1) O documento descreve a história da imigração japonesa para o Brasil, começando com a chegada dos primeiros imigrantes em 1908 no Porto de Santos.
2) Detalha os desafios enfrentados pelos imigrantes ao se adaptarem à nova cultura e durante a Primeira e Segunda Guerra, quando tiveram restrições impostas.
3) Explica como os imigrantes buscaram preservar sua cultura ao mesmo tempo em que adotaram costumes brasileiros para melhor integração.
O documento discute três tópicos principais:
1) O que são partidos políticos e como eles surgem de grupos com ideias semelhantes;
2) Alunos de uma escola estão vendendo sacolas ecológicas para arrecadar dinheiro para uma excursão;
3) Breves notícias sobre bombeiros em uma competição na Torre Eiffel e sobre o sucesso de uma tenista brasileira.
A Prefeitura de Guarujá capacitou 10 professores em Libras para que possam atender deficientes auditivos nas bibliotecas municipais. Além disso, o PAT oferece 25 vagas de emprego em diversas áreas e o CREAS terá expediente alterado na sexta-feira para reunião com a equipe.
Este documento apresenta um roteiro cultural pela região da Estação da Luz em São Paulo, propondo a visita à Pinacoteca do Estado, que possui um extenso acervo de arte, e ao Museu da Língua Portuguesa, localizado ao lado da Pinacoteca. O texto também menciona a possibilidade de conhecer outros pontos interessantes da região, como a Estação da Luz e o Conjunto Hoteleiro da Rua Mauá.
Os livros infantis portugueses estão conquistando o mercado internacional. Muitas editoras estrangeiras negociaram direitos de publicação de títulos portugueses na feira de Bolonha, onde Portugal era o país convidado. A presença portuguesa atraiu grande interesse e facilitou a internacionalização dos autores e ilustradores portugueses.
Edição no 23 do jornal Boca do Inferno traz:
1) Textos de alunos de letras da Universidade de Zagreb, na Croácia, sobre literatura e cultura lusófona.
2) Semana de avaliação do curso de letras da UFPR para discutir o currículo e destinos do curso.
3) Dossiê com trabalhos acadêmicos e contos literários de alunos croatas sobre autores e temas lusófonos.
Este documento fornece um resumo conciso em 3 frases das informações essenciais contidas.
O documento apresenta uma série de vídeos baseada no livro "O Menino Maluquinho" de Ziraldo, contando as aventuras de uma criança de 10 anos. A série é dividida em partes, com a primeira parte apresentando os primeiros 6 episódios que descrevem situações cotidianas vividas pelo menino como aniversários, primeiro dia de aula e amizades.
1) O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que mora numa casinha amarela.
2) No início, Cauã tinha dificuldades para se comunicar, mas foi diagnosticado como surdo pelo médico.
3) Com a ajuda da fonoaudióloga Mônica e da professora Rosa, Cauã aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor.
1) O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que mora numa casinha amarela.
2) No início, Cauã tinha dificuldades para se comunicar, mas foi diagnosticado como surdo pelo médico.
3) Com a ajuda da fonoaudióloga Mônica e da professora Rosa, Cauã aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor.
O documento discute três tópicos principais:
1) O que são partidos políticos e como eles surgem de grupos com ideias semelhantes;
2) Alunos de uma escola estão vendendo sacolas ecológicas para arrecadar dinheiro para uma excursão;
3) Breves notícias sobre bombeiros em uma competição na Torre Eiffel e sobre o sucesso de uma tenista brasileira.
A Prefeitura de Guarujá capacitou 10 professores em Libras para que possam atender deficientes auditivos nas bibliotecas municipais. Além disso, o PAT oferece 25 vagas de emprego em diversas áreas e o CREAS terá expediente alterado na sexta-feira para reunião com a equipe.
Este documento apresenta um roteiro cultural pela região da Estação da Luz em São Paulo, propondo a visita à Pinacoteca do Estado, que possui um extenso acervo de arte, e ao Museu da Língua Portuguesa, localizado ao lado da Pinacoteca. O texto também menciona a possibilidade de conhecer outros pontos interessantes da região, como a Estação da Luz e o Conjunto Hoteleiro da Rua Mauá.
Os livros infantis portugueses estão conquistando o mercado internacional. Muitas editoras estrangeiras negociaram direitos de publicação de títulos portugueses na feira de Bolonha, onde Portugal era o país convidado. A presença portuguesa atraiu grande interesse e facilitou a internacionalização dos autores e ilustradores portugueses.
Edição no 23 do jornal Boca do Inferno traz:
1) Textos de alunos de letras da Universidade de Zagreb, na Croácia, sobre literatura e cultura lusófona.
2) Semana de avaliação do curso de letras da UFPR para discutir o currículo e destinos do curso.
3) Dossiê com trabalhos acadêmicos e contos literários de alunos croatas sobre autores e temas lusófonos.
Este documento fornece um resumo conciso em 3 frases das informações essenciais contidas.
O documento apresenta uma série de vídeos baseada no livro "O Menino Maluquinho" de Ziraldo, contando as aventuras de uma criança de 10 anos. A série é dividida em partes, com a primeira parte apresentando os primeiros 6 episódios que descrevem situações cotidianas vividas pelo menino como aniversários, primeiro dia de aula e amizades.
1) O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que mora numa casinha amarela.
2) No início, Cauã tinha dificuldades para se comunicar, mas foi diagnosticado como surdo pelo médico.
3) Com a ajuda da fonoaudióloga Mônica e da professora Rosa, Cauã aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor.
1) O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que mora numa casinha amarela.
2) No início, Cauã tinha dificuldades para se comunicar, mas foi diagnosticado como surdo pelo médico.
3) Com a ajuda da fonoaudióloga Mônica e da professora Rosa, Cauã aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor.
1) O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que mora numa casinha amarela.
2) No início, Cauã tinha dificuldades para se comunicar, mas foi diagnosticado como surdo pelo médico.
3) Com a ajuda da fonoaudióloga Mônica e da professora Rosa, Cauã aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor.
Este documento é um jornal escolar de setembro a dezembro de 2009 da Escola Básica 2.o e 3.o Ciclos do Caniçal. Contém três frases:
1) O jornal inclui artigos sobre o que os alunos e professores/funcionários fazem, animação cultural, Halloween, sugestões de cinema, estudos acompanhados e passatempos.
2) Há também contos escritos pelos alunos sobre uma girafa e um rato, e um macaco e uma raposa.
3
O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que teve dificuldades para se comunicar até ser diagnosticado e receber tratamento adequado. Ele aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor na escola e com os amigos graças ao apoio da família, professores e fonoaudióloga.
Este documento fornece atualizações de várias classes e atividades na Escola EB1/JI de Mira Sintra. Resume as seguintes informações essenciais:
1) As crianças da sala 1 do jardim de infância receberam uma visita surpresa da biblioteca itinerante, onde ouviram a história de Elmer.
2) Os alunos do 4o ano realizaram uma dramatização da lenda de S. Martinho e depois comeram castanhas.
3) A escola ganhou pela terceira vez consecutiva a
Este documento fornece informações sobre as atividades de várias turmas da Escola EB1/JI de Mira Sintra.
1) O ATL e CAF descrevem as atividades divertidas que as crianças fazem nestes espaços como jogos, leitura, horta e passeios.
2) O Jardim de Infância relata como as crianças aprenderam sobre a importância dos livros e ouviram a história do Elmer.
3) As atividades do 1o ao 4o ano incluem pintura, relaxamento, música e
1) O jornal escolar apresenta vários eventos realizados pelos alunos como a colocação de "Maios" e a participação no Encontro de E.M.R.C.;
2) Inclui um artigo sobre a história do Sudoku, desde sua origem na China e Egito até se tornar popular no Japão e ocidente;
3) Apresenta fotos e relatos de alunos sobre as atividades realizadas.
Este boletim informativo de setembro-outubro de 2009 contém as seguintes informações essenciais:
1) Discute o regresso às aulas e o outono, com detalhes sobre as estações e atividades relacionadas.
2) Celebra dois anos do projeto "Educar e Qualificar" e seu impacto positivo nas famílias apoiadas.
3) Apresenta detalhes sobre como a festa do Halloween é comemorada em diferentes países.
Este documento descreve um projeto educacional realizado em uma creche em 2010 que utilizou a obra literária de Monteiro Lobato para estimular o desenvolvimento de crianças. O projeto envolveu a criação de um "Sítio do Pica Pau Amarelo" na horta da creche, onde as crianças plantaram, colheram e comeram alimentos. As histórias e personagens de Lobato foram usados em atividades como rodas de ciência, culinária, brincadeiras e festas temáticas. O projeto teve bons resultados no letra
Este documento descreve um projeto educacional realizado em uma creche em 2010 que utilizou a obra literária de Monteiro Lobato para estimular o desenvolvimento de crianças. O projeto envolveu a criação de um "Sítio do Pica Pau Amarelo" na horta da creche, onde as crianças plantaram, colheram e comeram alimentos. As histórias e personagens de Lobato foram usados em várias atividades como culinária, ciências, brincadeiras e festas ao longo do ano. O projeto ajudou no desenvolvimento
Este documento descreve um projeto educacional realizado em uma creche em 2010 que utilizou a obra literária de Monteiro Lobato para estimular o desenvolvimento de crianças. O projeto envolveu a criação de um "Sítio do Pica Pau Amarelo" na horta da creche, onde as crianças plantaram, colheram e comeram alimentos. As histórias e personagens de Lobato foram usados em atividades como rodas de ciência, culinária, brincadeiras e festas temáticas. O projeto teve bons resultados no letra
Este documento fornece orientações para alunos do 7o ano realizarem atividades escolares em casa durante a pandemia de Covid-19. Instrui os alunos a fazerem as atividades de forma organizada e diária, com a colaboração de um adulto, e enfatiza a importância da leitura.
Este documento fornece um resumo das atividades da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Clara de Resende durante o período de ensino à distância devido à pandemia de COVID-19. A biblioteca está a disponibilizar recursos online e a apoiar alunos, professores e pais. Inclui sugestões de leitura e atividades para os alunos realizarem em casa.
Este documento descreve um projeto realizado em uma escola infantil sobre diversidade cultural. O projeto incluiu atividades como contar histórias, mostrar imagens e músicas de outras culturas, pintar, e uma visita a um quilombo para que as crianças pudessem aprender sobre diferentes culturas e identidades. O objetivo geral era ensinar às crianças a respeitarem a diversidade.
O documento resume as principais atividades realizadas na Escola Municipal Alfredo Castro em Cabo Frio no mês de dezembro de 2011. As atividades incluem uma prova de avaliação onde os alunos das turmas 900, 901 e 902 tiveram bom desempenho, colocando a escola em segundo lugar; a organização de uma festa de integração entre os turnos; e as atividades realizadas nas disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências, Artes e Matemática. O documento também destaca
Uma editora chamada Bruaá foi criada por um professor e uma designer para lançar livros ilustrados e "criar um ruído novo na edição infantil". Já publicaram nove títulos de sucesso de autores estrangeiros. Seu último lançamento, O Arenque Fumado, não é tecnicamente um livro, mas sim um poema ilustrado.
