1. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA QUINTA DO CONDE
EBI DA QUINTA DO CONDE
CURSO EFA – NÍVEL SECUNDÁRIO
Proposta de Trabalho
1. Pronuncie-se sobre a importância e o impacto das alterações climáticas nos estilos
de vida e no aproveitamento dos tempos de lazer (por exemplo, refira-se ao cultivo
de produtos alimentícios, ao desaparecimento de estâncias de esqui…).
2. Explique de que forma as mudanças climáticas/ ambientais influenciam a evolução
da paisagem/ transformação paisagística.
3. Recorrendo a materiais diversos, ilustre a memória iconográfica de um local
português à sua escolha (recolha, por exemplo, imagens ilustrativas de elementos
que remetam para a transformação de um espaço rural numa área urbana,
concentração populacional ou desertificação).
4. Ilustre a forma como a paisagem foi retratada, elaborando um power point onde
caracterizará a obra, o pintor e a época em que foi pintada. Associe o quadro a um
poema, cujo tema reflicta a paisagem ilustrada.
Período Renascentista:
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Luís de Camões
A Virgem, o Menino e Santa Ana, Leonardo da Vinci
5. Emita a sua opinião sobre a importância das alterações climáticas a nível mundial
para a qualidade da vida humana, referindo, ainda, qual o papel dos mass media na
formação da opinião dos indivíduos, face a este assunto.
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Respostas:
1.
O maior conhecimento e consciência da nossa individualidade como parte de um todo
Universal, onde o desenvolvimento pessoal não se dá sem a participação do “outro”,
onde as atitudes individuais têm efeitos em tudo o que materialmente ou
imaterialmente nos rodeia, influencia-nos e interpela-nos a agir em função da
sobrevivência ou da qualidade de vida.
Na questão em concreto, o facto dos efeitos nocivos das alterações climáticas estarem
cada vez mais presentes e ameaçadores, leva ao despertar das consciências para
atitudes de defesa da sustentabilidade do ambiente, do qual depende a nossa
sobrevivência e a nossa qualidade de vida.
As evidências são inúmeras, desde o desaparecimento da estância de esqui ou da
praia onde habitualmente se passavam agradáveis férias, resultado do aquecimento
global. Ao peixe que já não existe no rio ou no mar, e se existe, não se aconselha a
comer, devido à extinção das espécies e à poluição. À agricultura que em muitos
locais deixou de ser um meio de subsistência devido à seca.
Em resposta, os cidadãos procuram hábitos de vida mais saudáveis e amigos do
ambiente, na relação com o uso da habitação (maior reaproveitamento e eficácia na
utilização dos produtos e da energia, maior cuidado com a reciclagem do lixo
doméstico), com a mobilidade, (uso de transportes públicos ou de veículos não
poluentes) e com o tempo de lazer, privilegiando o contato com a natureza (começam
a ressurgir as hortas urbanas, onde o hortelão é o “homem da cidade”, o mesmo, cujos
filhos, há bem pouco tempo, julgavam que a alface nascia na prateleira do
supermercado).
2.
Com maior ou menor intervenção humana, as alterações climáticas sempre existiram.
Os efeitos sobre a paisagem podem ser profundos e por vezes até devastadores,
considerando como exemplo, as alterações verificadas na Idade do Gelo em que,
devido a mudanças climáticas provocadas por diversos fatores naturais, os territórios
onde outrora existira uma flora abundante, ficaram cobertos de gelo, causando a
extinção de muitas espécies animais, permitindo, por outro lado, o êxodo doutras
espécies, incluindo a do homem, disseminando-se a sua influência sobre a paisagem,
em zonas até então inacessíveis. As catástrofes naturais como os sismos, os
tsunamis, os ciclones, as avalanches ou os deslizamentos de terras ocorrem
atualmente com mais frequência e em zonas até então raramente afetadas. Uma das
causas identificadas pelos cientistas está associada às alterações climáticas com
origem no aumento da temperatura da atmosfera.
O aquecimento global é responsável por diversas transformações na paisagem,
designadamente: nas orlas marítimas, verificando-se o aumento do nível do mar e a
consequente diminuição de terra firme, bem como a erosão da costa, provocando a
queda de arribas e falésias; na densidade florestal, que pode diminuir, ou aumentar de
acordo com as alterações do grau de humidade e de pluviosidade; nos solos para
cultivo, que se transformam em zonas áridas, sem utilidade agrícola ou pastorícia
originando a migração massiva de populações, em busca de meios de subsistência,
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alimentos e água potável, concentrando-se noutros locais, onde o aumento da
densidade populacional pode alterar significativamente a paisagem, transformando
zonas rurais ou semi-rurais, em zona urbanas.
3.
Memória iconográfica da Vila de Sesimbra
Antiga praia da Doca Idem
Pesca artesanal Sesimbra antiga
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Edifício da Doca-pesca entretanto construído Sesimbra contemporânea
no lugar da antiga Praia da Doca
A Vila de Sesimbra, situa-se no Distrito de Setúbal. Em 1323, foi elevada a Vila por D.
Dinis que a denominou Póvoa da Ribeira de Sesimbra, era à época uma pequena
aldeia de pescadores. A sua génese esteve desde sempre ligada ao mar, através dos
Descobrimentos e da secular actividade piscatória dos seus habitantes.
As imagens de Sesimbra antiga perdem-se no tempo, permanecem os registos
iconográficos que desvendam um pequeno núcleo urbano construído entre o mar e a
serra, emoldurada por uma vegetação predominantemente mediterrânica, cuja
paisagem se alterou significativamente, fruto da industrialização das actividades
marítimas (pesca, construção naval, industria conserveira) e, sobretudo, da pressão
urbanística associada ao turismo que é actualmente a principal actividade económica.
Resposta à questão nº 4. Vide documento em power point.
5.
Tal como referi anteriormente, as alterações climáticas assumem particular
importância em relação à qualidade de vida dos cidadãos, porque os despertam para a
exigência de mudar para um estilo de vida menos consumista e mais protetor dos
recursos naturais. Ao transpormos a responsabilidade individual para a colectiva e à
escala mundial, a exigência aumenta, na medida em que é necessário que os países
implementem políticas ambientais sustentáveis, ratifiquem e respeitem os protocolos
internacionais celebrados nesse sentido, tendo em conta que as alterações do clima
verificados à escala mundial, já se fazem sentir de forma dramática em muitos locais,
onde não se fala de qualidade de vida mas na garantia de sobrevivência. Não
desvalorizando as causas político-económicas que estão na origem do drama do povo
Somali, a grande seca de que são vítimas é um sério aviso para todos os povos,
mesmo para aqueles que hoje vivem na abundância.
Neste campo, os mass media, sobretudo os tecnológicos, assumem um papel
preponderante na sua missão de recolher e expandir a informação sobre o que se
passa na “aldeia global” em que os próprios transformaram a Terra. Um cidadão bem
informado está mais habilitado a construir uma opinião critica fundamentada e a agir
com assertividade. Muitos cidadãos, bem informados e em intercomunicação,
adquirem a capacidade de agir coletivamente, essencial, quando o problema exige
uma intervenção à escala mundial, como é o caso da defesa do ambiente, da gestão
solidária dos recursos naturais, da sobrevivência e da qualidade de vida das gerações
futuras.
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