondim G, Monken M, Rojas LI, Barcellos C, Peiter PC, Navarro MBMA, et al. O território da saúde: a organização dos sistema de saúde e a territorialização. In: Miranda AC, Barcellos C, Moreira JC, Monken M. Território, Ambiente e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2008. • MARTINS, Lourdes Conceição et al. Poluição atmosférica e atendimentos por pneumonia e gripe em São Paulo, Brasil. Rev. Saúde Pública [online]. 2002, vol.36, n.1, pp. 88-94. ISSN0034-8910. • Medronho R; Bloch KV;Luiz RR;Werneck GL (eds.). Epidemiologia . Atheneu, São Paulo, 2009, 2ª Edição. • MENDES, E. V.Os grandes dilemas do SUS. Salvador: Casa da Qualidade, 2001. • Monnerat GL, Senna MCM, Souza RG. A reorganização dos serviços de saúde no cenário local. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2002[acesso em: 28Abr. 2010];7(3). Disponível em http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232002000300009&lng=en&nrm =ISO. • MORGENSTERN, H., 1982. Uses of ecologic analysis in epidemiological research. American Journal of Public Health, 72:1336-1344. • PEREIRA. Maurício G. Métodos empregados em epidemiologia. In: . Epidemiologia: teoria e prática. Cap. 12, p. 269-287. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1995. • ROCHA, Gibsi P.; BATISTA, Bianca H. and NUNES, Magda L.. Use of psychoactive and antiepileptic drugs: guidelines for pediatricians. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2004, vol.80, n.2, suppl., pp. 45-55. ISSN0021-7557. • RODRIGUES, Maria Aparecida P; FACCHINI, Luiz Augusto and LIMA, Maurício Silva de. Modifications in psychotropic drug use patterns in a Southern Brazilian city. Rev. Saúde Pública [online]. 2006, vol.40, n.1, pp. 107-114. ISSN0034-8910. • RODRIGUES, Maria Aparecida P; FACCHINI, Luiz Augusto and LIMA, Maurício Silva de. Modifications in psychotropic drug use patterns in a Southern Brazilian city. Rev. Saúde Pública [online]. 2006, vol.40, n.1, pp. 107-114. ISSN0034-8910.