Este documento fornece um resumo do jornal escolar "DeClara" do Agrupamento Escolas Clara de Resende. O jornal inclui artigos sobre clubes e desporto escolar, trabalhos de alunos e professores do 1o e 3o ciclo, ensino secundário, biblioteca escolar, projetos, plano de segurança da escola e atividades.
Ano 02 nº7 - setembro outubro novembro dezembro 2010inbrasci
Este boletim informativo descreve o projeto "Livros Infanto-Juvenis" do InBrasCI, que tem como objetivo promover a cultura e a língua portuguesa entre crianças através da publicação de livros com histórias, poemas e músicas de seus povos. O projeto também lista datas comemorativas importantes para novembro e dezembro.
Este documento apresenta orientações para leitores públicos sobre como organizar e preparar uma leitura pública, incluindo sugestões para convidar o público, escolher o local e horário, preparar os textos a serem lidos e marcar esses textos para uma leitura fluida.
O documento convida a participar no Jornal da Escola DeClara e descreve seu objetivo de promover a leitura, informar sobre eventos da escola e dar voz à comunidade escolar. O jornal é gratuito e enviado digitalmente para toda a comunidade, incluindo alunos, professores, funcionários e pais. Participar no jornal enriquecerá a publicação.
Este documento apresenta uma introdução ao Caderno de Atividades "Saberes e Fazeres - Modos de Interagir" produzido pela Fundação Roberto Marinho como parte do projeto "A Cor da Cultura". A introdução destaca a importância de se valorizar as culturas afro-brasileira e africana no cotidiano escolar e propõe atividades pedagógicas que promovam o combate ao racismo e a aceitação das diferenças culturais. O texto também enfatiza a transdisciplinaridade e a não divisão das atividades por faixa
1) O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que mora numa casinha amarela.
2) No início, Cauã tinha dificuldades para se comunicar, mas foi diagnosticado como surdo pelo médico.
3) Com a ajuda da fonoaudióloga Mônica e da professora Rosa, Cauã aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor.
Este documento é um jornal escolar de setembro a dezembro de 2009 da Escola Básica 2.o e 3.o Ciclos do Caniçal. Contém três frases:
1) O jornal inclui artigos sobre o que os alunos e professores/funcionários fazem, animação cultural, Halloween, sugestões de cinema, estudos acompanhados e passatempos.
2) Há também contos escritos pelos alunos sobre uma girafa e um rato, e um macaco e uma raposa.
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O documento conta a história de Cauã, um menino surdo que teve dificuldades para se comunicar até ser diagnosticado e receber tratamento adequado. Ele aprendeu LIBRAS e passou a se desenvolver melhor na escola e com os amigos graças ao apoio da família, professores e fonoaudióloga.
Este documento fornece atualizações de várias classes e atividades na Escola EB1/JI de Mira Sintra. Resume as seguintes informações essenciais:
1) As crianças da sala 1 do jardim de infância receberam uma visita surpresa da biblioteca itinerante, onde ouviram a história de Elmer.
2) Os alunos do 4o ano realizaram uma dramatização da lenda de S. Martinho e depois comeram castanhas.
3) A escola ganhou pela terceira vez consecutiva a
Este documento fornece informações sobre as atividades de várias turmas da Escola EB1/JI de Mira Sintra.
1) O ATL e CAF descrevem as atividades divertidas que as crianças fazem nestes espaços como jogos, leitura, horta e passeios.
2) O Jardim de Infância relata como as crianças aprenderam sobre a importância dos livros e ouviram a história do Elmer.
3) As atividades do 1o ao 4o ano incluem pintura, relaxamento, música e
1) O jornal escolar apresenta vários eventos realizados pelos alunos como a colocação de "Maios" e a participação no Encontro de E.M.R.C.;
2) Inclui um artigo sobre a história do Sudoku, desde sua origem na China e Egito até se tornar popular no Japão e ocidente;
3) Apresenta fotos e relatos de alunos sobre as atividades realizadas.
Este boletim informativo de setembro-outubro de 2009 contém as seguintes informações essenciais:
1) Discute o regresso às aulas e o outono, com detalhes sobre as estações e atividades relacionadas.
2) Celebra dois anos do projeto "Educar e Qualificar" e seu impacto positivo nas famílias apoiadas.
3) Apresenta detalhes sobre como a festa do Halloween é comemorada em diferentes países.
Este documento descreve um projeto educacional realizado em uma creche em 2010 que utilizou a obra literária de Monteiro Lobato para estimular o desenvolvimento de crianças. O projeto envolveu a criação de um "Sítio do Pica Pau Amarelo" na horta da creche, onde as crianças plantaram, colheram e comeram alimentos. As histórias e personagens de Lobato foram usados em atividades como rodas de ciência, culinária, brincadeiras e festas temáticas. O projeto teve bons resultados no letra
Este documento descreve um projeto educacional realizado em uma creche em 2010 que utilizou a obra literária de Monteiro Lobato para estimular o desenvolvimento de crianças. O projeto envolveu a criação de um "Sítio do Pica Pau Amarelo" na horta da creche, onde as crianças plantaram, colheram e comeram alimentos. As histórias e personagens de Lobato foram usados em várias atividades como culinária, ciências, brincadeiras e festas ao longo do ano. O projeto ajudou no desenvolvimento
Este documento descreve um projeto educacional realizado em uma creche em 2010 que utilizou a obra literária de Monteiro Lobato para estimular o desenvolvimento de crianças. O projeto envolveu a criação de um "Sítio do Pica Pau Amarelo" na horta da creche, onde as crianças plantaram, colheram e comeram alimentos. As histórias e personagens de Lobato foram usados em atividades como rodas de ciência, culinária, brincadeiras e festas temáticas. O projeto teve bons resultados no letra
Este documento fornece orientações para alunos do 7o ano realizarem atividades escolares em casa durante a pandemia de Covid-19. Instrui os alunos a fazerem as atividades de forma organizada e diária, com a colaboração de um adulto, e enfatiza a importância da leitura.
Este documento fornece um resumo das atividades da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Clara de Resende durante o período de ensino à distância devido à pandemia de COVID-19. A biblioteca está a disponibilizar recursos online e a apoiar alunos, professores e pais. Inclui sugestões de leitura e atividades para os alunos realizarem em casa.
Este documento descreve um projeto realizado em uma escola infantil sobre diversidade cultural. O projeto incluiu atividades como contar histórias, mostrar imagens e músicas de outras culturas, pintar, e uma visita a um quilombo para que as crianças pudessem aprender sobre diferentes culturas e identidades. O objetivo geral era ensinar às crianças a respeitarem a diversidade.
O documento resume as principais atividades realizadas na Escola Municipal Alfredo Castro em Cabo Frio no mês de dezembro de 2011. As atividades incluem uma prova de avaliação onde os alunos das turmas 900, 901 e 902 tiveram bom desempenho, colocando a escola em segundo lugar; a organização de uma festa de integração entre os turnos; e as atividades realizadas nas disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências, Artes e Matemática. O documento também destaca
Uma editora chamada Bruaá foi criada por um professor e uma designer para lançar livros ilustrados e "criar um ruído novo na edição infantil". Já publicaram nove títulos de sucesso de autores estrangeiros. Seu último lançamento, O Arenque Fumado, não é tecnicamente um livro, mas sim um poema ilustrado.
Este documento fornece um resumo do jornal escolar "DeClara" do Agrupamento Escolas Clara de Resende. O jornal inclui artigos sobre clubes e desporto escolar, trabalhos de alunos e professores do 1o e 3o ciclo, ensino secundário, biblioteca escolar, projetos, plano de segurança da escola e atividades.
Ano 02 nº7 - setembro outubro novembro dezembro 2010inbrasci
Este boletim informativo descreve o projeto "Livros Infanto-Juvenis" do InBrasCI, que tem como objetivo promover a cultura e a língua portuguesa entre crianças através da publicação de livros com histórias, poemas e músicas de seus povos. O projeto também lista datas comemorativas importantes para novembro e dezembro.
Este documento apresenta orientações para leitores públicos sobre como organizar e preparar uma leitura pública, incluindo sugestões para convidar o público, escolher o local e horário, preparar os textos a serem lidos e marcar esses textos para uma leitura fluida.
O documento convida a participar no Jornal da Escola DeClara e descreve seu objetivo de promover a leitura, informar sobre eventos da escola e dar voz à comunidade escolar. O jornal é gratuito e enviado digitalmente para toda a comunidade, incluindo alunos, professores, funcionários e pais. Participar no jornal enriquecerá a publicação.
Este documento apresenta uma introdução ao Caderno de Atividades "Saberes e Fazeres - Modos de Interagir" produzido pela Fundação Roberto Marinho como parte do projeto "A Cor da Cultura". A introdução destaca a importância de se valorizar as culturas afro-brasileira e africana no cotidiano escolar e propõe atividades pedagógicas que promovam o combate ao racismo e a aceitação das diferenças culturais. O texto também enfatiza a transdisciplinaridade e a não divisão das atividades por faixa
1. Gambare
Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo - Centro
de Ciências da Comunicação e Artes - Universidade
Católica de Santos (UniSantos) - ANO I - nº 01
A vida através dos
olhos rasgados
COMO ELES CONSEGUIRAM SE ADAPTAR E
FINCAR RAIZES TÃO PROFUNDAS EM UMA
CULTURA COMPLETAMENTE DIFERENTE
2.
3. Força! Hora da foto
Gambare é uma palavra japonesa para
incentivar alguém a conseguir seus objetivos.
Gambare nos foi desejado no início do projeto e
passamos cada minuto lembrando dela.
Nenhuma outra palavra poderia nomear me-
lhor este projeto. Força, coragem, garra. É o que foi
necessário ao longo deste nosso ano de trabalho.
O projeto experimental que você ira ler é
resultado de diversas vivências ao longo deste
ano. É resultado de um esforço em conjunto com
apenas um foco: entender o desenvolvimento da
região de outra forma.
O Brasil é um país conhecido por ser multicultural.
Aqui, os imigrantes formaram uma cultura única. E
Santos foi peça chave nessa formação cultural e social
do país. Foi por meio do maior porto da América
Latina que os imigrantes adentraram no país. E foi
por aqui que muitos se xaram.
A paciência, sabedoria e respeito pelo
próximo nos aproximaram cada vez mais dos
seus descendentes e tornaram o trabalho algo
de relevância não só acadêmica, mas também de
enriquecimento pessoal.
Para entendermos melhor suas raízes e certas
características, vivemos lado a lado. Fomos a
festas típicas, adentramos seus lares, trabalhos
e comemorações. Entramos em suas vidas e nos
forçamos a pensar como eles.
Ao longo destas 40 páginas, está registrada
cada uma das mais de 60 entrevistas. Escolhemos
elaborar a Gambare com textos mais leves para
que o entendimento da cultura nipônica seja algo
simples e de acesso a todos.
Esperamos que a leitura seja prazerosa a vocês,
tanto quanto foi prazeroso para nós escrevermos.
Não podemos encerrar sem agradecer as nossas
fontes, por nos deixarem entrar e bisbilhotar
suas vidas; nosso orientador, por seus conselhos
e por sempre nos encaminhar para o local certo.
