O documento descreve vários locais e características de uma região da cidade de São Paulo, incluindo uma bela rampa, um escadão frequentado por usuários de maconha e um morador cuidadoso de plantas na calçada.
1. O importante é
cuidarmos do nosso
jardim!**
A mais bela rampa
da cidade!
O ninho dos travecos!
O escadão dos
maconheiros!
O morador mais cuidadoso
da região!
** frase de Voltaire, em “Cândido”.
4. Depende: quando
eu quero parecer
artista e intelectual Onde você mora,
digo: Bixiga. Pedestre Bobo?
Quando quero
parecer chique,
digo: Consolação.
E quando quero me
mostrá, falqo que
moro na
Avanhandava!
13. O projeto da entrada é interessantíssimo: uma
fonte ladeada por duas rampas.
Conseguiu-se movimento, suavidade e qualidade
espacial num espaço muito restrito.
36. Cada dia que eu subo
esse escadão tem uma
novidade.
O cara não tinha o que
fazê jogô um saco cheio
de letrinhas de placa de
boteco, aquelas que
anuncia os preço das
comida.
41. Outra pracinha
sem nome no
gugôl mépis.
A pracinha é um encanto:
playground, algum brinquedo
e, curiosamente, uma
arquibancada que aproveitou
o declive do terreno.
50. Lixeira do Kibexiga. A casa tem porta na
Nove de Julho, mas a saída de serviço
fica na Paim
51. Kibexiga! O rala
buxo mais
famoso do
pedaço.
Se quisé encontra
umas piauiense
ajeitadinha, é
aqui, mano! Lixeira do Kibexiga. A casa tem porta na
Nove de Julho, mas a saída de serviço
fica na Paim
73. Manja essa
fila?
Tudo
marmanjo de
butuca prá
pegá café e
almoço de
grátis.
74. Manja essa
fila?
Tudo
marmanjo de
butuca prá
pegá café e
almoço de
grátis.
O bandeijão para os carentes não possui
albergue. Resultado: dezenas de homens e
mulheres dormem ao relento, na calçada,
para obter o café da manhã aqui.
75.
76. Esse predião quadrado é o Demoiselle.
Dos 3 é o mais arrumadim. Ele fica meio
escondido, não tem fachada na Paim.
77. Esses 2 não são ruim
de tudo.
Pobrema memo é o
Caravelle, que nunca
teve habite-se e virô
favelona vertical.
79. O Caravelle não tinha alvenaria comum nas paredes, mas sim um tipo de gesso
acartonado. O então prefeito Jãnio Quadros, por este motivo, se recusou a dar
o habite-se à obra, de modo que os proprietários jamais tiveram escritura, o
que gerou uma situação de não se poder comprovar quem, de fato, são os donos
originais. Ademais, alguns donos usavam o apartamento para encontro com
amantes, de modo que a família oficial nem sabia da propriedade que o marido
havia comprado. Ao morrerem, as unidades ficaram à deriva, juridicamente.
Note a cor vermelha na fachada. São tijolos baianos colocados no lugar da
antiga vedação frágil.
80.
81. Rua Dr. Penaforte Mendes,
diante de um prédio de
apartamentos.
Um morador simplesmente se
senta no chão para cuidar das
plantas que estão na calçada.
Que belo exemplo de zelo pela
cidade!
Não sei o seu nome, mas ele
autorizou a foto.
Fica nossa homenagem a um
paulistano que trata bem a
cidade onde mora!
Se todos fossem iguais a você...
83. A mais bela rampa da cidade não está
nos jardins nem em Higienópolis.
84.
85. Meu, adoro essa rampa. Ela é tão engraçadinha! Quando tu
passa por ela, descendo, as gradinhas vão meio que se
mexendo, manja? Tipo um efeito ilusão idiótica, sabe?
86. Rua Avanhadava esquina com a Araquã.
Normalmente tá limpinha, mas vez em quando a galera
faz isso. Fico me preguntando o porquê...
87. É a mesma pergunta que o professor Eduardo Yágizi se fez em seu
livro “O estranho amor do paulistano”.
88.
89. Aqui meu muquifo. Ok, é simplão, mas óia que vista bonita! Com direito à
passarinhos cantando de manhãzinha. Ôtra: crianças brincando de bola na
rua, como nos tempos antigos. Credita?
91. O importante é
cuidarmos do nosso
jardim!**
A mais bela rampa
da cidade!
O ninho dos travecos!
O escadão dos
maconheiros!
O morador mais cuidadoso
da região!
** frase de Voltaire, em “Cândido”.