E claro, as nossas famílias e amigos, por todo o
apoio de sempre.
Boa leitura!
Gambare
Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo
Centro de Ciências da Comunicação e Artes
Universidade Católica de Santos (UniSantos)
Categoria: Projeto Experimental.
Modalidade: Impresso.
Orientador: Prof° Me. Marcus Vinicius Batista.
Diagramação, reportagens e fotos: Barbara Bueno, Carolina Gutierrez Prado e Robertha Infante.
Ilustrações: Jorge A. R. Gutierrez
4. Índice
O carnaval Cada
Crença ao
100 anos de das cerejeiras som, uma
pé da letra história
história 09
11
05
06
A colônia no
poder
13 A terra do
sol caiçara
19
O caminho do
guerreiro
Pelos olhos
puxados 15 O sushi fala
português
29
20
Juntos e bem A missão de
manter as
acompanhados Religião
tradições
25 27 30
De hospedaria
a casa de
repouso
24
Trabalhando
Banzai
longe de casa Caldeirão Pop Japão!
32 36
O
amor pela
matemática 33
37
como funciona este índice:
1.) Cada círculo representa uma matéria.
A orquestra 2.) O tamanho do círculo é proporcional ao tamanho da reportagem.
vazia Ou seja, quanto maior o círculo, mais páginas tem a matéria.
38 3.) As cores representam a quantidade de assuntos abordados na maté-
ria. Azul = 1 assunto. Roxo = 2 assuntos. Verde = 3 assuntos. Vermelho
= 4 assuntos ou mais.
5. Crença ao pé da letra
As superstições variam de cultura para cultura. Só que no Japão, elas
são, realmente, levadas a sério.
D
aruma - É um boneco que representa Bodhidharma, um monge da Índia. Ele
atingiu a iluminação após meditar durante 9 anos sem fechar os olhos ou se
mover. Há a crença de que o daruma realiza desejos. O boneco vem com os olhos
em branco. O costume é pintar uma das pupilas quando zer um desejo e a outra, quando
ele se realizar.
M
aneki - Neko - Quem frequenta comércios e restaurantes japoneses já deve ter
visto um desses gatos em cima de alguma prateleira. O gato com a pata esquerda
levantada atrai dinheiro e bens materiais, o da direita, atrai a pessoa amada.
K
aeru - A palavra Kaeru signi ca sapo em japonês e possui a mesma sonoridade
do verbo voltar. É costume guardar um sapinho de cerâmica na carteira para que
o dinheiro “volte”. Os orientais também acreditam que sapos dão sorte e trazem
felicidade, fazendo com que coisas boas “voltem” para as pessoas.
T
suru - É um pássaro feito em origami que passou a ser símbolo de paz e
prosperidade depois da bomba de Hiroshima, quando uma das sobreviventes
fez mil Tsurus e sobreviveu à leucemia que a radiação havia provocado.
I
shi-gan-tuu - As pedras com essa inscrição são colocadas no nal das estradas da
provincia de Okinawa que terminam em T, para afastar os maus espiritos.
S
hii-Saa - A gura do leão “Shii-Saa” situa-se na entrada das casas, templos shintoístas
ou nos telhados das construções. Isso signi ca proteção para as pessoas da casa
contra maus espíritos.
Números do azar
4 - A pronúncia do “4” (kanji à direita) é shi, a mesma pronúncia para a palavra morte.
9 - É pronunciado como ku, mesma pronúncia da palavra dor. Também pode signi car agonia ou tortura.
42 - Signi ca morrer se for pronunciado separadamente (shi-ni).
Portanto, hospitais e hotéis geralmente não têm o quarto e o nono andar, esse encarte não possui o número nas páginas
4 e 9. Não se deve presentear nada ligado a esses números ou composto por 4 ou 9 itens.
5
6. 100 anos de história
Antes do embarque O embarque
A base econômica do Brasil estava em crise. Os produtores de
café estavam enfrentando grande instabilidade dos imigrantes
F oram esses os fatores mais importantes que fizeram com
que, no dia 18 de junho de 1908, 165 famílias japonesas
chegassem ao Porto de Santos. A bordo do Kasato Maru, ao
europeus, que se recusavam a trabalhar pelo pouco que recebiam
todo, eram 781 imigrantes.
aliado as péssimas condições de trabalho.
Mas já na hora do embarque no Japão ocorreram problemas.
Isso fez com que o país fosse procurar novos mercados e mão-
As agências brasileiras tinham interesse em japoneses que
de-obra. Mesmo com estilos de vida nada parecidos, os japones eram
trabalhavam. Não em seus lhos pequenos ou parentes idosos.
perfeitos para a função. E assim, assinaram um acordo em 1895.
Para emigrar, os nipônicos tiveram que organizar outro tipo
Na época, o Japão atravessava um período de grande
de família. Casais sem lhos ou com bebês se associavam a jovens
crescimento populacional. A economia japonesa não conseguia
para poder embarcar. E quando chegaram aqui, conseguiram aos
atender às necessidades da população e gerar os empregos
poucos se reorganizar.
necessários para todos.
A instabilidade nanceira de um lado e a necessidade de Imagem de dominio público
mão-de-obra do outro zeram com que os japoneses tomassem a
decisão de deixar sua terra natal.
Os dois países faziam propagandas. Propagandas falsas
que prometiam uma vida mais promissora e terras, tudo o
que os japoneses desejavam no momento. A grande explosão
demográ ca japonesa fez com que o governo incentivasse as
propagandas enganosas. Eles precisavam de mais espaço e o
Brasil, de mais trabalho.
Museu Histórico da Imigração Japonesa
KASSATO MARU - Primeiro navio de imigrantes japone-
ses a chegar no Brasil.
A chegada
D epois de um longo mês de viagem, desembarcam no porto,
sujos e doentes. O choque cultural foi quase que imediato.
Assim que provaram a primeira refeição típica brasileira,
muitos tiveram diarréias e não conseguiram engolir mais que
duas colheres.
Imagem de dominio público
Cartaz de uma companhia japonesa de imi-
gração. Entre os dizeres, a seguinte frase: Agora
vamos, levando a família, para a América do Sul”.
KASSATO Maru atrracado nas Docas, em Santos.
6
7. Nos primeiros anos, a maior preocupação era manter as
Os primeiros tempos tradições japonesas. As escolas eram longe das colônias, o que
motivou a construção de diversos colégios que tinham como base
O feijão era salgado, e não mais adocicado. As refeições a
base de saladas e peixes defumados deram lugar a comidas
fritas e gordurosas.
a língua e cultura japonesa para os menores. Isso tudo foi uma
tentativa de reatar, continuar com a cultura de origem e representar
a sociedade japonesa no território estrangeiro.
Justamente em 1908, a safra de café foi péssima, o que
causou grande desânimo aos colonos japoneses. Por mais que
trabalhassem, não conseguiam juntar dinheiro para retornar ao Livro “Banzai Brasil! Banzai Japão!”
país. Mas isso não foi motivo para que aqueles que continuavam
no Japão não viessem em busca de vantagens.
Apesar de todos os problemas, os navios japoneses
continuaram desembarcando imigrantes no porto de Santos.
Nos primeiros sete anos do acordo entre os dois países, o Japão
despachou para o Brasil mais 3.434 famílias ou 14.983 pessoas.
Em 28 de dezembro de 1917, foi a vez do navio Wasaka Maru
ancorar no porto. Os novos habitantes, sem terem para onde ir,
cavam na 1ª Hospedaria dos Imigrantes, em Santos. Outros saíam
do porto no trem Maria Fumaça e iam parar na Hospedaria dos
Imigrantes, em São Paulo, e de lá, decidiam seu destino.
Museu Histórico da Imigração Japonesa
Monumento em homenagem aos Imigrantes Japone-
ses. Hoje, o monumento fica no Emissário Submarino.
Segunda Guerra
A tentativa de preservação cultural foi freada quando, em 20
de agosto de 1938, surgiu o decreto que proibia a circulação
de qualquer publicação estrangeira dos súditos do Eixo, ou seja,
as nações que apoiavam a Alemanha.
Na época, existiam aproximadamente 20 publicações apenas
em língua japonesa. Todas foram proibidas de circular assim que
o Japão entrou na guerra ao lado dos alemães e italianos.
Em 15 de janeiro de 1942, o Brasil entrou na guerra ao lado dos
Chegada à Hospedaria dos Imigrantes, na Mooca Aliados (grupo formado por Inglaterra, França, Estados Unidos,
entre outras). Japão e Brasil tornavam-se inimigos declarados. E
quem sofria as consequências eram os colonos.
Foi proibido falar japonês em público ou ensinar a língua para
Primeira Guerra qualquer pessoa, inclusive crianças. O então presidente da época,
Getúlio Vargas, também proibiu de cantarem ou tocarem os hinos
C om a explosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o uxo
migratório atingiu seu ápice. Entre 1917 a 1940, mais de 164
mil japoneses mudaram para o Brasil. Sendo que apenas 25%
das potências inimigas, as concentrações de “súditos do eixo” em
lugares públicos, a exibição de retratos de membros do governo
dessas potências, a mudança de residência sem comunicação
foram para o Paraná, Mato Grosso e outros estados. prévia, entre outras restrições.
O resto se dirigiu rumo à São Paulo, principalmente no interior. De todas as medidas tomadas, a que mais revoltou os
Cidades como Tupã e Bastos tinham sua população quase que absoluta imigrantes japoneses foi a ordem de fechamento das escolas de
composta por colonos japoneses. Mas boa parte dos imigrantes dessa seus lhos. A nal, isso proibia a disseminação da cultura. Então,
época acabou cando no litoral, em Santos e São Vicente. indignados com a decisão do governo, passaram a dar aulas
Quando chegaram ao Brasil, a ideia inicial não era xar- clandestinas nas colônias.
se aqui, e sim retornar ao Japão assim que conseguissem se A decisão que afetou diretamente Santos foi o decreto do
estabelecer economicamente. governo de internar, a pelo menos 100 km da costa, os súditos
Apesar de deixarem sua terra natal, os japoneses buscavam do eixo. A proximidade com o mar fazia com que todo o litoral
trazer seus valores para o Brasil. Porém, tiveram de agregar do país fosse considerado área de segurança.
costumes para conseguirem uma melhor adaptação. Dos 10 mil imigrantes que vivam na Baixada Santista, 9 mil
A colônia nipônica construiu um campo de relação e co- eram japoneses. Eles não tiveram tempo de se despedir, arrumar as
municação muito forte. Essa era uma referência, que orientava e malas, deixar alguém cuidando dos negócios. Nada.
incentivava os imigrantes japoneses e seus descendentes a preser- Para que a população não atacasse as propriedades “aban-
varem sua cultura. donadas”, foi feito um comunicado pela polícia pedindo para que os
7
8. brasileiros zelassem pelos bens deixados para trás pelos nipônicos.
Quando a guerra acabou, com vitória dos Aliados, alguns dos
mais de 200 mil imigrantes japoneses não aceitavam a derrota do
As influências
Japão. Eles eram chamados de kachigumi. A história de alguns destes
homens foi relatada no livro Corações Sujos, de Fernado Morais.
Essa decisão afetou diretamente a colônia local. A Associação
N ão foram somente benefícios econômicos que a colônia trouxe
para a região. Culinária, esportes, lutas, música, religião,
política e em diversas outras atividades culturais é possível ver
Japonesa de Santos foi tomada pelos militares. O prédio que características orientais nas cidades.
pertencia a colônia e ao governo japonês foi retirado a força de seus Outro marco são os monumentos espalhados pelas duas
donos e toda a documentação e registros acabaram se perdendo. O cidades. Em Santos, no Emissário Submarino, há vários deles em
que não foi levado pelos japoneses foi completamente destruído. homenagem a comunidade nipônica.
O prédio só voltou às mãos dos imigrantes em 2007. Após No centenário da imigração, em 21 de junho de 2008, o
anos de brigas na justiça, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, príncipe japonês Naruhito veio ao Brasil para participar de
efetuou a devolução aos seus donos. diversas comemorações, inclusive da inauguração do monumento
Divulgação da artista japonesa Tommie Ohtake, de 94 anos.
Foi a própria artista que escolheu o local de instalação, na
extremidade da plataforma do Emissário Submarino. Ela também
orientou que a obra deveria apontar para o mar, para permitir a
visibilidade de todas as pessoas situadas na orla de Santos e de
São Vicente. O trabalho não tem nome. A artista prefere que cada
pessoa busque a sua interpretação.
Outro monumento em Santos é o que retrata uma família
japonesa vestindo roupas do início do século passado. Antes do
centenário, cava na praia do Boqueirão. Agora, o monumento ca
também no Emissário Submarino. A estátua ca ao lado de uma
cerejeira e comemora os 90 anos da imigração japonesa no Brasil.
No Cais 14 do porto, há mais um deles, o monumento ‘18 de
Junho’. Nele, estão inscritos os nomes das pessoas que vieram para
o Brasil a bordo do Kasato Maru.
Em São Vicente, na entrada da Rua Japão, há o Shurei-mon,
Capa do livro Corações Sujos, de Fernando Morais o “portal da cortesia”, que é uma réplica do portal erguido do lado
de fora do castelo de Shuzi em 1550, no Japão. O grande arco
vermelho foi inaugurado em agosto de 1998, junto com a Praça
Os Okinawanos Kotoku Iha, em homenagem aos 90 anos da imigração japonesa.
Dos 250 mil japoneses que chegaram aqui, restaram por
volta de 80 mil e, ao incluir os descendentes, o número sobe para
O clima e as atividades da província lembravam muito o da
região. Okinawa também é uma cidade portuária com
atividades pesqueiras.
1,4 milhão.
Os imigrantes japoneses são os responsáveis por grande
parte do crescimento das cidades de Santos e São Vicente. Eles
também foram os pioneiros das gerações de agricultores que
desenvolveram diversas técnicas modernas. As atividades em que
mais se destacaram eram pesca e bananicultura.
Muitas dessas atividades deram características a certos
lugares. Como na Ponta da Praia, em Santos, conhecida pela forte
presença da colônia nipônica. E também na Rua Japão, em São
Vicente, que mudou de nome após o grande número de japoneses
e descendentes no local.
Cerejeira plantada em comemo-
ração aos 90 anos da imigração
Monumento da artista Tommie Ohtake
8
9. o carnaval das cerejeiras
TODO PRIMEIRO DE MAIO, A COLÔNIA JAPONESA SE REÚNE PARA
PRATICAR ESPORTES E DIVERSAS ATIVIDADES RECREATIVAS, COM
O OBJETIVO DE PRESERVAR A CULTURA MILENAR DO PAÍS.
S emelhante ao carnaval. Uma edição
termina e, no dia seguinte, começa a
preparação para a próxima. O Undokai, um
lanches, bebidas e bentôs - marmitas
japonesas que, normalmente, possuem
arroz, peixe e legumes.
data é o feriado do Dia do Trabalho. “Assim
não é necessário combinar uma data nova
a cada ano, o feriado do Dia do Trabalho,
dos eventos mais tradicionais do Japão, é Na data do evento, chegam cedo e garante que seja um dia xo”.
realizado durante a primavera. ajudam na arrumação. Independente de A média de público costuma ser de duas
O m do frio, da neve, o surgimento idade, todos são incorporados ao grande mil famílias ao longo do dia, fato que deixa
das cores e, principalmente, o tão time que ergue barracas, separa prendas, os membros mais atuantes da comunidade
esperado orescimento das sakuras – monta pequenos bazares e prepara as japonesa otimistas. Pois, manter a tradição é
cerejeiras – é o pretexto para que milhares gincanas e atividades esportivas. uma tarefa difícil, nos dias de hoje.
de famílias reúnam-se em escolas para Para que a tradição não fosse esque- A última edição do Undokai foi
essa festividade esportiva que costuma cida pelos imigrantes que vieram para o realizada na Associação Atlética Portuá-
durar um domingo inteiro. Brasil, os japoneses realizaram o primeiro rios de Santos. Além das tradicionais
O termo Undokai é a junção de duas Undokai brasileiro ainda a bordo do Kasato atividades esportivas, compostas por
palavras da língua japonesa: undô, que Maru, em 1908. diversos tipos de corridas e algumas ca-
signi ca esporte, e kai, que tem o sentido A festa, que em 2011 teve sua ças ao tesouro, havia tendas com vários
de reunião, associação. 59° edição no Brasil, busca divulgar a produtos a venda, churrascos, bentôs e
Levando ao pé da letra, undokai seria cultura nipônica e reunir integrantes da papéis com texto escrito em shodô – tipo
apenas uma reunião de esportes. Mas, o colônia japonesa na Baixada Santista, de caligrafia japonesa.
objetivo é bem maior que isso. como a rma o presidente da Associação Além disso, há alguns anos, todas
O evento busca preservar a cultura, Japonesa de Santos, Sergio Norifumi Dói. as atividades são narradas em japonês e
promover a união familiar e utilizar com- A reunião só foi suspensa no país durante português. Durante o horário de almoço são
petições esportivas como suporte para ensinar o período da Segunda Guerra. feitas apresentações relacionadas à cultura
valores sociais e éticos aos mais jovens. O Undokai é realizado em Santos, todo nipônica. Neste ano, durante a pausa para
No dia anterior a festa, cada família 1° de maio. Sérgio acredita que, além do degustar os bentos, todos assistiram a mostras
separa muda de roupas, cadeiras dobráveis, clima estar agradável, outro motivo para a de taikô, odori, aiki dô, karate dô e kendô.
10. click
1
undokai
1. Famíla aproveita a tarde de sol
no domingo, 1º de maio, no Clube
dos Portuários
2
3
2. Meninas participam de uma das
atividades recreativas realizadas
no Undokai
3. O som do tambor guia as
crianças na “Corrida de Cegos”,
uma das atividades do dia
10
11. Cada som, uma história
N a mitologia japonesa, Amaterasu Omikami é a deusa da ordem, dignidade
e bondade. Representada pelo Sol, Amaterasu era invejada pelo seu irmão
Susanowo, deus do Tufão. Ele tinha o objetivo de destruir tudo que ela havia
construído. Susanowo foi o responsável pela destruição de vilarejos, lavouras de
arroz, templos e pela morte de muitas mulheres. Amaterasu cou tão inconsolável
com os desastres, que se trancou em uma caverna, recusando-se a sair dali.
De repente, os vilarejos e vales começaram a sofrer com a falta de comida, com
o frio e a escuridão que permaneciam na Terra. Então, os deuses tentaram encontrar
uma forma para trazer Amaterasu de volta. Eles se reuniram em frente à caverna
e começaram a fazer muito barulho, com seus tambores, o taikô e iniciaram uma
dança, seguida de palmas e muita música, o Odori. Curiosa com o motivo de tanta
folia, a Deusa saiu para ver o que estava acontecendo. Ao se deparar com todas as
pessoas e pedidos para que ela voltasse, Amaterasu retornou ao seu palácio e de lá
continuou protegendo e atendendo aos pedidos de seus seguidores.
Grande tambor
P resente no mito da religião
xintoísta, existem registros que
indicam que o taikô está na cultura
“Sempre gostei muito da cultura e me envolvi mais ainda
quando comecei a praticar o taikô”.
Como tudo na cultura japonesa, o taikô é mais do que
nipônica há cerca de 1.500 anos. simples música. A arte de tocar o grande tambor representa uma
Antigamente, no Japão, o tambor loso a de vida a ser seguida. Por isso, assim como nas artes
era ligado à comunidade feudal e marciais, existem exames de graduação, roupas especiais e todas
às guerras. Nessa época, os taikôs as músicas precisam de motivos para serem tocadas.
eram utilizados para motivar as O lema é a importância da criação. As músicas tocadas
tropas, para marcar o passo na são tradicionais e cada batida deve passar uma mensagem para
marcha e para anunciar comandos, quem escuta. Para iago, fazer batidas legais e bonitas é apenas
geralmente com o grito “Ei! Ei! consequência. A música for-
O! Ei! Ei! O!”. Mais tarde, o taikô mada conta uma história e
passou a ser usado também em nela, é possível viajar no tempo.
festividades religiosas xintoístas. Durante os ensaios, a
A palavra taikô signi ca “grande tambor”. O Japão tradição é seguida rigorosa-
desenvolveu uma técnica para ser aplicada à partir da arte tocada e mente. Antes do longo aqueci-
coreografada. Nas últimas décadas, o som do taikô ganhou espaço mento de vinte minutos, todos
em muitos países ocidentais, tornando-se responsável pela criação os intergrantes sentam no chão
de diversos grupos e também começou a ser utilizado como meio em volta do sensei e agradecem
de composição para algumas pessoas. O taikô exige do músico mais um encontro. Só depois da
disciplina, concentração e excelente preparo físico. ordem do líder é que começam
O único grupo de taikô da Baixada Santista é o São Vicente a se preparar.
Kyowa Daiko. O grupo possui 11 integrantes e existe há 6 Os tocadores não usam
anos. Todos tem idades entre 15 e 24 anos e muitos praticam o Hapi, seus trajes típicos, nos ensaios. A roupa tradicional
desde pequenos. No início, um grupo de pais reunia seus lhos é guardada apenas para as apresentações. O Hapi antigo se
para realizarem atividades infantis, e isso era conhecido como assemelhava às roupas usadas na prática do sumô. hoje em dia,
Kodomokai. O Kyowa Daiko foi fundado em São Paulo pela são parecidos com kimonos japoneses.
Associação Nipo Brasileira de São Vicente.
O integrante que está há mais tempo no grupo se chama
Tarcísio Akira Tamashiro e tem 19 anos. Já Cristiane Akemi
Xavier de Castro é a mais recente. Ela entrou em 2010. O motivo
principal dela ter começado a praticar o taikô foi para conhecer
novas pessoas. “Além de preservar a cultura, queria fazer novos
amigos e isso me favoreceu muito”.
O mais velho do grupo tem 24 anos. iago Rolim Rosa
Lopes é o coordenador do Kyowa Daiko e vice-presidente
da Federação Paulista de Taikô. iago não é descendente
de japoneses, mas tem um envolvimento muito grande com
a cultura nipônica desde pequeno. Foi in uenciado por
um vizinho que era japonês e que fazia questão de passar
experiências e hitórias sobre a cultura oriental para iago.
11
12. Cada som, uma história
EQUILÍBRIO DO MOVIMENTO
A palavra odori quer dizer dança. Uma dança tradicional
japonesa, cujas origens são relacionadas ao teatro Kabuki, que
começou há mais de 400 anos. É uma combinação de movimentos
e esquecer todos os problemas, ela
se diverte só de se reunir com as
amigas do grupo para bater um
delicados que, junto com a respiração equilibrada, visam canalizar papo, sempre no nal dos ensaios.
energia durante a prática. “Aqui é um lugar muito agradável, z
Cada música é uma história e para dar vida às mensagens muitas amigas. Uma acaba ajudando
que desejam passar, os integrantes dos grupos utilizam diversos a outra, tem muita cooperação”.
objetos para compor o gurino. Leques, bastões, sombrinhas, Ryutomo é a sensei do grupo
tenuguis e narukos são alguns dos muitos utensílios usados. e tem 75 anos. Recebeu esse nome
Durante os ensaios, utilizam os kimonos para dar mais de bastismo no odori quando foi
mobilidade e veracidade ao conjunto. Em apresentações, é a nomeada, pela sua superiora, como
vez do kimono de gala entrar em ação, mas a arrumação não professora pro ssional. Ryutomo
para por aí. Maquiagens, cabelos penteados e os sapatos típicos signi ca dragão da sabedoria. Seu
também estão presentes na composição. No caso dos homens, nome verdadeiro é Miy Waragai. Ela
podem optar pelo kimono ou o Hakama. está à frente do grupo há 12 anos e
O odori é composto de diversos estilos. Cada região tem a sua explica que durante as danças, todas
dança típica e cada uma é praticada de um jeito. Atualmente, em as regras ditadas pelos responsáveis
Santos, a apresentação da dança ca por conta do Hanayagui-ryu têm de ser respeitadas. “Você não
Santos Odori No Kai. O Hanayagui-ryu começou há 200 anos e pode dançar em qualquer lugar
foi feito para ser dançado pelas gueixas em lugares pequenos. As sem a permissão do sensei, é algo
coreogra as são pensadas de tal forma muito sagrado”.
para que todos os integrantes quem O único homem do grupo, o
perto um do outro o tempo todo. samurai Jorge Ajifu, dança há 12 anos. Ele tem 69 anos e possui
Usam e abusam de rodas e leiras e uma habilidade incrível com as espadas. Participa de muitas
têm a mobilidade de dançarem em coreogra as juntos com as outras mulheres, mas tem uma
salas de todos os tamanhos, já que especial só pra ele. Usufrui da sabedoria da sensei para mostrar
nunca ocupam um palco inteiro. seus dotes e possui um número sozinho com ela.
O grupo Hanayagui-ryu Santos
Odori No Kai existe em Santos há
25 anos. Hoje, é composto por dez
pessoas, todos com idades entre 58 e
80 anos. Os ensaios acontecem na casa
de reabilitação social Kosei Home.
Tamiko Tani e Matilde Mitsuzak
têm 74 anos e fazem parte do grupo
desde que foi criado. Possuem uma agilidade que deixa qualquer
um de queixo caído. Os pés acompanham todos os movimentos
realizados e os braços têm uma rmeza espantosa.
Com uma certa di culdade para falar as palavras corretas
em português, Dona Tamiko conta que pratica o odori porque se
sente mais jovem. “É bom pra saúde, pro corpo e pra mente. Es-
sa dança faz com que tudo seja desenvolvido ao mesmo tempo e,
assim, me sinto mais nova”.
Já Dona Matilde gosta é mesmo de uma prosa. Além de dançar
glossário Curiosidades
Tenugui - Em tradução literal signi ca “para Okinawa - Por sua localização estratégica, ao
secar as mãos”. É um tipo de lenço ou toalha de longo dos séculos, Okinawa recebeu in uências
mão japonês feito de algodão. Diferencia-se por não de diversas culturas, entre elas da China. Algo
possuir bainhas. interessante é que Okinawa fazia parte de um reino
independente, o reino Ryukyu. Por isso, Okinawa
Naruko - É um chocalho japonês que tem desenvolveu uma cultura própria, e parte de sua
várias hastes em 45 graus. Antigamente, era um história signi cativamente diferenciada do resto
instrumento agrícola usado para espantar os do Japão. E até hoje há preconceito dos japoneses
pássaros que vinham às plantações. okinawanos com os do continente.
12
13. A colônia no poder
ELEGER ALGUÉM QUE OS REPRESENTE E LUTE A FAVOR DE SUAS CAUSAS.
ESSE MOTIVO LEVOU MUITOS JAPONESES E DESCENDENTES A ENTRAREM
NA POLÍTICA BRASILEIRA.
matsutaro Uehara por 1 voto. Tarô obteve 5.836 votos. ocupou até 1974.
Nascido em Santos, foi um dos Em 1970, Uehara tentou candidatura Sua carreira não parou por ai. Foi eleito
primeiros nisseis na política na região. Seu a deputado estadual pelo ARENA, mas deputado estadual em 1975 cou no cargo
pai, Naomatsu Uehara, veio na primeira apenas conseguiu a suplência. Após isso, até 1977 na Assembléia Legislativa. Assim,
imigração o cial para o Brasil, a bordo do permaneceu na Câmara de Santos até 1992, se tornou o primeiro deputado estadual
Kasato Maru, em 1908. Sua família se ins- quando encerrou suas atividades políticas. vicentino. Abandonou o mandato, para
talou na cidade, ao contrário de centenas Antes disso, o candidato a prefeito, Vicente se candidatar a prefeitura de São Vicente.
de outros japoneses que se xaram nas Cascione, o convidou para sair como Vice. Em 1977 foi eleito. Em 1983, foi eleito
fazendas de café no interior do estado. Seu Tarô aceitou, mas como não foi eleito, deputado estadual e em 1987, entrou na
pai veio a falecer quando tinha apenas 4 acabou se aposentando. esfera federal pelo PSDB. Na qual cou até
meses. Deixou desde cedo uma grande Nesses 29 anos de trabalho, atuou com 1999, ano que decidiu se aposentar da vida
responsabilidade para ele. diversas categorias. “Ele não lutava apenas pública. Antes disso, atuou como diretor-
Tarô, apelido pelo qual cou pelos direitos da colônia, também lutava pelos executivo da Agência Metropolitana da
conhecido na comunidade nipônica, se direitos dos feirantes, pescadores e vários Baixada Santista (Agem).
formou no colégio Canadá e depois cursou outros”, a rma dona Tina Uehara, sua viúva. Koyu Iha nasceu em 1940, era lho de
contabilidade. Sempre muito ligado ao Uehara também atuou no fortalecimento Kotoku Iha e Setsu Iha. Ambos de Okinawa
esporte, participou de diversos times, da agricultura na região, especialmente, dos e vieram juntos no Kasato Maru. Quando
como basquete, futebol de salão, futebol de bananicultores. Realizou vários projetos, tinha 3 anos, seus pais foram expulsos da
campo, tamboréu e tênis. um deles foi tornar utilidade pública a Casa cidade junto com mais de 9 mil imigrantes
Quando sua carreira esportiva estava de Reabilitação para Idosos, o Kosei Home. japoneses. Perderam tudo o que tinham e só
chegando ao m, Tarô seguiu outros Apoiou a construção de escolas, creches, anos mais tarde, quando a Segunda Guerra
caminhos. A colônia japonesa não tinha entre outras atividades sociais. chegava ao m, puderam voltar a Santos.
local para se reunir, o que di cultava a Morreu após sua saída da política, em Sua infância não foi fácil, e sua juven-
preservação de alguns costumes. Então, 1994, aos 69 anos, depois de complicações tude tampouco. Koyu entrou na política em
em 1949, junto com alguns amigos, Uehara com a diabetes. Seu ótimo relacionamento um dos períodos mais críticos da história
fundava a Associação Atlética Atlanta. com a colônia e com a população santista do Brasil, a ditadura militar. Como sempre
Tarô se tornou o primeiro presidente e em geral, fazem Tarô ser lembrado até hoje foi contra, acabou preso inúmeras vezes.
permaneceu no cargo por mais de 15 anos. com respeito e admiração. Para Koyu, entrar na política não era apenas
“Foi o primeiro contato que ele teve “Ele era daquele tipo de pessoa que representar a colônia japonesa. “O motivo
com a vida pública e ali nascia sua liderança”, não dava o peixe, mas ensinava a pescar. Foi principal que me levou a seguir carreira na
explica Mauricio Uehara, lho de Tarô. No assim que ele nos educou e era assim que política era o de todo jovem, mudar o mundo.
ano seguinte, em 1950, Tarô casou-se com ele agia na política. Ele sempre foi muito Não creio que mudei o mundo, mas me sinto
Isaltina Uehara, depois de três anos de respeitado pela sua seriedade”, a rma satisfeito com as mudanças que consegui”.
namoro. Os dois caram mais de quarenta Mauricio Uehara, lho do ex-vereador. Antes de entrar na política, Koyu Iha
anos juntos, tiveram 7 lhos e 15 netos. Um ano depois da sua morte, em 1995, trabalhava na antiga Cosipa, e permaneceu
Mas foi na presidência do clube Atlanta a Prefeitura de Santos homenageou Tarô com muitos anos lá. “Eu tinha que ter outro
que o interesse pela política e pelos pro- uma praça, no Boqueirão. E em 2008, no emprego. Vereador não era remunerado
blemas enfrentados pela colônia começou centenário da imigração japonesa no Brasil, na época que entrei. A pessoa entrava na
a surgir. Então, em 1963, Silvio Fernandes Uehara recebeu homenagem da “Ordem do política por vocação, não para car rico”.
Lopes, prefeito da cidade, o convidou para mérito Kasato Maru”, do governo japonês. Koyu Iha sempre teve bom relacio-
sair como candidato a vereador. Seus amigos Koyu iha namento com a colônia japonesa na
na colônia o apoiaram, e Tarô foi eleito com Santista de nascimento, Koyu Iha rmou região. Quando jovem, frequentava os
mais de mil votos pelo PSP (Partido Social sua carreira política em São Vicente. Lá foi clubes nipônicos, como o Atlanta e o
Progressista). Aos 39 anos, Tarô assumia eleito vereador em 1969, e assim, se tornou Estrela de Ouro. Porém, nunca se consi-
o mandato de vereador de Santos, posição o primeiro nissei na Câmara da cidade. Na derou candidato da colônia.
que ocuparia pelos próximos 29 anos. faculdade, Koyu se mostrava interessado por “Eu tentava fazer o melhor para todos.
Ali iniciava de fato sua carreira isso. Participava do movimento acadêmico Não apenas para a colônia. Mas sempre
política. Em sua terceira eleição, em 1972, foi da Faculdade de Direito de Santos e por lá soube que a minha responsabilidade era
o segundo vereador mais votado da Cidade. lançou sua candidatura. Conquistou o cargo maior quando você representa algo. Se eu
Só perdendo para o primeiro, José Gonçalves, na primeira eleição da qual participou e zesse algo errado, isso traria consequên-
13
14. cias ruins para todos os japoneses. Eu não “Nós sempre nos respeitamos muito. Éra- sa e Associação Japonesa de Santos passou
lidava apenas com a minha imagem”. mos de partidos opostos, só que tínhamos a se fortalecer novamente.
Ao longo de sua participação na os mesmos ideais”, conta o ex-deputado. Em 2008, se envolveu de perto com
política, Koyu Iha integrou quase 30 Por todos seus trabalhos prestados, as comemorações do centenário e acredita
comissões e criou 68 projetos de lei, além Koyu Iha recebeu diversas condecorações, que esse também foi um dos motivos de
de ter muitos deles aprovados, como o entre elas: Cidadão Emérito da Cidade ter sido eleito. “Não posso a rmar que fui
transporte público gratuito para idosos. de Naha, Câmara Municipal, Japão, 1979; eleito por descendentes, mas acredito que
Lutou pela diminuição do impacto Comenda Tesouro Sagrado do Governo a maioria dos meus votos tenha vindo
ambiental e fez projetos em prol dos Japonês, Segundo Grau, 1996; e o mais desse segmento, cerca de 50% a 60%, que
portadores do vírus HIV na década de 80. recente, em 2008, de Cidadão Vicentino. acompanhavam de perto meu trabalho”.
Quando prefeito em São Vicente, Sadao nakai Sadao acredita que a cultura deve ser
rmou convênio com a cidade de Naha, Depois da saída de Uehara, em preservada, já que faz parte da estrutura-
no Japão, tornando-as cidades irmãs. O 1992, não havia representação da colônia ção do país. “Sempre estive envolvido com
interesse por Naha, segundo Koyu, foi por japonesa em Santos. Foi então, que em a colônia, desde pequeno por in uência
causa de seus pais. “Eles nasceram e se 2008, Sadao Nakai se candidatou. Neto de dos meus pais e acho importante repassar
criaram lá. A cidade não é muito grande, japoneses, sempre participou ativamente isso, sei que os tempos são outros, mas
ca na província de Okinawa, foi uma ho- da colônia. Natural de Santos, viveu na precisamos nos adaptar”.
menagem que trouxe benefícios locais”. Ponta da Praia com seus pais toda a vida. Sadao Nakai trabalhou como
Seus pais tiveram 11 lhos, e 4 Estreante na vida pública, Sadao ingressou encarregado de pesca durante seis anos
deles entraram na política. Koyu, Koken, no PSDB em junho de 2007. E se elegeu no até ingressar, no início da década de 90,
Kohen e Kosey representaram a colônia ano seguinte, como vereador mais votado no Clube Estrela de Ouro, onde come-
aqui na região. Koyu Iha é casado com do partido, com mais de quatro mil votos. çou como auxiliar administrativo. Em
dona Yoshico, professora aposentada, Além de ocupar o cargo de vereador, é 1997, aos 35 anos, assumiu a gerência do
mas não tiveram lhos. presidente do Estrela de Ouro Futebol Clube clube. E, desde 2001, é presidente. Sadao
Uma das características que mais desde 2001 e vice-presidente da Associação também é professor de artes marciais.
diferencia Koyu dos demais políticos é sem- Japonesa de Santos. Apesar de ser seu primei- Pratica Judô desde pequeno e já ganhou
pre respeitar as tradições. Quando foi se ro cargo público, Sadao tem experiência no diversos campeonatos. E há alguns anos,
candidatar a deputado, seus pais mandaram ramo da política. Desde 2005, lutava a frente se tornou também faixa preta de Jiu jitsu.
que fosse pedir permissão à mãe de Uehara. da Associação para recuperar a antiga sede, Sadao é casado e tem dois lhos. “Hoje
Como era a pessoa mais idosa da colônia e localizada na Rua Paraná, em Santos. sei que tenho uma responsabilidade maior.
seu lho já era candidato, por educação e Em 2007, pouco antes do centenário Não sou apenas pai de família, e represen-
respeito a eles, Koyu foi até a casa e pediu da imigração japonesa veio a resposta tante do povo. Represento uma comuni-
permissão para concorrer contra Uehara. positiva. Lula autorizou a devolução da ca- dade, sempre com respeito e dignidade”.
Matsutaro Uehara Koyu iha Sadao nakai
nissei
nissei fartido: SANsei
MDB/PMDB/PSDB
fartido: ocupação: fartido:
Arena Bacharel em Direito PSDB
mandatos:
ocupação: Vereador, São Vicente (MDB) de ocupação:
Contador 1969 a 1975 (2 mandatos); Deputado Administrador
Estadual, SP (MDB) de 1975 a 1977;
mandatos: Prefeito, São Vicente (MDB) de 1977 a mandatos:
Vereador da Câmara Municipal de 1981; Deputado Estadual, SP (PMDB) Vereador da Câmara Municipal de
Santos de 1964 a 1992 (6 mandatos); de 1983 a 1987; Deputado Federal Santos de 2008 até a presente data.
Vice-presidente da Câmara Municipal (Constituinte), SP (PMDB) de 1987 a
de Santos de 1991 a 1992. 1991; Deputado Federal, SP (PSDB) de
1991 a 1999 (2 mandatos).
14
15. o caminho do guerreiro
NÃO SÃO APENAS LUTAS, O BU-SHI-DO, MAIS CONHECIDO COMO
ARTES MARCIAIS, É UM CAMINHO EDUCACIONAL E FILOSÓFICO
uando se fala do Oriente, mais precisamente o Japão, vários indiano que era especialista em Kalaripayattu. No oriente, existem
Q temas vem a cabeça como tecnologia e gastronomia, mas
quase como unanimidade, a disciplina e as artes marciais são
outros termos mais adequados para a de nição destas artes, como wu
shu, na China e Bu-Shi-Do, no Japão, que também signi cam artes de
as primeiras lembranças desse povo tão guerra ou “Caminho do Guerreiro”.
organizado e sábio. Nas modalidades de cunho mais es-
Não há como de nir onde e como portivo, (esporte de combate) o objetivo
surgiram as artes marciais. O termo “arte principal são as competições.
marcial” remete ao povo Greco-romano. Por outro lado, as modalidades que têm
O deus da guerra Ares/Marte seria quem uma origem mais marcial têm como objetivo
ensinou aos homens como guerrear. Hoje, a defesa pessoal em uma situação de risco
o termo se refere a todos os sistemas de sem regras, muitas vezes com enfoque na
combates de origem orientais e ocidentais, formação do caráter do ser humano.
com ou sem uso de armas. No Japão, estas artes são chamadas
A origem das artes orientais é de Bu-Dô ou “Um caminho educacional
milenar e, apesar de mais conhecido, não por meio das lutas” e ai começa a grande
foi invenção japonesa. diferença na hora de encarar o que parece
Nos campos de batalhas da Índia, ser a mesma coisa. Hoje em dia, as artes
surgiu o Kalaripayattu, algo como “pra- marciais são praticadas em todo o mundo. E
ticando as artes do campo de batalha” na região, a situação não é diferente.
no dialeto Malayalam, falado no estado Praticamente, todos os tipos de lu-
indiano de Kerala. tas nipônicas podem ser praticados nas
Esta arte ancestral é a mãe de todas as academias da Baixada Santista. Das famosas
artes marciais – até mesmo a chinesa Shaolin chuan, do famoso tem- como Judô, Karate e Jiu-Jitsu, até as menos conhecidas como
plo Shaolin, tem sua origem no BodhiDharma, um monge budista Aikido, Kendô e Kobudô. Todas têm espaço garantido por aqui.
A arte das mãos vazias já que havia um grande preconceito por daí o nome, arte das mãos vazias (tradução
“O oponente mais poderoso está conta de sua origem chinesa. literal de karatê).
dentro de nós mesmos”. Talvez a frase de Muitos alunos dos primeiros sen- A academia foi um sucesso e foram
Hidetaka Nishiyama, um dos fundadores seis zeram modi cações técnicas na montadas diversas liais. Ao todo, mais de
da Japan Karate Association (JKA), seja modalidade na tentativa de torná-la mais 12 mil atletas já treinaram lá. Atualmente,
a que melhor de ne o espírito desta arte aceitável e, por isso, existem mais de 15 conta com 250 alunos em Santos.
marcial que virou esporte. estilos diferentes hoje em dia. No Brasil, está presente em 18 esta-
Não há uma data especi ca para o Porém, a aceitação do karatê na terra dos. E também em mais de 15 países do
surgimento do Karatê. O que se sabe é que do sol nascente só ocorreu de fato após uma mundo. Pois o mestre difundiu a técnica
seu início foi em Okinawa e que o primeiro visita do imperador Hiroíto a Okinawa, em diversos lugares. Após a morte do pai,
mestre a organizá-la dentro de um conjunto durante a qual foi feita uma demonstração Masahiro Shinzato, o lho mais velho,
formal de técnicas foi o sensei Matsu Higa, das técnicas de karatê e kobudo. assumiu os negócios e diz que ainda
além de ser considerada como uma das Após essa apresentação, a modalidade mantém um alto nível de atletas.
artes marciais mais antigas do mundo. foi inserida como disciplina física/es- “A procura é grande porque as
Inicialmente, seguia um rígido sistema portiva no sistema público de ensino e pessoas quando vem aqui sabem que vão
de ensino pautado na relação mestre/aluno, se difundiu pelo mundo com ar mais encontrar um treinamento excelente para
o que só mudou graças à anexação de esportivo do que de luta. o corpo e a mente”.
Okinawa ao território japonês. Baixada Santista - O karatê chegou
O treino, que era baseado em katas aqui por meio do mestre Yoshide Shinzato.
complexos repetidos até a exaustão, tomou Ele imigrou para o Brasil, em 1954, aban- o caminho das antigas
ares mais esportivos, por volta de 1870, donando o trabalho como funcionário artes marciais
com o sensei Anko Itosu e começou a ser público que conseguiu após servir como O kobudo, em tradução literal,
difundido entre a população do Japão. rádio-telegra sta durante a 2ª Guerra. caminho das antigas artes marciais, tem
Ao sensei Itosu, se atribui a autoria do Quando o mestre Shinzato chegou origem nos campos. Não nos de batalha,
nome Karate-do. Itosu deu mais ênfase ao no porto de Santos, sabia que sua missão mas nos de agricultura.
ensino de técnicas de postura, exibilidade era difundir a arte. O kobudo é um conjunto de antigas
e respiração dentro das lições do karatê. E em 1962, fundou a Associação artes marciais, que agrega o uso de dife-
Apesar de ter se tornado um esporte Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil. rentes armas e técnicas. Foi desenvolvido
o cial em 1902, o karatê só passou a ser A primeira academia do país a ensinar a em Okinawa, no sul do Japão, E recebeu
conhecido em todo o Japão 20 anos depois, técnica de combate que não utiliza armas, in uências da China e Índia.
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16. A história do Kobudo está intima- montou sua academia de karatê, passou a bastão que possui um tamanho de 1,8 m
mente ligada à história de Okinawa. A ministrar aulas de kobudo. de comprimento. Deriva da ferramenta
província é o berço do karate dô e do kobu- A arte não se popularizou tanto quanto agrícola tenbin, usada para carregar baldes
do como são conhecidos hoje. Até o século o karatê. Um dos motivos é que o karatê presos em cada ponta. É feito de madeira.
XIX, Okinawa não fazia parte o cialmente adquiriu um cunho mais esportivo. Após Eku - é o remo que era utilizado em
do território japonês. a morte do mestre, Masahiro Shinzato, Okinawa. Passou a ser usado como
Ao longo dos séculos, o local sofreu di- seu lho mais velho, assumiu os negócios arma de defesa.
versas proibições e sanções de vários gover- e continua ministrando aulas de kobudo, Kama - tem nítida origem agrícola. É
nos. Com isso, os ensinamentos dessas artes aos sábados, na Avenida Senador Feijó, em uma foice com cabo comprido utilizada
marciais eram passados clandestinamente Santos. São cerca de 50 alunos que partici- na ceifa de grãos e cereais. É utilizada aos
entre seus praticantes. Ficando fora do al- pam de competições e também seguem a pares ou sozinha.
cance público. Da mesma forma, há poucos loso a. São algumas das armas tradicionais:
documentos que registram a história de sua Sai - é uma adaga de três pontas, parecido
com um pequeno tridente. Era utilizada
a arte suave
A difusão do Mixed Martial Arts
para fazer sulcos nas terras. É também,
(MMA) no Ultimate Fighting Championship
entre as armas de kobudo, a mais difícil
(UFC), no Brasil e no mundo, é um dos
de se manusear. O sai deve ter no máxi-
motivos da procura por esta arte ter
mo o tamanho do antebraço de quem
crescido nos dias de hoje. A “arte suave” -
o empunha, nunca ultrapassando esse
tradução literal de jiu (suave) e jitsu (arte) -
tamanho para não se perfurar.
é uma das mais antigas do mundo. E, apesar
Nunchaku - proveniente de um fer-
de ter se desenvolvido e se difundido no
ramenta que servia para o preparo de
Japão, sua origem é indiana. Nos templos
cereais. É a arma que mais se popularizou
budistas, os monges desenvolveram
no ocidente por causa dos lmes de ação. É
uma técnica baseada nos princípios do
formada por duas barras de madeira unidas
equilíbrio, do sistema de articulação do
por uma corda ou corrente.
corpo e de alavancas. Evitando assim o uso
karatê Tonfa – Era uma ferramenta usada para
da força e de armas. Nascia o Jiu-Jitsu.
tradução: Arte das mãos vazias separar arroz da casca. É feita com um cabo
Porém, só quando a arte chegou ao
Traje: Kimono branco de pedra que se encaixa em uma pedra
Japão, em meados do século XVII é que
Armas: Não há redonda móvel. Lembra um cacetete e é
ganhou força. A arte tinha sido esquecida
Data de criação: Século XVI utilizada aos pares.
durante algum tempo, pois adquiriu uma
Local origem: Okinawa Bo - o Bo ou kun é basicamente um
má reputação por ter sido adotada por
Graduação (shorin ryu): muitos malfeitores. No nal do século
Faixa Branca XIX, ela ganhou nova cara. O japonês
Faixa Vermelha (para os alunos meno- Jiguro Kano adaptou as técnicas do jiu-
res de 12 anos) jítsu para formar uma das mais populares
Faixa Amarela artes marciais do mundo: o judô. Nesse
Faixa Laranja mesmo período, alguns mestres de jiu-jítsu
Faixa Azul migraram do Japão para outros continentes,
Faixa Verde vivendo do ensino da arte marcial e das
Faixa Roxa lutas que realizavam. E Esai Maeda Koma,
Faixa Marrom o Conde Koma, foi um deles.
1° ao 6° Dan – Faixa Preta Conde Koma chegou ao Brasil
7° e 8° Dan – Faixa Coral (vermelha e no começo do século XX, no Pará. Lá,
branca) conheceu Gastão Gracie. Gastão tornou-se
9° e 10° Dan – Faixa Vermelha kobudo um entusiasta do jiu-jítsu e levou seu lho
tradução: Caminho das antigas ar- mais velho, Carlos Gracie, para aprender
criação e desenvolvimento. tes marciais a luta. Carlos era um menino franzino
Uma das sanções mais marcantes, Traje: Kimono branco de apenas 15 anos na época. E apesar da
decisiva para a criação da arte, foi a Armas: Sai, nunchaku, tonfa, bo, eku, aparência física esguia, começou a ganhar
proibição de portar espadas. Por isso, os kama notoriedade no mundo da luta.
agricultores passaram a usar suas próprias Data de criação: Século XVI A família, então, se mudou para o
ferramentas de trabalhos como armas de Local origem: Okinawa Rio de Janeiro, e lá fundaram a primeira
defesa pessoal. Graduação (Feita por Maki- academia de jiu-jítsu do Brasil: a Gracie
Foi somente no início do século monos - pergaminhos): Academia de Jiu-Jitsu. Além de difundir a
XX que mestres como Shinko Matayoshi Shoden (quem domina o Tachi Seiho arte, a família Gracie também aprimorou a
e Shinken Taira deram início a um ou katas com a espada longa) luta com as nalizações.
trabalho de pesquisa sistemática, visando Chuden (quem domina o Kodachi Os preconceitos com essa luta foram
à continuidade da prática do Kobudo, Seiho com a espada curta) rompidos. A partir daí, o jiu-jitsu tomava
disponível a toda a sociedade. Okuden (quem domina o Nito Seiho nova forma e ganhava notoriedade ja-mais
O mestre Shinzato, responsável pela com duas espadas) vista. Nascia o Jiu-Jitsu Brasileiro, sendo
divulgação do Karatê na Baixada Santista e Menkyo (quem domina os katas de exportado para diversos países.
em mais de 15 países, foi quem trouxe a arte Bojutsu) Basicamente, no Jiu-Jitsu, usa-se
para o Brasil. No Japão, aprendeu o kobudo Menkyo Kaiden (Nível mais alto, dado a força (própria e, quando possível, do
com o mestre Katsuya Miyahira. E, quando aos mestres) adversário) em alavancas. Isso possibilita
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17. que um lutador, mesmo sendo menor que consideradas perigosas. Kano eliminou os
o oponente, consiga vencer. No chão, com movimentos mais rudes e enfatizou quedas,
as técnicas de estrangulamento e pressão mobilização e postura rígida.
sobre as articulações, é possível submeter Judô signi ca, literalmente, caminho
o adversário fazendo-o desistir da luta suave, e preza pela disciplina acima de tudo.
(competitivamente), ou (em luta real) Por isso, a arte cou popular em pouco
fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe tempo no Japão e, na década de 20, tornou-
uma articulação. se disciplina de ensino obrigatório das
Baixada Santista - o Jiu-Jitsu chegou escolas. Em 1889, Kano levou o Judô para
aqui há quase 15 anos. Anderson Xavier a Europa, e depois da Segunda Guerra, o
Sarruço, da Academia Allianz, foi o pioneiro. Judô estava popular em todo o mundo. No
Sarruço ensinou vários professores que nal do século XIX, o Judô foi considerado
praticam a modalidade hoje em dia. o esporte o cial do Japão. judô
Entre eles, o campeão mundial Rodrigo As técnicas se baseiam no uso da força tradução: Caminho Suave
Cavaca. Cavaca começou na Academia e do equilíbrio do oponente contra ele pró- Traje: Kimono branco ou azul
Allianz, mas hoje é atleta da Chekmatt. prio, além de ter o objetivo de fortalecer o Armas: Não há
Só a Academia Chekmatt tem mais físico, a mente e o espírito de forma integrada. Data de criação: 1882
de 200 alunos aqui. E a procura é cada vez As pessoas aprendem judô como exercício, Local origem: Japão
maior, inclusive por mulheres. relaxamento e auto-proteção. Graduação:
“Hoje a procura é grande por causa do Com milhares de judocas e federações Faixa Branca
UFC. Todos querem praticar o esporte que espalhados pelo mundo, se tornou um dos Faixa Cinza (para menores de 18 anos)
deu origem ao MMA”. esportes mais praticados. Sem restrição de Faixa Azul-Clara (para menores de 18
sexo ou idade. anos)
Em 1964, o judô se tornava mais Faixa Amarela
o Caminho suave popular, virou esporte olímpico, o que au- Faixa Laranja
Com um pouco mais de cem anos
mentou ainda mais o número de adeptos. Faixa Verde
de criação, o Judô passou de arte marcial
Apesar do caráter esportivo, o Faixa Roxa
japonesa de combate para esporte olímpico
judô mantem muitas tradições, como as Faixa Marrom
praticado no mundo inteiro.
saudações e seus fundamentos básicos. Ao 1 a 5° Dan – Faixa Preta
Desenvolvido em 1882, pelo japonês
entrar no dojô (local de treino) e quando 6° a 8 Dan – Faixa Coral (vermelha e
Jiguro Kano, o judô era a adaptação do
sair, o atleta deve cumprimentar o professor branca)
milenar Jiu-Jitsu, aliado à disciplina mental
ou seu ajudante. E ao iniciar um treino com 9° e 10° Dan – Faixa Vermelha
e educativa. O antigo jiu-jitsu era uma arte
um companheiro, assim como ao terminá-lo.
praticada por samurais e incluíam técnicas
Os fundamentos do Judô também são não era favorito, e ninguém esperava que
prezados, como a postura, movimentação, o judoca trouxesse o tão esperado ouro
deslocamento de corpo, pegadas, amor- olímpico. Mas com disciplina e sempre
tecimento de quedas e os rolamentos, que são sonhando, conseguiu atingir seu objetivo.
fundamentais para a segurança do praticante. Outro exemplo mais recente é o
No Brasil, o judô chegou com os judoca Leandro Marques Guilheiro. Ele
primeiros imigrantes japoneses, no nasceu em Suzano, mas foi radicado em
Kasato Maru, em 1908. Mas só passou a Santos, onde vive até hoje. Treinado por
ser organizado e largamente difundido a Sampaio, conquistou duas medalhas de
partir de agosto de 1933, com a fundação bronze nos Jogos Olímpicos, uma em
da Hakkoku Jûkendô Renmei, a Federação Atenas, 2004 e outra em Pequim, em 2008.
de Judô e Kendô do Brasil. E, em 1969, era Em 2010, Guilheiro ganhou a prata no
fundada a Confederação Brasileira de Judô, Mundial de Tóquio.
jiu-jitsu sendo reconhecida por decreto em 1972.
tradução: Arte Suave Hoje em dia, o judô é ensinado
Traje: Kimono branco, preto ou azul em academias, clubes e até escolas. E é o caminho da
Armas: Não há reconhecido como um esporte saudável espada que educa
Data da difusão: Século XVII que não está relacionado à violência. O kendo é uma arte marcial surgida
Local origem: Templos budistas na Baixada Santista – a região sempre no século XVI e ao pé da letra, signi ca o
Índia/ Difusão no Japão teve forte envolvimento com vários tipos de caminho da espada que educa. Sua história
Graduação: esporte. E com o judô isso não é diferente. no Brasil, assim como a maioria das artes
Faixa Branca (qualquer idade) Santos abriga uma das maiores academias marciais, teve início com a chegada dos
Faixa Cinza (4 a 6 anos) do país, fundada pelo ex-atleta e campeão imigrantes japoneses em 1908. Por volta
Faixa Amarela (7 a 15 anos) olímpico, Rogério Sampaio. de 1933, na comemoração dos 25 anos
Faixa Laranja (10 a 15 anos) Rogério começou a treinar com apenas do início da imigração, alguns praticantes
Faixa Verde (13 a 15 anos) quatro anos, in uenciado pelo irmão mais de judô e kendo fundaram a primeira
Faixa Azul (a partir de 16 anos) velho. Com o tempo, foi se aprofundando associação brasileira de judô e kendo, a
Faixa Roxa (a partir de 16 anos) e adotando aquilo como estilo de vida. “O “Hakoku Ju-Ken Do Ren-Mei”.
Faixa Marrom (a partir de 18 anos) judô me ensinou a ter muita disciplina, A modalidade foi desenvolvida a partir
Faixa Preta (A partir de 19 anos) perseverança e nunca desistir dos sonhos”, do Kenjutsu, que é composto por técnicas
Faixa Coral (Vermelho e preto - Mestre) explica Rogério. Em 1992, o santista foi para tradicionais de combate com espadas dos
Vermelha (Grande Mestre) Barcelona disputar as Olimpíadas. Rogério samurais da época do Japão feudal. Os luta-
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18. dores de Kendô podem ser chamados de O sensei a rma que o propósito de A arte começou a car famosa nas
kendoka ou kenshi. se praticar o kendo é para moldar a mente mãos do ator Steven Seagal. Seagal é mestre
A faixa, no Kendo, diferentemente das e o corpo, cultivar um espírito vigoroso em diversas artes marciais e, atualmente, 7º
outras artes marciais, é mais larga. Ela serve e obter respeito à cortesia e à honra. Dan de aikidô. Na década de 80, seus lmes
para guardar a espada na hora da luta. “Não são apenas golpes, quando alcança de ação se popularizaram e as academias de
Os alunos e praticantes em geral um patamar espiritual, você encontra o aikidô começaram a encher.
utilizam a vestimenta preta. Apenas os caminho e aprende uma loso a”. O início do aikidô no Brasil foi na
senseis e as mulheres podem utilizar a Roberto Vinícius Ferreira treina há 9 década de 60, introduzido no país por
cor branca. O sensei é por ter chegado ao anos e conta que seu lugar é praticando o Shihan Reishin Kawai, sob orientação do já
patamar máximo de graduação. A mulher é kendo. “Não me vejo longe disso. Aprendi falecido mestre Arimoto Murashige que, na
por já nascer pronta para dar a vida. a focar nos meus objetivos, a ter mais época, era o representante no Ocidente.
Em Santos, o Kendô é praticado pelo disciplina e quei mais centrado”. O termo aikidô, quando separado, Ai
grupo Shintô Ryu Tsukimoto-ha-Tan Ren Os integrantes do grupo podem representa harmonia; Ki; energia vital e
Sui Nen Kan - Honbu Dojô. Esse estilo, o acompanhar de perto a confecção das Do; caminho. Em tradução livre, o nome
Shintô Ryu, existe, no Japão, há mais de armas utlizadas nas aulas. Eles contam signi ca “caminho da harmonização das
1.500 anos. No Brasil, está há 100. com a experiência e habilidade de Renato energias”. Este é um esporte que consiste
O responsável por trazer o Kendo Figueiredo, que também é praticante. em um exercício espiritual aliado a técni-
para a Baixada Santista foi o sensei Ele lixa, corta e enverga cada objeto cas de derrubar e agarrar com o intuito de
Adriano Pereira Silva que, atualmente, é o no galpão da Associação. Dentre as ar- se proteger de ataques.
responsável pelas aulas do grupo. mas feitas por ele estão o arco e a echa, A modalidade tem a característica
Ele é o mestre, no Brasil, da 4ª geração e o bokuto, que é a espada de madeira, e o bem particular de não possuir técnicas
pratica o kendo há 35 anos. Adriano explica boken, que é um pedaço de madeira. ofensivas. Não serve para competições, já
que esse estilo, atualmente, no Brasil é mais A prática do kendo não se limita que não há lutadores e nem o objetivo de
original do que no próprio Japão. apenas ao uso de armas. Os objetivos de sua vencer o oponente.
Eles treinam três vezes por semana prática são, principalmente, não golpear A arte baseia-se, principalmente, em
na Associação Japonesa. O grupo tem em pontos incorretos, assim não se desperdiça movimentos uidos e circulares. Além
torno de 30 alunos e conta com homens e nenhum golpe, além de golpear atacando e das técnicas de mãos vazias, os treinos
mulheres com idades variadas. quebrando a postura do adversário. podem incluir armas: boken ou bokutô
Eles não levam a arte marcial pelo (espada de madeira), jô (bastão curto)
cunho esportivo, tanto que não fazem o caminho da harmoni- e tantô (faca de madeira). Na sua teoria
parte de nenhuma federação e nem espiritual, parte fundamental da técnica,
participam de nenhuma competição. zação das energias o aikidô busca harmonia dos seres com
O aikidô, dentre todas as artes uma energia universal.
marciais, é a mais recente. Em Santos, isso
também não é diferente.
Hoje, existem diversos grupos que
oferecem a prática da modalidade. Entre
eles, o Shugyô Dojo e o Tenshin Dojo.
O responsável por trazer o aikidô para
a baixada santista é o sensei Nelson
Wagner dos Santos.
Nelson é amigo do sensei Adriano
Pereira Silva. Adriano e Nelson trouxeram
juntos o kendô e o aikidô, respectivamente.
Cada um cou responsável por cada arte
marcial e por sua propagação. No caso do
KENDO aikidô, o sensei Nelson, atualmente, divide AIKIDO
tradução: Caminho da espada que as aulas com Carlos. tradução: Caminho da harmoni-
educa Carlos treina há 15 anos e explica que o zaçã das energias
Traje: Kimono/Dogi, Obi (faixa) e objetivo de ensinar o akidô é principalmen- Traje: Kimono branco, Obi (faixa) e
Hakama branco ou preto te, ajudar, apoiar e compartilhar. Hakama. Para os mestres, doji na parte
Armas: Bokuto, Boken, arco e echa, “A ideia que nós temos é fazer com que de cima.
espada de aço mestres e praticantes desenvolvam a arte Armas: Bokutô, Boken, jô e tantô
Data de criação: Século XVI da forma correta, a qual foi proposta pelo Data de criação: 1883
Local origem: Japão fundador. Permitindo assim, um vínculo Local origem: Wakayama, Japão
Graduação: maior com a família Ueshiba”. Graduação:
Ikkyu (14 anos no mínimo) Morihei Ueshiba foi o criador dessa Faixa Cinza
1º dan (seis meses depois) modalidade e, para muitos, ele é conhecido Faixa Azul clara
2º dan (um ano depois do 1º) como Osensei, que signi ca grande mestre. Faixa Azul escura
3º dan (dois anos depois e maior de 18) O aikidô surgiu em 1883 na cidade de Faixa Amarela
4º dan (três anos depois do 3º) Wakayama, no Japão. Faixa Laranja
5º dan (quatro anos depois do 4º) Essa arte marcial foi criada a partir Faixa Verde
6º dan (cinco anos depois do 5º) da experiência de Ueshiba e da mistura de Faixa Roxa
7º dan (seis anos depois do 6º) dezenas de outras modalidades, dentre elas Faixa Marrom
8º dan (10 anos depois e com mais de o kenjutsu (técnica da espada) e o jojutsu Faixa Preta
45 anos) (técnica do bastão curto).
18
19. Fotos: Márcio Pinheiro
A terra
do Sol
caiçara
PORTAL da praça Kotoku Iha, no início da rua Japão
L ocalizada no Parque Bitaru, em São
Vicente, a cerca de 2 Km do Centro, ca
a Rua Japão. Como diz o nome, a rua foi
famosa por seu portal e pedra da sorte.
Mas nem tudo são flores.
Não há mais tantos japoneses. Perto
da de 70. O senhor Yukito Youmoto, dono
de uma das marinas, diz que não aprovou
a mudança. “Eles zeram isso sem nos
um recanto de japoneses e pescadores anos da peixaria do seu Gilberto Martins de consultar”, reclama.
atrás. Hoje, apenas algumas casas e famílias Almeida, no começo da rua, moram dona O local se desenvolveu por causa
nipônicas se encontram por lá. Neusa e dona Lia Domako, ambas Nisseis. das atividades da família. E agora abriga,
O Shurei-mon (portal da cortesia), logo “São poucos japoneses que tem aqui, mui- além das seis marinas, um restaurante e
no início da rua, tos já morreram”, duas peixarias.
chama a atenção conta Dona Lia, Yukito lembra que, há 40 anos, não
de qualquer mo- hoje com 80 anos. havia nada, nem mesmo uma rua. “Não
rador ou visitante Filha de ja- tinha calçada, luz e nem água”. Tudo
que passe por ali.É poneses, morava foi feito pelos moradores. “O pior é que
uma réplica do em São Roque, muita coisa continua igual. Já pedi para os
portal erguido do no interior do políticos da região fazerem alguma coisa,
lado de fora do Estado e veio mas eles dizem que o número de eleitores
castelo de Shuzi viver ali depois daqui é pequeno e que não ganhariam
em 1550, no Japão. que se casou em votos com os turistas que seriam atraídos
O grande 1960. O local foi com as melhorias no local”.
arco vermelho escolhido por
foi inaugura- conta da pro-
do em agosto de 1998, junto com a ssão do marido. “Ele era pescador, então, Curiosidades
Praça Kotoku Iha. O nome da praça é era o lugar ideal para viver”. Hoje, mora
em homenagem ao pai do ex-prefeito com uma de suas lhas e uma neta, bem
Cidade-irmã - São Vicente
vicentino Koyu Iha. em frente à praça.
é a segunda cidade da Baixada
A construção foi feita em celebração Mais à frente, depois do maior res- Santista que possui uma cidade-
aos 30 anos do convênio de Cidades- taurante local, vivem outros japoneses. irmã japonesa. O convênio com
Irmãs, assinado entre São Vicente e a Cinco das seis marinas da rua pertencem a cidade de Naha foi rmado
cidade japonesa Naha, na Província de à família Yumoto, que ocupa o local desde em 1978, pelo ex-prefeito Koyu
Okinawa. O convênio foi rmado em que o patriarca da família chegou a bor-
1978, também por Koyu. do do Kasatu Maru. Na época, o local era
Iha, cuja a descendência é de
A área, antes ocupada por uma chamado de “Guamiú”. lá. Até hoje há intercâmbio
grande quantidade de pescadores de O nome Rua Japão veio mais tarde, cultural das cidades.
origem ou descendência japonesa, é no governo de Koyu Iha, no nal da déca-
19